UFPE – MA 535 (INTRODU ¸C ˜AO `A MATEM ´ATICA II) – 2011.1 algumas solu¸c˜oes 3 v. 1.0 – prof. fernando j. o. souza
23 – um caminho. Escalonando-se a matriz ampliada do sistema das equa-¸c˜oes gerais dos trˆes planos (o qual descreve a interse¸c˜ao deles):
1 −2 2 3 2 1 −1 11
L2−2L1 ∼
1 −2 2 3 0 5 −5 5
L1+15L2 1 5L2
∼
1 0 0 5 0 1 −1 1
∴
O sistema original equivale ao sistema y−z = 1 (isto ´e, y= 1 +z) e x= 5. Sendo z vari´avel livre de restri¸c˜oes, h´a uma solu¸c˜ao para cada valor real s, parametrizando-se z =s. Assim1: x= 5, y= 1 +s, z=s, onde s∈R. 23 – outro2 caminho: Da equa¸c˜ao de Π
2, subtraia-se a equa¸c˜ao de Π1 com
ambos os membros3 multiplicados por 2:
x−2y+ 2z= 3 2x+y−z = 11 ⇔
x−2y+ 2z = 3 5y−5z = 5 ⇔
x= 5
y−z = 1 , onde a segunda equivalˆencia foi obtida dividindo-se ambos os membros de 5y−5z = 5 por 5 e, ent˜ao, subtraindo-se, da primeira equa¸c˜ao, o resultado. O restante ´e como no caminho anterior.
24 – uma solu¸c˜ao: Das equa¸c˜oes gerais de Π3 e Π4, tem-se que o vetor
(1,−2,3) ´e normal a Π3, e que (2,−4,6) ´e normal a Π4. Como
(2,−4,6) = 2 (1,−2,3), tais vetores s˜ao paralelos e, portanto, Π3 e Π4 ou
s˜ao coincidentes ou s˜ao paralelos. Mas 2(−12) = −24 6= 0 ∴ Π3 e Π4 s˜ao
paralelos e sua interse¸c˜ao ´e vazia. Com isto4, tem-se que a interse¸c˜ao dos
trˆes planos dados ´e o conjunto vazio.
24 – outras solu¸c˜oes: Para quem n˜ao notou a aplica¸c˜ao de posi¸c˜ao rela-tiva, pode-se resolver os sistema algebricamente (por manipula¸c˜ao das equa-¸c˜oes ou por escalonamento da matriz ampliada). Se, da equa¸c˜ao geral de Π4,
subtrai-se o dobro da equa¸c˜ao geral de Π3, obt´em-se 24 = 0, o que revela
ser incompat´ıvel (insol´uvel, imposs´ıvel) o sistema de trˆes equa¸c˜oes dado e, portanto, sua solu¸c˜ao ´e o conjunto vazio.
1
A interse¸c˜ao ´e, portanto, a reta que passa por (5,1,0) com vetor diretor (0,1,1).
2
Este “outro” caminho nada mais ´e que a tradu¸c˜ao das matrizes do caminho anterior para sistemas de equa¸c˜oes lineares
3
Por conveniˆencia, passaram-se os coeficientes livres para a direita.
4
25 – um caminho: Escalonando-se a matriz ampliada do sistema:
1 0 −1 2 2 −2 3 6 1 −4 9 6
L2−2L1
L3−L1 ∼
1 0 −1 2 0 −2 5 2 0 −4 10 4
·(−1/2)
L3−2L2 ∼
1 0 −1 2 0 1 −52 −1
0 0 0 0
Donde se lˆe o seguinte sistema equivalente ao original: x−z = 2 e
y− 5
2z =−1. N˜ao havendo restri¸c˜ao sobre z, fa¸ca-se z =t ∈Rparˆametro:
x= 2 +t, y=−1 + 5
2t, z =t∈R, isto ´e,
(x, y, z) = (2,−1,0) +t
1,5
2,1
, t∈R.
25 – “outro” caminho: Da primeira equa¸c˜ao, pode-se fazer a substitui¸c˜ao
x=z+ 2 (ou, alternativamente,z =x−2) nas duas equa¸c˜oes restantes:
2(z+ 2)−2y+ 3z−6 = 0
z+ 2−4y+ 9z−6 = 0 ⇔
−2y+ 5z−2 = 0 −4y+ 10z−4 = 0
A ´ultima equa¸c˜ao ´e o dobro de−2y+ 5z−2 = 0 e, portanto, pode ser dis-pensada. A multiplica¸c˜ao de ambos os termos de −2y+ 5z−2 = 0 por 1/2
leva a um sistema equivalente ao original: x= z+ 2 e y = 5
2z−1, do qual se lˆeem as equa¸c˜oes param´etricas no final da solu¸c˜ao anterior.
26. Um sistema ´e poss´ıvel quando, ap´os todo o seu escalonamento5, n˜ao
houver alguma linha nula na matriz dos coeficientes seguida de um n´umero diferente de 0 na matriz ampliada (tal linha representaria uma inconsistˆen-cia no sistema). Como o n´umero de equa¸c˜oes ´e igual ao n´umero de vari´a-veis (isto ´e, a matriz dos coeficientes ´e quadrada), o sistema ser´a poss´ıvel determinado se e somente se o escalonamento levar a matriz dos coeficien-tes `a matriz-identidade (o que permite ler um ´unico valor para cada uma das vari´aveis). O sistema tamb´em pode ser poss´ıvel indeterminado, a saber, quando houver mais vari´aveis (colunas) do que equa¸c˜oes ap´os o escalona-mento6. Escalonando-se a matriz ampliada o suficiente para que se obtenha
5
Diz-se “at´e se chegar `aforma-escada reduzida”.
6
cor-uma matriz triangular superior a partir da matriz dos coeficientes, permitindo identificar cada situa¸c˜ao:
3 2 1 4 3 1 3 2 6 −1 p q
L2−L1
L3−2L1 ∼
3 2 1 4
0 −1 2 −2
0 −5 (p−2) (q−8)
L3−5L2 ∼
∼
3 2 1 4
0 −1 2 −2
0 0 (p−12) (q+ 2)
Observe-se que n˜ao ´e necess´ario dividir L1 e L2 pelos coeficientes l´ıderes 3 e
−1, respectivamente, porque j´a est´a clara a sua contribui¸c˜ao para a discuss˜ao acima. O que decidir´a entre os trˆes tipos de sistema ser´a a terceira linha:
• (26.a.) Como discutido no in´ıcio, o sistema ser´a poss´ıvel determinado quando a matriz dos coeficientes puder ser escalonada at´e a matriz-identidade. Logo, p−126= 0, isto ´e, p6= 12, enquanto q ´e irrelevante, ou seja, q∈R;
• (26.b.) Como discutido no in´ıcio, o sistema ser´a poss´ıvel indetermi-nado quando n˜ao houver inconsistˆencias e houver mais vari´aveis (co-lunas) do que equa¸c˜oes ap´os o escalonamento. Tais equa¸c˜oes corres-pondem `as linhas n˜ao-nulas da matriz dos coeficientes ap´os todo o escalonamento. Como h´a 3 vari´aveis e pelo menos 2 linhas que n˜ao se anular˜ao, deseja-se p−12 = 0, permitindo que a terceira linha se anule. Para que n˜ao haja inconsistˆencias, precisa-se de q + 2 = 0, donde p= 12 e q=−2. Neste caso, o n´umero de graus de liberdade ´e igual a 1 (acima, a ´unica vari´avel livre ´ez, atribuindo-se valores de um parˆametro real a ela).
26.c. Como feito para o sistema anterior, escalone-se a matriz ampliada o suficiente para que se obtenha uma matriz triangular superior a partir da
matriz dos coeficientes, permitindo identificar cada situa¸c˜ao:
2 4 3 4
6 −2 −1 2
4 7 p q
L2−3L1
L3−2L1 ∼
2 4 3 4
0 −14 −10 −10 0 −1 (p−6) (q−8)
L3− 1 14L2
∼
∼
2 4 3 4
0 −14 −10 −10
0 0 (p−6 + 57) (q−8 + 57)
=
2 4 3 4
0 −14 −10 −10 0 0 (p− 377) (q− 517 )
• Como discutido no in´ıcio, o sistema ser´a poss´ıvel determinado quando a matriz dos coeficientes puder ser escalonada at´e a matriz-identidade. Logo,p−377 6= 0, isto ´e,p=6 377 , enquantoq´e irrelevante, ou seja,q∈R;
• O sistema ser´a poss´ıvel indeterminado quando n˜ao houver inconsistˆen-cias e houver mais vari´aveis (colunas) do que equa¸c˜oes ap´os o escalo-namento. De maneira semelhante ao que se concluiu para o sistema anterior, deseja-se p − 37
7 = 0 = q− 51
7 , donde p= 37/7 e q= 51/7.
Neste caso, o n´umero de graus de liberdade ´e igual a 1 (acima, a ´unica vari´avel livre ´e z, atribuindo-se valores de um parˆametro real a ela).
34. Considerando-se a tripla (0,0,0), ´e claro que o vetor nulo ´e C.L. daqueles vetores (e de quaisquer outros). Para se acharem todas as C.L. poss´ıveis para o vetor nulo, bem como para −→w, representam-se todos os vetores envolvidos como matrizes-colunas de modo a se obterem dois sistemas de equa¸c˜oes line-ares. Para o sistema homogˆeneo, poder-se-ia escalonar apenas a matriz dos coeficientes porque a coluna adicional na matriz ampliada ´e nula em todos os passos, mas esta foi escrita para ˆenfase.
1 −2 0 0 −2 −1 0 2 0 4 1 −4 2 0 0 −1 −1 3 0 5 1 −3 1 0 −1
L2+L1
L3−L1
L4+L1
L5−L1 ∼
1 −2 0 0 −2 0 −2 2 0 2 0 −2 2 0 2 0 −3 3 0 3 0 −1 1 0 1
L5 L2 ∼ ∼
1 −2 0 0 −2 0 −1 1 0 1 0 −2 2 0 2 0 −3 3 0 3 0 −2 2 0 2
L1−2L2 (−1)
L3−2L2
L4−3L2
L5−2L2 ∼
1 0 −2 0 −4 0 1 −1 0 −1
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0
(34.a.) x1 −2x3 = 0 e x2 −x3 = 0. Logo, para cada escolha do parˆa-metro real x3 = s, tem-se que x1 = 2s e x2 = s. Em outras palavras, (x1, x2, x3) ´e qualquer ponto da seguinte reta no R3: {(2s, s, s)|s ∈ R}, isto ´e, {s(2,1,1)|s∈R};
(34.b.) x1−2x3 =−4 e x2−x3 =−1. Logo, para cada escolha do
parˆame-tro real x3 = s, tem-se que x1 = 2s−4 e x2 = s−1. Em outras palavras, (x1, x2, x3) ´e qualquer ponto da seguinte reta noR3: {(2s−4, s−1, s)|s∈R}, isto ´e, {(−4,−1,0) +s(2,1,1)|s∈R}.
35. Novamente, recordar que, para um sistema homogˆeneo, pode-se esca-lonar apenas a matriz dos coeficientes porque a coluna adicional na matriz ampliada ´e sempre nula. No Exemplo 2 de 2.4.5 de [Boldrini et al.] (3a ed.),
pag. 39, obt´em-se que o escalonamento das matrizes de coeficientes dadas
nesta quest˜ao7 leva aB ∼
1 0 14/9 0 1 1/9 0 0 0 0 0 0
eA∼h1 0 140 1 1//99i. Em ambos os sistemas,
tem-se que x+ 14
9z = 0, y+ 1
9 e z =t ∈R (isto ´e, z ´e livre), sendo todas as
solu¸c˜oes descritas por (x, y, z) = −149t,−19t, t
=t −149,−19,1
, para t∈R.
36 – um caminho: Considere-se o produto vetorial dos vetores diretores de Π dados, o qual ´e um vetor −→n normal a Π:
−
→n = (1,0,−1)×(−1,1,1) = (0·1−1(−1),(−1)2−12,12−0) = (1,0,1). s ter dire¸c˜ao paralela a Π, isto ´e, s ser paralela a Π ou estar contida em Π equivale8 a seu vetor diretor −→s = (2,1,−2) ser ortogonal a −→n. Mas:
−
→s · −→n = (2,1,−2)·(1,0,1) = 2·1 + 0−2·1 = 0. Para se verificar que s ´e paralela a Π, mostre-se que ela n˜ao intersecta Π. Como sua dire¸c˜ao ´e paralela a Π, ´e bastante mostrar que um ponto de s (Ex.: Q= (1,2,3)) n˜ao est´a em Π. Isto equivale a qualque vetor representado por um segmento orientado de um ponto de Π a um ponto de s (Ex.: −→OQ) n˜ao ser paralelo a Π, isto ´e, n˜ao ser ortogonal a −→n. Mas: −→OQ· −→n = (1,2,3)·(1,0,1) = 12+ 0 + 1·3 = 46= 0.
Logo, s´e paralela a Π. Com isto, a distˆancia entre eles ´e igual a distˆancia de qualquer ponto de s (digamos, Q) a Π. ComoO est´a em Π, tal distˆancia
7
Os sistemas s˜ao homogˆeneos na Lista Complementar 3 e, portanto, diferentes daqueles do exemplo do livro: aqui, B eA s˜ao matrizes de coeficientes; no exemplo do livro, elas s˜ao matrizes ampliadas.
8
s ser paralela a Π ou estar contida em Π tamb´em equivale a −→s ser C.L. de vetores
diretores de Π. De fato, tem-se que −→s = (2,1,−2) = 3 (1,0,−1) + (−1,1,1), o que pode
´e a norma da componente de−→OQ normal a Π. Tal componente ´e a proje¸c˜ao ortogonal de −→OQsobre −→n. Portanto:
dist (s,Π) =
−→
OQ· −→n −→n
= p |4|
12+ 02 + (−1)2 =
4 √
1 + 1 = 4 √
2 = 2 √
2
36 – outro caminho: Uma vez calculado −→n = (1,0,1) e verificado que a dire¸c˜ao des´e paralela a Π no caminho anterior, pode-se considerar o feixe de planos paralelos a Π, dados por x+z+d= 0 (d∈ Rfixado para cada plano), um dos quais, Πs cont´ems. Ele corresponde ad=ds, que ´e o n´ıvel da fun¸c˜ao
Ψ(x, y, z) = −x−z em Q = (1,2,3): ds = −1−3 = −4. Como a origem
est´a em Π, este corresponde a dO= 0 6=ds∴Π6= Πs ∴s ´e paralela a Π ∴
dist (s,Π) = dist (Πs,Π) = |
ds−dO|
−→n
= p | −4−0|
12+ 02+ (−1)2 =
4 √
2 = √
2.
37.a – um caminho: Para se mostrar que Q /∈ Π, basta se mostrar que o produto misto envolvido no c´alculo do volume desejado n˜ao ´e nulo (ou seja, que o tetraedro em quest˜ao n˜ao ´e degenerado). Como o pro-duto vetorial de −−→MP e −−→MQ ser´a usado no pr´oximo ´ıtem, o volume V =
1 6
det
h−−→
MN ,−−→MP ,−−→MQi
do tetraedro MNP Q ser´a calculado atrav´es deste. Abaixo, usaram-se combina¸c˜oes afins:
−−→
MN =N−M = (6,3,−1)−(5,0,−3) = (6−5,3−0,−1−(−3)) = (1,3,2); −−→
MP =P−M = (6,−1,−2)−(5,0,−3) = (6−5,−1−0,−2+3) = (1,−1,1); −−→
MQ=Q−M = (5,4,−3)−(5,0,−3) = (5−5,4−0,−3−(−3)) = (0,4,0)
∴−−→MP ×−−→MQ= (1,−1,1)×(0,4,0) = (0−4,0,4−0) = 4 (−1,0,1)∴
det
h−−→
MN ,−−→MP ,−−→MQi =
−−→
MN ·−−→MP ×−−→MQ
= |(1,3,2)· (−4,0,4)| = | −4 + 0 + 8|=|4|= 4 ∴V = 4
6 = 2
3 6= 0∴ Q /∈Π.
37.b: Sendo a ´area de um paralelogramo igual ao produto da altura pela base, considere-se o paralelogramo de lados n˜ao-paralelos MP (base) e MQ, donde a altura h correspondente ´e a distˆancia desejada. Assim:
h=
−−→
MP ×−−→MQ
−−→
MP
= ||4 (−1,0,1)|| ||(1,−1,1)|| =
|4|p(−1)2+ 02+ 12
p
12+ (−1)2+ 12 = 4
Obs. Outro caminho para se verificar que Q /∈ Π ´e considerar a fun¸c˜ao de n´ıvel Ψ dada por um vetor normal a Π. Ex.:
−−→
MN×−−→MP = (1,3,2)×(1,−1,1) = (3·1−2(−1),2·1−12,1(−1)−3·1) = (5,1,−4),
do qual vem Ψ((x, y, z)) = (5,1,−4)·(x, y, z) = 5x+y−4z. O plano Π ´e a superf´ıcie de n´ıvel Ψ(M) = 52 + 0−4(−3) = 25 + 12 = 37, enquanto
Ψ(Q) = Ψ(M) + 4 = 41. Logo, Q /∈Π.
Obs. Com os c´alculos feitos acima, tem-se mais uma prova de queQ /∈Π: O vetor −−→MN×−−→MP = (5,1,−4) ´e normal a Π, determinado porM,N eP. Se
Q pertencesse a Π, ent˜ao Π tamb´em seria determinado pelos pontosM, P e
Q e, portanto, tamb´em admitiria o vetor normal −−→MP ×−−→MQ = 4 (−1,0,1). No entanto, os dois vetores normais acima n˜ao s˜ao m´ultiplos um do outro e, portanto, n˜ao s˜ao paralelos (contradi¸c˜ao).
38.a – um caminho: Pode-se calcular a distˆancia entreQe Π ao se conside-rar a distˆancia entre planos do feixe determinado por qualquer vetor normal a Π. A distˆancia desejada ´e aquela entre Π e o plano paralelo a Π e que passa porQ. Um vetor normal a Π ´e dado por−−→MN×−−→MP. Por combina¸c˜oes afins: −−→
MN =N −M = (13,−3,−4)−(5,−3,2) = (8,0,−6); e −−→
MP =P −M = (5,−2,2)−(5,−3,2) = (0,1,0) =−→j ∴
−−→
MN ×−−→MP = (0−1(−6),0−0,8·1−0) = (6,0,8) = 2 (3,0,4). Utilizando-se −→n = (3,0,4), tem-se a fun¸c˜ao de n´ıvel Ψ((x, y, z)) = 3x− 4z, donde Π ´e a superf´ıcie de n´ıvel igual a Ψ(M) = 3 · 5 + 4 · 2 = 23, enquanto Ψ(Q) = 3(−3) + 4·3 = 3. Da f´ormula9 para a distˆancia entre planos do
feixe associado a Ψ:
dist(Q,Π) = |Ψ(Q)−Ψ(M)|
−→n
= | −√20| 25 =
20
5 = 4 ∴ dist(Q,Π) = 4.
38.a – outro caminho: Considere-se o paralelogramo de lados n˜ao-paralelos
MN, MP e MQ incidentes a M. A distˆancia entreQ e Π ´e o comprimento da altura de tal paralelep´ıpedo com rela¸c˜ao `a base dada pelo paralelogramo
9
O leitor pode evitar a aplica¸c˜ao direta desta f´ormula, facilmente reproduzindo sua obten¸c˜ao: Usando-seQe−→n, parametriza-se uma reta perpendicular a Π e, ent˜ao,
de lados MN e MP. O volume daquele paralelep´ıpedo ´e, por um lado, o valor absoluto do produto misto de −−→MQ, −−→MN e −−→MP e, por outro lado, o produto do comprimento daquela altura pela ´area daquela base (isto ´e, a norma do produto vetorial de −−→MN e −−→MP). Mas:
−−→
MQ=Q−M = (−3,−3,3)−(5,−3,2) = (−8,0,1) e, do caminho anterior, −−→
MN ×−−→MP
=||2 (3,0,4)||=|2| √
32+ 02+ 42 = 2√25 = 10. Assim:
dist(Q,Π) = det
h−−→
MQ,−−→MN ,−−→MPi −−→
MN ×−−→MP = −−→
MQ·−−→MN ×−−→MP −−→
MN×−−→MP
=
= |(−8,0,1)·(6,0,8)|
10 =
|6(−8) + 0 + 8|
10 =
| −40|
10 = 4∴dist(Q,Π) = 4.
38.b: Considere-se Q′, o p´e da reta perpendicular `a reta ←−→MN que passa por Q. A distˆancia entre Q e ←−→MN ´e igual `a distˆancia entre Q e Q′, que ´e o comprimento do segmento QQ′. Para calcul´a-la, pode-se considerar o paralelogramo de lados n˜ao-paralelos MN e MQ incidentes a M. Sua ´area ´e, por um lado, a norma do produto vetorial de−−→MN e−−→MQe, por outro lado, o produto dos comprimentos da alturaQQ′ e da base MN (este, a norma de −−→
MN). Mas, do ´ıtem anterior, −−→MQ= (−8,0,1) e −−→MN = (8,0,−6), donde: −−→ MN = p
82+ 02+ (−6)2 =√64 + 36 =√100 = 10, enquanto
−−→
MN ×−−→MQ= (0−0,−8(−6)−8·1,0−0) = (0,40,0) = 40−→j ∴
−−→
MN ×−−→MQ
=|40| − →j
= 40·1 = 40∴
distQ,←−→MN= dist(Q, Q′) = −−→
MN ×−−→MQ −−→ MN = 40
10 = 4∴dist
Q,←−→MN= 4
38.c: A reta ←→QR admite o vetor diretor −→
QR = R−Q= (−3,−2,3)−(−3,−3,3) = (0,1,0) = −−→MP, que ´e um vetor diretor do plano Π. ComoQpertence a←→QR mas n˜ao a Π (devido `a distˆancia obtida no ´Item 38.a), a reta ←→QR ´e paralela ao plano Π, o qual cont´em a reta ←−→MN. Assim, s´o h´a duas possibilidades para a posi¸c˜ao relativa daquelas retas, a saber, paralelas ou reversas. Uma vez que os vetores diretores −→QR
e −−→MN n˜ao s˜ao m´ultiplos n˜ao-nulos um do outro, elas s˜ao reversas e, por-tanto, a distˆancia entre elas ´e aquela entre Q e Π, calculada no ´Item 38.a: dist←→QR,←−→MN= 4.
39 – um caminho: Denotem-se os dados por P1 = (1,2,3), P2 = (5,4,3) (pontos), −→v1 = (1,1,2) ev2→− = (1,0,1) (vetores diretores). Tem-se quer1 er2
serem reversas equivale aos vetores−−→P1P2,−→v1 e−→v2serem L.I., o que equivale ao produto misto deth−−→P1P2,−→v1,−→v2i=−−→P1P2· −→v1× −→v2
ser diferente de 0. Mas: −−→
P1P2 =−−→OP2−−−→OP1 = (5,4,3)−(1,2,3) = (4,2,0); −
→
v1× −→v2 = (1,1,2)×(1,0,1) = (12−0,2·1−12,0−12) = (1,1,−1)∴
deth−−→P1P2,−→v1,−→v2i = (4,2,0)·(1,1,−1) = 4 + 2−0 = 6 6= 0 ∴ r1 e r2 s˜ao
reversas. A distˆancia entre elas ´e dada pela seguinte f´ormula10:
dist (r1, r2) = det
h−−→
P1P2,−→v1,−→v2i
−→v1× −→v2
= p |6|
12+ 12+ (−1)2 =
6 √
3 = 2 √
3.
39 – outro caminho: Como −→v1 e −→v2 n˜ao s˜ao m´ultiplos um do outro, eles n˜ao s˜ao paralelos e, portanto, r1 e r2 ou s˜ao concorrentes ou s˜ao reversas.
Considere-se o feixe de planos paralelos dados por x+y−z+d = 0 (d∈R
fixado para cada plano), que admite o vetor normal −→v1× −→v2 = (1,1,−1) (cf. caminho anterior). Sendo tal vetor ortogonal aos vetores diretores de r1 er2,
tem-se estas retas s˜ao paralelas ao feixe de planos e, portanto, cada uma est´a contida num deles. Calcula-se d para o plano Π′ (no feixe) que cont´em a
retar calculando-sed=−(x+y−z) no ponto P∴d1 =−(1 + 2−3) = 0 e
10
Tal f´ormula pode ser interpretada como a altura obtida ao se dividir o volume do paralelep´ıpedo de lados n˜ao-paralelos representando (a menos de sentido) os vetores−−−→P1P2,
−→
v1e−v→2pela ´area da base dada por um paralelogramo cujos lados n˜ao-paralelos representam
(a menos de sentido)−v→1e−v→2. Aquela f´ormula tamb´em pode ser interpretada como a norma
d2 =−(5 + 4−3) =−66=d1 ∴Π′1 e Π′2 s˜ao paralelos∴ r1 e r2 s˜ao reversas.
dist (r1, r2) = dist (Π′
1,Π′2) = |
d1−d2|
−→v1× −→v2
= p |0−6|
12+ 12+ (−1)2 =
6 √
3 = 2 √
3.
42.c: Qualquer reta contida em Π e que n˜ao pertence aF pode ser utilizada porque, n˜ao tendo a mesma dire¸c˜ao que os elementos de F (os quais s˜ao as retas em Π com dire¸c˜ao do vetor (1,1,1)), s´o lhe resta ser concorrente a tais retas como posi¸c˜ao relativa. Da parametriza¸c˜ao dada para Π, facilmente se reconhece uma reta apropriada p: (x(s), y(s), z(s)) = (0,1,2) +s(−1,2,3), onde s∈R. Logo: x(s) =−s, y(s) = 1 + 2s, e z(s) = 2 + 3s, ondes ∈R.
43.a: Analogamente ao que foi feito no ´Item 42.c, Qualquer reta contida em Π e que n˜ao pertence a F (isto ´e, que n˜ao ´e paralela ao vetor −→v = (1,1,1)) pode ser utilizada. Precisa-se de um ponto de Π e de um vetor diretor −
→w dele que n˜ao ´e m´ultiplo de −→v (este tamb´em ´e um vetor diretor de Π). De sua equa¸c˜ao geral, Π admite o vetor normal −→n = (4,−1,−3). Pode-se tomar, por exemplo, −→w = −→n × −→v, o qual ´e diretor de Π (por ser orto-gonal a −→n) mas n˜ao ´e m´ultiplo de −→v (por ser n˜ao-nulo ortogonal a −→v): −
→w = (4,−1,−3)×(1,1,1) = (−1−(−3),−3−4,4−(−1)) = (2,−7,5). Para se achar um ponto P0 de Π, pode-se, por exemplo, dar valor 0 a duas vari´aveis convenientes (ex.: x e z), resolvendo-se a equa¸c˜ao geral de Π para a vari´avel restante (aqui, y): 1 = 4x −y−3z = 0 −y+ 0 ∴ y = −1 ∴
(0,−1,0)∈Π. No entanto, para simplificar a resolu¸c˜ao dos ´ıtens 43.d e 43.e, o ponto a ser utilizado ser´a o ponto H = (9,−1,12) do ´Item 43.b: Com isto,
p: (x(s), y(s), z(s)) =H+s→−w = (9,−1,12) +s(2,−7,5), ondes ∈R. Logo:
x(s) = 9 + 2s, y(s) = −1−7s, e z(s) = 12 + 5s, ondes∈R.
43.b: Como na primeira solu¸c˜ao para o ´Item 38.a, −→n define a fun¸c˜ao de n´ıvel Ψ((x, y, z)) = 4x−y−3z com valor 1 em Π, e com valor em P dado por ψ(P) = Ψ((1,1,18)) = 4−1−3·18 =−51. Mas
−→n
=||(4,−1,−3)||= √
42+ 12+ 32 =√16 + 1 + 9 =√26∴
dist(P,Π) = |Ψ(P)−1|
−→n
= | −√51−1|
26 =
52 √
26 ∴ dist(P,Π) = 2 √
26.
ponto P. Tal reta admite a equa¸c˜ao vetorial: (x(t), y(t), z(t)) = P +t−→n, onde t∈ R. Substituindo-se na equa¸c˜ao de Π:
1 = 4x(t)−y(t)−3z(t) = Ψ(P) +−→n · t−→n
=−51 +t −→n
2
=−51 + 26t∴
t = 52/26 = 2∴H =P+2−→n = (1,1,18)+2 (4,−1,−3) = (1+8,1−2,18−6) ∴H = (9,−1,12).
43.c: Como 3 < 2√26 = dist(P,Π), n˜ao ´e poss´ıvel para uma reta con-tida em Π distar 3 do ponto P.
43.e: H ´e o ´unico ponto de Π que realiza a distˆancia 2√26 entre P e Π e, sendo as retas de F contidas em Π, apenas aquela que cont´em H dista 2√26 de P. Como H pertence `a reta p,H identifica a reta desejada11.
43.d: Primeiro, observe-se que, devido `as constru¸c˜oes de −→w e p, o ponto mais pr´oximo de P em cada reta r de F ´e, precisamente, o ponto P(s0) em que r a reta p (Da´ı, este ponto realiza a distˆancia entre r e P). De fato,
r : R(t) = (x(t), y(t), z(t)) = P(s0) +t−→v = (H+s0−→w) +t−→v, onde P(s0) corresponde ao valors=s0(fixado) na equa¸c˜ao vetorial dep. J´a o parˆametro
t ∈R, gerandor a partir deP(s0) pela a¸c˜ao dos m´ultiplos de −→v. Assim:
dist (P, R(t)) =
−−−−→
P R(t) = −−→
P H +s0−→w +t−→v
Como −−→P H, −→w e −→v s˜ao ortogonais, o quadrado da distˆancia acima ´e dada pela express˜ao abaixo (aplicando-se o teorema de Pit´agoras duas vezes):
(dist (P, R(t)))2 = −−→ P H 2 + s0−→w
2 + t−→v
2 = −−→ P H 2
+s20 −→w
2
+t2 −→v
2
Esta express˜ao se minimiza quando t = 0, mostrando que o ponto P(s0)
realiza a distˆancia dist (P, r). Continuando-se o c´alculo acima (o(a) leitor(a) pode calcular as normas `a parte):
262 = (dist (P, r))2 = (dist (P, P(s0)))2 = −−→ P H 2
+s20 −→w
2
= 4·26+s20·78
∴78s20 = 26(26−4) = 26·22∴3s20 = 22∴s0 =±
r 22
3
11
Portanto, os dois pontos de p que identificam as retas desejadas s˜ao dados, em termos de a¸c˜ao, por: H±q223 −→w.
44.b: Pode-se decompor o quadril´atero irregular MNP R nos triˆangulos
MP N eMP R, os quais compartilham a diagonalMP (ou, alternativamente, nos triˆangulos NRM e NRP atrav´es da diagonal NR). Tem-se que a ´area dele ´e igual `a soma das ´areas dos dois triˆangulos12. Cada uma destas ´areas
´e metade da ´area de um paralelogramo com dois lados n˜ao-paralelos no tri-ˆangulo em quest˜ao, a qual ´e, por sua vez, igual `a norma do produto vetorial de vetores representados por aqueles lados (orientando-se estes):
−−→
MN =N −M = (1,3,2)−(−1,0,1) = (1 + 1,3,2−1) = (2,3,1), −−→
MP =P −M = (0,1,2)−(−1,0,1) = (0 + 1,1,2−1) = (1,1,1) e −−→
MR =R−M = (−7,−10,−1)−(−1,0,1) = (−6,−10,−2)∴
−−→
MP×−−→MN = (1,1,1)×(2,3,1) = (1−3,2−1,3−2) = (−2,1,1),
−−→
MP×−−→MR= (1,1,1)×(−6,−10,−2) =
= (−2−(−10),−6−(−2),−10−(−6)) = (8,−4,−4) = −4−−→MP ×−−→MN
Portanto, a ´area A desejada ´e igual a:
1 2
−−→
MP ×−−→MN +
1 2
−4 −−→MP ×−−→MN =
1 +| −4| 2
−−→
MP ×−−→MN =
= 5 2
p
(−2)2+ 12+ 12 = 5
2 √
4 + 1 + 1 = 5 2
√
6∴A = 5
2 √
6.
12