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Professora Bruna Rodrigues Disciplina: Álgebra Linear
Tema 5 – Espaço Vetorial
1. Espaços Vetoriais
1.1. Espaço Vetorial Real
Seja um conjunto V, não vazio, sobre o qual estão definidas as operações de adição e multiplicação por escalar, isto é:
∀ u, v ∈ V, u +v ∈ V;
∀ α ∈ ℝ, ∀ u ∈ V, α.u ∈ V.
O conjunto V com estas duas operações é chamado de Espaço vetorial real se forem identificados os seguintes axiomas:
A) Em relação à adição:
- A1) (u + v) + w = u + (v + w), ∀ u, v, w ∈ V (associativa);
- A2) u + v = v + u, ∀ u, v ∈ V (comutativa);
- A3) 0 ∈ V, ∀ u ∈ V, u + 0 = u (elemento neutro);
- A4) ∀ u ∈ V, (-u) ∈ V, u + (-u) = 0 (simétrico).
M) Em relação à multiplicação por escalar:
∀ u, v ∈ V e ∀ α, β ∈ ℝ:
- M1) (αβ)u = α(βu) (associativa);
- M2) (α + β)u = αu + βu (distributiva);
- M3) α (u + v) = αu + αv (distributiva);
- M4) 1u = u (elemento neutro)
A definição genérica dada é conveniente para tratar como espaços vetoriais diversos conjuntos.
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Dentre eles, citamos:
ℝ² (plano);
ℝ³ (espaço);
M (m. n) que representa o conjunto de todas as matrizes com m linhas e n colunas.
Exemplo:
1) Verifique, com as operações usuais, se o conjunto A = {(x, 2x, 3x); x ∈ ℝ} é espaço vetorial.
2) Verifique se o conjunto B = {(x, y) ∈ ℝ²| (x, y) + (x’, y’) = (x+x’, y) e α(x, y) = (αx, αy), ∀ α ∈ ℝ} é espaço vetorial:
1.2.Exercícios
1) Verifique se o conjunto A = {(x, y) ∈ ℝ²| y = 5x} é espaço vetorial.
2) Verifique, com as operações usuais, se o conjunto A = {(x, y) ∈ ℝ²| (x, y) + (x’, y’) = (x, y) e α(x, y) = (αx, αy), ∀ α ∈ ℝ} é espaço vetorial:
3) Verifique se o conjunto B = {(x, y) ∈ ℝ²| (x, y) + (x’, y’) = (x+x’, y+y’) e α(x, y) = (αx, 0), ∀ α ∈ ℝ} é espaço vetorial:
4) No espaço vetorial real M (3,2), considere os vetores: A = ( 1 1 0 0 0 0
), B = ( 0 1 2 1 1 1
) e C =
( 1 2 1 0 0 −1
) para calcular:
a) 2A + B – C;
b) X ∈ M (3,2) tal que (A + X)/2 – (X – B)/2 = C;
c) t1 e t2 tais que A= t1. B + t2.C, sendo t1 e t2 números reais.
2. Dependência Linear
Seja V um espaço vetorial sobre ℝ. Em V, o conjunto A = {u1, u2, ..., un} é linearmente independente (L.I) se, e somente se, a igualdade α1. u1 + α2. u2+ ...+ αn. un = 0 com α ∈ ℝ só for possível para α1 = α2 = ... = αn = 0.
Caso contrário, esse conjunto será linearmente dependente (L.D).
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Exemplo:
Verifique se o conjunto A={(1, 1, 0, 0), (0, 2, 1, 0), (0, 0, 0, 3)} ℝ4 é LI ou LD.
2.1.Exercícios
1) Verifique se o conjunto B={(2,- 1, 0), (-1, 3, 0), (3, -4, 0)} ℝ3 é LI ou LD.
2) Mostre que, no espaço vetorial ℝ3, os vetores v1 = (6, 2, 3) e v2 = (0, 5, 3) são L.I.
3) Mostre que em ℝ2, os vetores c1 = (1,0), c2 = (0,1) e w = (7, 4) são L.D.
4) Determine α ℝ de modo que o conjunto {(1, 0, α), (1, 1, α), (1, 1, 2²)}, de vetores ℝ3, seja L.I.
5) Verifique se os vetores
u = (1, 8, 2),
v = (2, 1, 5) e
w = (1, 2, 4) são linearmente dependentes (LD) ou independentes (LI).
6) Determine k para que os vetores
u = (3, 6) e
v = (2, k + 1) sejam linearmente independentes (LI).
3. Subespaços vetoriais
Seja V um espaço vetorial e S um subconjunto não vazio de V. O subconjunto S é um subespaço vetorial de V se S é um espaço vetorial em relação à adição e à multiplicação por escalar definidas em V.
Exemplos:
1) Sejam V = ℝ3 e S = {(x, y, 0); x, y ∈ ℝ}. Mostre que S é subespaço vetorial de ℝ3. 2) Sejam V = ℝ2 e S = {(x, y) ∈ ℝ²| y = 4 – 2x}. Verifique se S é subespaço vetorial de
ℝ2.
3) Sejam V = ℝ3 e S = {(x, y, z) ∈ ℝ³| ax + by + cz = 0}. Verifique se S é subespaço vetorial de ℝ2.
3.1.Exercícios
1) Verifiq ue se os seguintes subconjuntos de ℝ2 são subespaços:
a) S = {(x, y) ∈ ℝ2| x = y}.
b) U = {(x, y) ∈ ℝ2| x = 0}.
c) W = {(x, y) ∈ ℝ2| y = -x}.
d) V = {(x, y) ∈ ℝ2| y = x²}.
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2) Verifiq ue se os seguintes subconjuntos de ℝ2 são subespaços:
a) S = {(x, y, z) ∈ ℝ3| x = 4y e z = 0}.
b) U = {(x, y, z) ∈ ℝ3| z = 2x - y}.
3) Mostre que os seguintes subconjuntos de ℝ4 são subespaços:
a) W = {(x, y, z, t) ∈ ℝ4| x + y = 0 e z – t = 0}.
b) U = {(x, y, z, t) ∈ ℝ4| 2x + y – t = 0 e z = 0}.
4. Subespaços gerados
Quando um conjunto A = {u1, u2, ..., un} pode gerar, através de combinações lineares, qualquer elemento do subespaço S, com A S, então diz-se que S é subespaço gerado por A ou S = G(A).
Exemplo:
1) O conjunto A = {(1, 0), (0, 1)} gera o ℝ2, pois qualquer vetor v = (x,y) do plano pode ser gerado pela combinação linear x.(1, 0) + y.(0,1) = (x, 0) + (0, y) = (x, y).
Porém, o conjunto A = {(1, 0), (0, 1), (1,1)} não gera o ℝ3. Veja:
x.(1, 0) + y.(0,1) + z.(1, 1) ≠ (x, y, z)
2) Verifique se u = (1, 0) e v = (0, 1) e w = (7, 4) geram o ℝ³.
3) Verifique se u = (2,-1,3) e v = (0,-1,2) geram o ℝ³.
4.1.Exercícios
1) Verifique se os vetores u = (2, 2) e v = (-3, 2) geram o ℝ².
2) Mostre que os vetores u = (2, 1) e v = (1,1) geram o ℝ².
3) Determine os subespaços do ℝ3 gerados pelos conjuntos:
a) A = {(-1, 3, 2), (2, -2, 1)}
b) A = {(1, 0, 1), (0, 1, 1), (-1, 1, 0)}
4) Dado o subconjunto A = {v1 = (-1, 3, 1), v2 = (1, 2, 4)} ℝ3, r o subespaço G(A).
5. Base de um espaço vetorial
Um conjunto B, contido em um espaço vetorial V é uma base de V quando:
i) B é L.I.
ii) B gera V.
Exemplos:
B = {(1,1,1), (1,1,0), (1,0,0)} é base do ℝ3.
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Mostre que B = {(6, -9), (-4, 6)} não é base do ℝ2.
5.1.Exercícios
1) Verifique se o conjunto A = {(1, 1, 1), (0, 1, 1), (0, 0, 1)} gera o ℝ3. 2) Verifique se:
a) B = {(3, -1), (2, 3)} é base do ℝ2.
b) B’ = {(1,0,1), (0,-1,2), (-2,1,-4)} é base do ℝ3.
3) Verifique se o conjunto B = {(1, 3); (6, 2)} é uma a base o R2.
4) (CPII – 2007). Dos conjuntos de vetores abaixo, o que não forma uma base para o espaço vetorial R² é:
a) {(2, 1), (3, 0)} b) {(3, 9), (-4, -12)}
c) {(4, 1), (-7, -8)} d) {(-3, 7), (5, 5)}
5) (IFMG – 2015). Dados os vetores (1,1,1) , (0,0,1) e (0,1,1) é correto afirmar que a) Os vetores não formam uma base de ℝ³ pois são linearmente independentes.
b) Os vetores são linearmente dependentes
c) A condição de independência ou dependência linear não se constitui, por si só, um requisito para que dado conjunto de vetores formem uma base visto que é necessário ainda que 𝑉 = {𝑜}.
d) Se os vetores (1,1,1), (0,0,1) e (0,1,1) constituírem uma base é possível escrever as coordenadas de (1,2,0) em relação a esta base.
e) Os vetores possuem dimensões diferentes e, portanto, não podem constituir uma base
6. Funções Vetoriais
Dados dois espaços vetoriais V e W, diz-se que f é uma função de V em W ou transformação de V em W se, e somente se, cada vetor v ∈ V tem uma única imagem w ∈ W, que será indicado como w = f(v).
Exemplo:
Se f de ℝ2 em ℝ3 é definida por f(x, y) = (3x, - 2y, x-y). Determine:
a) f(-1, 5); b) para que se tenha f(v) = (6, -2, 1).