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Profissional da informação: análise nos periódicos científicos da área da Ciência da Informação e da Arquivologia

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL - IACS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO – GCI CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUIVOLOGIA

THAYS FERNANDES GOMES PEREIRA

Niterói 2015

PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO:

Análise nos periódicos científicos da área da Ciência da Informação e da Arquivologia.

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THAYS FERNANDES GOMES PEREIRA

PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO:

Análise nos periódicos científicos da área da Ciência da Informação e da Arquivologia.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Ciência da Informação e à Coordenação de Arquivologia da Universidade Federal Fluminense, como requisito para obtenção do Grau de Bacharel. Área de Concentração: Arquivologia.

Orientador:

Professora Ms. Raquel Luise Pret Coelho

Niterói 2015

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá

P436 Pereira, Thays Fernandes Gomes.

Profissional da informação: análise nos periódicos científicos da área da Ciência da Informação e da Arquivologia / Thays Fernandes Gomes Pereira. – 2015.

88 f.

Orientadora: Raquel Luise Pret Coelho.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Arquivologia) – Universidade Federal Fluminense, 2015. Bibliografia: f. 81-88.

1. Arquivista. 2. Bibliotecário. 3. Periódico científico. I. Coelho, Raquel Luise Pret. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Arte e Comunicação Social. III. Título.

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THAYS FERNANDES GOMES PEREIRA

PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO:

Análise nos periódicos científicos da área da Ciência da Informação e da Arquivologia.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Ciência da Informação e à Coordenação de Arquivologia da Universidade Federal Fluminense, como requisito para obtenção do Grau de Bacharel. Área de Concentração: Arquivologia. APROVADO EM: / / BANCA EXAMINADORA ______________________________________________

Orientador: Professora Ms. Raquel Luise Pret Coelho

Universidade Federal Fluminense - UFF

______________________________________________

Professora Drª Clarissa Moreira dos Santos Schmidt

Universidade Federal Fluminense - UFF

______________________________________________

Professora Drª Lídia Silva de Freitas

Universidade Federal Fluminense - UFF

Niterói 2015

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DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso a Deus, especialmente, e aos meus pais, Rosangela e José Carlos, com muito amor, carinho e gratidão.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, com toda gratidão, por ter me dado força e sabedoria para chegar até aqui. Nas horas mais difíceis, o Senhor me consolou e me sustentou, com todo seu amor.

Aos meus pais, José Carlos e Rosangela, por todo o amor, carinho, dedicação e incentivo ininterrupto, durante toda a minha vida. Nesses quatro anos de correria, entre Itaboraí X Niterói, vocês foram verdadeiras fontes de inspiração e motivação, para que essa trajetória acadêmica se concretizasse. Sem vocês esta conquista não seria possível.

À minha professora orientadora Raquel Pret, pela paciência e dedicação no decorrer de todo o processo de elaboração do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Suas orientações e considerações foram de suma importância para este projeto, e também serão fundamentais para minha vida profissional, pois me possibilitou a ter um pensamento mais crítico sobre as questões da área arquivística.

À Universidade Federal Fluminense e a todo o corpo Docente do curso de Arquivologia, por todo o estímulo que fizeram para que eu me tornasse uma profissional mais crítica e investigadora de novos saberes.

Aos meus amigos e irmãos de toda vida (Alessandro, Alan, Marcos, Wagner, Leidy, Fabi, Thaís, Tiod Seia, Renata, Priscila, Jeremias e tia Rachel) pela paciência e compreensão, pelas festas e eventos que eu não compareci, devido às provas e os trabalhos infinitos. Obrigada, pela força e incentivo de cada um de vocês.

Aos amigos que a UFF me presenteou (Ju, Jeck, Diego, Thales, Vitor, Cláudia e Camila), por todo apoio e incentivos constantes. Agradeço por me aturarem (no atraso, na correria, no desespero, no aprendizado e na alegria) nesses quatro anos de faculdade. O curso de Arquivologia me deu mais que amigos, me deu irmãos e parceiros que levarei para toda minha vida. Obrigada, por fazerem parte da minha formação profissional e por terem acreditado em mim.

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“Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer”.

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RESUMO

Analisa os estudos científicos sobre o profissional da informação nos periódicos da área da Ciência da Informação e da Arquivologia. Apresenta uma pesquisa quantitativa com base nos periódicos científicos: Ciência e Informação, Perspectiva da Informação; Acervo; e Arquivo e Administração. Aponta a quantidade de artigos científicos referentes ao profissional da informação, ao arquivista e as suas técnicas, produzidos no período entre 2009 e 2014. Mostra que o exercício realizado pelo profissional da informação é de fundamental importância no atual cenário mundial, pois, o mesmo trata, organiza e dissemina a informação para a sociedade. Percebe que o cientista da informação, o bibliotecário e o arquivista são vistos como profissionais da informação, porém, suas áreas indicam procedimentos e técnicas diferentes no tratamento da informação. A própria concepção de informação possui especificidades de seus respectivos campos de atuação. Nota-se que a Arquivologia, apesar de ser considerada uma sub-área da Ciência da Informação, ainda não possui uma presença consolidada no campo, pois, nota-se que a produção de artigos é rarefeita. Dos artigos analisados sobre a temática profissional da informação, o arquivista poucas vezes é considerado um profissional da informação.

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ABSTRACT

This work analyzes the scientific studies about the Information Scientist in journals related to the information and archival sciences fields. It presents a quantitative research based on scientific journals: Ciência e Informação; Perspectiva da Informação; Acervo; e Arquivo e Administração. It also indicates the number of scientific studies related to the information scientist, to the archival scientist and their techniques, and produced in the period between 2009 and 2014. It shows that the exercise performed by information scientists is of utmost importance in the current world scenery, for it curates, organizes and disseminates information to society. It describes that the librarian, the information scientist and the archival scientist are seen, all of them, as information scientists, however, those professionals have different informations to work with, that is, each one of them works with its specific information from its own work field. It is noticed that the archival science does not have a consolidated presence on the field of information science yet, because the area still does not have support on literature and, by that, the archival scientist, in some cases, is not considered an information scientist.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Campos interdisciplinares da ciência da informação...23 FIGURA 2- Página de pesquisa do portal da revista Ciência da Informação (busca pelo

descritor profissional da informação)...50

FIGURA 3- Página de pesquisa do portal da revista Ciência da Informação (busca pelo

descritor bibliotecário)...52

FIGURA 4- Página de pesquisa do portal da revista Ciência da Informação (busca pelo

descritor documentalista)...53

FIGURA 5- Página de pesquisa do portal da revista Ciência da Informação (busca pelo

descritor arquivista)...54

FIGURA 6- Página de pesquisa do portal da revista Perspectivas em Ciência da Informação

(busca pelo descritor profissional da informação e bibliotecário)...57

FIGURA 7- Página de pesquisa do portal da revista Perspectivas em Ciência da Informação

(busca pelo descritor documentalista)...60

FIGURA 8- Página de pesquisa do portal da revista Perspectivas em Ciência da Informação

(busca pelo descritor arquivista)...61

FIGURA 9- Página de pesquisa do portal da revista Acervo (busca pelo descritor

profissional da informação)...64

FIGURA 10- Página de pesquisa do portal da revista Acervo (busca pelo descritor

bibliotecário)...65

FIGURA 11- Página de pesquisa do portal da revista Acervo (busca pelo descritor

arquivista)...66

FIGURA 12- Página, das publicações digitalizadas, do Portal da revista Arquivo e

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1- Apresentação do total de artigos encontrados com os descritores: profissional

da informação, bibliotecário, documentalista e arquivista, no periódico Ciência da Informação

(2009-2014)...55

GRÁFICO 2- Apresentação do total de artigos encontrados com os descritores: profissional

da informação, bibliotecário, documentalista e arquivista, no periódico Perspectivas em Ciência da Informação (2009-2014)...62

GRÁFICO 3- Apresentação do total de artigos encontrados com os descritores: profissional

da informação, bibliotecário, documentalista e arquivista, no periódico Acervo (2009- 2014) ... 68

GRÁFICO 4- Apresentação do total de artigos referentes ao arquivista no periódico Arquivo

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1- Artigos, da revista Ciência da Informação, referentes ao profissional da

informação, mas que foge do tempo estabelecido na pesquisa...51

QUADRO 2- Artigos, da revista Perspectivas em Ciência da Informação, referentes ao

profissional da informação, mas que foge do tempo estabelecido na pesquisa...59

QUADRO 3- Apresentação de todos os artigos publicados entre 2009 e 2014. (Revista

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...13 1.1 OBJETIVOS...18 1.2 JUSTIFICATIVA...19 1.3 QUADRO TEÓRICO...19 1.4 METODOLOGIAS E FONTES...20 2 O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO...22

2.1 A DIFICULDADE DE CONCEITUAR O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO...24

2.2 ATIVIDADES DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO...29

2.2.1 Gestão de documentos...30

2.2.2 Gestão da informação...34

2.2.3 Gestão do conhecimento...37

3 A INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, DA ARQUIVÍSTICA E DA BIBLIOTECONOMIA...39

3.1 A INFORMAÇÃO NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO...39

3.2 A INFORMAÇÃO NA ARQUIVOLOGIA...41

3.3 A INFORMAÇÃO NA BIBLIOTECONOMIA...42

4 ANÁLISE NOS PERIÓDICOS CIENTÍFICOS...45

4.1 APRESENTAÇÃO DOS PERIÓDICOS...46

4.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS DA ANÁLISE...48

4.3 A IMPORTÂNCIA DOS PERIÓDICOS CIENTÍFICOS...75

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...77

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1 INTRODUÇÃO

A Ciência da Informação teve seu surgimento influenciado pela II Guerra Mundial. O surgimento da ciência da informação também foi marcado pela Guerra Fria, pois, nessa época, os Estados Unidos e a União Soviética produziram uma enorme quantidade de informação cientifica e tecnológica “sem precedentes.” Ambos os países tinham como objetivo criar novos conhecimentos e estratégias para continuarem sendo os principais blocos econômicos. Por consequência disso, houve uma enorme explosão da informação cientifica que “exigia meios cada vez mais sofisticados e rápidos para que a informação científica e tecnológica pudesse ser usada como recurso econômico e político.” (FONSECA, 2005, p. 17). Portanto, a Ciência da Informação, enquanto campo do conhecimento surgiu da necessidade de melhorar as formas de acesso da documentação e recuperação da informação para o desenvolvimento de áreas estratégicas de países envolvidos na disputa pela primazia tecnológica e científica.

Esses eventos históricos impulsionaram a Ciência da Informação a se fortalecer e se tornar uma ciência autônoma. Conforme Saracevic (1996, p. 46) “a CI desenvolveu-se historicamente porque os problemas informacionais modificaram completamente a sua relevância para sociedade [...]”. Fonseca (2005) corrobora tal afirmativa ao indicar que a transformação do campo informacional na segunda metade do século XX levou a uma nova questão: a efetividade da informação comunicada, deixando em segundo plano a “definição de documentação”, tema tão caro aos documentalistas do início do século.

No entanto, nas últimas décadas a área da Ciência da Informação tem ampliado suas abordagens acerca de seu objeto, há múltiplas visões que não poderiam ser esgotadas neste trabalho. Ainda assim, nota-se pelas produções analisadas que há uma preocupação constante do campo com as formas de mediação da informação nas relações sociais. Visto isto, nota-se uma nova preocupação em relação ao uso da informação. Sendo assim, a Ciência da Informação, conforme Fonseca (2005), juntamente com o pensamento dos autores Shera e Clevelend, é a ciência que vai se preocupar em analisar as características e os comportamentos da informação. O agente que manipula, seleciona, organiza, reflete e auxilia a acessibilidade e uso desta mesma informação é caracterizado como profissional da informação.

O campo da Ciência da Informação tem por característica a sua relação interdisciplinar com outras áreas do conhecimento como: a Arquivística, a Biblioteconomia, a Informática, a Linguística, a Comunicação, entre outros. Para fundamentar essa idéia a autora

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Fonseca (2005, p.27) diz que: “[...] essa ciência em gestação seria constituída por várias ciências da informação, como por exemplo, a arquivística, a biblioteconomia, a informática, o jornalismo e a comunicação, as quais têm como objetivo de pesquisa imediato a transferência da informação”.

Diante disso, abordaremos neste estudo os profissionais responsáveis pela origem, armazenamento, disseminação e uso da informação. Nesta pesquisa, focamos na compreensão do cientista da informação, do bibliotecário e do arquivista como profissionais da informação. Ademais, procuramos perceber como as áreas da Ciência da Informação e da Arquivística têm definido o conceito e perfil do profissional da informação.

 Cientista da informação

O cientista da informação em consonância com a literatura da área é considerado um novo profissional da era informacional, pois suas atividades estão associadas às técnicas que se preocupam em organizar, representar, armazenar e disponibilizar a informação para os indivíduos. O cientista da informação não possui uma definição consolidada, por isso, se apóia nas práticas informacionais de outras áreas do conhecimento, como exemplo: as práticas da Arquivologia, da Biblioteconomia, da Computação e da Comunicação.

Segundo Barreto (2008, p.6) o Vannervar Bush é considerado um dos pioneiros da Ciência da Informação, devido ao fato do mesmo ter publicado um artigo, em 1945, mencionando a importância de uma mudança de paradigma na área da informação em ciência e tecnologia e nas abordagens dos seus profissionais, pois faltava na área embasamento teórico e metodológico sobre a “organização, representação e processamento da informação para sua armazenagem e recuperação pelo usuário”. Ou seja, entende-se que Bush foi um dos predecessores dos estudos sobre o cientista da informação, pois o mesmo “introduziu a noção de associação de conceitos ou palavras para organização da informação, pois este seria o padrão que o cérebro humano utiliza para transformar informação em conhecimento” (BARRETO, 2008, p.6).

Após Bush ter incentivado as mudanças das abordagens dos profissionais que trabalhavam com a informação, algumas conferências foram realizadas, como a: “Royal Empire Society Scientific Conference” em Londres (1946); e a “Royal Society Scientific Information Conference” no mesmo local, mas realizada em 1948. Ambas as conferências

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reuniram cientistas de diversas áreas do conhecimento com o objetivo de resolver problemas de organização, recuperação e acesso a informação. (BARRETO, 2008)

Visto isso, observa-se que o cientista da informação, antes da ascensão do uso exponencial dos novos meios de informação e comunicação (internet), já se preocupava em organizar e disponibilizar a informação, contida nos documentos (em suporte papel), para o público. Hoje em dia o papel do cientista da informação não foge deste contexto, ou seja, o mesmo também organiza e facilita o acesso a informação, mas em um novo suporte o digital. Conforme Barreto (2008, p.10) “As reais modificações que as tecnologias intensas da informação trouxeram foi uma nova forma de lidar com o acesso a informação e as modificações relacionadas ao tempo e ao espaço de sua transferência”. Com isso, pode-se dizer que o cientista da informação aprimora suas técnicas informacionais conforme as transformações tecnológicas, mas mantém seu objetivo informacional que é disponibilizar, de forma organizada, o conhecimento para a sociedade.

Portanto, o cientista da informação exerce suas atividades pautadas nas questões científicas, tecnológicas e nos problemas de comunicação da informação (tratamento e uso do conhecimento).

 Arquivista

Os documentos criados ou acumulados em decorrência de uma ordem natural, por uma instituição (publica ou privada) ou até mesmo por um indivíduo, poderão ser denominados de arquivo. Conforme Schellenberg (2006, p.44- 45) “toda vez que os documentos escritos, embora classificados como manuscritos históricos, forem criados em consequência de uma atividade organizada - como por exemplos de uma igreja, de uma firma, ou até mesmo de um indivíduo - poderão ser considerados arquivos”.

Bellotto (2006. p. 38) de forma mais aprofundada diz que o arquivo é:

Órgão receptor (recolhe naturalmente o que o produz a administração pública ou privada ao qual serve) e em seu acervo os conjuntos documentais estão reunidos segundo uma origem e função, isto é, suas divisões correspondem ao organograma da respectiva administração; que os objetos primários do arquivo são jurídicos, funcionais e administrativos e que os fins secundários serão culturais e de pesquisa histórica, quando estiver ultrapassando o prazo de validade jurídica dos documentos (em outras palavras por cessarem as razões por que foram criados); e que a fonte geradora é única, ou seja, é a administração ou é a pessoa à qual o arquivo é ligado.

O arquivo é composto por diversos tipos de documentos como, por exemplo, o manuscrito, o digital, o sonoro, o audiovisual, o iconográfico, entre outros, mas, sempre com um único exemplar. E esses documentos vão formar o fundo (documentos unidos pela sua

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origem). O arquivo tem por finalidade atender a instituição administrativa à qual está inserida. O arquivo tanto serve de testemunho das ações realizadas como serve para preservar a memória da uma empresa ou pessoa.

Visto isto, o papel do arquivista1 está relacionado à criação, uso, manutenção e eliminação ou guarda permanente dos documentos. Schellenberg (2005) mostra, em seu texto, algumas técnicas a serem realizadas pelo arquivista para melhor organização e disseminação da informação documental, como: a avaliação e seleção, o arranjo dos documentos e a descrição. “[...] o arquivista deve estar bem seguro, na sua análise, da organização e funcionamento do organismo com o qual trata a ter amplo conhecimento das prováveis necessidades e interesse de pesquisa”. (SCHELLENBERG, 2005, P. 48).

Entre estas atividades básicas apresentadas, no âmbito da arquivologia temos também o papel do “gestor de documentos” ou “records manager”. Essa expressão nasceu junto ao conceito de gestão de documentos, no final do século XIX e no decorrer do século XX, com a finalidade de reduzir a grande massa documental produzida nessa época. O gestor de documentos tem como objetivo gerir o documento na fase corrente e intermediária nas instituições. Conforme a literatura da área, o conceito de gestor de documentos e arquivista é visto de forma distinta, ou seja, o arquivista é entendido como o profissional que trabalha somente com arquivo permanente e o gestor de documentos como o profissional que trabalha somente com atividades administrativa dos órgãos. “Tal cisão vai muito além do que se poderia qualificar como questões corporativas e profissionais, chegando mesmo a estabelecer uma separação entre a arquivologia e a gestão de documentos.” (FONSECA, 2005. P.47)

Porém, cabe ressaltar que a arquivística é a disciplina que trata, organiza e dissemina a informação orgânica(documental) de um órgão ou pessoa. Ou seja, o arquivista tanto pode gerir os documentos na fase administrativa (records management) como na forma tradicional (arquivo permanente). Conforme Rosseau e Couture (1998), que trabalham com a perspectiva da arquivística integrada, mencionam que uma vez que o arquivo é um conjunto orgânico, o arquivista deve tratar o documento em todo o seu ciclo. Contudo, o arquivista além de ser o profissional que trabalha com técnicas tradicionais (ou seja, técnicas voltadas para guarda e preservação dos documentos) vem adquirindo seu espaço no campo da Ciência da Informação como novo profissional da informação, utilizando os novos métodos da gestão de documento nos meios eletrônicos.

1 Arquivista é o “profissional de nível superior, com formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo estado”. Conceito retirado do: ARQUIVO NACIONAL. Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005.

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O arquivista e o bibliotecário são profissionais que se preocupam em tratar e disseminar as informações registradas. Mas, o que diferencia o arquivista do bibliotecário é que o primeiro trabalha com a informação orgânica e o segundo trabalha com informação avulsa, ou seja, cada documento da biblioteca tem o seu valor próprio.

 Bibliotecário

A biblioteca é formada por documentos “impressos ou áudios visuais resultantes de atividade cultural e técnica ou cientifica, seja ela criação artística - literária, pesquisa ou divulgação” (BELLOTTO, 2006, p. 36). A biblioteca segundo Schellenberg (2005, p. 44) é um centro cultural formado por peças avulsas “cujo valor inteiramente independe da relação que mantêm entre si”. A biblioteca tem por finalidade instruir e ensinar a população tanto na fase infantil como na fase adulta. A biblioteca ajuda no aprendizado da criança, auxilia na vida acadêmica e nas produções científicas e auxilia a todos os indivíduos de forma em geral. Um dos fatores que diferencia a biblioteca do arquivo é que a biblioteca possui documentos impressos e múltiplos, ou seja, o mesmo documento ou obra pode existir em diferentes bibliotecas (exceto as obras raras que possui apenas um exemplar) 2, já o arquivo é formado por documentos de exemplares únicos. Com isso, nota-se o que diferencia arquivos de bibliotecas é, sobretudo, o caráter orgânico dos documentos de arquivo. Os documentos de biblioteca encerram-se em si, são expressões que se encontram em suas unidades. A própria idéia de coleção apaga o contexto.

Bellotto (2006. P. 38) classifica a biblioteca como:

Órgão colecionador (reúne artificialmente o material que vai surgindo e interessando à sua especialidade), em cujo acervo as unidades estão reunidas pelo conteúdo (assunto); que os objetivos dessa coleção são culturais, técnicos e científicos; e que seus fornecedores são múltiplos (diferentes livrarias, editoras, empresas gráficas, empresas jornalísticas, laboratórios de microfilmes, etc.).

Visto isso, nota-se que o bibliotecário é o profissional que trabalha com a aquisição do documento, preservação e uso da informação. Mas para Santos (1996, p. 7), atualmente, o bibliotecário além de realizar suas atividades tradicionais, o mesmo também possui um “amplo domínio das habilidades referentes à organização do conhecimento, ao estabelecimento de pontos de acesso para recuperação da informação e sua disseminação”.

2 Informação retirada do texto: SCHELLENBERG, T. R. Paralelo entre biblioteca e arquivo. In: Schellenberg, T. R. Arquivos modernos: princípios e técnicas. Rio de Janeiro: ed. FGV, 2006. P.43-52.

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Nos dias atuais, o bibliotecário também é chamado de profissional da informação, pois, com base na literatura é a área mais próxima ao campo da Ciência da Informação. Segundo Cunha e Crivellari (2004, p 48), os bibliotecários, os cientistas da informação, os documentalistas, etc., são considerados profissionais da informação, porque realizam funções inteiramente ligadas a:

 Teoria e a prática da criação, acesso, validação, organização, transmissão, pesquisa e difusão da informação;

 Gestão dos recursos da informação; e

 Tecnologias especificas, da ciência da informação.

Se antes a visão do bibliotecário ou do arquivista era de “técnico em seu sentido estrito, hoje se impõe a visão do ‘manager’, racionalizando procedimentos (e gastos), indo em busca de (e compartilhando) recursos, estabelecendo parcerias e integrando sua unidade de informação a sistemas mais amplos” (GUIMARÃES, 1997, p. 129).

Dessa forma, este trabalho parte do esforço de tentar compreender como os campos da Ciência da Informação, da Biblioteconomia e da Arquivologia têm definido o profissional da informação e suas atribuições. Partimos do pressuposto que, embora sejam consideradas áreas interdisciplinares e mutuamente constitutivas, há grandes discrepâncias e discordâncias acerca das percepções destes profissionais. Muitas vezes as próprias áreas desconsideram os profissionais da informação como tais.

1.1 OBJETIVOS

Objetivo geral

Esta pesquisa tem como objetivo geral perceber como o profissional da informação é retratado nos periódicos da área da Ciência da Informação e da Arquivística.

Objetivos específicos

Investigar sobre o moderno profissional da informação; abordar as dificuldades das áreas em conceituar o profissional da informação; e apresentar as principais atividades desses profissionais.

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Descrever o tipo de informação que o profissional cientista da informação, arquivista e bibliotecário trabalham. Nota-se que estes três profissionais possuem relações no que tange ao tratamento e divulgação da informação, entretanto, cada área exerce suas funções especificas.

Analisar os resultados da pesquisa realizada com base nos periódicos científicos da área da Ciência da Informação e da Arquivologia; e por fim, abordar a importância dos periódicos científicos para consolidação dos campos dos saberes.

1.2 JUSTIFICATIVA

Na nova “era informacional” é indispensável à presença de um novo profissional o “profissional da informação”. O profissional da informação tem o papel de disseminar conhecimento e informação para sociedade. Hoje em dia, a informação é um bem importantíssimo, porque é através da mesma, que as instituições e pessoas comuns alcançam seus objetivos. Mas, é importante salientar, que são através de técnicas e métodos adequados que a informação chega de forma concisa para todos os cidadãos. É a partir dos novos meios de trabalhos (os computadores) e do aumento do uso da informação que surge a necessidade de novos tratamentos para a transmissão do conhecimento e um novo comportamento profissional. Ou seja, é a partir dessa preocupação que nasce a importância do profissional da informação.

Portanto, a justificativa para realização desta pesquisa é que, de alguma forma, este trabalho contribuirá para novos estudos referentes às técnicas e as habilidades relacionados aos profissionais da informação. Para a área de arquivologia este estudo é uma grande iniciativa, já que, temos poucas pesquisas científicas relacionando o arquivista como um profissional da informação. Além disso, é necessário um constante estudo sobre os novos perfis emergentes, pois, estamos vivendo em uma nova sociedade que nos impulsiona a reciclarmo-nos a cada dia mais.

1.3 QUADRO TEÓRICO

Para fundamentação do tema o “profissional da informação” foi feito uma abordagem teórica conceitual em consonância com os renomados autores da área. A literatura, para construção inicial da pesquisa, está apoiada nos autores Schellenberg, Fonseca e Bellotto.

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Os autores Malheiro e Ribeiro; Cunha e Crivellari; e Targino são utilizados para mostrar as dificuldades de se conceituar o profissional da informação.

Para abordar a gestão de documentos (desde o seu contexto histórico até sua função nos dias atuais) como uma das atividades do profissional da informação, foi utilizada como base conceitual, os autores Llansó I Sanjuan, Rhoads, Indolfo e Jardim. Já, para falar das atividades gestão de informação e gestão do conhecimento foi utilizado como fonte de estudo a obra do autor Vanderlei Batista dos Santos.

O cientista da informação, o arquivista e o bibliotecário nesta pesquisa são considerados com profissionais da informação, todos eles têm o papel de organizar, tratar e disseminar as informações na sociedade, porém, são contextos distintos. Com isso, apresentaremos os tipos de informações relacionadas às atividades de cada uma desses profissionais. Para isso, usaremos os estudos dos autores Cabral, Murguia, Saracevic, entre outros.

Por fim na última parte do trabalho tomaremos como inspiração a idéia da autora Muller que aborda a importância dos periódicos científicos para a consolidação dos campos dos saberes. Também adotaremos como referencial teórico o autor Terry Cook para analisar as principais atividades do profissional de arquivo como profissional da informação.

1.4 METODOLOGIAS E FONTES

Esta pesquisa adotou como metodologia a análise quantitativa dos periódicos científicos Ciência da Informação, Perspectivas em Ciência da Informação, Acervo e

Arquivo e Administração. Realizamos um corte cronológico entre o período de 2009- 2014

para mapear os últimos anos dos estudos científicos sobre o profissional da informação.

Acervo e Arquivo e administração são periódicos consolidados na área da Arquivologia, já

os periódicos Ciência da Informação e Perspectivas em Ciência da Informação foram analisados para conceituar de forma mais abrangente o profissional da informação. A análise desses quatro periódicos possibilitou que o conceito de profissional da informação fosse além do arquivista.

Foram selecionados alguns artigos, de forma amostral, para que pudéssemos investigar qualitativamente cada periódico. A análise qualitativa foi de suma importância para a pesquisa, pois, auxiliou na fundamentação conceitual de cada periódico.

Além da analise quantitativa e qualitativa foi realizada uma pesquisa bibliográfica, que selecionou alguns autores renomados e fontes mais atualizadas, na área da arquivística e

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da ciência da informação. Após a revisão literária (processo que fundamentou a contextualização teórica da pesquisa) foi realizado todo um planejamento para as posteriores fases do trabalho.

O intuito deste estudo é gerar uma reflexão sobre a realidade do atual cenário do profissional da informação na área da Arquivologia e da Ciência da Informação nesta emergente sociedade do conhecimento.

Segundo Bellotto (2006, p. 301): “[...] o desafio da credibilidade deve ser respondido com um grande esforço de comunicação, de aperfeiçoamento, de reciclagem, paralelamente ao entendimento da evolução das práticas profissionais, das técnicas que não cessam de se renovar, dos conhecimentos, das competências, dos procedimentos”.

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2 O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO

Na sociedade do conhecimento o profissional da informação tornou peça chave para as organizações e, de uma forma mais ampla, para as atividades que necessitam do uso da informação. Quando se fala profissional da informação, logo, está expressão nos remete ao termo “moderno profissional da informação (MPI)” 3

que está associado à nova sociedade informacional.

Esta sociedade de constantes transformações pode ser caracterizada pelo uso, predominante, da informação. Cabe ao profissional da informação e ao moderno profissional da informação (MPI) estar apto para produzir, tratar e disseminar, a mesma, em diferentes suportes, mas, com ênfase maior nos novos suportes digitais.

O profissional da informação é um grande aliado no avanço da globalização mundial. O principal papel desse profissional é lapidar a massa informacional que cresce cada vez mais neste cenário tecnológico. Com isso, nota-se, que o profissional da informação se renova juntamente com os avanços tecnológicos informacionais, pois, ambos auxiliam na disseminação e no acesso da informação. Segundo Targino (2000, P. 63):

O profissional da informação emerge pari passu com a sociedade da informação, que, por sua vez, apóia-se no avanço tecnológico, intimamente vinculado com o processo de globalização nos moldes atuais, porquanto a globalização pressupõe, irremediavelmente, acesso às novas tecnologias de informação e de comunicação, o que reforça a informação como mola propulsora das transformações que afetam a sociedade contemporânea.

O profissional da informação, de forma simplista, é aquele que trabalha com a informação tanto nos documentos em formato físico, quanto em formato eletrônico. Hoje em dia as transformações informacionais e tecnológicas afetaram a maioria das áreas do conhecimento. Logo, observa-se que os profissionais da informação, no contexto geral, possuem uma forte presença no novo cenário da ciência da informação. A ciência da informação está preocupada em tratar o uso dos novos conhecimentos informacionais. Neste mesmo sentido, o autor Castro (2000, p. 147-148) afirma que a ciência da informação é uma ciência interdisciplinar:

Sendo algumas áreas mais próximas a ela como a informática, a arquivística, a biblioteconomia, a documentação, e outras atuam na sua periferia [...] exercem o mesmo nível de importância que as centrais; a diferença é que estas têm uma relação mais direta e incisiva no construto dos seus referenciais teóricos e práticos. Logo, os

3

O termo moderno profissional da informação (MPI) está presente no texto: GUIMARÃES, J. A. C. Moderno profissional da informação: elementos para sua formação no Brasil. Transinformação, Campinas, v.9, n.1, p.124-137, jan./abr. 1997.

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profissionais que a este campo se dedicam passam a configurar os chamados profissionais/ cientistas da informação.

Figura 1 - Campos interdisciplinares da ciência da informação.

Extraído de: CASTRO (2000).

Baseando-se na análise da figura 1, concluímos que o profissional da informação a que nos referimos são aqueles que desenvolvem novos estudos direcionados a produção, armazenamento e tratamento e difusão da informação, independentemente, do suporte e obedecendo sempre a necessidade do público. Sendo assim, todos os arquivistas, os cientistas da informação e os bibliotecários deveriam ser entendidos como profissionais da informação, ou melhor, estes profissionais juntamente com os profissionais da computação são os mais indicados para trabalharem nessa sociedade informacional. Conforme Targino (2000, P. 64): “[...] todos os bibliotecários são ou deveriam ser profissionais da informação, mas nem todos os profissionais da informação são bibliotecários”.

Na literatura da área, muitas das vezes, este novo profissional é caracterizado pelos modernos perfis adquiridos. Porém, percebe-se que os arquivistas e os bibliotecários têm enraizado em sua formação profissional perfis tradicionais que vão ao encontro do

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desenvolvimento de técnicas, princípios e práticas para a organização e recuperação da informação. Com o desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação como a web é primordial uma mudança de postura destes profissionais. Se antes os arquivistas e os bibliotecários eram guardiões da informação hoje, os mesmos, precisão adotar novas atitudes e métodos de trabalho.

Com base nos textos de Castro (2000), Targino (2000) e Ribeiro e Malheiro (2004) foi possível analisar algumas habilidades que são exigidas do moderno profissional da informação. Este se qualifica com as atitudes que priorizam o acesso a informação, nos antigos e nos modernos suportes. Seu trabalho é, inteiramente, ligado a intermediação entre os provedores e, principalmente, os usuários da informação que precisam de novos conhecimentos para alcançar seus objetivos. Mas, para que esse trabalho ocorra, é essencial que o profissional da informação se harmonize com os novos perfis da denominada era informacional. Com base nessas informações, é necessário que este novo profissional tenha um perfil: criativo; proativo; de adaptabilidade; comunicativo; critico; de liderança; de sociabilidade; ético, entre outros.

O perfil Criativo, para os mesmos autores, é um dos principais atributos do moderno profissional da informação, pois, está ligado às competências cognitivas do individuo. Segundo Targino (2000), também pode ser definida com a expressão “buscar novas soluções para velhos problemas”.

Os perfis que marcam o profissional da informação são requisitos de extremo interesse nas instituições e na sociedade, pois, são atrativos ligados aos modernos e atualizados profissionais. E hoje em dia, com o aumento de competitividade, esses são os ingredientes vitais para uma boa atuação do profissional da informação, ou melhor, “[...] o domínio de determinadas competências leva os profissionais e as organizações que os empregam a fazer a diferença no mercado” (FARIA; OLIVEIRA et al, 2005, p. 31). Ou seja, se o gestor da informação utilizar essas técnicas tanto nas empresas como no cenário social, em geral, acarretará para, os mesmos, bons resultados nas realizações de suas atividades econômicas, sociais, educacionais e culturais.

2.1 A DIFICULDADE DE CONCEITUAR O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO

O tratamento da informação é algo primordial nesta nova fase em que o

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recursos possibilitam, cada vez mais, a produção e o uso da informação de forma desordenada. Para padronização do tratamento e uso da informação desde a criação até a disseminação da mesma é inevitável a presença de um profissional adequado. E o profissional mais qualificado para trabalhar com a informação é o novo profissional da informação. Mas, quem é o profissional da informação?

Antes de tentarmos definir quem é este profissional, iremos entender um pouco mais sobre informação e a profissão. A informação é um termo complexo de se definir, devido a sua transformação continua, ou seja, cada minuto e segundo a informação se renova e trás a tona novos “ingredientes” que podem ser acrescentados em sua própria definição. Neste sentido, pode-se dizer que informação é um termo de caráter multifuncional, que está relacionada às suas diferentes funções, objetivos e formas. Na conclusão da autora Targino (2000, p.63) a informação é um termo de “caráter camaleônico”, ou seja, a informação está sempre sofrendo mudanças.

Já para Freire (2010, p.5) “a informação, noção em si mesma difusa, está no centro da mudança mental e comportamental que ora vivemos”. Logo, a informação está em constante transformação e em consonância com a globalização. Por esse motivo, o conceito de informação é tão complexo de se definir. Mas, para muitos estudiosos da área a informação é simplesmente definida como interdisciplinar e como fenômeno primordial da era do conhecimento.

O termo profissão refere-se à função especifica que cada indivíduo possui perante a sociedade, melhor dizendo, é um saber especifico de cada indivíduo. Para Cunha e Crivellari (2004, p.39) a profissão “do ponto de vista da Sociologia das Profissões, possui essa dimensão cognitiva, ligada a saberes específicos apenas acessíveis ao grupo profissional que os detém”. Para legitimar a profissão perante a sociedade é necessário que cada atribuição tenha um contrato com uma comunidade especifica, pois, somente ela lhe dará direitos exclusivos no exercício de sua profissão. Segundo Cunha e Crivellari (2004, p.40) é com “o monopólio do conhecimento especializado que uma profissão detém e assegura seu lugar na hierarquia do sistema profissional, seu status e seu prestígio”.

Complementando esse ponto de vista, Targino (2000, p.63) diz que, “Profissão, do latim professione4, remete ao ato ou efeito de professar e, portanto, significa declaração ou

confissão pública de uma crença [...] conduzindo à concepção ampla de atividade ou ocupação especializada, que requer preparo e formação”.

4

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Portanto, observa-se que unindo estes dois termos profissão e informação a discussão fica mais complexa ainda. Pois, o termo informação não tem uma definição preestabelecida, logo, isso é um dos motivos pelo qual o profissional da informação recebe diversos conceitos dos estudiosos. O termo profissional da informação, como já foi dito acima, está associado àquele que trabalha com a informação. Mas, na análise da literatura, as dificuldades de conceituar o profissional da informação são inúmeras. Dentre elas, iremos abordar as relacionadas à formação profissional, ou melhor, as variedades de terminologia dada a este profissional e as competências que, muitas das vezes, caracterizam o profissional da informação.

A dificuldade de se definir o novo autor da sociedade da informação está nas diversas nomenclaturas dada ao mesmo. Sendo que realmente é difícil padronizar este profissional, porque a globalização afetou todas as áreas do conhecimento, com isso, é comum a diferenciação de conceitos de cada área. Ou seja, a incerteza das atividades realizadas por estes profissionais é conseqüência da própria “mutação” da informação.

Conforme (SERGEAN, 1977, p.7 apud por CUNHA E CRIVELLARI, 2004, p. 46):

A dificuldade de definir o campo da informação é conseqüência da própria natureza da informação. Este recurso difere dos outros porque não é o campo exclusivo de um grupo profissional, mas concerne todos os indivíduos. Por esta razão, as questões relativas aos limites deste campo podem ser definidas somente através de regras arbitrárias. O que concerne o especialista de informação em uma situação pode não lhe dizer respeito em outra situação [...]. O trabalho informacional é um trabalho que todo mundo realiza no sentido em que, em determinadas condições, um advogado, um economista ou um médico exercem atividades de informação.

Portanto, a definição de profissional da informação está associada ao campo de atuação pelo o qual estão inseridos. Na área da Arquivística, da Biblioteconomia e da Ciência da Informação, o profissional da informação é aquele cuja função é de “mediador da informação e precisa garantir a efetiva comunicação entre os autores do grupo informacional, o que evidencia a prevalência de um trabalho mais intelectual do que operacional” (BELLUZO, 2011, p. 66).

Conforme Carvalho (2002, p. 10) “O profissional da informação, inclusive o bibliotecário, é o mediador entre o acervo passivo e o usuário, tendo um papel relevante por lidar com questões especiais exigidas pela organização da documentação”.

Na visão da autora Targino (2000, p. 64) o profissional da informação é quem “adquire informação registrada, não importa que tipo de suporte, organiza, descreve, indexa, armazena, recupera e distribui essa informação tanto em sua forma original, como em produtos elaborados a partir dela [...]”.

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Já para os autores Cunha e Crivellari (2004) e Malheiro e Ribeiro (2004, p.2), o profissional da informação atinge uma extensa área de atuação, e isso, propicia a criação de inúmeras nomenclaturas. Na maioria das vezes, os novos cognomes, para o profissional da informação, estão associados às atividades exercidas pelos responsáveis técnicos que desempenham as atividades informacionais. E essa variedade de denominações engloba “profissões tradicionais, relativamente reconhecidas socialmente, e novas profissões que se vêm afirmando, sobretudo na última década”.

Na pesquisa realizada pelos autores Malheiro e Ribeiro (2004, p. 2-3), em Portugal, sobre o profissional da informação, foi possível observar a multiplicidade de nomenclaturas dadas aos responsáveis pelo tratamento e acesso as informações. Os autores ressaltaram que são nomenclaturas que poderiam ser classificadas “de forma genérica” como “profissional da informação”.

 Administrador de dados  Analista de informação  Arquiteto da informação  Arquivista

 Auditor de sítios web  Bibliotecários  Cibertecário  Cientista da informação  Cientista do conhecimento  Consultor em informação  Documentalista  Especialista em documentação

 Especialista em gestão do conhecimento  Gestor de conteúdos

 Gestor de documentos  Gestor de informação

 Gestor de recursos de informação  Gestor de sistemas de informação  Informatólogo

 Mediador de informação  Produtor de conteúdos digitais

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 Profissional da informação  Profissional do conhecimento  Técnico de documentação  Tecnólogo da informação

Essa variedade de nomenclaturas é decorrente do fator cultural, social e tecnológico que o mundo vem sofrendo. Mas, questiona-se por que a própria área não é precisa ao definir seu campo de atuação? Parece que muitas profissões podem ser consideradas como da área da informação o que acaba por caracterizar uma falta de identidade. Pode ser uma procura de legitimar a área da ciência da informação pela tentativa de adesão de outros campos. No entanto, acaba por não consolidar a sua própria práxis.

Porém, como é visto na literatura da área, o uso da informação e as atividades do profissional da informação não são questões recentes. E isto, pode ser confirmado com as atividades exercidas pelos bibliotecários, os arquivistas e os documentalistas que, desde tempos atrás, sempre se preocuparam com a organização e uso da informação. Com isso, nota-se que os exercícios praticados, hoje, pelo profissional da informação são bem antigos, pois, a informação é inerente a condição humana. De acordo com Malheiro e Ribeiro (2004), a necessidade do uso da informação, atualmente, atinge a maioria das áreas do conhecimento não só a biblioteconomia e arquivologia, ou seja, é uma prática profissional que “foi evoluindo, se complexificou à medida que a própria sociedade também se tornou mais estruturada e se adaptou a diferentes tecnologias de produção, uso e comunicação da informação” (MALHEIRO E RIBEIRO, 2004, p. 3).

Targino (2000, p. 64), corrobora este pensamento dizendo que:

Tanto pelo fato de tratar-se de um novo profissional (ou, pelo menos, assumindo novos papeis e funções) como, por se referir a uma atividade que incorpora aspectos multidisciplinares, não consolidados nos cursos de graduação, o profissional da informação ainda possui conceituação frágil. Como consequência, há uma serie de cognomes dispersos na literatura.

Neste contexto, nota-se que para atuar como profissional da informação é preciso que o indivíduo tenha uma formação balizada em nível “científico superior e pós-graduado capaz de desenvolver um campo de estudo teórico-prático próprio e de fecundas relações interdisciplinares em múltiplas esferas de abordagem” (MALHEIRO E RIBEIRO, 2004, p. 6). Por esse motivo, que a emergente ciência da informação começou se preocupar com estudos voltados as relações interdisciplinares existente no campo de atuação do profissional da informação.

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Saracevic defende que um dos objetivos da Ciência da Informação e facilitar a uso da informação entre os seres humanos. Logo, a Ciência da Informação é o estudo voltado para questões científicas e as práticas profissionais envolvendo os problemas de comunicação da informação e o tratamento e a disseminação do conhecimento no contexto social e institucional5. O campo da ciência da informação não apresenta um conceito especifico para o profissional da informação, mas, elenca as competências que marcam este profissional. Entre estas competências, conforme a literatura da área encontra- se:

 Facilitar o uso da informação;

 Atender as necessidades dos usuários em geral;  Saber utilizar as novas ferramentas tecnológicas;

 Dominar saberes relacionados ao tratamento da informação;  Possuir perfil de liderança, etc.

Portanto, observa-se que a informação, a ciência da informação e o profissional da informação não possuem conceitos definidos, porém, a Ciência da Informação é a área que vem reivindicando para si no Brasil a legitimidade de desenvolver teorias, análises e saberes científicos sobre o tratamento e uso da informação. Com isso, conclui-se, que o profissional da informação é um termo recente e necessita de estudos para o seu fortalecimento. No entanto, a Ciência da Informação emerge como campo capaz de analisar e oferecer respostas às inquietações de nossa sociedade no que se refere ao acesso e aos usos da informação. Assim, algumas atividades são elencadas como as principais deste campo para possibilitar o acesso e o uso da informação (BELLUZZO, 2011).

2.2 ATIVIDADES DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO

Como foi visto anteriormente, o profissional da informação não possui um conceito definido, mas, sim técnicas e competências que caracterizam sua atuação na sociedade da informação. Devido a isto, o profissional da informação recebe diversos cognomes que muitas das vezes não retrata o seu papel. De acordo com Belluzzo (2011), o

5 Essa idéia foi elaborada com o auxilio to texto: SARACEVIC, Telko. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectiva em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v.1, n. 1, p. 41-62, jan./jun. 1996.

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desafio desse atual profissional é o saber fazer6, ou seja, o saber trabalhar com as novas ferramentas (material tecnológico), adquirir novos conhecimentos no que tange a informação e se renovar e criar novos mecanismos que possibilite a criação, tratamento, organização, uso e disseminação da informação.

Entre as diversas atividades que o profissional da informação, de acordo com a literatura da área da Arquivologia e da Ciência da Informação, precisa desempenhar para ganhar sua autonomia, estão: a gestão de documentos, a gestão de informação e a gestão do conhecimento. A informação, no atual cenário, é um recurso fundamental em qualquer instituição, assim como, os recursos humanos e financeiros. Ou seja, a informação precisa ser gerida sistematicamente e eficazmente para acarretar melhores resultados nos serviços institucionais. Com isso, abordaremos nessa parte do trabalho o gerenciamento e a recuperação da informação no contexto da gestão de documentos, gestão da informação e gestão do conhecimento.

2.2.1 Gestão de documentos

Nesta pesquisa não cabe entrarmo-nos no contexto histórico e epistemológico da arquivologia, mas, é interessante pontuarmos, a partir do contexto da II Guerra mundial, a ascensão da gestão de documentos e o aparecimento do novo profissional da área da arquivologia o “gestor de documentos” ou “records manager”.

O arquivo pode ser considerado, um grande centro informacional. Basta, somente, que os profissionais de arquivo deixem para trás os velhos conceitos de que os arquivos só servem para custodiar os documentos, ou seja, os arquivistas devem melhorar e ampliar suas atividades para atender e atrair o público em geral. Com isso, os arquivistas passarão a ser vistos como disseminadores da informação na sociedade. Conforme Santos (2009, p.188) para que o arquivista tenha um papel de disseminador da informação é necessário usar “[...] os verbos modificar, melhorar, participar, inovar e recriar representação ações técnicas, porem criativas e pró-ativas que os arquivistas devem assumir, muito além, aquelas características relacionadas a um mero guardador de papeis”.

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Saber fazer, termo tirado do texto: BELLUZZO, Regina Célia Baptista. As competências do profissional da informação nas organizações contemporâneas. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v.7, n.1, p. 58-73, jan./jun. 2011.

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As informações fixadas em qualquer suporte (documento) é a maneira que as instituições possuíam e possui para comprovar as ações realizadas. Este pensamento pode ser afirmado com a idéia de Indolfo (2007. P.29), que diz, “o documento ou, ainda, a informação registrada, sempre foi o instrumento de base do registro das ações de todas as administrações, ao longo de sua produção e utilização, pelas mais diversas sociedades e civilizações, épocas e regimes”. A incessante busca dos indivíduos pela informação fez com que surgisse a necessidade de gerir a mesma, e o arquivista junto com a gestão de documentos veio para mostrar a importância que os documentos possuem. Ou seja, os documentos são grandes fontes de informação nos arquivos, e os mesmo, tanto servem para comprovar algo como servem para preservar a memória de uma dada instituição.

A gestão de documentos, no inicio, era vista como uma atividade auxiliar da administração que tinha por finalidade otimizar as funções administrativas, evitar custos e o acumulo documental. As administrações tratavam os arquivos correntes e os arquivos permanentes de forma distinta. A fase corrente dos documentos era vista apenas como parte das funções administrativas e a fase permanente dos documentos trabalhava apenas com os documentos considerados de valor histórico. Sendo que, o arquivo é um todo orgânico e as informações tanto na fase corrente como na fase permanente fazem parte do mesmo arquivo e não podem ser tratados como duas coisas distintas, ou seja, conforme Rosseau e Couture que analisa e defende as perspectivas da arquivística integrada. Ou melhor, para formar um fundo de arquivo é necessário que as informações documentais sejam produzidas de forma orgânica (natural). Segundo Llansó I Sanjuan (1993. p.18), os documentos de arquivo devem ser considerados como um conjunto orgânico, e sua divisão em arquivos correntes, intermediários e permanentes podem ser usados para facilitar o tratamento dos mesmos, mas sem esquecer a sua totalidade.

Para melhor entendimento do que é principio de respeito aos fundos: “consiste em manter agrupados, sem misturá-los a outros, os arquivos provenientes de uma administração, de uma instituição ou de uma pessoa física ou jurídica” (DUCHEIN, 1983 apud SOUSA, 1997, p. 31). Com isso, o documento de arquivo deve ser tratado de forma orgânica, ou seja, manter suas relações entre si. As informações nos documentos de arquivo permitem a recuperação do contexto de produção e execução de um ato, atividade ou função realizada por suas instituições.

A função do arquivista como gestor de documentos, muitas das vezes, é comparada com as atividades dos administradores. A relação existente entre a gestão de documentos e a administração ainda é muita forte, pois, segundo Indolfo (2007) no inicio da

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aplicação dos conceitos de gestão de documentos foram necessários princípios administrativos, como: organização, planejamento, controle, entre outros. Estes princípios foram utilizados para alcançar eficiência, eficácia e economia na realização da gestão de documentos, e esses fatores, são utilizados por diversos autores da área da Arquivologia para conceitualizar gestão de documentos. A semelhança entre estas duas áreas acarreta a não identificação da gestão de documentos como uma forma de disseminar a informação. Ou seja, deixa o seu conceito enraizado há anos atrás, onde, a gestão de documentos era considerada uma ferramenta auxiliar da administração

Mesmo com a relação existente entre os administradores e os arquivistas, observa-se, a falta de importância com os arquivos e os seus profissionais nas administrações, tanto públicas quanto privadas. As atividades que deveriam ser de responsabilidade dos profissionais de arquivo são desempenhadas, na maioria das vezes, por administradores ou pessoas sem qualificação na área, tendo como resultado a ineficiência das atividades arquivísticas. No Brasil, por exemplo, “[...] observa-se a formação de dois grandes acervos: os arquivos montados nos setores de trabalho e as massas documentais acumuladas” (SOUSA, 1997, p. 33), ou seja, a falta de tratamento adequado, a não utilização dos princípios arquivísticos e a falta de gestão de documentos nas instituições, geram as massas documentais. Com isso, aumentam-se os ruídos na transmissão das informações. E os maiores prejudicados são os usuários, pois, na hora da busca, pela informação, não alcançam uma resposta eficiente e eficaz. Portanto, segundo Santos (2009), as atividades referentes ao tratamento da documentação de arquivo devem ser realizadas pelos profissionais de arquivo e pelas técnicas presentes na gestão de documentos.

O gestor de documentos proporciona para instituição um trabalho eficiente e eficaz, pois, trata, organiza, padroniza e dissemina as informações contidas nos documentos de arquivo. As idéias dos autores Llansó I Sanjuan (1993) e Rhoads (1983), assemelham-se no que diz respeito à função gestor de documentos ou records manager (como é chamado nos E.U.A), pois, ambos tratam o gestor de documentos como um dos principais responsáveis pela transmissão da informação contida no arquivo. O gestor de documentos trabalha com todo a ciclo vital dos documentos, desde sua criação até a sua eliminação ou permanência nos arquivos, e isso, de certa forma, acaba dando ao gestor a autonomia de dispor as informações contidas nos arquivos.

Já para Santos (2009, p. 177) o gestor de documento ou records manager “estão assumindo seu papel como profissionais essenciais à consecução dos objetivos das instituições à qual estão vinculados”. A importância desses profissionais vem crescendo junto com os

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avanços das novas tecnologias, ou seja, com o novo conceito de explosão informacional, a sociedade tem buscado profissionais especializados para garantir a confiabilidades dos documentos.

A gestão de documento, como já foi dito anteriormente, visa reduzir as massas documentais dos órgãos e otimizar as atividades no fase corrente e intermediária de forma econômica, eficiente e eficaz nas administrações. Conforme Jardim (1987), esta perspectiva de garantir uma administração mais eficiente é baseada nas experiências americana e canadense.

Em contrapartida, um bom tratamento dos documentos na fase corrente e intermediaria, com o uso dos princípios da gestão de documentos, não favorecerá somente as administrações, mas também refletirá na fase permanente dos documentos.

A gestão de documento é uma operação arquivística “o processo de reduzir seletivamente a proporções manipuláveis a massa de documentos, que é característica da civilização moderna, de forma a conservar permanentemente os que têm um valor cultural futuro sem menosprezar a integridade substantiva da massa documental para efeitos de pesquisa”. (LAWRENCE BURNET, apud JARDIM, 1987, p. 35)

Nesse contexto, a gestão documental visa preservar a memória da instituição, evitando-se o acumulo documental e preservando os documentos de valores históricos.

Contudo, observa-se que a gestão de documentos perpassa por todo ciclo de vida dos documentos desde a criação até a sua eliminação ou guarda permanente. Rhoads (1983, p. 19, tradução nossa), define a gestão de documentos, como:

Um sistema integral de gestão de documentos se ocupará de tudo o que sucede os documentos de uma organização através do seu “ciclo vital”, isto é, desde seu nascimento, passando por sua vida ativa e produtiva como meio de cumprir com as funções da organização, até sua morte ou destruição se tiverem cumprido com todas as finalidades pertinentes, ou sua reencarnação como arquivos que tem valores que justifiquem sua conservação. As três fases básicas da gestão de documentos são, pois, as seguintes: 1) criação, 2) utilização e mantenimento, e 3) eliminação dos documentos.

Llansó I Sanjuan (1993), afirma este pensamento, dizendo que o período de criação até eliminação ou guarda permanente dos documentos, fazem parte da “denominação genérica” de gestão de documentos, isto é, a gestão de documentos esta presente em todo ciclo vital do documento. Logo, é uma preocupação desse gestor formar um arquivo de qualidade, atendendo às demandas da administração em sua fase corrente e permitindo, a partir de uma cuidadosa avaliação, que os documentos de caráter permanente alcance o objetivo de servir não somente como presunção de prova, mas também como fontes de informacionais para os indivíduos.

Sob tal perspectiva, os documentos da fase corrente também possuem valor informacional nos arquivos, ainda que o público seja restrito a seus administradores. O

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arquivo é um todo orgânico, logo todas suas funções (fase de vida dos documentos) são fundamentais para construção da historia ou da memória dos órgãos. Ou seja, tanto a fase primaria (fase administrativa) como a fase secundaria (fase que vale como testemunho) dos documentos de arquivos possuem valor informacional. O bom funcionamento do arquivo permanente é o reflexo de uma gestão de documentos realizada de forma adequada e coerente. Com isso, a fase corrente e intermediaria dos arquivos também fazem parte da formação dos arquivos e também são denominados “arquivos instituições”.

Nos dias atuais onde a informação é indispensável, observa-se que, a mesma é o fator primordial para tomadas de decisões nos órgãos. Nas unidades de arquivo as informações geralmente são mais técnicas e administrativas, seria inovador se o gestor de documentos passasse a ampliar suas maneiras de disseminar informação e torna-se efetivamente um agente primordial nas tomadas de decisões. Essa idéia fundamenta-se com Santos (2009, p. 188) “a demanda contemporânea é de que o arquivista, ou o profissional de informação de forma geral, seja atuante no ciclo decisório que envolve os objetivos institucionais”.

O gestor de documentos vem agregando os elementos eficiência, eficácia e economia (nas administrações), com a importância da informação do documento de arquivo. “[...] hoje o papel da gestão de documentos para o controle do ciclo vital ganha uma revitalização incomparável a sua função torna-se primordial para garantir cada vez mais eficiência, eficácia e qualidade nos negócios, nas decisões e na preservação da memória”. (INDOLFO, 2007, P. 42).

O profissional da informação junto à gestão de documentos vem desempenhado um papel de disseminador e de administrador da informação. A informação tem ocupado um lugar estratégico nas tomadas de decisões nas organizações. De acordo com Rousseau e Couture (1998, p. 65), “a gestão da informação orgânica, permitindo a pesquisa retrospectiva, reduz a incerteza e melhora a tomada de decisão, aprofundando o conhecimento da cultura institucional e do processo de decisão.” Por fim, a arquivologia e a gestão de documentos podem ser inseridas nesta nova era informacional, pois, os mesmos detêm de metodologias, teorias e técnicas que fortalecem a entrada e permanência do arquivista nesta nova fase que a sociedade se encontra, ou seja, uma fase informacional que propõe gerar conhecimento e informação a todos os cidadãos.

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2.2.2 Gestão da informação

A gestão de documentos é a técnica arquivística que visa reduzir a massa documental nas empresas e proporciona um trabalho eficiente e eficaz nas administrações dos órgãos inseridos. A gestão da informação se assemelha com a o conceito de gestão de documentos, pois, é a técnica que visa administrar o fluxo informacional dentro das instituições (públicas ou privadas). Mas, é importante ressaltar que a gestão da informação vai além do âmbito da gestão de documentos, devido ao fato, da mesma, trabalhar com a informação de forma em geral e não somente no contexto das informações orgânicas (ou seja, nos arquivos) como é feito na gestão de documentos. Para melhor entendimento, a gestão de informação é a “aplicação de princípios administrativos à aquisição, organização, controle, disseminação e uso da informação para operacionalização efetiva de organizações de todos os tipos” (WILSON, apud SANTOS, 2009, p. 191).

Não nos aprofundaremos nos estudos históricos e conceituais da gestão da informação, pois, o interesse desta pesquisa é mostrar as técnicas, ou melhor, as funções da gestão da informação como ferramenta e atividade do profissional da informação.

O uso da informação é importante em todos os âmbitos sociais, sendo que, na esfera institucional o uso da informação vem se tornando peça chave para as tomadas de decisões e para desenvolvimento de estratégias competitivas. Visto isso, pode-se, questionar que a informação é um bem tão importante, assim como, os materiais a serem adquiridos para o funcionamento de uma dada empresa. Na visão da autora Cabral (1992, p. 218) a informação é uma:

Mercadoria que tem valor de troca: passa a ser regida por regras mercadológicas, obedecendo às leis da oferta e da procura e servindo aos objetivos da reprodução do capital. Neste sentido, pode-se falar de um valor econômico intrínseco da informação na sociedade atual, que explica o caráter político de que foi investida, tornando-se instrumento de poder.

Observa-se, que a informação precisa receber uma maior atenção e cuidado, pois, a tendência é que a instituição ou a pessoa, que gerir melhor e eficazmente o fluxo informacional, tenha um maior controle e poder perante a sociedade da informação e, que alcance sempre os seus objetivos finais. Seguindo esta linha de raciocínio, os autores Jean- Yves Rousseau e Carol Couture (1998, p. 62) diz que a “organização que dispõe mais rapidamente das melhores informações, pouco importando a sua proveniência, o seu suporte ou tipo (livros, revistas, documentos de arquivo, banco de dados, etc.), é a que alcança maior

Referências

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