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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Universidade Nova de Lisboa

Nova Medical School/Faculdade de Ciências Médicas Ano Letivo 2014/2015

Relatório Final

Mestrado Integrado em Medicina

Maria Leonor Coutinho Soares

Aluna nº 2009242

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Índice

Introdução ... 1 Atividades Desenvolvidas ... 1 Pediatria ... 1 Ginecologia e Obstetrícia ... 2 Saúde Mental ... 3

Medicina geral e familiar ... 3

Medicina Interna ... 4

Cirurgia Geral ... 5

Reflexão Crítica ... 6

Anexos... 9

27as Jornadas de Cardiologia do Hospital Egas Moniz ... 10

Mesa Redonda: Doente Oncológico até onde vamos? ... 11

I Jornadas Médicas NOVA ... 12

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Introdução

Há seis anos atrás quando concorri a esta mesma faculdade sabia que parte do que me era pedido era que fosse capaz de “desenvolver competências indispensáveis ao exercício profissional

de Medicina (…) e de desenvolver e aprofundar competências de autonomia”1

.

Alcançado o término de um ciclo, e tendo presente os objetivos supracitados (que considero ser a base para o último ano de formação), resta-me analisar o meu percurso ao longo destes seis anos, dando particular ênfase no atual ano letivo. Este relatório tem como propósito ser uma apresentação, descrição e uma análise crítica do último ano da minha formação, tendo em conta o trabalho desenvolvido, as minhas expectativas e objectivos.

Desta forma, irei inicialmente fazer uma pequena Introdução que deverá apresentar a linha orientadora do trabalho; seguindo-se o relato das Atividades Desenvolvidas, onde irei abordar a minha experiência nos vários estágios parcelares que compõem este ano profissionalizante, de acordo com a ordem cronológica em que os mesmos decorreram; e por fim, irei concluir esta minha análise com uma Reflexão Crítica. Anexo a este relatório os certificados de participação de atividades extracurriculares desenvolvidas.

Atividades Desenvolvidas

Pediatria

O meu estágio de pediatria decorreu no Hospital de São Francisco Xavier, sob orientação do Dr. Edmundo Santos, no período compreendido entre 15 de setembro e 10 de outubro de 2014. Durante as duas primeiras semanas de estágio fui incluída nas atividades do berçário, estando responsável pela triagem e observação dos recém-nascidos. A passagem por este serviço proporcionou-me o contacto com uma realidade que ainda não tinha experienciado, uma autonomia

1

Regulamento n.º 389/2014 -Regulamento do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa

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na atuação e responsabilidade pelos recém-nascidos a mim atribuídos. As últimas duas semanas decorreram no serviço de Pediatria onde, apesar de não ter tido um papel tão ativo, pude contactar com um vasto número de patologias e acompanhar o dia a dia de uma equipa de trabalho na enfermaria, comparecendo às reuniões de serviço e de passagem dos doentes. Foi também parte integrante do estágio a permanência semanal no serviço de urgência, e o contacto com as subespecialidades de imunoalergologia e neonatalogia. Na consulta de imunoalergologia, pude observar a realização de testes de sensibilidade cutânea e o ensino da utilização de dispositivos terapêuticos inalatórios. Na última semana apresentei um caso clínico de Pneumonia Bacteriana.

Ginecologia e Obstetrícia

O estágio parcelar de ginecologia e obstetrícia decorreu entre 13 de outubro e 7 de novembro de 2014 no Hospital Beatriz Ângelo sob orientação direta do Dr. Bruno Nogueira. Também aqui as minhas atividades foram divididas em dois períodos de duas semanas, o primeiro dedicado à ginecologia e o segundo à obstetrícia. Ao longo do estágio pude contactar com as diferentes valências do serviço nomeadamente consulta externa (ginecologia geral, patologia do aparelho genital inferior, senologia, gravidez gemelar, puerpério, pré-concecional, de final de gravidez e patologia na grávida), ecografia, bloco operatório, bloco de partos, enfermaria e serviço de urgência. Saliento os momentos de consulta de ginecologia geral, a consulta de final de gravidez, bloco operatório e o serviço de urgência onde pude exercer um papel mais ativo e me foi permitido fazer a observação de várias mulheres e participar nas cirurgias e cesarianas como 2ª ajudante. Ao longo do estágio foram muitos os momentos formativos, tendo assistido a várias sessões clínicas do serviço e tendo ainda apresentado um trabalho sobre “Nova classificação das malformações Uterinas”.

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Saúde Mental

De 10 de novembro a 5 de dezembro de 2014 tive a oportunidade de acompanhar de perto o funcionamento do Hospital de Dia e da Consulta de Psiquiatria de Ligação do Hospital Egas Moniz. No primeiro dia de estágio participei no seminário apresentado pelo Prof. Dr. Miguel Xavier.

Uma vez mais pude contactar com duas vertentes diferentes da especialidade de Psiquiatria. Nas primeiras duas semanas, acompanhei a Dra. Paula Duarte no Hospital de Dia. Aqui pude contactar com: doentes com patologia psiquiátrica que estiveram previamente internados, sendo o Hospital de Dia a ponte entre o internamento e o ambulatório; e ainda doentes cujo seguimento em ambulatório não era suficiente. As atividades não passavam apenas pelo acompanhamento da minha tutora nas consultas e nas sessões de grupo que a mesma orientava mas também pela participação nas restantes atividades em que o grupo participava orientadas por enfermeiros, psicólogos ou terapeutas ocupacionais. Esta experiência fez-me perceber a importância da multidisciplinaridade na abordagem destes doentes.

A outra vertente do meu estágio esteve ligada à Psiquiatria de Ligação. Aqui assistia às consultas do Dr. António Neves e observava doentes internados no hospital para os quais era pedida uma avaliação pela psiquiatria.

Cada semana de estágio incluía um período de permanência no período de urgência com o nosso tutor. Aqui, apesar das minhas expectativas serem extremamente altas, acabou por ser uma experiência infrutífera porque foram dias com muito pouca afluência ao serviço de urgência.

Medicina geral e familiar

Durante este estágio (9/12/14 a 18/12/14 e 05/01/15 e 16/01/15) acompanhei a Dra. Teresa Libório nas suas atividades diárias na Unidade de Sáude Familiar de São Julião. Durante estas quatro semanas foi-me permitido participar e ajudar a minha tutora em consultas mas também, desde cedo, foi-me dada a oportunidade de as dirigir sozinha, num espaço físico em que apenas estava eu e os doentes. Contactei com os diferentes tipos de consulta do âmbito da Medicina Geral

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e Familiar nomeadamente a de saúde infantil e do adulto, planeamento familiar, saúde materna e doença aguda. A importância deste estágio reside no facto da população com que se contacta não ser exclusivamente doente. Nesta especialidade também são observados indivíduos saudáveis aos quais se aplica uma medicina com intuito preventivo, de educação para a saúde.

Nestas semanas, também acompanhei as enfermeiras na consulta da grávida, de pé diabético e na administração de vacinas. Além disto, ainda me desloquei ao bairro social dos Navegadores, para prestar serviços de saúde junto à comunidade com a equipa de enfermagem.

Medicina Interna

O meu estágio de Medicina Interna teve lugar no Serviço IV do Hospital São Francisco Xavier, entre 26 de janeiro e 20 de março de 2015. Neste serviço trabalhei sob tutoria do Dr. Vítor Batalha que tem a seu cargo não só doentes internados na enfermaria mas também a Unidade de Cuidados Intermédios do hospital.

Em cada dia, fui responsável por, pelo menos, um doente, tendo como tarefas a sua observação, registo de diário clínico, apresentação e discussão da história clínica, proposta/prescrição de exames complementares de diagnóstico e de terapêutica. Também me competia a mim a elaboração de notas de alta dos doentes pelos quais era responsável. Contactei com familiares, explicando-lhes o diagnóstico, terapêutica e prognóstico do seu familiar, o que tornou a minha abordagem ainda mais global. Ao longo do estágio pude observar o manejo de doentes mais críticos e a execução de diferentes técnicas como a colocação de acessos periféricos venosos (jugular e subclávio) e arteriais, paracentese e toracocentese, colheita de sangue venoso femoral e ainda realizei punções venosas e arteriais.

Semanalmente acompanhava um dos médicos internos no Serviço de Urgência. Em várias situações foi-me permitido fazer a primeira abordagem ao doente, fazendo a história clínica,

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discutindo posteriormente as hipóteses de diagnóstico, os exames complementares a pedir e o tratamento a fazer.

Tive também oportunidade de assistir e participar nas diversas rotinas do serviço como: a Visita Clínica, tendo por vezes exposto doentes que me estavam atribuídos; Journal Club; Reuniões de Serviço/Sessões clínicas onde apresentei um trabalho sobre o “Rastreio do Cancro da Mama”.

Cirurgia Geral

O estágio de Cirurgia Geral com início a 23 de março e término a 22 de maio de 2015 teve uma duração total de oito semanas, a primeira das quais incluiu sessões teóricas e teórico-práticas no Hospital Beatriz Ângelo ao passo que as restantes semanas decorreram no Hospital da Luz, sob a tutoria do Dr. Damião Ferreira. No decorrer da atividade prática percorri diferentes áreas do Hospital da Luz além da cirurgia geral nomeadamente a Unidade de Cuidados Intensivos e o Atendimento Médico Permanente durante duas e uma semana respetivamente. A minha permanência na cirurgia geral durou quatro semanas, durante as quais acompanhei o meu tutor nas suas atividades diárias. As atividades desenrolaram-se no internamento, consulta externa, pequena cirurgia e no bloco operatório, tendo ainda a possibilidade de presenciar as Reuniões Multidisciplinares de Oncologia Gastroenterológica e as sessões clínicas semanais do hospital. Os momentos de bloco foram de extrema importância e tinham uma componente muito prática, tendo-me permitido assistir e participar de forma rotineira em diferentes cirurgias. Tive a oportunidade de treinar várias vezes a desinfeção cirúrgica, o manuseamento do material cirúrgico e técnica de sutura e também relembrar o modo de estar num bloco operatório. Na Unidade de Cuidados Intensivos acompanhava as médicas internas na observação dos doentes e na elaboração de diários clínicos, tendo até tido sob minha responsabilidade um doente, que observei e elaborei diário clínico e nota de transferência.

No último dia de estágio participei no mini-congresso de cirurgia com a apresentação do tema “Hérnia do Hiato - Longe da vista perto do coração”.

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Reflexão Crítica

Em primeiro lugar julgo necessário a explicitação dos meus objetivos para este sexto ano. Como objetivo base estabeleci a aquisição de progressiva autonomia que me prepare para a vida ativa. Aliado a isto pretendi também sedimentar e adquirir conhecimentos teóricos e práticos que me permitam o exercício dessa mesma autonomia. A estes acrescentei outras metas: ser capaz de integrar o dia a dia de uma equipa de trabalho; estabelecer com os doentes uma verdadeira relação médico-doente assente na confiança e no respeito mútuo e ainda pôr em prática diferentes competências técnicas.

Este meu último ano foi pautado por um extremo entusiasmo e uma enorme vontade de aprendizagem e trabalho o que, aliado à enorme ajuda que fui recebendo em todos os locais de estágio por onde passei, permitiu que atingisse de uma forma global os meus objetivos.

Um ponto comum a todos os estágios é a forte componente prática e formativa. A aquisição de conhecimentos adveio da dedicação dos meus tutores, das diversas apresentações orais a que assisti ou das quais fui preletora e dos casos com que me fui deparando. Ao longo dos estágios, os meus tutores foram despendendo do seu tempo para me explicar não só componentes teóricas mas também práticas, permitindo-me então treinar diferentes competências. Foi uma grande mais-valia o treino de punções venosas e arteriais no estágio de Medicina; o treino de suturas, drenagem de abcessos e técnicas de pensos na Cirurgia Geral; a prática do exame ginecológico e obstétrico em Ginecologia e Obstetrícia...

Assumindo-se este um ano profissionalizante, e distintamente do que aconteceu em anos anteriores, a atividade do aluno no dia a dia deveria traduzir um ganho gradual de autonomia. Contudo, estava ciente que não seria possível em todos os estágios ter um papel de maior

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mesma. O estágio de Medicina acabou por ser o estágio onde tive uma maior liberdade e autonomia, estando responsável por pelo menos um doente e desempenhando todas as tarefas que a ele diziam respeito. Não fui considerada apenas uma aluna mas sim uma futura médica, tendo uma responsabilidade real sobre o doente e utilidade nas atividades diárias da enfermaria. Da mesma forma, o estágio de Medicina Geral e Familiar desde cedo me pôs em contacto com os doentes de forma autónoma, tendo dirigido diferentes tipos de consulta sozinha. A realidade é que, só praticando se aprende, e esta maior autonomia serviu para fazer uma reflexão sobre os conhecimentos que já tinha e principalmente do que ainda me faltava saber.

Quanto ao meu objetivo de aprimorar a capacidade de estabelecer com os doentes uma verdadeira relação médico-doente acredito que também este foi suplantado. Obviamente que estágios em que tive um contacto mais próximo com o doente foram importantes para o aperfeiçoamento desta competência, no entanto, os estágios de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental tiveram também um papel fulcral pelas particularidades da população que abrangem.

Olhando agora para o conjunto dos estágios considero que todos eles acrescentaram algo de muito valioso na minha formação e todos eles contribuíram para que seja melhor médica. A forma como o sexto ano está estruturado permite-nos obter uma noção mais abrangente da Medicina e, uma vez que contactamos de perto com o funcionamento dos serviços, ainda conseguimos perceber as dificuldades sentidas no dia a dia. Outro fator que contribuiu para o sucesso dos meus estágios é o rácio aluno/ tutor ter sido no máximo 2:1, o que acabou por permitir uma maior disponibilidade da parte do tutor, ainda que em algumas situações tenha sido à custa de deslocações mais longas para os locais de estágio.

A mim, este último ano, permitiu-me lidar com um enorme espetro de gravidade de doenças, desde as menos graves (no centro de saúde), às mais graves que exigem internamento (na

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enfermaria, cuidados intermédios ou intensivos) ou seguimento apertado em ambulatório (hospital de dia). Também me permitiu contactar com diferentes realidades. A realidade do serviço público muito contrastante com o privado e estas duas ainda mais distantes da situação vivida no bairro social que visitei.

Terminado agora este ano e encerrado o ciclo de seis anos devo admitir que acabo com a sensação de dever cumprido. William Osler disse que “A melhor preparação para o amanhã é fazer

o trabalho de hoje de forma soberba”2

e, sabendo que me foram dadas todas as condições para tal, acredito ter concretizado o suficiente para estar preparada para o amanhã. É com um enorme orgulho que me torno médica nesta casa, uma casa que me fez trocar uma cidade pequena no norte de Portugal pela capital, uma casa que eu deixo agora com a maior das saudades.

Para finalizar, resta-me só agradecer a todos os que me permitiram chegar até aqui, professores e tutores pela constante vontade em ensinar, e família e amigos por todo o apoio incondicional. Termino esta jornada com uma enorme satisfação e orgulho, e com uma enorme vontade de enfrentar tudo o que o “amanhã” me reserva.

Lisboa, 15 de Junho de 2015

Maria Leonor Coutinho Soares

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Referências

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