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Relato de uma Peregrinação à Índia 2010

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Relato de uma Peregrinação à Índia – 2010

Texto: Giridhari Das Fotos: Carana Renu Dasi

ISKCON Mayapur

Eu e minha esposa, Carana Renu Dasi, passamos boa parte do mês de fevereiro na Índia e gostaríamos de compartilhar com vocês algumas fotos e informações.

Nossa viagem se restringiu a dois lugares, os mais sagrados de nossa tradição, Mayapur e Vrindávana. Está dito no Garuda Purana que em Kali-yuga os

devotos vão se concentrar em apenas esses dois locais sagrados. De fato, é nesses dois locais que encontramos o mais elevado néctar em bhakti na linha de Caitanya Mahaprabhu.

Em Mayapur está a sede internacional da ISKCON – ISKCON Chandrodoya Mandir. É um complexo enorme hoje, fruto do labor de devotos do mundo inteiro, sob o pedido de Srila Prabhupada, o fundador-acharya da ISKCON.

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Acima a simples cabana réplica da primeira construção feita aqui, onde Prabhupada se hospedava. Hoje é o local onde ocorre um kirtan eterno – 24 horas por dia, todos os dias, entre ano, sai ano, sem parar!

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Em Mayapur temos Deidades maravilhosas, muito impressionantes. Primeiro o espetacular Pancha-Tattva, com 2,10m de altura, feito com uma combinação de oito metais, incluindo prata, ouro e platina. (Em breve Brasília terá em seu Espaço Hare Krishna uma réplica dessas Deidades!). Depois é

Radha-Madhava, com as oito gopis ao lado. E, por último, o impressionante e majestoso Ugra-Nrsimhadeva com Prahlada Maharaja.

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Todo sábado é feito uma procissão com Lakshmi-priya, o elefante de Mayapur, carregando Radha-Madhava (pequenos). Em frente deles segue um carro de boi com Gaura-Nitai e Srila Prabhupada. É um evento muito bonito.

Nessa época, aproximando-se do famoso festival internacional de Gaura-Purnima, Mayapur fica muito cheio. No templo, centenas e centenas de pessoas lotam os programas. Num dia foi anunciado a chegada de um grupo de 900 russos! Imaginem! Fiquei também impressionado com o número de devotos chineses. Além dos devotos da ISKCON, milhares e milhares de

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peregrinos locais visitam o lugar toda semana. Aqui na foto uma aula matinal de Srimad Bhagavatam.

Atualmente o prédio mais lindo de Mayapur é o Puspa-Samadhi de Srila Prabhupada. Ele se destaca no horizonte de Mayapur.

Mas isso mudará em breve, pois já foi dada a largada para a construção do grande templo de Mayapur – o Templo do Planetário Védico.

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Aqui uma foto da cerimônia de invocação de benções. Nas 4 direções e no centro foram colocadas placas de metal, cada uma com um símbolo sagrado, como pede as determinações da tradição arquitetônica dos Vedas, vastu-shastra (o feng-shui védico). Todos os GBCs participaram, como também o principal patrocinador, Ambarisha Prabhu. No fundo podemos ver alguns dos prédios do complexo de Mayapur.

Em Mayapur também existe um belo Goshala (local das vacas), cujo leite é usado para elaborar as preparações das Deidades.

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Em Mayapur existem algumas escolas internacionais, incluindo um gurukula (para meninos) – fotos acima. Parte do gurukula foi construído num estilo tradicional da região muito bonito. O local emana muita paz.

Templos em Mayapur

Mayapur, sendo o local de nascimento de Sri Chaitanya Mahaprabhu, tem muitos templos e locais de grande importância para os devotos.

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Aqui estamos no famoso “Yoga Pita”, o local exato onde Sri Chaitanya Mahaprabhu apareceu. O mestre espiritual de Srila Prabhupada, Srila Bhaktisiddhanta Maharaja, estabeleceu esse templo aqui.

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Ele “nasceu” debaixo de uma árvore neem, no dia de lua cheia, 524 anos atrás. Por isso que um de Seus nomes é “Nimai”. No mesmo local cresce uma outra árvore neem, broto da original.

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Aqui o samadhi do mestre espiritual de Srila Prabhupada, Srila Bhaktisiddhanta Maharaja.

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Até os 24 anos de idade, Sri Chaitanya Mahaprabhu ficou em Mayapur e

durante muitos anos se encontrava com outros devotos na casa de Srivas para passar a noite inteira em kirtan, cantando e dançando em amor puro por Deus. Eram eventos de portas fechadas, onde só associados íntimos podiam

participar. Acima a foto da casa como se encontra hoje. Quando cantamos o mantra do pancha-tattva (sri krishna caitanya prabhu nityananda sri adwaita gadadhara srivasadi goura bhakta vrinda), Srivas é o último nome (ele fica na ponta direita nos quadros).

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Um dos pontos altos de visitar Mayapur é banhar-se no Ganges, nesse local tão importante. Acima uma cena típica, onde uma pessoa vai ao Ganges para lavar as roupas, tomar banho e lavar a cabeça – tudo de uma vez.

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Outro ponto alto de Mayapur é o templo especial de Jagannatha que lá encontramos (fotos acima). Essas Deidades foram manifestadas para um contemporâneo de Sri Chaitanya Mahaprabhu, chamado Sri Ganguly. Ele todos os anos ia visitar Sri Chaitanya em Puri, para participar do Ratha Yatra lá (veja aqui). Mas a idade avançou e ele ficou impossibilitado de fazer a viagem. Ele lamentava-se profundamente por isso, chorava de amor e saudades. Vendo sua devoção imaculada, Jagannatha apareceu para ele num sonho e falou que Ele iria se manifestar para ele, dando-lhe instruções de como e quando. O resultado foi a manifestação dessas Deidades em Mayapur, que são adoradas há séculos. Vários anos atrás o sacerdote encarregado delas teve um sonho

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onde Jagannatha falou que ele deveria entregar o templo ao cuidados da ISKCON. Ele assim fez e hoje o templo é super bem cuidado.

Há muitos outros lugares sagrados especiais na região. Esses são só alguns dos principais. Todos os anos os devotos fazem um “parikram”, num grupo enorme, cantando os santos nomes, visitando todos os locais e ouvindo sobre a história de cada um.

Templos de Vrindávana

Passamos dois dias maravilhosos em Vrindávana, a terra de Krishna, 135 km ao Sul de Delhi.

Ficamos hospedados no MVT – uma excelente “pousada” da ISKCON no terreno ao lado do Templo da ISKCON. Jardins super bem cuidados, muita paz, quartos grandes e, o que é melhor, um restaurante dos devotos servindo deliciosas preparações.

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O templo mais bonito de Vrindávana é o nosso, Krishna-Balaram Mandir, estabelecido por Srila Prabhupada. Foi aqui que Prabhupada escolheu

abandonar o planeta. Acima a foto das belíssimas Deidades Krishna-Balaram (note bem que era um dia normal – e vejam a opulência da decoração). O segredo em Vrindávana é conseguir um guia. Não tente sair por conta própria. E conseguir um guia para nós, significa conseguir um guia que é

devoto da ISKCON, senão você não sabe com quem está lidando e pode entrar numa roubada. No primeiro dia o único guia disponível (um brahmacari indiano, que falava Inglês) já estava comprometido com um grupo de 40 russos, mas eles bondosamente nos deixaram os acompanharem.

Fizemos, com eles, o roteiro básico dos sete templos clássicos de Vrindávana. Vrindávana tem hoje mais de 5000 templos, mas esse roteiro tem como

propósito visitar os templos estabelecidos e conectados aos Seis Goswamis, grandes mestres de nossa linha, discípulos do Senhor Chaitanya Mahaprabhu, que pediu a eles 500 anos atrás para recuperarem/reencontrarem os lugares sagrados de Vrindávana. Aqui um link (em Inglês) explicando esse roteiro.

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A primeira parada foi o templo de Radha-Madana-Mohana, estabelecido por Sanantana Goswami, foto acima.

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No mesmo local, de cima, vemos o samadhi de Sanatana Goswami (na

esquerda da foto). Onde hoje está a estrada, corria o Rio Yamuna. O rio mudou seu curso no século 19.

Infelizmente não era permitido tirar fotos em quase todos os templos! Tiramos fotos só aonde nos era permitido.

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Aqui um dos aposentos de Srila Prabhupada, no templo de Radha-Damodara, antes dele iniciar sua missão no Ocidente. Ele alugava dois quartinhos. Um para dormir e trabalhar e esse para cozinhar e comer. Simplicidade total. Hoje a ISKCON preserva esses dois quartos. Aqui ele se dedicava a traduzir o Srimad Bhagavatam e cantar os santos nomes.

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Nessas peregrinações encontramos Deidades e objetos sagrados incríveis. No templo de Sri Sri Radha-Gokulananda (Deidades de Srila Visvanatha

Chakravarti Thakura), encontramos Sri Sri Radha-Vinod (Deidades de

Lokanatha Goswami, um contemporâneo dos Seis Goswamis mencionado no Caitanya Caritamrta), as Deidades Vijay Govinda de Srila Baladeva

Vidyabhusana e a Deidade de Sri Chaitanya Mahaprabhu e de Sri Krishna de Narottama Dasa Thakur. Vejam que altar incrível! Quanta misericórdia!

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E tem mais! No mesmo altar encontramos a Govardhana-shila (pedra do sagrado morro de Govardhana) que o próprio Sri Chaitanya Mahaprabhu segurava ao cantar sua japa. Nela ficou a marca de seu dedão. (Aí que vontade de tocar essa shila!) O Caitanya Caritamrta narra a história dessa sagrada pedra, que Sri Chaitanya deu a Raghunatha Dasa Goswami.

Govardhana, Varshana e Nandagrama

Nosso segundo dia em Vrindávana foi dedicado a um roteiro intenso, mas muito gratificante. Dessa vez fomos liderados por um outro devoto do templo da ISKCON, com mais de 20 anos de experiência de Vrindávana! Alugamos um taxi para fazer o roteiro.

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Partimos do templo 6 da manhã, em direção ao sagrado morro de Govardhana. Da última vez que vim (10 anos atrás!), fiz o parikrama (circumambulação) de Govardhana à pé. Um roteiro de 23km maravilhoso, mas isso leva o dia todo. Com o tempo escasso fizemos o parikrama de carro, parando nos pontos mais importantes do caminho.

Nossa primeira parada foi o “Bhaktivedanta Ashrama”, um lindo mosteiro da ISKCON em Govardhana, que foi um palácio real antigamente. Ele fica de frente para Govardhana e lá são adorados Govardhana-shilas de Krishna e Balarama (foto acima).

Existem centenas de lugares especiais ao redor de Govardhana, pois é aqui que Krishna e Seus amigos passaram a infância (e no plano transcendental continuam brincando). Paramos apenas em alguns dos mais importantes e aqui, nesse relato, mencionarei apenas quatro.

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A primeira parada depois do “Palácio de Govardhana” foi Govinda-kunda (foto acima). “Kunda” é “lago”. Existem muitos kundas ao redor de Govardhana, cada um com seu significado e benções especiais. Esse em particular é o kunda criado quando Indra brindou Krishna com um abhisheka (banho cerimonial) para se desculpar de seu ataque à Vrindávana. No fundo podem ver Govardhana. Todos os kundas tem suas bordas construídas assim para preservar e valorizar o local e para facilitar o acesso das pessoas às suas águas.

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Como Govardhana é considerado não diferente de Krishna, para os devotos é ofensivo andar em cima do morro. Então existem lugares especiais onde facilita-se o acesso ao morro para que possamos oferecer nossas reverências diretamente a Govardhana. Aqui minha esposa aproveita um de tais lugares.

Dentre todos os lugares sagrados do Universo, na nossa tradição, Radha-kunda é o mais sagrado de todos. É o Radha-kunda de Srimati Radharani afinal! Ao lado de Radha-kunda fica Shyama-kunda (o kunda de Krishna). Na foto acima, Radha-kunda.

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Construído em 1764 pelo Rei Jawahir Singh de Bharatapur, Kusuma-sarovara é um impressionante monumento dedicado a Radha e Krishna, que também serviu de mausoléu das cinzas de duas rainhas. É dito que quem se banha aqui recebe a benção de se tornar uma gopi nas lilas de Krishna.

Partindo de Govardhana, fomos rumo a Varshana, a terra natal de Radharani. O templo aqui (foto acima) é muito procurado e fica no topo de uma longa escadaria. A vista ao redor é muito bonita.

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Depois de Varshana, fomos para Nandagrama (foto acima), a terra de Nanda Maharaja, o “pai” de Krishna. No topo de Nandagrama encontramos um templo com Deidades de Nanda, Yashoda, Krishna e Balarama (e Radharani num canto).

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Nossa última parada foi um lugar muito especial: Vrinda-kunda. Aqui agora temos um pequeno mas charmoso templo da ISKCON (foto acima), com uma Deidade de Vrinda-devi. Atrás de Vrinda-kunda um outro kunda muito secreto – Gupta-kunda (que significa lago secreto!).

Assim terminou um dia maravilhoso e abençoado. Chegamos de volta às 3 da tarde. Foram 9 horas de peregrinação. A sensação de bem-estar espiritual foi profunda e permanece conosco até hoje. Em breve enviaremos um último relato, com imagens diversas do povo e dos lugares corriqueiros de Vrindávana e com links para centenas de fotos nossas de Mayapur e Vrindávana.

Enquanto isso, aproveitem para ver um pouco mais de Vrindávana e Govardhana com esses interessantes links que encontramos:

http://www.360darshan.com/en/panoramas/vraja-mandala/sri-govardhan.html http://www.360darshan.com/en/panoramas/vraja-mandala/sri-vrindavan.html

Fotos do Dia a Dia

A Índia é famosa por ser um país rico em cores e cenas exóticas. É um paraíso para fotógrafos. Encerrando nossa série, colocamos aqui algumas fotos de cenas do dia a dia de Vrindávana e arredores.

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As apertadas ruas de Vrindávana – ordem no caos!

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Todos os seres que habitam os lugares sagrados são considerados especiais. Mesmo as almas em corpos de vacas, cachorros e macacos que residem em Vrindávana ou Mayapur as escrituras dizem ser grandes almas.

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O que dizer então das pessoas que lá moram. Devemos ter muito respeito por elas.

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E aqui algumas cenas da arquitetura de Vrindávana. Uma mistura de beleza, mistério e, infelizmente do nosso ponto de vista, uma certa despreocupação em preservar o passado.

Mesmo assim, Vrindávana tem um astral mágico, fora desse mundo. São tantos peregrinos, tantos templos, tantas imagens de Krishna e outras

deidades, tantos sons de pessoas cantando mantras... mesmo um neófito pode sentir a especial presença de Krishna por toda a parte.

Mais centenas de fotos da viagem

Fotos de Mayapur: http://picasaweb.google.com/giridhari.hdg/Mayapur2010 Fotos de Vrindávana:

http://picasaweb.google.com/giridhari.hdg/Vrindavana2010 Vale a pena conferir!

Esperando que essa série tenha lhe inspirado em meditar nos locais sagrados de peregrinação,

Seu amigo, Giridhari Das

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