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Efeitos da terapia manual de Maitland em pacientes com lombalgia crônica

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Academic year: 2017

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Artigo Original

Efeitos da terapia manual de Maitland em

pacientes com lombalgia crônica.

Effects of the Maitland manual therapy to patients with chronic low back pain.

Marcelo Tavella N avega ( 1 ), Rafael Andrade Tam bascia( 2 ).

Universidade Est adual Paulist a “ Júlio de Mesquit a Filho” , Faculdade de Filosofi a e Ciências, cam pus de Marília- SP.

Resum o

I nt rodução: A lom balgia represent a um grave problem a de saúde. Obj et ivo: avaliar os efeit os do t rat am ent o fi sio-t erapêusio-t ico m anipulasio-t ivo de Maisio-t land no quadro álgico, fl exibilidade, capacidade funcional e qualidade de vida de pa-cient e com lom balgia crônica. Mét odo: dezesseis suj eit os, de am bos os gêneros, com faixa et ária ent re 23 e 68 anos ( 48,69± 11,61) foram avaliados por m eio do t est e sent ar- e-alcançar ( TSA) , escala visual analógica ( EVA) e responde-ram os quest ionários de qualidade de vida Medical Out com es St udy 36- I t em Short- form healt h survey ( SF- 36) e o de I ncapacidade de Roland- Morris ( QI RM) . O t rat am ent o foi realizado duas vezes por sem ana, t ot alizando 10 sessões. Cada sessão t eve duração de 30 m inut os e foi const it uída por t écnicas de Mait land, aplicadas conform e os sint om as avaliados no início de cada sessão. Após as 10 sessões, os suj eit os foram reavaliados. Os dados obt idos nas avaliações referent es ao TSA e a EVA foram analisados pelo t est e t de St udent; os dados referent es aos quest ionários foram

ana-lisados est at ist icam ent e pelo t est e não- param ét rico de Wilcoxon. Para as int erpret ações foi ut ilizado o nível de signi-fi cância de 5% ( p< 0,05) . Result ados: Houve m elhora signifi cat iva na int ensidade de dor, incapacidades, fl exibilida-de e Qualidaexibilida-de exibilida-de vida. Conclusão: A t erapia de Mait land m ost rou- se efi caz, o que sugere ser um a adequada est ra-t égia de inra-t ervenção para pacienra-t es com lom balgia crônica.

Palavras Chaves: Lom balgia, dor, fl exibilidade, Manipulação Vert ebral, Mait land

Abst ract

I nt roduct ion: The low back pain are a problem a of healt h. Obj ect ive: t o evaluat e t he effect s of t he Mait land´ s m a-nipulat ion in pain, fl exibilit y, funct ional capacit y and qualit y of life of t he pat ient s wit h chronic low back pain. Met h-od: Sxt een subj ect s, of bot h genders, wit h t he age from 23- 68 years old ( 48.69,± 11.61 years old) were evaluat ed by t est sit and reach ( TSA) , Visual Analogue Scale ( VAS) and answered t he quest ionnaires of t he qualit y of life Medi-cal Out com es St udy 36- I t em Short- Form Healt h Survey ( SF- 36) and t he Roland- Morris Disabilit y funct ional incapacit y ( RMDQ) . The t reat m ent was carried out t wice a week, t ot aling 10 sessions. Each session last ed 30 m inut es and con-sist ed by Mait land´ s t echniques, applied as t he sym pt om s evaluat ed at t he beginning of each session. Aft er 10 ses-sion, t he subj ect s were re- evaluat ed. The dat a obt ained in t he assessm ent s concerning t he TSA and VAS were anlyzed by St udent t t est , t he dat a relat ing t o t he quest ionnaire were anaanlyzed using t he Wilcoxon non- param et ric st a-t isa-t ics a-t esa-t . For a-t he ina-t erprea-t aa-t ion was used signifi cance level of 5% ( p≤0,05) . Result s: A signifi cant im provem ent was in the intensit y of pain, disabilit y, fl exibility and qualit y of life. Conclusion: The Mait land´ s t herapy showed effect ive, which suggest s be an appropriat e st rat egy for int ervent ion for pat ient s wit h chronic low back pain.

Keyw ords: Low back pain, pain, fl exibilit y, vert ebral m anipulat ion, Mait land

Art igo recebido em 1 0 de novem bro de 2 0 1 0 e aceit o em 5 fevereiro de 2 0 1 1

1 . Professor Assist ent e Dout or da Universidade Est adual Paulist a “ Júlio de Mesquit a Filho” - UNESP, Faculdade de Filosofi a e Ciências,

Depart am ent o de Educação Especial, Marília-SP, Brasil. Docent e do Program a de Pós- graduação em Desenvolvim ent o Hum ano e Tec-nologias, I nst it ut o de Biociências, Unesp Rio Claro- SP.

2 . Fisiot erapeut a, form ado pela Universidade Est adual Paulist a “ Júlio de Mesquit a Filho” – UNESP, cam pus Marília, Marília-SP, Brasil.

Endereço para correspondencia:

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I N TRODUÇÃO

A lom balgia represent a um dos problem as de saúde m ais freqüent es na população geral. Cerca de 80% da população m undial j á apresent ou um quadro de dor lom bar baixa, pelo m enos um a vez na vida, dest acando-se com o a acando-segunda m aior incidência dent re os dist úrbios dolorosos, const it uindo a principal causa de ausência no t rabalho em países indust rializados. Apesar do progres-so da ergonom ia aplicada à coluna vert ebral e do uprogres-so de sofi st icados m ét odos de diagnóst ico na últ im a década, as lom balgias t iveram um crescim ent o quat orze vezes m aior que o da população. O result ado dest a sit uação é grave, sendo que est ão associadas à grande necessida-de necessida-de cuidados m édicos e alt os cust os sociais( 1).

No Brasil, a lom balgia é a prim eira causa de pagm ent o de auxílio doença e a t erceira causa de aposent a-doria por invalidez( 2). Além de gast os com diagnóst ico e

t rat am ent o, prej uízos socioeconôm icos são result ant es das afecções lom bares nos t rabalhadores, um a vez que há um a signifi cat iva queda de produt ividade por falt a de adapt ação que pode ocasionar na m udança de post o de t rabalho, pagam ent os de benefícios com o auxílio- doen-ça e aposent adoria por invalidez( 3).

As lom balgias e lom bociat algias podem ser de na-t ureza m ecânica e na-t raum ána-t ica devido ao na-t rabalho repena-t i-t ivo, ações de em purrar e puxar, quedas, posi-t ura de i-t ra-balho est át icas e sent adas, t arefas onde há vibração em t odo o corpo, t rabalhos que envolvem o agacham ent o e t orção ou levant am ent o repet it ivo de obj et os pesados, principalm ent e quando as cargas ult rapassam a força do indivíduo( 4).

Exist em , aproxim adam ent e, 120 doenças que acom et em a coluna lom bar. A hérnia do disco int erver-t ebral é um a delas. A dor lom bar, a lom bociaerver-t algia, a cruralgia e a ciát ica são os sint om as predom inant es( 5).

Os pilares do diagnóst ico das afecções lom bares en-volvem a hist ória e o exam e físico. Técnicas de im a-gem e out ros exam es apenas os com plem ent am( 6). As

difi culdades do est udo da dor lom bar e de sua aborda-gem decorrem de vários fat ores, dent re os quais a ine-xist ência de um a fi dedigna correlação ent re os acha-dos clínicos e os de im agem e escassas inform ações quant o aos achados anat ôm icos e hist ológicos das es-t rues-t uras possivelm enes-t e com prom ees-t idas. Consequenes-t e-m ent e, desenvolvee-m - se inúe-m eras alt ernat ivas de t ra-t am enra-t o podendo ou não ser efi cazes na elim inação dos sint om as( 7).

Dent re as inúm eras opções t erapêut icas conserva-doras para t rat am ent o de afecções vert ebrais, fi siot era-peut as vêm ut ilizando cada vez m ais a t erapia m anual, com dest aque para a abordagem de t erapia m anual do fi siot erapeut a Geoff Mait land, que surgiu na Aust rália na década de 60 e se espalhou pelo rest o do m undo com o base da t erapia m anual( 8).

O conceit o que Geoff Mait land int roduziu,

Concei-t o MaiConcei-t land, é fundam ent ado em observações clínicas

que surgiram com o result ado de um a abordagem sis-t em ásis-t ica de exam e e sis-t rasis-t am ensis-t o dos sinais e sinsis-t om as present es nos pacient es. Grande part e da im port ân-cia do conceit o consist e na avaliação m anual dos m ovi-m ent os ost eocineovi-m át icos e acessórios art rocineovi-m át icos. Est e exam e m anual é part e essencial do diagnóst ico fí-sico de disfunções da coluna realizado pelo fi siot erapeu-t a m anipulaerapeu-t ivo( 9).

O conceit o Mait land fundam ent a- se em um sist em a graduado de avaliação e t rat am ent o, por m eio de m o-vim ent os passivos oscilat órios, rít m icos, graduados em cinco níveis que variam de acordo com a am plit ude dos m ovim ent os acessórios norm alm ent e present es nas ar-t iculações, que visam a recuperação da arar-t rocinem áar-t ica das superfícies art iculares, o que prom ove a congruên-cia e dim inui o at rit o m ecânico na art iculação. I st o re-sult a na m elhora da dor e função do segm ent o corporal acom et ido( 10, 11). Diant e dessas considerações, o obj et

i-vo dest e est udo foi avaliar os efeit os da t erapia m anu-al de Mait land no quadro álgico, fl exibilidade, capacidade funcional e qualidacapacidade capacidade vida capacidade pacient es com lom -balgia crônica.

MÉTODO

Am ost ra

Os dados foram obt idos de pacient es de Marília, na faixa et ária de 23 a 68 anos, de am bos os sexos, com relat o de dor lom bar crônica ( queixa por período m aior que 12 sem anas) . Est e est udo caract erizou- se com o um ensaio clínico não aleat ório sendo realizado no Cent ro de Est udos em Educação e Saúde ( CEES) da Unesp de Marilia.

O present e est udo foi subm et ido e aprovado pelo Com it ê de Ét ica em Pesquisa Envolvendo Seres Hum a-nos da Faculdade de Medicina de Marília, com o prot o-colo nº . 013/ 08. Os suj eit os part icipant es do program a assinaram um Term o de Consent im ent o Livre e Esclare-cido ( TCLE) . A am ost ra foi de conveniências, com pos-t a por 16 pacienpos-t es, de am bos os gêneros, com a faixa et ária ent re 23 e 68 anos ( 48,69± 11,61) , sendo 5 do sexo m asculino e 11 do sexo fem inino. Seriam excluí-dos suj eit os que est ivessem realizando qualquer t ipo de t rat am ent o, m edicam ent oso ou não, para lom balgia, ou ainda que relat assem hist órico de frat ura, cirurgia ou doença infecciosa na coluna lom bar. Ent ret ant o nenhum suj eit o foi excluído do est udo.

Mat eriais

Para realização dest e est udo, foram ut ilizados os seguint es m at eriais: um divã sim ples, fi cha de avalia-ção, Quest ionário de I ncapacidade de Roland- Morris

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Procedim ent os

Para o recrut am ent o de pacient es foi realizado di-vulgação do proj et o aos m édicos ort opedist as, Uidades Básicas de Saúde, indúst rias, em presas e universidades da cidade de Marília-SP.

Após a seleção dos part icipant es, est es passaram por um a avaliação física e post eriorm ent e foi aplicada a EVA para m ensuração da dor. A análise da capacida-de funcional foi realizada pelo QI RM; e a qualidacapacida-de capacida-de vida por m eio do SF- 36 . Para avaliação da fl exibilidade foi realizado o Test e Sent ar e Alcançar ( TSA) , com a ut i-lização do Banco de Wells .

Escala Visual Analógica ( EVA)

A escala visual analógica de dor ( EVA) é ut ilizada e validada com o um inst rum ent o unidirecional de m ensu-ração ( quant it at iva) da dor, um a vez que pode det ect ar pequenas diferenças na int ensidade da dor quando com -parada com out ras escalas. O obj et o de análise é cons-t icons-t uído de um a linha recons-t a de 10 cm , não num erada, indi-cando- se num a ext rem idade, geralm ent e à esquerda, a m arcação da “ sem dor”, e na out ra ext rem idade opost a, “ pior dor possível”( 12).

Para det erm inar a int ensidade da dor, o suj eit o era orient ado a m arca na linha o local onde considerava o que represent aria a sua dor percebida.

Quest ionário Roland- Morris ( Brazil- RM)

O QI RM é um a adapt ação feit a por Rolan d e Mor -r is em 1983, do quest ionário Sick n ess I m pact Pr ofi le

(SI P) para ut ilização específi ca em lom balgias. Foram escolhidos 24 parâm et ros e acrescent ada a expres-são “ por causa das m inhas cost as”, com o obj et ivo de m edir a repercussão dest as nas at ividades diárias nas últ im as 24 horas. Esse quest ionário quant ifi ca a inca-pacidade do indivíduo som ando um pont o a cada frase assinalada, sendo que zero ( pont uação m ínim a) re-present a nenhum im pact o da dor sobre a pessoa; e 24 ( pont uação m áxim a) indica incapacidade funcional t ot al( 13,14).

Short - Form Healt h Survey ( SF- 3 6 )

O SF- 36 é um quest ionário genérico para a ava-liação da qualidade de vida. Sua adapt ação e valida-ção para o port uguês foram realizadas por Ciconelli, em 1999 e, desde ent ão esse inst rum ent o é um dos m ais di-fundidos na área da saúde( 15).

Est e é um quest ionário m ult idim ensional de fácil adm inist ração e com preensão. Seu form at o consist e em 36 it ens divididos em oit o dom ínios: capacidade funcio-nal, aspect os físicos, dor, est ado geral de saúde, vit a-lidade, aspect os sociais, aspect os em ocionais e saúde m ent al. O escore fi nal pode variar de zero a 100, sendo que zero corresponde ao pior e 100 ao m elhor est ado de saúde( 16,17).

Test e de sent ar e alcançar

O t est e de sent ar- e- alcançar é um m ét odo linear para avaliar a fl exibilidade propost o originalm ent e por

Wells e Dillon, em 1952( 18). Nesse m ét odo, o pacient e

perm anece sent ado com as pernas com plet am ent e es-t endidas e os pés apoiados cones-t ra um anes-t eparo de m a-deira de, aproxim adam ent e, 30 cm de alt ura. Sobre o ant eparo, em ângulo ret o, coloca- se um a régua gra-duada em cent ím et ros. Muit o em bora não const e da descrição original do m ét odo, opt am os por m ant er os pés descalços, para m elhor padronização. Pede- se, ent ão, ao pacient e para inspirar, com as m ãos sobre-post as e pont as dos dedos apoiados sobre a régua des-lizant e, e em seguida expirar concom it ant e com a fl e-xão do t ronco, t ent ando alcançar a m aior dist ância pos-sível ao realizar fl exão de t ronco, m ant endo os j oe-lhos, cot ovelos e punhos em ext ensão. No Banco de

Wells, o pont o referência da região plant ar é posiciona-do na base posiciona-do inst rum ent o, e corresponde ao valor de 23 cent ím et ros( 18,19).

Os volunt ários receberam as orient ações sobre o procedim ent o. Após os esclarecim ent os, foram posicio-nados e realizaram t rês m edidas. Para análise foi ut iliza-da a m ediiliza-da referent e ao m elhor desem penho.

Prot ocolo de t rat am ent o

A int ervenção foi realizada duas vezes por sem ana em sessões de t rint a m inut os por cinco sem anas, t ot a-lizando dez sessões. As t écnicas de m anipulação est ão descrit as no Quadro 1 e foram selecionadas de acordo com sint om at ologia e avaliação realizada no início de cada sessão, segundo a propost a pelo m ét odo aplica-do. Nest a avaliação, inicialm ent e eram exam inados os m ovim ent os art rocinem át icos póst ero-ant erior e rot a-ção vert ebral. Em seguida, era solicit ado a m ovim en-t ação aen-t iva de fl exão, fl exão laen-t eral, exen-t ensão e roen-t ação do t ronco. A am plit ude do m ovim ent o e a sensação do-lorosa eram consideradas para defi nição de quais t écni-cas seriam aplicadas.

De acordo com Mait land11 exist em cinco t écnicas

principais no acom et im ent o lom bar. Nest e est udo foram selecionadas quat ro delas, além de out ra ( dist ração sa-cro- ilíaca) que pode ser ut ilizada para sint om at ologias desencadeadas por com prom et im ent o lom bar ou sacro-ilíacos. Ao t érm ino do t rat am ent o, após 7 dias, foi reali-zado a reavaliação.

Análise Est at íst ica

Os dados obt idos foram expressos em m édia e des-vio- padrão. Os dados obt idos por m eio do TSA e EVA foram analisados pelo t est e t de st udent. Os dados re-ferent es aos quest ionários SF- 36 e QI RM foram analisa-dos est at ist icam ent e por m eio do t est e não- param ét rico de Wilcoxon. Para as conclusões foi considerado o nível

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RESULTADOS

Na Tabela 1 est ão expressos os dados referent es à caract erização dos suj eit os ( n= 16) .

Na Figura 1, est ão represent ados os dados refe-rent es à qualidade de vida, obt idos na avaliação e re-avaliação.

Pode- se observar m elhoras signifi cat ivas em t odos os dom ínios do SF- 36 após a int ervenção: Capacidade Funcional ( p= 0,004) , Aspect os Físicos ( p= 0,0015) , Dor ( p= 0,0004) , Est ado Geral de Saúde ( p= 0,0007) , Vit ali-dade ( p= 0,0007) , Aspect o Social ( p= 0,0033) , Aspect o Em ocional ( p= 0,0033) e Saúde Ment al ( p= 0,001) .

O result ado referent e à dor lom bar percebida ( Fi-gura 2) , avaliada por m eio da EVA, t am bém apresent ou um a diferença signifi cat iva ( p= 0,0004) indicando um a m elhora do quadro álgico após a int ervenção.

A fl exibilidade, analisada por m eio do TSA, apre-sent ou diferença signifi cat iva ( p= 0,0004) , o que indica m elhora da fl exibilidade após a int ervenção ( fi gura 3) .

No Quest ionário de I ncapacidade de Roland- Morris t am bém houve diferença signifi cat iva das incapacidades ( p= 0,004) com o t ot al de pergunt as assinaladas sendo expressivam ent e inferior ao respondido ant es do inicio do t rat am ent o propost o nest e est udo ( Figura 4) .

DI SCUSSÃO

No presente estudo houve um a m elhora signifi ca-tiva em todos os aspectos avaliados para averiguar os

Quadro1 . Técnicas de Exam e e Trat am ent o para Região Lom bar - Manipulação de Mait land.

Técnica M ét odo Aplicações

Pressão Vert ebral Póst ero- Ant erior Cent ral ( PAC)

Movim ent o gradual do peso corporal do fi -siot erapeut a para frent e, diret am ent e sobre a coluna vert ebral. O m ovim ent o oscilant e da vért ebra é obt ido com um m ovim ent o de balanço de t ronco superior para cim a e para baixo em seu eixo vert ical.

Dor distribuída com a m esm a intensidade em am bos os lados do corpo e cuj os sint om as tem origem em um a área com acentuadas de alt erações ósseas decorrent es de degenera-ção, lesões ant igas e alt erações est rut urais devido a post ura inadequada.

Pressão Vert ebral Unilat eral Póst ero- Ant erior ( PAU)

O fi sioterapeuta posiciona seus om bros acim a das suas m ãos, t ransm it indo a pressão do seu t ronco dos braços at e os polegares que at uam com o m olas durant e a aplicação de pressão.

Espasm o dos m úsculos int er segm ent ar es profundos, sendo a t écnica realizado no lado do espasm o ou da dor, e seu ângulo pode variar de acordo com a respost a à t écnica.

Pressão Vert ebral Transversa ( PT)

Pr essão cor poral por m eio dos polegar es sobre o processo espinhoso, sendo aplicada e relaxada repet idam ent e para produzir um t ipo oscilant e de m ovim ent o, podendo ser m ais fort e ou m ais fraco dependendo da graduação do m ovim ent o

Sint om as de dist ribuição unilat eral, em pur-rando os processos espinhosos em direção ao lado doloroso, sendo m ais efi caz em nível de L1 e L2.

Rot ação Lom bar

Movim ent o da pelve sobre um eixo cent ral, em decúbito lateral é realizado a estabilização do t órax pela m ão sobre o om bro e a out ra m ão m obiliza em m ovim ent os rot at órios

Sint om as de dist ribuição unilat eral, sej am eles irradiadas para MMI I ou localizados na área lom bar, sendo realizada com o lado doloroso para cim a

Dist ração Sacro ilíaca*

Movim ent o da pelve t racionada at ravés de um a fl exão de quadril e j oelho com m ovi-m ent os oscilat órios longit udinais realizados pelo t erapeut a com as m ãos posicionadas na fossa poplít ea

Sint om as de dist ribuição unilat eral, irradia-das para MMI I , ciat algia, sendo realizado no lado afet ado.

* Técnica Sacro ilíaca não especifi ca da região lom bar que at ua na m elhora da dor irradiada com origem lom bar. Font e: adapt ado de Mait land ( 2007) 11

Tabela 1 . Caract erização dos Suj eit os.

N = 1 6 5 H om ens / 1 1 M ulheres

I dade ( anos) 48,69± 11,61

M assa corporal ( k g) 71,86± 13,17

Est at ura ( m et ros) 1,63± 0,086

I M C ( Kg/ m ² ) 26,90± 4,4

kg= quilogram as; m = m et ros; I MC= índice de m assa corporal.

Figura 1 . Result ados obt idos do dom ínio do SF- 36. * p< 0,05.

efeitos da terapia m anipulativa com técnicas específi -cas de Maitland, sendo que vários trabalhos contradizem com o tam bém rem etem a esses resultados. Gunnar et

al.( 20) realizou um estudo com parativo entre o tratam

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tipo de tratam ento associado à terapia m anipulativa em paciente com lom balgia. Foi encontrado que os pacien-tes que realizaram o protocolo conservador associado à terapia m anipulativa, obtiveram resultados m ais rápi-dos, além de necessitar de m enos m edicam entos e um a m enor duração do tratam ento, o que resultou em m enor gastos. No estudo de Calonego e Rebelatto( 10), em que foi

com parado a fi sioterapia convencional com a terapia m a-nual de Maitland tam bém foi observado que o tratam en-to m anipulativo apresenta bons resultados, pois s suj

ei-tos subm etidos às técnicas de m obilização vertebral obti-veram alívio da dor e ganho de ADM m ais precoce que os suj eitos subm etidos ao tratam ento convencional, o que possibilitou um a recuperação m ais rápida dos pacientes.

A dor é a principal causa da procura pelo at endi-m ent o. Muit as vezes, o pacient e j á t ent ou várias forendi-m as de t rat am ent o ( m edicam ent oso, fi siot erapêut ico) para m inim izá- la, m as não obt ém m elhora, ou as recidivas são const ant es, afet ando principalm ent e sua qualidade de vida com o um t odo. Aure et al.( 7), afi rm am que a t

e-rapia m anual m ost ra- se signifi cat ivam ent e m ais efet iva quando com parada à t erapia de exercícios at ivos em pa-cient es com lom balgia crônica. Bogduk( 21) relat a que a

t erapia m ult idisciplinar baseada em exercícios m elhora a função física, ent ret ant o apresent am m odest os efei-t os sob a dor. Por ouefei-t ro lado, Liddle eefei-t al.( 8) afi rm am que

apenas os exercícios apresent am um efeit o posit ivo sob pacient es com lom balgia crônica.

A fl exibilidade t am bém est a associada com as dores lom bares, e pode at uar com o causa e conseqü-ência da lom balgia. Thom as et al.( 22) apont am

associa-ção na rest riassocia-ção da m obilidade lom bar com a ocorrên-cia de dor lom bar. Brigano e Macedo( 4) realizaram um

est udo com parando a m obilidade lom bar de 25 indi-víduos com lom balgia e 25 indiindi-víduos assint om át icos e const at ou um a diferença signifi cat iva da m obilida-de lom bar, com dim inuição da fl exibilidaobilida-de nos suj eit os sint om át icos. No present e est udo houve m elhora sig-nifi cat iva da fl exibilidade presenciada em cada sessão, nas avaliações realizadas ent re as m anobras e nas con-dições do quadro álgico em diferent es arcos de m ovi-m ent o do t ronco.

Há a necessidade de m ais est udos principalm en-t e em relação às en-t écnicas específi cas da Terapia Manual para verifi car seus efeit os em diferent es afecções lom -bares em com paração com out ros m ét odos. Na lit era-t ura cienera-t ífi ca evidencia- se a im porera-t ância da m anipu-lação e m obilização vert ebral com o um a form a de t ra-t am enra-t o para as lom balgias, sendo um a escolha que se m ost ra efi caz na m elhora de vários aspect os dos indivíduos( 8).

Durant e o est udo foi const at ado out ros aspect os que não eram part e do obj et ivo e, port ant o, não foram avaliados especifi cam ent e m as t razem inform ações im -port ant es. Um dos fat ores observados foi a grande ade-são ao t rat am ent o. Aderir ao t rat am ent o signifi ca aceit ar e seguir a propost a t erapêut ica, o que m uit as vezes indi-ca que as expect at ivas em relação ao t rat am ent o foram sat isfat órias e observa- se m elhora dos sint om as( 23,24).

Poucos t rabalhos com int ervenção abordam a ques-t ão das recidivas e de com o ques-t al ques-t raques-t am enques-t o fi sioques-t erapêu-t ico foi efeerapêu-t ivo para m anuerapêu-t enção do quadro de m elho-ra após um longo t em po. No present e est udo, passados seis m eses da conclusão dos at endim ent os não houve procura para ret orno às sessões fi siot erapêut icas, que

Figura 2 . Result ados obt idos na Escala Visual Analógica ( EVA) . * p< 0,05.

Figur a 3 . Result ados obt idos no t est e de sent ar- e- alcançar. * p< 0,05.

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foram oferecidas a t odos os pacient es caso os sint om as piorassem ou volt assem . Dest a form a, pode- se inferir que a t écnica ut ilizada, associada às orient ações foram efi cazes na m anut enção de um quadro clínico sat isfat ó-rio. I st o pode ser explicado pelo fat o do t rat am ent o m a-nipulat ivo propor a recuperação da art rocinem át ica da art iculação rest abelecendo o m ovim ent o m ais próxim o do fi siológico e não apenas um a t écnica que visa som en-t e a analgesia.

CON CLUSÃO

A part ir dos result ados obt idos no est udo, pode- se concluir que a t erapia m anual aplicada por m eio da m a-nipulação vert ebral de Mait land m ost rou- se efi caz na re-dução da dor, dim inuição da incapacidade funcional, au-m ent o da fl exibilidade e au-m elhora da qualidade de vida de pacient es com quadro crônico de lom balgia, o que suge-re ser um a adequada est rat égia de int ervenção para pa-cient es com est as alt erações.

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Referências

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