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Correlações entre os valores de lactato mínimo e potência anaeróbia com a potência crítica e a capacidade de trabalho anaeróbio obtidas por método invasivo e não invasivos

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Academic year: 2017

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CORRELAÇÕES ENTRE OS VALORES DE LACTATO MÍNIMO E POTÊNCIA ANAERÓBIA COM A POTÊNCIA CRÍTICA E A CAPACIDADE DE TRABALHO

ANAERÓBIO OBTIDAS POR MÉTODO INVASIVO E NÃO INVASIVOS

MARCIA AFONSO

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CORRELAÇÕES ENTRE OS VALORES DE LACTATO MÍNIMO E POTÊNCIA ANAERÓBIA COM A POTÊNCIA CRÍTICA E A CAPACIDADE DE TRABALHO

ANAERÓBIO OBTIDAS POR MÉTODO INVASIVO E NÃO INVASIVOS

MARCIA AFONSO

ORIENTADOR: PROF. DR. CLAUDIO ALEXANDRE GOBATTO

Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências da Motricidade – Área de Biodinâmica da Motricidade Humana.

RIO CLARO

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe e minha irmã que sempre estiveram

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer aos professores do Departamento de Educação Física, em especial meu Orientador, Prof. Dr. Cláudio Gobatto.

Aos técnicos do Laboratório de Biodinâmica (Beto, Clarice e China) e aos funcionários Rejane, Aurélio e Paulão.

A coordenação da Pós-Graduação, e a CAPES pelo apoio financeiro neste último ano.

Aos participantes desse estudo e do estudo piloto: Tiago, Fabrízio, Cadu, Marcelo, Splinter, Canela, Walter, Elvis, Davi, Chicão, Isaías e Hugo, me desculpem pelo Wingate.

Aos meus amigos, entre eles: Michel, Tiago, Fabrízio (Niterói), Aline, Fábio (Kokinho), Camilão, Lis, Mariângela, Doug, Guru, Fábio e Flávia (Weekend) e Tati (Bio), que sempre estiveram ao meu lado (não vou citar o nome de todos pois eles sabem o quanto são importantes para mim), e ao Pira (valeu pelo planejamento e por me mostrar que nem tudo é como parece ser, não é?).

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RESUMO

O limiar anaeróbio (LAN) tem sido muito utilizado como preditor da capacidade aeróbia na avaliação e prescrição do treinamento. Dentre os protocolos de determinação do LAN, o método do lactato mínimo (LM) parece ser um dos mais precisos, determinando de certa forma, individualmente os valores do LAN. Um outro modelo utilizado na avaliação do parâmetro aeróbio é o método não invasivo de determinação de potência crítica (PC), sendo que esse modelo possibilita também a quantificação das reservas anaeróbias intramusculares (CTA). Vários autores propõem determinações de PC por diferentes protocolos, dentre eles, os propostos por JENKINS & QUIGLEY em 1991 (PCJQ) e CHASSAIN em 1986 (PCCH) especialmente, são muito diferentes, no aspecto metodológico e repercutiram bastante no meio científico. O objetivo do presente estudo foi de comparar métodos invasivos e não invasivos de avaliação aeróbia e anaeróbia em atletas ciclistas, identificando a relação existente entre o LM e a PC (determinada por dois métodos diferentes) e, a relação dos parâmetros anaeróbios, através da potência média e da potência pico com a CTA. Foram voluntários desse estudo 9 ciclistas treinados do sexo masculino (24,11 ± 1,62 anos; 67,28 ± 4,37 kg e 175,78 ± 5,89 cm) com experiência na modalidade. Os atletas foram submetidos a três protocolos experimentais: 1) Teste de LM, com teste de

Wingate para induzir a acidose e posterior exercício progressivo; 2) Teste de PCJQ com

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Foram encontradas diferenças significativas entre as intensidades de LM (219,73 ± 4,43 W), PCJQ nos modelos Pot– 1/tlim (301,47 ± 10,46 W) e Wlim– tlim (295,22 ± 10,14 W), na PCCH determinada pelos métodos de variação de lactato (201,53 ± 4,44 W) e pela variação de freqüência cardíaca (169,80 ± 12,03 W) com boa correlação entre os métodos. Em relação ao parâmetro anaeróbio não foi encontrada correlação significante entre as potências média (765,26 ± 12,92 W) e pico (879,54 ± 19,99 W) obtidas no Wingate, com a

CTA (14,05 ± 1,30 e 16,08± 1,19 KJ) nos modelos Pot– 1/tlim e Wlim– tlim, respectivamente. Concluímos que existe uma relação entre o LM e as PCs, e que esses métodos podem ser utilizados na avaliação do condicionamento aeróbio em ciclistas. Contudo, a PCJQ superestimou enquanto a PCCH subestimou a intensidade do LM, o que sugere alguns ajustes matemáticos na prescrição do treinamento. Concluímos também que existem inconsistências em afirmar que potência anaeróbia e CTA são relacionadas.

Palavras Chave: teste de lactato mínimo, Wingate, limiar anaeróbio, potência crítica,

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ABSTRACT

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the methods of lactate variation (201.53 ± 4.44 W) and for the heart rate variation (169.80 ± 12.03 W), with good correlation among the methods. In relation to the anaerobic parameter it was not found significant correlation between the mean (765.26 ± 12.92 W) and peak powers (879.54 ± 19.99 W) obtained in Wingate test and to AWC (14.05 ± 1.30 and 16.08± 1.19 KJ), in the P-1/tlim and Wlim-tlim models, respectively. In this way, we conclude that there are relationship between LMT and CP, and that any method can be used to evaluate the cyclists aerobic condition. However, PCJQ overestimated and PCCH underestimated the intensity of LMT, what suggest mathematical adjustments in the training prescription. We concluded also that there are inconsistencies in affirming that anaerobic power and AWC are related.

Key Words: lactate minimum test, Wingate test, anaerobic threshold, critical power,

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SUMÁRIO

página

RESUMO ... v

ABSTRACT ... vii

LISTA DE ABREVIATURAS ... xi

LISTA DE TABELAS ... xiv

LISTA DE FIGURAS ... xv

1 – INTRODUÇÃO ... 1

2 – OBJETIVOS ... 4

3 – REVISÃO DE LITERATURA ... 5

3.1 – Limiar Anaeróbio ... 5

3.1.1 – Protocolo de Lactato Mínimo ... 8

3.2 – Avaliação anaeróbia - teste de Wingate ... 11

3.3 – Potência Crítica e Capacidade de Trabalho Anaeróbio ... 14

3.3.1 – Relação entre a PC e CTA com outros índices de performance ... 16

3.3.2 – Determinação da PC e da CTA ... 18

3. 4 – Determinação da PC através das variações de FC e lactato ... 21

4 – MATERIAL E MÉTODOS ... 23

4.1 – Participantes ... 23

4.2 – Sessões Experimentais ... 23

4.2.1 – Protocolo 1: Teste do Lactato Mínimo ... 24

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4.2.3 – Protocolo 3: Determinação da potência crítica a partir das variações de freqüência

cardíaca e lactato em esforços duplos (CHASSAIN, 1986) ... 28

4.3 – Coletas e dosagens sanguíneas ... 32

4.4 – Procedimentos estatísticos ... 32

5 – RESULTADOS ... 34

6 – DISCUSSÃO ... 46

7 – CONCLUSÕES ... 58

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 59

ANEXO I: Cópia do Termo de Consentimento ... 72

ANEXO II: Aceite do Comitê de Ética em Pesquisa ... 76

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LISTA DE ABREVIATURAS

ATP: adenosina trifosfato bpm: batimentos por minuto cm: centímetros

CTA: capacidade de trabalho anaeróbio E1: exercício 1

E2: exercício 2 EMG: eletromiografia EP: erro padrão

FC: freqüência cardíaca IAT: limiar anaeróbio individual IF: índice de fadiga

J: joules K: carga Kg: kilograma kgf: kilogramaforça KJ: kilojoules Km: quilômetros

Km/h: quilômetros por hora Kp: kilopound

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LM: lactato mínimo m: metros

ml: mililitros µl: microlitros mM: milimolar

MSSLAC: máximo estado estável de lactato NaF: fluoreto de sódio

O2: oxigênio

OBLA: onset of blood lactate accumulation OPLA: onset of plasma lactate

PC: potência crítica

PCCH: PC determinada pelo método de CHASSAIN (1986)

PCJQ: PC determinada pelo método de JENKINS & QUIGLEY (1991) PCO2: pressão de dióxido de carbono

P Média: potência média Pot: potência

P Pico: potência pico

SEE: erro padrão da estimativa tlim: tempo-limite

VC: velocidade crítica

∆FC: variação de freqüência cardíaca

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VO2: consumo de oxigênio

VO2max: consumo máximo de oxigênio VO2pico: consumo pico de oxigênio vs: versus

W: watts

Win-médio: potência média no Wingate

Win-pico: potência pico no Wingate

Wlim: trabalho-limite

[LAC] pico : concentração de lactato pico

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Valores individuais da intensidade de LM, concentração de lactato pico ([LAC]pico), concentração de lactato na intensidade de LM ([LAC]LM), e coeficiente de determinação da regressão (R2) da fase de intensidades progressivas do teste ... 35 TABELA 2 – Valores de PC e R2 obtidos pelo método de Jenkins & Quigley (1991), para os modelos Potência-1/tempo (Pot- 1/tlim) e Trabalho-tempo (Wlim- tlim) 36 TABELA 3 – Valores de potência e R2 obtidos pelo método de PC CH, determinado pelas

variações de concentração de lactato (∆lac) e freqüência cardíaca (∆FC) 37 TABELA 4 – Correlações entre valores obtidos nos testes de PCJQ (Pot- t/tlim e Wlim-

tlim), PCCH (∆lac e ∆FC) e LM... 39 TABELA 5 – Valores das potência média e pico verificadas no teste de Wingate expressas

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Concentrações de lactato durante a fase progressiva após o teste de LM após o esforço anaeróbio (teste de Wingate)do participante 4... 26

FIGURA 2 – Variação de FC para os esforços duplos de 180s com intervalo de 90s à 85% do LM para o participante 7... 30 FIGURA 3 – Variação de FC para os esforços duplos de 180s com intervalo de 90s à 95% do LM para o participante 7... 30 FIGURA 4 – Variação de FC para os esforços duplos de 180s com intervalo de 90s à

105% do LM para o participante 7... 30 FIGURA 5 – Variação de FC para os esforços duplos de 180s com intervalo de 90s à

115% do LM para o participante 7... 30 FIGURA 6 – Variação de lactato sanguíneo entre os esforços duplos para as 4

intensidades do LM do participante 7... 31 FIGURA 7 – Variação de freqüência cardíaca entre os esforços duplos para as 4 intensidades do LM do participante 7... 32 FIGURA 8 – Média e erro padrão da média dos parâmetros utilizados para estimar a

condição aeróbia ... 38 FIGURA 9 – Relação entre o LM e a PCJQ (Pot-1/tlim) expressos em Watts para os 9

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FIGURA 11 – Relação entre o LM e a PCCH (∆lac) expressos em Watts para os 9 participantes desse estudo... 41 FIGURA 12 – Relação entre o LM e a PCCH (∆FC) expressos em Watts para os 9

participantes desse estudo... 42 FIGURA 13 – Média e erro padrão da média do trabalho realizado durante teste de

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1 – INTRODUÇÃO

Em busca de melhores índices entre atletas de diferentes modalidades, vários autores procuram identificar maneiras de avaliar o rendimento atlético através de diferentes metodologias, que na maioria das vezes requerem alto custo e elevado dispêndio de tempo, o que também pode comprometer a programação do treinamento.

Dentre essas metodologias podemos dizer que existem protocolos clássicos que parecem servir muito bem à população em geral (COOPER, 1983), mas falham em avaliar o alto rendimento, devido à sensibilidade do método a pequenas mudanças.

Para o esporte de alto nível é de extrema importância a utilização de métodos fidedignos e reprodutíveis de avaliação como a quantificação dos parâmetros aeróbio e anaeróbio na prescrição e acompanhamento do desempenho atlético.

Apesar dos conceitos serem praticamente os mesmos, protocolos de testes mostram-se bastante diferentes, trazendo com isso dúvidas quanto a sua aplicação.

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Alguns protocolos de determinação de LAN utilizam-se de concentrações fixas de lactato, as quais são relacionadas a velocidades em um teste progressivo. Entretanto, sabe-se da existência de uma grande variação individual da resposta do lactato em um teste de cargas crescentes, caracterizando assim a necessidade de um método individualizado.

Em 1979, Davis & Gass observaram que durante um exercício incremental após uma série máxima de exercício induzindo a acidose lática, a concentração de lactato inicialmente diminuía durante o aumento das cargas e, após algum tempo, essa concentração voltava a aumentar. Essa idéia pôde ser subseqüentemente definida como o método do lactato mínimo (LM), uma forma de determinação individualizada do LAN. Esse protocolo, invasivo em seu procedimento de coletas sanguíneas para a determinação do lactato, possibilita a obtenção dos parâmetros anaeróbios e aeróbios em apenas uma única sessão de teste (TEGTBUR et al., 1993).

A partir de um modelo relativamente antigo (MONOD & SCHERRER, 1965), alguns autores passaram a desenvolver metodologias buscando, a partir de dados não invasivos, determinar o condicionamento aeróbio e anaeróbio em atletas.

De acordo com esse modelo, existe uma intensidade máxima de exercício que pode ser mantida por processos oxidativos sem que haja desgaste das reservas anaeróbias, e conseqüente fadiga, ou seja, uma intensidade onde o atleta realiza um exercício por tempo indefinido sem que atinja a exaustão. Essa intensidade foi definida como potência crítica (PC) e as reservas anaeróbias intramusculares denominadas de capacidade de trabalho anaeróbio (CTA).

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da concentração de lactato, para esforços duplos de exercício sub e supralimiares, intercalados por um período de pausa.

Com o objetivo de encontrar uma intensidade de exercício ideal para o treinamento e performance, diversos métodos têm sido utilizados partindo de mesmos conceitos, portanto suas respostas devem ao menos estar relacionadas entre si.

A PC foi mostrada ser um preditor correspondente ou ao menos, correlacionada com o VO2máx, o LAN e o máximo estado estável de lactato. Entretanto, ainda existe inconsistência na relação entre a CTA e outros índices de avaliação anaeróbia.

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2 – OBJETIVOS

O presente estudo propõe uma comparação de testes invasivos com não invasivos, com os objetivos de:

• Comparar os valores do lactato mínimo (LM) com a PC determinada por dois métodos distintos (JENKINS & QUIGLEY, 1991 e CHASSAIN, 1986);

• Comparar os valores de potência média e a potência pico (Wingate) com a CTA

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3 – REVISÃO DE LITERATURA

Nessa revisão de literatura serão caracterizados, primeiramente, os conceitos e definições relacionadas ao limiar anaeróbio (LAN), abordando suas diferentes terminologias e protocolos, dando ênfase ao protocolo do teste de lactato mínimo (LM), expondo algumas possíveis influências que possam interferir na validade desse protocolo. Em um segundo momento o modelo de PC será descrito, relacionando-o com outros métodos de determinação de parâmetros aeróbio e anaeróbio. Posteriormente, discutiremos os diferentes estudos envolvendo tipos distintos de protocolos a partir desse conceito.

3.1 – Limiar Anaeróbio

O termo Limiar Anaeróbio (LAN) foi introduzido pela primeira vez em 1964 por Wasserman & McIlroy, que o definiram como sendo a intensidade de exercício na qual a concentração sanguínea de lactato começa a aumentar e a concentração de bicarbonato começa a diminuir.

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aos níveis de repouso; diminuição na concentração sanguínea de bicarbonato no sangue arterial associado à uma diminuição do pH e, aumento do quociente respiratório.

Propondo parâmetros ventilatórios para se estimar o ponto de inflexão da curva de lactato, Wasserman et al. (1967, 1973) modificaram o conceito de LAN para “a intensidade de exercício acima da qual a concentração sanguínea de lactato aumenta de forma progressiva e a ventilação pulmonar se intensifica também de maneira desproporcional ao oxigênio consumido”.

Posteriormente, outros autores definiram esse parâmetro como a intensidade de exercício em que era identificado o máximo estado estável de lactato sangüíneo, com equilíbrio entre a produção e remoção de lactato (MADER et al., 1976; KINDERMANN et al., 1979; SJODIN &

JACOBS, 1981; HECK, 1985).

O termo limiar anaeróbio também pode ser definido como o consumo de oxigênio em uma determinada carga de trabalho físico acima da qual a acidose metabólica ocorre em função da crescente participação do metabolismo anaeróbio (YOSHIDA, 1984), ou seja, a intensidade máxima de esforço que um indivíduo é capaz de realizar com energia produzida por processos metabólicos predominantemente aeróbios.

Apesar de sugerir controvérsias entre pesquisadores, o conceito de LAN apóia-se na noção de que durante um exercício intenso, a disponibilidade mitocondrial de O2 pode não ser adequada para atender a demanda metabólica oxidativa aumentada na fibra muscular ativa. Como conseqüência, a reserva anaeróbia passa a fornecer energia através da via glicolítica, com conseqüente acúmulo de lactato (MORITANI et al., 1981).

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LAN ocorre em função do grande número de protocolos empregados pelos pesquisadores para identificar fenômenos semelhantes (WILMORE & COSTILL, 1994).

Existem aqueles que determinam o limiar através do início do acúmulo de lactato no sangue durante um exercício de caráter crescente, as quais podem ser identificadas como a intensidade de exercício anterior ao aumento exponencial do lactato sanguíneo, cujas nomenclaturas são o OPLA (Onset of Plasma Lactate), limiar de lactato (LL) e limiar aeróbio. As concentrações de lactato para estas terminologias são aproximadamente 2mM (1,5 - 3,0mM), e as velocidades correspondentes a essa concentração estão relacionadas com as velocidades de corrida desempenhadas por atletas durante uma maratona e também é tida como a intensidade de ótima recuperação ativa (DENADAI, 1996).

Uma outra linha pela qual os protocolos relacionados ao LAN seguem é aquela em que este fenômeno é determinado através do máximo estado estável de lactato, ou seja, pelo equilíbrio entre produção e remoção de lactato sanguíneo durante um exercício de carga constante. As nomenclaturas utilizadas são o LAN, limiar aeróbio-anaeróbio e OBLA (Onset Of Blood Lactate Accumulation). As concentrações de lactato para estes protocolos são de aproximadamente 4mM (3,0 - 5,5mM), e as velocidades correspondentes a esta concentração estão mais associadas às provas aeróbias de menor duração (TANAKA et al., 1984).

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para os esportes, patinação (6,6 ± 0,9 mM), ciclismo (5,4 ± 1,0 mM) e remo (3,1 ± 0,5), ocorrendo maiores concentrações de lactato em esportes em que a participação de massa muscular é maior, o que contradiz o uso de uma concentração fixa de lactato para a determinação do LAN.

Stegmann et al. (1981) verificaram que a concentração média de lactato sanguíneo durante exercício em máximo estado estável de lactato ocorria em torno de 4mM. No entanto, os valores individuais variavam de 1,4 a 7,5 mM. Devido as limitações do LAN determinado pela concentração fixa de 4mM de lactato sanguíneo, autores como Stegmann et al. (1981) e Tegtbur et al. (1993) encontraram a necessidade da existência de um protocolo que mais se aproximasse do real valor de LAN de cada indivíduo. Dessa forma, Stegmann et al. (1981) introduziram um modelo matemático para determinar o limiar anaeróbio individual (IAT). Posteriormente, Tegtbur et al. (1993) desenvolveram outro protocolo de determinação de LAN, o teste de lactato mínimo (LM), sendo muito utilizado atualmente.

McLellan & Cheung (1992) afirmam que o IAT, teoricamente representa, durante o exercício, a taxa metabólica onde a eliminação de lactato para o sangue é máxima e igual à sua remoção para o tecido periférico. Atividades com intensidade superior a do IAT estão, portanto, associadas a uma elevação progressiva das concentrações sangüíneas de lactato, aumento esse desproporcional ao incremento da carga.

3.1.1 – Protocolo de Lactato Mínimo

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anaeróbios induzindo uma grande elevação do lactato e após uma pausa (8 minutos), inicia-se um esforço com cargas progressivas. Com a realização das primeiras cargas, ocorre diminuição do lactato, até que se atinge um valor mínimo, a partir do qual começa a existir um novo aumento do lactato. Segundo os autores, o LM corresponde à intensidade de exercício onde existe equilíbrio entre a produção e remoção de lactato. Esses autores relatam ainda que essa intensidade (LM) correspondeu à velocidade de MSSLAC para a maioria dos sujeitos submetidos a um teste de endurance de 8 km na velocidade de LM e, em uma velocidade acima da velocidade de LM.

O método proposto por Tegtbur et al. (1993) originalmente realizado com corredores foi realizado em nosso estudo com ciclistas utilizando cicloergômetro, iniciando com um teste de

Wingate, induzindo uma elevação do lactato, com posterior exercício progressivo.

A vantagem de se realizar esse protocolo é que possibilita uma avaliação anaeróbia e aeróbia em apenas uma sessão de laboratório, não interferindo muito, portanto, na rotina de treinamento dos atletas. Verificou-se também que a metodologia não sofre influência da disponibilidade de substrato, importante fator devido à dificuldade de acompanhamento da dieta dos atletas.

Campbell et al. (1998) testaram a possível influência da ingestão oral de cafeína ou de glicose, sobre a determinação da intensidade do LM durante o exercício em cicloergômetro. Relataram que o comportamento do lactato sanguíneo durante o exercício incremental (LM) foi o mesmo encontrado na corrida, e não foram verificadas diferenças entre as intensidades de esforço (Watts) no LM nas condições placebo (155,0) , cafeína (160,0) ou glicose (160,0).

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validando os protocolos de LM, IAT e limiar anaeróbio por concentração fixa de 4mM como forma de avaliação aeróbia.

Uma das críticas que se levanta em relação a esse protocolo seria na influência do tipo de exercício que se realiza antes do teste incremental. Higino & Denadai (1998) investigaram se o tipo de exercício que induz ao acúmulo de lactato antes do teste incremental poderia influir na determinação do LAN. Foram estudados 8 indivíduos fisicamente ativos, que realizaram o teste de LM em cicloergômetro e após a corrida máxima de 200m na pista. Apesar da concentração de lactato 7 minutos após o exercício anaeróbio e na intensidade do LM terem sido maiores após o exercício de corrida, do que no teste de Wingate (cicloergômetro), a intensidade no LM não

apresentou diferença significativa entre os testes.

Smith et al. (2002) em seu estudo utilizou 4 protocolos diferentes para a elevação de lactato antes do teste incremental: teste de potência máxima em rampa contínua; 30 segundos de esforço máximo; 40 segundos de esforço máximo; e 2 x 20 segundos de esforço máximo separados por 60 segundos de pausa. Apesar do pico de lactato ser diferente entre os protocolos ocorrendo após 3 e 4 minutos ao teste de Wingate, não foram encontradas diferenças no ponto de

LM entre ao testes, demonstrando assim que esse protocolo em ciclistas não é dependente do método de elevação do lactato.

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Simões et al. (2003) utilizando 15 homens ativos, investigaram as respostas metabólicas e ventilatórias durante teste incremental com e sem indução lática prévia, e examinaram a relação entre os limiares glicêmicos, ventilatórios e limiares obtidos pela resposta do lactato sanguíneo, através dos testes de IAT e LM, não encontrando diferenças significativas nas intensidades de IAT e LM pela resposta do lactato e pela glicemia. Conclui-se que a alteração da homeostase provocada pela acidose lática induzida pode ser restabelecida durante os estágios do teste incremental subseqüente até atingir o LM.

3.2 – Avaliação anaeróbia - teste de Wingate

O desenvolvimento de procedimentos para avaliação da capacidade máxima do músculo em gerar potência em exercícios de curta duração e alta intensidade tem recebido considerável atenção.

O teste de Wingate alcançou a popularidade equivalente à determinação do V02máx,

todavia como uma medida de capacidade anaeróbia (PATTON et al., 1985). Ele foi desenvolvido em Israel na década de 70 e apesar de não produzir dados fisiológicos (MAUD & SHULTZ, 1989), sua utilização se estende a vários laboratórios, principalmente por se tratar de um teste de performance de baixo custo, e aplicável a várias modalidades esportivas com ótima validade e fidedignidade. Esse método tem sido usado tanto para a avaliação da performance anaeróbia, como um teste padronizado para analisar respostas ao exercício supramáximo (BAR-OR, 1987).

O teste de Wingate está relacionado com a capacidade de trabalho anaeróbio, por ser um

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revolução de pedalagem por quilograma de peso corporal e um tempo de teste de 30 segundos com carga pré-determinada aplicada após o início do trabalho. Essa força e máxima velocidade possível de pedalagem, exigência imposta pelo teste, geram elevada potência mecânica equivalente a 2 a 4 vezes a potência aeróbia máxima e induz a um observável desenvolvimento de fadiga, representado por alta concentração de lactato muscular acumulado nos primeiros 10 segundos.

De acordo com Bar-Or (1987), o teste possibilita a identificação de três índices, de acordo com a taxa de revoluções impostas pelos pedais: a potência pico (a maior potência mecânica no período de 3 a 5 segundos); a potência média (média de potência sustentada do começo ao fim do teste) e o índice de fadiga (declínio da potência durante o teste, relativo ao pico de potência). A potência pico foi assumida por refletir o processo anaeróbio alático e a potência média a velocidade da glicólise anaeróbia no músculo e ainda, através do terceiro índice, verificar a capacidade do músculo em tolerar a acidose e sustentar uma potência extremamente elevada.

Em seu estudo, Beneke et al. (2002) quantificaram a origem das fontes utilizadas durante o teste de Wingate e durante um teste incremental máximo em cicloergômetro, utilizando 11

participantes. Comparando os componentes da cinética do consumo de O2 com as potências do

Wingate, observou-se que 81% de energia na potência média e, 83% de energia na potência pico

eram provenientes do metabolismo anaeróbio lático.

Apesar da idéia de que um teste ou um exercício físico não possa ser realizado por reservas energéticas exclusivamente aeróbia ou anaeróbia, a partir de protocolos de testes de potência máxima e sub-máxima, o que inclui o teste de Wingate, a possibilidade de o mesmo ter

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(SMITH & HILL, 1991; GOSLIN & GRAHAM, 1985), tem sido mais aceita levando em consideração apenas a sua predominância energética.

Estudos, entretanto, realizados por Jacobs et al. (1983) apontam que em exercícios de altíssima intensidade e curtíssima duração a energia utilizada é exclusivamente proveniente das reservas de creatina fosfato e do ATP endógeno, sendo que a glicogenólise anaeróbia se eleva em um curto espaço de tempo após o início da contração muscular. Analisando ambas as hipóteses e o tempo de duração total do teste de Wingate, parece indiscutível que a utilização do

metabolismo anaeróbio lático é predominante no teste de Wingate, aceitando-se assim esse

procedimento como método de avaliação anaeróbia.

Westein et al. (1998), avaliando a fidedignidade do teste de Wingate realizou um estudo

de teste e reteste em cicloergômetro com 29 participantes, e não encontraram diferenças significativas entre os dois testes no pico de lactato (9,7 ± 0,3 e 9,8 ± 0,3 mM), pico de FC (170,8

± 2,2 e 171,3 ± 2,2 bpm), volume plasmático (-12,0 ± 3,4 e –11,1 ± 3,2%) e na potência média (8,4 ± 0,3 e 8,3 ± 0,2 W/kg) nos teste 1 e 2 respectivamente, mostrando que o teste de Wingate

pode ser um bom preditor para esses parâmetros.

Alguns autores têm investigado algumas influências que possam interferir na resposta ao teste de Wingate. Em recente estudo, Calbet et al. (2003) avaliaram o efeito da hipoxia no

metabolismo durante o teste de Wingate utilizando 10 ciclistas divididos em 2 grupos (5

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Fatores motivacionais que envolvem estímulo emocional, podem aumentar de alguma forma o pico de potência, mas não a potência média. Portanto, pode ser fundamental para a performance induzir o indivíduo a cooperar, explicando-lhe a natureza e importância do teste (LIMA, 1998). Também, com alguns minutos de aquecimento, pode haver um aumento da potência média mas não na potência pico. Apesar do Wingate ser altamente confiável e

reprodutível, é recomendado que a preparação para o teste e sua execução sejam cuidadosamente padronizadas, como por exemplo, o tempo de duração do aquecimento, tempo para o ajuste da carga e tipo de ergômetro (BAR-OR, 1987).

3.3 – Potência Crítica e Capacidade de Trabalho Anaeróbio

Monod & Sherrer (1965) partiram de um pressuposto de que o organismo dispõe de um estoque limitado de fontes energéticas para atender as necessidades do exercício realizado em intensidade superior a um valor crítico. A partir dessa idéia, foi criado o modelo de potência crítica para explicar esse fenômeno. Kokubun (1999), adaptando idéias de Bishop et al. (1998), ilustrou esse conceito através de um modelo energético com dois compartimentos. O primeiro, de maior dimensão contém um estoque elevado de energia aeróbia e o segundo, muito menor, com reservas de energia anaeróbia. Quando o exercício é realizado em intensidade baixa, o fluxo de saída do segundo compartimento pode ser equilibrado pela saída do primeiro, permanecendo assim estável.

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da demanda do exercício não mais poderá ser atendida, ocorrendo a exaustão. Foi demonstrado ser possível estimar a dimensão de segundo compartimento e o fluxo máximo de saída do primeiro compartimento, denominados respectivamente de capacidade de trabalho anaeróbio (CTA) e potência crítica (PC) (BISHOP et al., 1998).

No trabalho desenvolvido por Gaesser & Poole (1996), a PC foi considerada como um importante demarcador de transição metabólica do organismo em exercício.

Nesse estudo, Gaesser & Poole (1996) classificaram as intensidades de exercício em três domínios distintos: moderado, intenso e severo. O domínio moderado é caracterizado por intensidades de esforço sustentadas abaixo do limiar de lactato, o VO2 aumenta rapidamente no início, atingindo após três minutos valores estáveis à medida em que o exercício prossegue. Quando a intensidade do exercício é aumentada, passando para o domínio intenso, o VO2 ainda apresenta uma resposta transitória de aproximadamente três minutos, sendo que o estado estável é atingido. A concentração de lactato sangüíneo é estável após um certo período. O limite superior deste domínio é considerado a intensidade que corresponde ao estado estável máximo de lactato que coincide com a PC. No exercício severo tem-se uma ausência do estado estável e as respostas fisiológicas se elevam até um certo valor máximo. Quando se atinge esse valor, ocorre a exaustão, sendo que o déficit de O2 também alcança seu valor máximo (KOKUBUN, 1999).

(32)

Esse modelo muito utilizado em cicloergômetro tem se adaptado a outras modalidades como a natação, estendendo o modelo para o conceito de velocidade crítica (VC), como nos trabalhos de Wakayoshi et al. (1993) e Kokubun (1996), tênis de mesa (ZAGATTO, 2003) determinando a freqüência crítica de bolas, além da utilização do modelo em esforços intermitentes (ELENO, 2003) e, sendo validado também como modelo experimental em animais (MARAGON et al., 2003).

3.3.1 –Relação entre a PC e CTA com outros índices de performance

Segundo Gastin (1994) e Vandewalle et al. (1987), as abordagens clássicas para medida direta e/ou estimativas indiretas da capacidade anaeróbia possuem inconsistências e erros em sua estimativa.

Ao estimar de maneira direta a capacidade anaeróbia de nove ciclistas, Green et al. (1994) verificaram a existência de uma correlação de 0,73 entre esse índice e a CTA. A medida direta da capacidade anaeróbia foi calculada pelas alterações nas concentrações de substratos e metabólitos intracelulares, assumindo-se que 25% do total do peso corporal estava sendo empregado na atividade, e que as alterações metabólicas ocorridas nas amostras de tecido muscular eram representativas do músculo ativo como um todo. Segundo os autores, a inexistência de uma relação ainda mais alta deve-se a possíveis erros nas estimativas relacionadas às técnicas.

Bulbulian et al. (1996) realizaram em seu estudo, uma comparação de componentes anaeróbios entre o teste de Wingate e o teste de PC, sugerindo que o teste de Wingate possibilita

(33)

modelo da PC, a CTA representaria a reserva anaeróbia podendo apresentar erros na quantificação da capacidade glicolítica. Os resultados revelaram que a reserva anaeróbia quantificada no modelo da PC foi 24% menor que a capacidade anaeróbia quantificada no teste de Wingate, devido a participação do metabolismo aeróbio. Os autores concluem que CTA e

potência do Wingate não expressam a capacidade anaeróbia como mostrado por muitos autores

na literatura.

No estudo feito por McLellan & Cheung (1992), observou-se que as intensidades correspondentes ao IAT e PC foram significantemente diferentes. No IAT, as respostas fisiológicas lactato, VO2 e pH sangüíneo atingiram valores estáveis durante protocolo retangular no cicloergômetro. Na carga de PC, no entanto, nenhum desses valores atingiram estado estável durante o transcorrer do teste, levando os sujeitos à exaustão precocemente.

Para verificar a correspondência entre a PC e o máximo estado estável de lactato e VO2 em cicloergômetro, Poole et al. (1988) submeteram oito sujeitos à carga correspondente à PC e a uma carga 5% superior a ela. Eles relataram que na PC, tanto o VO2 como o lactato sangüíneo estabilizaram-se em 79,4% do VO2máx e em 5,6 mM respectivamente. No entanto, na carga mais alta, o VO2 atingiu seu valor máximo e a concentração de lactato chegou a 11,3 mM.

Pringle & Jones (2002), em seu estudo utilizando 8 ciclistas estudaram a relação entre a PC, a MSSLAC e o limiar de fadiga eletromiográfico (EMG). Os participantes foram divididos em dois grupos, com e sem EMG. Para o grupo com EMG, a MSSLAC foi de 179 ± 29 W, a PC 192

(34)

3.3.2 – Determinação da PC e da CTA

Monod & Scherrer (1965) reportaram que a relação entre a potência gerada por grupos musculares isolados e tempo de exercício até a exaustão (tempo de exaustão ou tlim) seria de característica hiperbólica. Essa função poderia ser linearizada quando transformada em uma relação entre trabalho e tempo de exaustão.

Alguns modelos matemáticos têm sido empregados para descreverem a relação entre trabalho-limite e tempo-limite (HILL & SMITH, 1994; GAESSER et al., 1995) e calcular as variáveis dessa relação (PC e CTA). A técnica consiste do uso de um ergômetro, uma dada potência e um tempo de exaustão, individual, obtido por critérios de exaustão previamente determinados. No caso dos estudos de Jenkins & Quigley (1991), os autores assumem que em cicloergômetro, quando o participante não é capaz de manter a velocidade de 29Km/h por um período de 5 segundos, a exaustão está estabelecida. Dessa forma, utilizando três potências diferentes, é possível estabelecer uma reta de regressão determinada pelos pontos W e t (equação 1). Para os autores, os componentes angular e linear obtidos por esse método representam, respectivamente, a PC (componente b da equação) e a CTA (componente a da equação).

Wlim = b.t lim + a (Equação 1)

O Wlim representa o trabalho-limite, e o componente linear (a) ou o intercepto-y da

(35)

O intercepto-y parece ser um indicador útil para realização de trabalhos intermitentes e de alta intensidade. Os resultados de Jenkins & Quigley (1991) da relação entre esse fator e a CTA sugeriram que indivíduos com um alto intercepto-y foram capazes de realizar um trabalho mais intenso durante um teste intervalado quando comparados com sujeitos com menores valores.

O componente b representa a PC, ou seja, a máxima intensidade de exercício onde tanto o

lactato quanto o VO2 apresentam estado estável (POOLE et al., 1988). Na determinação hiperbólica, a PC corresponde à assíntota da curva. No modelo de relação linear trabalho-tempo a PC é dada pela inclinação da reta de regressão. Já no modelo entre potência-1/tempo, a PC pode ser calculada pelo intercepto-y.

Este conceito requer somente o uso de um ergômetro e um cronômetro, sem a necessidade de equipamentos caros para análise de gases, análises sangüíneas ou eletromiografia.

A extensão da duração das séries de testes para determinação da PC tem gerado discussões entre os pesquisadores. Para alguns grupos musculares a duração dos testes varia de 2 a 10 minutos, enquanto para outros, a variação pode ser de 2 a 30 minutos ou de 5 a 10 minutos. Hill (1993) afirma que, se há esta relação de potência e tempo para exaustão, então a duração dos exercícios não deveria ser tão importante quando eles estão dentro do limite de tempo definido pela relação. Portanto, o uso de menor tempo possível deve servir de interesse à otimização da avaliação e não a uma restrição metodológica.

(36)

determinada em quatro testes. Isso ocorria quando a diferença na duração entre os dois testes era superior a cinco minutos.

McLellan & Cheung (1992) sugerem cinco ou seis sessões de exercício para estabelecer a relação tempo-potência, enquanto Housh et al. (1990) indicam que duas cargas de trabalho são suficientes para determinar a PC e a CTA, mas é necessário que essas cargas sejam selecionadas com cuidado, ou seja, de acordo com o tempo até exaustão das cargas. A capacidade de trabalho anaeróbio é definida por esses autores como a quantidade total de trabalho que pode ser realizada usando somente a energia armazenada originada no músculo, incluindo glicogênio, fosfagênio e o oxigênio destinado para mioglobina.

Tem sido discutido que um exercício máximo por mais de 60 segundos, poderia envolver elevada contribuição do metabolismo aeróbio para produção de energia, sendo responsável por até 28% do total de ATP ressintetizado durante 30 segundos de corrida (JENKINS & QUIGLEY, 1991).

Moritani et al. (1981) estenderam o conceito de PC para os exercícios em cicloergômetros, demonstrando sua natureza aeróbia pela alta correlação entre esse parâmetro com o limiar ventilatório. Já a CTA não foi modificada pela hipoxemia.

(37)

demonstrou que a estimativa da CTA está sujeita a grandes erros experimentais podendo comprometer a validade da estimativa.

No estudo de Wakayoshi et al. (1993), o lactato sofreu decréscimo significante ao longo dos quatro tiros de 400 metros realizados a 98% da velocidade crítica (VC), estabilizou-se na VC e aumentou de maneira significante na intensidade 102% da VC. Nas observações feitas por Kokubun (1996), que utilizou-se de cinco tiros de 400 metros, com coleta de sangue após o primeiro, terceiro e quinto tiros, não constatou-se diferença na concentração de lactato entre as três coletas na VC. No entanto, na série realizada a 102% da VC, houve aumento entre o primeiro e o terceiro tiro, porém, não houve diferença entre o quinto e o terceiro. Já na intensidade de 104% da VC, o lactato sangüíneo aumentou progressivamente ao longo das três coletas.

3.4 – Determinação da PC através das variações de FC e lactato

O método para a determinação da PC proposto por Chassain (1986) consiste em submeter o participante à duas sessões de exercício de três minutos de mesma intensidade, intercaladas por um intervalo de recuperação de 90 segundos. Durante a realização de cada série com duas sessões há o registro da freqüência cardíaca, o que permite determinar a variação da freqüência cardíaca entre o primeiro (E1) e o segundo exercício (E2). A partir desses resultados determina-se o valor da intensidade quando FC= 0, o que será equivalente a PC, que indica a intensidade de esforço onde não há variação da freqüência cardíaca e portanto, o exercício é realizado em estado estável.

(38)

for igual a zero, essa intensidade indica que o exercício está sendo realizado sem variação na concentração de lactato, ou seja em estado estável.

Em seu estudo Sid-Ali et al. (1991) verificaram a relação entre a velocidade crítica (VC) determinada pela relação da distância em função do tempo (d x t) e a VC determinada pelo método proposto por Chassain (VCCH) utilizando 8 corredores em cicloergômetro. Para determinação da VC (d x t) realizaram de 4 a 6 testes preditivos exaustivos e para determinação da VCCH os participantes realizaram esforços duplos de 7 minutos intercalados por 1,5 minutos de pausa entre eles. Foi encontrada uma alta correlação (0,97) entre a VC (distância-tempo) e a VCCH com médias de 17,32 km/h e 17,31 km/h, respectivamente.

(39)

4 – MATERIAL E MÉTODOS

4.1 – Participantes

Participaram do estudo 9 indivíduos atletas de ciclismo, do sexo masculino, com no mínimo 2 anos de experiência na modalidade, com idade de 24,1 ± 1,6 anos, peso de 67,3 ± 4,4 kg e estatura de 175,8 ± 5,9 cm (dados expressos em média ± desvio padrão). Esses atletas participavam de competições de nível regional e nacional, porém não eram profissionais.

Cada voluntário foi informado sobre os procedimentos dos experimentos e suas implicações mediante termo de consentimento (ANEXO I). Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética do Instituto de Biociências da Unesp, Campus de Rio Claro (ANEXO II). As sessões experimentais foram realizadas no Laboratório de Biodinâmica da Unesp de Rio Claro.

4.2 – Sessões Experimentais

Este estudo envolveu três protocolos que foram realizados consecutivamente em dias diferentes:

(40)

• Protocolo 2: Determinação da potência crítica proposta por Jenkins & Quigley (1991) (PCJQ) e da capacidade de trabalho anaeróbio (CTA) com cargas exaustivas (JENKINS & QUIGLEY, 1991);

• Protocolo 3: Determinação da potência crítica proposta por Chassain (1986) (PCCH) a partir das variações de freqüência cardíaca (∆FC) e lactato (∆lac) em esforços duplos.

4.2.1 – Protocolo 1: Teste do Lactato Mínimo

Esse teste consistiu em um exercício máximo (teste de Wingate), para a indução de

acidose lática com posterior exercício de cargas progressivas, em bicicleta ergométrica mecânica (Monark).

(41)

Encerrado o teste, o participante permaneceu pedalando por mais 2 minutos sem resistência. O teste foi filmado com câmera digital da marca JVC, modelo GR-DVL 9800u, apoiada em tripés fixos, para contagem do número de pedalagens realizadas com a posterior análise da evolução do desempenho de cada participante possibilitando quantificar a potência pico, potência média e o índice de fadiga (declínio da performance durante o teste em relação à potência pico). Os 30 segundos foram divididos em 6 quadros de 5 segundos para possibilitar o cálculo da potência média e a potência pico, através das revoluções realizadas durante os quadros (rpm).

A freqüência cardíaca foi monitorada durante todo o teste através de um freqüencímetro

Polar, modelo Vantage NV. Os participantes foram aconselhados a permanecerem deitados após

o teste para recuperação da FC, até o início do teste de cargas progressivas.

Após 1, 3, 5, e 7 minutos do teste Wingate, foram coletadas amostras de sangue (25µl)

para a determinação do lactato sangüíneo. Posteriormente à última coleta de sangue, foi iniciado o teste progressivo com carga inicial de 1,25 ou 1,50 Kp (dependendo do condicionamento físico do indivíduo) a 29km/h, acrescentando-se 0,25 Kp a cada 3 minutos. Nos momentos de troca de carga, foram coletadas amostras de sangue (25µl) do lóbulo da orelha para a determinação do lactato sangüíneo. O ajuste foi realizado de acordo com as marcações existentes no cicloergômetro utilizado.

(42)

2ax–b, onde para f’(x)=0, o valor de x foi correspondente à intensidade de menor concentração do lactato sanguíneo, portanto LM.

O índice de fadiga segundo Hawley & Williams (1991) e, as conversões das unidades utilizadas foram calculadas de acordo com as equações abaixo:

IF= P. Pico – P. Média x 100 P. Pico

P (Watts)= carga (Kp) x aceleração da gravidade (m/s2) x velocidade (m/s)

A figura 1 mostra a resposta do lactato sanguíneo durante um teste de LM, determinando assim o menor valor de lactato sanguíneo ([LAC]LM) e a intensidade do limiar em Watts, a partir da determinação da derivada zero do ajuste polinomial de grau 2 definida pelos dados obtidos.

y = 0,0007x2 - 0,3047x + 35,351 R2 = 0,9923

0 2 4 6 8 10 12 14

0 50 100 150 200 250 300 350

Potência (Watts)

Lactato (mM)

(43)

4.2.2 – Protocolo 2: Determinação da Potência Crítica (PC) e da Capacidade de Trabalho Anaeróbio (CTA) com cargas exaustivas

Antes de cada teste, foi realizado um alongamento livre e o banco da bicicleta foi ajustado de acordo com a altura de cada avaliado com posterior aquecimento de 4 minutos a 90 W e velocidade entre 29 Km/h, seguidos de 5 minutos de recuperação passiva. Foram aplicados quatro testes em bicicleta ergométrica mecânica (Monark) até a exaustão com cargas aplicadas

aleatoriamente, variando de 250 a 416 Watts. A partir do tempo de exaustão da primeira carga, foram aplicadas as outras estando acima ou abaixo dessa intensidade com os tempos preditivos ficando em média entre 2,6 minutos (média entre os menores tempos preditivos) e 11,3 minutos (média entre maiores tempos preditivos). Os testes foram aplicados em dias consecutivos seguindo sempre o mesmo horário e período do dia.

O teste foi iniciado com um comando verbal, e um cronômetro foi disparado no mesmo instante para controle do tempo. A carga foi ajustada nos segundos iniciais e o participante foi encorajado a permanecer na velocidade exigida. Quando os atletas não conseguissem manter a velocidade de 29 Km/h por um período de até 5 segundos, ou por exaustão voluntária, o teste foi encerrado (JENKINS & QUIGLEY, 1991). A freqüência cardíaca (FC) foi monitorada por frequencímetro Polar Vantage NV e ao final de cada teste os indivíduos pedalaram por mais 2

minutos sem resistência para recuperação.

(44)

capacidade de trabalho anaeróbio (CTA). No modelo Potência –1/tempo, o coeficiente angular da equação da regressão linear representou a CTA e o coeficiente linear a PC.

A variabilidade entre os modelos foi determinada segundo Hill & Smith (1994). O erro padrão da CTA e da PC foram determinadas utilizando pacote estatístico SPSS para Windows. As equações utilizadas encontram-se no item referente ao tratamento estatístico.

4.2.3 – Protocolo 3: Determinação da potência crítica a partir das variações de freqüência cardíaca e lactato em esforços duplos (CHASSAIN, 1986)

Foram aplicados quatro testes, cada teste com duas sessões de exercício (E1 e E2) em dias consecutivos, seguindo sempre o mesmo horário e período do dia.

O teste consistiu em dois esforços de 180 segundos com um intervalo de 90 segundos entre eles. As intensidades dos testes de esforço duplo foram de 85%, 95%, 105% e 115% do LM para cada participante. O participante manteve a velocidade de 30km/h durante o exercício. As intensidades dos esforços duplos seguiram uma ordem aleatória para cada indivíduo.

Foi utilizado um frequencímetro com interface para computador, Polar Vantage NV,

(45)

Amostras de sangue (25 µl) foram coletadas e analisadas para a determinação das concentrações de lactato sanguíneo no primeiro (E1) e no segundo (E2) exercício para cada intensidade, determinando-se o ∆Lac = [lac]E2 – [lac]E1. As amostras foram coletadas no final de cada esforço (Figura 6 e 7).

A partir dos resultados, foram plotados dois gráficos ∆FC x Potência e ∆Lac x Potência , através das variações das quatro intensidades por regressão linear, determinando-se o valor da intensidade quando FC e Lac foi igual a zero (ponto de cruzamento com o eixo das abcissas).

(46)

0 25 50 75 100 125 150

0 100 200 300 400 500 600

Tempo (s)

FC (bpm)

Figura 2. Variação de FC para os esforços duplos de 180s com intervalo de 90s à 85% do LM para o participante 7.

0 25 50 75 100 125 150 175

0 100 200 300 400 500 600

Tempo (s)

FC (bpm)

Figura 3. Variação de FC para os esforços duplos de 180s com intervalo de 90s à 95% do LM para o participante 7.

0 25 50 75 100 125 150 175

0 100 200 300 400 500 600

Tempo (s)

FC (bpm)

Figura 4. Variação de FC para os esforços duplos de 180s com intervalo de 90s à 105% do LM para o participante 7. 0 25 50 75 100 125 150 175

0 100 200 300 400 500 600

Tempo (s)

FC (bpm)

Figura 5. Variação de FC para os esforços duplos de 180s com intervalo de 90s à 115% do LM para o participante 7.

(47)

variação de lactato, corresponde a intensidade de PC. Para este participante a intensidade foi de 210,97 Watts.

O mesmo foi feito para as variações de FC, determinou-se uma regressão com os dados obtidos, sendo que o valor onde a reta cruza o eixo x, ou seja, quando ∆FC = 0, foi o valor correspondente a PC, que para esse participante foi de 198,66 Watts (Figura 7).

y = 0,0153x - 3,2277 R2 = 0,9707

-0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8

170 190 210 230 250 270

Intensidade (Watts)

Variação de lactato (mM)

(48)

y = 0,1459x - 28,985 R2 = 0,9624

-4 -2 0 2 4 6 8 10

170 190 210 230 250 270

Intensidade (Watts)

Variação de FC (bpm)

Figura 7. Variação de freqüência cardíaca entre os esforços duplos para as 4 intensidades do LM do participante 7.

4.3 – Coletas e dosagens sangüíneas

As amostras sanguíneas de 25µl de sangue capilarizado foram coletadas em capilares de vidro e heparinizados. Cada amostra foi transferida para tubo Eppendorf de 1,5ml, contendo 50µl

de NaF (fluoreto de Sódio - 1%). O homogenado (25µl) foi injetado em Lactímetro YSI, modelo 1500 SPORT. Os resultados estão expressos em mM.

4.4 – Procedimentos estatísticos

(49)

avaliação dos parâmetros anaeróbios. Para todas as análises foi pré-fixado o nível de significância de p < 0,05.

Foram analisados o erro padrão da estimativa (SEE), erro padrão dos coeficientes da regressão (EP) e a variabilidade dos modelos (Hill, 1993).

Foi utilizado programa computacional Statistica, Excel e SPSS para Windows. As equações utilizadas foram as seguintes:

Variabilidade: {[ ∑ (CTA – CTAmédia)2]1/2 };

Erro padrão da estimativa (SEE): [∑ (Y – Y’)2 / (n- 2)]1/2, para Y= valor real de y, Y’= valor estimado pelo ajuste e n= número de testes;

Erro padrão para o coeficiente linear (EP): coeficiente linear/ estatística t;

Erro padrão para o coeficiente angular (EP): coeficiente angular/ estatística t , (teste t) para t= r x (N-2) 1/2/ (1- r2) 1/2 com uma distribuição de t de N-2 graus de liberdade, e r é o coeficiente

de correlação linear;

Erro padrão da média (epm): dp/ n1/2.

(50)

5 – RESULTADOS

A tabela 1 apresenta os resultados do teste de determinação do limiar anaeróbio pelo método do lactato mínimo (LM) sendo a intensidade representada em Watts e as concentrações de lactato pico ([LAC]pico) após o teste de Wingate e de lactato na intensidade

de LM expressas em mM, com os respectivos coeficientes de determinação da regressão (R2) obtidos pelo ajuste polinomial entre lactato versus carga no teste progressivo após Wingate.

(51)

Tabela 1. Valores individuais da intensidade de LM, concentração de lactato pico ([LAC]pico), concentração de lactato na intensidade de LM ([LAC]LM) e coeficiente de determinação da regressão (R2) da fase de intensidades progressivas do teste.

Participante

LM (Watts)

[LAC]pico (mM)

[LAC]LM

(mM) R2

1 239,20 9,21 1,42 0,99

2 214,40 6,96 1,56 0,99

3 224,00 8,64 2,25 0,95

4 224,00 10,65 3,03 0,99

5 232,00 10,11 1,86 0,99

6 192,00 10,62 9,04 0,88

7 220,00 9,12 1,02 0,95

8 219,20 8,16 1,17 0,97

9 212,80 13,05 2,53 0,97

média 219,73 9,61 2,65 0,96

epm 4,43 0,58 0,83 0,01

Os dados da tabela 2 representam os valores da PC determinada pelo protocolo de Jenkins & Quigley (1991) para os modelos Potência-1/tempo e Trabalho-tempo, expressos em Watts, e seus respectivos coeficientes de regressão linear.

(52)

Tabela 2. Valores de PC e R2 obtidos pelo método de Jenkins & Quigley (1991), para os modelos Potência-1/tempo (Pot- 1/tlim) e Trabalho-tempo (Wlim- tlim).

Participante

PCJQ (Pot- 1/tlim) (Watts)

PCJQ (Wlim-tlim) (Watts)

R2 (Pot-1/tlim)

R2 (Wlim-t)

1 326,67 320,05 0,96 1,00

2 293,65 276,74 0,88 0,99

3 321,61 318,44 0,95 0,99

4 285,58 284,38 0,96 1,00

5 309,30 307,85 0,99 1,00

6 227,95 226,75 0,99 1,00

7 329,93 324,71 0,98 1,00

8 317,02 303,62 0,84 0,99

9 301,48 294,49 0,96 1,00

média 301,47 295,22 0,95 1,00

epm 10,46 10,14 0,02 0,00

(53)

Tabela 3. Valores de potência e R2 obtidos pelo método de PCCH, determinados pelas variações de concentração de lactato (∆lac) e freqüência cardíaca (∆FC).

Participante

PCCH (∆lac) (Watts)

PCCH (∆FC) (Watts)

R2 (∆Lac)

R2 (∆FC)

1 206,53 171,90 0,90 0,63

2 206,86 160,85 0,50 0,69

3 211,82 212,69 0,60 0,76

4 195,24 143,95 0,84 0,92

5 201,37 207,66 0,99 0,93

6 171,83 95,59 0,95 0,94

7 210,97 198,66 0,97 0,96

8 215,31 173,55 0,83 0,80

9 193,82 163,36 0,89 0,99

média 201,53 169,80 0,83 0,85

epm 4,44 12,03 0,06 0,04

Na tabela 3, podemos observar que as PCs determinadas pela variação de lactato e freqüência cardíaca foram significativamente menores que a LM e a PCJQ como mostrado nas tabelas 1 e 2. Em média a PCCH (∆lac) foi 8,29 % menor em relação ao LM, 33,15 % menor que a PCJQ (Pot- 1/tlim) e 31,74 % menor que a PCJQ (Wlim-tlim). Os valores obtidos pela PCCH (∆FC) foram em média 22,72 % menores em relação ao LM, 43,68 % menores que a PCJQ (Pot- 1/tlim) e 42,48 % menores que a PCJQ (Wlim-tlim), respectivamente.

(54)

0 50 100 150 200 250 300 350

Intensidade (Watts)

Figura 8. Média e erro padrão da média dos parâmetros utilizados para estimar a condição aeróbia. * Diferenças significantes com relação a: a) LM; b) PCJQ (Pot- 1/tlim); c) PCJQ (Wlim- tlim); d) PCCH.(∆lac).

Na tabela 4, podemos observar que o método de PCCH, apresentou correlação significativa em relação ao LM (r= 0,67 e r= 0,72) para ∆lac e ∆FC, respectivamente. Quando correlacionado esse método (PCCH) com os dois modelos da PCJQ, foi observada uma correlação mais elevada, em relação a PCCH (∆lac) (r= 0,91 e r= 0,85) e em relação a PCCH (∆FC) (r= 0,89 e r= 0,90) entre os dois modelos de PCJQ respectivamente.

LM PCJQ

(Pot -1/tlim) PC(Pot-JQ Wlim/tlim)

PCCH

(∆lac)

PCCH

(∆FC)

*a *a

*a,b,c

(55)

Tabela 4. Correlações entre valores obtidos nos testes de PCJQ (Pot- 1/tlim e Wlim- tlim), PCCH (∆lac e ∆FC) e LM.

LM

PCJQ (Pot- 1/tlim)

PCJQ

(Wlim- tlim) PCCH (∆lac) PCCH (∆FC)

LM - 0,81* 0,83* 0,68* 0,71*

PCJQ (Pot- 1/tlim) 0,81* - 0,98* 0,91* 0,89*

PCJQ (Wlim- tlim) 0,83* 0,98* - 0,85* 0,90*

PCCH (∆lac) 0,68* 0,91* 0,85* - 0.82*

PCCH (∆FC) 0,71* 0,89* 0,90* 0,82* -

* Correlação Significativa (Pearson, P<0,05)

(56)

y = 0,341x + 116,93 R2 = 0,6484

SEE = 8,42

150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250

210 230 250 270 290 310 330 350

PC - Pot-1/tlim (Watts)

LM (Watts)

Figura 9. Relação entre o LM e a PCJQ (Pot-1/tlim) expressos em Watts para os 9 participantes desse estudo.

y = 0,3643x + 112,19 R2 = 0,6957 SEE = 7,83

150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250

210 230 250 270 290 310 330 350

PC - Wlim-tlim (Watts)

LM (Watts)

(57)

As figuras 11 e 12, identificam a relação existente entre o LM e a PCCH determinada pelas variações de lactato e FC, as respectivas retas de regressão e erros padrões da estimativa (SEE). A equação obtida entre os parâmetros em relação a PCCH para ∆lac foi: LM= 0,67 PCCH (∆lac) + 83,96 e, em relação a PCCH para ∆FC foi: LM= 0,26 PCCH (∆FC) + 175,18.

y = 0,6737x + 83,957 R2 = 0,4564 SEE= 10,47

150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250

150 170 190 210 230 250

LM (Watts)

Figura 11. Relação entre o LM e a PCCH (∆lac) expressos em Watts para os 9 participantes desse estudo.

(58)

y = 0,2624x + 175,18 R2 = 0,5081

SEE= 9,96

150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250

60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

LM (Watts)

Figura 12. Relação entre o LM e a PCCH (∆FC) expressos em Watts para os 9 participantes desse estudo.

Com relação ao parâmetro anaeróbio, a tabela 5 mostra os valores de potência média e de pico obtidos durante o teste de Wingate, de acordo com o número de rotações realizadas durante

os 30 segundos, expressa em Watts e trabalho realizado em Kilojoules (KJ). O índice de fadiga (IF) reflete o grau de decaimento da performance em % durante o teste, sendo mostrado também na tabela 5.

(59)

Tabela 5. Valores das potência média e pico verificadas no teste de Wingate expressas em Watts,

trabalho realizado durante o teste em KJ e respectivo índice de fadiga para cada atleta.

Participante

win-medio (W)

win-pico (W)

trabalho-médio (KJ)

IF (%)

1 794,43 979,20 23,83 18,87

2 760,32 887,04 22,82 14,28

3 766,08 893,76 22,98 14,29

4 781,44 887,04 23,44 11,9

5 832,20 919,90 24,97 9,53

6 781,20 892,80 23,44 12,5

7 722,70 831,60 21,68 13,09

8 747,00 864,00 22,41 13,54

9 702,00 760,50 21,06 7,69

média 765,26 879,54 22,96 12,85

epm 12,92 19,99 0,39 1,05

(60)

Tabela 6. Valores de CTA (KJ) e Erro Padrão (KJ) obtidos pelo método de Jenkins & Quigley (1991), para os modelos Potência-1/tempo (Pot-1/tlim) e Trabalho-tempo (Wlim-tlim).

Participante

CTA JQ (KJ) (Pot-1/tlim)

CTA JQ (KJ) (Wlim-tlim)

EP (KJ) (Pot- 1/tlim)

EP (KJ) (Wlim- tlim)

1 17,27 20,08 2,17 2,77

2 10,76 14,93 2,76 3,63

3 13,32 14,34 1,99 3,02

4 21,23 21,66 3,10 2,80

5 9,03 9,49 0,39 0,59

6 16,93 17,29 1,32 1,42

7 12,08 13,83 1,05 3,48

8 10,93 16,30 3,31 6,34

9 14,87 16,76 2,03 2,42

média 14,05 16,08 2,01 2,94

epm 1,30 1,19 0,32 0,53

(61)

0 5 10 15 20 25

Trabalho (Wingate) CTA (Pot-1/tlim) CTA (Wlim-tlim)

Trabalho (KJ)

Figura 13. Média e erro padrão da média do trabalho realizado durante teste de

Wingate e CTA obtida pelos métodos de Jenkins & Quigley (1991). * Diferença

(62)

6 – DISCUSSÃO

Na avaliação e prescrição do exercício dentro de um programa de treinamento, deve-ser dar extrema importância à escolha dos critérios mais adequados à realização dos testes e procedimentos. A determinação adequada requer uma prescrição individualizada de acordo com a capacidade funcional de cada atleta, em um acompanhamento adequado do treinamento, para que a intensidade ótima não seja excedida, alcançando os resultados esperados na situação de competição. Desse modo, várias metodologias individualizadas e objetivas têm sido investigadas entre atletas competitivos, dentre elas o teste de LM e diferentes procedimentos de determinação da PC, capazes de predizer a condição aeróbia e anaeróbia de atletas. Sendo assim o objetivo desse estudo foi relacionar diferentes procedimentos que são utilizados para estimar parâmetros semelhantes como as intensidades obtidas pelo teste de LM e pelos testes de PC, e as potências média e pico com a CTA em atletas treinados em ciclismo.

Relação entre o lactato mínimo e a potência crítica

(63)

estabilidade nas respostas metabólicas e de trocas gasosas pulmonares (POOLE et al., 1988), sendo freqüentemente indicada na prescrição do treinamento aeróbio em atletas. Sua determinação apresenta desvantagens pois exige a realização de 4-6 séries de exercícios de carga constante, com aproximadamente 30 minutos de duração , obrigando o atleta a ir ao laboratório por vários dias (DENADAI et al., 2003), além da necessidade do uso de equipamentos sofisticados. Sendo assim diversos estudos têm procurado validar outros índices que possam ser utilizados na avaliação aeróbia como é o caso de outros procedimentos para determinação do LAN e da PC.

Em nosso estudo, o LM apresentou a média de 219,73W. Higino & Denadai (1998) investigando se diferentes métodos de elevação da concentração de lactato (corrida e ciclismo) poderiam interferir na intensidade de LM, encontraram uma média de 184,7W, na utilização de um tiro de 200m máximo (teste 1) e 180,5W utilizando o teste de Wingate (teste 2), como formas

de elevação da lactacidemia. A concentração média de lactato pico e de lactato no LM no teste 1 foi de 9,47mM e 3,36mM, no teste 2 foi de 7,24mM e 1,68mM, respectivamente. Em nosso estudo, foram encontradas médias de 9,61mM no lactato pico e 2,65mM no lactato na intensidade de LM, valores próximos aos do estudo relatado acima. De Lucas et al. (2000; 2003) em um trabalho com ciclistas e triatletas, obtiveram uma concentração semelhante de lactato no LM, de 2,2mM. Smith et al.(2002), por outro lado, encontraram valores superiores aos aqui relatados.

(64)

significativamente menores que o LAN utilizando concentração fixa de 3,5mM (256,7W), confirmando os achados por Jones & Doust (1998).

Analisando o parâmetro aeróbio, do presente estudo, os valores de intensidades de LM foram menores em relação aos valores de PCJQ para os modelos Pot- 1/tlim (301,47W) e Wlim- tlim (295W). Apesar dos valores médios serem estatisticamente diferentes, apresentaram correlação significativa em relação ao LM (r= 0,80 e r= 0,83), para os dois modelos.

Um fator importante a ser destacado é que os participantes do presente estudo eram atletas bem treinados e encontravam-se no período competitivo, com um nível inicial de condicionamento muito elevado.

Denadai et al. (2003) investigaram a validade da VC para estimar o LAN (4mM), antes e após dois programas de treinamento, utilizando 17 corredores divididos em dois grupos. Antes do treinamento, não houve diferenças entre o LAN e a VC. Após o treinamento ambos aumentaram, porém nesse período o LAN foi maior do que a VC para os dois grupos. Os autores concluíram que a validade da VC para estimar o LAN determinado com concentração fixa de lactato (4mM), pode ser dependente do período e/ ou tipo de treinamento realizado pelos atletas de endurance.

Considerando esse aspecto do treinamento físico, utilizar o teste de LM, apesar de ser aqui nosso referencial, pode trazer desconforto a atletas, mesmo que bem treinados. Esse teste necessita de muitas coletas sanguíneas para a análise da cinética do lactato e podem existir dificuldades por parte de algumas pessoas em realizar o teste de Wingate, especialmente atletas

(65)

Em nosso estudo protocolos que utilizam diferentes métodos, mas que sustentam conceitos semelhantes, apresentaram valores médios diferentes, porém com correlações significativas entre eles. Para Chassain (1986) a PC corresponde a uma intensidade onde os valores da concentração de lactato e FC se mantém estáveis, ou seja, quando as variações de lactato e FC são iguais à zero. Esse protocolo é um método de fácil reprodutibilidade e aplicabilidade, necessitando de, no mínimo, 4 sessões laboratoriais, podendo ser realizadas no mesmo dia em períodos diferentes. Nesse teste o participante não necessita atingir máxima potência ou ser induzido à exaustão como nos testes de LM e de PCJQ. Contudo, não apresenta valores do parâmetro anaeróbio como nesses outros (LM e a PCJQ). Em nosso trabalho esse protocolo apresentou intensidades próximas às obtidas no teste de LM.

Já no método de PCJQ, apesar de ser não invasivo, ter custo reduzido e simplicidade em sua aplicação, os participantes devem atingir a exaustão em todas as cargas. Esse teste é caracterizado por não apresentar um parâmetro fisiológico (como o lactato e a FC) mas, por outro lado, revela uma capacidade de trabalho anaeróbio (CTA), embora a validade desse parâmetro, ultimamente, tenha sido muito questionada por alguns autores.

(66)

Poucos estudos verificaram a validade e a utilização de meios alternativos de determinação da PC , como o teste proposto por Chassain (1986) que apresentou valores médios de intensidade bem próximos aos valores de intensidade de LM (201,53W para o∆lac e 169,80W para o ∆FC). Sid Ali et al. (1991) encontraram uma boa correlação (r= 0,97) entre VC e VCH em corredores, utilizando cicloergômetro.

Apesar dos valores de PCCH utilizando ∆lac serem 18,2W menores em relação a média do LM, a utilização desse protocolo parece ser um método bastante viável de avaliação aeróbia, pois dentre os demais desenvolvidos em nosso trabalho, foi o que mais se aproximou dos valores de referência. Já a PCCH determinada pelas variações da freqüência cardíaca (∆FC) parece ser um método menos sensível para estimar o parâmetro aeróbio, que aquele que utiliza as diferenças nas concentrações sanguíneas de lactato. Entretanto, apresenta elevada correlação com os demais, permitindo correções (ajustes de intensidade) interessantes, uma vez que é um modelo de aplicação não invasiva e não exaustiva.

A resposta da FC frente ao exercício pode apresentar uma variação muito grande de um indivíduo para outro. Fatores ambientais (temperatura, local do teste) e emocionais (estresse, ansiedade) podem interferir na resposta da FC tanto em repouso como durante o exercício (ASTRAND, 1986). Nesse protocolo (PCCH) além de analisarmos a variação de FC, utilizamos também a resposta do lactato sanguíneo que é um indicador seguro e confiável do estímulo aplicado.

(67)

0,98), apresentaram valores idênticos de SEE ao nosso estudo. Housh et al. (1991), aplicando regressão linear entre PC e OBLA encontraram um R2= 0,92 e SEE de 18,28 demonstrando uma associação moderada entre essas variáveis. Já em relação à regressão linear entre o LM e a PCCH pelos dois métodos em nosso estudo, foi obtido um R2 de 0,46 e 0,51 e, um SEE de 10,47 e 9,96 (para ∆lac e ∆FC, respectivamente). É possível que tais diferenças sejam decorrentes da homogeneidade de performance dos atletas estudados em nosso trabalho, o que acarreta em uma menor amplitude de dados, agrupando pontos em pequenas variações de intensidades. Isso prejudicou a regressão mas, por outro lado, revela um menor erro padrão da estimativa que os dados de Housh et al. (1991) por exemplo, conferindo a nossos dados mais consistência em relação ao parâmetro referência (LM).

Ainda, alguns autores atestam que diferenças encontradas entre a PCJQ e a intensidade correspondente ao LAN, podem ser explicadas pela utilização de diferentes tempos nas cargas preditivas no cálculo da PC e, também aos diferentes modelos de determinação da PCJQ (GAESSER et al., 1995), embora possa existir uma elevada correlação entre esses índices. Os autores sugerem que esse comportamento pode ser atribuído ao fato de que os modelos diferem com respeito à designação das variáveis dependentes e independentes e a unidade na qual elas são expressas, dando um peso diferente a cada modelo, conseqüentemente, aos valores que podem ser encontrados para a PC e a CTA.

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