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Resultados em longo prazo da artroplastia parcial não convencional para o tratamento da artropatia do manguito rotador.

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Academic year: 2017

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(1)

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Resultados

em

longo

prazo

da

artroplastia

parcial

não

convencional

para

o

tratamento

da

artropatia

do

manguito

rotador

Antônio

Carlos

Tenor

Júnior

,

José

Alano

Benevides

de

Lima,

Iúri

Tomaz

de

Vasconcelos,

Miguel

Pereira

da

Costa,

Rômulo

Brasil

Filho

e

Fabiano

Rebouc¸as

Ribeiro

Servic¸odeOrtopediaeTraumatologia,HospitaldoServidorPúblicoEstadualdeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem29dejaneirode2014 Aceitoem5dejunhode2014

On-lineem18desetembrode2014

Palavras-chave:

Artroplastiadesubstituic¸ão Ombro

Manguitorotador

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Avaliaraevoluc¸ãodoresultadofuncionaldahemiartroplastiaCTA®notratamento cirúrgicodaartropatiadegenerativadomanguitorotadorcomumseguimentomédiode 5,4anos.

Métodos:Foramreavaliados18pacientessubmetidosàartroplastiaparcialCTA®parao tra-tamentodaartropatiadegenerativadomanguitorotadorentreabrilde2007ejunhode 2009,comseguimentomínimoemédiode4,6anose5,4anos,respectivamente.Foram usa-dosparâmetrospréepós-operatóriosdefuncionalidadeesatisfac¸ãodospacientes(escala funcionaldaUniversidadedaCalifórniaemLosAngeles[UCLA]).Todosospacientesfizeram tratamentoconservadorprévioporseismeseseforamsubmetidosaotratamentocirúrgico naausênciaderesultadosatisfatório.Foramexcluídospacientescomcirurgiapréviano ombro,pseudoparalisia,insuficiênciadoarcocoracoacromial(tipo2Bdaclassificac¸ãode Seebauer),lesãoneurológicaouinsuficiênciadomúsculodeltoideedomúsculo subesca-pular.

Resultados:Comumseguimentomédiode5,4anos,14pacientesseconsideravam satisfei-toscomacirurgia(78%).Aamplitudedemovimentoarticularmelhorounaelevac¸ãoativa média e variou de 55,8◦ no pré-operatório para 82no pós-operatório. A rotac¸ão externamédiamelhoroudeemmédia18,9◦nopré-operatóriopara27,3nopós-operatório. Amédiadarotac¸ãomedialmanteve-senoníveldaterceiravértebralombar.OescoreUCLA médio,apósseguimentomédiode5,4anos,foide23,94emelhorouemcomparac¸ãocomas médiaspré-operatóriaedoprimeiroanopós-operatório.

Conclusão:OsresultadosfuncionaisdahemiartroplastiaCTA®notratamentoda artropa-tiadomanguitorotadorempacientesselecionadosmantiveram-sesatisfatóriosapósum seguimentomédiode5,4anos.

©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.

TrabalhodesenvolvidonoGrupodeOmbroeCotovelodoHospitaldoServidorPúblicoEstadual,SãoPaulo,SP,Brasil. ∗ Autorparacorrespondência.

E-mail:actenorjr@hotmail.com(A.C.TenorJúnior). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.06.008

(2)

Low-term

results

from

non-conventional

partial

arthroplasty

for

treating

rotator

cuff

arthropathy

Keywords:

Replacementarthroplasty Shoulder

Rotatorcuff

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: ToevaluatetheevolutionofthefunctionalresultsfromCTA®hemiarthroplasty forsurgicallytreatingdegenerativearthropathyoftherotatorcuff,withameanfollow-up of5.4years.

Methods: EighteenpatientswhounderwentCTA®partialarthroplastytotreatdegenerative arthropathyoftherotatorcuffbetweenApril2007andJune2009werereevaluated,with minimumandmeanfollow-upsof4.6yearsand5.4yearsrespectively.Preand postopera-tiveparametersforfunctionalityandpatientsatisfactionwereused(functionalscaleofthe UniversityofCaliforniainLosAngeles,UCLA).Allthepatientsunderwentprior conserva-tivetreatmentforsixmonthsandunderwentsurgicaltreatmentbecauseoftheabsenceof satisfactoryresults.Patientswereexcludediftheypresentedanyofthefollowing:previous shouldersurgery;pseudoparalysis;insufficiencyofthecoracoacromialarch(type2Bin See-bauer’sclassification);neurologicallesions;orinsufficiencyofthedeltoidmuscleandthe subscapularismuscle.

Results: Withameanfollow-upof5.4years,14patientsconsideredthattheyweresatisfied withthesurgery(78%);themeanrangeofjointmotionforactiveelevationimprovedfrom 55.8degreesbeforetheoperationto82.0degreesaftertheoperation;themeanexternal rotationimprovedfrom18.9degreesbeforetheoperationto27.3degreesaftertheoperation; andthemeanmedialrotationremainedatthelevelofthethirdlumbarvertebra.Themean UCLAscoreafterthemeanfollow-upof5.4yearswas23.94andthiswasanimprovement incomparisonwiththepreoperativemeanandthemeanoneyearaftertheoperation.

Conclusion: ThefunctionalresultsfromCTA® hemiarthroplastyfortreatingrotatorcuff arthroplasthyinselectedpatientsremainedsatisfactoryafterameanfollow-upof5.4years. ©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.

Introduc¸ão

RobertAdams,em1857,foioprimeiroautoradescreveros achadosclínicosdaartropatiadomanguitorotador. Halver-sonetal.,1em1981,descreveramo“ombrodeMilwaukee”,

em que cristais de fosfato de cálcio, como hidroxiapatita, estavam envolvidos em umareac¸ão celular com liberac¸ão de colagenases e destruic¸ão articular. Porém foi Neer, em 1977, quem primeiro empregou o termo “artropatia do manguitorotador”emtrabalhopublicadoem1983.2Neer

acre-ditavaquealesãoextensadomanguitorotadoreraacausada artropatiaeapresentouahipótesedequetalpatologiaseria resultadodefatoresmecânicos,comoainstabilidade ântero--superior, e fatores nutricionais, como a perda do espac¸o articularfechado,comprejuízoparaadifusãodenutrientes paraasuperfíciearticular.Arupturadacirculac¸ãoósseaque sedápelomanguitorotador tambémcontribui parao pre-juízometabólicodacabec¸aumeral.Oresultadofinaldessas alterac¸õesmecânicas e metabólicas, associados à osteope-niapelodesuso daarticulac¸ãoglenoumeraldevidoàdor, é ocolapsodaarticulac¸ãoglenoumeral.1–4

Mais recentemente, em 1997, Collins e Harryman5

sin-tetizaramasduas teorias eformularam a hipótese deque a migrac¸ão cranial da cabec¸a umeral, resultante da perda da estabilidade proporcionada pelo manguito rotador, leva aumcontatoanormalglenoumeraleàformac¸ãodedebris

naarticulac¸ãoedesenvolveumacascatainflamatóriapelos cristaisdefosfatodecálcioliberados.

Aincidênciadalesãodomanguitorotadoraumentacom a idade; érelativamente rara antes dos 40 anos, aumenta naquintaenasextadécadasecontinuaaaumentara par-tir dasétimadécadadevida.Muitos casosnãoapresentam sintomaseaproximadamente50%daspessoascommaisde 80anospodemterlesãoassintomáticadomanguitorotador.6,7

Aartropatiadomanguitorotadorafetaprincipalmenteo idoso dosexofemininoemseuladodominante e desenca-deiasintomatologiacrônica,comodorprogressiva,quepiora ànoite ecomasatividades quesolicitam oombro.Outros sintomasincluemfraquezaedificuldadedeelevarobrac¸oe ocasionamlimitac¸ãofuncional.Oexamefísicorevelasinaisde lesãoextensadomanguitorotador,comoatrofiadosmúsculos supraespinaleinfraespinal.2,8–10

As radiografias evidenciam artrose glenoumeral, com o deslocamentocranialdacabec¸aumeral,quepodeocasionar umcontatoanormalentreessaeoarcocoracoacromialelevar ao“arredondamento”dotubérculomaior(“femoralizac¸ão”)e àerosãocôncavadoarcocoracoacromial(“acetabulizac¸ão”). Hamada et al.,11 com radiografias na incidência

(3)

Figura1–PróteseCTAcomsuaextensãolateral,foto intraoperatóriadoautor.

Seebauer12 desenvolveu uma classificac¸ão biomecânica,

funcionalemorfológica, queapresenta relevância terapêu-tica e analisa a integridade dos estabilizadores anteriores doombro e doarco coracoacromial, a presenc¸a de estabi-lidade dinâmica e a migrac¸ão superior da cabec¸a umeral. Exames adicionais, como a tomografiacomputadorizada e aressonância magnética,não sãonecessários parao diag-nóstico da artropatia domanguito rotador, porém ajudam na avaliac¸ão pré-operatória para analisar o estoque ósseo e as condic¸ões do manguito rotador, como a degenerac¸ão gordurosa.12–14

Otratamentodaartropatiadomanguitorotadordeveser iniciadopormétodosnãocirúrgicos,comomodificac¸ãodas atividades,medicac¸õesanalgésicase/ouanti-inflamatóriase infiltrac¸ãodecorticosteroidesubacromial.6,15

Otratamentocirúrgicoéindicadoparaospacientes que nãorespondem ao tratamento conservador.Procedimentos comoaartroplastiaderessecc¸ãodacabec¸aumeralea artro-deseglenoumeralsãoconsideradosdesalvac¸ão,empacientes commúltiplasfalhascirúrgicas,deficiênciadomúsculo del-toideeinfecc¸ão.Artroscopiaparadesbridamento,tenotomia dobícepsetuberculoplastiapodeserfeita,particularmente em pacientes idosos e com baixa demanda funcional. A artroplastiaconvencionaltotaldoombroéatualmente con-traindicadaempacientescomartropatiadomanguitorotador devidoaoaltoíndicedesolturadocomponenteglenoidal.As opc¸õesatuaisdeartroplastiadesubstituic¸ãoparaartroplastia domanguitorotadorsãoaartroplastiaparcialnão convenci-onal(CTA®)eaprótesereversa.3,16–18

AartroplastiaparcialCTA®apresentaumaextensãolateral comcoberturadotubérculomaioreproduzmelhorcontato earticulac¸ãocomoarcocoracoacromial(figs.1e2).A pró-tese reversa baseia-se nos conceitos de Gramont et al.,19

de mudanc¸a do centro de rotac¸ão para medial e distal, com ganho na func¸ão do músculo deltoide. Esse princí-piomelhorouaestabilidadedoimplanteeaamplitudedos movimentos.Apesardosbonsresultadosdaprótesereversa,

Figura2–PróteseCTA,radiografiapós-operatóriadoautor.

é um procedimento tecnicamente mais complexo e com maiorestaxasdecomplicac¸ões(5%a33%).Ahemiartroplastia CTA®,empacientesselecionados,apresentabonsresultados, commenorincidênciadecomplicac¸õescomparadaàprótese reversa.3,20–24

O paciente candidato à hemiartroplastia CTA® deve ter ausênciadepseudoparalisia,apresentararcocoracoacromial que mantenha uma relativa cinemática da articulac¸ão do ombro,semescapeântero-superior(tiposIA,IBeIIAde See-bauer), ausência de cirurgia prévia com ressecc¸ãodo arco coracoacromial,motorfuncionante(deltoideíntegro)e mús-culosubescapularsuficiente.3,25–28

Oobjetivodestetrabalhofoiavaliaraevoluc¸ãodoresultado funcionaldaartropatiaparcialCTA®notratamentocirúrgico daartropatiadegenerativadomanguitorotadorapós segui-mentomédiode5,4anos.

Métodos

Entre dezembro de 2006 e junho de 2009, 23 ombros de 23 pacientes foram submetidos àartroplastia parcialCTA® paraotratamentodaartropatiadomanguitorotador.Durante umseguimentomédiode1,6anohouvemelhoriados parâme-trosclínicosedoescoreUCLA,conformeoartigodeBrasilFilho etal.14Essespacientesforamavaliadosprospectivamenteno

presenteestudoapósumseguimentomédiode5,4anos. Dos23pacientesincluídosnoprimeiroestudo,trêsforam excluídosdopresentetrabalhoporfalecimentoedois pacien-tesporperdadeseguimento,oqueresultouem18pacientes (tabela1).Dentreesses,estáinclusoumpacientequeevoluiu cominfecc¸ãopós-operatóriatardiaenecessitoudecirurgiade retiradadaprótese.

(4)

Tabela1–Dadosdospacientes

Pac Sexo Tempodacirurgia (anos)

Idade Lado UCLAAntes UCLAumano UCLAfinal Elev/R.Ext/R. Med.Pré-op

Elev/R.Ext/R. Med.Pós-op

1 M 6,7 86 D 1+2+1+3+0=7 10+4+1+3+0=18 10+4+2+2+0=18 30/10/L2 40/10/L2

2 M 6,6 69 D 2+2+2+3+0=9 8+4+3+3+5=23 10+10+5+4+5=34 80/40/L3 120/50/L2

3 M 6,5 79 ND 2+4+3+3+0=12 8+6+3+3+5=25 8+8+4+3+5=28 54/0/T11 130/10/T8

4 F 6,0 89 D 2+4+3+2+0=11 8+6+3+3+5=22 8+6+3+3+5=25 40/10/L1 56/10/L1

5 F 5,8 67 ND 2+2+1+3+0=8 10+6+2+3+5=26 10+8+2+2+5=27 50/20/T12 70/40/T11

6 F 5,7 88 D 2+2+0+3+0=7 8+6+2+4+0=20 8+6+3+3+0=20 68/24/T12 80/30/T12

7 F 5,5 77 D 2+4+1+2+0=9 8+4+1+3+5=21 10+4+0+2+5=21 12/10/L5 20/20/L3

8 F 5,4 81 D 2+2+2+3+0=9 8+8+3+4+5=28 8+6+3+3+5=25 60/40/L1 110/44/L1

9 F 5,2 73 D 2+2+1+3+0=8 4+4+3+3+0=14 2+4+3+3+0=12 62/10/L1 90/20/L2

10 F 5,1 84 D 2+2+2+2+0=8 4+6+3+2+0=25 6+4+3+4+0=17 60/20/T11 70/20/T10

11 F 5,0 78 D 2+4+3+2+0=11 6+8+5+4+5=28 6+8+5+4+5=28 70/20/L2 120/36/L2

12 F 4,9 72 ND 2+2+0+2+0=6 8+4+2+3+5=22 8+8+3+4+5=28 56/40/L3 70/44/L2

13 F 4,7 70 ND 2+4+3+2+0=11 8+6+2+3+5=24 8+6+2+3+5=24 50/16/L1 60/30/T12

14 F 4,6 74 D 2+2+2+3+0=9 4+4+3+4+5=20 8+8+5+4+5=30 60/10/T10 110/20/T8

15 F 4,6 83 D 2+2+1+3+0=8 6+4+2+3+5=18 6+4+3+3+5=21 52/10/Trocanter 70/26/Sacro 16 F 4,6 81 D 2+4+3+2+0=11 8+8+4+4+5=29 8+6+4+4+5=27 70/10/T10 120/22/T8

17 F 5,2 87 D 1+2+3+3+0=9 6+4+3+3+5=21 6+4+3+3+5=21 40/20/L3 60/30/L3

18 F 6,0 66 ND 2+2+2+3+0=9 8+4+3+4+5=24 8+6+2+4+5=25 90/30/L5 80/30/L5

M,masculino;F,feminino;D,ladodominante;ND,ladonãodominante;Elev,elevac¸ão;R.Ext,rotac¸ãoexterna;R.Medial,rotac¸ãomedial;UCLA, UniversityofCalifornia,LosAngeles.

O tempo de seguimento pós-operatório variou entre 4,6e6,7anos,com médiade 5,4.Amédiade idade foide 78anos.Omembrodominantefoiacometidoem13pacientes (72,2%).

Aclassificac¸ãousadafoiadeSeebauer.12NoestágioIA,a

cabec¸aestácentradanaglenoide;noIB,acabec¸amigra medi-almenteeháopinc¸amentodoespac¸oglenoumeral;noIIA,a cabec¸aumeralmigrasuperiormente,maséestabilizadapelo arcocoracoacromial,quepermaneceíntegro;enoIIB,acabec¸a umeralmigraântero-superiormente,porinsuficiênciadoarco coracoacromial.

Dos18pacientesincluídosnesteestudo,trêsforam classi-ficadospré-operatoriamenteemSeebauerlA,seteemlBeoito emllA.

Critériosdeinclusão:pacientessintomáticosclassificados comoSeebauerlA,lBellA quenãomelhoraramcom trata-mentoconservadorpor,nomínimo,seismeses.Critériosde exclusão:pacientesquemelhoraramcomtratamentoclínico, cirurgiaspréviasoulesãoneurológicanomembroacometido, artropatiasclassificadascomoSeebauerllBeinsuficiênciado músculodeltoideedomúsculosubescapular.

Naavaliac¸ãodosresultadosfoiusadaaescala funcional daUniversidadedaCalifórniaemLosAngeles(UCLA) modi-ficadaporEllmaneKay29enaavaliac¸ãodasatisfac¸ãoforam

usadoscritériosdeNeer.Paraaferiraamplitudede movimen-tosusou-seométododaAcademiaAmericanadeCirurgiões Ortopédicoseparaacomparac¸ãodosresultadosdoescoreda UCLAedaamplitudedemovimentosfoiusadootestenão paramétricodeFriedman.27–30

Asignificânciaestatísticadasdiferenc¸asdasmédiasentre asvariáveisquantitativasforamverificadaspormeiodoteste

t deStudent pareado e asdiferenc¸as dasvariâncias foram verificadaspormeionaanálisedavariância(Anova).A nor-malidadedasvariáveisfoitestadapelotestedeShapiroWilk. Todasasanálisesforamfeitascomníveldesignificânciade 5%.Osresultadoscomvalordep<0,05foramconsiderados

estatisticamentesignificativos.Sempreseconsideraram hipó-tesesopcionaisbicaudais.

Asinformac¸õescoletadasformaramumbancodedados desenvolvido no programaExcel® forWindows eaanálise estatísticafoifeitacomossoftwaresStata®11SEeSPSS®16.0.

Resultados

Com um seguimento médio de 5,4 anos, 14 pacientes se consideravam satisfeitos com a cirurgia (78%). Dos quatro insatisfeitos, três queixavam-se da ausência de ganho de amplitudedemovimentos,porémrelatavammelhoradador emrelac¸ãoaopré-operatório.Paraumpacienteainsatisfac¸ão devia-seprincipalmenteàdor(fig.3).

Com relac¸ão à amplitude de movimento articular com seguimento médio de 5,4 anos, identificou-se melhora na elevac¸ãoativamédia,comvariac¸ãode55,8◦nopré-operatório para82◦nopós-operatório.Arotac¸ãoexternamédiamelhorou

Satisfeito

13 Insatisfeito4

Movimento 3

Dor 1

(5)

Tabela2–ValoresdepparaasvariáveisdoescoredaUCLAnascomparac¸õesdepré-operatório,avaliac¸ãocomumano deseguimentoeavaliac¸ãofinal

Variáveis Antesdacirurgia Umano Avalfinal p

Média(DP) Min-Máx Média(DP) Min-Máx Média(DP) Min-Máx

Dor 1,89(0,32) 1-2 7,22(1,83) 4-10 7,67(1,97) 2-10 <0,001

Func¸ão 2,67(0,97) 2-4 5,33(1,53) 4-8 6,11(1,88) 4-10 <0,001

Flexãoativa 1,83(1,04) 0-3 2,67(0,97) 1-5 3,06(1,26) 0-5 <0,001

Forc¸aflexão 2,61(0,50) 2-3 3,28(0,57) 2-4 3,22(0,73) 2-4 0,003

Satisfac¸ão 0,00(0,00) 0-0 3,89(2,14) 0-5 3,89(2,14) 0-5 <0,001

EscoreUCLA 9,00(1,64) 6-12 22,39(4,23) 14-29 23,94(5,30) 12-34 <0,001

de, em média, 18,9◦ no pré-operatório para 27,3no

pós--operatório(fig.4).Amédiadarotac¸ãomedialmanteve-seno níveldaterceiravértebralombar.

OescoreUCLAmédio,apósseguimentomédiode5,4anos, foide 23,94emelhorousignificativamente emcomparac¸ão comamédiapré-operatóriadenove(p<0,001)eobteveuma pequenamelhoraemrelac¸ãoàmédiadoprimeiroanode pós--operatóriode22,39, porémsemsignificânciaestatística. A médiadadorfoide7,67,comvariac¸ãode2a10;defunc¸ão foide6,11,comvariac¸ãode4a10;daflexãoativafoide3,06, com variac¸ão de 0 a 5; da forc¸a de flexão anterior foi de 3,22,com variac¸ão de 2 a4; e a da satisfac¸ão foi de 3,89, comvariac¸ãodezeroa5.Houvemelhora,comsignificância estatística,emtodososcritériosdeavaliac¸ãodoescoreUCLA (tabela2efig.5).

Houvemelhorasignificativaentreasavaliac¸õesprée pós--operatórias,tanto com 1ano de cirurgia, quantono final dosegmento.Porém,seforemobservadasasavaliac¸ões pós--operatóriascommédiasde1anoede5,4anosdesegmento, nãohouvealterac¸õesestatisticamentesignificativas(tabela3).

Discussão

AartropatiaparcialCTA®paraotratamentodaartropatiado manguitorotadoréumprocedimentorelativamenterecente, com poucos trabalhos disponíveis na literatura, sobretudo comseguimentodelongoprazo.3,31,32

Vitotskyetal.,13emseuestudocomseguimentomédiode

32mesesemínimodedoisanoscom60pacientes submeti-dosaartroplastiaparcialCTA®,incluindopacientesSeebauer IA,IBeIIA,obtiveram89%deresultados satisfatórios,com

Elevação

Â

ngulo

90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

Pré operatório Pós operatório Rotação externa

Figura4–Comparac¸ãodamédiadosângulosdeelevac¸ão erotac¸ãoexterna–préepós-operatória.

melhoramédiade22◦derotac¸ãoexternaede60naflexão.Em nossacasuística,apósseguimentomínimode4,6anosemédio de5,4anosem18artroplastiasparciaistipoCTA®em18 paci-entes,amédiadesatisfac¸ãoobtidafoide78%,commelhora médiadaelevac¸ãode55,8◦para82edarotac¸ãoexternade 18,9◦para27,3.Assimcomoemnossoestudo,Vitotskyetal.13 nãoincluírampacientesSeebauerIIB.

Goldbergetal.,18emumseguimentomédiode3,7anos,

obtiveram78%desatisfac¸ão,commelhoramédiade33◦ da elevac¸ãoede23◦narotac¸ãoexternacomousode hemiartro-plastiaconvencional.Ospacientescomelevac¸ãomínimade 90◦obtiveramosmelhoresresultados.

Zuckermanetal.,26emestudocommédiadeseguimento

de28,2mesesem15casosdehemiartroplastia,obtiveramem médiamelhorade17◦naelevac¸ãoe14narotac¸ãolateral.O índicedesatisfac¸ãodospacientesfoide87%eoescoreda UCLAmelhoroude11para22pontos.

Checchiaetal.,33apósseguimentomédiode69mesesde

11 pacientes com hemiartroplastia para a artropatia do manguito rotador, obtiveram índice de melhora da dor de 81,8%,resultadossatisfatóriosem54%eUCLAmédiode22,7 pontos.Osautoresobservaramfatoresassociadosàevoluc¸ão insatisfatória, como cirurgia prévia no ombro com o comprometimentodoarcocoracoacromialelesãopréviado

Antes da cirurgia

P

ontos do score UCLA

Dor 9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

Função Flexão ativa Força da flexão

Satisfação

1 ano Avaliação final

(6)

Tabela3–ValoresdepparaasvariáveisdoescoredaUCLAemmomentosisolados

Dor Func¸ão Flexãoativa Forc¸adaflexão Satisfac¸ão EscoreUCLA

Preop.×umano p<0,001 p<0,001 p<0,002 p<0,002 p<0,001 p<0,001 Preop.×Aval.final p<0,001 p<0,001 p<0,003 p<0,005 p<0,001 p<0,001

umano×Aval.final p=0,157 p=0,448 p=0,207 p=1,00 p=1,00 p=0,303

músculodeltoide.Emnossacasuísticaforamexcluídos paci-entescomcirurgiapréviadoombroepacientesclassificados comoSeebauerIIB.

Emnossoestudo,ospacientesquetinhamcomoprincipal sintomapré-operatórioalimitac¸ãodosmovimentos apresen-taramresultadosinsatisfatóriosapósacirurgia,comtrêsdos quatropacientes insatisfeitosrelatando essaqueixa, oque estáemconformidadecomtrabalhodeNametal.34

O escore funcionalda UCLA, por meio da avaliac¸ão da dor,func¸ão,flexãoativa,forc¸adeflexãoanterioresatisfac¸ão, melhoroudepobre(médiade9pontos)nopré-operatóriopara razoável,apósseguimentodeumanoede5,4anos(média de22,39 e23,94pontos respectivamente),oque confirmou ahemiartroplastia como umboa opc¸ãopara o tratamento cirúrgicodaartropatiadomanguitorotadorempacientes sele-cionados.Houve melhoria estatisticamentesignificativa do UCLAemrelac¸ãoaopré-operatórioenãoocorreuomesmo entre o pós-operatório médio de um ano e 5,4 anos, com pequenadiferenc¸anosresultados,oquepodeserentendido comoumamanutenc¸ãodosresultadospositivosdapróteseno pós-operatórionesseperíodo.

Comosetratadeumprocedimentocirúrgicoindicadopara pacientesidosos,umdosfatoresquedificultaramaexecuc¸ão destetrabalhofoiareavaliac¸ãodetodosospacientesalongo prazo,poróbitoouperdadoseguimento.

Conclusão

Osresultadosfuncionaisdaartroplastiaparcialnão convenci-onalCTA®notratamentodaartropatiadomanguitorotador empacientesselecionadosmantiveram-sesatisfatóriosapós umseguimentomédiode5,4anos.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

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s

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