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(1)i. VALÉRIA CALIPO. JUVENTUDE E A ERA DA INTERNET: Integração e Interação. Universidade Metodista de São Paulo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social São Bernardo do Campo – SP, 2008.

(2) VALÉRIA CALIPO. JUVENTUDE E A ERA DA INTERNET: integração e interação. Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Sebastião Carlos de Morais Squirra. Universidade Metodista de São Paulo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social São Bernardo do Campo – SP, 2008.

(3) FOLHA DE APROVAÇÃO. A dissertação de mestrado sob o título “Juventude e a Era da Internet: Integração e Interação”, elaborada por Valéria Calipo, foi defendida no dia 24 de junho de 2008, perante a banca examinadora composta por: orientador prof. Dr. Sebastião Carlos de Morais Squirra, profa. Dra. Dagmar Silva Pinto de Castro e prof. Dr. Sid ney Ferreira Leite.. Declaro que a autora incorporou as modificações sugeridas pela banca examinadora, sob a minha anuência enquanto orientador, nos termos do art. 34 do Regulamento dos cursos de Pós-Graduação.. Assinatura do Orientador:. Nome do orientador:. _____________________________________. Prof. Dr. Sebastião Carlos de Morais Squirra. Data: São Bernardo do Campo, 22 de agosto de 2008 Visto do Coordenador do Programa de Pós-Graduação:______________________________. Área de concentração: Processos Comunicacionais Linha de pesquisa: Comunicação Especializada Projeto temático: Comunicação e Tecnologia Digital.

(4) Para minhas amadas filhas e neta: Vanuzia, Vanessa e Julia.

(5) AGRADECIMENTOS Quero agradecer a Deus, em primeiro lugar, que me fortaleceu e colocou todas as pessoas que se envo lveram neste meu trabalho e que também me permitiram chegar até aqui. Em especial devo mencionar:. Os representantes da Universidade Metodista de São Paulo pela concessão de bolsa e principalmente por acreditarem em mim;. Prof. Dr. Sebastião Squirra, por me acolher, me orientar e generosamente compartilhar comigo o seu conhecimento;. Profa. Dra. Dagmar Silva Pinto de Castro, Profa. Dra. Sandra Reimão, Prof. Dr Daniel Galindo, e o prof. Sidnei Ferreira Leite, pelas sugestões construtivas. Suas críticas e indicações abriram novos caminhos que enriqueceram meu trabalho;. Professores do Programa de Mestrado em Comunicação da UMESP, que me mostraram um novo mundo;. Meus colegas de trabalho: professores, coordenadores, funcionários e todos que me auxiliaram na elaboração deste trabalho;. Aos meus amigos que estiveram sempre presentes e contribuíram com longas discussões teóricas: Alfredo D´Almeida e Marino C. Bedin;. Minha mãe Lídia e minhas filhas Vanuzia e Vanessa, pela paciência, carinho e apoio;. Minha neta Julia, luz que me ilumina, pelos momentos de alegria.. Ao meu cunhado e pastor Douglas Vilsinskas, que me apoiou em muitos momentos e a minha irmã Silvana Vilsinskas que, além de me apoiar, me representou em muitas funções do cotidiano durante esse período..

(6) RESUMO O objetivo deste trabalho é refletir sobre o processo cognitivo comportamental dos jovens, imersos em tecnologias contemporâneas como a Internet. A luz dos debates trazidos pelos pensadores das áreas de Comunicação e Psicologia Social, realizou-se uma avaliação comparativa de diferentes fontes. Através da revisão bibliográfica, passou-se a uma investigação em caráter exploratório sobre as abordagens integradas de alguns trabalhos, acerca da relação dos jovens com a Internet, o processo comunicativo, o desenvolvimento cognitivo humano e mudanças comportamentais nessa relação. Verificou-se que na maioria desses trabalhos, a Internet exerceu um papel de mecanismo facilitador para a interação entre os jovens, na identificação com seus pares, o que propiciou um diferencial no processo cognitivo, e, por fim, em sua singularização. Porém, não podemos deixar de apresentar os resultados dos demais trabalhos, pois, nos levou a ter um olhar mais cuidadoso nos background individual e social da população em questão.. Palavras-chaves:. Juventude;. Comportamental; Interação.. Internet;. Comunicação. Digital;. Processo. Cognitivo.

(7) ABSTRACT. This work´s objective is to reflect about the youth cognitive behavioral process immersed in contemporary technology like the internet. From discussions brought by Communication and Social Psycology thinkers, it has carried out a comparative assessment of differents sources. Through bibliographical revision it started to investigate explororing some works, like a relationship between the youth and internet, the communicative process, the humam cognitive development, and behavioral changes in this relationship. It has found out that in the most of those researches, the internet had the function of make easier the interaction among the youth, the identification of their couple what favored the cognitive process, and finally about their autonomy. However we couldn´t ignore the result of researches that shows the other side because it made us to look carefull the individual and social background of this population.. Key words: Youth; Internet; Digital Communication; Interaction; Cognitive Behavioral Process..

(8) SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................ 10 CAPÍTULO I – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL À REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA .......................................................................... 15 1. Revolução Industrial ................................................................ 15 1.1. Sociedade Burguesa ............................................................ 16 1.2. Sociedade Capitalista .......................................................... 17 1.3. Desumanização ................................................................... 19 1.4. Mudanças de Atitudes Sociais .............................................. 19 2. Revolução Tecnológica ............................................................. 22 2.1. Céleres Transformações Tecnológicas ................................... 22 2.2. Angústia Provocada pelo Mundo Virtual ................................ 23 2.3. Acessibilidade ................................................................... 24 2.4. Fusão de Duas Inteligências ................................................. 26 CAPÍT ULO II – INTERNET .......................................................... 28 1. De Aparnet à Internet ............................................................... 28 2. Jovens, A Comunidade Virtual e os Sites de Relacionamentos ........ 31 2.1. Orkut ................................................................................ 31 2.2. YouTube ........................................................................... 32 2.3. FizTV ............................................................................... 32 2.4. MySpace ........................................................................... 33 2.5. Outros Sites ....................................................................... 34 CAPÍTULO III – TEORIAS DA COMUNICAÇÃO ............................. 38 1. Conceitos de Comunicação e o Processo Comunicacional .............. 38 2. Relações Sociais e a Comunicação ............................................. 40 3. Escolas Teóricas ...................................................................... 43 3.1. Escola Americana ............................................................... 43 3.2. Teoria da Agulha Hipodérmica ............................................. 44 3.3. A Teoria da Informação ....................................................... 47 4. Escola De Frankfurt ................................................................. 49 4.1. Teoria Crítica .................................................................... 49 4.2. Teoria da Ação Comunicativa ............................................... 51.

(9) 5. Estruturalismo, Escola Francesa e Escola Inglesa ......................... 52 6. Mcluhan, O Visionário da Aldeia Global ..................................... 57 CAPÍTULO IV – COMUNICAÇÃO E PSICOLOGIA SOCIAL ............. 63 1 . O P r o c e s s o d e A q ui s i ç ã o d e C o n h e c i m e n t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3 2. Abordagem Behaviorista ........................................................... 64 2.1. Valores Individuais da Cultura ............................................. 65 2.2. Valores Estruturais da Cultura ............................................. 65 2.3. Meta Valores ..................................................................... 66 3. Abordagem Cognitivista- Desenvolvime ntal ................................. 67 3.1. Ciências Cognitivas ............................................................ 67 3.2. Teoria Piagetiana ............................................................... 68 3.3. Piaget, As Teorias da Comunicação e a Linguagem Hipermediática ......................................................................... 69 CAPÍTULO V – O JOVEM E A COMUNICAÇÃO VIA INTERNET...... 72 1. Apresentação dos quadros avaliativos das pesquisas realizadas de 1999 a 2007 ................................................................................ 72 1.1 Quadro avaliativo das pesquisas realizadas de 1999 a 2004 ....... 73 1.2 Quadro avaliativo das pesquisas realizadas de 2005 a 2007 ....... 77 2. Apresentação Das Pesquisas Secundárias .................................... 81 2. Avaliação Comparativa das Pesquisas ......................................... 85 CAPÍTULO VI – COMUNICAÇÃO, PSICOLOGIA, JOVENS E INTERNET: ENCONTROS E DESENCONTROS ............................... 89 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................... 93 REFERÊNCIAS ........................................................................... 96.

(10) 10. INTRODUÇÃO. O ser humano constrói sua identidade através das regras, valores e leis da comunidade em que está inserido. São pontos de referência aos quais se pode aderir ou não, mas que são essenciais para a vida em grupo e para a própria sobrevivência, tanto individual quanto coletiva. A esse conjunto de regras e valores dá-se o nome de cultura, transmitida pela comunicação verbal e não-verbal e sempre com a presença do outro – próximo ou distante – através dos sons, símbolos e toques. Há hoje uma infinidade de opções para que os indivíduos se comuniquem e interajam um com o outro, seja através dos meios tradicionais de comunicação, seja pelas novas tecnologias digitais. Tais tecnologias possibilitam a utilização de novos meios de comunicação, com o aumento vertiginoso da quantidade de informações e o surgimento, sobretudo, das comunidades virtuais 1 . Na sociedade contemporânea os computadores e os celulares tornaram-se meios de comunicação de uma geração que, desde os primeiros anos escolares e, em alguns casos, ainda antes, mantém contato com a informática. Tapscott (1997, p.6), em sua obra Growing Up Digital, apresenta como a geração da Internet, que já nasceu com as Mídias Digitais, interage com essa tecnologia como se fosse extensão de seu próprio corpo. Para esta nova geração a integração social, em muitas situações, se dá mais no espaço virtual do que no espaço da realidade concreta, cotidiana, o que pode dificultar o estabelecimento. de. vínculos,. sobretudo,. os. de. afetividade,. convivência. social,. desenvolvimento do raciocínio moral, como o discernimento e o respeito ao próximo, e presenciais mais aprofundados (PIAGET, 1976). Por outro lado, percebe-se uma infinidade de comunidades virtuais que se utilizam de ferramentas sincrônicas e assíncronas que, muitas vezes, podem desenvolver no usuário a sensação de pertencimento a um determinado grupo, favorecendo pelo menos algumas formas de se estabelecer vínculos sociais, elemento fundamental da vida do ser humano, seja para a educação ou para a vida de forma geral (RECUERO, 2002, p.38).. 1. Uma comunidade virtual é uma comunidade que estabelece relações num espaço virtual através de meios de comunicação a distância. Se caracteriza pela aglutinação de um grupo de indivíduos com interesses comuns que trocam experiências e informações no ambiente virtual..

(11) 11. Entretanto, a procura dessa interação interpessoal mediada pelas tecnologias pode estar relacionada à dificuldade do indivíduo de se expor ao outro. Segundo Buber (1979, p. 64), para ocorrer um envolvimento interpessoal é necessário o conhecimento de si mesmo e do outro e/ou o reconhecimento do outro a partir deste envolvimento. Na mesma linha de raciocínio, a partir de uma visão cognitivo-desenvolvimental os estudos de Piaget, identificou que o relacionamento interpessoal passa pela busca da identidade e a sua independência e maturidade se faz no fortalecimento de uma auto-estima. Assim, o desenvolvimento do raciocínio moral se fortalece através da vivência com o grupo e somada a complexidade que isso implica. (PIAGET, 1976) Assim, a interação deverá ser construída como um caminho, ou caminhos, que o jovem deverá percorrer para conseguir se estabilizar emocionalmente e, como conseqüência, atingir sua maturidade e fazer suas escolhas. Cabe perguntar se, apesar de o jovem lidar com as novas tecnologias e suas ferramentas, principalmente a internet, de forma tão dinâmica, terá ele estrutura e maturidade suficiente para ir além do caminhar na busca de informações? Ao navegar por links, sites, hipertextos etc., saberá o jovem diferenciar o certo e o errado? Terá sabedoria para realizar suas escolhas, selecionar as informações com equilíbrio, de forma a norteá- lo para uma autonomia verdadeira? Ou a necessidade de comunicação, de acordo com os critérios de Buber (1979, p. 74-75), “Eu e Isso”, “Eu e Tu”, e “Eu e Eu”, é suficientemente forte a ponto dos jovens descobrirem caminhos alternativos de comunicação que possam satisfazer suas necessidades de relacionamentos experimentais e interpessoais? Conforme afirma Skinner (1995, p. 129), “a vida intelectual da mente foi erigida segundo o modelo de vida no mundo exterior [...] e por vezes, o intelecto controla necessidades e emoções”. Isso nos leva a refletir sobre a importância dos relacionamentos interpessoais, porém a nossa inquietação é a de compreender como o jovem da geração Internet irá se desenvolver no processo comportamental e cognitivo. Em um mundo em constantes evoluções industriais, tecnológicas, sociais, econômicas e comportamentais, seria exagerado imaginar que um trabalho de mestrado pudesse responder tal indagação. Por isso, buscou-se na discussão sobre as teorias de comunicação com o auxílio teórico da psicologia social e com o estudo comparativo de diferentes fontes de trabalhos institucionais e acadêmicos, de pesquisas qualitativas e quantitativas realizadas recentemente, embasamento para a compreensão sobre como se dá a aquisição dos conhecimentos, trazidas pelas Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTCI), mais precisame nte pela.

(12) 12. utilização da Internet entre jovens, e como esta questão tem sido tratada dentro de um contexto de evoluções tecnológicas contínuas. Nas teorias da comunicação buscou-se a posição daqueles pensadores que foram conceituados por Umberto Eco como apocalípticos e integrados 2 . Eco (1993, p.10) classifica os apocalípticos como os teóricos que vêem a evolução tecnológica de forma negativa, catastrófica, que desconsideram qualquer aspecto positivo nesse avanço. Como exemplo, cita Adorno e Horkeimer, considerados os principais críticos da cultura de massa. Já os integrados são aqueles que destacam os aspectos positivos do avanço aos meios de comunicação e, conseqüentemente, das novas tecnologias. Aqui há uma subdivisão entre aqueles que, de um lado, estabelecem um discurso pragmático que convida o leitor a uma passividade ao aceitar o consumo acrítico dos produtos da cultura de massa e, por outro lado, os que identificam nos meios de comunicação, com toda sua tecnologia, uma nova possibilidade para o diálogo. É nesse segundo subgrupo que se encontra Habermas, autor que desenvolveu a Teoria da Ação Comunicativa, e pode-se incluir McLuhan, que identificou nos meios de comunicação um novo ambiente cultural e interacional, a aldeia global, o mundo interligado em redes globais de comunicação. McLuhan trabalhou conceitos que tornam mais claros o entendimento sobre a participação da tecnologia no cotidiano atual. Esses conceitos e seus efeitos estão relacionados à maneira de como os meios atuam sobre a percepção humana, a partir de suas especificidades técnicas. (MCLUHAN, 2001, p.21). De maneira geral, embora adotando posições antagônicas, tanto os apocalípticos quanto os integrados definem o poder dos meios como forças influenciadoras sobre a sociedade. Porém, de maneira mais incisiva os primeiros deixam de levar em conta a subjetividade e a capacidade do indivíduo de pensar e decidir com base em sua própria experiência e na dos outros, como por exemplo, diante de um estímulo comunicacional. Assim, para refletir sobre a relação dos jovens com o mundo virtual, o ponto inicial foi pensar a relação desses mesmos jovens com seus pares em comunidades na internet, a partir daí, a maneira como constroem o conhecimento de si através dessa inter-relação mediada pela internet. Objetivou-se em suma, refletir sobre como se tem dado o processo cognitivo pela nova geração, imersa em tecnologias contemporâneas, bem como no mudo virtual, à luz dos debates trazidos pelos pensadores das áreas de Comunicação e Psicologia Sociais.. 2. Embora Umberto Eco tenha adotado estes conceitos com ressalvas nos primeiros anos da década de 1960, ainda hoje eles são resgatados por alguns teóricos como subsídio de análise..

(13) 13. A pesquisa realizada foi de abordagem qualitativa com caráter exploratório. Para Godoy (1995, p.21) “a pesquisa qualitativa ocupa um reconhecido lugar entre as várias possibilidades de se estudar os fenômenos que envolvem os seres humanos e suas intrincadas relações sociais, estabelecidas em diversos ambientes”. Assim, antes de tudo, teve-se a preocupação de refletir o papel da teoria para a pesquisa, pois para Crespi & Fornari (1998, p. 32) “as teorias dão formato, significado e sentido, ordenam, produzem e alteram tanto a percepção do investigador quanto da sociedade”. Realizou-se uma revisão de literatura, que, para Luna (2002, p.82), “é primordial no trabalho científico”. Em seguida, passou-se a uma investigação em caráter exploratório sobre as atuais pesquisas acerca da relação jovens e Internet, sobre o processo de comunicação, o desenvolvimento cognitivo humano e mudanças comportamentais e também sobre as teorias da psicologia social. Esse processo de investigação teve o intuito de organizar as informações obtidas de forma coerente e sistemática para que as relações constatadas pudessem ser refletidas nesse trabalho. No primeiro capítulo resgatou-se o histórico da Revolução Industrial que influenciou a construção da identidade do homem moderno e, em seguida, abordou-se a Revolução Tecnológica e suas possíveis facetas, sobretudo, a interatividade através da internet. No segundo capítulo apresentou-se um breve histórico da internet, a rede mundial de computadores, e de algumas de suas ferramentas, e como ela se tornou a principal das tecnologias de informação e comunicação. No terceiro capítulo realizou-se um levantamento do desenvolvimento dos Processos Comunicacionais, as Escolas e Teorias da Comunicação do século XX que contribuíram e contribuem até hoje com seus conceitos, embasamentos e pontos de discordância. Ainda fezse uma aproximação das teorias visionárias de McLuhan. No quarto capítulo, sob a luz das Teorias da Psicologia Social, realizou-se um levantamento sobre as abordagens Behaviorista e Cognitivista-desenvolvimental, objetivando uma compreensão sobre os conceitos de aquisição do conhecimento, contingências controladoras que produzem o comportamento adaptativo e contingências que são programadas em instituições sociais. No quinto capítulo, desenvolveram-se conteúdos acerca da influência das novas tecnologias da comunicação e da informação entre a comunicação vivenciada pelos jovens através da abordagem integrada de algumas pesquisas institucionais e acadêmicas..

(14) 14. No sexto capítulo uniu-se a visão das teorias da comunicação, da psicologia social e os principais apontamentos do resultado dos estudos comparativos das pesquisas institucionais e acadêmicas. Por fim, fez-se considerações finais, unindo a teoria com as informações obtidas nas pesquisas sobre o jovem e a internet..

(15) 15. CAPÍTULO I – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL À REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA. 1. Revolução Industrial. Sabe-se que a Revolução Industrial condicionou o atual processo de revolução tecnológica. A invenção de máquinas como a máquina a vapor, a fiandeira e o tear mecânicos trouxeram um novo sistema industrial que transformou as relações sociais e criou novas classes sociais, fundamentais para a operação do sistema. A divisão do trabalho, a produção em série e a urbanização também foram conseqüências da industrialização. Enquanto na manufatura o trabalhador produzia uma unidade completa e conhecia assim todo o processo, agora passa a fazer apenas parte dela, limitando seu domínio técnico sobre o próprio trabalho. Um dos resultados desta “especialização” foi pensado por Marcuse (1979), na obra “O Homem Unidimensional”. Para ele, assim como para Berman, o homem moderno vivencia um mundo em que: Não só lutas de classes e lutas sociais, mas também conflitos e contradições psicológicas foram abolidos pelo Estado de 'administração total'. As massas não têm ego, nem id, suas almas são carentes de tensão interior e dinamismo; suas idéias, suas necessidades, até seus dramas 'não são deles mesmos'; suas vidas interiores são 'inteiramente administradas', programadas para produzir exatamente aqueles desejos que o sistema social pode satisfazer, nada além disso. O povo se auto-realiza no seu conforto; encontra sua alma em seus automóveis, seus conjuntos estereofônicos, suas casas, suas cozinhas equipadas. (BERMAN, 1992 p.28). Tudo isso se justifica porque com o nascimento do mundo moderno, pós-Revolução Francesa, surgem novos valores, segundo os quais a nobreza do homem procede de suas virtudes, não de seu nascimento. Instalava-se, a partir de então, uma nova concepção de estrutura social móvel, dinâmica, diferente em tudo de qualquer outra organização social baseada em privilégios hereditários. Daí por diante, todo homem estaria convidado a ser o que desejasse ser. Porém, para tanto, deveria provar suas virtudes. Não demoraria muito para que o sentido bastante vago da palavra virtude começasse a significar adesão às normas sociais e engajamento no sistema de produção capitalista. Para provar sua nobreza interior, todo cidadão deveria ser íntegro, honesto, honrado, forte, bom, tanto quanto os heróis.

(16) 16. cavalheirescos que a literatura romântica fartamente despejava por sobre as subjetividades recém criadas.. 1.1. Sociedade Burguesa. Disse-se criadas porque a condição social dos indivíduos, antes da Revolução Industrial, era anterior a ele. Um camponês o era porque nascia camponês e assim o seria até o fim de sua vida. O pensamento de igualdade veio transformar essa condição social em liberdade para que cada um viesse a ser o que bem entendesse. (Foi só a partir de então que a pergunta, "o que você vai ser quando crescer?" passou a atormentar as crianças de quase todo o mundo.) Se antes da Revolução a posição social garantia o valor 3 e a identidade dos indivíduos, para o homem moderno esse valor e essa identidade têm de ser conquistados pelo esforço pessoal, pela atuação particular de cada um, pelo modo como cada indivíduo está mais ou menos filiado ao que a sociedade estima como correto, bom, honrado e honesto. Porém, o que a sociedade burguesa considera correto, bom, honrado e honesto, encobre, na verdade, o ideal do homem produtivo, econômico, que honra, por exemplo, seus compromissos financeiros4 . A publicação das obras de Marx foi o primeiro libelo a desmascarar esses valores e revelar- lhes sua significação primeira. Afirmava Marx que: “a burguesia transmudou toda a honra e dignidade pessoais em valor de troca; e em lugar de todas as liberdades pelas quais os homens têm lutado colocou uma liberdade sem princípios — a livre troca” . (MARX apud BERMAN, 1992, p. 108). Na produção intelectual percebem-se afirmações delicadas, uma delas, por exemplo, pode ser que em muitos cenários o va lor do homem poderá significar o seu valor no mercado. Marx, porém, aponta para um outro fato fundamental para a compreensão da sociedade burguesa. Assim, em O Manifesto do Partido Comunista concluiu-se que: “A burguesia despiu de seu halo toda atividade humana até aqui honrada e encarada com reverente respeito. 3. Neste caso, fala-se de valor pessoal, aquele que se atribui ao indivíduo ou ao que ele mesmo se atribui. Mas entende-se por valor, principalmente, o modo como uma pessoa é valorizada pelo conjunto da sociedade. Por exemplo, se alguém realiza uma grande façanha que liberte todo seu grupo de uma situação de perigo, esse indivíduo ganha a admiração de todos e a ele se atribui uma determinada importância. Esse "valor", inclusive, o distingue dos demais. 4 A obra Senhora do romântico José de Alencar é exemplar nesse aspecto. Dividido em "O Preço", "Quitação", "Posse" e "Resgate" esse romance narra como a personagem Seixas, um arrivista disposto a arranjar um casamento por interesse, terá de provar por meio do trabalho que é digno de sua esposa — a altiva Aurélia Camargo — que o havia "comprado"..

(17) 17. Transformou o médico, o advogado, o padre, o poeta, o homem de ciência em seus trabalhadores assalariados”. (BERMAN, 1992 p.152). Desta forma, o valor de troca foi instaurado e o pensamento revolucionário francês de liberdade, mais uma vez, adiado perante a autoridade dos novos valores impostos e se fortaleceu sob todos os outros valores, inclusive os pessoais. Segundo Marshall Berman, A sociedade burguesa não eliminou as velhas estruturas de valor, mas absorveu-as, mudadas. As velhas formas de honra e dignidade não morrem; são, antes, incorporadas ao mercado, ganham etiquetas de preço, ganham nova vida, enfim, como mercadorias. (BERMAN, 1992 p.108).. 1.2. Sociedade Capitalista. Se antes a produção de bens materiais estava submetida aos valores sociais, hoje os valores é que se submetem à produção de mercadorias. A ideologia não se preocupa mais em regular os valores, nem a moral; ela regula bens materiais e os próprios valores podem ser obstáculos aos determinantes econômicos. 5 A máquina recusa qualquer manifestação contrária a ela e é capaz de transformar em lucro o que quer que seja. A ideologia pressupõe que “eu” sou a norma, que todos são como eu, que qualquer coisa diferente ou outra não é normal. Para a ideologia, porém, o “eu”, a posição da qual a ideologia fala, é (geralmente) a do branco masculino, ocidental, de classe média ou superior; são posições que vêem raças, classes, grupos e sexos diferentes dos seus como secundários, derivativos, inferiores e subservientes. A ideologia, portanto, diferencia e separa grupos em dominantes/dominados e superiores/inferiores, produzindo hierarquias e classificações que servem aos interesses das forças e das elites do poder. (KELLNER, 2001 p.83). Se o único valor socialmente reconhecido é o valor da troca, reter, acumular, destruir os obstáculos que impedem o ganho é a essência dos valores burgueses. O egoísmo, a desconfiança, a hipocrisia, a mesquinhez, a falência da colaboração e da solidariedade – sentimentos e atitudes freqüentemente associados – são valores que fazem parte na constituição do homem moderno.. 5 Basta que se observe a liberação da mulher nas últimas décadas para que se perceba que tal liberação obedeceu criteriosamente a uma lei de mercado: mão-de-obra mais barata..

(18) 18. Todo homem constrói sua identidade a partir das regras, valores e leis da sociedade em que está inserido. São eles pontos de referência aos quais pode-se aderir ou repelir. Ser é ser em relação à comunidade e à cultura, caso contrário, não haveria existência possível. A existência realiza-se em constante tensão de identificação e afastamento das regras e modelos sociais. Porém, a sociedade capitalista estimula cada vez menos o indivíduo a assumir sua singularização. Ela apresenta modelos fechados e internamente coerentes para que o indivíduo se identifique e se mantenha alienado na sua individualização, mas nunca em sua singularidade (o seu lugar é um espaço construído e definido como uma cela confortável onde ele deve permanecer). Desta forma, são desestimuladas as possibilidades de diferenciação e de afastamento. Isso se deve à própria natureza do sistema. Na medida em que a sociedade se multifaceta, se especializa, passa a oferecer a todos os depósitos (sempre sujeitos ao controle do mercado) de seus desejos. Quanto mais desejos, mais mercados abertos. Assim, se por um lado se valoriza a multiplicidade de comportamentos, por outro não se permite que nenhum escape às regras básicas: produzir e consumir. A moderna sociedade burguesa, uma sociedade que desenvolveu gigantescos meios de troca e produção, é como o feiticeiro incapaz de controlar os poderes ocultos que desencadeou com suas fórmulas mágicas (BERMAN, 1992, p.108). Tal feitiço reluz tanto que mal se pode enxergá-lo. O universo urbano, por exemplo, compõe um mundo que se organiza em pequenas unidades, uma montagem comunicacional em forma de um enigma que convida unicamente ao consumo. Este é o caminho caótico por onde se perde o homem, a desordem que é o grau mais elevado da ordem burguesa. Aqui, o acúmulo de símbolos que se anulam mutuamente diz muito a respeito do gosto burguês pela falsificação. “Incapaz de desenvolver uma espiritua lidade compatível com o progresso material que experimenta” (Berman, 1992, p. 113), a sociedade moderna passou a idolatrar formas vazias de conteúdo. Por serem vazias, estas formas podem embaralhar-se à vontade sem que isso nos cause mal-estar. Este tudo que é nada está hoje nas mídias que se tornaram um dinâmico painel, um show de aparências que constantemente estimula nossos sentidos e os desvia da mediocridade da vida nos grandes centros..

(19) 19. 1.3. Desumanização. Formas vazias criaram indivíduos vazios que buscam sua perdida identidade coletiva na aceitação do mundo ao qual desejam novamente integrar-se: consumindo. Enquanto isso, o mercado, incessantemente, busca o novo para dissimular a sombria vida interior do homem contemporâneo. Ainda segundo Berman, hoje, o universo urbano continua a ser apresentado como único mundo possível, “a vasta maioria dos homens e das mulheres modernos não pretende resistir à modernidade: eles sentem a sua excitação e crêem na sua promessa, mesmo quando se vêem em seu caminho”. (BERMAN, 1992, p.297) Porém, sabe-se que, para que tudo isso ocorra, o homem tem de se desumanizar, ou seja, institucionalizar-se. Cabe, assim, refletir sobre o indivíduo frente à sociedade que o forma. Ao que parece, numa relação dialética, indivíduo e sociedade se formam e são formados mutuamente. A formação individual se dá como modos aprendidos de ajustamento e de hábitos complexos.. 1.4. Mudanças de Atitudes Sociais. Para que ocorra uma mudança de atitude é necessário que haja interferência nos componentes afetivo, cognitivo e comportamental. Como salienta Rodrigues (1993, p. 342344), o conceito de atitude é definido como: organização duradoura de crenças e cognições em geral, carga afetiva – pró ou contra, uma direção a um objeto social, uma predisposição à ação; compondo, a partir de então, os componentes: cognitivo, afetivo e comportamental. Qualquer mudança em um desses componentes é capaz de modificar os outros. A mudança na percepção, formas diferenciadas no recebimento das informações; estimulação excessiva ao recebimento de novas informações seja através do espaço cultural, ou por meio de comunicação de massa também podem provocar mudanças de atitudes. (RODRIGUES, op. cit p.383).. Assim, pode-se afirmar que as atitudes sociais são prognósticos de comportamentos. Por isso, é possível que a opinião dos indivíduos a respeito de determinados temas seja significativa em relação ao comportamento social que eles apresentam. Além disso, o estudo.

(20) 20. das atitudes sociais ajuda [...] a formar uma idéia mais estável da realidade em que vivemos e, também, servir para proteger o nosso Eu de conhecimentos indesejáveis. (RODRIGUES, op. cit p.342). Portanto, para que se possa estudar ou prever determinados comportamentos deve-se levar em conta como os ind ivíduos se posicionam frente a algum aspecto da vida em sociedade. Nasciutti esclarece esta idéia:. Considerando que ao ingressarmos em uma instituição qualquer que seja, temos que nos conformar a regras, cumprir exigências, desempenharmos um papel que já nos é prescrito de antemão. É um pequeno mundo, uma pequena sociedade na qual vivemos. Por outro lado, é ali também que queremos ser reconhecidos em nossa singularidade, que queremos fazer valer nossos direitos e vontades, realizar nossos objetivos individ uais. (NASCIUTTI, 1996, p.117).. A autora dessa citação salienta o poder da instituição em nossas vidas. Cabe destacar que por instituição compreende-se tudo que é constituído por normas, regras, ordens etc. Assim, pode-se afirmar que a família é a primeira instituição com a qual o indivíduo tem contato, seguido da instituição religiosa e escolar e depois com todas que, obrigatoriamente, o indivíduo passa durante sua existência, como as empresas, bancos... e, hoje, com toda força, as Instituições Virtuais. Sendo assim, é de suma importância atentar aos papéis exercidos pelos processos comunicacionais e aos aspectos biopsicossociais e culturais das instituições. Segundo Gomes:. A família faz a primeira inserção da criança no mundo social objetivo, à medida que promove a aprendizagem de elementos culturais mínimos: linguagem, hábitos, usos, costumes, papéis, valores, normas, padrões de comportamentos e de atitudes, etc. Mas, além de tudo, também promove a formação das estruturas básicas da personalidade e da identidade. (GOMES, 1992, p. 96). Outro ponto importante a ser observado é a relação entre a identidade e a organização, pois, por vezes, os indivíduos estão tão enraizados na cultura institucional que não se dão conta que muitas de suas atitudes estão carregadas de valores e conceitos pré-estabelecidos, o que os deixa com um gostinho amargo de impotência frente a situações conflitantes com seu “Eu” interior. Bleger (1984, p.38) aponta que essa relação com aspectos organizados e normatizados da personalidade fazem das normas e pautas de condutas das organizações o seu controle e a garantia da clivagem dos aspectos sincréticos e indiferenciados..

(21) 21. A instituição também faz parte da identidade do indivíduo, que é organizada de acordo com influências internas e externas. Supõe-se com isso que a mudança na organização, conseqüentemente, implicará mudanças na própria personalidade do sujeito. Segundo Pierson (1974, p 128), as comunidades surgem do simples fato de vivermos em simbiose, isto é, de viverem juntos num mesmo habitat indivíduos semelhantes e diferentes, e da ‘competição cooperativa’ em que se empenham. Os conflitos institucionais são contraditórios e reveladores do não-dito, dos disfuncionamentos e do marasmo das atitudes. Por um lado, os indivíduos querem prestar colaboração e receber as instituições, com o intuito de melhorar a qualidade em todos os aspectos da vida pessoal e em grupo. Colaboração esta que pode ser, no mais amplo aspecto, profissional, social, solidária, cultural e espiritual. Ao mesmo tempo, o indivíduo também está à procura de fortalecer os seus interesses pessoais que, se não forem satisfeitos, podem ser geradores de conflitos egóicos 6 . O ser humano traz muitos comportamentos, influenciados por atitudes sociais e culturais, marcados pela época em que vivem. Por isso, é necessário que se tenha um panorama do contexto em que a mídia e os processos comunicacionais facilitam ou criam barreiras na construção das Identidades. É necessário observar as determinantes ideológicas, políticas, econômicas, sociais, morais etc. que regem a vida em sociedade para que se possa compreender a sociedade de hoje, com o respaldo da cultura da mídia que também cria os seus bodes expiatórios 7 para afirmar-se, enquanto sistema pretensiosamente hegemônico. Assim, concordar com o modo como o homem moderno vê seu mundo como único possível tem um caráter falacioso evidente. Estigmatizar o diferente diz mais a respeito do estigmatizador do que do estigmatizado. Szasz, em sua obra A Fabricação da Loucura, diz o quanto se é alienado: A ponto de se ignorar que o homem busca, cria e atribui diferenças a fim de que possa alienar o outro. “Para o homem [...] a segurança reside na 6 Como definido por Freud o “Ego” ou “Eu” está numa relação de dependência tanto para com as reivindicações do id, como para com os imperativos do superego e exigência da realidade. Embora se situe como mediador, encarregado dos interesses da totalidade da pessoa, as sua autonomia é apenas relativa. Pois, ele representa eminentemente, o conflito neurótico, o pólo ofensivo da personalidade, o que põe em jogo uma série de mecanismo de defesa, estes motivada pela percepção de um afeto desagradável. (LAPLANCHE, 1998 p.124) 7 O bode expiatório aqui está em sentido figurado como alguém que é escolhido arbitrariamente para levar a culpa de uma calamidade ou qualquer evento negativo. Os grupos usados como bode expiatórios foram (e são) muitos ao longo da História, variando de acordo com o local e o período. Os negros, os imigrantes, os comunistas, os nordestinos no Brasil, as mulheres, os pobres, os homossexuais etc.

(22) 22. semelhança. Por isso o conformismo é bom, a divergência é má" [...] . E que, "socialmente, a virtude mais exigida é o conformismo. A confiança em si mesmo é sua aversão”. (SZASZ, 1978, p. 330). Até aqui viu-se como a Revolução Industrial influenciou na formação de atitudes do homem contemporâneo. No próximo item, será apresentada a Revoluç ão Tecnológica e suas possíveis facetas. Sobretudo, a interatividade através da Internet.. 2. Revolução Tecnológica. 2.1. Céleres Transformações Tecnológicas. Não por acaso, as novas tecnologias chegaram de forma avassaladora. Aparentemente, todo o cenário era propício ao seu sucesso, por isso, sem constrangimentos, as novas tecnologias têm provocado grandes e rápidas transformações em toda sociedade contemporânea que, por sua vez, tem procurado novas formas para se estruturar. Nos últimos anos, observa-se uma revolução tecnológica crescente que tem trazido novos direcionamentos econômicos, culturais, sociais e educacionais à sociedade. A acelerada transformação nos meios e nos modos de produção, causada pela revolução tecnológica, focaliza uma nova era da humanidade na qual as relações econômicas entre as pessoas e entre os países e a natureza do trabalho sofrem enormes transformações. No final do século XX vivemos um desses raros intervalos na história. Um intervalo cuja característica é a transformação de nossa “cultura material” pelos mecanismos de um novo paradigma tecnológico que se organiza em torno da tecnologia da informação. (CASTELLS, 2005, p. 67). Nunca foi tão verídica a frase de que o tempo não pára. Tal afirmação parece uma obviedade propositalmente descabida. Esta constatação serve de consolo fazendo lembrar que há uma constante evolução dos conceitos e idéias. É desnecessário mencionar que no campo tecnológico, o tempo é ainda mais célere. O homem moderno vive dias contraditórios. Sua vida, por várias razões, tornou-se bem mais longeva do que a daqueles que viveram anos atrás, porém, conhecimento e poder, desde os primórdios, estão ligados..

(23) 23. No início do século XVII, Francis Bacon formulou a tese da relação fundamental entre conhecimento e poder, mas o mundo não precisou esperar o advento dos tempos modernos para pôr o conhecimento a serviço do poder. Sem o saber especializado dos escribas, dos geômetros ou dos sacerdotes não teria sido possível gerir nem os grandes impérios nem as cidades-estados nem as sociedades feudais.... (ROUNET, 2002, p.14-15).. Em contrapartida, o homem contemporâneo é confrontado com um desafio angustiante. Em função dessa evolução, em poucos anos, meses, dias, o homem está sendo ultrapassado e passa a viver sob a pressão dos modernos dogmas que empurram para a periferia tudo aquilo que pode contrariar os valores atuais. Há uma disputa na qual o medo começa a fazer seu palco. Será que a máquina tomará as rédeas do comando e dominará o ser humano completamente? Há essa possibilidade, uma vez que a tecnologia galopante chega a defasar um equipamento em apenas alguns dias, tornando-o obsoleto. Chegará o dia em que não se espera mais alguma novidade ao amanhecer? O conhecimento reciclado e fresquinho exigido diaria mente em todos os segmentos também provoca uma disputa acirrada em todas as atividades.. 2.2. Angústia Provocada pelo Mundo Virtual. Assiste-se, através das artes cinematográficas, histórias fictícias que retratam os avanços tecnológicos sem fronteiras (“AI – Inteligência Artificial”, “O Homem Bicentenário” etc.). Por um lado, uma mente humana que projeta, cria, estimula e festeja seus limites ultrapassados e com perspectivas de poder ir mais além. A concepção da democracia exalta o ideal do indivíduo livre de toda coação: a liberdade de agir segundo sua própria vontade [...]. Assim, os tecnolibertários do ciberespaço se valem dessa tradição para justificar seus projetos planetários de “comunicação virtual. (MATTELART, 2002, p.38) De outro, um futuro sombrio, com homens cada vez mais dominados por sistemas totalitários e ideologias massificadoras (“Fahrenheit 451”, “Equilibrium”, “Matrix”). Percebem-se comumente críticas, angústias e receios sobre a Internet e o mundo virtual. A comunidade virtual é um elemento do ciberespaço, mas só existe a partir da sociabilização das pessoas. Por isso, há que se concordar com McLuhan: Estamos sempre inclinados a transformar o instrumental técnico em bode expiatório dos pecados praticados por aqueles que os manejam. Os produtos da ciência moderna, em si mesmos, não são bons nem maus: é o modo com que são empregados que determina o seu valor. (MCLUHAN, 2001, p. 25).

(24) 24. Desta forma, não há dúvidas de que o computador, em toda sua complexidade, se torna um facilitador para as pessoas se apropriarem da tecnologia e a usarem de acordo com suas necessidades. Principalmente porque as novas tecnologias da informação são processos a serem desenvolvidos, um mundo em que usuários e criadores em muitos casos tornam-se a mesma coisa, como no caso da internet, em que os usuários assumem o controle de uma tecnologia acessível a todos ou ao menos a uma boa parte, dependendo do país. A realidade está se tornando mais exótica do que a fantasia! Carros que falam. Computadores que pensam. Empresas virtuais. A Internet – a primeira rede de conhecimento. Para a maioria das pessoas, o futuro que está emergindo parece ao mesmo tempo impressionante e intimidador. (CANTON, 2001, p.19). Outro ponto importante é a mudança nas condições psicossociais acarretadas pelas Novas Tecnologias como a comunicação mediada pelo computador (CMC)8 . Para McLuhan (2001, p. 172) os meios de comunicação que, através de sua ação, modificam o espaço e o tempo, modificam também as relações entre as várias partes da sociedade, transformando a idéia de comunidade.. 2.3. Acessibilidade. Com tal acessibilidade e controle, a comunicação na Internet aumenta o leque de possíveis redes sociais às quais uma pessoa pode conectar-se e adiciona elementos de diversidade que são muito atrativos para alguns. Vale lembrar que a comunicação sincrônica, simultaneamente entre dois ou mais usuários ou mesmo sem ser simultânea como na comunicação assincrônica, teve um grande avanço e rapidez. Três características tornam a Internet um caso único na história das tecnologias da informação: 1 – Expansão mundial – É uma rede que se difundiu aceleradamente pelo mundo. Assim, em 1991, ano do nascimento da World Wide Web (WWW), o mundo não tinha mais do que 500 mil usuários, todos praticamente acadêmicos ou funcionários de governo. No final de 2003, esse número havia subido para cerca de 1,3 bilhão, ou seja, 8. ROSSO, Leila, Urioste, O perfil dos usuários da Comunicação Mediada por Computador - CMC: Uma abordagem psicológica, SBC: Programa de Pos-graduação em Comunicação social da Universidade Metodista de São Paulo, SBC, 2005. Rosso apresenta no capítulo II de sua dissertação todo o panorama histórico sobre o surgimento da Internet.

(25) 25. quase 20% da população mundial, e em 2015, seremos 40%. 2 – Evolução tecnológica – A segunda característica da Internet é a velocidade da evolução. Mesmo assim, nunca estamos satisfeitos. Sonhamos com acesso, não apenas a 2 Mbps, mas a 50Mbps, bowser mais inteligentes, mais recursos de multimídia e a ampliação desse casamento indissolúvel entre celular e Web. 3- Mil aplicações – A terceira marca da Internet é a explosão de suas aplicações – na economia, no entretenimento, na educação, nas comunicações. (SIQUEIRA, 2005, p.138). Mesmo com tantas maravilhas e rapidez, quando se trata da relação entre a mídia e o homem no meio social, em qualquer um de seus contextos, a discussão se torna polêmica. Neste ínterim, o debate a respeito da manipulação ideológica adquire duas vertentes no embate, Umberto Eco divide os pensadores entre os apocalípticos, que desconsideram qualquer aspecto positivo na manip ulação da informação, e os integrados, aqueles que reconhecem aspectos positivos (ECO, 1960, p.11). Assim, enquanto nos Estados Unidos floresce a discussão sobre a possibilidade de transformação da Internet em tecnologia de propriedade de empresas a cabo ou companhias telefônicas, na vertente oposta surgem os defensores de uma internet livre e aberta, fomentando a inovação e crescimento econômico e a comunicação democrática. A questão do acesso provavelmente será debatida com tanta paixão no século XXI quanto as questões dos direitos de propriedade o foram durante toda a Era Moderna. Isto porque o acesso é um fenômeno potencialmente mais abrangente. Enquanto a propriedade tratava da estreita questão material do que é meu e seu, o acesso lida com a questão cultural mais ampla de quem controla a experiência vivida em si. (RIFKIN, 2001, p. 179). Em um mundo atual e globalizado não há como negar que a informação é o elemento essencial para qualquer tipo de atividade. Não que informações não teriam importância tão elevada em outras revoluções, mas, na Revolução Tecnológica, a necessidade de se ter uma informação mais veloz é fato incontestável. As Novas Tecnologias da Informação possibilitam esta rapidez e, em fração de segundos, ao se perguntar, já se disponib iliza uma resposta. Há sugestões para tudo: cores, formatos, tamanhos, opiniões etc. Talvez possa assustar alguns, impressionar outros e amedrontar muitos, mas tudo parece possível e acessível graças às Novas Tecnologias de Informação e Comunicação. A utilização das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) na sociedade contemporânea trouxe consigo uma nova maneira de (re) organizar a atividade humana nas mais diversas áreas do Conhecimento. Na.

(26) 26. atualidade, torna-se quase impossível imaginar ou pensar numa sociedade moderna sem a presença do computador. O uso do computador possibilitou mudanças significativas na maneira de conhecer, conceber e apropriar-se do mundo e, também, de relacionar-se com o entorno sócio-cultural. (MOREIRA, 2003, p. 115). O sistema binário também está nos computadores que usam como base potência de dois, assim como no caso de “plural e difusa” e “par e impar”. Uma das razões reside no fato de que memória e processadores eletrônicos trabalham alterando o estado interno de cada um de seus componentes: “ligado e desligado”. Este sistema binário permite uma infinidade de possibilidades de escolha com representação e símbolos binários, o que permite o armazenamento de forma ordenada e a rapidez exigida mundialmente (TENÓRIO, 2001, p.63). E ainda para Squirra a Sociedade do Conhecimento:. Trouxe consigo a velocidade do tempo real, com amplas possibilidade de controle, armazenamento e liberação de acesso a múltiplos conjuntos de informações [...] Tem como denominador comum a combinação das configurações e aplicações da informação com as tecnologias da comunicação em todas as suas possibilidades, [...] vai além do mundo da internet e está redefinindo a economia global, trazendo consigo a transformação do mundo ‘inteligente’ em todas as suas dimensões (SQUIRRA, 2005, p. 255-256).. 2.4. Fusão de Duas Inteligências. Há também o receio de poder. Quem manda em quem? Qual é o mais poderoso? Haveria a possibilidade de um grupo com qualquer tipo de interesse estar por trás de uma situação mundial para ditar normas e regras unindo as duas inteligências? Parece ficção, mas é um fato que não pode ser ignorado. Computadores, sistemas de comunicação, decodificação genética, são todos amplificadores e extensões da mente humana. O que pensamos é expresso em bens, serviços, produção material e intelectual, sejam alimentos, moradia, sistemas de transportes e comunicação. (CASTELLS, 2005, p.69). O ser humano manipula as Novas Tecnologias da Informação segundo seus interesses e a seu bel prazer, procurando, obviamente, tirar o melhor proveito para seus intentos. Quer sejam bons ou maus. Por sua vez, as Novas Tecnologias da Informação podem condicionar o.

(27) 27. ser humano com seus jogos, entretenimentos e até mesmo com o trabalho, a ponto de auxiliar na proliferação de uma nova doença, os workaholic (viciados em trabalho). O usuário nem percebe que as horas vão passando e acaba por tornar-se escravo das novidades tecnológicas. Segundo Helen Bee (1997, p.449), sujeitos caracterizados pelo evitamento da intimidade tendem a trabalhar sozinhos e estão inclinados a se tornarem 'viciados no trabalho', raramente tendo férias e não as apreciando quando elas ocorrem. Utilizam o trabalho para evitar a vida social e as relações de intimidade. O grande mal é que, cada vez mais, atitudes como essas são aceitas socialmente e são até mesmo esperadas dentro da organização de trabalho de uma empresa, por exemplo. A agressividade e competitividade nos negócios, o medo de afastar-se do trabalho e perder seu posto, as necessidades financeiras para que se possa manter um padrão elevado de consumo e, conseqüentemente, de status social acabam por tornar aceitável o isolamento em detrimento até da intimidade vista como aprisionamento à casa, ao cônjuge ou aos filhos. A automação advinda com as Novas Tecnologias da Informação dá a elas vida própria que pode, com o passar do tempo, conduzir a decisões que o ser humano nem sequer possa verificar se realmente estão acontecendo, salvo quando um aspecto tecnológico ou algum outro imprevisto aconteça. As informações, tanto no segmento definido como da Inteligência Artificial, como para o ser humano são vitais. De fato, ao que tudo indica, a história das Novas Tecnologias da Informação é povoada por diferentes paradigmas que se contrapõem e de teorias que se defendem e se excluem. No próximo capítulo será apresentado um breve histórico do surgimento da Internet..

(28) 28. CAPÍTULO II – INTERNET. 1. De Aparnet à Internet. O impacto gerado pela evolução tecnológica com o surgimento da internet tem trazido mudanças significativas para toda a humanidade. No entanto, não se pode negar que foi graças às invenções tecnológicas como: telégrafo, telefone, rádio, televisão e computador que deram suporte necessário para o seu surgimento. Os primeiros registros de interação sociais que poderiam ser realizadas através de redes foi uma série de memorandos escritos por J. C. R. Licklider do MIT – Masachussets Institute of Tecnology, em agosto de 1962. Ele previu vários computadores interconectados globalmente, pelo meio dos quais todos poderiam acessar dados e programas de qualquer local rapidamente. (LEINER et al, 2003, p.2) Após vários experimentos, em 1965 ocorreu a primeira conexão entre um computador TX-2, em Massachussets, com um Q-32, na Califórnia. Os avanços eram contínuos e, em 1966, Laurence G. Roberts desenvolveu o conceito das redes computadorizadas e elaborou o seu plano para a Arpanet, paralelamente outros pesquisadores também tiveram êxitos em suas pesquisas. (LEINER et al, 2003, p.2) El otro fundamento tecnológico consiste en conseguir que todos los ordenadores conectados utilicen el mismo protocolo, hablen el mismo idioma. En 1970 se crea el NCP (Network Control Protocol, Protocolo de Control de Redes), que se utilitzará durante los años setenta en Internet y que a partir de 1983 fue sustituido por otro, el TCP/IP (Transfer Control Protocol/Inter-net Protocol, Protocolo de Control de Transferencias/Protocolo de Internet) que todavía hoy es el que funciona en toda la red. De esta manera se estandariza la comunicación entre las máquinas y todos los ordenadores que se conecten lo pueden hacer con garantías de que su compatibilidad será total. (BADIA, 2002, p. 19). Nesse panorama, a década de 1960 foi propícia a descoberta que trariam vários conceitos e terminologias utilizados nos dias atuais. De acordo com Leiner et al (2003, p. 3), a palavra pacote, por exemplo, foi adotada do trabalho desenvolvido no NPL e a velocidade no projeto da Arpanet foi upgraded de 2,4 Kb para 50 Kb. Assim, até o final da década de 1960 havia quatro servidores conectados na Arpanet. Alex Soares de Moura em seu artigo publicado no News Generation sobre Roteamento afirma que:.

(29) 29. A Internet e' uma coleção de redes interconectadas, e os pontos de ligação são os roteadores. Estes, por sua vez, estão organizados de forma hierárquica, onde alguns roteadores são utilizados apenas para trocar dados entre grupos de redes controlados pela mesma autoridade administrativa; enquanto outros roteadores fazem também a comunicação entre as autoridades administrativas. A entidade que controla e administra um grupo de redes e roteadores chama se Sistema Autônomo. (MOURA, 1997). Desta forma, a internet vinha se desenhando com algumas representatividades, tanto as que estavam voltadas para as comunidades como aquelas que estavam mais interessadas em tecnologias. O sucesso é largamente atribuído à satisfação das necessidades básicas da comunidade na expansão efetiva na comunicação da comunidade de pesquisadores e na expansão da sua infra-estrut ura. Afinal, o espírito da comunidade tem uma longa história, começando com a Arpanet. Os pesquisadores da antiga Arpanet trabalharam numa comunidade fechada para conseguir fazer as demonstrações iniciais da tecnologia de transferência de pacotes. (LEINER et al, 2003, p. 4) Da mesma forma, vários outros programas de pesquisa da ciência da computação promovidas pela Darpa (Pockert Satellity, Rocket Rádio e outros) foram frutos de atividades cooperadas que usavam pesadamente qualquer mecanismo disponível para coordenar seus esforços, começando com o correio eletrônico e acrescentando compartilhamento de arquivo, acesso remoto e www. Cada um dos programas formou um grupo de trabalho, começando com o grupo de trabalho de Rede da Arpanet. Por conta do papel da Arpanet na infra-estrutura de suporte a várias pesquisas, e com a evolução da Internet, o grupo de trabalho da Rede se tornou o grupo de trabalho da Internet (LEINER et al, 2003, p. 4). Hoje, praticamente tudo que se quer em termos de informações on- line encontra-se disponível na Internet. Além disso, conforme afirma Pereira (1999), é mais do que o maior banco de informações do mundo, tornou-se também o maior, mais rápido e mais barato meio de comunicação do planeta. Em 1995, a Internet era o reduto de acadêmicos e de profissionais ligados à Informática. A grande maioria dos internautas era curiosamente do sexo masculino. A partir de 1999, a Internet invadiu os lares das sociedades e é hoje acessada por estudantes e profissionais de vários segmentos. De acordo com a avaliação de Aisa Pereira (1999), esse será o grande desafio da Internet, prover acesso à população rural de países.

(30) 30. subdesenvolvidos que não possuem infra-estrutura necessária para a conexão à Internet. Para Pereira (1999) será esta população, distante, pobre e sem educação, que mais lucrará com a riqueza de informações e a facilidade de comunicação da Internet através do acesso ao conhecimento na área da saúde, técnica agrícola, educação básica etc. Outro aspecto em destaque em nosso país, afirma Pereira (1999), foi a questão da receptividade no Brasil pela Internet. O mercado de internautas brasileiros é hoje suficientemente grande para manter uma economia doméstica baseada no comércio eletrônico. De acordo com Pereira (1999), o grande número de computadores existentes no país é creditado ao sistema bancário que antecipou a internet e durante anos vem educando a população para lidar com os caixas eletrônicos, o que ajudou nessa transição para o comércio eletrônico. A Internet foi iniciada como a criação de poucos e dedicados pesquisadores e tem crescido a ponto de se tornar um sucesso comercial com bilhões de dólares de investimento anual. O que é mais evidente na Internet é a rede social virtual que possibilita a elaboração de projetos em conjunto e o contato entre pessoas, que por vias normais seria praticamente inviável. Porém, foi apenas em 1990 que o mundo assistiu ao início de importantes mudanças que entraram em conformidade com a profecia de Bil Gates sobre as alterações tecnológicas que afetariam significativamente o mundo. Um grupo de jovens Norte-Americanos criou as condições para o surgimento da World Wide Web.. A primera vista, la Word Wide Web parece ser uma fuente de comunidades nuevas. Pero estos grupos no acogen la paradoja de al comunidad. De alguma manera se utiliza el gran potencial de um mundo conectado eletrónicamente para crear fronteras más fuertes que nos aíslen unos de otros. A través de la Web podemos buscar relaciones con otros que son idénticos a nosotros. Respondemos a nuetro instinto comunitário, pero formamos grupos altamente especializados a nuestra imagem, grupos que refuerzam nuetro aislamiento Del resto de la sociedad. No se nos pide que aportemos aquello que nos distingue sino nuestra afinidad. No se nos pide que afrontemos , ni menos aún celebremos, el hecho de que necesitamos las dotes ajenas. Basta apagar el ordenador para eliminar el malestar que provoca la diversidad. Estas redes introspectivas especializadas pueden ser tan destructivas para el individuo como cualquier organización doctrinaria dictatorial. Ninguno de esos grupos piden que exploremos nuetro individualismo mientras mantenemos nuetras relaciones con otros que conservan sus diferencias. Em ninguno de ellos honramos la paradoja de la libertad y la comunidad. (WHEATLEY, 1999, p. 32-33).

(31) 31. Em seu texto sobre o advento da Word Wide Web, Wheathey (1999) traz questionamentos que inquietam e preocupam, por isso, muitos se movem à busca de compreender tal fenômeno, principalmente frente ao aumento cada ve z maior dos jovens que se utilizam das novas mídias, assim como o computador e suas várias possibilidades com a navegação pela Internet, o celular, quer seja pela facilidade de manuseio, quer seja por terem contato com elas desde os primeiros anos de vida.. 2. Jovens, A Comunidade Virtual e os Sites de Relacionamentos. 2.1. Orkut. Atualmente, um dos sites mais procurados pelos jovens brasileiros é o Orkut, site criado por Orkut Buyukokkten, ex-aluno da Universidade de Stantford. Iniciou no Google em janeiro de 2004. Trata-se de um software que apresenta um conjunto de per?s de pessoas e suas comunidades, desenvolvido com base na idéia de rede social, onde é possível cadastrarse, colocar fotos e preferências pessoais, listar amigos e formar comunidades. O Orkut, em síntese, é uma rede de comunidade social virtual mundial, que através de um cadastro permite a comunicação. Para Recuero as redes sociais na internet são:. Sistemas que funcionam com o primado fundamental da interação social, ou seja, que buscam conectar pessoas e proporcionar sua comunicação e, portanto, podem ser utilizados para forjar laços sociais.[...] Sistemas que visam proporcionar conexões entre as pessoas, gerando novos grupos e comunidades, simulando uma organização social. (RECUERO, 2004, p. 7). Além de possibilitar uma conexão em rede, permite também que os indivíduos se apresentem com per?s, fotos, sendo possível perceber suas conexões diretas (amigos) e indiretas (amigos dos amigos), bem como as organizações sob a forma de comunidades. Existem ferramentas de interação variadas, que permite a criação de comunidades sobre os mais variados assuntos, desde Eu Amo a Minha Família, Viagens de Férias, Eu Amo meu Namorado/a e as classificadas como Orkut Sem Lei, espaço que respalda o relato sobre atitudes consideradas ilegais. No meio virtual, as pessoas são mais soltas e corajosas. Por isso, no Orkut é possível se conectar com inúmeros amigos, sendo um fator que contribui significativamente para a queda da distância entre os indivíduos no sistema (RECUERO, 2004, p. 8).

(32) 32. 2.2. YouTube. De acordo com os dados fornecidos pelo site Mundo das Marcas (2007), o YouTube é um site na Internet que permite que seus usuários carreguem, assistam e compartilhem vídeos em formato digital. Foi fundado em fevereiro de 2005 por três pioneiros do Pay Pal, um famoso site da Internet ligado a gerenciamento de doações, presente em mais de 200 países. O YouTube utiliza o formato Macromedia Flash para disponibilizar o conteúdo. É o mais popular site do tipo (com mais de 50% do mercado em 2006) devido à possibilidade de hospedar quaisquer vídeos (exceto materiais protegidos por copyright, apesar deste material também ser encontrado no sistema). Hospeda uma grande variedade de filmes, videoclipes e materiais caseiros. O material encontrado no YouTube pode ser disponibilizado em blogs e em sites pessoais através de Interface de Programas de Aplicativos – API 9 – desenvolvidos pelo site. Trata-se de um fenômeno causado pela divulgação boca a boca entre os jovens . Em outubro de 2006 foi anunciada a compra do YouTube pelo Google pela quantia de US$ 1.65 bilhões a vista. A revista americana Time (edição de 13 de novembro de 2006) elegeu o YouTube a melhor invenção do ano por, entre outros motivos, criar uma nova forma para milhões de pessoas se entreterem, se educarem e se chocarem de maneira como nunca foi vista.. 2.3. FizTV. Outro site em evidência, de origem brasileira, é o FizTV. Lançado em agosto de 2007, é o novo canal televisivo do Grupo Abril. Tem como objetivo veicular apenas conteúdos produzidos por cidadãos comuns, havendo diálogo entre internet e televisão. Trata-se de um portal de vídeos na web, do tipo YouTube, só que com o propósito de ser o meio para o usuário enviar seu material que, após votação popular, pode ser exibido na televisão.. 9 API, de Application Programming Interface (ou Interface de Programação de Aplicativos) é um conjunto de rotinas e padrões estabelecidos por um software para utilização de suas funcionalidades por programas aplicativos, isto é: programas que não querem envolver-se em detalhes da implementação do software, mas apenas usar seus serviços. De modo geral, a API é composta por uma série de funções acessíveis somente por programação, e que permitem utilizar características do software menos evidentes ao usuário tradicional. Dis ponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/API>.

Referências

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