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Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina veterinária

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DEPARTAMENTO DOS ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

Fernando Antonio Reimann

Ijuí, RS, Brasil

2013

(2)

Fernando Antonio Reimann

Relatório de Estágio Curricular apresentado ao Curso de Graduação em

Medicina Veterinária, Área de Concentração em Bovinocultura de Corte,

da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

(UNIJUÍ), como requisito para obtenção do grau de

Médico Veterinário

Orientador: Denize da Rosa Fraga

Ijuí, RS, Brasil

2013

(3)

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do

Sul

Departamento de Estudos Agrários

Curso de Medicina Veterinária

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova o Relatório Curricular

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA

elaborado por

Fernando Antonio Reimann

como requisito para obtenção do grau de

Médico Veterinário

COMISSÃO EXAMINADORA

_____________________________ Denize da Rosa Fraga (UNIJUÍ)

(Orientadora)

_____________________________ Cristiane Beck (UNIJUÍ)

_____________________________ Lisandre de Oliveira (UNIJUÍ)

(4)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho A toda minha família, A minha namorada, e aos amigos, por me apoiarem nesta caminhada.

(5)

AGRADECIMENTOS

À Universidade do Noroeste do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, pela oportunidade de estudo.

À toda a minha família pelo apoio, confiança e dedicação, pois foram fundamentais para mim chegar até aqui.

À minha namorada pela compreensão, amor e carinho.

À MSc. Denize da Rosa Fraga, pela orientação, atenção, apoio e amizade.

À Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, pela oportunidade de estágio.

Ao Med. Veterinário PhD. Fernando Flores Cardoso e toda equipe do Laboratório de Bioinformática e Estatística Genômina – Labegen, EMBRAPA, pelos ensinamentos, seriedade, ética, atenção e amizade.

Ao Med. Veterinário MSc. Carlos Henrique Laske, pela atenção, ensinamentos e amizade.

(6)

RESUMO

Relatório de Estágio Curricular Departamento de Estudos Agrários

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA

AUTOR: FERNANDO ANTONIO REIMANN ORIENTADORA: DENIZE DA ROSA FRAGA Data e Local da Defesa: Ijuí, 20 de junho de 2013

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no Centro de Pesquisa dos Campos Sul-brasileiros - CPPSUL, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, também denominado Embrapa Pecuária Sul, Bagé, Rio Grande do Sul, e na Fazenda da Barragem, Dom Pedrito, Rio Grande do Sul, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013, perfazendo um total de 260 horas, sob orientação da Profª Médica Veterinária MSc. Denize da Rosa Fraga e supervisão do Médico Veterinário PhD. Fernando Flores Cardoso. Durante este período foram acompanhadas atividades na Embrapa relacionadas ao Melhoramento Animal, Bioinformática, Medicina Veterinária Preventiva, Manejo de Bovinos de Corte e Extensão Rural. Na Fazenda da Barragem foram desenvolvidas atividades referentes ao Melhoramento Animal, Medicina Preventiva e Manejo de Bovinos de Corte. O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária permitiu o aprendizado de técnicas aplicáveis na Medicina Veterinária, o acompanhamento de pesquisas relacionadas ao Melhoramento Animal, bem como a atuação do Medico Veterinário à campo.

Palavras-chave: Melhoramento Genético. Diferença Esperada na Progênie. Bovinos.

(7)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Resumo das Atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Pecuária Sul, Bagé, Rio Grande do Sul, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013... 14 TABELA 2 – Processamento de Dados desenvolvido durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013... 15 TABELA 3 – Coleta de Dados desenvolvida durante o Estágio Curricular

Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013... 16 TABELA 4 – Atividades de Medicina Veterinária Preventiva desenvolvidas

durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013... 19 TABELA 5 – Atendimentos Clínicos acompanhados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013... 21 TABELA 6 – Cursos, Defesas de Dissertação de Mestrado e Atividades de

Extensão Rural desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013... 24

(8)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Arquivo de Pedigree... 54

FIGURA 2 – Arquivo de dados para peso a desmama... 55

FIGURA 3 – Arquivo de parâmetros... 56

FIGURA 4 – Arquivo solutions gerado pelo programa BLUPF90... 57

FIGURA 5 – Exemplo de arquivo airemlf90.log, para peso ao desmame... 58

FIGURA 6 – Exemplo de arquivo do Software R... 59

FIGURA 7 – Planilha contendo os valores de DEP’s, Acurácia e Percentil... 61

FIGURA 8 – Tendência Genética (A) e Fenotípica, em quilogramas, para peso ao nascer (PN)... 63

FIGURA 9 – Tendência Genética (A) e Tendência Fenotípica (B), em quilogramas, para peso a desmama (PD) ajustado para 205 dias... 63

FIGURA 10 – Tendência Genética (A) e Tendência Fenotípica (B), em quilogramas, para peso ao sobreano (PS) ajustado para 550 dias... 63

FIGURA 11 – Tendência Genética (A) e Tendência Fenotípica (B), em pontos de escore (1-5), para Musculatura a Desmama (MD)... 64

FIGURA 12 – Tendência Genética (A) e Tendência Fenotípica (B), em pontos de escore (1-5), para Musculatura ao Sobreano (MS)... 64

FIGURA 13 – Tendência Genética, em centímetros, para Perímetro Escrotral... 65

FIGURA 14 – Planilha de animais classificados conforme valor genético gerado pelo Índice RedBar... 67

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A – Fontes de Aquisição... 76 ANEXO B – Programação – 5º Curso PAMPAPLUS... 77 ANEXO C – Programação – 1º Dia de Campo Convênio EMBRAPA IRGA... 79 ANEXO D – Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne – PROMEBO 80

(10)

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 14

2.1 Processamento de Dados ... 14

2.1.1 Mensuração de Valores Genéticos ... 15

2.2 Coleta de Dados ... 16

2.2.1 Pesagens de Bovinos e Ovinos ... 16

2.2.2 Avaliações de Escores Visuais em Bovinos de Corte: Conformação, Precocidade, Musculatura, Tamanho, Racial, Pelame e Tamanho do Umbigo. ... 17

2.2.3 Ordenha e Coleta de Leite de Vacas de Corte ... 18

2.2.4 Exame Ultrassonográfico de Área de Olho de Lombo, Espessura de Gordura de Cobertura e Marmoreio, em Touros. ... 18

2.3 Atividades de Medicina Veterinária Preventiva ... 19

2.3.1 Vermifugação ... 20

2.3.2 Vacinação contra Brucelose ... 20

2.3.3 Vacinação contra Clostridioses ... 20

2.4 Atendimentos Clínicos ... 21

2.4.1 Banhos de Imersão ... 21

2.4.2 Miíases ... 22

2.4.3 Flebite ... 22

2.2.4 Lesão Física de Membro Anterior ... 23

2.5 Cursos, Defesas de Dissertação de Mestrado e Atividades de Extensão Rural ... 23

2.5.1 5º Curso de Melhoramento de Bovinos de Corte – PAMPAPLUS... 24

2.5.2 1º Dia de Campo Regional Convênio EMBRAPA IRGA – Sistemas Integrados de Produção para Terras Baixas ... 24

2.5.3 Defesa de Dissertação de Mestrado ... 25

3 MELHORAMENTO GENÉTICO EM BOVINOS DE CORTE ... 25

3.1 Revisão Bibliográfica ... 26

3.1.1 Identificação dos Animais ... 27

3.1.2 Controle de Coberturas ... 28

3.1.3 Controle dos Nascimentos ... 28

3.1.4 Formação de Grupos Contemporâneos ... 29

3.1.5 O Uso de Critérios de Seleção no Melhoramento Genético de Bovinos de Corte ... 30 3.1.5.1 Medidas Objetivas ... 31 3.1.5.1.1 Peso ao Nascer ... 32 3.1.5.1.2 Peso a Desmama ... 32 3.1.5.1.3 Peso ao Sobreano ... 33 3.1.5.1.4 Perímetro Escrotal ... 34 3.1.6.2 Escores Visuais ... 35 3.1.6.2.1 Conformação ... 35 3.1.6.2.2 Precocidade ... 36 3.1.6.2.3 Musculatura ... 37 3.1.6.2.4 Tamanho ... 37 3.1.6.2.5 Racial ... 38

(11)

3.1.6.2.6 Umbigo ... 38

3.1.6.2.7 Pelame ... 39

3.1.7 O uso do Valor Genético na Seleção ... 40

3.1.7.1 Diferença Esperada na Progênie ... 41

3.1.7.2 Acurácia ... 42

3.2 Atividades Desenvolvidas em Melhoramento Genético de Bovinos de Corte ... 42

3.2.1 Fazenda da Barragem ... 43

3.2.2 A Raça Angus ... 45

3.2.3 Avaliação de Escores Visuais e Pesagens ... 46

3.2.4 Organização dos Dados ... 48

3.2.5 Mensuração de Valores Genéticos ... 52

3.2.5.1 Programas Computacionais Utilizados ... 52

3.2.5.2 Execução dos Programas ... 53

3.2.5.3 Valores Genéticos Gerados ... 59

3.2.5.4 Tendências Genéticas e Fenotípicas do Rebanho ... 62

3.2.5.5 Índice RedBar ... 66

4 CONCLUSÃO ... 69

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 70

(12)

1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no Centro de Pesquisa dos Campos Sul-brasileiros - CPPSUL, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, também denominada Embrapa Pecuária Sul, localizada as margens da BR 153 - Km 603, município de Bagé, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Também foram realizadas atividades na Fazenda da Barragem, localizada no distrito de Upacarai, município de Dom Pedrito, Rio Grande do Sul, Brasil.

A Embrapa Pecuária Sul tem larga experiência em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação nos Campos Sul-brasileiros e está comprometida com a busca por soluções tecnológicas para o desenvolvimento sustentável deste espaço rural, com foco no agronegócio de bovinos e ovinos, em benefício da sociedade (CPPSUL, 2013). O Estágio Final do curso de Medicina Veterinária foi efetuado sob a orientação da MSc, Med. Veterinária Denize da Rosa Fraga e supervisão do Pesquisador, Médico Veterinário PhD. Fernando Flores Cardoso, no período de 04 de fevereiro a 30 março de 2013, totalizando 260 horas.

A Embrapa Pecuária Sul é um dos centros da Embrapa que há mais de três décadas de existência vem trabalhando para a agropecuária brasileira, disponibilizando tecnologias nas áreas de bovinocultura de corte, de leite e ovinos, buscando o bem estar sócio-econômico do homem, com o foco no agronegócio. As contribuições geradas pela Embrapa Pecuária Sul são suficientemente consistentes para considerar esta Unidade de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica um marco institucional na região sul do Brasil e, pela sua localização estratégica, para aqueles países do Mercosul (CPPSUL, 2013).

Ocupa a base física de um antigo imóvel rural denominado Estância “Cinco Cruzes”, no município de Bagé, estado do Rio Grande do Sul. Possui ampla variedade de instalações como Biblioteca, Herbário, Laboratório de Ciência e Tecnologia de Carnes, Laboratório de Estatística e Genômica, Laboratório de Estudos e AgroEcologia e Recursos Naturais, Laboratório de Genética Animal, Laboratório de Helmintologia, Laboratório de Endo e Ectoparasitologia, Laboratório de Nutrição Animal e Forrageiras, Laboratório de Reprodução Animal (CPPSUL, 2013).

(13)

Possui uma área de aproximadamente 2.700 hectares, sendo a grande maioria coberta por campo nativo, e um expressivo rebanho bovino, ovino e eqüino . Desenvolve pesquisas nas áreas de Bovinocultura de Corte, Bovinocultura de Leite, Ciência da Carne, Desenvolvimento Rural e Agroecologia, Forrageiras, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Melhoramento Animal, Modelagem e Simulação de Sistemas, Nutrição Animal, Ovinocultura, Reprodução Animal, Sanidade Animal e Socioeconomia (CPPSUL, 2013).

O estágio foi realizado junto ao Laboratório de Bioinformática e Estatística Genômica (Labegen) da Embrapa Pecuária Sul. O laboratório conta com uma equipe altamente qualificada liderada pelos pesquisadores Med. Veterinário PhD. Fernando Flores Cardoso e Zootecnista PhD. Marcos Jun-Iti Yokoo, que desenvolvem pesquisas nas áreas de Melhoramento Genético Animal, Estatística Genômica e Ciência da Carne.

Durante o período do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foram desenvolvidas atividades relacionadas ao Melhoramento de Bovinos de Corte, Atendimentos Clínicos, Dias de Campo, Cursos, acompanhamento de Projetos de Pesquisa na área de Melhoramento Animal, Manejo de Bovinos de Corte e Extensão Rural.

A escolha do local do estágio levou em conta os trabalhos desenvolvidos pela Embrapa Pecuária Sul dentro da área de pesquisa e inovação, além de sua renomada equipe de pesquisadores. O laboratório de Bioinformática e Estatística Genômica da Embrapa Pecuária Sul em parceria com a Conexão Delta G e Gensys, foi pioneiro mundial ao desenvolver o primeiro catálogo de touros de corte com DEP’s para resistência ao carrapato, também exerce papel importante nas linhas de pesquisa de cruzamentos de bovinos de corte, possui vínculo auxiliando o Programa de Melhoramento Genético de Bovinos Hereford e Braford – PampaPlus, e desenvolve ferramentas de genética e genômica, como o programa computacional INTERGEN.

A área de Melhoramento Animal encontra se em expansão e está acompanhada de constantes descobertas. Possui um papel fundamental na bovinocultura de corte, sendo uma ferramenta essencial para tornar a atividade sustentável, gerando bons retornos econômicos ao pecuarista.

(14)

O estágio teve por objetivo a obtenção de conhecimentos e experiências práticas da atuação profissional, permitindo agir de maneira reflexiva no auxilio das atividades referentes ao médico veterinário.

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária estão descritas resumidamente na Tabela 1.

TABELA 1 – Resumo das Atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013.

Tipo de Atividade n %

Processamento de Dados 3419 61,03

Coleta de Dados 1174 20,95

Medicina Veterinária Preventiva 591 10,56

Atendimentos Clínicos 415 7,41

Cursos, Defesas de Dissertação de Mestrado e Atividades de Extensão Rural

3 0,05

Total 5.602 100

2.1 Processamento de Dados

As atividades referentes a Processamento de Dados desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária estão descritas resumidamente na Tabela 2.

(15)

TABELA 2 – Processamento de Dados desenvolvido durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013.

Atividade n %

Mensuração de Valores Genéticos 3.419 100

Total 3.419 100

2.1.1 Mensuração de Valores Genéticos

Para uma melhor seleção dos animais superiores, se faz necessário o conhecimento da porção genética responsável pela expressão fenotípica de características que servem como critérios de seleção. Para isto, os valores de Diferença Esperada nas Progênies (DEP’s) servem como forma de seleção, permitindo selecionar animais pelo valor genético que carregam para cada característica desejada.

Através de um banco de dados do rebanho da Fazenda da Barragem localizada no município de Dom Pedrito no Rio Grande do Sul, foi possível a realização da mensuração dos valores genéticos de cada animal pertencente ao rebanho. Foram usados programas que utilizam a Metodologia dos Modelos Mistos (MMM), entre eles INTERGEM, BLUPF90, RENUMF90, AIREMLF90 para mensuração.

Para que isso fosse possível, os dados foram organizados em planilhas do Excel para posterior utilização ao executar os programas. Os pesos foram ajustados para 205 e 550, para desmame e sobreano, respectivamente.

Foram gerados valores de DEP’s, Acurácia e Percentil para as seguintes características: Peso ao Nascer, Peso aos 205 dias, Peso aos 550 dias, Perímetro Escotral, Musculatura a desmama e ao sobreano.

Em seguida foi gerado um índice utilizando algumas características de maior interesse, que serviu posteriormente para a seleção do rebanho.

(16)

2.2 Coleta de Dados

As atividades referentes a Coleta de Dados desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária estão descritas resumidamente na Tabela 3.

TABELA 3 – Coleta de Dados desenvolvida durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013.

Atividade n %

Pesagens de Bovinos e Ovinos 647 55,11

Avaliações de Escores Visuais em Bovinos de Corte: Conformação, Precocidade, Musculatura, Tamanho, Racial,

Pelame, Tamanho do Umbigo e Perímetro Escrotal. 338 28,79 Ordenha e Coleta de Leite de Vacas de Corte 156 13,29 Exame Ultrassonográfico de Área de Olho de Lombo, Espessura

de Gordura de Cobertura e Marmoreio, em Touros. 33 2,81

Total 1174 100

2.2.1 Pesagens de Bovinos e Ovinos

Foram realizadas 547 pesagens de bovinos, sendo que os quais estavam enquadrados no programa de melhoramento de bovinos de carne – PROMEBO, ou eram vacas pertencentes ao projeto: Sistema GH/IGF-I nas características metabólicas e eficiência produtiva de vacas de corte puras e oriundas de

(17)

cruzamentos envolvendo as raças Angus, Hereford, Caracu e Nelore no sul do Brasil. A pesagem foi realizada individualmente, sendo nas vacas pertencentes ao projeto Sistema GH/IGF-I nas características metabólicas e eficiência produtiva de vacas de corte puras e oriundas de cruzamentos envolvendo as raças Angus, Hereford, Caracu e Nelore no sul do Brasil, foi realizado momentos antes da ordenha.

Também foram realizadas pesagens de 100 cordeiros da raça texel, entre 9 e 11 meses idade, destinados ao abate. Todos os animais foram submetidos a jejum de sólidos e líquidos prévio de 12-16 horas para a pesagem, que teve como objetivo a verificação de peso para a venda dos animais.

2.2.2 Avaliações de Escores Visuais em Bovinos de Corte: Conformação, Precocidade, Musculatura, Tamanho, Racial, Pelame e Tamanho do Umbigo.

As avaliações feitas foram realizadas conforme preconiza o Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne – Promebo. Foram avaliados 94 terneiros e 109 terneiras a desmama, e 52 touros e 83 novilhas ao sobreano. Sendo que a medida de perímetro escrotal somente foi feita nos touros de sobreano.

Para uma correta avaliação os animais foram separados conforme seu grupo contemporâneo. Inicialmente foram observados em conjunto ou entre alguns animais selecionados aleatoriamente como forma de definir os padrões de Conformação, Precocidade, Musculatura e Tamanho para comparação dentro do grupo contemporâneo.

Após, foram avaliados individualmente atribuindo-se escores de 1 a 5 para Conformação, Precocidade, Musculatura, Tamanho, Racial e Tamanho do Umbigo, sendo 1 o escore de pior e 5 o de melhor atribuição a característica. Escores de 1 a 3 foram usados para Pelame, sendo 1 pêlo curto e 3 longo.

A avaliação é utilizada para melhor seleção dos animais, uma vez que, há grandes correlações entre os escores avaliados e características produtivas desejadas.

(18)

2.2.3 Ordenha e Coleta de Leite de Vacas de Corte

A Embrapa Pecuária Sul possui um rebanho de animais pertencentes ao projeto Sistema GH/IGF-I nas características metabólicas e eficiência produtiva de vacas de corte puras e oriundas de cruzamentos envolvendo as raças Angus, Hereford, Caracu e Nelore no sul do Brasil.

Para dar continuidade ao projeto são realizadas diversas atividades, entre elas a ordenha das vacas para avaliar produção de leite em Kg, onde são coletadas também amostras para análises químicas e físicas do leite. As ordenhas foram realizadas em três momentos durante a amamentação, no início, meio e fim, considerando um período total de 210 dias.

Para se obter uma medida fidedigna de produção, as vacas eram trazidas à mangueira na manhã do dia anterior à ordenha, os bezerros eram separados das vacas após terem mamado, e colocados para mamar novamente ao final da tarde, com o objetivo de esgotar o úbere. No dia seguinte, pela manhã, era realizada ordenha mecânica usando ordenhadeira tipo balde ao pé, após injeção intravenosa de 20 a 40UI de ocitocina1.

Foram acompanhadas 156 ordenhas, realizadas em um tronco de contenção com balança eletrônica sendo feita pesagem e avaliação de escore de condição corporal (1 a 5), no momento da ordenha. Após a ordenha o leite era pesado e retirada uma amostra após homogeneização, as amostras eram armazenadas em fracos de 40mL com conservante bronopol e enviadas refrigeradas para o Laboratório de Qualidade do Leite – Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, para análise físico-química e de contagem de células somáticas.

2.2.4 Exame Ultrassonográfico de Área de Olho de Lombo, Espessura de Gordura de Cobertura e Marmoreio, em Touros.

(19)

A realização de exame ultrassonográfico de área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura de cobertura (EGC), marmoreio (MAR) e espessura de gordura na picanha (EGP) foi realizada para avaliação de carcaça de 33 touros das raças hereford e braford participantes da Prova de Avaliação a Campo – PAC, realizada na Embrapa Pecuária Sul. Este exame foi realizado com equipamento Aloka SSD 500, transdutor linear com 18cm e freqüência de 3,5 MHz.

O principal objetivo foi a observação da musculosidade e capacidade de deposição de gordura subcutânea e intramuscular.

Foram realizadas imagens no sítio entre a 12ª e 13ª costelas do músculo Longissimus dorsis, onde foi mesurada a AOL, MAR e EGC, e na região do terço superior do músculo Bíceps femuris para obter a EGP.

2.3 Atividades de Medicina Veterinária Preventiva

As atividades desenvolvidas na área de Medicina Veterinária Preventiva durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária estão descritas resumidamente na Tabela 4.

TABELA 4 – Atividades de Medicina Veterinária Preventiva desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013.

Atividade n %

Vermifugação 404 68,36

Vacina contra Brucelose Vacina contra Clostrídioses

109 78

18,44 13,20

(20)

2.3.1 Vermifugação

A vermifugação nos terneiros era realizada com a aplicação de 2,5mg/40Kg de peso vivo de sulfóxido de albendazol2, via subcutânea. O uso de sulfóxido de albendazol2 era recomendado por ser eficaz no combate aos principais endoparasitas que acometiam os terneiros e não agir sobre os carrapatos, uma vez que os terneiros deviam permanecer com os carrapatos, como forma de adquirirem imunidade contra a tristeza parasitária bovina.

Nos demais bovinos e nos ovinos foi aplicado moxidectina3, na dose de 0,2mg/Kg de peso vivo, via subcutânea por se tratar de um produto eficaz para o combate de endo e ectoparasitas.

2.3.2 Vacinação contra Brucelose

Foi realizada a vacinação contra brucelose em 109 terneiras da raça angus, com idade entre 3 e 8 meses, no momento da desmama. Após serem vacinadas as terneiras foram marcadas com ferro incandescente na porção esquerda da região mandibular com um “V”, seguido pelo último número do ano da realização da vacinação, no caso “3” referente ao ano de 2013.

A vacina utilizada é produzida através de amostras da bactéria Brucella abortus, cepa B-19 atenuada4. A vacina foi misturada ao diluente, agitada, e aplicada, via subcutânea, na dose de 2mL por terneira. É usada como profilaxia a brucelose e evita perdas causadas pela doença como abortos. A vacinação é obrigatória em terneiras de 3 a 8 meses de idade.

(21)

A imunização dos animais contra clostridioses foi feita através do uso de vacina polivalente5 que concede imunidade a carbúnculo sintomático, gangrena gasosa, morte súbita por clostrídeos, doença do rim polposo, enterotoxemia hemorrágica e hepatite necrótica infecciosa.

Foi aplicada via subcutânea, na dose de 2mL em 78 terneiros primovavinados a partir da oitava semana de vida, sendo revacinados decorridas de 4 a 6 semanas.

2.4 Atendimentos Clínicos

As atividades referentes a Atendimentos Clínicos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária estão descritas resumidamente na Tabela 5.

TABELA 5 – Atendimentos Clínicos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013.

Diagnóstico n %

Banhos de Imersão Miíase

Flebite

Lesão Física de Membro Anterior

411 2 1 1 99,04 0,48 0,24 0,24 Total 415 100 2.4.1 Banhos de Imersão

(22)

Os banhos em bovinos com finalidade curativa foram conduzidos em banheiros de imersão, sendo efetuados para combater infestações de ectoparasitas, principalmente mosca-dos-chifres (Aematobia irritants) e o carrapato (Rhiphicefalus boophlus microplus). O amitraz6 foi o princípio ativo utilizado na diluição de 25g/1000 litros de água. Inicialmente era feita a averiguação da qualidade da água contendo a mistura do banheiro, sendo realizada a reposição quando necessária, e sempre antes de iniciar os banhos a água do era mexida para ocorrer a mistura com o princípio ativo.

2.4.2 Miíases

Foram acompanhados dois casos de miíase em vacas da raça hereford, na região da virilha. A possível causa para deposição dos ovos da mosca Cochliomyia hominivorax, foi a lesão provocada pela semente de carrapicho (Xanthium spp.) que se prendem nos pelos da região.

As miíases foram tratadas com a aplicação tópica de Diclorfention 3,0g7, sendo também realizada a remoção dos carrapichos e larvas da lesão. As larvas foram mortas e com o passar dos dias a lesão causada cicatrizou.

2.4.3 Flebite

O caso de flebite acompanhado, ocorreu em um terneiro da raça brangus de 5 meses de idade. O animal apresentava aumento da região umbilical, inflamação e infecção com presença de pus.

Foi optada por terapia medicamentosa a base de benzilpenicilina procaína, diidroestreptomicina, cloridrato de procaína e piroxican8. A dose usada foi de 10.000UI de benzilpenicilina procaína, 4,0mg de diidroestreptomicina, 0,3mg de

(23)

piroxican e 0,86mg de cloridrato de procaína por Kg de peso vivo, em três aplicações de 48/48 horas, via IM.

Após o tratamento o animal apresentou significativa melhora no processo inflamatório e infeccioso, não sendo necessária a intervenção cirúrgica.

2.2.4 Lesão Física de Membro Anterior

A lesão física de membro anterior ocorreu em um touro da raça angus de três anos de idade com aproximadamente 800Kg de peso. Provavelmente ocasionada por um briga, acometeu a região escapular causando claudicação. Foi realizada a aplicação de 20mg de dexametazona9 em dose única, via IM.

O animal foi apartado dos demais touros e permaneceu em um piquete próximo a sede da fazenda para receber melhor acompanhamento do quadro clínico. O animal até a finalização deste relatório permanecia em recuperação, apresentando melhora do quadro clínico.

2.5 Cursos, Defesas de Dissertação de Mestrado e Atividades de Extensão Rural

As atividades referentes a Cursos, Defesas de Dissertação de Mestrado e Atividades de Extensão Rural desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária estão descritas resumidamente na Tabela 6.

TABELA 6 – Cursos, Defesas de Dissertação de Mestrado e Atividades de Extensão Rural desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS, no período de 04 de fevereiro a 30 de março de 2013.

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Atividade n % 5º Curso de Melhoramento de Bovinos de Corte –

PAMPAPLUS

1º Dia de Campo Regional Convênio EMBRAPA IRGA – Sistemas Integrados de Produção para Terras Baixas Defesa de Dissertação de Mestrado

1 1 1 33,33 33,33 33,33 Total 3 100

2.5.1 5º Curso de Melhoramento de Bovinos de Corte – PAMPAPLUS

O 5º Curso de Melhoramento de Bovinos de Corte – PAMPAPLUS, ocorreu nos dias 21 a 23 de março de 2013 no auditório da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul – FARSUL, localizado em Porto Alegre - RS. O curso foi promovido em parceria pela Embrapa Pecuária Sul, Associação Brasileira de Herefor e Braford (ABHB), Geneplus e Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O evento contou com a participação de pesquisadores brasileiros e do exterior, os quais apresentaram inovações na área de melhoramento genético de bovinos de corte, a importância do uso desta ferramenta, o programa PAMPAPLUS, e perspectivas para o futuro do melhoramento genético (Anexo B):

2.5.2 1º Dia de Campo Regional Convênio EMBRAPA IRGA – Sistemas Integrados de Produção para Terras Baixas

Em parceria com a EMBRAPA e o Instituto Rio Grandense de Arroz – IRGA, foi promovido o 1º Dia de Campo Regional sobre Sistemas Integrados de Produção para Terras Baixas, realizado no dia 26 de fevereiro de 2013 na Embrapa Pecuária Sul no município de Bagé – RS.

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Foram apresentadas inovações tecnológicas desenvolvidas para servirem com alternativas para melhorar o rendimento de produção nas áreas de várzea. Novas cultivares de arroz, e forrageiras foram apresentadas, além de pesquisas desenvolvidas com o uso de camaleão para implantação da lavoura nas áreas de terras baixas.

2.5.3 Defesa de Dissertação de Mestrado

A defesa de dissertação de mestrado ocorreu na Universidade Federal de Pelotas – UFPEL, intitulada Sistema GH/IGF-I nas características metabólicas e eficiência produtiva de vacas de corte puras e oriundas de cruzamentos envolvendo as raças Angus, Hereford, Caracu e Nelore no sul do Brasil, foi defendida por Rodrigo Carneiro de Campos Azambuja.

O trabalho foi desenvolvido em área experimental da Embrapa Pecuária Sul, Bagé – RS, e teve como objetivo identificar genótipos mais adaptados à produção eficiente de bezerros em regime de pastejo na região sul do Brasil, utilizando a avaliação do sistema GH/IGF-I e as características metabólicas de vacas de corte puras e oriundas de cruzamentos envolvendo as raças Angus, Hereford, Caracu e Nelore.

3 MELHORAMENTO GENÉTICO EM BOVINOS DE CORTE

No transcorrer do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi desenvolvido um trabalho em conjunto com a Embrapa Pecuária Sul e Fazenda da Barragem no município de Dom Pedrito, Rio Grande do Sul. Foram coletadas informações através de visitas a fazenda, sendo realizada avaliação de escores visuais e pesagem, que juntamente com o acesso a um banco de dados do rebanho

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dos anos de 1995 a 2012, serviu como base para a predição dos valores genéticos dos animais.

Foram gerados valores de Diferenças Esperadas na Progênie (DEP’s), Acurácia e Percentil para as seguintes características: peso ao nascer; peso a desmama ajustado para 205 dias; peso ao sobreano ajustado para 550 dias; musculatura a desmama; musculatura ao sobreano e perímetro escrotal. Após a predição destes valores foi desenvolvido um valor classificatório único – índice.

3.1 Revisão Bibliográfica

A pecuária de corte passa por constante adaptação, a qual tem por principal finalidade diminuir os custos de produção e aumentar produtividade e rentabilidade do processo. Nesse contexto, o melhoramento genético constitui recurso para aumentar os índices de produção (WEBER et al., 2009).

Desta forma, para a pecuária de corte, o melhoramento genético se torna um instrumento de grande importância, permitindo ao produtor agregar melhorias em produtividade no seu rebanho sem gastos excessivos (CARDOSO, In BARCELLOS 2007).

Segundo Cardellino e Rovira (1987), o melhoramento genético visa aumentar as características produtivas e favoráveis a determinada população de indivíduos, através do aumento da freqüência de genes desejáveis ou melhorar a redistribuição destes genes no rebanho.

O desempenho produtivo do animal, conforme Cardoso, In Barcellos (2007), depende basicamente de dois fatores, o Ambiente e o Genótipo, sendo que ainda há um terceiro que nada mais é do que a interação entre estes dois G*A, conforme descrito na fórmula a seguir:

Onde:

P = Fenótipo

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G = Genótipo A = Ambiente

G*A = Interação entre Genótipo e Ambiente

Para se melhorar a produção animal, existem duas maneiras: através de mudanças no meio ambiente, como manejo, nutrição e sanidade, e através do melhoramento genético, que apesar de causar menos impacto à primeira vista, tende a ser permanente e acumulativo através de geração a geração. (CARDELLINO & ROVIRA, 1987).

Cardoso, In Barcellos (2007), relata que de nada adianta termos animais de composição genética superior se as condições ambientais ofertadas a eles forem desfavoráveis, sendo assim, da mesma forma o contrário procede, de nada serviria uma ótima alimentação em animais geneticamente inferiores.

Primeiramente cabe destacar o papel decisivo do criador na execução de qualquer programa de seleção, sendo de fundamental importância a definição dos objetivos e critérios de seleção. Em outras palavras ele deve ter muito claro onde quer chegar (SEVERO, 1994).

3.1.1 Identificação dos Animais

Segundo Severo (1994), devemos tomar medidas criteriosas na identificação do rebanho, cita que o primeiro pré-requisito para o controle de produção e para o melhoramento de um rebanho é a identificação permanente e única de todos os animais.

Um método eficiente de identificação indicado por Severo (1994), é o padrão adotado pela Associação Nacional de Criadores – Herd Book Collares, que usa uma letra para identificar o ano de nascimento, seguindo em ordem alfabética, porém evitando o uso das letras I, O e Q, para não causar confusão com os números 1 e 0, sendo que, acompanhado a letra irá o número do animal nascido naquele ano.

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Identificação Corresponde a:

A1 Animal de nº 1 nascido em 1981

A138 Animal de nº 138 nascido em 1981

C1 Animal de nº 1 nascido em 1983

E1027 Animal de nº 1027 nascido em 1985

Como forma de identificação permanente e de diminuir os risco de perda do número do animal, Campos, In Elias (2006), cita que os animais devem ser tatuados na parte central das orelhas, e esta identificação deve ser complementada por brincos ou marcações a fogo.

3.1.2 Controle de Coberturas

Deve ser realizado o controle dos serviços reprodutivos diariamente durante a temporada de reprodução. Desta forma, é de grande valor prático que se prepare previamente uma listagem das vacas a serem destinadas a reprodução. (SEVERO, 1994).

Basicamente existem quatro tipos de coberturas que podem ser realizadas conforme nos relata Severo (1994): inseminação artificial, monta dirigida, monta natural com reprodutor único e monta natural com reprodutor múltiplo.

Um controle fidedigno das coberturas nos permite montar um pedigree do rebanho de forma correta. Desta forma, torna-se possível obter controle de consangüinidade, além de permitir a avaliação dos genitores através de suas progênies.

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O controle feito a campo, através de recorridas diárias dos potreiros de parição, é uma prática que se faz necessária na época de parição. Conforme Severo (1994), os animais devem ter seus dados de nascimento anotados (número da mãe, data de nascimento) e serem identificados o mais cedo possível nas suas vidas. Desta maneira, poderão ser observados também partos distócicos, além de permitir o manejo do terneiro mais fácil nas primeiras horas de vida, diminuindo os riscos de lesionar e debilitar o animal para ser apanhado e contido.

É fundamental o registro do dia exato do nascimento, pois a idade do próprio animal é a causa mais importante da variação dos pesos no momento do desmame ou ao sobreano. Um exemplo prático do impacto causado por um erro na data de nascimento, pode ser visto sabendo que o ganho médio diário até estas idades gira ao redor de 0,5 – 0,6 Kg/dia, o erro na determinação de idade em 2 ou 3 dias pode significar 1 ou mais Kg de peso ajustado para estas idades. E muitas vezes esta diferença pode determinar se o animal será castrado ou usado na reprodução (SEVERO, 1994).

O peso ao nascer também deverá ser coletado junto com este manejo. Conforme Cardoso e Lopa (2010) deverá ser verificado nas primeiras 48hs de vida.

3.1.4 Formação de Grupos Contemporâneos

Segundo Fries (1972), dentro de um mesmo rebanho haverá diferentes grupos de manejo, que devem ser formados levando em consideração diferenças ambientais, alimentares, sanitárias, podendo ser comparados entre si, somente através de avaliações cuidadosas para formação correta destes grupos.

O grupo contemporâneo (GC) serve como uma unidade básica de comparação de desempenho, sendo que todos os animais pertencentes a um grupo tiveram as mesmas condições ambientais para produzir. São considerados em um mesmo grupo contemporâneo animais de mesma raça, rebanho, ano, estação de nascimento, sexo e que tenham sido criados em um mesmo regime alimentar e

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grupo de manejo, com diferença de idade no grupo inferior a 90 dias (CARDOSO, 2009).

Para a correta avaliação e comparação das diferenças genéticas, todos os animais pertencentes ao mesmo GC devem receber as mesmas condições, ou seja, manejos uniformes e alimentações iguais (SEVERO, 1994).

A formação dos grupos contemporâneos é considerada um dos pontos críticos para a avaliação genética do rebanho. Conforme relata Campos, In Elias (2006), a má formação dos grupos contemporâneos é responsável por grande parte dos erros e problemas dos programas de avaliação genética.

Cardoso (2009) destaca como os itens com maior chance de erros, a indicação do regime alimentar e a formação do grupo de manejo.

O regime alimentar serve, de forma ampla, para indicar os principais sistemas alimentares utilizados, por exemplo, campo natural, campo melhorado, pastagem, suplementado, estabulado, etc (CARDOSO, 2009).

Já, segundo Cardoso (2009), os grupos de manejo devem ser usados para informar diferenças de manejo ou de ambiente dentro de um mesmo regime alimentar. Cita como exemplo, em que se tem todos os bezerros em campo natural, mas é realizado desmame temporário em parte dos animais, necessariamente os animais com e sem desmame temporário deverão pertencer a grupos de manejo dististos.

Conforme Campos, In Elias (2006), a melhor forma disponível e de melhor aplicabilidade a fim de reduzir os efeitos ambientais comuns é a formação dos GC, apesar dos mesmos não levarem em consideração efeitos ambientais específicos.

3.1.5 O Uso de Critérios de Seleção no Melhoramento Genético de Bovinos de Corte

Cardellino e Rovira (1987) citam como critérios de seleção, características que podem ser medidas nos animais ou em seus parentes. Exemplificando, se tivermos o objetivo de aumentar o peso ao desmame, nossos critérios serão, ganho de peso diário, habilidade materna, precocidade, o próprio peso a desmama, entre outros.

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Ao implantar um programa de melhoramento genético dentro de uma propriedade de bovinocultura de corte, inicialmente devem ser traçadas as metas a serem atingidas, que nada mais são do que os objetivos de seleção. A seleção dos animais pertencentes ao rebanho será baseada nos objetivos de seleção, que indicam o que queremos ver no fim do processo. Para se atingir este objetivo são delineados os caminhos, ou seja, os critérios de seleção (CARDELLINO e ROVIRA, 1987; ALLENCAR, 2002).

Conforme Cardoso, In Barcellos (2007), o produtor inicialmente deve definir seus objetivos a médio e longo prazo antes de iniciar processo de seleção. Com base nos objetivos devem ser identificadas quais as características que devem ser incluídas no programa. Essas decisões devem ser tomadas com base na carência de seu rebanho e na importância econômica que tem cada característica, e destaca que quanto maior o número de caracteres menor o progresso em cada um deles individualmente, evidenciando a importância de conseguir selecionar realmente os caracteres que podem agregar maior importância ao produtor.

3.1.5.1 Medidas Objetivas

As características de crescimento, como o peso corporal, medidas na fase inicial do desenvolvimento do animal, servem como importantes ferramentas na determinação da eficiência econômica de qualquer sistema de produção de bovinos e podem ser recomendadas como critérios de seleção (FERRAZ FILHO et al., 2002). Devemos ter o cuidado de evitar diferenças nas pesagens não esperadas, Campos e Cardoso (1995) ressaltam que as condições de pesagem devem ser as mesmas para todos os animais de um determinado grupo a ser comparado.

Conforme Severo (1994), uma das principais causas de variação entre os animais, tanto no peso a desmama, quanto no peso ao sobreano, é o conteúdo do rúmen e o intestino. Para evitar esta variação, este erro, os animais devem ser submetidos a um jejum total de 12-14 horas antes da pesagem.

Um exemplo de manejo simples a ser empregado para evitar erros nos pesos dos animais, é deixar o lote a ser pesado encerrado na mangueira desde a tardinha

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da véspera. No caso de terneiros a serem desmamados, os mesmos devem ser separados das mães na véspera também, permanecendo na mangueira isolados. Outro ponto importante são os bebedouros nas mangueiras, que devem ser esvaziados ou tampados (SEVERO, 1994).

Um formulário próprio para a pesagem contendo a listagem dos animais, informações de nascimento e genealogia, deve ser usado para anotação dos pesos e observações (SEVERO, 1994).

3.1.5.1.1 Peso ao Nascer

Conforme Severo (1994), o peso ao nascer é o dado mais difícil de ser tomado, por se tratar de uma pesagem feita a campo, e apesar de existirem balanças portáteis para este fim, muitas vezes os erros são em decorrência dos campeiros terminarem estimando o peso dos animais e informando como sendo dado real.

Conforme Cardoso e Lopa (2010) o peso ao nascer deve ser verificado nas primeiras 48hs de vida.

Os valores de herdabilidade para peso ao nascer encontrados por Albuquerque & Meyer (2001), Sakaguti et al. (2003) e Dias et al. (2005), variaram de 0,26 a 0,37.

As correlações genéticas estimadas entre o peso ao nascer e pesos até os dois anos de idade são positivas, de moderadas a altas magnitudes, com tendência de diminuição após esse período. Desta forma, devemos tomar cuidado para não aumentar o peso ao nascer de forma que a seleção possa provocar aumento da incidência de partos distócicos (BOLIGON et al., 2009).

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A coleta do peso a desmama deve ser a mais próxima possível dos 205 dias de idade do terneiro, no mínimo 160 e no máximo 250 dias, desta forma ao ajuste de idade para 205 dias e a correção para idade da mãe, a tomada de peso torna-se mais homogênea possibilitando a comparação dos indivíduos neste modelo que simula como se todos tivessem a mesma idade no dia da pesagem (FRIES, 1972).

O peso a desmama tem como principal finalidade avaliar o desenvolvimento do animal do nascimento até o desmame, incluindo seu ganho de peso diário, conforme relata Campos, In Elias (2006), além de estar vinculado a fatores genéticos do animal, possui grande influência do potencial da mãe quanto a sua habilidade materna

Leal (2007) cita que desempenho do terneiro está vinculado também ao ambiente materno, que é representado principalmente pela produção de leite e habilidade materna.

Boligon et al. (2009) encontrou valores de herdabilidade para peso a desmama de 0,33. Em virtude das correlações genéticas entre os pesos serem positivas e de moderada a alta magnitude, a seleção para peso em qualquer idade deverá promover mudança no peso nas demais idades.

3.1.5.1.3 Peso ao Sobreano

O peso a desmama deve ser ajustado para uma idade fixa como forma de correção. Fries (1972), recomenda o ajuste para 365 dias de idade para sistemas de criação intensivos, para sistemas intermediários 452 dias e para sistemas extensivos 550 dias. As datas de avaliação refletem o crescimento obtido nos diferentes sistemas, sendo por exemplo mais tardio em sistemas extensivos.

Campos e Cardoso (1995) frisam como a melhor época para realizar a pesagem dos animais nascidos na primavera é aos dezoito meses, ou seja, ao sobreano.

No dia de avaliação e pesagem, somente devem ser realizados manejos para esta finalidade. Conforme Cardoso e Lopa (2010) outros manejos como, castração, marcação, assinalação, entre outros que possam causar estresse aos animais, devem ser realizados em outra ocasião que não seja com a pesagem dos animais.

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A seleção por peso ao sobreano é efetiva, segundo Boligon et al. (2009) a herdabilidade para esta característica é de 0,34, resultando em ganhos satisfatórios através da seleção de animais superiores na avaliação.

3.1.5.1.4 Perímetro Escrotal

Diante das dificuldades para se implantar programas de seleção por idade a puberdade, se buscou por utilizar características indicadoras de precocidade sexual, que tenham variabilidade genética adequada, possuam correlação genética favorável a idade à puberdade e outras características economicamente importante e sejam de fácil mensuração (BERGMANN, 1998).

O perímetro escrotal é uma característica a ser usada como forma de melhoramento de fertilidade da progênie. Selecionando animais com maior perímetro escrotal, pode-se esperar melhorias na progênie relacionadas a puberdade precoce e maior produção espermática. Podemos relacionar com a antecipação da puberdade nas fêmeas e conseqüentemente, idade de concepção e ao primeiro parto antecipada, acarretando num melhor retorno econômico ao produtor (SEVERO, 1994; BERGMANN, 1998).

Gressler et al.(2000) e Campos, In Elias (2006), recomendam como melhor idade para a medição desta característica os 18 meses, ou seja, ao sobreano, devido a maior variabilidade genética encontrada nesta fase. A medida por ser realizada utilizando uma fita métrica, tomando a medida no local de maior circunferência escrotal sendo utilizada uma escala em centímetros, com uma casa decimal (ex: 38,2cm).

Valores de correlações genéticas entre Perímetro Escrotal aos 18 meses, e Idade ao Primeiro Parto, Datas do Primeiro Parto, Datas do Segundo Parto e Primeiro Intervalo de Parto, de -1,00; 0,21; -0,35; e -0,44, respectivamente, e herdabildade de 0,31, foram encontrados por Gressler et al. (2000).

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3.1.6.2 Escores Visuais

O uso de escores visuais em programas de melhoramento genético bovino, tem se mostrado uma ferramenta eficaz na seleção de animais superiores. Os escores visuais de conformação, precocidade, musculatura e tamanho são importantes características disponíveis e economicamente viáveis para selecionar animais que produzam mais carne ou carcaça, que cumpram as exigências do mercado, em menor tempo (FRIES, 1996).

Apesar de terem natureza objetiva, os escores visuais, quando aplicados de maneira criteriosa e por avaliadores qualificados, podem servir para alterar o valor genético dos animais em caracteres relacionados com a carcaça, como grau de desenvolvimento muscular e grau de acabamento (CARDOSO et al. 2001).

Os escores visuais aliados as características mensuráveis de crescimento, constituem ferramenta importante quando se busca aumentar a produção de carne (COSTA et al., 2004).

Para a realização de uma avaliação fidedigna dos animais, seja que espécie for, os técnicos devem possuir um mínimo de conhecimento de anatomia e de padrões raciais, pois desta forma as probabilidades de acerto serão maiores (LEAL, In BARCELLOS, 2007).

Para avaliação de escores visuais, inicialmente deve-se possuir animais de um mesmo grupo contemporâneo a serem avaliados comparativamente, desta forma, antes de iniciar a avaliação individual é realizada a observação do grupo como um todo. Esta prática permite a identificação prévia dos animais médios, superiores e inferiores que servirão de comparativo para posterior avaliação de todo grupo (CAMPOS, In ELIAS, 2006).

3.1.6.2.1 Conformação

Ao olharmos o animal vivo, quando se avalia a conformação, deve imaginar a carcaça do mesmo pendurada em um frigorífico (SEVERO, 1994).

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Koury Filho (2010) relata correlação genética entre conformação, peso a desmama e ao sobreano, de 0,97 e 0,83, respectivamente. Desta forma, considera que aumento nos pesos corporais deve ser esperado como resposta correlacionada a seleção por escores visuais

Em estudos para estimação dos valores de herdabilidade para conformação a desmama em rebanho da raça Angus, Cardoso et al. (2001) encontrou valores de 0,18 e Forni et al. (2007) em animais da raça Nelore, 0,12. Já ao sobreano, Cardoso et al. (2004) encontrou valores de herdabilidade para conformação de 0,19. Koury Filho et al. (2010) também encontrou valores de herdabilidade ao sobreano de maior magnitude que a desmama, sendo de 0,24.

Cardoso, In Barcellos (2007), destaca que animais com boa conformação apresentam boa quantidade e distribuição muscular em cima de uma adequada estrutura física com um correto sistema de aprumos.

Kippert et al. (2006), cita como a combinação de comprimento e profundidade do corpo, o desenvolvimento muscular e a harmonia geral do indivíduo, aliado a capacidade do animal em produzir carne se abatido naquele momento, componentes fundamentais para avaliação do escore de conformação.

3.1.6.2.2 Precocidade

Conforme Koury Filho e Albuquerque (2002) a precocidade se evidencia pela facilidade do animal depositar gordura subcutânea, ou seja, grau de terminação para abate, pois conclui que animais mais precoces permanecem menos tempo nos pastos, aumentando a eficiência do sistema de produção, conseqüentemente mais lucro ao produtor.

Precocidade nada mais é que a rapidez que o animal tem em dar acabamento à carcaça, deve possuir as formas musculares desenvolvidas e reservas de gordura, porém sem um grande peso vivo. São características de animais precoces: maior profundidade de costelas, maior caixa torácica, silhueta cheia, virilhas pesadas e em início de deposição de gordura subcutânea, principalmente na base da cauda (KIPPERT et al.,2006).

Cardoso et al. (2001; 2004) relata herdabilidade para precocidade a desmama e ao sobreano de 0,19 e 0,25, respectivamente. Segundo Koury Filho et al. (2010), a

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correlação genética entre peso corporal a desmama e precocidade é 0,67, e com peso ao sobreano cita uma correlação de 0,59.

Leal (2007) cita a importância da profundidade, amplitude de tórax e bom arqueamento da região das costelas como necessidade para que os órgãos internos possam funcionar bem e, com isto, teremos animais mais precoces e eficientes.

3.1.6.2.3 Musculatura

A musculatura é uma característica a ser usada na seleção que permite adequar o rebanho aos padrões exigidos por frigoríficos. Esta característica é avaliada pela presença de massas musculares principalmente no quarto traseiro, lombo, paleta e antebraço (KIPPERT et al., 2006).

Uma das razões para seleção de animais mais musculosos é a relação entre os mesmos e índices superiores de rendimento de carcaça(KOURY FILHO & ALBUQUERQUE, 2002).

Koury Filho (2010) cita valores de correlação entre musculatura e peso a desmama e ao sobreano, de 0,62 e 0,68, respectivamente. Os valores encontrados por Cardoso et al. (2001; 2004) para herdabilidade de musculatura a desmama, foi de 0,19 e ao sobreano 0,26

Na avaliação, um dos pontos a serem observados, conforme Severo (1996), é que animais com musculatura mais desenvolvida movimentam seus músculos que se contraem ritmicamente ao contrario da gordura que simplesmente balança sem forma definida.

Animais com a musculatura mais desenvolvida, quando se encontram em estação, apresentam os membros mais afastados, quando observados tanto pela frente quanto por trás (CARDOSO, In BARCELLOS, 2007).

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O tamanho deve ser mensurado através da visualização lateral do animal, obtendo uma relação entre a altura e o comprimento (KIPPERT et al., 2006).

O fator idade deve também ser levado em consideração na avaliação do animal, Severo (1994) cita que normalmente a medida que o comprimento é maior, o mesmo normalmente ocorre com a altura, porém exceções acontecem e as mesmas devem ser penalizada ao mensurarmos o escore de tamanho.

Leal (2007) destaca que animais que apresentam carcaças pesadas e de grande tamanho, não possuem relação com comprimento de pernas e a sua altura, mas sim com o comprimento corporal.

Os valores de herdabilidade para tamanho ao desmame e sobreano são respectivamente 0,21 e 0,24 (CARDOSO et al., 2001; 2004).

3.1.6.2.5 Racial

Para se realizar uma avaliação correta, é imprevisível o conhecimento integral dos padrões raciais, só assim poderemos julgar quais animais realmente atendem os padrões da raça (LEAL, 2007)

O grupo genético ou a raça é composto por um conjunto de caracteres fenotípicos, o biótipo, a pelagem, a conformação, e o desempenho produtivo (CARDOSO & LOPA, 2010).

Nos sistemas de criação os animais só terão seus registros definitivos mediante a visita do inspetor técnico a fazenda, que realizará a revisão de aspectos raciais e de desempenho, conforme o regulamento interno de cada raça, para posterior emissão dos registros e marcações a fogo (ELIAS, 2006).

3.1.6.2.6 Umbigo

A avaliação de umbigo e prega prepucial pode variar conforme a raça, sendo que animais de origem taurina, o apresentam de forma menos expressiva que

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animais zebuínos. Desta forma, Cardoso & Lopa (2010) definem que o umbigo e a prega prepucial devem ser avaliados conforme critérios pré-definidos para cada raça.

Avalia-se através da referência entre seu tamanho e posicionamento em relação ao abdômen do animal (KOURY FILHO & ALBUQUERQUE, 2002).

Segundo Cardoso, In Barcellos (2007), a importância desta característica se dá quando avaliamos animais sintéticos ou cruzados, por apresentarem maior variabilidade de tamanho e para evitar problemas de prepúcio nos touros.

A forma, tamanho do umbigo e prega prepucial podem interferir negativamente na capacidade reprodutiva de um touro, este deve possuir orifício prepucial voltado para frente e ângulo não maior que 45°, de modo a não dificultar a cópula (CARDOSO & LOPA, 2010).

Alencar (2002) cita que um dos fatores importantes na seleção de tamanho de umbigo é evitar umbigos extremamente grandes, pois estes estão associados ao aumento de incidência de lesões, que podem gerar perdas produtivas e diminuição de índices reprodutivos.

3.1.6.2.7 Pelame

Conforme Bertipaglia et al. (2007) as condições térmicas adversas ocorrem no

ambiente normal dos animais, causando-lhes estresse e levando-os a reduções no desempenho, como resultado da diminuição na saúde e na higidez. Dentro de certos limites, os animais podem se ajustar fisiológica, comportamental ou imunologicamente de modo a sustentar a homeostase orgânica e minimizar as conseqüências adversas. Neste processo de ajuste, entretanto, podem ser afetadas as funções menos vitais ao organismo, como o desempenho (produção e reprodução) e o bem- estar, quando a duração dos estressores ambientais excedem a capacidade compensatória dos animais, geneticamente determinada.

Além dos fatores ambientais que interferem no equilíbrio térmico dos animais, o pelame é essencial nas trocas térmicas organismo versus ambiente. A estrutura física de suas fibras e a camada de ar armazenada no pelame promovem isolamento térmico e proteção contra a radiação solar direta (Silva, 2000; Silva et al., 2001).

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Turner (1958) cita que o pelame está diretamente relacionado à capacidade do animal em perder ou ganhar calor do ambiente, por isso, os diversos tipos de pelames envolvem isolamento térmico, eficiência de termólise evaporativa, atributos termorreguladores (entre tipo de pelame e sudação) e associação do tipo de pelame com produção, ganho de peso, reprodução e outras características não ligadas diretamente à termorregulação.

3.1.7 O uso do Valor Genético na Seleção

Para se atingir o sucesso em um programa de melhoramento genético animal, é de fundamental importância a adoção de precisos métodos de seleção. O uso do valor genético predito através de programas como o BLUP surgiu como ferramenta indispensável no processo, possibilitando a seleção de animais realmente de genética superior (RESENDE & PERES, 1999).

O uso da metodologia dos modelos mistos (MMM) (Henderson, 1953) tem sido tomado como forma padrão para avaliação genética de animais, tanto na bovinocultura de corte e leite, como em suínos, permitindo a divulgação periódica de avaliações nacionais de touros (BRASIL, 1989).

Os modelos mistos levam em conta as associações genéticas existentes entre os animais em função do parentesco entre eles, quantificados por informações de genealogia, em uma abordagem que considera os efeitos genéticos tendo como natureza aleatória. Permitem ainda que os efeitos não-genéticos sejam removidos, de maneira a obter predições dos valores reprodutivos livres desses efeitos (NOGUEIRA, 2003).

Conforme Nogueira (2003), essas predições são denominadas “BLUP”, pela designação do inglês “melhor predição linear não-tendenciosa. Os modelos mistos são nomeados desta maneira por reunir efeitos fixos e aleatórios em um único modelo. Desta forma o uso de MMM permite identificar diferenças genéticas entre indivíduos criados em ambientes diferentes.

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Os procedimentos de predição de valores genéticos denominado BLUP, foi desenvolvido em 1949 por Handerson, porém só foi apresentado em 1973 pelo autor (HENDERSON, 1973; 1984).

3.1.7.1 Diferença Esperada na Progênie

Conforme Resende & Perez (1999) Diferença Esperada na Progênie (DEP) refere-se à diferença esperada na performance da progênie de um animal em comparação com a performance média das progênies de todos os animais em avaliação. Assim, a DEP equivale à metade do valor genético de um animal, predito como desvio da média geral de todos os animais. A medida denominada DEP é amplamente utilizada nos sumários de avaliação genética em gado de corte.

Como metade do patrimônio genético dos filhos vem da mãe e metade do pai, as DEP’s equivalem à metade do valor genético aditivo. Assim, ao comparar um tourinho A com DEP = +13,0 kg para peso aos 365 dias, com o tourinho B que tenha uma DEP de +3,0 kg, significa que os filhos do tourinho A teriam 10 Kg de peso aos 365 dias a mais do que os filhos do tourinho B se acasalados com vacas escolhidas ao acaso (FERRAZ & ELER, 1999).

As DEP’s são obtidas a partir de sistemas de avaliação genética baseados, quase sempre, na teoria BLUP. Os sistemas em uso atualmente no Brasil e no mundo possuem várias características desejáveis, como a obtenção de soluções simultâneas para DEP’s direta e DEP’s maternas (para características influenciadas pelo ambiente materno) para todos animais de uma população, inclusive animais que não possuam progênie e os que não expressaram a característica (BERGMANN, 1996).

Segundo Bergmann (1996) a DEP para crescimento direto estima o valor genético médio dos gametas de um animal, ou seja, o valor dos genes que este individuo passa para a progênie e que irão influenciar o crescimento diretamente. A DEP materna avalia o mérito dos genes da mãe do bezerro que influencia a sua habilidade para promover meio materno para seus filhos.

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3.1.7.2 Acurácia

A Acurácia (do inglês accuracy, também conhecida como repetibilidade da avaliação) de uma estimativa é uma medida da correlação entre o valor estimado e os valores das fontes de informação, ou seja mede o quanto a estimativa que obtivemos é relacionada com o "valor real" do parâmetro (FERRAZ & ELER, 1999).

Conforme Ferraz & Eler (1999) a acurácia nos informa o quanto o valor estimado é "próximo" do valor real e nos dá a "confiabilidade" daquela estimativa ou valor. Se estimamos o valor genético apenas pelo desempenho do próprio animal (em peso aos 365 dias por exemplo), o valor da acurácia será de 0,50 (para herdabilidade de 0,25), mas se a estimativa for baseada em 18 filhos (progênie) de um touro com uma amostra aleatória (tirada ao acaso) de vacas, a acurácia subirá para 0,74. Quanto mais informações tivermos a respeito de um touro, mais acurada, mais "confiável" a estimativa.

A acurácia no entanto, não depende somente do número de filhos de um reprodutor que foram medidos, mas, principalmente do número de parentes medidos que esse reprodutor teve. Assim, é comum touros com menor número de filhos do que outros terem acurácias maiores, devido à contribuição de maior número de parentes na estimação de seu valor genético (FERRAZ & ELER, 1999).

Um outro caso comum nas avaliações é a estimação de DEP's para efeitos genéticos maternos igual a zero, com acurácia igualmente igual a zero, para touros que não tiveram nenhuma filha com descendentes na população. Às vezes tais touros podem ter centenas de filhos medidos, alta acurácia para efeitos diretos e nenhuma estimativa ou acurácia para efeito materno (FERRAZ & ELER, 1999).

3.2 Atividades Desenvolvidas em Melhoramento Genético de Bovinos de Corte

Durante o Estágio Supervisionado em Medicina Veterinária foram desenvolvidas atividades principalmente ligadas ao melhoramento genético de

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bovinos de corte. Foram realizadas coletas de dados a campo, tais como, pesagens e avaliações de escores visuais a desmama e sobreano, que juntamente com um banco de dados serviram como base para a geração dos valores genéticos do rebanho.

O trabalho foi desenvolvido na Embrapa Pecuária Sul em parceria com a Fazenda da Barragem, a qual teve o rebanho avaliado. Através da supervisão do Médico Veterinário PhD. Fernando Flores Cardoso, foram realizadas as atividades de avaliação a campo do rebanho e geração dos valores genéticos por meio de programas computacionais como o RENUMF90, BLUPF90, AIREMLF90 e o Software R.

3.2.1 Fazenda da Barragem

A Fazenda da Barragem está localizada no distrito de Upacarai, município de Dom Pedrito, Rio Grande do Sul. É de propriedade do Sr. Francisco de Paula Cardoso e Filhos, tem como principal atividade a criação de bovinos da raça Angus.

Possui uma área de 1160 hectares, divididos em 21 invernadas, sendo destes: 300 hectares de campo nativo melhorado com azevém (Lolium multiflorum), trevo branco (Trifolium repens) e trevo vermelho (Trifolium pratense), 260 hectares de área com integração lavoura de soja ou arroz com pecuária e 600 hectares de campo nativo com presença de capim annoni (Eragrostis plana).

O rebanho é composto por 780 bovinos da raça Angus, 128 ovinos Texel e 38 cavalos Crioulos, sob responsabilidade técnica do Médico Veterinário MSc. Carlos Henrique Laske. A fazenda possui em seu rebanho genética Angus renomada, sendo sua principal atividade econômica a comercialização de touros da raça. Além dos touros, também são comercializadas novilhas e vacas para cria, vacas e bois para abate e ovinos.

Os touros são comercializados todos os anos no mês de outubro em um remate promovido em parceria com a fazenda. São comercializados os touros de 2 anos que não serão utilizados no próprio rebanho, e os de 3 anos que foram utilizados na estação de monta anterior, na fazenda.

Referências

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