QUEDA DA MONARQUIA
DA 1ª REPÚBLICA À
5ª AULA - SUMÁRIO
• Crise e queda da monarquia. A
implantação da República.
• A 1ª República: principais realizações e
principais dificuldades.
CRISE POLÍTICO-SOCIAL
In D. CARLOS, HISTÓRIA DO SEU REINADO, ROCHA MARTINS, 1926
Grande descontentamento popular resultante do Ultimato Inglês de 1890.
O Partido Republicano, fundado em 1876, ganha cada vez mais adeptos.
CRISE ECONÓMICO-FINANCEIRA
Défice da balança comercial agravado.
O Estado não cumpria com o pagamento das suas
dívidas.
A família real gastava mais do que recebia do estado. Há falências de empresas
e de bancos.
Aumento da inflação. Aumento dos impostos.
PARTIDO REPUBLICANO PORTUGUÊS
A partir de 1880, e das comemorações do tricentenário da morte de Camões aproveitadas para divulgação das ideias republicanas, o partido republicano torna-se o mais importante partido da oposição e elege deputados às Cortes.
Defendia o fim da monarquia, a recuperação económica, o progresso, a liberdade e a justiça. Constituído por intelectuais, profissionais
liberais, comerciantes, industriais, funcionários e proletariado urbano.
Entre os seus fundadores destacou-se Teófilo Braga.
31 DE JANEIRO DE 1891
A 1ª tentativa de revolução ocorreu no Porto, sem êxito, devido a deficiências conspirativas pois o governo teve conhecimento antecipado da preparação da revolução e esta foi reprimida.
O rei D. Carlos dissolveu o Parlamento e nomeou João Franco, em 1906, para chefiar o governo em ditadura (1907-08) e as Cortes (Parlamento) foram dissolvidas.
O rei decreta a permissão de expulsão do país ou deportação para as colónias dos considerados culpados de crime contra a segurança do estado.
DISCURSO DE AFONSO COSTA NO
PARLAMENTO (1906)
“Todo o país tem trabalhado, desde 1891, para se
desembaraçar da crise, que é a mais profunda que país algum europeu está a atravessar.
E, entretanto, é nesta situação angustiosa, tornada ainda mais aflitiva pela terrível tuberculose, que uma família alcunhada de portuguesa, com uma dotação fixada pela lei na quantia de 525 mil reis – absolutamente fabuloso para o nosso orçamento e para a nossa pobreza – que
esta família, tendo paços e casas, que o estado lhes cede gratuitamente, ousou arrancar aos cofres do Estado,
com a cumplicidade dos respectivos ministros, somas elevadíssimas! (…)”
O REGICÍDIO - 1908
In Rumos da História 9, Aníbal Barreira e Mendes Moreira, EDIÇÕES ASA
A família real é alvo
de um ataque, a 1 de
Fevereiro de 1908,
quando regressava a
Lisboa, vinda de Vila
Viçosa, em que
morreu o rei D.
Carlos e o príncipe
herdeiro, D. Luís
Filipe.
REI D. CARLOS E RAINHA D. AMÉLIA
D. MANUEL E D. AMÉLIA APÓS O
REGICÍDIO
ACLAMAÇÃO DO ÚLTIMO REI DE
PORTUGAL EM 1908
In FLAMA, ANO VI, Nº 74, 5 DE AGOSTO DE 1949, pág. 11
“Real! Real! Real! Pelo Muito Alto, Muito
Poderoso E Fidelíssimo Rei de Portugal, o Senhor D. Manuel II.”
D. Manuel, com 18 anos, sobe ao trono e demite João Franco.
De 1908 a 1910 a
monarquia foi incapaz de resolver a grave crise do reino e Portugal
A CARBONÁRIA
Sociedade secreta fundada em
1882, anticlerical e defensora da
liberdade.
Os seus membros têm que possuir
uma arma e respectivas munições.
Vai ter um importante papel na
implantação da República.
REVOLUCIONÁRIOS E CIVIS NA ROTUNDA
LISBOA - 5 DE OUTUBRO DE 1910
In Rumos da História 9, Aníbal Barreira e Mendes Moreira, EDIÇÕES ASA
Os revoltosos
republicanos
concentraram-se
na Rotunda, em
Lisboa.
As tropas fieis à
monarquia
concentraram-se
no Rossio.
O Rossio e o
Palácio das
Necessidades são
bombardeados
.5 DE OUTUBRO DE 1910
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
In Rumos da História 9, Aníbal Barreira e Mendes Moreira, EDIÇÕES ASA
As forças republicanas e monárquicas defrontam-se mas saiem vitoriosas as primeiras.
A família real foge para a Ericeira e daí para o exílio, em Inglaterra. José Relvas proclama a
república da varanda da Câmara Municipal de
Lisboa.
O resto do país aceitou e aderiu aos festejos.
DIRIGENTES DO PARTIDO
REPUBLICANO
In Rumos da História 9, Caderno de Actividades do Aluno, Aníbal Barreira e Mendes Moreira, EDIÇÕES ASA
Os dirigentes do Partido Republicano formaram um Governo Provisório presidido por Teófilo Braga que tinha como missão preparar as eleições para a
Assembleia Constituinte. Esta assembleia elaborou
a Constituição de 1911 e elegeu Manuel de Arriaga como primeiro
presidente da República Constitucional.
A CONSTITUIÇÃO DE 1911
PODER LEGISLATIVO
Congresso da República
(eleito por sufrágio directo)
2 câmaras – a dos Deputados eleita por 4 anos e a do Senado por 6 anos
PODER EXECUTIVO
Presidente da República
(eleito por 4 anos pelo Congresso; tem funções
representativas)
Governo
(nomeado e demitido pelo
Presidente da República; formado por um presidente e ministros)
PODER JUDICIAL
“A PORTUGUESA”
In Rumos da História 9, Ficheiro de Actividades, Aníbal Barreira E Mendes Moreira, EDIÇÕESA
“A portuguesa” foi
composta no rescaldo do Ultimato Inglês e foi tocada pela primeira
vez em Lisboa.
Tem letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo Keil. Foi adaptada e
adoptada como Hino Nacional, depois da implantação da
REALIZAÇÕES DA 1ª REPÚBLICA
A NÍVEL ECONÓMICO
Agricultura – maior mecanização e maior
utilização de adubos mas a agricultura permanece atrasada e pouco produtiva.
Indústria – desenvolvimento do setor têxtil,
moagem, metalurgia, conservas, cortiça, química e cimentos.
Transportes – desenvolvimento das vias de
comunicação, nomeadamente os caminhos-de-ferro e meios de comunicação como os automóveis, camionetas e camiões.
A economia permanece atrasada e a balança comercial deficitária.
DIFICULDADES DA 1ª REPÚBLICA
produções agrícolas
comércio externo (em milhares de contos)
DIFICULDADES DA 1ª REPÚBLICA
INFLAÇÃO
DIFICULDADES DA 1ª REPÚBLICA
PROBLEMAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
INFLAÇÃO E POBREZA
REALIZAÇÕES DA 1ª REPÚBLICA AO NÍVEL
DA INSTRUÇÃO E DA CULTURA
Instituiu-se a escolaridade obrigatória
dos 7 aos 10 anos.
Desenvolveu-se o ensino técnico.
Criaram-se as universidades de Lisboa e
Porto e reorganizou-se a de Coimbra.
Abriram-se jardins-escola, museus e
bibliotecas.
Apesar destas medidas a taxa de
analfabetismo pouco se alterou.
DIFICULDADES DA 1ª REPÚBLICA
ANALFABETISMO / ENSINO
DIFICULDADES DA 1ª REPÚBLICA
INSTABILIDADE POLÍTICA
(16 ANOS – 45 GOVERNOS)
INSTABILIDADE POLÍTICA
PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS
In Rumos da História 9, Aníbal Barreira e Mendes Moreira,
REALIZAÇÕES DA 1ª REPÚBLICA A
NÍVEL SOCIAL
In Rumos da História 9, Aníbal Barreira e Mendes Moreira, EDIÇÕES ASA
Instituiu-se o direito à greve em 1910.
O trabalho infantil foi proibido.
O horário de trabalho foi fixado, em 1919, em 8
horas por dia, seis dias por semana.
Foi instituído o divórcio. O casamento civil passou a
ser o único válido.
Criaram-se instituições de proteção à infância e à
velhice.
Reconheceu-se a igualdade dos direitos da mulher.
INSTABILIDADE SOCIAL
AFONSO COSTA (1871-1937)
Deputado republicano que desempenhou um
importante papel na 1ª República.
Foi por diversas vezes chefe do governo.
Assinou a Lei da
Separação da Igreja e do Estado.
Assinou leis contra as ordens religiosas.
Assinou a lei do divórcio. Em 1916 defende a
entrada de Portugal na Grande Guerra.
Foi destituído, em 1917, pelo golpe de Sidónio Pais
DIFICULDADES DA 1ª REPÚBLICA
Instabilidade política (em 16 anos tivemos 45 governos e dois períodos de ditadura imposta por golpes militares: 1915 com Pimenta de Castro e em 1917 a 1918 com Sidónio Pais).
Insegurança pública e agitação social: greves, atentados, agressões várias, ataques bombistas, assassinatos (Sidónio Pais, Machado dos Santos, António Granjo).
Graves problemas financeiros agravados pela participação portuguesa na 1ª Guerra Mundial.
ATAQUES BOMBISTAS
In ABC, Revista Portuguesa, 1ª série, 2º semestre, 1922
“A barbearia da rua de S. Nicolau onde explodiu uma bomba de grande potência causando prejuízos totais e estilhaçando os vidros dos prédios fronteiros – Um
DESCONTENTAMENTO COM A REPÚBLICA
Católicos – descontentes com todas as medidastomadas contra a Igreja Católica que incluíram o corte de relações com a Santa Sé, a nacionalização dos bens da igreja, a expulsão das ordens religiosas.
Monárquicos – querem restaurar a monarquia e
em 1919 chegam a instaurar a Monarquia do Norte durante quase um mês.
Classes Médias (industriais, comerciantes,
membros do exército e funcionários públicos) – descontentes com o agravamento das condições de vida, a insegurança que faz parte do dia a dia da república e a instabilidade política.
28 DE MAIO DE 1926
Em 1926 as instituições republicanas estavam completamente desprestigiadas.
Em 28 de Maio de 1926 deu-se o golpe militar comandado pelo general Gomes da Costa que teve o seu início em Braga e se estendeu a Lisboa onde se constitui uma junta revolucionária chefiada pelo comandante Mendes Cabeçadas.
O governo republicano foi derrubado;
Instituiu-se uma ditadura militar até 1928 (estabelecimento da censura, dissolução do Congresso da República, extinção da Carbonária).
O MARECHAL CARMONA
In FLAMA,ANO V, Nº 59, 22 DE ABRIL DE 1949, pág.12
António Óscar de
Fragoso Carmona
foi eleito
Presidente da
República em
1928.
Nesse mesmo ano
chama para
ministro das
Finanças António
de Oliveira
BIBLIOGRAFIA
Diniz, Maria Emília; Tavares, Adérito; Caldeira, Arlindo M., História 9, Editorial o Livro
Barreira, Aníbal; Moreira, Mendes, Rumos da História 9, Edições Asa
Barreira, Aníbal; Moreira, Mendes, Sinais da História 9, Edições Asa