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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO PROCESSO TRT/SP Nº

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO PROCESSO TRT/SP Nº 0000821-17.2014.5.02.0039

17ª TURMA

RECURSO ORDINÁRIO

PROCESSO TRT/SP Nº 0000821-17.2014.5.02.0039 ORIGEM: 39ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO RECORRENTE: VRG LINHAS AÉREAS S.A.

RECORRIDOS: 1. SINDICATO NACIONAL DOS AERONAUTAS 2. GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A.

Direitos individuais homogêneos. Sindica-to. Legitimidade ativa. O CPC em vigor, tal

como o de 1973, admite a legitimação extra-ordinária, mas ao contrário do anterior, exige que ela esteja prevista no ordenamento jurí-dico (art.18) e não mais na “lei”. No caso, a legitimidade ativa do sindicato encontra es-teio no art. 8º, III, da Constituição Federal, que autoriza os sindicatos a defenderem, em nome próprio, direitos coletivos e individuais homogêneos dos empregados por eles repre-sentados. O objetivo foi garantir o acesso à justiça, principalmente aos trabalhadores com contrato em curso, evitando que estes sofram algum tipo de represália e ainda deci-sões conflitantes. Preliminar que se rejeita.

Contra a sentença de fls.316/320, complementada pela deci-são de embargos de declaração de fls.330/330v, em que o MM. Juízo de origem julgou procedente em parte o pedido, recorre a ré a fls. 332/346.

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nos termos do art. 114 do Código Civil. Refuta, por fim, honorários de advogado. Contrarrazões a fls. 352/366.

Preparo a fls. 346-v/347.

VOTO

Recurso adequado e no prazo. Preparo correto. Subscrito por advogado regularmente constituído. Preenchidos os pressupostos de admissibilida-de. Conheço, com exceção do pedido de exclusão da corré Gol Linhas Aéreas Inteli-gentes S.A., na medida em que VRG Linhas Aéreas S.A. não tem poderes para defen-der em nome próprio direito da Gol, carecendo assim de legitimidade e interesse de agir. Por fim, lembro que a própria VRG que interpôs o presente apelo exclusivamente em seu nome (fl.332 e 333) limitando assim o pólo ativo recursal. O pedido de alteração está sepultado sob o manto da preclusão.

Legitimidade e interesse do sindicato-autor

Antes de se discutir se o autor tem ou não legitimidade e in-teresse para defender em nome próprio direito de seus associados (presentes e futuros) é necessário esclarecer o objeto da demanda.

Trata-se de ação coletiva em se discute o direito dos substi-tuídos de receberem a parte variável de sua remuneração (consideradas horas progra-madas, mas não executadas) mesmo nos casos em que se ausentam do trabalho por dispensa médica.

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extraordinária, mas ao contrário do anterior, exige apenas que ela esteja prevista no or-denamento jurídico e não mais na "lei" (art. 18).

No caso, a legitimidade ativa do sindicato encontra funda-mento jurídico de validade no art. 8º, III, da Constituição Federal, que o autoriza os sin-dicatos a defenderem, em nome próprio, direitos coletivos e individuais homogêneos dos de seus representados. O objetivo foi garantir o acesso à justiça, principalmente aos trabalhadores com contrato em curso, evitando, assim, que estes sofram algum tipo de represália.

No caso, não há dúvidas de que, a discussão envolve direi-tos individuais homogêneos previsdirei-tos no art. 81, III, do CDC.

São direitos cujo titular é perfeitamente identificável, seu ob-jeto é divisível e cindível. O que caracteriza um direito individual comum como homogê-neo é a sua origem comum. A homogeneidade, assim, diz respeito ao direito, e não à sua quantificação.

O sindicato, assim, tem legitimidade plena e interesse de agir para defender os interesses em questão, não podendo dele sequer se exigir autoriza-ção expressa dos interessados, como reiteradamente já decidiu o Supremo Tribunal Fe-deral.

Rejeito.

Prescrição

A discussão é inócua. O que aqui se discute é a conduta da empresa, ao interpretar a cl. 27 da CCT, a partir de janeiro de 2014 e eventual direito a diferenças salariais a contar desta data. A ação foi proposta em 9 de abril de 2014. Não decorreu sequer o biênio prescricional previsto no art. 7º da Constituição Federal e por

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Como dito a discussão se restringe à interpretação que a ré, a partir de janeiro de 2014, passou a dar a cl. 27 da CCT que tem a seguinte redação:

“Indenização.

As empresas pagarão a remuneração correspondente ao tra-balho não realizado quando o aeronauta não exercer sua ati-vidade prevista, por motivo alheio à sua vontade, se outra equivalente não lhe for atribuída no lugar daquela não reali-zada dentro do mesmo mês.

O valor a ser pago pela parte variável não poderá ser menor que aquele resultante do planejamento da escala ao iniciar o mês.” (doc.31 – volume em apartado).

É incontroverso, como bem destacado no laudo pericial de fls. 302/306, que até dezembro de 2013, a empresa quitava as horas programadas e não executadas também por motivos de dispensa médica.

A empresa admite que a contar de janeiro de 2014, consta-tou que cometeu um equivoco (fls. 238 e 338), ao realizar tais pagamentos, pois a ex-pressão “por motivo alheios à sua vontade”, prevista na clausula, a seu ver, se refere, na verdade, a problemas operacionais da empresa que impedem a prestação de servi-ços, como condições climáticas desfavoráveis, cancelamento de vôos, redução de tre-chos, dentre outros.

Por amostragem, o perito apurou que o aeronauta recebe uma parte fixa (garantia de 54 horas) e outra variável relativas às horas que de acordo com as escalas programadas ou efetivamente cumpridas, ultrapassem de 54. O valor, no caso da escala programada, era pago sempre que a redução da escala programada era causada pela própria recorrente ou por faltas justificadas por motivos médicos.

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Essa parte variável da remuneração, destaco, era paga da seguinte forma: a empregadora no inicio de cada mês apresentava uma programação das atividades que o empregado iria realizar. No final de cada mês, outra era entregue com numero de horas efetivamente executadas. A que representasse maiores ganhos era a devida. A empresa a partir de janeiro de 2014 passou a não mais considerar as horas que deixaram de ser voadas porque o empregado estava afastado por razões médicas.

A natureza indenizatória do título é indiscutível. O objetivo da norma é garantir ao empregado, no mínimo, o pagamento das horas previamente pro-gramadas, ainda que não efetivamente trabalhadas. O título em questão não se confun-de com a compensação orgânica que corresponconfun-de a um adicional confun-de 20% pago para compensar os desgastes provocados pela atividade aérea.

Por outro lado, é simplista e equivocado o argumento de que o conteúdo da norma é cristalino a ponto de não permitir que se chegue outra interpre-tação se não a defendida no recurso.

Se isso correspondesse à realidade, a recorrente jamais teria agido de forma diferente. O pagamento da remuneração variável seria sempre calcula-do da mesma forma. Salvo, é claro, se a intenção da empregacalcula-dora fosse conceder de forma deliberada uma vantagem. Se isso ocorreu, tem-se que o direito se incorporou ao contrato de trabalho e não pode ser mais suprimido, sem afronta ao art. 468 da CLT.

Entretanto, não me parece que essa tenha sido a razão do pagamento diferenciado. Tal como o sindicato-autor, a ré fez a mesma leitura da norma, sempre soube que a expressão “fatos alheios à sua vontade” se refere ao trabalhador e por conseqüência, engloba não só as falhas operacionais, como as faltas abonadas por razões médicas.

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auto-a fim de auto-aumentauto-ar seu auto-alcauto-ance. Em auto-absoluto. Tauto-anto isso é verdauto-ade que reitere-se - essauto-a foi a primeira leitura que a empresa fez. Nesse contexto não se pode dizer que a sen-tença afronta ao art. 114 do CCB.

O julgado, por isso, está correto.

Honorários de advogado

A discussão é inócua posto que a matéria está pacificada na jurisprudência do TST nos termos da Súmula 219:

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO. (alterada a reda-ção do item I e acrescidos os itens IV a VI na sessão do Tribunal Pleno realizada em 15.3.2016)

I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de hono-rários advocatícios não decorre pura e simplesmente da sucum-bência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família (art.14, § 1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305 da SBDI-I).

II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatí-cios em ação rescisória no processo trabalhista.

III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego.

IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários ad-vocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90).

V – Em caso de assistência judiciária sindical ou de substituição processual sindical, excetuados os processos em que a Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da

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condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de 2015, art. 85, § 2º).

VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os percentuais específicos de honorários advocatícios contempla-dos no Código de Processo Civil. Original sem destaque.

DISPOSITIVO

ACORDAM os Magistrados da 17ª Turma do Tribunal Regio-nal do Trabalho da 2ª Região em NEGAR PROVIMENTO ao recurso.

FLÁVIO VILLANI MACÊDO

FLÁVIO VILLANI MACÊDO

Relator 6

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