Engenharia
Reabilitação Urbana: uma prática (de)corrente
O Regime Jurídico da Reabilitação Urbana
e a sua aplicação – da instrumentação à intervenção
Cláudia Alves
Tese para obtenção do Grau de Doutor em
Arquitetura
(3º ciclo de estudos)
Orientador: Prof. Catedrático | FAUP
Arquiteto Manuel Correia Fernandes
Coorientador: Prof. Auxiliar | UBI
Arquiteto Miguel João Mendes do Amaral Santiago Fernandes
| Dedicatória
| Agradecimentos
Sendo esta tese resultado de quem, por um momento, escolhe a palavra em substituição do desenho para concretizar uma ideia, partilho-a com todos aqueles que, com o seu apoio e confiança, me ajudaram a realizar este “projeto” e a quem quero aqui prestar o meu agradecimento:
Ao meu orientador, o Professor Manuel Correia Fernandes, um especial obrigado pelo saber, rigor, disponibilidade e amizade constantes ao longo deste percurso.
Ao meu coorientador, o Professor Miguel Santiago pela recetividade no meio académico da Universidade, pelo acompanhamento em todas as etapas necessárias.
À Professora Fernanda Paula Oliveira que me acolheu no seu saber, na partilha e na vontade de novas abordagens e desafios.
À Professora Dulce Lopes que me acolheu no seu saber, na partilha e no colocar de novas perspetivas.
Ao IHRU, na pessoa do seu Presidente do Conselho Diretivo, o Arquiteto Vítor Reis, e à técnica Maria Margarida Magalhães Colaço, pelo cuidado em como atenderam aos meus pedidos, pela informação e esclarecimentos prestados.
Aos diversos Municípios, na pessoa de seus Autarcas, Dirigentes e Técnicos, que contribuiriam com as suas respostas na compilação de informação que se dispersa encontrando neste tipo de trabalhos uma oportunidade de encontro e contributo.
Por alguma razão particular…
Município de Almada, na pessoa de António Janeiro
Município de Vila Nova da Barquinha, na pessoa de Fátima Capela FUTURLAGOS, na pessoa de Frederico Paula
Município de Lisboa, na pessoa de Paulo Pais Município de Loures, na pessoa de Pedro Arrabaça Município de Sines, na pessoa de Pedro Martins Município de Portalegre, na pessoa de Susana Sousa Município de Ponte de Lima, na pessoa de Susana Zamith Município de Faro, na pessoa de Teresa Valente
Ao Sr Paulo, dos Serviços Académicos da Universidade da Beira Interior, uma palavra de gratidão por todo o cuidado que sempre prestou ao meu processo.
A todos os amigos e conhecidos com quem me fui cruzando, no decurso da elaboração desta tese e que, em alguma circunstância de discussão e reflexão, deram o seu contributo.
| Resumo
A reabilitação urbana é um tema inevitavelmente presente, no discurso dos vários intervenientes, quando se pretende intervir na cidade.
Enquanto processo integrado, implica uma abordagem que não se centra apenas na reabilitação física dos edifícios mas que apreende as especificidades da área a reabilitar, as suas carências e potencialidades, nas suas diversas dimensões.
No contexto atual, face às dinâmicas urbanas associadas a fatores económicos e sociais, importa enumerar e interpretar os instrumentos disponíveis e a ação dos seus intervenientes.
A presente tese debruça-se sobre o atual instrumento de atuação no âmbito da temática da reabilitação urbana, o Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU), e analisa qual a incidência da sua aplicação e operacionalização, no quadro da ação municipal, com o objetivo de aferir o seu grau e coerência de aplicabilidade.
Numa abordagem mais ampla, importa enumerar e clarificar os instrumentos de atuação, em especial, no que se refere aos regimes jurídicos no âmbito da reabilitação urbana que, nos últimos anos, se concretizaram e procuraram implementar no quadro de ação nacional.
Numa abordagem mais específica, importa o entendimento do RJRU na sua aplicação e articulação entre a política de reabilitação urbana e a política urbanística municipal.
A política de reabilitação urbana, que envolve fatores de natureza social, económica, ambiental e cultural, tem de estar devidamente integrada na política urbanística municipal sendo determinante aferir a aplicabilidade do RJRU enquanto indicador da orientação e capacitação dos municípios tanto ao nível da estratégia como da operacionalização.
Neste sentido, são sistematizadas e analisadas as ARU’s vigentes, que resultam de publicação em Diário da República, permitindo estabelecer um levantamento da aplicação do RJRU no quadro da ação municipal.
Palavras-chave
| Abstract
Urban rehabilitation or renewal is an unavoidable topic among stakeholders when intervention work is intended within a city.
When it is an integrated process, it involves an approach which is based not only on the physical rehabilitation of buildings, but also on the specific elements of the area to be rehabilitated, its needs and potential in all its diverse dimensions.
Within the current context, when considering urban dynamics which are linked to socio-economic factors, it is important to enumerate and interpret the instruments available and the action of the stakeholders.
This thesis focuses on the current instrument of action within the scope of urban renewal, the Legal Framework for Urban Renewal (LFUR) (RJRU), and analyses the impact of its application and operations within the context of municipal action in order to assess the degree and coherence of application.
At a broader level, it is important to list and explain the instruments of action specifically within the context of legal frameworks within urban renewal which, within recent years, have been designed and implemented within the framework of national action.
At a more specific level, it is important to understand the LFUR (RJRU) as it is applied and articulated between urban rehabilitation and municipal town planning policies.
Urban renewal policy, which involves social, economic, environmental and cultural factors, needs to be properly integrated within municipal town planning policy as it is a determining factor in order to assess the applicability of the LFUR (RJRU) as a guidance and capability indicator for towns, both at a strategic and operational level.
In this context, current areas for urban renewal (AURs), as published in the Diário da República (the Portuguese Official Gazette of the Republic), are systematised and analysed in order to assess the application of the LFUR (RJRU) within municipal action.
Keywords
| Índice
| Dedicatória i | Agradecimentos iii | Resumo v | Abstract vii | Índice ix | Lista de Figuras xv| Lista de Fluxogramas xix
| Lista de Tabelas xx
| Lista de Siglas e Acrónimos xxi
| Introdução xxiii
Enquadramento do tema xxiii
Pertinência do tema xxiv
Metodologia e estrutura do documento xxvii
Título I | Reabilitação Urbana: uma prática (de)corrente 1 Capítulo I.1 | Património, Património Urbano, Reabilitação Urbana: enquadramento e
clarificação de conceitos
3
I.1.1 | Património: doutrinas e intervenientes 3
I.1.1.1 | Conceitos e teorias 5 I.1.1.2 | Principais cartas, convenções e recomendações 22 I.1.1.3 | As instituições e organismos 42 I.1.1.4 | A “consciência portuguesa” 45
I.1.2 | Património Urbano: chegada à escala urbana 64
I.1.2.1 | As primeiras intervenções 64 I.1.2.2 | Património Urbano: as teorias 69
I.1.3 | Reabilitação Urbana: contexto internacional, a prática 71
I.1.3.1 | A consciência internacional: as primeiras abordagens 71 I.1.3.2 | Década de 50: pós-guerra e a reconstrução das cidades 74 I.1.3.3 | Década de 60: as políticas públicas de intervenção 78 I.1.3.4 | Década de 70: o regresso à arquitetura da cidade 87 I.1.3.5 | Década de 80: a cidade e o seu território 92 I.1.3.6 | Décadas de 90 e 2000: novos paradigmas 109 I.1.3.7 | 2014–2020: (pós 2013) novos desafios 119
I.1.4 | Principais conceitos decorrentes da doutrina e da prática 122
Capítulo I.2 | Reabilitação Urbana: contexto nacional, a prática 129
I.2.1 | Planeamento urbanístico em Portugal: as primeiras propostas 129
I.2.1.1 | As primeiras propostas 129 I.2.1.2 | Os planos e a cidade existente: abordagens diferenciadas 138 I.2.1.3 | Os Colóquios e os Estudos 140
I.2.2 | Os programas: apoio técnico e financeiro 148
I.2.2.1 | As primeiras intervenções 148 I.2.2.2 | Os primeiros programas nacionais: a habitação 150 I.2.2.3 | Os primeiros programas nacionais: a reabilitação urbana 152
I.2.3 | As políticas urbanas nacionais (europeias) de aplicação local: processos de gestão 160
I.2.3.1 | A Iniciativa Comunitária URBAN (1994-1999) / (2000-2006) 160 I.2.3.2 | PRU – Programa de Revitalização Urbana (1997-2003) 164 I.2.3.3 | PROQUAL – Programa Integrado de Qualificação das Áreas Suburbanas da
AML (1998-2007)
164 I.2.3.4 | POLIS – Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental de
Cidades (2000-2006)
166 I.2.3.5 | Política de Cidades POLIS XXI (2007-2013) 169 I.2.3.6 | INTERREG (1990-1993) (1994-1999) (2000-2006) (2007-2013) (2014-2020) 175 I.2.3.7 | Os processos de gestão: algumas considerações 179
Capítulo I.3 | Reabilitação Urbana: quadro geral dos regimes jurídicos 189
I.3.1 | Reabilitação Urbana: quadro da evolução das políticas urbanísticas 189
I.3.1.1 | Disposições legais: novas escalas 189 I.3.1.2 | Principais disposições legais e regulamentares: o período pós-revolução 190
I.3.2 | Reabilitação Urbana: capítulo especial do “direito do urbanismo” 203
I.3.2.1 | Conceito de reabilitação urbana no quadro legislativo português 203 I.3.2.2 | Políticas urbanas e a reabilitação urbana 210 I.3.2.3 | Os regimes jurídicos de reabilitação urbana 225
I.3.3 | Reabilitação Urbana: diplomas conexos 227
I.3.3.1 | Património Cultural 229 I.3.3.2 | Lei de Bases 232
I.3.3.3 | Novo RJIGT 240
I.3.3.4 | RJUE 248
I.3.3.5 | Regime Excecional para a Reabilitação Urbana (RERU) 252 I.3.3.6 | Código de Expropriações (CE) 255 I.3.3.7 | Tributação e Benefícios Fiscais 257 I.3.3.8 | Regime Jurídico da Organização dos Serviços das Autarquias Locais 265 I.3.3.9 | Aprova o regime jurídico da atividade empresarial local e das
participações locais
267 I.3.3.10 | Programas de apoio 270 I.3.3.11 | Arrendamento urbano 286
Título I | Síntese conclusiva 297
Título II | Os diplomas da Reabilitação Urbana: aplicação e (des)continuidades 301 Capítulo II.1 | DL 104/2004: Regime Jurídico Excecional da Reabilitação Urbana (RJERU) 303
II.1.1 | DL 104/2004: enquadramento 303
II.1.3 | SRU: o modelo institucional 307
II.1.3.1 | SRU: modelo institucional 307 II.1.3.2 | SRU: competências jurídicas 311 II.1.3.3 | SRU: procedimento especial de licenciamento ou autorização 316
II.1.4 | Da gestão à execução técnica 319
II.1.4.1 | Da gestão à execução técnica 319 II.1.4.2 | Zona de intervenção 319 II.1.4.3 | Unidade de Intervenção (UI) 320 II.1.4.4 | Documento Estratégico (DE) 321 II.1.4.5 | Intervenção 325 II.1.4.6 | Mecanismos de intervenção e viabilidade das operações 329
Capítulo II.2 | DL 307/2009: Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU) 333
II.2.1 | DL307/2009: enquadramento 333
II.2.1.1 | As propostas do PNPOT 333 II.2.1.2 | Da discussão pública à publicação da autorização legislativa 336
II.2.2 | DL 307/2009: diploma legal e conteúdos 341
II.2.3 | Programação e execução 345
II.2.3.1 | Área de Reabilitação Urbana (ARU) 345 II.2.3.2 | Operação de Reabilitação Urbana (ORU) 350 II.2.3.3 | Entidade gestora 357 II.2.3.4 | Modelos de execução da ORU 359 II.2.3.5 | Instrumentos de execução da ORU 361
Capítulo II.3 | L 32/2012: a primeira alteração ao RJRU 371
II.3.1 | L32/2012: enquadramento 371
II.3.2 | As principais alterações introduzidas ao RJRU 374
II.3.2.1 | Flexibilização e simplificação do procedimento de criação das ARU’s e aprovação das ORU’s
374 II.3.2.2 | Criação de um procedimento simplificado de controlo prévio de
operações urbanísticas
383 II.3.2.3 | Criação de um regime especial de reabilitação urbana para edifícios ou
frações cuja construção, legalmente constituída, tenha sido concluída há, pelo menos, 30 anos
385
II.3.2.4 | Medidas complementares 386
Capítulo II.4 | Análise comparada dos diplomas 387
II.4.1 | DL 104/2004 versus DL 307/2009 387
II.4.1.1 | Entidade promotora da reabilitação urbana 387 II.4.1.2 | Área de Intervenção / instrumentos da operação de reabilitação urbana 388 II.4.1.3 | ARU e ACRRU 389
II.4.1.4 | ORU 389
II.4.2 | DL 307/2009 versus L32/2012 390
Título II | Síntese conclusiva 395
Título III | RJRU: da instrumentação à intervenção 397 Capítulo III.1 | Da instrumentação à intervenção: articulação 399
III.1.1 | Da instrumentação à intervenção: uma (intervenção) estratégi(c)a 399
III.1.2 | Reabilitação Urbana: um posicionamento 428
Capítulo III.2 | Da instrumentação à intervenção: metodologia 431
III.2.1 | Metodologia: enquadramento 431
III.2.2 | Metodologia: princípios e objetivos 432
III.2.3 | Metodologia: etapas do processo 438
III.2.4 | Metodologia: meios de ação 441
III.2.4.1 | Integração do projeto na política urbana 441 III.2.4.2 | Papel mobilizador das autoridades públicas 442 III.2.4.3 | Apoio de uma equipa técnica multidisciplinar 443 III.2.4.4 | Participação / envolvimento da população 444 III.2.4.5 | Instrumentos jurídicos adequados 445 III.2.4.6 | Recursos financeiros disponíveis 445 III.2.4.7 | Ter em conta o fator tempo 446
Capítulo III.3 | Da instrumentação à intervenção: atuação estratégica e operacional 449
III.3.1 | Projecto “Innovative Urban Planning and Management” (IUPM) 449
III.3.2 | Atuação estratégica e operacional: formulação 457
III.3.2.1 | Desafios e objetivos 460
III.3.2.2 | Dimensões 461
III.3.2.3 | Formulação de um modelo 464 III.3.2.4 | Modelo de gestão 467
Capítulo III.4 | Da instrumentação à intervenção: uma proposta de
Metodologia de Atuação (estratégica e operacional) em Processos de aplicação do RJRU
[MAP_RJRU]
473
III.4.1 | RJRU: componentes 473
III.4.1.1 | (I) Área de Reabilitação Urbana (ARU) 473 III.4.1.1.1 | ARU: delimitação 474 III.4.1.1.2 | ARU: premissas na delimitação 482 III.4.1.1.2 | ARU: efeitos da delimitação 485 III.4.1.1.4 | ARU: gestão urbanística (programada) 485 III.4.1.2 | (II) Operação de Reabilitação Urbana (ORU) 489 III.4.1.2.1 | ORU: programação 489 III.4.1.2.2 | ORU: aprovação 498 III.4.1.2.3 | ORU: gestão 498 III.4.1.2.4 | ORU: execução 501 III.4.1.2.5 | ORU: financiamento 505
III.4.1.3 | (III) Avaliação e Monitorização 521 III.4.1.3.1 | Avaliação e Monitorização: conceitos e aplicação 521 III.4.1.3.2 |Avaliação e Monitorização: ARU’s (1ª Geração) 529
III.4.2 | RJRU: uma proposta de
Metodologia de Atuação (estratégica e operacional) em Processos de aplicação do RJRU [MAP_RJRU]
535
III.4.2.1 | MAP_RJRU: definição e caracterização das etapas (componentes) 536 III.4.2.2 |MAP_RJRU: metodologia de atuação (estratégica e operacional) em
Processos de aplicação do RJRU_matriz
538 III.4.2.3 |MAP_RJRU: análise cruzada 541 III.4.2.3 |MAP_RJRU: municípios 557
Título III | Síntese conclusiva 561
| Conclusões finais 565
| Bibliografia 575
| ANEXOS
| Índice (ANEXOS) 587
ANEXOS | Título I 593
A.I.1 │ Principais Cartas, Convenções e Recomendações Internacionais / Legislação Nacional
– Síntese cronológica comparada
595
A.I.2 │ Conceitos associados à “entidade física urbana” em contexto histórico - Glossário 607
A.I.3 a) │ Conceitos associados à “intervenção urbana” – Glossário 609
A.I.3 b) │ Cronologia de correntes de “intervenção urbana”/caracterização – quadro 613
A.I.4 a) │ Regulamentação Urbanística (sumária) e Programas
- (pré e pós 25 de abril)
615
A.I.4 b) │ Ações introduzidas pelos diplomas legais no planeamento urbanístico em Portugal 621
A.I.5 │ Programas de apoio técnico e financeiro: PRID 623
A.I.6 │ Programas de apoio técnico e financeiro: PRU 625
A.I.7 │ Programas de apoio técnico e financeiro: PRAUD 627
A.I.8 │ Modelos de gestão: A Iniciativa Comunitária URBAN 629
A.I.9 │ Modelos de gestão: Programa de Revitalização Urbana (PRU) 631
A.I.10 │ Modelos de gestão: Programa PROQUAL
– Programa Integrado de Qualificação das Áreas Suburbanas da AML
633
A.I.11 │ Modelos de gestão: POLIS
– Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades
635
A.I.12 │ Modelos de gestão: Política de Cidade POLIS XXI 637
ANEXOS | Título II 641
A.II.1 │ DL 104/2004, 7 de maio 643
A.II.2 │ DL 104/2004, 7 de maio: síntese dos conteúdos do diploma 655
A.II.3 │ DL 104/2004, 7 de maio: diplomas associados (à data da vigência do diploma) 657
A.II.4 │ DL 307/2009, 23 de outubro 661
A.II.5 │ DL 307/2009, 23 de outubro: síntese dos conteúdos do diploma 679
A.II.6 │ Quadro resumo: Tributação e Benefícios fiscais 681
A.II.7 │ Memorando de entendimento sobre as condicionalidades de política económica
- Celebrado entre o Governo, a Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI)
687
A.II.8 │ DL 307/2009, 23 de outubro: Alterações e Aditamentos
- L 32/2012, 14 de agosto - DL 136/2014, 9 de setembro
689
A.II.9 │ DL 104/2004, 7 de maio versus DL 307/2009, 23 de outubro – Análise comparada 707
A.II.10 │ ACRRU versus ARU – Análise comparada 709
A.II.11 │ DL 307/2009, 23 de outubro versus L 32/2012, 14 de agosto – Análise comparada 711
ANEXOS | Título III 715
A.III.1 │ Levantamento das SRU’s 717
A.III.1.1 │ SRU’s – Constituídas (Município / Estado) 717
A.III.1.2│ SRU’s – Constituídas (Municipal) / Outras entidades (Reabilitação Urbana)
- Ativas / extintas – sem atividade
719
A.III. 2 │ ACRRU’s – Levantamento das ACRRU’S
- Relação com: SRU’s / ARU’s (RJRU) / PMOT’s (PU/PP)
723
A.III.3 │ ARU’s – Levantamento das ARU’s (REARU/EBF) 731
A.III.4 │ ARU’s – Levantamento das ARU’s (RJRU) / Município 735
A.III.5 │ ARU’s – Quantificação das ARU’s (RJRU) / relação por anos (2009-2015) 743
A.III.6 │ Mapa de Localização das SRU’s
– Constituídas (Município / Estado)
– Constituídas (Município) / Outras entidades (Reabilitação Urbana) - Ativas / extintas – sem atividade
745
A.III.7 │ Mapa de Localização – ACRRU’s 749
A.III.8 │ Mapa de Localização – ARU’s (REARU/EBF) 753
A.III.9 │ Mapa de Localização – ARU’s (RJRU) 757
A.III.10 │ Mapa de Localização – ARU’s (RJRU): 1ª geração / 2ª geração 761
A.III.11 │ Mapa de Localização – ARU’s (RJRU)
- ORU’s SIMPLES / ORU’s SISTEMÁTICAS - (3 anos /caducidade)
765
A.III.12 │ Mapa de Sobreposição – ACRRU’s + SRU’s/OUTRAS ENTIDADES 769
A.III.13 │ Mapa de Sobreposição – ARU’s (RJRU) + SRU’S/OUTRAS ENTIDADES 773
A.III.14 │ Mapa de Sobreposição – ARU’s (RJRU) + ACRRU’s 777
| Lista de Figuras
Título I
Figura I.1 Gravura de Piranesi (1720-1778) – Veduta di Campo Vaccino
6
Figura I.2 Giuseppe Valadier | Roma: Arco de Tito (estudos) 9
Figura I.3 Giuseppe Valadier e Raffaele Stern | Roma: Coliseu (antes do restauro) 9
Figura I.4 Roma: restauro do Coliseu (1807-1826)
Estrutura de madeira idealizada por Valadier para desenvolver as atividades de restauro do anel exterior
10
Figura I.5 Giuseppe Valadier e Raffaele Stern Roma: restauro do Coliseu (1807-1826)
10
Figura I.6 Viollet-le-Duc | Pierrefonds (antes do restauro) 12
Figura I.7 Viollet-le-Duc | Pierrefonds (depois do restauro) 12
Figura I.8 Veneza: colapso do Campanile da Praça de São Marcos (1902) 15
Figura I.9 Luca Beltrami | Veneza: reconstrução do Campanile da Praça de São Marcos (vista geral)
15
Figura I.10 Gustavo Giovannoni | Trento: Torre Aguila. Valorização da malha histórica 20
Figura I.11 Le Corbusier | Plan Voisin, Paris (1925) 26
Figura I.12 Poster “Ano Europeu do Património Arquitetónico” (1975) 29
Figura I.13 DGEMN | Capa do Boletim DGEM – “Igreja de Leça do Bailio”, Nº1 (1935) 48
Figura I.14 S. Pedro de Rates | Projeto de restauro da capela-mor e alçado nascente (após restauro)
49
Figura I.15 S. Pedro de Rates | Cabeceira destruída, fase de obras (durante o restauro)
49
Figura I.16 S. Pedro de Rates | Marcação da capela-mor, fase de obras (durante o restauro)
49
Figura I.17 S. Pedro de Rates | Fachada norte, antes e depois do restauro 49
Figura I.18 S. Pedro de Rates | Fachada norte, antes e depois do restauro 49
Figura I.19 Paço de Sousa | Antes do restauro 50
Figura I.20 Paço de Sousa | Despois do restauro 50
Figura I.21 Paço de Sousa | Trabalhos dos populares durante as obras 50
Figura I.22 Estado Novo | Cidade de Guimarães – área envolvente ao Paço dos Duques de Bragança (planta de localização com indicação das expropriações – 1953)
52
Figura I.23 Estado Novo | Cidade de Guimarães – área envolvente ao Paço dos Duques de Bragança (vista aérea antes dos arranjos exteriores)
52
Figura I.24 Évora | Praça do Giraldo antes e depois da restituição cromática 53
Figura I.25 Évora | Praça do Giraldo antes e depois da restituição cromática 53
Figura I.26 Évora | Edifício na Rua Cinco de Outubro: antes e depois da renovação do restauro urbano
53
Figura I.27 Évora | Edifício na Rua Cinco de Outubro: antes e depois da renovação do restauro urbano
53
Figura I.28 Estado Novo | A lição de Salazar: “Deus, Pátria, Família” 54
Figura I.29 Estado Novo | Portugal dos Pequeninos – “retrato vivo da portugalidade” 54
Figura I.30 Estado Novo | “Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal” 55
Figura I.31 Cabeça Padrão | Publicação de divulgação do “Estudo de prospecção e defesa da paisagem urbana do Algarve” (1969)
57
Figura I.32 Cabeça Padrão | “Estudo de prospecção e defesa da paisagem urbana do Algarve”
– Ficha de prospeção do espaço envolvente à Igreja Matriz de Pera (Silves). 57
Figura I.33 Fernando Távora | “Estudo de renovação urbana do Barredo” (1969) – Capa do estudo
58
Figura I.34 Pousada de Santa Marinha da Costa | Vista de sul antes das obras 59
Figura I.35 Pousada de Santa Marinha da Costa | Vista de sul depois das obras 59
Figura I.36 Paris | Planta antes dos trabalhos de Haussman (1853) 65
Figura I.37 Paris | Planta de Paris com as transformações executadas por Haussman 65
Figura I.38 Paris | Projeto para a abertura da “Avenue de L’Opera” 66
Figura I.39 Paris | Vista da “Avenue de L’Opera” 66
Figura I.40 Barcelona | Cerdá: “Plano topográfico de los alredores de Barcelona” (1858) 67
Figura I.41 Barcelona | Cerdá: Plano de “modificación y ampliación” de Barcelona (1859)
67
Figura I.43 Barcelona | Plano de Ildefons Cerdá para a Cidade Antiga (1859) 68
Figura I.44 Sitte | Capa e páginas do seu livro Der Stadtebau (1889) 70
Figura I.45 Le Corbusier | Renovação urbana (leituras) 72
Figura I.46 Le Corbusier | Renovação urbana (leituras) 72
Figura I.47 Le Corbusier | Renovação urbana (leituras) 72
Figura I.48 Le Corbusier | Renovação urbana (leituras) 72
Figura I.49 Le Corbusier | Plan Voisin, Paris (1925) – desenho da proposta 73
Figura I.50 Le Corbusier | Plan Voisin, Paris (1925) – maqueta 73
Figura I.51 Le Corbusier | Plan Voisin, Paris (1925) – planta 73
Figura I.52 Le Corbusier | Plan Voisin, Paris (1925) – maqueta 73
Figura I.53 Ciutat Vella | Plano – GATCPAC (1934) 74
Figura I.54 Varsóvia | Praça do Castelo: após a guerra e após reconstrução 76
Figura I.55 Varsóvia | Praça do Castelo: após a guerra e após reconstrução 76
Figura I.56 Kevin Lynch | Ilustrações do livro “Imagem da Cidade” (1960) 78
Figura I.57 Gordon Cullen | “Uma vítima da desurbanização traça o seu próprio protesto público, a memória de um aglomerado na justa densidade”
78
Figura I.58 York | “A study in conservation” – Usos do solo urbano (1968)
81
Figura I.59 York | “A study in conservation”
– Estado de conservação do edificado (1968)
81
Figura I.60 York | “A study in conservation” – Fachadas de Low Petergate (1968) 81
Figura I.61 Rouen | Delimitação do “Secteurs sauvegardés” 84
Figura I.62 Bourges | “Plans Permanents de Sauvegarde et de Mise en Valeur” – Classificação do edificado (1965-69)
85
Figura I.63 Amiens | “Cidade Monumento de França” – Declarada pela Lei Malraux
87
Figura I.64 Dijon | Outra das cidades salvaguardadas pela Lei Malraux 87
Figura I.65 Bolonha | Estudos tipológicos – Plano do Centro Histórico de Bolonha 9
Figura I.66 Bolonha | Reabilitação de conjunto habitacional no quarteirão “San
Leonardo”
90
Figura I.67 Bolonha | Programa de intervenções públicas – Plano do Centro Histórico de Bolonha
91
Figura I.68 Bolonha | Programa de intervenções públicas – Plano do Centro Histórico de Bolonha
91
Figura I.69 Símbolo da Campanha Europeia para o Renascimento das Cidades 93
Figura I.70 Plano Geral Metropolitano (PGM) (1976) 95
Figura I.71 Área abrangida pelos PERI 97
Figura I.72 PERI – Setor Oriental 98
Figura I.73 PERI – Raval 98
Figura I.74 Rambla del Raval 99
Figura I.75 Rambla del Raval 99
Figura I.76 PERI – Bairro Gótico 99
Figura I.77 “Ciutat Vella” | Intervenções urbanísticas - ARI (1984) 102
Figura I.78 Vistas Áreas – Ciutat Vella 103
Figura I.79 Vistas Áreas – Ciutat Vella 103
Figura I.80 Praça do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA) 103
Figura I.81 Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB) 103
Figura I.82 ANAH. Documentos de apoio a candidaturas a financiamento e fichas técnicas de apoio ao projeto
104
Figura I.83 Lyon | “Acções de requalificação da habitação privada: OPAH e plano de luta contra o habitat indigno”
106
Figura I.84 Paris, Goutte d’Or | Intervenções de reabilitação urbana (OPAH) num quarteirão emblemático: aplicação prática do princípio da cidade histórica como área residencial por excelência
106
Figura I.85 Berlim | IBA: propostas de diversos arquitetos convidados para intervirem no
“Kreuzberg”
107
Figura I.86 Iniciativas e documentos mais relevantes para as dimensões urbana e territorial no âmbito da União Europeia
118
Figura I.87 Plano Geral de Melhoramentos de Lisboa – Frederico Ressano Garcia (1903)
130
Figura I.88 Plano Geral para o Porto e sua relação com a antiga malha urbana – Barry Parker (1915)
130
Figura I.89 Plano Geral de Melhoramentos da Póvoa do Varzim – Ezequiel de Campos (1920)
Figura I.90 “Ante-Projecto de Urbanização de Embelezamento e de Extensão da Cidade de Coimbra”
– Etienne de Groer (1940)
133
Figura I.91 Zona de Proteção do Mosteiro de Arouca – Alberto da Silva Bessa (1960)
136
Figura I.92 Guimarães, Praça de Nossa Senhora da Oliveira – Projeto para arranjo das fachadas
137
Figura I.93 Plano Geral de Urbanização de Faro
– João Aguiar (aprovado pela Câmara Municipal de Faro, 2 de junho de 1945) 139
Figura I.94 Plano Geral de Urbanização de Faro – João Aguiar
139
Figura I.95 Plano Geral de Urbanização de Évora
– Etienne de Groer (1947) – Esquema / Demolições / Final
139
Figura I.96 Plano Geral de Urbanização de Évora
– Etienne de Groer (1947) – Esquema / Demolições / Final
139
Figura I.97 Plano Geral de Urbanização de Évora
– Etienne de Groer (1947) – Esquema / Demolições / Final
139
Figura I.98 “Estudo de Prospecção e Defesa da Paisagem Urbana do Algarve” Exemplo de Ficha de inquérito e análise para edifícios
143
Figura I.99 “Estudo de Prospecção e Defesa da Paisagem Urbana do Algarve” Exemplo de Ficha de inquérito e análise para os espaços públicos
143
Figura I.100 Ribeira-Barredo, anos 60 – Ambiente degradado e população desfavorecida 146
Figura I.101 Ribeira-Barredo, anos 60 – Ambiente degradado e população desfavorecida 146
Figura I.102 Fernando Távora | “Estudo de renovação urbana do Barredo” (1969) – Levantamento da situação existente (Quarteirão I)
146
Figura I.103 Fernando Távora | “Estudo de renovação urbana do Barredo” (1969) – Proposta/planta (Quarteirão I)
146
Figura I.104 Fernando Távora | “Estudo de renovação urbana do Barredo” (1969) – Proposta/alçado (Quarteirão I)
146
Figura I.105 Principais zonas operacionais de preservação do património urbano em fase de estudo e planeamento ou já estudadas nos anos 90
149
Figura I.106 Planta com o conjunto das intervenções do CRUARB entre 1974-2000 149
Figura I.107 Porto | Primeira manifestação de moradores contra a sublocação, entrada da Câmara Municipal (30 novembro 1974)
151
Figura I.108 SAAL | Auto-construção 151
Figura I.109 PRU | Gabinetes Técnicos Locais – Despacho nº 4 /SEHU/88
155
Figura I.110 PRU | Gabinetes Técnicos Locais – Despacho nº 4 /SEHU/88
Distribuição espacial das candidaturas e dos GTL formados no âmbito do PRU 155
Figura I.111 Concelhos que tiveram pelo menos um GTL em funcionamento entre 1985-2008 (a vermelho) – PRU / PRAUD
158
Figura I.112 Iniciativa Comunitária Urban | “Cidades que participaram na Iniciativa Comunitária Urban
163
Figura I.113 PROQUAL | Municípios elegíveis 165
Figura I.114 PROGRAMA POLIS | Intervenções Polis – Localização (Concluídas / Em execução)
168
Figura I.115 “Política de Cidades POLIS XXI”: enquadramento 169
Figura I.116 “Política de Cidades POLIS XXI”: financiamento 172
Figura I.117 Evolução do INTERREG (1990-2020) 176
Figura I.118 Cronograma de Programas de Desenvolvimento Urbano Portugueses 180
Figura I.119 Estratégia “Cidades Sustentáveis 2020” (abril, 2015) 186
Figura I.120 Estudo de preservação e Renovação Urbana de Ponte de Lima – DGPU (1979-82)
193
Figura I.121 Logótipo “Programa Local de Habitação de Lisboa” 219
Figura I.122 Logótipo “+ HABITAÇAO – Estratégia Nacional para a Habitação” (ENH) 222
Figura I.123 PROGRAMA RECRIA
Distribuição dos contratos (2007 e 2008) / localização geográfica - Atualização dos dados em março2009
273
Figura I.124 PROGRAMA REHABITA
Distribuição de candidaturas (2007 e 2008) / localização geográfica - Atualização dos dados em março2009
275
Figura I.125 PROGRAMA RECRIPH
Distribuição das candidaturas (2007 e 2008) / localização geográfica - Atualização dos dados em março2009
Figura I.126 PROGRAMA SOLARH
Distribuição das candidaturas (2007 e 2008) / localização geográfica - Atualização dos dados em março2009
278
Figura I.127 Candidaturas contratadas
(quatro programas de apoio à reabilitação urbana / 2007-2008)
279
Figura I.128 “Reabilitar para Arrendar” | Logótipo do programa 284
Figura I.129 “Reabilitar para Arrendar – Habitação Acessível” | Logótipo do programa 285
Título II
Figura II.130 Quarteirão das Cardosas
– Área de intervenção (interior do quarteirão) / julho 09
319
Figura II.131 Quarteirão das Cardosas
– Área de intervenção (interior do quarteirão) / julho 09
319
Figura II.132 Quarteirão das Cardosas
– Área de intervenção (interior do quarteirão) / julho 09
319
Figura II.133 Anúncio: Convite de apresentação de propostas para “Unidades de Intervenção” (Porto Vivo SRU)
321
Figura II.134 Anúncio: Concurso público para seleção de parceiro privado (Porto Vivo SRU) 331
Figura II.135 Extrato da Capa do Jornal Público (13 de julho/2009: Ano XX, Nº7041) 336
Título III
Figura III.136 A flexibilidade do planeamento estratégico 413
Figura III.137 Plano Estratégico| Processo de planeamento 418
Figura III.138 Projeto IUPM | Modelo metodológico proposto para processos de reabilitação urbana
454
Figura III.139 Esquema de modelo de estratégia possível num processo de revitalização 466
Figura III.140 Modelo de gestão (nacional e local) 468
Figura III.141 Centro Histórico de Braga | Delimitação da ARU 479
Figura III.142 Porto | Área classificada (Lista da UNESCO) e respetiva área de proteção 481
Figura III.143 ARU “Centro Histórico do Porto” 481
Figura III.144 ARU “Centro Histórico de Vila Nova de Gaia” 481
Figura III.145 Conversão de ACRRU’s em ARU’s (1ª Geração) – Caso particular do Município de Lisboa
483
Figura III.146 ARU’s (1ª Geração) | ORU’S: modelo de gestão /caso particular de Lisboa 491
Figura III.147 Período de programação 2014-2020 | Estrutura organizativa 508
Figura III.148 Esquema | Tipos de equipa de avaliação em planeamento 523
| Lista de Fluxogramas
Título I Título II
Fluxograma II.1 SRU: Constituição 310
Fluxograma II.2 SRU | Competências jurídicas 313
Fluxograma II.3 SRU: Procedimento Especial de Licenciamento ou Autorização 318
Fluxograma II.4 SRU | Intervenção 328
Fluxograma II.5 Área de Reabilitação Urbana (ARU) | Caracterização 347
Fluxograma II.6 Área de Reabilitação Urbana (ARU): delimitação | Processo de aprovação 377
Fluxograma II.7 ARU e ORU | Articulação 380
Fluxograma II.8 Operação de Reabilitação Urbana (ORU) | Processo de aprovação / Instrumento Próprio
382
Título III Fluxograma
III.9
PEDU | Estrutura organizativa (conteúdos) 426
Fluxograma III.10
Definição da “Nova política europeia de reabilitação urbana” 434
Fluxograma III.11
“Meios de ação necessários para as várias etapas do processo de reabilitação”
440
Fluxograma III.12
“Diagnóstico que precede à estratégia” 442
Fluxograma III.13
| Lista de Tabelas
Título I
Tabela I.1 Categorias de valores dos Monumentos (Inventário segundo Alois Riegl) 18
Tabela I.2 IBA Berlim: Doze princípios para uma renovação urbana (Extratos de IBA – Internationale Bauaustellung Berlin)
108
Tabela I.3 Políticas Urbanas Europeias: Programas / Projetos / Iniciativas Europeus, 1990-2010.
114
Tabela I.4 Análise de alguns programas urbanos do QCA III no contexto nacional 181
Tabela I.5 Fatores críticos para futuros programas de desenvolvimento urbano portugueses
182
Tabela I.6 Quadro resumo | Política de Cidades: até 2007 / 2007-2013 / 2014-2020 187
Tabela I.7 Eixos e Medidas | PEH (2008-2013) 218
Tabela I.8 Pilares / Desafios / Medidas | ENH 224
Tabela I.9 RJRU | Diplomas conexos 295
Título II
Tabela II.10 SRU | Elaboração do Documento Estratégico 323
Tabela II.11 Área de Reabilitação Urbana (ARU) | ACRRU’s / SRU’s / ARU’s (REARU / EBF) 349
Tabela II.12 Operação de Reabilitação Urbana (ORU) | Tipos e sistematização dos conteúdos 354
Tabela II.13 Operação de Reabilitação Urbana (ORU) | Modelos de execução 360
Tabela II.14 Operação de Reabilitação Urbana (ORU) | Instrumentos de execução – Controlo das Operações Urbanísticas
364
Tabela II.15 Operação de Reabilitação Urbana (ORU) | Instrumentos de execução – Instrumentos de Política Urbanística
366
Tabela II.16 Imposição da obrigação de reabilitar / Obras coercivas 368
Tabela II.17 “Venda forçada” 369
Tabela II.18 Análise comparada: RJERU / RJRU (DL307/2009 e L32/2012) 392
Título III
Tabela III.19 PEC (1994) | Estrutura organizativa: objetivos e referências 410
Tabela III.20 Programas Operacionais | Eixos Urbanos 423
Tabela III.21 “Nova política europeia de reabilitação urbana”: Metas / Objetivos / Objetivos específicos
435
Tabela III.22 “Sumário dos meios de ação necessários para o sucesso de uma política de reabilitação”
447
Tabela III.23 Projeto IUPM | “Plano de ação”: Programa opercaional / Projeto / Ação 453
Tabela III.24 Projeto IUPM | Sistematização das principais etapas do modelo metodológico 455
Tabela III.25 ARU| Delimitação: “Perfis de áreas físicas” 478
Tabela III.26 ARU’s (1ª Geração) | “Premissas” (delimitações prévias) 484
Tabela III.27 ARU’s (1ª Geração) | Quadro resumo: programação / execução (Municípios) 492
Tabela III.28 ARU’s (1ª Geração) | IGT’s / “Instrumentos auxiliares” 495
Tabela III.29 ARU’s (1ª Geração) | Unidades de Intervenção 497
Tabela III.30 ARU’s (1ª Geração) | Entidade Gestora: sistematização (Municípios) 499
Tabela III.31 Modelos de Execução | Sistematização 501
Tabela III.32 ARU’s (1ª Geração) | Modelos de execução 503
Tabela III.33 PORTUGAL 2020 | Estruturação Estratégica 509
Tabela III.34 PORTUGAL 2020 | Resumo dos Programas Operacionais 512
Tabela III.35 PO SEUR | Eixos / Prioridades de Investimento / Objetivos Específicos 514
Tabela III.36 ARU’s (1ª Geração) | Monitorização
Acompanhamento e avaliação da ORU nos termos do Artigo 20º-A do RJRU
| Lista de Siglas e Acrónimos
ANAH Agence Nacionale pour l’Amélioration de l’Habitat
ACRRU Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística
AIP Área de Intervenção Prioritária
ARU Área de Reabilitação Urbana
AGEMN Administração Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais
BEI Banco Europeu de Investimento
CAM Comissão Arbitral Municipal
CCR Comissão de Coordenação Regional
CIMI Código do Imposto Municipal sobre Imóveis
CIAM Congresso Internacional de Arquitetura Moderna
CEU Conselho Europeu de Urbanistas
CRUARB Comissariado para a Reconversão Urbana da Área Ribeira – Barredo
DE Documento Estratégico
DGEMN Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais
DGOT Direção Geral do Ordenamento do Território
DGOTDU Direção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano
DGSU Direção Geral dos Serviços de Urbanização
DUP Declaração de Utilidade Pública
EM Empresa Municipal
EEM Entidade Empresarial Municipal
ERU Estratégia de Reabilitação Urbana
ENH Estratégia Nacional para a Habitação
FEDER Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional
FDU Fundo de Desenvolvimento Urbano
FFH Fundo de Fomento à Habitação
GTL Gabinete Técnico Local
ICOM International Council of Museums
ICOMOS International Council of Monuments and Sites
IGAPHE Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado
IGESPAR Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IP)
IHRU Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IP)
IIP Imóvel de Interesse Público
IMC Instituto dos Museus e da Conservação
IMI Imposto Municipal de Imóveis
INE Instituto Nacional de Estatística
INH Instituto Nacional da Habitação
IP Instrumento Próprio
IPCR Instituto Português da Conservação e Restauro
IPPAR Instituto Português do Património Arquitetónico
IPPC Instituto Português do Património Cultural
IRC Imposto sobre o rendimento coletivo
IRS Imposto sobre o rendimento singular
IVA Imposto sobre valor acrescentado
JESSICA Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas (Apoio Europeu Conjunto ao Investimento Sustentável em Zonas Urbanas)
MAOTDR Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional
MN Monumento Nacional
MEPAT Ministério do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território
MPAT Ministério do Planeamento e da Administração do Território
NRAU Novo Regime de Arrendamento Urbano
OECD Organisation for Economic Co-operation and Development
OHRU Observatório da Habitação e da Reabilitação Urbana
ONU Organização das Nações Unidas
OPAH Opérations Programmées d’Amélioration de l’Habitat
ORU Operação de Reabilitação Urbana
PDM Plano Diretor Municipal
PER Programa Especial de Realojamento
PERU Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
PGU Plano Geral de Urbanização
PMOT Plano Municipal de Ordenamento do Território
PNPOT Plano Nacional da Política de Ordenamento do Território
POLIS Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades
PP Plano de Pormenor
PPRU Plano de Pormenor de Reabilitação Urbana
PPP Parceria Público Privada
PPS Plano de Pormenor de Salvaguarda
PRACE Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado
PRAUD Programa de Recuperação de Áreas Urbanas Degradadas
PRID Programa Integrado de Desenvolvimento Regional
PROSIURB Programa de Consolidação do Sistema Urbano Nacional e Apoio à Execução dos Planos Diretores Municipais
PRU Programa de Reabilitação Urbana
PU Plano de Urbanização
QCA Quadro Comunitário de Apoio
QREN Quadro Referência Estratégico Nacional
RAU Regime de Arrendamento Urbano
RECRIA Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados
RECRIPH Regime Especial de Comparticipação e Financiamento na Recuperação de Prédios Urbanos em Regime de Propriedade Horizontal
RGEU Regime Geral das Edificações Urbanas
REHABITA Regime de Apoio à Recuperação Habitacional em Áreas Urbanas Antigas
RJERU Regime Jurídico Excecional da Reabilitação Urbana
RJIGT Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial
RJUE Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação
RJRU Regime Jurídico da Reabilitação Urbana
SAAL Serviço de Apoio Ambulatório Local
SEALOT Secretaria de Estado da Administração Local e do Ordenamento do Território
SEHU Secretaria de Estado da Habitação e Urbanismo
SOLARH Programa de Solidariedade e Apoio à Recuperação e Habitação
SRU Sociedade de Reabilitação Urbana
UE Unidade de Execução
UI Unidades de Intervenção
UNESCO United Nations Educational and Cultural Organization
ZEP Zona Especial de Proteção
| Introdução
A presente tese constitui um documento síntese de uma investigação efetuada no âmbito do curso de Doutoramento em Arquitetura, coordenado pelo Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura (DECA), Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior.
O modelo da presente tese assume-se como um registo de um processo de aprendizagem e de investigação centrado num conjunto de atividades que estiveram, numa primeira fase, na génese da presente tese, numa segunda fase, num processo de assimilação e articulação com outras áreas e, numa terceira fase, na apresentação do tema objeto de investigação, na compilação e formulação resultados.∗∗∗∗
Estes desenvolvimentos motivaram uma reflexão com o consequente aprofundar sobre as questões que se colocam e se expõe na presente tese.
Enquadramento do tema
A reabilitação urbana assume-se hoje como uma componente indispensável da política das cidades.
A legislação portuguesa tem vindo a valorizar, direta ou indiretamente, o tema da reabilitação urbana face às diversas e recentes propostas legislativas, numa clara e assumida alteração de paradigma.
Desta forma, no contexto atual a reabilitação urbana é vista como uma tendência das políticas públicas visando contrariar o paradigma de desenvolvimento urbanístico assente na expansão urbana evitando uma perdas territoriais, ambientais, sociais e financeiras, que a caracterizam.
Consideramos que o presente trabalho pode contribuir para o desenvolvimento do conhecimento sobre a prática da reabilitação urbana, fornecendo uma base sobre a qual se podem aprofundar diversas temáticas de aplicação do RJRU, enquanto suporte instrumental de apoio e implementação das opções a serem tomadas pelos diversos atores em operações de reabilitação urbana.
∗ ∗ ∗
∗ (I) A frequência e conclusão do Mestrado em “Metodologias de Intervenção no Património
Arquitectónico” (2004/2010) coordenado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto este
na génesa da orientação de abordagem da temática da reabilitação urbana. A dissertação desenvolvida sob o tema “A cidade (histórica) enquanto processo contínuo de (re)formulação. As Sociedades de
Reabilitação Urbana como proposta de reabilitação urbana.”
(II) A frequência no Curso de Pós-Graduação em Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente (XVI Edição - 2010/2011) coordenado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra tendo contactado com demais bases de formação.
(III) O convite para colaborar na elaboração do livro comentado do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (2011) na consolidação do tema.
Pertinência do tema
As cidades vão assistindo à degradação progressiva das suas estruturas urbanas, dos seus edifícios e dos seus espaços exteriores. Uma degradação decorrente do próprio envelhecimento, da sobrecarga de usos, ou ainda do desajuste a novos modos de vida. Por isso, torna-se imprescindível o desenvolvimento de processos de reabilitação urbana integrada, racionalizando recursos e evitando intervenções dispersas que possam revelar-se contraditórias.
Paralelamente, a reabilitação urbana foi sendo desconsiderada na abordagem das políticas públicas. Poderemos enunciar várias razões para este facto mas, num sentido amplo, consideramos que muito se deveu à preferência pela construção nova mais ajustada às exigências de qualidade e, muitas vezes, disponibilizada a mais baixos preços premissas associadas à crença de uma inesgotável capacidade de expansão urbana das cidades.
Igualmente, associado a isto tudo, a difícil operacionalização da reabilitação urbana, nas suas várias vertentes, foi colocando a reabilitação urbana como uma opção pouco atrativa. De facto, para que a reabilitação aconteça, de forma intensiva e sistemática e não apenas pontual, colocam-se enúmeros desafios aos municípios, no sentido de eliminar barreiras e na aplicação de instrumentos capazes de responder às novas exigências.
Face à reorientação dada às políticas públicas, confirmada por diversos sinais que foram sendo dados ao longo desta última década, e em especial o passado recente com as últimas alterações legislativas, consideramos de grande pertinência a formulação da presente tese, e todo o seu processo de investigação, entendendo como pertinente a análise dos instrumentos disponíveis que, pela sua atualidade, escasseia em estudos.
Entendemos como pertinente a análise do diploma legal que rege atualmente os processos de reabilitação urbana em Portugal. O Regime Jurídico de Reabilitação Urbana veio instituir-se como o instrumento disponível dos municípios para a operacionalização de processos de reabilitação urbana, sendo especialmente referenciado nas demais, e recentes, disposições legais que visam os novos pressupostos de intervenção e financiamento em áreas urbanas degradadas.
O “Estado de Arte” no domínio dos instrumentos de reabilitação urbana no quadro da ação municipal processou-se, por um lado, pela análise evolutiva de contextualização (teórica e prática) do tema da reabilitação urbana através de disposições legais, orientações e programas e, por outro lado, pela análise do RJRU enquanto diploma legal de base instrumental em articulação e aprofundamento das diversas temáticas que lhe estão associadas.
A presente tese assume-se como um documento operacional, enquanto contributo de base técnica para quem trabalha diretamente com a operacionalização de processos de reabilitação urbana e, em muito por isso, afasta-se das atuais orientações no sentido de reduzir o tamanho dos trabalhos científicos, e das teses de doutoramento em especial.
A pertinência da análise do RJRU vê-se reforçada pelo número de municípios que já aplicaram o diploma na constituição de ARU´s, constatado pelo levantamento efetuado das ARU’s constituídas até à presente data, tendo como referência a respetiva publicação em Diário da República.
Desta forma, e no sentido de dar uma resposta:
o À clarificação dos instrumentos disponíveis, metodologia e abordagem subjacentes à prática atual da reabilitação urbana em Portugal, considerando os objetivos, e princípios inerentes;
o À necessidade de criação de um conhecimento base sobre o RJRU, mediante a compilação e a sistematização de informação nas diversas áreas complementares ao diploma;
o À necessidade de criação de uma metedologia de operacionalização de processos de reabilitação urbana tendo por base o RJRU, diploma aplicado pelos municípios.
Colocam-se as seguintes questões:
A primeira, e principal, questão que se coloca:
Será o RJRU capaz de se instituir como instrumento operacional, ao serviço dos municípios, no planeamento/execução/avaliação de operações de reabilitação urbana em tudo o que atualmente implica este tipo de intervenções (integração de objetivos e princípios sociais, ambientais, culturais e de sustentabilidade de forma impulsionar a dinamização económica das áreas urbanas em declínio, objeto de intervenção)?
Pretendendo encontrar outras vias de entendimento, colocam-se outras questões acessórias: Como proceder, à luz do pensamento atual e dos instrumentos disponíveis, na reabilitação de áreas urbanas degradas em Portugal?
As experiências nacionais e internacionais de referência podem apoiar na construção de uma metodologia tendo por base o RJRU?
É evidente a adesão dos municípios à aplicação do RJRU pelo elevado número de ARU´s constituídas desde a primeira publicação em 2009. Contudo, não poderemos deduzir daqui a capacidade dos municípios de efetivarem uma verdadeira operacionalização do RJRU pois não existe uma avaliação tanto dos processos (as fases de implementação) como dos meios (capacidade técnica).
Desta forma, coloca-se uma outra questão (mais como reflexão):
Serão os municípios capazes de instituir o RJRU como instrumento operacional, capaz de viabilizar iniciativas municipais de reabilitação urbana, ou este é tratado como um mero meio de acesso a financiamento face ao enquadramento dado por diversas disposições legais na integração das ARU’s como permissas ao financiamento?
Para conhecer a prática da reabilitação urbana em Portugal importa conhecer diferentes atuações, quer de caráter excecional ligadas a programas europeus quer situações correntes à margem de iniciativas institucionais. Igualmente, através do estudo do quadro legal em Portugal importa compreender em que medida as tendências atuais sobre reabilitação urbana se podem compatibilizar com a realidade portuguesa.
Assim, o objetivo geral de presente tese consiste em:
Verificar a capacidade instrumental do RJRU na operacionalização de processos de reabilitação urbana.
A presente tese tem como objetivo geral debruçar-se sobre o atual instrumento de intervenção no âmbito da temática da reabilitação urbana, o RJRU, na sistematização dos conteúdos base que o constituem, e verificar qual a incidência da sua aplicação e operacionalização, no quadro da ação municipal.
Este objetivo desdobra-se nos seguintes subobjetivos:
o Precisar o conceito de reabilitação urbana no quadro das orientações europeias; o Enumerar cronologias e descrever as práticas da reabilitação urbana em Portugal
(passadas / recentes) como sistematização evolutiva;
o Aprofundar o conhecimento do quadro legal nacional, no âmbito da reabilitação urbana, através da análise dos instrumentos legais publicados;
o Fazer o enquadramento do RJRU no quadro articulado com as demais disposições legais (face a uma sistematização direcionada sobre o tema da reabilitação urbana); o Avaliar a capacidade de operacional das figuras ARU e ORU;
o Formular uma metodologia de atuação em processos de reabilitação urbana tendo por base a lógica processual do RJRU, formulada numa matriz, de forma a avaliar a sua operacionalidade.
Os resultados esperados propõem-se como contributo:
o No conhecimento do diploma vigente para a operacionalização de processos de reabilitação urbana em Portugal reforçado pela sua articulação com demais legislação, mais especificamente no âmbito do financiamento tendo como referência o próximo período de programação 2014-2020;
o No estabelecer de uma metodologia capaz de auxiliar os processos a virem a ser implementados em futuras ARU’s, ou até mesmo nos processos de ARU’s já em curso; o Na disponibilização de informação organizada, específica à aplicação do RJRU, que
atualmente se encontra de forma avulsa, como auxiliar técnico aos vários intervenientes dos processos de reabilitação urbana.
Metodologia e estrutura do documento
A presente tese divide-se em três partes:
I.Uma primeira mais conceptual, teórica e legislativa em redor das questões ligadas à reabilitação urbana. Assim:
- Procede-se à estruturação e clarificação de conceitos;
- Estabelece-se a relação com a escala urbana através de uma análise cronológica de sucessivas propostas de intervenção, no âmbito de políticas urbanas, de forma a enquadrar os regimes jurídicos da reabilitação urbana (e diplomas associados).
II.Uma segunda de análise específica do(s) diploma(s) de base da tese. Assim:
- Desenvolve-se uma análise evolutiva dos diplomas portugueses direcionados para a reabilitação urbana;
- Estabelece-se uma análise comparada dos diplomas sobre as principais propostas e diferenciações.
III.Uma terceira parte, de cariz mais prático, onde se propõe uma metodologia de atuação tendo por base os pressupostos do RJRU. Assim:
- Face a uma base sustentada de análise prévia do RJRU e devida clarificação das componentes principais do diploma (ARU / ORU) propõe-se uma metodologia de atuação com base na estruturação do RJRU.
A sequência metodológica adotada reflete-se na estrutura do documento. Desta forma, a presente tese encontra-se dividida em três partes concretizando, para cada parte, uma síntese conclusiva fazendo nota dos pontos principais desenvolvidos:
A primeira parte (Título I):
“Reabilitação Urbana: uma prática (de)corrente” inclui três capítulos:
Capítulo I.1
Património, Património Urbano, Reabilitação Urbana: enquadramento e clarificação de conceitos
Capítulo I.2
Reabilitação Urbana: contexto nacional, a prática Capítulo I.3
Reabilitação Urbana: quadro geral dos regimes jurídicos Síntese Conclusiva
A segunda parte (Título II):
“Os diplomas da Reabilitação Urbana: aplicação e (des)continuidades” inclui quatro capítulos:
Capítulo II.1
DL 104/2004: Regime Jurídico Excecional da Reabilitação Urbana (RJERU) Capítulo II.2
DL 307/2009: Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU) Capítulo II.3
L 32/2012: a primeira alteração ao RJRU Capítulo II.4
Análise comparada dos diplomas Síntese Conclusiva
A terceira parte (Título III):
“RJRU: da instrumentação à intervenção” inclui quatro capítulos:
Capítulo III.1
Da instrumentação à intervenção: articulação Capítulo III.2
Da instrumentação à intervenção: metodologia Capítulo III.3
Da instrumentação à intervenção: atuação estratégica e operacional Capítulo III.4
Da instrumentação à intervenção: uma proposta de
Metodologia de Atuação (estratégica e operacional) em Processos de aplicação do RJRU [MAP_RJRU]
Síntese Conclusiva Anexos
I. Visa documentar e complementar a base desenvolvida na tese.
II. No levantamento das ARU’s vigentes, estabeleceu-se como critério a publicação em Diário da República, tendo sido complementado com consulta à entidade com competência na área da reabilitação urbana, Instituto Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).
III. O levantamento das ARU’s publicadas em Diário da República reporta-se ao período de 23 outubro/2009 (publicação do diploma) a 16 julho/2015.
No que se refere ao processo de compilação de informação das ARU’s, este foi muito condicionado à informação que ia sendo disponibilizada pelos municípios.
IV. Importa referir que, no que se refere aos processos de Avaliação/Monitorização, a recolha de informação foi igualmente condicionada face ao disponibilizado pelos municípios.
Título I | Reabilitação Urbana: uma
prática (de)corrente
“ (…) todas as cidades do mundo são a expressão material da diversidade das sociedades através da história, sendo, por esse facto, históricas. (…) cidades grandes ou pequenas e aos centros ou bairros históricos, com o seu ambiente natural ou edificado, que, para além da sua qualidade como documento histórico, expressam os valores próprios das civilizações urbanas tradicionais.”
Carta Internacional para a Salvaguarda das Cidades Históricas, ICOMOS, 1987. (Preâmbulo e Definições)
No presente título faz-se um enquadramento amplo do tema da tese iniciando uma abordagem mais conceptual, descrevendo os principais paradigmas que orientaram as intervenções no património histórico-arquitetónico evoluindo para uma abordagem mais prática da intervenção ao nível da escala urbana.
A sequência dos três capítulos do presente título reflecte esta evolução, onde se procura sistematizar uma base teórica capaz de sustentar o desenvolvimento dos títulos seguintes.
No capítulo I.1 são enunciadas as diversas teorias de conservação e gradual definição dos conceitos, desde os teóricos, às cartas, convenções e recomendações com o objetivo de reconhecer uma evolução dos princípios enunciados, inserindo o contexto nacional, numa relação comparada entre princípios, intervenções e intervenientes. Desta forma, faz-se o percurso conceptual e normativo de intervenção, desde os monumentos, conjuntos e sítios à cidade histórica, enquadrada na sua envolvente, com o qual se relaciona e do qual é indissociável.
No capítulo I.2, faz-se o enquadramento do conceito de reabilitação urbana que surge no âmbito da conservação integrada, como resposta ao declínio físico, social e económico dos tecidos antigos, tendo como principal objetivo a integração destes tecidos e edifícios na vida contemporânea. Desta forma, faz-se a análise evolutiva do planeamento urbanístico em Portugal, desde as primeiras propostas e programas nacionais até aos processos de gestão como resposta a políticas urbanas europeias de aplicação nacional (local).
No capitulo I.3, faz-se a delimitação da reabilitação urbana enquanto capítulo especial do direito do urbanismo e estabelece-se a sua relação no quadro geral dos regimes jurídicos associados para, desta forma, fazer-se o enquadramento do quadro legislativo português no que se refere à prática das operações de reablitação urbana.
O Estado assume-se como o principal responsável pela política de reabilitação urbana e, enquanto tal, estabelece os instrumentos com capacitação tanto ao nível administrativo, urbanístico e de financiamento, que lhe garantem a posição de regulador sendo o papel executor, cada vez mais, remetido para o poder local que desempenha um papel crucial na motivação e mobilização dos diversos agentes aplicando os instrumentos que lhe são disponibilizados.
Desta forma, faz-se a articulação com o Título II no enquadramento dos intervenientes e meios, delimitando o diploma em análise na tese – RJRU.
Capítulo I.1 | Património, Património Urbano,
Reabilitação
Urbana:
enquadramento
e
clarificação de conceitos
I.1.1 | Património: doutrinas e intervenientes
O Homem enquanto detentor da capacidade de controlar a sua realidade física envolvente procura mecanismos de apropriação e de referenciação como testemunho dessa necessidade de afirmação da sua condição humana.
Por definição, “património” refere-se ao conjunto de bens que passam como herança entre gerações, nessa tentativa de afirmação da condição humana. O “património cultural” refere-se aos bens, materiais e imateriais, que uma sociedade recebe das gerações anteriores e que, teoricamente, deverá transmitir às gerações vindouras, identificando-a como comunidade.
Sendo parte do “património cultural”, o “património histórico-arquitetónico” refere-se à componente do edificado que sucessivas gerações foram deixando como legado e que, hoje, reporta um valor que transcende o da sua utilidade e os “sacraliza”.
A autora Françoise Choay1 diz-nos em que reside esse valor, identifica o que há de
diferente, ou pelo menos o sentimos como diferente e especial e, por conseguinte, valioso nas construções que “sacralizamos” e entendemos como património.
Defende que o seu valor reside, basicamente, em terem acumulado tempo e não tanto a beleza, nem a superioridade técnica ou artística do imóvel em sí. A razão primordial do valor é o reconhecimento da sua pertença a um momento histórico passado e que se tornou, por isso, memória física que preserva o espírito de um outro tempo.
A noção de “património histórico–arquitetónico” cruza-se com a de “monumento”. Ambos partilham a mesma função filosófica que consiste em mediar a relação dos indivíduos e das sociedades com o decurso da História.