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Design de comunicação vs investigação

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Academic year: 2021

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(1)DESIGN DE COMUNICAÇÃO VS. INVESTIGAÇÃO. ESTÁGIO NO CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM ARQUITETURA, URBANISMO E DESIGN [ CIAUD ] DA FACULDADE DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. DOCUMENTO FINAL. MESA DE JÚRI Presidente: Doutor Fernando Moreira da Silva Arguente: Doutor Gonçalo André Moço Falcão Orientador: Designer Especialista Gabriel Andrade Godoi Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. LISBOA | JANEIRO 2017. I //.

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(3) DESIGN DE COMUNICAÇÃO VS. INVESTIGAÇÃO. ESTÁGIO NO CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM ARQUITETURA, URBANISMO E DESIGN [ CIAUD ] DA FACULDADE DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. DOCUMENTO FINAL. MESA DE JÚRI Presidente: Doutor Fernando Moreira da Silva Arguente: Doutor Gonçalo André Moço Falcão Orientador: Designer Especialista Gabriel Andrade Godoi LISBOA | JANEIRO 2017.

(4)

(5) Aos meus Pais pelo amor incondicional.... Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. V //.

(6) AGRADECIMENTOS. À minha família pela força e incentivo constante, pelo amor incondicional, pelos valores, educação e o meu “porto de abrigo”. Ao meu Orientador, Professor Gabriel Godoi pela dedicação, apoio e disponibilidade ao longo destes meses, pois sem ele não seria possível. Ao meu Orientador de Estágio no CIAUD/ GEC, Professor Catedrático Fernando Moreira da Silva, pelo apoio incondicional e por toda a disponibildade ao longo destes meses. A toda a Equipa do CIAUD, Filipa Pires, Alexandra Luís e José Dias. À Professora Rita Almendra pela amizade, de dedicação apoio e disponibilidade. À Professora Elisabete Rolo pela disponibilidade e dedicação na entrevista. Ao Professor Gonçalo Falcão pela disponibilidade e dedicação na entrevista. À Professora Alexandra e Quintas pela amizade, de dedicação apoio, disponibilidade e amizade. À Sónia Rodrigues, pela simpatia desde o primeiro dia de estágio, pelo acompanhamento e entusiasmo que transmite em todos os projectos. A todos os colegas de trabalho que me ajudaram a integrar no Gabinete e a crescer como designer: Lúcia Carmona, Luis Ribeiro, Ana Santos, Alda Costa Marco Alves e Pedro Cordeiro. A todos os amigos e colegas pelas conversas e partilhas de ideias.. // VI.

(7) À Carmo Kattau Lopes e Maria Mouzinho por serem o meu ombro direito, pela paciência, por serem o meu orgulho e acima de tudo das pessoas mais importantes na minha vida “Lisboeta”. Ao meu grande irmão Nuno Leitão por ser uma inspiração e por estar presente em todos os momentos desde os 6 anos de idade. Ao Ricardo Afonso pelo apoio constante, pelas palavras, por ser uma pessoa importante e por eu saber que estará sempre lá. Ao meus Grandes Amigos: Patrícia Ribeiro, Joana Damião, Teresa Neves, Verónica Peixinho, Joana Falcão, Telma Falcão, Carolina Pina, Diogo Agostinho, Pedro Agostinho, Joana Marques, Margarida Besouro, Sofia Camacho, Ricardo Camacho, Adriana Guimarães, Salomé Esteves, Mariana Fernandes, Joana Silva, Tomás Marques, Filipe Sousa, Ana Rita Neves, Tessy Marques, Raquel Agostinho e a todas as pessoas especias. Ao Scott dos Santos... A todos aqueles que, de alguma forma, se cruzaram com este projecto. E por fim, mas não menos importante, à Faculdade de Arquitetura de Lisboa que me proporcionou uma formação adequada para a prática profissional.. Muito Obrigado!. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. VII //.

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(9) [T.L.:] - “ Como. ser um designer gráfico sem perder a alma, fez-me pensar sobre a natureza da alma” 1. (Glaser, 2006, p.6). 1. “How to be a graphic designer, without losing your soul provoked me to think about the nature of the soul”. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. IX //.

(10) // X.

(11) RESUMO. Para a conclusão do mestrado em Design de Comunicação, surgiu a necessidade e o desejo da realização de um estágio dentro da área. O seu principal objectivo foi aplicar todos os conhecimentos e técnicas adquiridas no ano curricular do mestrado e aprender novas metodologias relacionadas com o mercado de trabalho. O estágio realizou-se no Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (CIAUD) da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, que é responsável por promover o avanço do conhecimento científico, tecnológico e artístico nos domínios da Arquitetura, Urbanismo, Design e Ergonomia, interagindo com outras áreas disciplinares. Este trabalho tem como enquadramento teórico a relação entre a Investigação em Design de Comunicação e a prática profissional do Designer de Comunicação nos dias de hoje. É este o tópico investigativo que se aborda com a realização deste estágio no CIAUD, cujo relatório representa um registo e uma reflexão sobre as exigências e dificuldades inerentes à prática do Design de Comunicação. Com o estágio, pretendeu-se também adquirir e aperfeiçoar conhecimentos teóricos e práticos obtidos durante a formação académica, bem como a aprendizagem de novas culturas e metodologias relacionadas com diferentes realidades. A principal mais-valia foi a possibilidade de desenvolver projetos de pequenas e grandes dimensões para clientes reais e ver os mesmos serem materializados. Para o efeito, utilizou-se uma metodologia de natureza mista, assente em métodos intervencionistas de base qualitativa. Os resultados obtidos foram a aquisição de um maior conhecimento das exigências no mercado de trabalho e toda a interação com os investigadores e colegas.. PALAVRAS-CHAVE: Design de Comunicação; Investigação em Design; Metodologias de Investigação em Design; CIAUD. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. XI //.

(12) // XII.

(13) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. ABSTRACT. In order to conclude the Master in Communication Design, there was a need and will for an internship in this area of studies. Its’ main goal was to apply and sustain the knowledge and techniques acquired during the last curricular year and to learn new methodologies related to the job market. The internship has taken place at CIAUD on School of Architecture – Lisbon University that is responsible to promote the progression of artistic, scientific and technological knowledge related to Architecture, Urbanism, Design and Ergonomics, as other disciplinary areas. This internship has taken place at allowed to study the need for investigation in Communication Design and their professional practice nowadays. The investigation topic used abroad this stage on CIAUD and its’ report resulted in a registry and reflection about the difficulties, exigencies and needs inherent to the practice of Communication Design. This stage also permited to get and refine theoretical and practical knowledge wacquired during academics’ formation, as to learn new methodologies from different realities and cultures. It allowed to develop and materialize big projects for real costumers. The methodology used was mixed, based on qualitative interventionist methods. The expected results were the gain of better knowledge on market needs and the raise of interaction with colleagues and investigators.. KEYWORDS: Communication Design; Research in Design; Design Research Methodologies; CIAUD. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. XIII //.

(14) // XIV.

(15) ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS CIAUD | Centro de investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa CMYK | Cyan, Magenta, Yellow, Black (K = Key colour) DPI | Dots Per Inch FA-UL | Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa FCT | Fundação para a Ciência e a Tecnologia PDF | Portable document file RGB | Red, Green, Blue T.L | Tradução livre WWW | World wide web. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. XV //.

(16) // XVI.

(17) GLOSSÁRIO. Briefing Série de referências fornecidas que contém informações sobre o produto ou objeto a ser trabalhado, seu mercado e objetivos. O briefing sintetiza os objetivos a serem levados em conta para o desenvolvimento do trabalho. CMYK Cyan, Mangenta, Yellow, Black (ou ciano, magenta, amarelo e preto). Sistema de composição de cores primárias usadas na impressão de policromias. Quando os pontos destas cores são combinados em diferentes densidades, obtém-se uma grande variação de cores. Layout Plano ou estrutura de um objeto gráfico. Logótipo É uma representação gráfica que se refere ao nome e ao conceito particular de uma marca com o recurso tipográfico. Macintosh Referente ao primeiro computador Macintosh da Apple computers de 1984 que apresentou o rato e um interface gráfico centrado no utilizador. Foi o primeiro computador a permitir aos profissionais de design, projectarem no computador, tendo sido considerado um grande avanço tecnológico a nível mundial, especialmente para a área do Design. Tipografia Processo de composição de um texto em chumbo ou digital com tipos. Serifa Trata-se de uma parte da anatomia de uma letra e tem apenas papel estilístico, parecendo só em alguns tipos de letra. Situamse nas extremidades da letra e divergem muito de tipo para tipo. Pode ser também designada como patilha.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. XVII //.

(18) // XVIII.

(19) ÍNDICE GERAL Dedicatória. V. Agradecimentos. VI. Epígrafe. IX. Resumo. XI. Abstract. XIII. Acrónimos e Abreviaturas. XV. Glossário. XVII. Índice geral. XIX. Índice de Figuras. XX. 1. Introdução. 1. 2. Campo e tema. 3. 2.1 Tópico Investigativo. 3. 3. Objetivos. 5. 3.1. Gerais. 5. 3.2. Específicos. 5. 4. Enquadramento teórico. 7. Revisão de literatura: Design de Comunicação vs investigação. 9. 4.1 Design de Comunicação. 10. 4.1.1 Contextualização histórica. 10. 4.1.2 Design gráfico vs Design de Comunicação. 16. 4.1.3 Design Editorial. 18. 4.1.4 Características do Designer. 20. 4.2 Investigação. 23. 4.2.1 Metodologias de investigação. 23. 4.2.2 Métodos de investigação em design. 27. 4.3 Síntese do Capítulo. 29. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. XIX //.

(20) Centro de Investigação em Arquitetura,. 31. Urbanismo e Design [CIAUD] da Faculdade de Arquitetura de Lisboa 5.1 ULisboa. 33. 5.2 Faculdade de Arquitetura. 34. da Universidade de Lisboa 5.3 O CIAUD. 37. 5.3.1 Missão do CIAUD. 38. 5.3.2 Objetivos do CIAUD. 38. 5.3.3 Estratégia para o futuro do CIAUD. 39. 5.3.4 Objetivos principais do CIAUD. 40. 5.3.5 Quadro do CIAUD. 41. 5.4 Gabinete Editorial e de Comunicação. 42. 5.4.1 A visão do gabinete de comunicação. 42. 5.4.2 Estratégia de comunicação da FA-UL. 42. 5.4.3 Objetivos estratégicos da FA-UL. 44. estabelecidos pelo actual conselho de gestão. // XX. 5.4.4 O Plano de Comunicação da FA. 44. 5.4.5 Principais executivos. 45. 5.4.6 Funcionários. 45. 5.5 Período do estágio. 46. 5.5.1 Dinâmica interna. 46. 5.5.2 Metodologia do trabalho. 47. 6. Processo investigativo. 49. 6.1 Argumento. 51. 6.2 Desenho de investigação. 52. 6.2.1 Organograma. 53. 6.3 Benefícios. 54. 6.4 Disseminação. 55. 7. Estágio. 57. 7.1 Enquadramento do contexto de estágio. 58. 7.2 Desenvolvimento projetual. 59. 7.3 Projeto principal. 60.

(21) 7.4 Outro projetos. 79. 7.5 Síntese do capítulo. 112. 7.6 Análise de entrevistas. 114. 8. Conclusões & Recomendações. 121. 8.1 Conclusões. 122. 8.2 Recomendações. 127. 9. Elementos pós-textuais. 129. Referências bibliográficas. 131. Bibliografia. 135. Anexos. 142. Anexo A. 143. Anexo B. 143. Anexo C. 143. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. XXI //.

(22) ÍNDICE DE FIGURAS E QUADROS. Figura 1 | Esquema de relação entre os temas abordados no enquadramento teórico (Autor, 2016) Pag. 8 Figura 2 | As sete etapas do procedimento - Fonte: Quivy e Campenhoudt (2008). Pag. 24 Figura 3 | Logótipo U Lisboa Fonte: http://www.ulisboa.pt/ Pag. 33 Figura 4 | Logótipo Faculdade de Arquitetura Fonte: http://www.fa.ulisboa.pt/ Pag. 34 Figura 5 | Logótipo CIAUD Fonte: http://ciaud.fa.utl.pt Pag. 37 Figura 6 | Organograma relativo à presente investigação (Autor, 2016). Pag. 53 Figura 7 | Calendário Projetual (Autor, 2016). Pag. 59 Figura 8 | Ideias da S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 63 Figura 9 | Imagem S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 64 Figura 10 | Imagem Final da S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 65 Figura 11 | Banner da S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 66 Figura 12 | Cartaz da S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 67 Figura 13 | Flyer S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 68 Figura 14 | Lona Outdoor S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 69 Figura 15 | Banner verrtical com Keynote Speakers (Autor, 2016). Pag. 70 Figura 16 | Cartaz com os Keynote Speakers (Autor, 2016). Pag. 71 Figura 17 | Merchandising (Autor, 2016). Pag. 72 Figura 18 | Sinalética da S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 73 Figura 19 | Frente do programa desdobrável da Conferência S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 74 Figura 20 | Verso do programa desdobrável da Conferência S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 75 Figura 21 | Certificado da Conferência S2M 2016 (Autor, 2016). Pag. 76 Figura 22 | Banner da Conferência (Autor, 2016). Pag. 81 Figura 23 | Cartaz da desdobrável (Autor, 2016). Pag. 81 Figura 24 | Convite da Conferência (Autor, 2016). Pag. 81 Figura 25 | Papel de Embrulho (Autor, 2016). Pag. 83 Figura 26 | Saco de Plástico (Autor, 2016). Pag. 83 Figura 27 | Website da FA-ULisboa (Autor, 2016). Pag. 85. // XXII.

(23) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. Figura 28 | Cartão da Professor Doutora Teresa Cabral (Autor, 2016). Pag. 87 Figura 29 | Banner AESOP (Autor, 2016). Pag. 89 Figura 30 | Cartão de Aniversário (Autor, 2016). Pag. 91 Figura 31 | Banner Exposição Sena da Silva (Autor, 2016). Pag. 93 Figura 32 | Imagem de “A Língua que habitamos” (Autor, 2016). Pag. 95 Figura 33 | Diploma FA-UL (Autor, 2016). Pag. 97 Figura 34 | Certificado FA-UL (Autor, 2016). Pag. 97 Figura 35 | Cartaz Estiradores (Autor, 2016). Pag. 99 Figura 36 | Cartaz Digital - Candidatura Intercâmbio (Autor, 2016). Pag. 101 Figura 37 | Rótulo FAUL (Autor, 2016). Pag. 103 Figura 38 | Anúncio candidaturas (Autor, 2016). Pag. 105 Figura 39 | Placa de identificação de escultura (Autor, 2016). Pag. 107 Figura 40 | Banner da Cerimónia (Autor, 2016). Pag. 109 Figura 41 | Cartaz da Cerimínia (Autor, 2016). Pag. 109 Figura 42 | Livro da Cerimónia (Autor, 2016). Pag. 109 Figura 43 | Postais de curso da FAULisboa (Autor, 2016). Pag. 111 Figura 44 | Postais de curso da FAULisboa - Verso (Autor, 2016). Pag. 111. -Quadro 1 | Adaptado de Moreira da Silva, F. (2010). Investigar em design vs investigar pela prática do design – um novo desafio cientifico. INGEPRO – Inovação, Gestão e Produção Abril de 2010, vol. 02, nº 04. Pag. 28 Quadro 2 | Quadro do CIAUD Fonte: http://ciaud.fa.utl.pt Pag. 41. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. XXIII //.

(24) // XXIV.

(25) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. 1 | INTRODUÇÃO. O presente documento surge na sequência da conclusão de um estágio em Design de Comunicação realizado no Centro de Investigação em Arquitetura Urbanismo e Design (CIAUD) da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. O Design de Comunicação é uma atividade que consiste na transmissão de mensagens através de um conjunto de processos criativos que transformam ideias ou conceitos em algo visual. Tem como função informar, apresentar, interagir, divulgar, e assim, resolver problemas comunicacionais. Este está presente em todo o lado e abrange várias áreas. De acordo com Jorge Frascara (2004), o Design de Comunicação consiste na concepção, programação, projectação e realização de comunicação visual, normalmente produzido por meios industriais. Qualquer objecto resultante do Design de Comunicação tem como principal finalidade criar impacto nas atitudes e comportamentos do público-alvo. Para isto acontecer é necessário haver um processo criativo que inclui uma estrutura e organização do conteúdo de modo a facilitar a comunicação, melhorando a probabilidade da mensagem ser bem recebida e compreendida pelo receptor. Isto é alcançado através da manipulação consciente dos elementos pelo designer. O Design de Comunicação é uma atividade de carácter teórico-prático, capaz, dentre outras valências, de desenvolver a identidade de uma organização, de uma região ou de um país e conquistar novos mercados. A prática profissional em design obriga a que o designer esteja habilitado a dar resposta a qualquer tipo de problemas, de forma rápida, sustentável e criativa.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 1 //.

(26) No âmbito do Mestrado em Design de Comunicação da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, foi realizado um Estágio académico de índole profissional no CIAUD. O estágio realizou-se ao longo de 6 meses (Fevereiro 2016, a Julho 2016) em regime full-time (Segunda-feira a Sexta-feira, 8 horas diárias). A escolha do tema está directamente relacionada com a colaboração, do ponto de vista do design. Especialmente, num centro de investigação. Considera-se o estágio pertinente, na medida em que pretende constituir um contributo real para a compreensão da importância da investigação no Design de Comunicação. Neste estudo será importante perceber de que forma a investigação se insere na prática diária profissional de um Designer de Comunicação nos dias de hoje. Foram analisados dois casos de designers, para que seja possível chegar a algumas conclusões. Toda esta análise terá como base a bibliografia adequada e a interação com profissionais da área. Tanto o projeto principal como os restantes serão realizados sob a orientação do Professor Especialista da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, Gabriel Andrade Godoi. A realização de um estágio permitiu ter um contacto real com vários tipos de projetos, o que foi extremamente benéfico para o desenvolvimento pessoal, profissional e deste relatório.. // 2.

(27) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. 2. | CAMPO E TEMA CAMPO. Design de Comunicação TEMA. Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (CIAUD) da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. 2.1. | TÓPICO INVESTIGATIVO Compreender como se relaciona a Investigação em Design com a prática profissional diária em Design de Comunicação.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 3 //.

(28) // 4.

(29) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. 3. | OBJETIVOS 3.1. | GERAIS Pretendeu-se com este estágio representar uma transição entre a vida e formação académica do mestrando e a vida profissional para qual, se tem vindo a preparar. Tomar contacto com a realidade do trabalho na prática do Design de Comunicação, tornando o mestrando num especialista nas áreas e actuação do CIAUD. Também as relações estabelecidas com empregadores e colegas de trabalho – com os quais temos de interagir e aprender a manter uma posição de profissionalismo e cortesia, são um ponto de extrema importância da integração de um recém-formado num contexto profissional. Em suma, o objectivo geral deste estágio assentou na interação gradual do mestrando no mercado de trabalho e o desenvolvimento de uma percepção mais realista dos desafios, que um designer tem de enfrentar no dia-a-dia.. 3.2. | ESPECÍFICOS O contacto com profissionais/investigadores da área, conhecedores de técnicas e circunstâncias que só a experiência pode ensinar, foi uma mais-valia e uma enorme fonte de aprendizagem. Acesso ao desenvolvimento de projetos reais, tendo a hipótese de análise e contacto com os mesmos. Perceber como é feito todo o processo e que técnicas são utilizadas, sendo isso que algo que muitas vezes não nos conseguimos aperceber no mundo académico. Perceber como é o cumprimento de briefings/prazos e o processo criativo, conseguindo manter uma coerência formal. Concluindo ainda, através destes, as diferenças existentes quando um projeto é ou não realizado pelo mesmo designer ou equipa. Obtenção do grau de Mestre em Design de Comunicação.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 5 //.

(30) // 6.

(31) 4 | ENQUADRAMENTO TEÓRICO. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 7 //.

(32) 4 | ENQUADRAMENTO TEÓRICO. Figura 1 | Esquema de relação entre os temas abordados no enquadramento teórico (Autor, 2016). // 8.

(33) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. REVISÃO DE LITERATURA DESIGN DE COMUNICAÇÃO VS INVESTIGAÇÃO Dado que o estágio a que este relatório se refere teve lugar no Gabinete Editorial e de Comunicação sob a alçada do Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design da FAUL, e que teve como pano de fundo a relação entre a prática profissional e a investigação, pareceu-nos importante compreender o surgimento do design enquanto atividade profissional, o seu estabelecimento enquanto disciplina, o desenvolvimento das metodologias de investigação aplicadas, e mesmo, o perfil do profissional que exerce esta atividade. Pareceu-nos igualmente oportuno, particularizar a investigação sobre o Design de Comunicação, e ainda em maior pormenor sobre o Design Editorial, bem como, abordar o caso particular de Portugal, área geográfica onde o estágio teve lugar.  Como veremos mais adiante, por exemplo, o surgimento dos primeiros cursos em Design datam dos anos 1960, (Almeida, 2009) com um atraso de 50 anos em relação aos cursos pioneiros surgidos na Europa, facto que não deve ser minimizado na investigação. O Design é, intrinsecamente uma atividade de cariz criativo, que visa a criação de novos conceitos e produtos, segundo processos criativos. “Também considerado um processo de resolução de problemas, várias têm sido as tentativas levadas a cabo para o racionalizar, e assim o aproximar de uma atitude mais “científica”” (Lawson, 2005:145). De facto, Fernando Moreira da Silva (2010) defende que o design pode ser redefinido como um modelo de investigação científica, afirmando que a “(...) prática do design pode envolver investigação, mas em si, a prática do design não é investigação. Sem a investigação, somos deixados à nossa intuição, baseada no conhecimento existente. Investigação envolve a criação de conhecimento novo, o que é diferente de acumular informação, o que não é mais do que a organização do conhecimento existente”.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 9 //.

(34) 4.1. | DESIGN DE COMUNICAÇÃO 4.1.1. | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Ao contrário da opinião de diversos autores como Correia (2010) não há consenso sobre o surgimento do Design enquanto actividade profissional. O historiador italiano Renato De Fusco, por exemplo, usa um artifício historiográfico que estipula quatro condicionantes para o surgimento do Design: o projecto, a execução, a comercialização e o consumo. Este “quadrifolgio” atribui à actividade de Johanes Gutenberg em finais do século XV a primazia de ser considerado o primeiro designer da história (De Fusco & Izquierdo, 2005). O desenvolvimento da impressão com tipos móveis foi realmente uma das grandes revoluções da humanidade e rapidamente transformaria a forma como transmitimos o conhecimento, mas a sua estrutura produtiva, característica do processo de design, levaria ainda cerca de 300 anos para se generalizar para as outras atividades produtivas. Contudo, Phillip Meggs (2006) defende que a história do design pode começar a ser contada a partir dos primeiros registos de palavras escritas, nas paredes das cavernas dos nossos antepassados, os primeiros homnídeos. O autor considera que “O desenvolvimento da escrita e da linguagem visual teve suas origens mais remotas em simples figuas, pois existe uma ligação estreita entre o desenho delas e o traçado da escrita.” (Meggs, 2006:19). Independentemente das perspectivas relativamente ao início do design enquanto prática profissional, é notória a influência de Johannes Gutenberg para o seu desenvolvimento, uma vez que foi o elo responsável pela criação e disseminação de uma das técnicas de impressão mais notável da história e que acabou por resultar nos processos que hoje utilizamos. Gutenberg notabiliza-se entre outras coisas, pelo seu trabalho com o elevar da tinta e do papel a outro nível. Consegue definir traços com precisão melhorando a secagem da tinta e a impressão permanente. A fundição e ligas metálicas consistentes através de maquinaria especializada permitem linhas completas de texto (Linotype) e caracteres individuais (Monotype), com maior resistência e durabilidade. A rapidez e facilidade em obter objectos gráficos. // 10.

(35) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. permite uma abrangência mais universal ao consumidor comum, acompanhando a tendência de alfabetização mais abrangente e efectiva. O acesso a estes conteúdos generaliza-se positivamente. É uma verdadeira revolução, um salto tecnológico nas artes gráficas. Actualmente, o sector baseia-se em tecnologia avançada, equipamentos de ponta e recursos humanos especializados (Meggs, 2006). Tal com sugere Correia (2010), a grande maioria dos teóricos afirma que o Design, quer enquanto profissão, quer enquanto disciplina surgiu realmente na altura da  Revolução Industrial, normalmente datada entre 1760 e 1830, e com maior ênfase, na segunda metade do século XIX, período caracterizado pelo culminar de  um longo processo de alterações tecnológicas, sociais e económicas, que marcou de forma clara a separação entre a os modos de produção artesanal e industrial (De Fusco & Izquierdo, 2005). Outro facto marcante deste processo está no surgimento da produção em massa, da manufatura  em série, em grandes quantidades, para dar resposta à crescente concentração populacional nos centros urbanos, um dos efeitos colaterais da Revolução Industrial (Meggs, 2006). Mas este processo não seria incólume à críticas e à contestação, especialmente, como aponta Correia (2010), pela baixa qualidade das primeiras peças industriais, dando então início às “questões”  do design. De facto, a rapidez do fabrico levou, inclusive, a uma alteração da noção de civilização em si, uma vez que se criaram novos territórios industriais, novas máquinas e novos processos de produção (Maia, 2011). Constata-se, assim, que a revolução industrial, a nível de contexto histórico, influenciou em grande medida as questões associadas ao design, pois surgiram conceitos não existentes até à época, de entre os quais se destaca a competitividade e a alteração dos gostos e interesses dos clientes, que passaram a ter um foco relevante, pois, até então, o critério fundamental de destaque seria simplesmente a capacidade de produção da época, com o objetivo único de produzir em grandes quantidades (Araújo, 1995).. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 11 //.

(36) Assim, e ainda segundo Araújo (1995), é de relevância destacar a definição de design industrial, que pode ser entendido como “projeto de artefactos produzidos em volume por processos industriais” (Araújo, 1995: 24). Tendo como principal objetivo o rompimento com o passado, a revolução industrial utiliza novas ferramentas tais como o ferro, novas fontes de energia, como o carvão, e introduz novos métodos de trabalho. Assim, a sociedade foi sofrendo alterações significativas ao longo do tempo, visto que se desenvolveram novos interesses e novos valores que deram lugar ao capitalismo industrial. A nova forma de produção material determinou uma diferente organização social e uma distinta relação entre o homem e a natureza (Maia, 2011). Estas sucessivas e significativas alterações tiveram um grande impacto no design e nas artes visuais, que sofreram “(...) uma serie de revoluções criativas que questionaram valores estabelecidos e maneiras de organizar o espaço” (Meggs, 2006:248). De acordo com Morais (2008, cit. por Ferreira; Neves & Rodrigues, 2012), muitos foram os movimentos que contestaram a industrialização em série, e a produção em quantidades avultadas, de entre os quais é possível destacar: Arts and Crafts, Art Nouveau e Deutscher Werkbund ou a Bauhaus. Estes movimentos tinham como objetivo valorizar a qualidade e o pormenor, nomeadamente a arte e o artesanato, em contraste com a fraca qualidade dos produtos industriais. Foi neste sentido que William Morris (Forgács, 1995, cit por Cardoso; Pereira, Costa e Figueiredo; 2015) incitou à produção de produtos de maior qualidade, que, de algum modo, regressassem aos valores tradicionais, e que pudessem contrabalançar o excesso de produtos de fraca qualidade que entravam no mercado a velocidades estonteantes. Depois da Primeira Guerra Mundial, foi forçosa a reorganização da indústria,. // 12.

(37) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. a partir de reformas que promovessem a formação de mão-de-obra mais eficiente e de um ensino das artes que incutisse a criação de produtos mais sofisticados e de alta qualidade. Desta forma, um momento importante para o design como disciplina foi, em 1919, a fundação, por Walter Gropius na cidade de Weimar, na Alemanha, da Bauhaus, que tinha como intuito unir arte e indústria. Pretendiam assim aliar a produção em série, com qualidade de design, associado ao processo criativo (Correia, 2010). O próprio nome da instituição deriva das medievais Bauhutten, ou corporações de artesãos. Com a ascensão do regime político nazi, a escola sofre, em 1925, uma deslocação para Dessau e, em 1933, acaba por ser forçada ao encerramento. Contudo, “pode dizer-se que o espírito de ensino desta instituição se estendeu por todo o mundo.” (Cardoso, Pereira, Costa e Figueiredo, 2015:3) O modo inovador de ensino promovido pela Bauhaus, foi fulcral para a “(...) reconfiguração das áreas ligadas ao desenho, quer para a consolidação do design enquanto disciplina autónoma das artes plásticas e da arquitetura. Este paradigma moderno do design chega a Portugal tardiamente” (Almeida, 2009; 93). É inegável que a amálgama de acontecimentos sociais, políticos e artísticos que se deram no século XX representou um ponto de viragem na sociedade contemporânea. Surgem novos paradigmas, novas rotinas e novos modos de pensamento que impulsionam novas atitudes e, até, novas profissões. De facto, também o termo “design gráfico” ou a profissão de designer gráfico, também surge oficialmente em 1922, quando William Addison Dwiggins cunha o termo para “(...) designar as atividades ligadas à produção de livros, revistas, cartazes, ilustrações, entre outros. É deste começo que vêm os pressupostos da disciplina, relacionados com a composição e impressão de texto e imagens em planos bidimensionais” (Correia, 2010:2).. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 13 //.

(38) Ao longo dos tempos, muitos foram os designers que beberam inspiração de movimentos e correntes artísticas. Um exemplo disso é o pioneiro no design norte-americano, Paul Rand (19141996) que, com 23 anos de idade, inicia a sua atividade na área do design promocional e editorial para diversas publicações como a Apparel Arts, Ken, Esquire, Glass Packer e Coronet. Segundo Meggs (2006), ele rompe com a tradição e é possuidor de um conhecimento amplo do movimento moderno em especial dos Cubistas e de artistas como Kandinski e Klee. Na sua perspetiva, o simbolismo e a expressividade das formas livremente inventadas assumem uma vida própria como ferramentas de comunicação visual. A cor, estrutura, linhas e espaço combinadas com uma ágil análise do conteúdo visual em comunicação na sua essência, sem permitir a esterilidade ou monotonia acontecerem, são as bases da grande influência de Paul Rand. A dinâmica visual, o inesperado, o lúdico e a liberdade transpunham a sua viagem de comunicação e tinham sempre lugar no seu trabalho. Rand aplica colagens e montagens reunindo assim conceitos, texturas, imagens e objectos num todo integrado. Em meados da década de 80 o design sofreu uma mudança significativa, que ainda hoje se manifesta e que estará diretamente relacionado com a evolução tecnológica, dos equipamentos, da informação e comunicação. Neste sentido, podemos afirmar que estas alterações vieram a influenciar o design enquanto disciplina (Correia, 2010). Este período teve um grande impacto no desenvolvimento da profissão de designer porque englobou uma das maiores alterações dos processos de trabalhos, ao introduzir os meios digitais computadorizados. A partir dessa década, vemos florescer “(...) os meios de comunicação que envolvem hiperligações e interatividade, baseados em sistemas de interfaces assentes em ecrãs” (Correia, 2010:2).. // 14.

(39) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. É consensual que o “(...) aparecimento de novas tecnologias digitais veio alterar o fluxo de trabalho no design gráfico. (…) O software é, hoje em dia, crucial para o fluxo de trabalho de qualquer designer gráfico” (Barreto, 2014:19). Não só houve uma brutal aceleração do processo de trabalho, desde a ideação de um artefacto, até à sua finalização, como se disponibilizaram uma quantidade infinita de tarefas às distância de um, ou poucos, cliques. Em Portugal, a evolução histórica do design enquanto profissão, desenvolveu-se muito em torno dos pressupostos sociais, propagandistas e artísticos disseminados pelo e durante o Estado Novo, principalmente pela mão do SPN (Secretariado de Propaganda Nacional), mais tarde convertido em SNI Por outro lado, surge uma “(...) vertente contra-cultural que se movimentarão aqueles que, tal como Victor Palla e Sebastião Rodrigues, sob uma atmosfera de modernidade legitimada pela premência de mudança da sociedade portuguesa, darão, nos anos 60, fortes contributos para a alteração do programa modernista português” (Almeida, 2009:20). Para além dos designer mencionados, podemos referir nomes como José Brandão, João da Câmara Leme, Vitor Kradolfer, entre outros.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 15 //.

(40) 4.1.2| DESIGN GRÁFICO VS DESIGN DE COMUNICAÇÃO. O design é desenvolvido com base em diversos fatores que se encontram em constante alteração, sendo influenciado por mudanças culturais. Por outro lado, o design também desempenha funções que visam promover o bem estar social, o património imaterial e as especificidades culturais, que culminam na construção de “narrativas referenciais para os cidadãos” (Costa, 2011:1). Estas narrativas podem traduzir-se através de versos tipos de design de entre os quais, o gráfico, de comunicação, de interfaces, web design, design de interação, design de informação, editorial, entre outros. Iremos focar-nos única e exclusivamente na caracterização sucinta do design gráfico, do design de comunicação e do design editorial, uma vez que estes são os temas centrais desta investigação e, mais tarde, do estágio. Apesar das várias tentativas de definição de design gráfico, não existe uma definição única e global, visto ser um conceito muito abrangente. Existem, contudo, várias metodologias que têm como intuito proceder à investigação do design gráfico (Rolo, 2007) e que nos possibilitam delinear diferentes perspetivas. O design gráfico pode ser entendido como um processo de resolução de problemas, em que as metodologias de design são meios auxiliares para esta resolução, e a criatividade, o fator que permite fazer a diferença e distinguir este tipo de trabalhos de uma mera prestação de serviços. A criatividade, neste contexto, é direcionada e tem sempre em vista uma finalidade, que é a de fazer com que o objeto gráfico cumpra a sua função e chegue a um público (Rolo, 2007). Frayling (1993, cit. por Costa, 2005), acrescenta que a prática do design, seja de ateliê, seja académica ou teórica, implica necessariamente uma pesquisa ou investigação que vai complementar o processo de trabalho na sua vertente mais prática, com conceitos que lhe incutem profundidade e sentido. De acordo com a visão mais tecnológica de Araújo (1995), o design pode ser encarado como. // 16.

(41) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. “(...) a aplicação da inovação industrial, sistemática (…) através de produtos de qualidade, projetados a pensar no gosto do cliente e no valor que estes lhe proporcionam em função do preço que paga.” (Araújo, 1995:9).. Numa outra perspectiva, o design gráfico constitui um ramo do design e consiste na organização consciente de textos e/ ou imagens, de modo a compor peças gráficas, destinadas a ser reproduzidas, e com o objetivo de comunicar mensagens específicas (Rolo, 2007). “(...) o design é básico para a atividade humana”. Ele é vital para a organização de qualquer atividade ou projeto que tenha um propósito definido, uma vez que o design é, no fundo, “(...) o esforço consciente para impor uma ordem significativa” (Papanek, 1971:17). No caso do design gráfico, é necessário, defini-lo e distingui-lo do design de comunicação, uma vez que, apesar de serem áreas bastante próximas, não significam exatamente o mesmo. Para Frascara (1995), o design gráfico é “a atividade que organiza a comunicação social na sociedade”. Ou seja, uma atividade que acrescenta um valor comunicativo à resolução de problemas de cariz gráfico, em todas as fases do processo de criação de design. No fundo, o design de comunicação pretende uma maior consciência das causas e efeitos que um determinado projeto ou artefacto de design pode ou não ter num dado público.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 17 //.

(42) 4.1.3 | DESIGN EDITORIAL. O design editorial, tal como a grande maioria dos conceitos, não tem uma definição única e estanque no tempo. Contudo, o seu conceito está intrinsecamente ligado com a organização e composição de determinado elementos, quer de cariz textual ou visual, numa dada página, de um dado formato. Como o design gráfico ou o design de comunicação, o design editorial tem “(...) o objetivo de comunicar ou transmitir uma ideia ou uma narração mediante uma apresentação de imagens (e outros elementos visuais e detalhes gráficos e de palavras (dispostas e organizadas segundo uma determinada hierarquia)” (Rodrigues, 2013:18). Assim, verifica-se que o design editorial destaca em grande medida questões visuais, que tornam artefactos perceptíveis e agradáveis para quem os visualiza ou utiliza. Tendo em conta o que acabou de ser referido acresce abordar algumas questões associadas ao trabalho desempenhado pelo design a nível editorial, de entre as quais se faz relevo às várias funções que é necessário efetuar, nomeadamente: personalizar os conteúdos das edições e atrair e reter a atenção de quem visualiza os contextos editoriais, sejam eles em forma de revistas, livros, catálogos (Zapaterra, 2008). Segundo Ambrose e Harris (2005), o design editorial depende da harmonia entre o layout, textos, imagem e cor entre outros, constituindo assim a hierarquia da informação. O layout de uma página é de facto, a organização estrutural dimensionada num determinado espaço que os elementos gráficos irão ocupar e ordenar nessa mesma página. O design de livros, revistas e jornais, assumem as três principais áreas do Design Editorial que se apresenta impresso em papel ou em formato digital.. // 18.

(43) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. Durante a década de 60, a revista generalista perdeu espaço num fervilhar de periódicos em pequeno formato que foram aparecendo e prosperaram focando-se no interesse de públicos especializados. As empresas com interesse nesses públicos investiram em espaços, criando um paradigma de conteúdo versus imagem. Surgem publicações com textos longos e menos preocupação visual, com um layout mais controlado e um padrão no formato e grelha como norma geral (Meggs, 2006). Com um público mais abrangente a emergir, a própria linguagem e o caráter de certas publicações tornaram-se mais corriqueiros e livres, quebrando com padrões anteriormente estabelecidos e fazendo surgir uma corrente de designers de revistas especializadas a desenvolver experimentação digital. David Carson é um exemplo desta tendência; a partir dos anos 80, dedica-se ao design editorial, deixando de lado uma hierarquia de informações definida pela utilzação de uma grelha e de um layout definido, padrões tipográficos que congelaram no tempo, explorando as possibilidades expressivas de cada objecto na sua singularidade e em página dupla, afastando-se também de noções convencionais de sintaxe e imagem Meggs (2006). Estas transformações permitem o acesso rápido, económico e atrativo que actualmente suscitam os conteúdos em formato de revista, jornal, livro (Ambrose e Harris, 2005).. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 19 //.

(44) 4.1.4. | CARATERÍSTICAS DO DESIGNER. Em Portugal, existe um desconhecimento do que representa a atividade do designer. Isso repercute-se nas relações que se estabelecem com outros profissionais e com os clientes. A sociedade “tende a interpretar o design como uma manifestação de arte ou como uma variante moderna das artes aplicadas” (Bonsiepe, 1991:19). É importante destacar que as características do designer sofreram alterações ao longo do tempo, principalmente devido à evolução tecnológica, do paradigma social e dos hábitos de consumo, que foram referidos em capítulo anterior. Por muito tempo, e mesmo atualmente, o profissional é, em muitos casos, um mero técnico que toma o seu lugar no seio de uma empresa e que cumpre tarefas específicas e “cujas atividades oscilavam entre as competências técnica, tecnológica e científica” (Almeida, 2010:20). Porém, a criatividade e o cariz artístico do seu trabalho alargaram a fronteira das suas capacidades e, até, da natureza das funções que lhe competiam. Mais tarde, o design mostrou-se “(...) primordial na afinação das estratégias de produção que valorizavam tanto a coerência funcional e estética dos artefactos como o envolvimento da comunidade nesse processo” (Almeida, 2010:20). Tendo em conta a descrição de algumas características do designer, destaca-se a perspetiva de Jorge Frascara (1995), que refere que é “importante reconhecer quais os aspetos básicos a cumprir numa estratégia de comunicação”. Assim, partindo da ideia de que designer deve ser capaz de resolver problemas, Chambel (2014) listou uma série de princípios inerentes ao profissional de design. O autor defende que o designer deve criar conteúdo se formas claras e percetíveis, através da composição e representação de elementos individuais de menos escala, que sejam de fácil leitura, quer em formatos impressos, quer digitais. Estes conteúdos devem ser sempre criados segundo uma consciência pelos aspetos culturais, sociais, económicos, tecnológicos e ecológicos do ambiente em que se inserem ambos o criador e o recetor do projeto de design.. // 20.

(45) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. Do ponto de vista da linguagem e da significação, o designer deve conseguir desenvolver uma lista de verificação para o projeto, adaptando e estendendo essa lista de acordo com o que cada projeto exige. O autor refere a lista da seguinte forma: “- Ajuste ao conteúdo (existe uma boa relação entre o tema do projeto e o conteúdo? Se não acontecer não invalida que possa ser interessante, se o propósito for a ambiguidade); - Ajuste ao contexto (a linguagem é apropriada ao público a que se dirige? E ao contexto em que a mensagem vai operar?); - Qualidade do conceito (existe uma ideia visual ou apenas uma diagramação?); - Qualidade da forma (existe uma boa organização percetual?); - Legibilidade/visibilidade (as letras e as imagens estão percetíveis?); - Produção (o projeto está bem produzido e apresentado?); - Qualidade do meio utilizado (o meio é adequado ao objetivo do projeto? E terá sido o meio utilizado no máximo das suas potencialidades?)” (Chambel, 2014:35). Em alguns casos, Chambel (2014) refere ainda a necessidade de acrescentar a qualidade de investigação e a força dos argumentos persuasivos à lista acima referida. O efeito positivo e eficiente na audiência é o objetivo fundamental de toda a comunicação. Os estilos cognitivos do público são considerados pelo designer, que organiza e adapta os componentes visuais do projeto ao estilo percetual e cognitivo do público a que se destina a mensagem. O design, tal como a arquitetura, “é a expressão cultural de interesses económicos e políticos” (Massapina, 2007: 10, cit. por Almeida, 2010: 36).. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 21 //.

(46) Assim, é natural afirmar que é o cliente o cerne do trabalho do designer, uma vez que é ele quem gere o capital, a influência, a intenção e o destinatário de qualquer projeto. Apesar disso, o designer é também portador de uma vocação artística, que deriva do contacto com as artes plásticas, e que se traduz, principalmente, em criatividade (Almeida, 2010). Independentemente do contexto do profissional, seja ele integrado num atelier, seja um trabalhador independente ou por conta própria, não existe de momento, em Portugal, uma entidade reguladora do design. Os interesses do profissional do design não estão, por enquanto, salvaguardados por nenhuma autoridade em particular. Por esse motivo, e devido à repressão do Estado Novo, a profissionalização do designer português deu-se num compasso mais lento do que noutros países (Almeida, 2010). O autor acrescenta, ainda, que o desenvolvimento da profissão de designer foi igualmente condicionada por esta ser tida, durante muito tempo, como um complemento à Arquitetura.. // 22.

(47) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. 4.2. | INVESTIGAÇÃO 4.2.1. | METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO A defesa do Design como área de conhecimento científico, que deriva de metodologias objetivas e racionais, remonta à década de 1920, mas acentuou-se com o pós-guerra, na década de 60. O debate do tema a nível internacional levou à perspetiva da profissão num âmbito e crédito científico, especialmente a partir da “Conference on Systematic and Intuitive Methods in Engineering, Industrial Design, Architecture and Communications” ou “Conference on Design Methods” que teve lugar em Londres, no ano de 1962 (Cross, 2001, cit. por Ruivo, 2014). A investigação, enquanto processo, é algo que se vai construindo ao longo do tempo, “(…) é algo que se procura. É um caminhar para um melhor conhecimento e deve ser aceite como tal, com todas as hesitações, desvios e incertezas que isso implica” (Quivy & Campenhoudt, 2008:31). No fundo, é na fase metodológica que “(...) o investigador determina os métodos que utilizará para obter as respostas às questões de investigação colocadas ou as hipóteses formuladas” (Fortin; Grenier; Nadeau, 2003:40). Pretende-se refletir e equacionar questões, metodologias, pontos de confluência e dispersão do Design num processo contínuo de análise e reflexão numa viagem pela prática na geração de novo conhecimento dissecado em construção teórica. A partir do momento que o rigor científico é um pilar da investigação em design, é possível deduzir que “o design é uma área de investigação sólida que recorre a metodologias próprias, ou seja, que recorre a especificas técnicas de investigação para contextualizar a construção do conhecimento que produz” (Silva, 2010:90).. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 23 //.

(48) Edelson (2001) refere que a prática como base para a investigação é um dos pontos chave na produção de conhecimento por design, que interfere na produção e realização de design. As orientações e diretrizes da investigação em design, objetivos e motivos, o próprio desenho da investigação, resultam numa diversidade considerável, partilhando simultaneamente propriedades e características que resultam num novo enquadramento das metodologias da investigação. Quivy e Campenhoudt (2008), defendem que deverá existir desde o início do fio condutor um grande foco, claro e coeso quanto possível, de modo a que o seu trabalho possa iniciar-se sem qualquer atraso e estruturando-se de forma clara e prática.. Figura 2 | As sete etapas do procedimento - Fonte: Quivy e Campenhoudt (2008).. // 24.

(49) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. Neste contexto, o propósito e as relações entre entidades refletem-se nas variáveis selecionadas e na metodologia de estudo das mesmas em todo o processo. De acordo com a perspetiva de Fernando Moreira da Silva (2010), existem sempre factores comuns nas metodologias aplicadas à investigação em design, sendo elas: exploração vs. observação, indução vs. hipótese, dedução vs. teoria, verificação vs. prova, validação vs. avaliação, consolidação vs. generalização. Silva (2010) acrescenta ainda que existem igualmente métodos de investigação tradicionais, nos quais incluímos os inquéritos e revistas baseados em questionários, a crítica literária, a observação directa ou instrumental e as experiências de design (estudo de casos e investigação ativa entre outros). Muito embora estes métodos resultem numa contextualização da problemática, eles não são soluções por si só e devem ser complementados com análises mais profundas e específicas. Tal como refere Fernando Moreira da Silva (2010), uma investigação pode ser intervencionista ou não-intervencionista e ter uma base qualitativa ou quantitativa. Contudo, para elevar o seu rigor teórico é, muitas vezes, necessários combinar métodos específicos de cada uma para criar uma metodologia mista mais abrangente que possibilite resultados mais eficientes e produtivos. Esta investigação, por exemplo, resultou de uma metodologia mista: intervencionista e não intervencionista de base qualitativa, por esta ser a que mais se adequa à situação de estágio. De acordo com Fortin (2009), a investigação cientifica é um processo que assenta na recolha de dados passíveis de serem observados, retirados do espaço que é acessível aos vários sentidos, tendo como intuito a sua descrição, e respetiva análise. Estes dados, podem ser obtidos segundo três “categorias elementares” de uma investigação (Silva, 2010): Empírica, Explorativa e Descritiva. A primeira consiste em avaliações e interpretações sistemáticas na tentativa de descortinar a correção e validade de uma hipótese pré definida.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 25 //.

(50) A segunda categoria prende-se com a ilustração e definição profunda dos conceitos e das variáveis em análise, segundo as perguntas básicas “O quê? Como? Porquê?”. Por fim, a última pretende a criação de uma imagem clara de um dado facto e do contexto em que ele se insere, através de análises e definisse sucessivas. Para Moreira da Silva (2010), a investigação com a prática do design poderá relacionar-se de quatro formas distintas, “investigação através do design, estudo do design, investigação tipológica em design e estudo por design”, requerendo cada uma destas, diferentes prismas e contextos. A envolvência da profissão do Designer, baseada na experiência de outros projetos e profissionais, é alimentada no seu background e compreende a definição de um objecto específico e o seu respectivo contexto, dando início à sua análise. O contexto social, as limitações de tecnologias e materiais, a natureza do projeto e um conjunto de necessidades, são sem dúvida um fator crucial num estudo desta natureza, em que o objeto é variável e tem de ser exequível. A inclusão da investigação neste processo é essencial para fundar as bases teóricas e contextuais do projeto em mãos. Abre-se assim um leque de possibilidades com diversas aplicações, novo conhecimento e entendimento de probabilidades e desejos dentro de um ciclo de síntese, análise e avaliação. É prática comum em empresas de design, arquitectura, consultoria técnica, desenvolvimento urbano entre outras, a inclinação para uma abordagem mais teórica em detrimento de um foco mais acentuado na parte prática do seguimento na matéria de estudo. Verifica-se gradualmente um maior conhecimento da oportunidade do pensamento em design no seu contexto, ou seja, uma inteligência intrínseca que se desenvolve juntamente com uma maior consciência da prática de design. O desenvolvimento crescente advém da articulação com determinadas áreas disciplinares, com a evolução de métodos, técnicas, protocolos e matérias de investigação em contraponto com as dúvidas e confusões relativamente ao cariz do que é ou não uma investigação em Design. A integração deste lado investigativo em design impele a um um caminho mais rápido em direcção ao foro científico.. // 26.

(51) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. 4.2.2. | MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO EM DESIGN. Como referido anteriormente, esta é uma investigação assente numa metodologia intervencionista e não-intervencionista de base qualitativa. Esta definição teve influência direta nos métodos escolhidos. Ao iniciar esta investigação, foi pertinente traçar os passos a seguir e as metodologias a aplicar, para isso, realizou-se um desenho se investigação, que permite uma visão mais alargada sobre o processo investigativo. O desenho da investigação permite delinear os elementos que fazem parte do esquema geral da pesquisa. “(... ) a fase metodológica operacionaliza o estudo, precisando o tipo de estudo, as definições operacionais das variáveis, o meio onde se desenrola o estudo e a população”. (Fortin, 2003:108). Uma das metodologias aplicadas nesta investigação foi a entrevista. Uma entrevista consiste numa conversa intencional, geralmente entre duas pessoas, embora por vezes possa envolver mais, segundo os autores, “a entrevista é utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver, intuitivamente, uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspetos do mundo”. (Morgan, 1988:134, cit. por Bogdan & Biklen, 1994). Assim, podemos verificar a existência de interação entre as duas partes, o que é corroborado por Quivy e Campenhoudt (2008), quando referem que os métodos de entrevista se distinguem pela aplicação dos processos de interação. Os autores acrescentam que as entrevistas exploratórias apoiam na elaboração da problemática de investigação, e no fundo tem como função primordial a revelação de aspetos determinantes do fenómeno estudado em que o investigador não teria livremente pensado por si mesmo, e assim, completar as pistas de trabalho sugeridas pelas suas leituras.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 27 //.

(52) “(...) é um dos processos mais diretos para encontrar informação sobre um determinado fenómeno, consiste em formular questões às pessoas envolvidas. As respostas de cada uma das pessoas vão refletir as suas perceções e interesses” (Tuckman, 2000:517). Bardin (2009) defende que existem “várias maneiras de fazer uma entrevista (…) de acordo o grau de diretividade (…) e, por conseguinte, de acordo a profundidade do material verbal recolhido”. Para Vala (2007:110), “a análise de conteúdo visa simplificar, para potenciar a apreensão, e se possível, a explicação”.. Quadro 1 | Adaptado de Moreira da Silva, F. (2010). Investigar em design vs investigar pela prática do design – um novo desafio cientifico. INGEPRO – Inovação, Gestão e Produção Abril de 2010, vol. 02, nº 04.. // 28.

(53) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. 4.3. | SÍNTESE DO CAPÍTULO. O enquadramento teórico permitiu definir o Design de Comunicação como atividade e prática profissional e o seu surgimento posterior como disciplina. Da mesma forma, podemos definir a distinção entre Design Gráfico e Design de Comunicação e algumas das suas áreas específicas como Design Editorial, Web Design, Design de Interação, entre outros. Podemos também ainda, caraterizar o papel do Designer de Comunicação e quais são os seus objetivos enquanto profissional. Abordamos ainda, a investigação em Design de Comunicação, o fato que a mesma toma emprestado das ciências sociais as suas metodologias de pesquisa. Ressaltamos ainda, a diferença clara existente entre a pesquisa inerente a cada projeto em Design de Comunicação, parte integrante do processo em Design e a investigação não aplicada ao projeto, de caracter mais especulativo com maior profundidade e cujo o foco e a extensão é determinada pela própria pesquisa. Imbuído desse enquadramento teórico é que nos lançámos no estágio académico, no Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (CIAUD) da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa e tentámos ao longo deste mesmo estágio perceber a questão fulcral imposta pelo nosso fundamento “a relação entre a Investigação em Design de Comunicação e a prática profissional do Designer de Comunicação nos dias de hoje”.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 29 //.

(54) // 30.

(55) 5 | CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM ARQUITETURA, URBANISMO E DESIGN [ CIAUD ] DA FACULDADE DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 31 //.

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(57) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. 5.1. | ULISBOA Figura 3 | Logótipo U Lisboa Fonte: http://www.ulisboa.pt/. A Faculdade de Arquitetura (FA), integra a universidade de Lisboa que congrega 18 faculdades e institutos. A ULisboa resulta da fusão das: Faculdade de Arquitetura Faculdade de Belas-Artes Faculdade de Ciências Faculdade de Direito Faculdade de Farmácia Faculdade de Letras Faculdade de Medicina Faculdade de Medicina Dentária Faculdade de Medicina Veterinária Faculdade de Motricidade Humana Faculdade de Psicologia Instituto de Ciências Sociais Instituto de Educação Instituto de Geografia e Ordenamento do Território Instituto Superior de Agronomia Instituto Superior de Economia e Gestão Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas sendo uma das 18 faculdades e institutos que a integram, tendo como resultado a recente junção entre a Universidade Clássica e a Universidade Técnica de Lisboa. As áreas científicas compreendidas pela nova universidade vão desde o mais técnico como as ciências e as engenharias até às artes e humanidades, bem como a arquitetura e o design. Segundo o ranking de Shangai, a nova universidade é uma das melhores universidades europeias tendo mais de 40.000 alunos. A ULisboa distribui-se por vários campus em Lisboa, como por exemplo a Faculdade de Arquitetura é uma de quatro faculdades localizadas no Campus da Ajuda, situado a oeste da cidade, perto do Parque de Monsanto, a cerca de 20 minutos do centro.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 33 //.

(58) 5.2. | FACULDADE DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. Figura 4 | Logótipo Faculdade de Arquitetura Fonte: http://www.fa.ulisboa.pt/. Os cursos presentes na Faculdade de Arquitetura (FA) são conducentes a grau ao nível da Licenciatura, Mestrado e Doutoramento nas áreas da Arquitetura, Urbanismo e Design. Os cursos não conducentes a grau permitem uma formação complementar a profissionais que desejam adquirir saberes mais aprofundados. A formação diversificada da FA faz com que seja considerada a melhor faculdade do país nas suas áreas, com cerca de 3 mil alunos. Por via de vários acordos de intercâmbio, a faculdade é também a escola com maior número de alunos estrangeiros provenientes da Europa, mas também provenientes de outros continentes. As raízes da FA remontam ao séc XVI, fazendo com que seja uma das escolas mais antigas em Portugal.. // 34.

(59) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. A sua caraterística primordial é a formação através do Projeto no 1º e no 2º ciclo, onde os conhecimentos adquiridos em todas as disciplinas são aplicados na conceção de “objetos” que podem ir desde a escala da mão à escala do território. O objetivo da FA é formar um leque mais ampliado de profissionais, como consultores, investigadores e quadros públicos, em áreas ligadas ao ambiente construído, à cultura e à indústria. Cerca de 95% dos seus graduados obtêm colocação um ano após terminarem o curso. Atualmente, a FA está afirmada em formar profissionais capazes de trabalhar, colaborando assim para o aumento do seu potencial de inovação, competitividade e exportação. É de realçar as oportunidades futuras criadas para os alunos, a faculdade favorece o desenvolvimento de projetos finais e de dissertações científicas em colaboração com entidades públicas e privadas, estimulando o empreendedorismo. A formação no 3º ciclo é direcionada à investigação avançada nas três áreas disciplinares da FA, sendo enquadrada pelo CIAUD, o centro de investigação classificado de Excelente pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Neste enquadramento, foi recentemente concebido um centro de prestação de serviços, um gabinete de transferência de tecnologia e uma incubadora de empresas. Afirmando-se como moderna, que tenta combinar tradição e inovação, a FA é uma faculdade de renome na formação profissional de arquitetos, urbanistas e designers, assim como na produção de investigação especializada e interdisciplinar de notória.. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 35 //.

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(61) Design de Comunicação vs. Investigação. Estágio no CIAUD da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.. 5.3. | O CIAUD. Figura 5 | Logótipo CIAUD Fonte: http://ciaud.fa.utl.pt. O Centro de investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (CIAUD) da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa (FA/Ulisboa), na altura ainda FAUTL, foi constituído em 2006, tendo obtido a classificação de Excelente pela FCT em 2007. O Centro é composto por uma equipa coesa e plural de investigadores com um total de 339 membros (113 permanentes e 226 colaboradores) e pelo Corpo Consultivo, abrangendo um conjunto de temáticas diversificadas. A equipa de investigadores é formada por docentes da FA/ Ulisboa, por alunos dos seus cursos de doutoramento e por doutores de outras escolas. O Corpo Consultivo é formado por investigadores externos ao CIAUD e à FA. O CIAUD, integra ainda o Gabinete Editorial da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa tem, fundamentalmente, como competência,, servir como a editora universitária da FA-UL composto por um conjunto de pessoas (docentes, funcionários e alunos da FA-UL) empenhadas na realização de um projeto editorial que tem como principais Objetivos a publicação e a divulgação de revistas, livros e outras publicações nas áreas da Arquitetura, do Urbanismo, do Design e da Cultura Visual;. Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. 37 //.

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Figura 1 | Esquema de relação entre os temas  abordados no enquadramento teórico (Autor, 2016)
Figura 2 | As sete etapas do procedimento - Fonte: Quivy e Campenhoudt (2008).
Figura 4 | Logótipo Faculdade de Arquitetura  Fonte: http://www.fa.ulisboa.pt/
Figura 5 | Logótipo CIAUD  Fonte: http://ciaud.fa.utl.pt
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Referências

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