• Nenhum resultado encontrado

MATERIAL DE APOIO PRÁTICA JURÍDICA PENAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "MATERIAL DE APOIO PRÁTICA JURÍDICA PENAL"

Copied!
89
0
0

Texto

(1)

MATERIAL DE APOIO

PRÁTICA JURÍDICA PENAL

(2)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

1

Sumário

ORIENTAÇÕES INICIAIS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS ... 3

ESTRUTURAS BÁSICAS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS ... 4

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A ESTÉTICA DA PEÇA ...11

DICAS PARA DESENVOLVER UMA BOA ARGUMENTAÇÃO ...13

TESES DE DEFESA ...15

ESQUELETO PARA RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS ...17

ENDEREÇAMENTOS ...18

HABEAS CORPUS ...20

Modelo de habeas corpus ...25

RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE ...29

Modelo de requerimento de relaxamento de prisão em flagrante ...32

LIBERDADE PROVISÓRIA ...33

Modelo de requerimento de liberdade provisória ...35

QUEIXA-CRIME ...36

Modelo de Queixa-Crime ...38

RESPOSTA ESCRITA...40

Modelo de Resposta Escrita – procedimento ordinário ...42

Modelo de resposta escrita – procedimento do júri ...44

MEMORIAIS ...45

Modelo de memoriais escritos ...47

RECURSO DE APELAÇÃO ...48

Modelo de recurso de apelação ...50

Modelo de recurso de apelação – procedimento do júri ...54

Modelo de contra-razões de apelação ...56

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ...58

Modelo de recurso em sentido estrito ...60

Modelo de contra-razões de recurso em sentido estrito ...62

AGRAVO EM EXECUÇÃO ...64

(3)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

2

Modelo de contra-razões de agravo em execução ...67

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ...69

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE ...70

Modelo de embargos de declaração ...71

Modelo de embargos infringentes e de nulidade ...72

REVISÃO CRIMINAL...74

Modelo de revisão criminal ...76

REQUERIMENTO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL ...77

Modelo de requerimento de livramento condicional ...78

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ...79

Modelo de recurso ordinário constitucional ...80

RECURSO EXTRAORDINÁRIO ...82

Modelo de recurso extraordinário ...84

RECURSO ESPECIAL ...86

(4)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

3

ORIENTAÇÕES INICIAIS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS

Cuidados com o vernáculo

a) Usar linguajar jurídico e demonstrar técnica profissional, pois é isso que o exame exige. Esta técnica se demonstra expondo as idéias de forma clara e conduzindo-as adequadamente, de modo a convencer quem estiver lendo a peça a acatar a tese e deferir o que foi pleiteado.

b) A FGV proíbe o uso de dicionários. Nas nossas aulas, porém, esse uso será totalmente permitido, pois palavras escritas de forma incorreta ou trechos sem nenhuma concordância ensejam em desconto na nota final.

Cuidados com a estética

a) Letra: a peça, além de ser manuscrita, no exame da OAB, será digitalizada e enviada aos examinadores. Sendo assim, a letra do candidato deve ser legível e facilitar a compreensão por parte de quem a lê. Se o examinador não entender o que está escrito, poderá considerar errada a palavra e isso pode implicar em desconto na média final. Esta será a postura adotada pelos professores nas aulas de prática jurídica.

b) Margens: devem ser justificadas (como no computador), evitando desestruturar a peça;

c) Higiene: a limpeza da prova faz muita diferença; “branquinho” é proibido. Se errar alguma palavra, deverá passar um traço por cima e prosseguir. Mas cuidado para não elaborar uma peça cheia de riscos, que equivalem a erros, pois isso também pode ensejar desconto na nota final;

d) Fazer os destaques em letra maiúscula, a letra de forma só deve ser usada, quando tiver a intenção de destacar, ou de tornar sua letra legível;

e) As regras da gramática devem ser respeitadas, para que não haja descontos;

Cuidados com a estrutura da peça a) Toda petição possui:

 Endereçamento;

 Preâmbulo;

 Narrativa dos fatos;

 Embasamento jurídico do Direito;

 Pedido.

b) Utilize a terminologia adequada para cada peça (apelante, embargante, recorrente, paciente, agravante etc).

c)

É proibido inventar dados para o problema, jurisprudência ou qualquer informação que não seja correspondente ao informativo da proposta; Se o problema não fornece os dados, coloque três pontinhos, sem aspas: ...

(5)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

4

ESTRUTURAS BÁSICAS PARA A ELABORAÇÃO DAS PEÇAS

As petições podem dividir-se, basicamente, em 5 tipos básicos, os quais deverão ser adaptados à peça a ser elaborada: petição básica, interposição de recurso, razões de recurso, petição de juntada de razões ou contra-razões e contra-razões de recurso.

a) Petição básica

Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração de peças como habeas corpus, mandado de segurança, queixa-crime, defesa preliminar, revisão criminal, requerimentos.

b) Interposição de recurso

Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração de recurso completo. O que isso significa? Se o problema não mencionar que o recurso já foi interposto, você deverá interpor e depois oferecer as razões, o que, no caso do exame, será feito no mesmo momento, em petições distintas.

A interposição deve ocupar apenas uma lauda, o que é plenamente suficiente, tendo em vista a simplicidade da petição.

c) Razões de recurso

Esta estrutura deverá ser utilizada para a elaboração das razões do recurso. Será acompanhada pela interposição ou petição de juntada, conforme o caso.

Importante é que tenha início em nova lauda, ou seja, nunca inicie as razões na mesma lauda em que elaborou a interposição ou a petição de juntada.

d) Petição de juntada de recurso

Esta estrutura deverá ser utilizada quando o problema mencionar que o recurso já foi interposto. Isto quer dizer que a interposição do recurso já foi feita e o recurso passou pelo juízo de admissibilidade.

Desta forma, você deverá elaborar apenas as razões, acompanhadas de uma petição de juntada.

e) Contra-razões de recurso

Esta estrutura deverá ser utilizada quando o problema mencionar que o recurso já foi interposto pela parte contrária e que cabe a você exercer o contraditório.

Nesse caso, não há a necessidade de elaborar a interposição, tendo em vista que o recurso já foi interposto pela outra parte.

(6)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

5

Estrutura de petição básica

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência

PREÂMBULO – Deverá conter, via de regra, a apresentação e qualificação das partes, o nome e o fundamento jurídico da peça. O preâmbulo varia conforme a peça a ser elaborada.

Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., cidade..., por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do ... apresentar ..., pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

DOS FATOS

Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO

Parte mais importante da peça. Momento no qual o candidato desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão.

Utilizar as dicas do silogismo para argumentar.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer...

Termos em que, Pede Deferimento.

PARTE FINAL: Momento em que você requer o deferimento da petição, data e assina a peça.

(local, data)

_____________________ Advogado – OAB/SP nº...

(7)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

6

Estrutura de interposição de recurso

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência

PROCESSO-CRIME Nº...

PREÂMBULO – Deverá conter os requisitos

subjetivos e objetivos dos recursos:

Subjetivos: (1) Legitimidade de parte; (2) Interesse de agir.

Objetivos: (3) Tempestividade; (4) Taxatividade (artigo);

(5) Adequação (nome do recurso); Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe (1), por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão que...(2), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do ...(4), tempestivamente (3), interpor ... (5), pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

Requer seja recebido o presente recurso, ordenando-se o seu processamento e a remessa ao Egrégio ...

PEDIDO

Termos em que, Pede Deferimento.

PARTE FINAL: momento em

que você requer o deferimento da petição, data e assina a peça.

(local, data)

_____________________ Advogado – OAB/SP nº...

(8)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

7

Estrutura de razões de recurso

EGRÉGIO TRIBUNAL ... ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a competência

RAZÕES DE... Recorrente:

Recorrido: IDENTIFICAÇÃO: nome do recurso, identificação das partes e do processo

Autos do processo número... Vara de Origem...

Colenda Câmara;

SAUDAÇÃO

Doutos Desembargadores;

INTRODUÇÃO: demonstração do inconformismo com a decisão recorrida

Em que pese o brilhantismo do Meritíssimo Juiz “a quo”, não agiu com o costumeiro acerto quando... (preencher com a decisão recorrida), impondo-se a reforma da respeitável decisão pelas razões que passa a expor.

DOS FATOS

Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO

Parte mais importante da peça. Momento no qual o candidato desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão.

Utilizar as dicas do silogismo para argumentar.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja dado provimento ao recurso, para tornar sem efeito a decisão ora recorrida, ...

(local, data)

PARTE FINAL: em razões de recurso,

não se pede deferimento. O pedido é de provimento do recurso. Além disso, você já pediu o deferimento na petição de interposição.

_____________________ Advogado – OAB/SP nº...

(9)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

8

Estrutura de petição de juntada de contra-razões de recurso

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência

PROCESSO-CRIME Nº...

PREÂMBULO – Deverá conter a apresentação

das partes, a demonstração do inconformismo com a interposição do recurso pelo oponente, o nome e o fundamento jurídico da peça.

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve não se conformando com o recurso interposto em face da decisão..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo... do ... apresentar ..., pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

Requer sejam recebidas as contra-razões do presente recurso e encaminhadas ao Egrégio Tribunal...

PEDIDO

Termos em que, Pede Deferimento.

PARTE FINAL: momento em que você

requer o deferimento da petição, data e assina a peça.

(local, data)

_____________________ Advogado – OAB/SP nº...

(10)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

9

Estrutura de petição de juntada de razões de recurso

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...

ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a peça e a competência

PROCESSO-CRIME Nº...

PREÂMBULO – Deverá conter a apresentação

das partes, o pedido de juntada das razões e de encaminhamento à superior instância.

Nome..., já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer a juntada das presentes razões do recurso...

Requer, ainda, sejam recebidas e encaminhadas ao Egrégio Tribunal...

PEDIDO

Termos em que, Pede Deferimento.

PARTE FINAL: momento em que você

requer o deferimento da petição, data e assina a peça.

(local, data)

_____________________ Advogado – OAB/SP nº...

(11)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

10

Estrutura de contra-razões de recurso

EGRÉGIO TRIBUNAL ... ENDEREÇAMENTO: varia de acordo com a competência

CONTRA-RAZÕES DE... Recorrente:

Recorrido: IDENTIFICAÇÃO: nome do recurso, identificação das partes e do processo

Autos do processo número... Vara de Origem...

Colenda Câmara;

SAUDAÇÃO

Doutos Desembargadores;

INTRODUÇÃO: demonstração do inconformismo com a decisão recorrida

Não se conformando com o recurso interposto pelo órgão do Ministério Público (ou por... , se for ação privada) contra a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, vem apresentar CONTRA-RAZÕES, aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.

DOS FATOS

Narração dos acontecimentos contidos no problema. Vale lembrar que nenhum dado pode ser inventado e também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO

Parte mais importante da peça. Momento no qual o candidato desenvolve sua argumentação e demonstra seu poder de persuasão.

Utilizar as dicas do silogismo para argumentar.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja negado provimento ao recurso interposto pela acusação, mantendo-se a decisão recorrida, como medida de justiça.

(local, data)

PARTE FINAL: Em contra-razões de

recurso, não se pede deferimento e sim que seja negado provimento ao recurso interposto pela parte contrária. Além disso, quem pede deferimento é quem interpõe o recurso, ou seja, a parte contrária.

_____________________ Advogado – OAB/SP nº...

(12)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

11

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A ESTÉTICA DA PEÇA

Endereçamento

Não utilizar abreviaturas. Escrever tudo por extenso;

Não precisa escrever tudo em letras maiúsculas, pode escrever apenas a primeira letra de cada palavra com letra maiúscula;

Após o endereçamento, pule algumas linhas. Não precisa pular necessariamente 10 linhas. O ideal é deixar um espaço, para mostrar ao examinador que você sabe que aquele espaço é deixado para o despacho do juiz;

Importante: o número de folhas fornecido no exame é limitado, sendo assim, dependendo do tamanho da peça, qualquer espaço perdido pode ser precioso.

Preâmbulo

O parágrafo deve ter início no meio da página. As demais linhas obedecem à margem esquerda; O nome da parte deve ser escrito em destaque, de preferência com letras maiúsculas;

Quando for necessário qualificar as partes, tendo em vista que você não pode inventar dados, coloque o nome do dado, seguido de reticências, conforme o exemplo:

“Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., comarca de....”

O nome da peça deve ser colocado em destaque, ou seja, em letras maiúsculas, para facilitar a visualização.

Narração dos fatos

Apesar de não ser obrigatório, é aconselhável dividir a peça em títulos: Dos Fatos, Do Direito, Do Pedido. Isto facilita a organização da peça;

Nem todas as informações do problema devem ser incluídas na narração dos fatos. Copiar o problema inteiro, então, nem pensar. Você deve narrar as informações mais importantes, que são aquelas que darão suporte fático à sua argumentação e ao pedido. Tudo o que constar no item “Do Direito” deve ter sido abordado nos fatos;

Lembre-se de não inventar NADA, nenhum fato, nenhuma informação. Limite-se a trabalhar com as informações que o problema fornece;

Outro detalhe importante a ser lembrado, principalmente nas peças de Direito Penal: NUNCA concorde com a acusação. Procure sempre deixar dúvida quanto à atuação do seu cliente. Exemplo: o problema narra que Tício foi condenado por ter furtado uma carteira; ao narrar os fatos, você JAMAIS vai afirmar que Tício furtou uma carteira, e sim afirmará que Tício foi condenado pela suposta prática de furto.

Exposição do direito

Esta é a parte mais importante da sua peça, pois é o momento em que você vai desenvolver seu raciocínio. É nessa etapa da peça que você mostra que sabe argumentar e elaborar uma boa petição, com as idéias expostas de forma lógica, cadenciada e bem fundamentadas.

Basicamente, esta etapa da sua peça deve ser composta dos seguintes itens: 1. Frase de introdução

2. Conceitos (premissa maior) 3. Contraposição (premissa menor) 4. Conclusão

5. Pedido

A seguir, trataremos desse assunto de forma mais detalhada.

Não é necessário utilizar termos em latim. Aliás, nem é aconselhável, caso você tenha dúvida quanto ao significado do termo. Somente utilize se tiver certeza que é cabível determinada expressão no parágrafo em desenvolvimento;

Dependendo da peça, você terá que desenvolver mais de uma argumentação, mais de uma idéia. Sendo assim, é aconselhável subdividir o item. Isso ocorre muito nos recursos, quando, além das teses de mérito, houver também teses de nulidade. Quando isso acontecer, crie subtítulos, para facilitar a exposição dos argumentos, conforme exemplo:

(13)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

12

DO DIREITO I. PRELIMINARMENTE II. NO MÈRITO Do pedido

Procure iniciar sempre com a expressão: “Diante do exposto”;

O pedido é decorrência lógica da tese que foi desenvolvida no “Do Direito”, sendo assim, tudo o que for mencionado nas argumentações, deve constar no pedido;

Nem sempre será necessário mencionar artigos no pedido. Isso será analisado no decorrer das aulas, de acordo com cada peça e suas peculiaridades.

Doutrina e jurisprudência

Com a recente alteração no exame da OAB, que proibiu o uso de livros e doutrinas, esta parte da peça sofrerá certo prejuízo,ou seja, não mais será obrigatória a citação de doutrina.

Quanto à jurisprudência, apesar da proibição do uso de repertórios de jurisprudência, não podemos nos esquecer das Súmulas. Estas, sim, poderão ser utilizadas, quando houver alguma que tenha relação com o tema tratado na peça.

(14)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

13

DICAS PARA DESENVOLVER UMA BOA ARGUMENTAÇÃO

Para alcançar a aprovação é importante desenvolver uma argumentação clara, lógica e convincente. O objetivo de toda petição é convencer o julgador a deferir o pedido. Para tanto, seguem algumas dicas:

1. Elabore parágrafos curtos. Não existe regra com relação à quantidade de linhas que o parágrafo deve conter, mas o ideal é que você desenvolva a idéia sem ser prolixo.

2. Cada idéia que for introduzir no texto, inicie um novo parágrafo. Isto deixará sua peça mais lógica e harmônica.

3. Utilize o silogismo exposto a seguir para desenvolver a sua argumentação:

PREMISSA MAIOR

Conte o(s) artigo(s) que fundamenta(m) sua tese com suas palavras. Não é aconselhável copiar artigos. Explique, fale sobre o artigo que contou acima. Para isso, utilize os comentários dos autores que estiver consultando. Nesta etapa, você ainda não menciona o seu caso. Apenas “prepara o terreno”, explicando, comentando o artigo e, é claro, utilizando entendimentos que beneficiem o seu cliente.

PREMISSA MENOR

Agora você adentra o mérito do seu problema. (No caso em tela,...) Após contar e explicar o artigo, agora é o momento da contraposição.

CONCLUSÃO

Faça uma breve conclusão, um fechamento.

(15)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

14

ESTRUTURA DA PARTE ARGUMENTATIVA DA PEÇA (DO DIREITO)

DO DIREITO

A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, e certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que demonstram a falta de justa causa (ou outra tese) e que justificam a presente manifestação.

FRASE DE INTRODUÇÃO

Com efeito, nos termos do artigo... (desenvolver a premissa maior).

No caso em tela, .... (desenvolver a premissa menor)

Nesse sentido, há, inclusive, entendimento sumulado:

“Súmula XXX bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla”

SÚMULA (se houver) -inserir em destaque jurídico

Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que... (conclusão – fechamento das idéias e introdução para o pedido),

(16)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

15

TESES DE DEFESA

A tese de defesa será o núcleo da sua peça e estará diretamente ligada ao fato descrito no problema, constituindo o direito que será por você defendido.

O pedido é a decorrência lógica da tese defendida. É importante que você resguarde, sempre, uma lógica entre a tese defendida e o que for pleiteado ao final.

Via de regra, no exame de ordem, você atua como advogado de defesa, mas nada impede que sua atuação seja pela acusação.

Se a sua atuação for pela acusação, a tese será a existência do crime, de culpabilidade e de punição do réu. Logo, o pedido será a condenação.

Porém, no caso de atuar pela defesa do réu, você deverá demonstrar a ausência dos elementos do crime, a falta de culpabilidade do réu ou a impossibilidade de puni-lo, quer pela existência de alguma dirimente, quer pela ocorrência de alguma causa extintiva da punibilidade.

Poderá, ainda, suscitar o reconhecimento de eventuais nulidades que tenham ocorrido durante o processo.

Como o Direito Penal é uma matéria extensa, que possibilita o surgimento de inúmeras teses de defesa, faremos, a seguir, uma análise das teses mais comuns.

Falta de Justa Causa

A tese de falta de justa tem o condão de atacar o mérito da ação penal e abrange as seguintes situações:

1. Existência do crime; 2. Culpabilidade do agente;

3. Possibilidade de imposição da pena (nesse caso, estaremos diante da segunda possível tese de defesa, que é a extinção da punibilidade).

Extinção da punibilidade

A punibilidade é a conseqüência do crime, desde que o sujeito tenha cometido um fato típico, antijurídico e culpável.

Pode, entretanto, ocorrer uma situação que impeça o “jus puniendi” do Estado, não obstante tenha o sujeito praticado a infração penal. São as causas de extinção da punibilidade, elencadas no artigo 107 do Código Penal.

Daremos mais atenção ao inciso IV do referido artigo, que versa sobre a prescrição, a decadência e a perempção como causas extintivas da punibilidade.

- Prescrição: perda do direito de punir do Estado pelo decurso do tempo, em razão do seu não exercício, dentro do prazo previamente fixado.

- Decadência: perda do direito de oferecer a ação penal privada, ou a representação, nos casos que dela dependam, em decorrência do seu não exercício no prazo legalmente previsto.

- Perempção: perda do direito de prosseguir na ação, em virtude da inércia do querelante (particular ofendido).

Vale ressaltar que o rol do artigo 107 do Código Penal não é taxativo. Podemos encontrar outras causas em diversos pontos da legislação penal. Ex.: o ressarcimento do dano no peculato culposo (artigo 312, §3º).

Nulidade

Esta tese de defesa é um ataque ao processo. O processo é regulado por regras que buscam permitir às partes a igualdade e o equilíbrio necessário na postulação, na produção das provas a na argumentação perante o órgão julgador. Quando essas regras não são cumpridas, a relação processual fica desequilibrada, fazendo com que o ato irregular seja refeito, a fim de restaurar o equilíbrio.

(17)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

16

Normalmente, o processo é formado por atos contínuos, onde um é conseqüência do outro, razão pela qual a nulidade de um ato invalida os que se seguiram.

As nulidades são tratadas no artigo 564 do Código de Processo Penal e se dividem em nulidades absolutas e nulidades relativas.

- Nulidade absoluta: o prejuízo é presumido; atinge o interesse público; viola diretamente princípios processuais, constitucionais ou normas infraconstitucionais garantidoras do interesse público; pode ser alegada a qualquer momento; pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.

- Nulidade relativa: o prejuízo deverá ser demonstrado; atinge o interesse privado das partes; viola dispositivos infraconstitucionais; á passível de preclusão e deve ser suscitada pelas partes.

O momento para a argüição de eventuais nulidades depende de sua espécie. As nulidades absolutas podem ser suscitadas e reconhecidas a qualquer tempo. Já as nulidades relativas devem ser argüidas na primeira oportunidade que a parte tiver para se manifestar no processo, sob pena de serem consideradas sanadas.

Arbitrariedade

Esta tese de defesa deverá ser utilizada sempre que um direito subjetivo for negado ao réu. Podemos chamar de direito subjetivo aquele que tem requisitos a serem preenchidos para concessão, ou seja, preenchendo os requisitos necessários, o réu ou condenado poderá exigir determinado benefício.

O “sursis” e a liberdade provisória são os exemplos mais comuns de direitos subjetivos. Podemos, ainda, citar outras situações: a não soltura do condenado depois de cumprida a pena; o não recebimento de recurso, apesar de preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos etc.

(18)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

17

ESQUELETO PARA RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS

Utilize o esquema abaixo para a resolução dos exercícios práticos. Você perceberá que assim que completar o esquema, a peça estará praticamente pronta, bastando, apenas aplicar as formalidades, ou seja, transformá-la em uma petição.

1- Cliente: 2- Crime: 3- Pena: Abstrata Concreta 4- Ação Penal: 5- Rito Processual: 6- Fase do Processo: ( ) Administrativa – IP ( ) Ação Penal

( ) Sentença sem trânsito em julgado ( ) Acórdão

( ) Sentença com trânsito em julgado ( ) Execução de sentença

7- Peça:

8- Fundamento Jurídico da peça:

9- Autoridade Coatora (MS/HC):

10- Endereço: ( ) Delegado ( ) Juiz de 1º Grau

( ) Desembargador Presidente do Tribunal (TJ/TRF/Turma Recursal) ( ) Ministro Presidente (STJ/STF)

11- Endereçamento por extenso:

12- Tese de Defesa : ( ) Falta de Justa Causa

( ) Nulidade Processual - artigo 564 CPP ( ) Arbitrariedade

( ) Extinção de Punibilidade - artigo 107 CP ( ) Justa Causa

13- Roteiro de Argumentação:

a) Frase introdutória: A defesa, segura do conhecimento de Vossa(s) Excelência(s) e certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que demonstram a... (tese) e que...

b) Conceitos e contraposição: Quais artigos utilizarei na minha argumentação? Relacionar por ordem de importância. Não esquecer da CF. Elaborar um breve resumo da estrutura do “do direito”.

c) Jurisprudência: Quais súmulas irei utilizar na minha peça? Relacionar em ordem de preferência, seguindo a ordem da argumentação.

d) Conclusão: Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que... e) Pedido: Diante do exposto, ...

(19)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

18

ENDEREÇAMENTOS

DELEGACIA DE POLÍCIA ESTADUAL

Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia Titular do... Distrito Policial de...

DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL

Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia Federal do Departamento de Polícia Federal em...

DIPO – Departamento de Inquéritos Policiais (somente na capital)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais da Capital

VARA CRIMINAL COMUM ESTADUAL

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca de...

VARA CRIMINAL COMUM FEDERAL

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de...

VARA DO JÚRI ESTADUAL (1ª fase)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Júri da Comarca de...

VARA DO JÚRI FEDERAL (1ª fase)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Federal do Júri da Subseção Judiciária de...

VARA DO JÚRI ESTADUAL (2ª fase)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do... Tribunal do Júri da Comarca de...

VARA DO JÚRI FEDERAL (2ª fase)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal Presidente do... Tribunal Federal do Júri da Secção Judiciária de...

JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL ESTADUAL

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Juizado Especial Criminal da Comarca de...

JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara do Juizado Especial Federal Criminal da Subseção Judiciária de...

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator da... Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. (em caso de embargos infringentes e de nulidade)

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da... ª Região.

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator da... Turma do Egrégio Tribunal Regional Federal da... ª Região. (em caso de embargos infringentes e de nulidade)

COLÉGIO RECURSAL ESTADUAL

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio Colégio Recursal do Juizado Especial Criminal da Comarca de...

(20)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

19

TURMA RECURSAL FEDERAL

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal Presidente da Egrégia Turma Recursal da Subseção Judiciária de...

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Superior Tribunal de Justiça

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

(21)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

20

HABEAS CORPUS

O “habeas corpus” é uma ação de natureza constitucional que tem por finalidade evitar ou fazer cessar violência ou coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder.

Está previsto no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal e artigos 647 e seguintes do Código de Processo Penal.

Natureza Jurídica:

Embora o Código de Processo Penal inclua o “habeas corpus” no capítulo destinado aos recursos, a doutrina é unânime em considerá-lo uma ação penal autônoma de natureza constitucional voltada à proteção do direito à liberdade de locomoção contra qualquer espécie de ilegalidade.

De acordo com Ada, Magalhães e Scarance, “na verdade, cuida-se de uma ação que tem por objeto uma prestação estatal consistente no restabelecimento da liberdade de ir, vir e ficar, ou, ainda, na remoção de ameaça que possa pairar sobre esse direito fundamental da pessoa. E tal prestação se consubstancia na

ordem de habeas corpus, através da qual o órgão judiciário competente reconhece a ilegalidade da restrição

atual da liberdade e determina providência destinada à sua cessação (alvará de soltura) ou, então, declara antecipadamente a ilegitimidade de uma possível prisão1”.

Espécies:

Preventivo: Impetrado com a pretensão de evitar futura coação. Geralmente, há uma ameaça à liberdade de locomoção e o referido remédio é utilizado como forma de precaução, visando à obtenção de um salvo conduto.

Liberatório ou Repressivo: Impetrado quando se pretende a restituição da liberdade de alguém que já teve seu direito de ir e vir violado, ou porque já está preso, ou porque já tem contra si mandado de prisão expedido. Nesses casos, o paciente visa à obtenção de um alvará de soltura ou de um contramandado de prisão. Ainda, pode ser utilizado quando já tiver sido instaurado o inquérito policial ou iniciada a ação penal. Nesses casos, o objetivo é o trancamento do IP ou da ação penal.

De ofício: No curso da ação penal, o juiz pode conceder “habeas corpus” de ofício caso verifique a ocorrência de constrangimento ilegal à liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder.

Legitimidade ativa:

Pode ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, independentemente de habilitação legal ou representação por advogado, sendo dispensada a procuração.

O Promotor de Justiça também pode se utilizar deste remédio, nos termos do art. 32, I2 da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei n. 8625/93), assim como a pessoa jurídica, desde que em favor de pessoa física e o Delegado de Polícia, como cidadão e não como autoridade.

Legitimidade passiva:

Quem figura no pólo passivo é o coator (ou autoridade coatora). Via de regra, a coação advém de um ato de autoridade pública.

Porém, o “habeas corpus” também pode ser impetrado contra ato de particular, uma vez que a Constituição refere-se não só a coação por abuso de poder, mas também por ilegalidade.

Cabimento:

Pressuposto indispensável para a impetração do “habeas corpus” é o atentado contra a liberdade de locomoção.

1GRINOVER, Ada Pellegrini, FILHO, Antonio Magalhães Gomes e FERNANDES, Antonio Scarance. Recursos no Processo Penal. 4ª

edição. São Paulo:Revista dos Tribunais p349. 2

Art. 32. Além de outras (...) compete aos Promotores de Justiça, dentro de suas esferas de atribuições: I - impetrar habeas-corpus e mandado de segurança e requerer correição parcial, inclusive perante os Tribunais locais competentes;

(22)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

21

O artigo 648 do Código de Processo Penal disciplina as hipóteses de cabimento:

Inciso I – quando não houver justa causa

A justa causa estará presente quando as razões ou motivos que determinarem a ameaça à liberdade de locomoção tiverem amparo legal, ou seja, fundamento em lei. Logo, se referida ameaça não encontrar fundamento na ordem jurídica, será ilegal, restando evidenciada a falta de justa causa.

O inciso abrange as hipóteses de falta de justa causa para a prisão, bem como para o inquérito e para o processo.

Inciso II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que a lei determina

O inciso cuida do excesso de prazo na prisão cautelar advinda da prisão em flagrante, preventiva ou da prisão temporária.

A demora injustificada configura o constrangimento ilegal à liberdade de locomoção, sanável por meio de “habeas corpus”.

Inciso III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo

Somente a autoridade judicial competente pode determinar a prisão, salvo nos casos de prisão em flagrante, de transgressões e de crimes militares.

Se houver incompetência absoluta do juízo, também haverá constrangimento ilegal sanável por meio de “habeas corpus”.

Inciso IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação

Se houver desaparecido a causa que determinou a prisão, esta deverá ter um fim. Caso o constrangido não seja colocado em liberdade, deverá valer-se do “habeas corpus”.

Por exemplo: um condenado que já cumpriu sua pena, mas ainda continua preso.

Inciso V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei autoriza.

As hipóteses em que a lei prevê a fiança encontram-se nos artigos 323, 324 e 325 do CPP. De acordo com o art. 5º, LXVI, da Constituição Federal, ninguém poderá ser preso quando a lei admitir a prestação de fiança.

Inciso VI – quando o processo for manifestamente nulo

A nulidade pode decorrer de qualquer causa, como: ausência de condição de procedibilidade, ilegitimidade de parte, ausência de citação, ausência de alegações finais etc. Deve haver nexo de causalidade entre a nulidade e a prisão.

Inciso VII – quando já estiver extinta a punibilidade do agente

O artigo 107 do CP enumera as causas que extinguem a punibilidade (rol exemplificativo). Demonstrada a ocorrência de alguma destas causas, o inquérito policial ou a ação penal deverão ser trancados.

Competência:

O “habeas corpus” é sempre dirigido à autoridade jurisdicional hierarquicamente superior à autoridade coatora, observando-se a tabela que segue:

(23)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

22

ESCADA DE COMPETÊNCIA DO HABEAS CORPUS

STF STJ Tribunal Juiz de 1º grau Turma Recursal Delegado de polícia Particular

TABELA DE ENDEREÇAMENTOS CONFORME COMPETÊNCIA ESTADUAL

AUTORIDADE COATORA: COMPETÊNCIA PARA JULGAR O HC:

Particular Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca de...

Delegado de Polícia Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais da Capital (crimes comuns - só na capital)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca de... (crimes comuns – fora da capital)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Júri da Comarca de... (Crimes dolosos contra a vida)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara do Juizado Especial Criminal da Comarca de... (infrações de menor potencial ofensivo)

Juiz Corregedor do DIPO (crimes comuns - só na capital)

Juiz de Direito da Vara Criminal (crimes comuns – fora da capital)

Juiz de Direito da Vara do Júri (Crimes dolosos contra a vida)

Juiz Presidente do Colégio Recursal (infrações de menor potencial ofensivo)

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Juiz de Direito do JECRIM (infrações de menor potencial ofensivo)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio Colégio Recursal do Juizado Especial Criminal da Comarca de...

Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça (crimes comuns e crimes dolosos contra a vida)

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Superior Tribunal de Justiça

Ministro Presidente do STJ Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Supremo Tribunal Federal

(24)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

23

FEDERAL

AUTORIDADE COATORA: COMPETÊNCIA PARA JULGAR O HC:

Particular Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal Federal da Secção Judiciária de...

Delegado de Polícia Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal Federal da Secção Judiciária de... (crimes comuns)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara do Juizado Especial Criminal Federal da Secção Judiciária de... (infrações de menor potencial ofensivo)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Federal do Júri da Secção Judiciária de... (crimes dolosos contra a vida)

Juiz Federal da Vara Criminal (crimes comuns)

Juiz Federal da Vara do Júri (crimes dolosos contra a vida)

Juiz Presidente do Colégio Recursal (infrações de menor potencial)

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da... ª Região.

Obs.: São Paulo e Mato Grosso do Sul – 3ª Região

Juiz Federal do Juizado Especial Criminal (infrações de menor potencial ofensivo)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio Colégio Recursal Federal da Secção Judiciária de...

Desembargador Presidente do Tribunal Regional Federal (crimes comuns e crimes dolosos contra a vida)

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Superior Tribunal de Justiça

Ministro Presidente do STJ Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Supremo Tribunal Federal

Processamento:

A petição de “habeas corpus”, nos termos do §1º do artigo 654 do CPP, deverá conter: a. O órgão jurisdicional a quem é endereçada a ação (endereçamento);

b. O nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer a coação (o paciente); c. O nome de quem exerce a coação ou ameaça (a autoridade coatora);

d. O nome do impetrante (que pode ser, inclusive, o próprio paciente); e. A descrição dos fatos que configuram o constrangimento;

f. O pedido;

g. A assinatura do impetrante ou de alguém a seu rogo, caso este não souber ou não puder escrever; h. A designação das respectivas residências.

Recebida a petição, caso haja pedido de liminar, este será apreciado. Caso julgue necessário, o juiz poderá requisitar a apresentação do preso.

Em seguida, o juiz requisita informações da autoridade coatora, dentro do prazo que fixar e, em seguida, fundamentadamente, decide.

Liminar:

É possível o pedido de liminar em sede de “habeas corpus”, nos casos em que a cessação da coação ilegal exigir pronta intervenção do judiciário.

(25)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

24

Deverão ser demonstrados o “fumus boni iuris” (o amparo legal da medida, ou seja, o argumento legal que sustenta o pedido liminar) e o “periculum in mora” (probabilidade de dano irreparável ou de difícil reparação, caso haja demora na concessão da liminar pleiteada).

Efeitos:

A concessão de “habeas corpus” liberatório implica na imediata libertação do paciente, salvo se, por outro motivo deva ser mantido na prisão.

Se a ordem de “habeas corpus” for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, será expedida ordem de salvo conduto em favor do paciente.

Quando a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento em que se verificou a nulidade (art. 652 do CPP).

Sendo a ordem concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, estes estarão impedidos de prosseguir em seu curso normal.

De acordo com o artigo 580 do CPP, a decisão favorável do “habeas corpus” pode ser estendida a outros interessados que se encontrarem em situação idêntica à do paciente beneficiado.

Recursos:

Cabe Recurso em sentido estrito (RESE) da decisão que concede ou nega a ordem de “habeas corpus” em primeira instância (art. 581, X do CPP).

Em caso de concessão da ordem, cabe recurso de ofício (art. 574, I do CPP).

Caberá Recurso Ordinário Constitucional (ROC) ao STJ quando a ordem for denegada em segunda instância – TJ ou TRF (art. 105, I, “a” da CF).

Caberá, ainda, ROC ao STF quando houver denegação da ordem por parte do STJ (art. 102, I, “a” da CF).

TERMINOLOGIA

 PACIENTE – aquele que sofre a coação ou o constrangimento ilegal;

 IMPETRANTE - aquele que impetra o “habeas corpus” em favor do paciente. Pode ser o impetrante, ao mesmo tempo, paciente, caso este impetre o “habeas corpus” em nome próprio;

 AUTORIDADE COATORA (OU IMPETRADO) – aquele que causa o constrangimento ilegal ao paciente;

 VERBO (PREÂMBULO) - impetrar ATENÇÃO!!

Quando pedir liminar no habeas corpus? São três as hipóteses:

1) Se o paciente estiver preso. Nesse caso, o pedido liminar será a expedição do alvará de soltura; 2) Se o paciente estiver na iminência de ser preso, ou seja, se já tiver sido expedido o mandado de

prisão. Nesse caso, o pedido liminar será a expedição do contramandado de prisão;

3) Se tiver sido agendado algum ato processual como, por exemplo, o interrogatório. Nesse caso, o pedido liminar será a suspensão ou sustação do ato até o julgamento definitivo da ordem.

OBS.: Quando o habeas corpus tiver liminar, não se esquecer de duas coisas:

1) No preâmbulo, denominar a peça como: “ordem de habeas corpus com pedido liminar”;

2) Na peça, antes do pedido, inserir um tópico: “Da Liminar”. Nesse tópico, demonstrar os requisitos que autorizam a concessão de liminar: fumus boni iuris e periculum in mora.

(26)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

25

Modelo de habeas corpus

Excelentíssimo Senhor Doutor... (vide quadro da competência)

Nome..., advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do

Brasil, Secção de São Paulo sob o número..., com escritório na rua... número..., bairro..., comarca

de..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, LXVIII da

Constituição Federal e artigos 647 a 667 do Código de Processo Penal, impetrar ordem de

HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR em favor de Nome..., nacionalidade..., estado

civil..., profissão..., residente na rua..., número..., nesta Capital, contra ato ilegal praticado pelo...

(indicar a autoridade coatora), pelas razões abaixo aduzidas.

DOS FATOS

Narrar os acontecimentos contidos no problema, sem

inventar nenhum dado. Também não é aconselhável copiar o problema.

DO DIREITO

A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência e

certa de que nenhum detalhe escapará da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os

argumentos que demonstram a... (preencher com a tese) e que fazem com que o paciente suporte

um constrangimento ilegal.

Com efeito.. (desenvolver a argumentação, demonstrando

a tese).

Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que o

paciente vem suportando constrangimento ilegal e faz jus à concessão da ordem impetrada.

DA LIMINAR

A medida liminar deve ser concedida, uma vez que

restaram demonstrados os requisitos autorizadores, quais sejam:

O “Fumus Boni Juris” encontra respaldo no artigo...

(explicar, tendo em vista o amparo legal da medida, ou seja, o argumento legal que sustenta o

pedido liminar).

o

“Periculum

in

mora”

consubstancia-se

na

probabilidade do paciente sofrer dano irreparável ou de difícil reparação... (explicar, tendo em vista

a probabilidade de dano irreparável ou de difícil reparação, caso haja demora na concessão da

liminar pleiteada).

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer sejam colhidas as informações,

com a máxima urgência, perante a autoridade ora apontada como coatora, para que, ao final,

conceda-se a ordem impetrada, decretando-se... (preencher com o pedido específico, de acordo

com a tese), com fulcro no art. 648,... do Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

(27)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

26

Diante do exposto, postula-se seja concedida liminar da

ordem, decretando-se ... (preencher com o pedido liminar) e, após sejam colhidas as informações

perante a autoridade ora apontada como coatora, requer a confirmação da liminar oportunamente

concedida, bem como a ... (preencher com o pedido específico), com fulcro no artigo 648, ...do

Código de Processo Penal, por ser medida de justiça.

Termos em que,

Pede deferimento.

(local, data)

___________________________

OAB – Seção de São Paulo nº....

DICA:

Utilize o quadro abaixo, para auxiliar na elaboração do pedido:

QUADRO I

PEDIDOS DE “HC” SEM PEDIDO LIMINAR

TESE PEDIDO ESPECÍFICO

NULIDADE

* (se a nulidade ocorrer até a resposta escrita (inclusive), requerer a anulação “ab initio”; se a nulidade ocorrer após a resposta escrita, requerer a anulação a partir do ato nulo.).

* na argumentação, utiliza-se o artigo 564 do CPP.

Anulação “ab initio” da ação penal, com fulcro no artigo 648, VI do Código de Processo Penal

ou

Anulação a partir (...), com fulcro no artigo 648, VI do Código de Processo Penal

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

* na argumentação, utiliza-se o artigo 107 do CP.

Que seja reconhecida e declarada a extinção da punibilidade dos fatos imputados ao paciente, com fulcro no artigo 648, VII do Código de Processo Penal

FALTA DE JUSTA CAUSA

SEM

SENTENÇA * quando não há crime, quando o paciente é isento de pena ou agiu amparado por uma causa que exclui a ilicitude da conduta.

Trancamento do inquérito policial, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal .

ou

Trancamento da ação penal, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal .

FALTA DE JUSTA CAUSA

COM

SENTENÇA * quando não há crime, quando o paciente é isento de pena ou agiu amparado por uma causa que

Cassação da sentença condenatória proferida contra o paciente, revogando-se os efeitos oriundos da mesma, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal .

(28)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

27

QUADRO II

PEDIDOS DE “HC” COM PEDIDO LIMINAR

TESE PEDIDO LIMINAR PEDIDO DEFINITIVO

NULIDADE + PACIENTE PRESO OU NA IMINÊNCIA DE SER PRESO

* (se a nulidade ocorrer até a resposta escrita (inclusive), requerer a anulação “ab initio”);

se a nulidade ocorrer após a resposta escrita, requerer a anulação a partir do ato nulo.

* na argumentação, utiliza-se o artigo 564 do CPP.

Expedição do competente alvará de soltura em favor do paciente e,

ou

Expedição do competente contramandado de prisão em favor do paciente e,

Anulação “ab initio” da ação penal, com fulcro no artigo 648, VI do Código de Processo Penal,

ou

Anulação da ação penal a partir... , com fulcro no artigo 648, VI do Código de Processo Penal

FALTA DE JUSTA CAUSA

SEM

SENTENÇA + PACIENTE PRESO OU NA IMINÊNCIA DE SER PRESO

* quando não há crime, quando o paciente é isento de pena ou agiu amparado por uma causa que exclui a ilicitude da conduta.

Expedição do competente alvará de soltura em favor do paciente

ou

Expedição do competente contramandado de prisão em favor do paciente

Trancamento da ação penal, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal

ou

Trancamento do inquérito policial, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal

FALTA DE JUSTA CAUSA

COM

SENTENÇA + PACIENTE PRESO OU NA IMINÊNCIA DE SER PRESO

* quando não há crime, quando o paciente é isento de pena ou agiu amparado por uma causa que exclui a ilicitude da conduta.

Expedição do competente alvará de soltura em favor do paciente

ou

Expedição do competente contramandado de prisão em favor do paciente

Cassação da sentença proferida contra o paciente e a revogação dos efeitos oriundos da mesma, com fulcro no artigo 648, I do Código de Processo Penal

ARBITRARIEDADE PACIENTE PRESO EM FLAGRANTE

Inciso II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;

Inciso III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

Relaxamento da prisão em flagrante imposta ao paciente e a expedição do competente alvará de soltura em seu favor

Concessão definitiva da ordem impetrada, com fulcro no artigo 648,... do Código de Processo Penal ARBITRARIEDADE PACIENTE PRESO PREVENTIVA OU TEMPORARIAMENTE Revogação da prisão... decretada contra o paciente e a expedição do competente

Concessão definitiva da ordem impetrada, com fulcro no artigo 648,... do Código de Processo exclui a ilicitude da conduta.

HC PREVENTIVO

* Quando o paciente estiver na iminência de sofrer a coação ilegal.

Expedição do competente salvoconduto em favor do paciente, com fulcro no artigo 660, §4º do Código de Processo Penal .

(29)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

28

Inciso II – quando alguém estiver

preso por mais tempo do que determina a lei;

Inciso III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

alvará de soltura em seu favor Penal

ARBITRARIEDADE

Inciso IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação

Expedição do competente alvará de soltura em favor do paciente

Concessão definitiva da ordem impetrada, com fulcro no artigo 648,... do Código de Processo Penal

ARBITRARIEDADE

Inciso V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei autoriza.

Concessão da liberdade provisória, conseqüentemente, o arbitramento da fiança e a expedição do competente alvará de soltura em favor do paciente

Concessão definitiva da ordem impetrada, com fulcro no artigo 648,... do Código de Processo Penal

QUALQUER TESE + ATO PROCESSUAL AGENDADO

Diante do exposto, postula-se seja concedida liminar da ordem, em face da proximidade do... (preencher com o ato agendado), para suspender tal ato até o julgamento definitivo do presente “writ”

Seja, ao final, concedida a ordem impetrada decretando-se..., (preencher com o pedido relacionado à tese) com fulcro no artigo 648,... do Código de Processo Penal

(30)

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

A autora autoriza a utilização estritamente em sala de aula, como material de apoio. Proibida qualquer forma de divulgação, inclusive via e-mail ou digitalização, sob pena de

responsabilização criminal

29

RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

Conceito de prisão em flagrante

Segundo Guilherme Nucci, a prisão em flagrante “é a modalidade de prisão cautelar, de natureza administrativa, realizada no instante em que se desenvolve ou termina de se concluir a infração penal (crime ou contravenção penal)”. (NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 4. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. p. 560)

A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXI, autoriza essa modalidade de prisão sem a necessidade da expedição de um mandado de prisão, podendo, inclusive, partir de qualquer pessoa, além das autoridades policiais e seus agentes (art. 301 do CPP).

Entretanto, a prisão em flagrante está sujeita à avaliação imediata da autoridade judiciária, a qual poderá relaxá-la, quando vislumbrar qualquer ilegalidade. É o que dispõe o artigo 5º, inciso LXV da CF.

Espécies de prisão em flagrante

a) Flagrante próprio ou perfeito (artigo 302, I e II do CPP): ocorre no momento em que o agente está cometendo a infração ou acaba de cometê-la;

b) Flagrante impróprio ou imperfeito (artigo 302, III do CPP): ocorre quando o agente é perseguido pela polícia, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, logo após a tentativa ou a prática da infração penal; c) Flagrante presumido ou ficto (artigo 302, IV do CPP): ocorre quando o agente é encontrado, logo

depois da tentativa ou a prática da infração penal, na posse de instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor do delito;

d) Flagrante esperado: ocorre quando a autoridade policial, mediante a notícia de que será cometida uma infração penal, desloca agentes para o local e fica aguardando a sua ocorrência. Trata-se de uma hipótese de flagrante totalmente viável;

e) Flagrante retardado ou diferido: trata-se da hipótese de flagrante prevista no artigo 2º da Lei n.º 9.034/95, que autoriza a autoridade policial retardar a realização da prisão em flagrante, para poder obter mais informações acerca da atividade da organização criminosa;

f) Flagrante preparado: ocorre quando o agente é induzido por terceiro a praticar a infração penal. A Súmula 145 do STF rejeita esse tipo de flagrante, pois o considera crime impossível.

Outras situações

a) Crimes permanentes: enquanto não cessar a permanência, o agente estará em situação de flagrante (art. 303 do CPP);

b) Crimes habituais: não admitem prisão em flagrante, um vez que o delito habitual se consuma através da prática de várias condutas, de modo reiterado;

c) Crime de ação penal privada: admite prisão em flagrante, entretanto, para a lavratura do auto, é necessária a autorização da vítima ou de seu representante legal;

d) Crime de ação penal pública condicionada: admite prisão em flagrante, entretanto, para a lavratura do auto, é necessária a representação da vítima ou de seu representante legal ou, ainda, a requisição do Ministro da Justiça.

Pessoas que não podem ser presas em flagrante

a) Presidente da República (art. 86 da CF). Ele pode ser capturado (no sentido de se deter, segurar), mas não se lavra auto de prisão em flagrante;

b) Quem goza de imunidade diplomática (ex.: embaixador não responde pelo crime aqui no Brasil – art. 1, I do CPP);

c) O que causar acidente automobilístico e prestar socorro à vítima; (Código Nacional de Trânsito, art. 123);

d) Quem se apresenta espontaneamente para a autoridade (art. 317 do CPC). Trata-se de um prêmio.

Pessoas que sofrem restrições para prisão em flagrante

a) Parlamentares, Juízes, Promotores, Governadores, Deputados Estaduais só podem ser presos em flagrante tratando-se de crime inafiançável. Se afiançável, no máximo captura;

Referências

Documentos relacionados

Aproximação de uma função pelo polinómio de Taylor.. O argum ent o pode ser um a represent ação sim bólica de um valor num érico.. Exercícios para desenvolver em Matlab.. 1.

As intervenções da NIC têm sido associadas aos diagnósticos de enfermagem da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), aos problemas do Sistema de Omaha, aos

Ao prescrever os cuidados de enfermagem, o enfermeiro deve estar atento aos fatores relacionados e às características definidoras identificados na elaboração dos diagnósticos

reza, causa impacto positivo na imagem da profissão nas organizações de atendi- mento de saúde, nas disciplinas e nos pacientes e suas famílias. O administrador de enfermagem

A edição 2015-2017 do clássico Diagnósticos de enfermagem da NANDA International: definições e classificação traz mais diagnósticos de aplicação clínica como resultado

Eles devem ser territorializados, isto é, estar circunscritos no espaço de convívio social (família, escola, trabalho, igreja, etc.) dos usuários que os frequentam. Eles podem

12 O objetivo com este estudo foi avaliar os registros efetuados pela equipe de enfermagem referentes à admissão dos pacientes internados na clínica médica de um hospital de ensino,

Além dessas iniciativas, várias organizações têm concentrado esforços para o desenvolvimento de pa- drões, diretrizes e medidas de prevenção baseadas em evidências para melhorar