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Arq. NeuroPsiquiatr. vol.4 número4

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Academic year: 2018

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A N Á L I S E S D E R E V I S T A S

NEURANATOMÍA E NEUROFISIOLOOIA

A VIA PIRAMIDAL NO HOMEM. X I V : ESTUDO DA REPRESENTAÇÃO D3S COMPONENTES CORTICAIS NA MEDULA ( T H E H U M A N PYRAMIDAL TRACT. X I V : A STUDY OF THE REPRESENTATION OF T H E CORTICOSPINAL COMPONENTS I N T H E SPINAL C O R D ) . A. M . L A S S E K E J . P . E V A N S . J . Comp. Neurol., 3 4 : 1 1 - 1 6 (fevereiro) 1 9 4 6 . A p ó s c h a m a r e m a a t e n ç ã o sobre a existência d e fibras n ã o piramidais j u n t o à s fibras constituintes do t r a c t o piramidal, os A A . a p r e s e n t a m u m t r a

-balho relativo a o e x a m e da área do t r a c t o piramidal n a medula espinal d e u m indivíduo p o r t a d o r de extenso t u m o r cerebral, falecido 1 1 meses depois de ter sido submetido a u m a hemisferectomia unilateral. E s t a foi quase t o -tal, apenas ficando conservados os núcleos basais e a ínsula e os vasos des-tinados à sua irrigação. C o m o e x a m e histológico, o b s e r v a r a m os A A . que, na medula, a despeito da ausência de fibras descendentes n a s pirâmides b u l -b a r e s , havia m u i t a s fi-bras n a área do t r a c t o piramidal. E s s a s fi-bras, de ca-libre médio e. pequeno, e s t a v a m p r e s e n t e s seja no t r a c t o corticospinal late-ral seja n o ventlate-ral, se b e m que mais n u m e r o s a s n o primeiro, p a r e c e n d o q u e a u m e n t a v a m de n ú m e r o q u a n t o mais b a i x o o nível m e d u l a r observado. A p ó s citarem o t r a b a l h o de W e l c h e K e n n a r d , q u e d e m o n s t r a r a m n o m a c a c o a incompleta degeneração das áreas do t r a c t o piramidal na m e d u l a após a h e misferectomia, os A A . p e n s a m na possibilidade de p e r t e n c e r e m as fibras r e -manescentes, seja ao t r a c t o piramidal ipsilateral, seja ao sistema extrapira-mida!, seja aos t r a c t o s sensitivos ascendentes, seja ainda a o sistema espinos-p i n a l .

O. L E M M I

O FEIXE PIRAMIDAL. SENSIBILIDADE DOS AXÔNIOS À I N J Ú R I A M Á X I M A DAS SUAS CÉLULAS DE ORIGEM N O GATO ( T H E PYRAMIDAL TRACT. T H E SENSITIVITY OF A X 0 N S TO MAXIMAL I N J U R Y OF T H E CELLS OF ORIGIN I N T H E C A T ) . A. M. LASSEK. J . Comp. Neurol., 3 4 : 1 3 4 - 1 3 8 (abril) 1 9 4 6 .

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se-g u i n t e s : 1 . O s axônios de maior d i â m e t r o d o t r a c t o piramidal parecem s e r mais sensíveis que os m e n o r e s após a p e r d a de s u a célula de o r i g e m ; eles d e s a p a r e c e m do s e g u n d o p a r a o terceiro dia do p ó s - o p e r a t ó r i o . 2 . A r e a ç ã o axônica decorrente da lesão m á x i m a de sua célula de origem, c o m o a i n dicada pela técnica do protargol, é u m t e s t e t ã o sensível da d e g e n e r a ç ã o s e -cundária do t r a c t o piramidal do g a t o c o m o a dos m é t o d o s de Marchi ou da fosfatase ácida. 3 . A atividade glial começa cedo e continua além de doze meses d u r a n t e o processo de d e g e n e r a ç ã o secundária. 4 . E m geral, o alarg a m e n t o do c a m p o d e alarg e n e r a d o o c o r r e alarg r a d a t i v a m e n t e , ainda que existam v a -riações individuais. 5. D e n t r o d o s limites da investigação, os resultados su-g e r e m q u e o d i â m e t r o das fibras nervosas pode t e r importância t a n t o fisioló-gica c o m o patolófisioló-gica.

O. L E M M I

O CEREBELO COMO FRENAD0R DA INÉRCIA DOS MÚSCULOS IMÓVEIS E EM MOVIMENTO ( L E CERVELET FREINE L'INERTIE DES MUSCLES IMMOBILES ET E N M O U V E M E N T ) . L É O N ECTORS. Rev. Neurol., 7 8 : 1 4 - 2 3 (janeiro-fevereiro) 1 9 4 6 .

P a r a E c t o r s , a função precípua d o cerebelo é a de frenação e r e g u l a ç ã o da inércia muscular, isto é, qualidade que t ê m t o d o s os corpos de persistir e m seu estado de repouso ou de m o v i m e n t o a t é que a l g u m a força exterior e x e r -ça s u a ação modificadora. A unidade histológica — pois que o c ó r t e x ce-rebeloso t e m e s t r u t u r a uniforme em t o d a s as suas p a r t e s — c o r r e s p o n d e uni-d a uni-d e funcional: o cerbeelo exerce u m a a ç ã o frenauni-dora igual e oposta à inércia dos músculos no d e c u r s o de r e a ç õ e s m o t o r a s tônicas e fásicas. E c t o r s se p r o p õ e a d e m o n s t r a r a n a t u r e z a e o m e c a n i s m o de a ç ã o desta força frenadora do cerebelo, m e d i a n t e dados experimentais e deduções m a t e m á t i c a s .

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p r i n c i p a l m e n t e os de c a r á t e r voluntário (hipermetria, adiadococinesia, assi-nergia, t r e m o r intencional). O paleocerebelo é formado pelo lobo anterior do v e r m e e pela pirâmide v e r m i a n a ; suas vias aferentes r e t o r n a m à medula pela via cerebelorubrospinal, com escalas n o núcleo do t e t o e na p a r t e m a g -nocelular do núcleo r u b r o . O paleocerebelo é, pois, u m circuito reflexo mielo-vermiano-medular que recebe estímulos da sensibiildade proprioceptiva inconsciente e atua d i r e t a m e n t e sobre as células do c o r n o anterior, r e g u l a n d o o t o n o de

sustentação-Q u a n d o u m h o m e m a p r e s e n t a n d o u m a lesão no sistema paleocerebelar p õ e u m p é no solo, produz-se u m reflexo de s u s t e n t a ç ã o e x a g e r a d o com ex-t e n s ã o de ex-t o d o m e m b r o inferior c o r r e s p o n d e n ex-t e , sendo o corpo p r o j e ex-t a d o p a r a o l a d o oposto. O m e s m p reflexo se dá q u a n d o o o u t r o pé toca o solo. Re-sulta o desequilíbrio, o a u m e n t o da b a s e de s u s t e n t a ç ã o e a m a r c h a de tipo ebrioso. O s s i n t o m a s clínicos resultantes de u m a lesão no paleocerebelo s ã o a n á l o g o s m a s n ã o superponíveis aos decorrentes de u m a lesão n o arquicere-belo. N o primeiro caso, h á e x a g e r o do reflexo de s u s t e n t a ç ã o , ao p a s s o que, n o segundo, h á e x a g e r o do reflexo vestibular. N o s dois casos, porém, o f u n d a m e n t o é o m e s m o : a hipermetria por falta d a a ç ã o frenadora cerebelar. E s t u d o s fisiológicos e anátomo-clínicos p e r m i t i r a m a E c t o r s d e m o n s t r a r que a ação frenadora do cerebelo não se exerce exclusivamente sobre o c ó r t e x cerebral e núcleos diencefálicos, sobre a m e d u l a e sobre os centros vestibula-r e s , m a s t a m b é m s o b vestibula-r e o u t vestibula-r o s m e c a n i s m o s nevestibula-rvosos, em pavestibula-rticulavestibula-r sobvestibula-re o sistema .reticulado do bulbo e s o b r e os centros vegetativos. D e m o d o geral, s e o m o v i m e n t o é hipermétrico depois de u m a lesão cerebelosa, é porque A inércia m u s c u l a r n ã o foi inibida e o m o v i m e n t o continua m e s m o depois da s u s p e n s ã o da força que o fêz nascer. E c t o r s p r o c u r o u d e m o n s t r a r a exatidão de sua hipótese, estudando, com a colaboração de m a t e m á t i c o , a curva de a l o n g a m e n t o e de e n c u r t a m e n t o de u m c o r p o elástico. Seus t r a ç a d o s coinci-d e m com t r a ç a coinci-d o s miográficos, obticoinci-dos p o r G o r coinci-d o n H o l m e s , coinci-do m o v i m e n t o d e t r a ç ã o dos dois braços em u m d o e n t e p o r t a d o r de lesão n o hemisfério ce-rebelar direito: o doente apresentava u m h e m i s s í n d r o m o cerebeloso à direita e o t r a ç a d o miográfico do b r a ç o direito m o s t r a v a , em relação ao esquerdo, nítido a t r a s o n o início e n o final do m o v i m e n t o .

E c t o r s considera, t a m b é m , a ação tonígena do cerebelo. O neocerebelo está em relação com o c ó r t e x cerebral e, e m particular, com a área 6, que tem a ç ã o hipotonizante; u m a lesão neocerebelosa, liberando a inércia m u s c u l a r n o decurso de ações corticais que diminuem o tono, deve forçosamente ser h i p o t o n i z a n t e ; de fato, u m a das caraterísticas do síridromo neocerebelar é a passividade muscular, estudada p o r A n d r é - T h o m a s . O paleocerebelo está em relação com a medula, g e r a d o r a do t o n o ; a lesão paleocerebelar determina hipertonia muscular, nitidamente perceptível na pesquisa dos reflexos de s u s -t e n -t a ç ã o ( R a d e m a k e r ) . O arquicerebelo es-tá em r e l a ç ã o com o núcleo de Deiters, que é hipertonizante, e as lesões do sistema arquicerebelar se carate-rizam pela hipertonia muscular.

O. LANGE

O N D A S LENTAS BILATERAIS PAROXÍSTICAS E SINCRÓNICAS NOS ELETRENCEFALOGRAMAS DE NÃO-EPILÉPTICOS (BILATERALLY SYNCHKONOUS PAROXISMAL S-LOW ACTIVITY I N T H E ELECTROENCEPHALOGRAMS OF NONEPILEPTICS) . M. OSTOW E M. O S -TOW. J. Nerv. a. Ment. Dis., 103:346-58 (abril) 1946.

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-ARQUIVOS DE NEURO-PSIQUIATRIA

sultados de o u t r o s , a u t o r e s , o q u e n ã o se dá c o m o u t r a s anomalias d o E E G , . cujo critério de verificação ainda é variável d e a u t o r para autor. F o r a m e x a m i n a d o s eletrencefalogràficamente 4 4 0 pacientes n o Medicai Center for Federal P r i s o n e r s , e n t r e os quais havia psicóticos, personalidades psicopáti-cas, pacientes i n t e r n a d o s em clínica médica ou cirúrgica, assim c o m o ser-viçais e, t a m b é m , indivíduos reclusos, n ã o podendo, p o r t a n t o , ser tidos c o m o normais. D e t o d o esse material, t o m a n d o p o r base a presença ou n ã o da " b i s y n c h r o n o u s p a r o x y s m a l slow activity", os A A . classificaram os E E G e os c o m p a r a r a m estatisticamente entre epilépticos e não-epilépticos, e e n t r e estes e indivíduos c o m desordens de c o n d u t a . A maior incidência da dis-ritmia p o r o n d a s lentas foi observada n o g r u p o d e epilépticos idiopáticos

( 8 6 % ) , c h e g a n d o a 4 0 % e m g r u p o s de indivíduos não-epilépticos, sendo, no-total deste material, n o m í n i m o de 1 5 % . O r a , isso c o n t r a s t a g r a n d e m e n t e c o m os dados de 0 , 5 a 1 % no geral da população, 6 a 8 % n o s epilépticos p ó s -t r a u m a , 8 9 % e m epilép-ticos idiopá-ticos, 6 % e n -t r e os p a r e n -t e s de epilép-ticos e 1 , 2 % e n t r e os p o r t a d o r e s de moléstias orgânicas cerebrais sem epilepsia, obtidos p o r Gibbs ( 1 9 4 3 ) .

Com estes dados, que foram muito b e m esmiuçados s e g u n d o cada u m dos g r u p o s de pacientes (neuróticos, h o m o s s e x u a i s , encefalopatas vários, e s -quizotrênicos), os A A . p u d e r a m concluir q u e epilepsia idiopática e distúrbios de c o m p o r t a m e n t o com reações anti-sociais são positivamente associados à presença da disritmia bissíncrona c o m o n d a s lentas. P r o c u r a n d o explicações t e ó r i c a s para este fato e baseados n o conceito classicamente a d m i t i d o d e que a disritmia p o r ondas lentas depende de distúrbios subcorticais e n q u a n t o que o s s u r t o s de ondas rápidas d e p e n d e m d e fenómenos corticais, concluí-r a m q u e a " b i s y n c h concluí-r o n o u s paconcluí-roxismal slow d i s c h a concluí-r g e " é a t concluí-r a d u ç ã o física d e u m c o m p o n e n t e fisiológico a n o r m a l , clinicamente silencioso, o c o r r e n d o n o s u b e ó r t e x e q u e é capaz d e : 1 — p r o v o c a r descarga cortical p e r p é t u a t r a -duzindo-se pelo a t a q u e de g r a n d e m a l ; 2 — provocar séries de d e s c a r g a s corticais breves, d a n d o o a t a q u e de pequeno m a l ; 3 — isolar o s u b e ó r t e x do controle cortical, ocasionando o episódio psicomotor. N e s t a base, e tal disritmia sendo a mais freqüente em epilépticos e em personalidades psico-páticas c o m reações anti-sociais (e m e s m o em muitos neuróticos, cuja neurose nada mais seria que a sublimação de impulsos antisociais), a p r o x i m a r -se-iam g r a n d e m e n t e estes dois e s t a d o s m ó r b i d o s . Explica-se assim q u e a epilepsia seja muito mais freqüente entre criminosos q u e no geral da p o p u l a -ção e que a s personalidades anti-sociais o c o r r a m c o m maior freqüência e n t r e epilépticos. Este trabalho, com seus dados e m i n e n t e m e n t e objetivos, confir-m a os resultados de Pacella, Polatin e N a g l e r ( 1 9 4 4 ) sobre a existência d e disritmia p o r ondas lentas fora da epilepsia, como t a m b é m traz considera-ções teóricas i m p o r t a n t e s n o que diz respeito à c o m p r e n s ã o fisiopatológica deste c o m p l e x o eletrcncefalográfico.

P . P I N T O P u r o LÍQUIDO CEF ALORR A Q UIDIA N 0

U M A NOVA MODIFICAÇÃO DA REAÇÃO DO BENJOIM COLOIDAL: o " N O R M O - B E N I O I M " E UM NOVO MÉTODO COORDENADOR: O " N0RM00UR0BEN J O I M " ( E L " N 0 R M 0 -E -E N J U l " , U N A NU-EVA MODIFICACIÓN D-EL Í R

B E N J U Í COLOIDAL" Y FL " NCRMO-OR0-E NCRMO-OR0-E N J U I " , U N NUNCRMO-OR0-EVO MÉTODO COORDNCRMO-OR0-ENADOR). C. LNCRMO-OR0-ENZBNCRMO-OR0-ERG. Bol. Hospit. (Ca-racas, Venezuela), 4 4 : 3 0 - 7 4 (janeiro-fevereiro) 1 9 4 5 .

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na r e a ç ã o de mastique coloidal, q u a n d o Kafka pôde eliminar a zona de flocula-ção pela soluflocula-ção salina, utilizando-se de modificações na c o n c e n t r a ç ã o de N a C l da solução ionizante e a l t e r a n d o o g r a u de alcalinidade d o sol. O A. propõe-se, neste trabalho, a e s t u d a r o c o m p o r t a m e n t o da zona de floculação n a r e a ç ã o do benjoim coloidal e os m é t o d o s capazes de eliminála. E x a m i n a n d o 2 1 7 líquores n o r m a i s de 1 8 6 crianças i n t e r n a d a s na Casa de O b s e r v a -ção p a r a M e n o r e s , pôde concluir q u e a s curvas obtidas nos tubos do centro s ã o devidas a o a n t a g o n i s m o entre os iontes N a de a ç ã o floculadora e c e r t a s proteínas e hidroxilíontes de a ç ã o p r o t e t o r a . P a r a eliminar a z o n a de flocula-ção, utilizou-se dos seguintes m é t o d o s : diminuir a c o n c e n t r a ç ã o da solução salina, alcalinizar a solução salina, alcalinizar o sol ou u m a c o m b i n a ç ã o desses m é t o d o s . Para verificar qual a c o n c e n t r a ç ã o em N a C l na solução salina q u e poderia eliminar a « o n a de floculação, utilizou u m ensaio prévio, n o qual determinava a sensibilidade do sol a n t e o s iontes N a c o m o fêz Kafka p a r a a reação do mastique ou a c o n c e n t r a ç ã o de hidroxiliontes necessária p a r a p r o t e g e r o sol dos iontes N a . Verificou, t a m b é m , que a filtração do sol em filtro com carga eletronegativa, a t e m p e r a t u r a da á g u a utilizada para a solução do sol, a utilização de álcool absoluto ou a 9 6 , assim como o t e m p e , t ê m pouca ou n e n h u m a a ç ã o sobre a modificação da zona de flocula-ção. J á a sensibilidade d o benjoim varia conforme as a m o s t r a s , devendo, para cada u m a delas, fazer-se os testes para a d e t e r m i n a ç ã o da sensibilidade do sol a n t e os iontes N a . U s a n d o - s e a solução ionizante na c o n c e n t r a ç ã o determinada ou, q u a n d o a resina de benjoim é muito sensível a p o n t o de flocular m e s m o que a solução ionizante seja á g u a destilada, alcalinizando o sol ou a própria solução ionizante, o b t é m - s e u m a reação em que n ã o há flocula-ção nos tubos do centro. É o " n o r m o - b e n j o i m " .

A s e g u n d a p a r t e do t r a b a l h o consiste n o estudo para a elaboração de u m m é t o d o c o o r d e n a d o r capaz de uniformizar o mais possível os resultados das r e a ç õ e s do ouro e do benjoim coloidal. P a r a isso o A. e m p r e g o u u m a t é c -nica na qual u s a a m e s m a solução salina para diluir os líquores, solução que seja o mais s e m e l h a n t e possível a o líquor n o r m a l q u a n t o a o seu c o n t e ú d o em iontes Na, alcaliniza o sol a t é p r o t e g ê - l o dos iontes N a e usa as m e s m a s diluições e m e s m a leitura — em 5 g r a u s — para as duas reações.

J. M. T A Q U E S BITTENCOURT E X A M E CTTOLÓGICO DO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO EM DOIS CASOS DE TUMOR

CERE-BRAL ( E X A M E N OTOLÓGICO DEL LÍQUIDO CÉFALO-RAQUIDEO E N DOS CASOS DE TUMOR CEREBRAL). J. A. P I N T O . El Día Médico (Buenos A i r e s ) , 1 8 : 7 4 4 - 7 4 8

(junho, 1 7 ) 1 9 4 6 .

São relatados dois casos nos quais se p u d e r a m evidenciar células neo-plásticas n o líquido cefalorraquidiano. O p r i m e i r o desses casos era o de m u l h e r com sintomatologia de c o m p r e s s ã o endocraniana, dois anos após extirpação de neoplasia do seio. O liqüido cefalorraquidiano obtido por p u n -ção lombar m o s t r o u - s e límpido e x a n t o e r ô m i c o , com 5 , 4 0 g r s . de proteínas totais por litro e 4 2 células p o r m ms

, das quais 1 8 % e r a m t u m o r a i s . N o s e g u n d o caso, u m líquor obtido p o r p u n ç ã o l o m b a r m o s t r o u - s e al-terado, com dissociação albumino-citológica — 2 células p o r m ms

e 0 , 5 0 g r s . de proteínas totais por litro — n ã o t e n d o sido e n c o n t r a d a s células a n o r m a i s . D u r a n t e o a t o cirúrgico, foi colhido liqüido x a n t o e r ô m i c o com 2 g r s . de p r o -teínas totais p o r litro, hemácias, leucócitos e elementos t u m o r a i s .

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cefalorra-440 ARQUIVOS DE NEURO-PSIQUIATR7

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quidiano logo depois de extraído, decantando-o, e depositar o sedimento quase seco em lâmina p o r intermédio de pipeta capilar fazendo esfregaço que, seco em estufa a 37°C, é c o r a d o pelo M a y - G r ü n w a l d Giemsa. Caso a taxa baixa de p r o t e í n a s dificulte a o b t e n ç ã o de b o n s esfregaços, deve-se acrescen-tar s o r o ou plasma fresco na p r o p o r ç ã o de 1 ml. p a r a cada 0,5 ml. de sedi-m e n t o , agitar b e sedi-m e centrifugar n o v a sedi-m e n t e antes de fazer os esfregaços.

N o t r a b a l h o a c h a m - s e incluídas fotografias das células neoplásticas.

J . M. T A Q U E S BITTENCOURT

PROTEÍNA E AÇÚCAR (DEXTROSE) NO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO,, NA ARTERIOSCLE-ROSE CEREBRAL E NA DEMÊNCIA SENIL ( A STUDY 0 F SPINAL FLUID PR0TEIN AND SUGAR (DEXTROSE) I N CEREBRAL ARTERIOSCLEROSIS AND SENILE D E M E N T I A ) . J . F. BLALOK, JOR. Dis. Nerv. Syst., 5:157 (maio) 1944.

O A. tece considerações sobre a formação, circulação, a b s o r ç ã o do li-qüido cefalorraquidiano, e o papel da b a r r e i r a hemoliquórica na modificação do teor das substâncias existentes nesse h u m o r ; e m seguida, relata o resul-t a d o dos esresul-tudos feiresul-tos sobre as variações da resul-t a x a de proresul-teína e açúcar e m casos de arteriosclerose cerebral e demência senil. R e v e n d o os resultados, dos e x a m e s de liqüido cefalorraquidiano de 371 doentes com arteriosclerose cerebral (236) e demência senil (135), conclui que o e x a m e do líquor n e n h u m d a d o acrescenta p a r a o diagnóstico diferencial, p o r q u a n t o os resultados s ã o n o r m a i s nas duas enfermidades.

J . M. T A Q U E S BITTENCOURT NEUROPATOLOGIA

SOBRE A APRACTOGNOSIA GEOMÉTRICA E A APRAXIA CONSTRUTIVA CONSECUTIVAS ÀS LESÕES DO LOBO OCCIPITAL ( S U R I/APRACTOGNOSIE GÉOMÉTRIQUE ET L'APRAXIE CONSTRUCTIVE CONSÉCUTIVES AUX LÉSIONS DU LOBE OCCIPITAL): J . L H E R M I T T E E J . MOUZON. Rev. Neurol., 73:415-432 (setembro-outubro) !941.

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O s doentes n ã o a p r e s e n t a v a m alterações da gnosia espacial; existia a p e n a s agnosia limitada às formas simbólicas, isto é, às r e p r e s e n t a ç õ e s abs-t r a abs-t a s das cousas. F a abs-t o c o n abs-t r á r i o ao que se verifica na cegueira psíquica, e t a m b é m diverso da agnosia g e o m é t r i c a do espaço ( Q u e n s e l ) . N o s casos dos AA., teria havido como que a r e g r e s s ã o ao e s t a d o infantil, com percepção c o r r e t a das cousas e d e s c o n h e c i m e n t o dos valores simbólicos. O s A A . co-m e n t a co-m a alexia óptica ( P õ t z l ) , assinalando que o s e g u n d o doente reconhecia as letras desenhadas na pele (dermolexia) e, ademais, conseguia, às vezes, identificar desenhos, objetos e símbolos, q u a n d o seguia, com o dedo, os seus c o n t o r n o s ; nàlogamente, a primeira doente só podia 1er q u a n d o a c o m p a -n h a v a o t e x t o com o dedo, pois, sem este artifício, seu olhar ficava c o m o que preso a u m a a letra ou u m a palavra (BHcklãhmung, de Balint) ; estes fa*os c o r r o b o r a m a existência de correlações v i s u o m o t o r a s . A falta de n o ç ã o d e -conjunto, ou seja, a incapacidade de unificar os vários elementos de u m desenho, decorreria da d e s a t e n ç ã o p a r a os c a m p o s periféricos ( c o m u m nos h e -m i a n ó p t i c o s ) ou de u -m a assi-multaneognosia ( W o l p e r t ) se-melhante à inca-p a c i d a d e de a inca-p r e e n d e r o sentido de u m filme. O s A A . fazem considerações, depois, s o b r e a apraxia óptica ou construtiva de seus pacientes e são do parecer de G r ü n b a u m , de que nunca o c o r r e m agnosias isoladas, mas, sem-pre, a p r a c t o g n o s i a s . E n t r e t a n t o , pode existir apraxia geométrica, construtiva, sem perda do p e n s a m e n t o espacial e x t e r n o ; p o r o u t r o lado, pode aquela veri-ficar-se em casos de h e m i a s s o m a t o g n o s i a , isto é, de p e r d a da consciência es-pacial interior. As lesões responsáveis pela a p r a c t o g n o s i a g e o m é t r i c a lo-calizam-s~ g e r a l m e n t e n a região péri e p a r a s t r i a d a s ( c a m p o s 1 8 e 1 9 de B r o d m a n n ) , em t e r r i t ó r i o dos r a m o s posteriores da silviana, ou da cerebral posterior; os A A . refutam que tal sintomatologia decorra de diásquise.

H . CANELAS

D É F I C I T S OPTOINÓSTTCOS, OPTOPRÁXICOS E OPTOPSÍQUICOS POR AMOLECIMENTO E X -TENSO DA ARTÉRTA CEREBRAL POSTERTOR ESQUERDA ( D É F I C I T S OPTICO-GNOSIQUES, O P T I C O - P R A X I Q U E S ET OPTICO-PSYCHTQUES PAR RAMOLLISSEMENT ÉTENDU DE L'ARTÈRE CÉRÉBRALE POSTÉRIEURE G A U C H E ) . P . MOLLARET, R. BERNARD E R. PLUVINAGE. Rev. Neurol., 73:356-360 (julho-agôsto) 1 9 4 1 .

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e m b o r a o h o m e m veja com os dois hemisférios, o p e n s a m e n t o é u n o , o q u e implica n a unidade dos m e c a n i s m o s intelectuais e de i n t e g r a ç ã o psíquica.

H . CANELAS DEGENERAÇÃO HEPATOLENTICULAR. I I : FATORES NUTRICIONAIS: OBSERVAÇÕES COM

0 EMPREGO DE REGIME RICO EM PROTEÍNAS E METIONINA (HEPATOLENTICULAR DEGENERATION. I I : NUTRITIONAL FACTORS: OBSERVATIONS ON M E T H I O N I N E AND HIGH-PROTEINS DIETS). F . HOMBURGER. N e w England J . Med., 2 3 4 : 6 8 3 - 6 8 7 (maio, 2 3 ) 1 9 4 6 .

O a u t o r s u b m e t e u dois pacientes p o r t a d o r e s de degeneração h e p a t o l e n -ticular a dieta rica em calorias, proteínas e h i d r a t o s de c a r b o n o e pobre e m g o r d u r a s . D u r a n t e o t e m p o de o b s e r v a ç ã o — 1 4 meses e m u m caso e 1 7 meses n o o u t r o — foi t e n t a d a a terapêutica pela metionina. O primeiro caso referia-se a u m paciente c o m 2 0 anos de idade cuja doença se iniciara 1 5 anos a n t e s com t r e m o r e s n a s m ã o s . Dois i r m ã o s a p r e s e n t a v a m t a m b é m a m e s m a moléstia. O e x a m e neurológico m o s t r o u s i n t o m a s extrapiramidais e anel corneano d e K a y s e r F l e i s h e r . A o e x a m e físico, o fígado e baço n ã o a p r e s e n t a v a m a n o r m a l i d a d e s . A insuficiência hepática foi d o c u m e n t a d a pela p o sitividade da r e a ç ã o de floculação da cefalina e alta c o n c e n t r a ç ã o d a p r o -t r o m b i n a ( 4 0 % ) . A n -t e s do -t r a -t a m e n -t o , a die-ta d o pacien-te fornecia 2 4 0 0 calorias c o m 4 5 % de carboidratos, 1 7 % de proteínas e 3 8 % de g o r d u r a s ; foi administrada dieta fornecendo 3 . 0 0 0 calorias, reduzindo a 5 % as g o r d u r a s e elevando p r o p o r c i o n a l m e n t e as proteínas. O doente foi observado d u r a n t e longo tempo, a p r e s e n t a n d o nítidas m e l h o r a s t a n t o n o estado neurológico c o m o q u a n t o à disfunção hepática. A c o n c e n t r a ç ã o de p r o t r o m b i n a se normalizou. N o entanto, apesar de notável r e g r e s s ã o dos distúrbios extrapiramidais d o -c u m e n t a d a p o r filmes -cinematográfi-cos e da m e l h o r a subjetiva, a prova da cefalina persistiu fortemente positiva. A a d m i n i s t r a ç ã o de 5 g r a m a s diárias de metionina pareceu n a d a influir. A o fim de 1 4 meses, o doente a b a n d o n o u o t r a t a m e n t o e s u a moléstia se a g r a v o u g r a n d e m e n t e . I n t e r e s s a n t e n o t a r a c o m p a r a ç ã o feita p o r H o m b u r g u e r e n t r e a evolução da moléstia neste p a -ciente e a de s u a irmã que se r e c u s a r a s u b m e t e r à dita hiperproteica, pois, no paciente t r a t a d o , a moléstia a p r e s e n t o u nítida r e g r e s s ã o d u r a n t e os 1 4 m e -ses de t r a t a m e n t o . A outra observação refere-se a u m h o m e m de 3 8 a n o s de idade cuja moléstia se iniciara 1 3 anos a n t e s de sua internação, c o m t r e -mor. A o ser examinado, apresentava sinais extrapiramidais e sinais de insu-ficiência hepática. A a d m i n i s t r a ç ã o d e dieta fornecendo 3 . 0 0 0 calorias e con-tendo 2 5 % de proteínas, 7 0 % de carboidratos e 5 % de g o r d u r a s , d u r a n t e 4 meses, produziu notável m e l h o r a dos s i n t o m a s extrapiramidais, principalmen-te o t r e m o r , c o m o o a u t o r p ô d e d o c u m e n t a r em filmes cinematográficos. N e s t e caso, ao lado d a s m e l h o r a s subjetivas q u a n t o a o aparelho gastrointesti-nal indicando m e l h o r funcionamento hepático, a prova da cefalina, que sem-pre se m o s t r o u fortemente positiva, t o r n o u - s e levemente positiva n o final d o t r a t a m e n t o . D e s t e s dois únicos casos parece, pois, lícito concluir que a a d m i -n i s t r a ç ã o de dieta produzi-ndo muitas calorias, rica em h i d r o c a r b o -n a d o s e e m p r o t e í n a s e p o b r e e m g o r d u r a s , diminuindo a sobrecarga do fígado, p e r m i t e obter resultados encorajadores n a s moléstias do tipo da degeneração h e p a t o -lenticular.

O. LANGE DEGENERAÇÃO HEPATOLENTICULAR (HEPATOLENTICULAR DEGENERATION). F . H O M

-BURGER E H . L . KOZOL. J . A. M. A., 1 3 0 : 6 - 1 4 (janeiro, 5 ) 1 9 4 6 .

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freqüência — sinais indicadores de lesão hepática e anel c o r n e a n o d e K a y s e r Fleisher. D o s 4 pacientes, t r ê s e r a m irmãos, dos quais dois g ê m e o s . T o -dos os pacientes p e r t e n c i a m à raça judia e em suas famílias foi d e m o n s t r a d a a g r a n d e tendência a c a s a m e n t o s consanguíneos. E m todos os pacientes, a n -tes do diagnóstico de d e g e n e r a ç ã o hepatolenticular feito pelos a u t o r e s , foram feitos outros diagnósticos, como psiconeurose, p a r k i n s o n i s m o e esclerose múltipla. E m todos os casos, as provas para a d e m o n s t r a ç ã o de insuficiência h e -pática d e r a m resultados oscilantes. E m u m dos pacientes foi feita a biópsia do fígado, q u e d e m o n s t r o u as m e s m a s alterações e n c o n t r a d a s depois no exa-m e histológico praticado p o s t - exa-m o r t e exa-m . S ó u exa-m dos pacientes faleceu e o e x a m e a n a t ô m i c o m o s t r o u , além da cirrose hepática, alterações encefálicas di-fusas, mais intensas n o .putamen, onde existiam pequenas e múltiplas cavida-des, com d e s a p a r e c i m e n t o das células ganglionares e gliais, substituídas e m a l g u n s lugares por astrócitos hipertrofiados.

O interesse principal deste t r a b a l h o reside n a d e m o n s t r a ç ã o da precarie-dade dos resultados das provas biológicas g e r a l m e n t e e m p r e g a d a s p a r a evi-denciar a insuficiência hepática. O s a u t o r e s e m p r e g a r a m os testes da excre-ção da sulfobromoftaleína, da síntese d o ácido hipúrico, da tolerância à gli-cose, da c o n c e n t r a ç ã o da p r o t r o m b i n a , da floculação da cefalina; além disso, d o s a r a m o urobilinogênio e, n o sangue, o colesterol, o teor proteico total e fracionado. D e t o d a s estas provas, os m e l h o r e s e mais fiéis resultados pa-recem ser os da floculação de cefalina. O e m p r e g o de dietas ricas em calo-rias ( 3 a 4 . 0 0 0 ) , constituídas principalmente de carboidratos e proteínas, sendo o m e n o r possível o teor g o r d u r o s o ( 5 a 1 0 % ) parece influir beneficamente, diminuindo n ã o só os sinais de insuficiência hepática n o s doentes q u e a s a p r e -sentam, como a t e n u a n d o os sinais extrapiramidais, p e r m i t i n d o aos doentes se m o v i m e n t a r e r n mais livremente.

O. L A N G E H I S T O P A T O L O G I A DA DEGENERAÇÃO HEPAT0LENTTCULAR. I I — HlSTOPATOLOGIA DOS

AMOLECIMENTOS CORTICAIS ( H l S T O P A T H O L O G I E DER H E P A T O L E N T I K U L À R E N DEGENE-RATION. I I MlT. — . H l S T O P A T H O L O G I E DER R I N D E N E R W E I C H U N G E N ) . N . W . KONOWALOW. Ztschr. f. d. ges. Neurol. u. Psychiat., 1 7 1 , fase. 1 - 3 : 2 0 0 - 2 2 8 , 1 9 4 1

Q u a n d o Wilson descreveu a moléstia que t e m seu nome, insistiu s o b r e a exclusividade das lesões nos núcleos cinzentos centrais, p a r t i c u l a r m e n t e n o p u t a m e n . N o entanto, estudos posteriores m o s t r a r a m que as lesões u l t r a p a s -sam esses núcleos, atingindo m e s m o o córtex. Konowalow, e s t u d a n d o his-tológicamente 8 casos de moléstia de Wilson, encontrou 2 em que as lesões —. pequenos e múltiplos focos de amolecimento — e r a m difusas a t o d o o en-céfalo, a p r e s e n t a n d o todos os caracteres de processos de o r i g e m vascular. L e s õ e s vasculares de caráter mais a g u d o e recente — hiperemia, a l a r g a m e n t o das bainhas linfáticas perivasculares, alterações vasculares com e n d o e periar-terite — foram e n c o n t r a d a s difusamente em todo o encéfalo. E s t a s lesões parecem ser primitivas e, na opinião do autor, s ã o m u i t o s e m e l h a n t e s à s en-c o n t r a d a s n o sistema n e r v o s o en-central n o s en-casos de intoxien-cação pelo álen-cool e pelos metais pesados.

O. L A N G E NOTA SOBRE A ATITUDE TERAPÊUTICA PERANTE U M CASO DE GLIOBLASTOMA M U L T I

-FORME. ALMEIDA L I M A . Rev. Española de Oto-neuro-oftalmología y Neu-rocirugía (Valencia), 5 : 1 - 1 3 (janeiro-fevereiro) 1 9 4 6 .

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-c r a n i a n o s e, prin-cipalmente, p a r a as indi-cações -cirúrgi-cas n o s -casos de glio-b l a s t o m a multiforme. Baseado e m g r a n d e experiência pessoal n ã o s ó q u a n t o à técnica como n o t o c a n t e à i n t e r p r e t a ç ã o das angiografias cerebrais, o a u t o r assinala quais o s sinais q u e p e r m i t e m o diagnóstico d o s glioblastomas multi-formes e focaliza a s indicações da neurocirurgia e m tais casos. Depois de rápida recapitulação d a s alterações histopatológicas encontráveis t a n t o n o tecido t u m o r a l como no tecido a p a r e n t e m e n t e s ã o circunjacente a o s glioblasto-m a s glioblasto-multiforglioblasto-mes e d o glioblasto-m o d o pelo qual se processa a infiltração neoplástica, Almeida L i m a se refere às alterações vasculares cerebrais encontráveis neste tipo de neoplasias, alterações estas q u e explicam os detalhes fornecidos pela angiografia; o s aspectos angiográficos d e m o n s t r a m estreito paralelismo com as a l t e r a ç õ e s morfológicas. O estudo angiográfico dos glioblastomas m u l -tiformes p e r m i t e estabelecer c e r t o n ú m e r o de sinais, alguns c o m u n s a todos os gliomas cerebrais (irrigação feita exclusivamente pelo sistema da carótida interna, vasos de calibre irregular cobrindo t o d a a área ocupada pela n e o plasia) e o u t r o s mais específicos deste tipo de neoplasia (distribuição h o m o gênea da circulação e m t o d a a área a n o r m a l , limites pouco nítidos da m a n cha de circulação neoplástica, vasos arteriais com a m e s m a o r i e n t a ç ã o a p r o -x i m a d a m e n t e paralela, comunicações diretas e n t r e artérias e veias, circulação patológica m u i t o e x t e n s a ) . Estes sinais p e r m i t e m selecionar os casos q u e d e v e m s e r s u b m e t i d o s à intervenção cirúrgica, a qual é de todo inútil q u a n d o a angiografia d e m o n s t r e t r a t a r - s e de glioblastomas extensos e com c a r á t e r infiltrativo, s e m d e s l o c a m e n t o d o sistema vascular. A excisão cirúrgica só d e -v e r á s e r t e n t a d a n o s casos e m q u e a angiografia indique a existência de neo-plasia mais ou m e n o s b e m circunscrita. N o s casos p a r a os quais a angio-grafia indique m a u . prognóstico, só s ã o aconselháveis a terapêutica médica, a r o e n t g e n t e r a p i a e a s craniotomias descompressivas à Mackenzie (exerese p a r -cial do t u m o r e, q u a n d o em zonas de m e n o r importância, secção de substância cerebral e m q u a n t i d a d e suficiente para criar dentro do crânio o maior espaço livre possível).

O . L A N G E

COMPROMETIMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL N A PAROTIDITE EPIDÊMICA ( M U M P S INVOLVEMENT 0 F T H E CENTRAL NERV0US S Y S T E M ) . E . M . HOLDEN, A. Y. EAGLES E J. E . STEVENS J R . J. A . M. A., 1 3 1 : 3 8 2 (fevereiro, 1 5 ) 1 9 4 6 .

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tempo, o p r o b l e m a do diagnóstico diferencial n o g r u p o das meningites a s -sépticas a g u d a s era complexo, pois n ã o havia u m a p r o v a de l a b o r a t ó r i o que permitisse a separação daquele q u a d r o devido ao vírus da c a c h u m b a . E n -t r e -t a n -t o , E n d e r s e col. e l a b o r a r a m u m a prova de fixação de c o m p l e m e n -t o para o diagnóstico sorológico da cachumba, t o r n a n d o possível a diferenciação da meningoencefalite devida à cachumba, da coriomeningite linfocitária, p o -liomielite e encefalite devidas a o u t r o s vírus. Assim, o diagnóstico mais cuidadoso da meningoencefalite por cachumba, com ou sem c o m p r o m e t i m e n t o da parótida, resultará d o m e l h o r c o n h e c i m e n t o e u s o desta prova sorológica. A pesquisa dos A A . consistiu no estudo de 100 casos consecutivos de pa-cientes com cachumba, hospitalizados, na maioria negros, com idade e n t r e 18 e 26 anos. Estes doentes e r a m e x a m i n a d o s para se verificar se havia c o m -p r o m e t i m e n t o clínico ou subclínico do sistema nervoso central. T o d o s e r a m s u b m e t i d o s à p u n ç ã o r a q u e a n a no 4.° dia de moléstia, sendo a p u n ç ã o r e p e -tida p o s t e r i o r m e n t e se s u r g i s s e m sinais clínicos. O critério a d o t a d o p a r a avaliação do c o m p r o m e t i m e n t o do sistema nervoso central foi: 1. sinais cnicos de meningoencefalite; 2. pleocitose; 3. a u m e n t o das proteínas no lí-quor, considerando como a n o r m a l 10 ou mais células por mm*, e 30 m g r s . % , ou mais, de proteínas totais. N e s t a base, os casos foram subdivididos em dois g r u p o s : a ) casos clinicamente reconhecidos de meningoencefalite; b ) casos subclínicos, assintomáticos, p o r é m com pleocitose ou a u m e n t o de proteínas, ou a m b o s , no líquor.

D o s 100 pacientes, 33 ficaram incluídos no primeiro g r u p o , com sinais clínicos evidentes de meningoencefalite. O n ú m e r o de células d o líquor va-riou de 900 a 0, p r e d o m i n a n d o de m o d o absoluto os linfócitos. O b s e r v a r a m os A A . que n ã o existe correlação entre a gravidade dos sinais clínicos e a intensidade da reação celular. D e s t e s 33 casos, a p e n a s 5 a p r e s e n t a v a m cé-lulas e proteínas n o r m a i s no líquor. F i c a r a m para o seguinte g r u p o 10 casos assintomáticos, p o r é m com alterações do líquor (hipercitose ou a u m e n t o de proteínas totais, ou a m b o s ) . E s t a pesquisa m o s t r a a freqüência do c o m p r o m e t i m e n t o do sistema nervoso central na cachumba, além de c h a m a r a a t e n -ção para novos recursos de laboratório p a r a o diagnóstico da meningoencefa-lite por cachumba, m e s m o , sem c o m p r o m e t i m e n t o da p a r ó t i d a .

J . BAPTISTA DOS R E I S

CONTRIBUIÇÃO À CASUÍSTICA DAS FORMAS MENINGOENCEFÁLICAS DA ENFERMIDADE DE L U T Z S P L E N D O R E A L M E I D A : GRANULOMA PARACOCCIDIÓIDICO ( P A R A LA C A S U Í S TICA DE LAS FORMAS MENINGOENCEFÁLICAS DE LA ENFERMEDAD DE L U T Z S P L E N -DORE-ALMEIDA : GRANULOMA PARACOCCIDIOICO) . G . GONZALEZ E J . BOGGINO. An. Fac. Ciencias Med. (Asunción, P a r a g u a y ) , 4:66-78 (junho) 1944.

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lom-balgias e e n f a r t a m e n t o bilateral dos gânglios inguinais e, há a n o e meio, cefaléia, raquialgia, diminuição da visão e debilidade nas pernas. O e x a m e do sistema nervoso revelou p a r a p a r e s i a crural com s i n t o m a s deficitários e de liberação piramidal e i n c o o r d e n a ç ã o m u s c u l a r ; s í n d r o m e meníngea com rigidez de nuca, sinais de K e r n i g e Brudzinski, cefaléia e v ô m i t o s ; leve apraxia m o -t o r a e sensorial. A radiografia do crânio m o s -t r o u sinais de h i p e r -t e n s ã o ; o e x a m e do líquor n ã o evidenciou g e r m e s , h a v e n d o pequena dissociação albu-minocitológica. A biópsia de gânglio inguinal m o s t r o u nódulos paracocci-dióidicos. Faleceu 23 dias após a d m i s s ã o hospitalar. A necropsia revelou poliadenite, amigdalite, iliite e tiflite ulcerosa, inflamação tuberculóide n a s supra-renais, meningoencefalite em focos disseminados. E m t o d a s essas le-sões, o e x a m e microscópico m o s t r o u p r e s e n ç a de paracoccidióides. O s A A . r e s s a l t a m as seguintes p a r t i c u l a r i d a d e s : escassa localização ganglionar, cará-ter nodular (ao exame macroscópico) e foliculóide (ao exame microscópico) •

da s lesões meningoencefálicas, e o fato de o baço ter-se conservado indene ao paracoccidióide. A medula n ã o foi e x a m i n a d a .

J . M. T A Q U E S BITTENCOURT MENTNGES E MENINGITES ( M E N I N G E S AND M E N I N G I T I S ) . H . H . REESE. Y e a r

-Book Neurol., Psychiat. a. Endocrinol., 1945, p á g . 143.

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e n c o n t r a d o s n o líquor freqüentemente s ã o destituídos de vitalidade; 4) F o i d e m o n s t r a d o , t a n t o em meningites, c o m o em pacientes sem moléstia nervosa, que a penicilina injetada p o r via m u s c u l a r ou venosa passa a o líquor em con-c e n t r a ç ã o útil.

A crítica do A. à penicilinoterapia intratecal v e m c h a m a r a a t e n ç ã o dos especialistas para m e l h o r o b s e r v a ç ã o dos doentes em relação às seqüelas, p r o -c u r a n d o verifi-car se são devidas à medi-cação r a q u e a n a ou se s ã o próprias do processo m e n í n g e o . Parecenos e x a g e r a d o atribuirse estas seqüelas da m e -ningite apenas ao t r a t a m e n t o intratecal, pois elas já existiam nos t e m p o s em que n ã o havia este t r a t a m e n t o . N a verdade, muita meningite poder-se-ia c u r a r sem a m e d i c a ç ã o intratecal. P o r é m , n ã o se t e n d o u m meio clínico para saber a n t e c i p a d a m e n t e qual a resistência do g e r m e ao antibiótico e qual a sua viru-lência, todos os médicos preferem logo de início p r o t e g e r o doente com u m a terapêutica intensiva, atingindo logo nò líquor, com a a d m i n i s t r a ç ã o direta d a penicilina, u m a concentração alta. A expectativa inicial poderia c o m p r o m e t e r u m caso grave. R e a l m e n t e , tem-se verificado no líquor a penicilina a p ó s a sua a d m i n i s t r a ç ã o venosa ou muscular, p o r é m de m o d o t r a n s i t ó r i o e em t e o r r e l a t i v a m e n t e baixo, c o m p a r a n d o - s e com o que se o b t é m a p ó s a i n t r o d u ç ã o direta no espaço subaracnóideo.

J . BAPTISTA DOS R E I S LEPTOMENINGITES MEDULARES NA BRUCELOSE: SUA RELAÇÃO COM A ESPONDILARTRITE

(LEPTOMENINGITIS ESPINALES EN LA BRUCELOSIS. S U S RELACIONES CON LAS ESPONDILOARTRITIS). R . A. PIAGGIO BLANCO, J . DUBOURDIEU E J . DIGHIERO. Arch. Urug. Med., Cir. y Especial., 24:211-230 (março) 1944.

A posição a n a t ô m i c a das meninges, e n t r e as v é r t e b r a s e a medula, p r e -dispõe-nas a alterações n a s doenças p r ó p r i a s dos ossos, da medula, assim c o m o n a s moléstias vértebro-medulo-radiculares. A s m e n i n g e s podem-se al-terar posterior ou s i m u l t á n e a m e n t e aos ossos e a medula. D e s s a forma, t r ê s possibilidades e x i s t e m : u m a afecção vertebral primitiva produz leptomenin-g i t e e em seleptomenin-guida aparecem s i n t o m a s de sofrimento m e d u l o r r a d i c u l a r ou u m a afecção medulorradicular primitiva produz leptomeningite e p o s t e r i o r m e n t e s i n t o m a s de sofrimento vertebral, ou, ainda, u m a leptomeningite primitiva p r o -duz s i n t o m a s de sofrimento vertebral e medulorradicular. A leptomeningite p o d e ser, então, primitiva ou secundária — mielaracnoidite ou leptomeningite vertebral, p o d e n d o aparecer em m u i t a s moléstias, c o m o n a espondilite r e u m a -tóidea ou atrófica, na espondilite osteartrítica ou artrite hipertrófica ( q u a d r o s nosológicos diferentes que h a v i a m sido descritos e n g l o b a d a m e n t e por B a r r é e Metzger como artrite crônica v e r t e b r a l ) , na espondilite de von Bechterew, que pode ser incluída e n t r e as espondilites r e u m a t ó i d e a s , na espondilite m u s -cular de K n a g g s , na cifose juvenil osteocondropática ou enfermidade de S c h e u e r m a n n , na hérnia do núcleo pulposo, n a cifose da enfermidade p ó s t r a u m á t i c a de K ü m m e l V e r n e u i l , n a cifoscoliose dos adolescentes, nas a r t r o -patias vertebrais tabéticas e nas espondilartrites das moléstias infecciosas c o m o tifo, disenteria bacilar, brucelose, etc.

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p r o g r e s s i v a e esclerose ulterior; p o r a ç ã o mecânica de f o r m a ç õ e s císticas c o m -pressivas e aderências ou, ainda, p o r e x t e n s ã o p r o g r e s s i v a da infecção d a s leptomeningites aos c e n t r o s nervosos.

O s A A . relatam dois casos nos quais a infecção por Brucella a b o r t u s originou logo sinais de sofrimento v e r t e b r a l , com lesões de o s t e a r t r i t e c o m -p r o v a d a s radiologicamente e n o s quais se e n c o n t r o u u m -processo de le-pto- lepto-m e n i n g i t e que p r o v o c a v a aderências n o espaço s u b a r a c n ó i d e o (1.° caso) e reação celular e h i p e r a l b u m i n o s e n o líquor (2.° c a s o ) . O s A A . c h a m a m a a t e n ç ã o para a g r a n d e freqüência d o sofrimento vertebral, assim c o m o d a leptomeninge n a brucelose, aconselhando fazer e x a m e radiológico e m t o d o caso de brucelose e m que haja dor na coluna v e r t e b r a l e pensar em b r u c e -lose nos casos de afecção dolorosa da coluna por espondilartrite ou a r t r i t e s r e u m a t ó i d e a s , p r i n c i p a l m e n t e se o paciente, e m sua profissão, estiver e x p o s t o ao contágio.

Q u a n t o ao liqüido cefalorraquidiano, a c o n s e l h a m fazer s e m p r e p u n ç ã o lombar, apesar da dificuldade que esses casos oferecem, às vezes, p o r q u a n t o o material colhido por via suboccipital n ã o fornece as alterações indicativas da lesão, que s ã o : reação citológica linfocítica ou dissociação albumino-citoló-gica. É necessário, t a m b é m , fazer-se as provas m a n o m é t r i c a s de S t o o k e y e o estudo radiológico c o n t r a s t a d o , a l é m da prova serológica ( r e a ç ã o de aglutin a ç ã o ) . C r ê e m os A A. aglutina existêaglutincia da leptomeaglutiniaglutingite brucelótica, que é p r e -coce e que se a c o m p a n h a de aglutininas n o liqüido cefalorraquidiano. Existe, t a m b é m , o u t r o tipo de leptomeningite que está p a t o l o g i c a m e n t e vinculado à espondilite, que aparece t a r d i a m e n t e , a c o m p a n h a d o de p r o l o n g a d o sofrimento vertebral, m a s n ã o de aglutininas no liqüido cefalorraquidiano e só de um m í -n i m o de sofrime-nto -nervoso. Este ú l t i m o tipo t e m o m e s m o sig-nificado das leptomeningites que aparecem no curso de diversas afecções v e r t e b r a i s e nele se e n q u a d r a m os dois casos descritos.

J. M. T A Q U E S BITTENCOURT ROTURA DO DISCO INTERVERTEBRAL ( R U P T U R E D INTERVERTEBRAL D I S K ) . J. S. BARR

E W . M. CRAIG. J. Nerv. a. Ment. Dis., 103:699-701 (junho) 1946.

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t a s vezes p e r m i t e m descobrir u m a simulação. D o p o n t o de vista do t r a t a -m e n t o , indica-m f o r -m a l -m e n t e a intervenção cirúrgica s e -m p r e que n ã o haja dú-vida q u a n t o ao d i a g n ó s t i c o ; nos casos de suspeita n ã o confirmada, a fisiote-rapia e os aparelhos ortopédicos devem preceder a laminectomia. Q u a n t o a o aspecto médicolegal, l e m b r a m os A A . a l g u n s dos p r o b l e m a s criados pela r o -t u r a de u m disco in-terver-tebral e as dificuldades, ineren-tes a o es-tabelecimen-to das relações de causa e efeito, que p o d e m s u r g i r na sua solução.

J . ZACLIS TERAPÊUTICA

TRATAMENTO DA MENINGITE POR H E M O P H I L U S INFLUENZAE ( T H E TREATMENT OF INFLUENZA!, M I N I N G I T I S ) . M . H . D. S M I T H , P . E . W i L S O N E H . L . L O D E S . J . A. M . A., 130:331, 1946.

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a d m i n i s t r a d o por via venosa e em a l g u n s casos por via muscular. N ã o r e -c o m e n d a m a via te-cal p a r a a a d m i n i s t r a ç ã o do soro. A-conselham a práti-ca diária de u m a p u n ç ã o lombar e e x a m e de líquor, pois daí decorrerá a correta dosagem do s o r o e d u r a ç ã o da sulfamidoterapia. Muitos dos pacientes, a o e n t r a r , m o t r a v a m sinais de otite média. E m a l g u m a s vezes foi necessária a perfuração da m e m b r a n a do tímpano, p o r é m nunca foi feita a mastoidectomia, j u l g a n d o os A A . que esta o p e r a ç ã o só deverá ser aconselhada q u a n d o inevitá-vel. Cuidados gerais consistiram em a d m i n i s t r a ç ã o de líquidos por via venosa e transfusões e r a m feitas todas as vezes que a taxa de h e m o g l o b i n a era in-ferior a 10 gr.

Infelizmente, o uso do soro de coelho a n t i - H e m o p h i l u s está sujeito ás complicações da soroterapia. Atribuem os A A . a freqüência destes acidentes talvez ao fato deste soro ser m e n o s purificado que aqueles o u t r o s s o r o s co-m u co-m e n t e eco-m uso. D o total de pacientes- apresentados, 12 a p r e s e n t a r a co-m rea-ç ã o anafilactóide imediata ou rearea-ção retardada, ou doenrea-ça do soro, que foi a reação mais c o m u m , e que se manifestou e n t r e o 9.° e 23.° dia de hospitalização; e n t r e t a n t o , frisam os A A . que estas reações são de m e n o r i m p o r t â n -cia e devem ser conhecidas para melhor c o m p r e e n s ã o da evolução clínica dos casos. O r e s u l t a d o obtido é comparável a o que se o b t é m com o m o d e r n o t r a t a m e n t o da meningite meningocócica. D e 28 casos t r a t a d o s , 24- se resta-beleceram em boas condições ( 8 5 % ) , 2 m o r r e r a m e 2 o u t r o s c u r a r a m - s e , p o r é m c o m lesão séria do sistema nervoso central, provavelmente irreversível. Dos recuperados, 7 a p r e s e n t a v a m 8 meses ou m e n o r idade. E n t r e t a n t o , o alto c u s t o do s o r o a n t i - H e m o p h i l u s . a técnica trabalhosa das d e t e r m i n a ç õ e s repe-tidas do título do s o r o do paciente e as reações séricas fazem os A A . prever, c o m o advento de novo antibiótico, modificação do t r a t a m e n t o da m e n i n g i t e p o r H . influenzae.

J . BAPTISTA DOS R E I S

USO DO CURARE EM SUSPENSÃO OLEOSA NO TRATAMENTO DA ESPASTICIDADE CONSE-QÜENTE A LESÕES TRAUMÁTICAS DA MEDULA ( U S E 0 F CURARE I N 0IL I N TREATMENT OF SPASTICITY FOLLOWING I N J U R Y OF T H E SPINAL CORD). E . S C H L E S I N -GER. Arch. Neurol. a. Psychiat., 55:530-534 (maio) 1946.

O e m p r e g o do curare em solução aquosa, p o r via i n t r a m u s c u l a r ou in-t r a v e n o s a , s e g u n d o a experiência e os resulin-tados de B u r m a n , Bennein-t, Denhoff e Bradley, trouxe, em 11 doentes paraplégicos, cessação da espasticidade, com d u r a ç ã o de 4 a 8 horas. T a l r e s u l t a d o foi, e n t r e t a n t o , a c o m p a n h a d o de obnu-bilação da visão, diplopia, fraqueza geral e atordoações. E m vista da pequena d u r a ç ã o do r e s u l t a d o útil e dos desagradáveis sintomas accessórios, o A. ideou e m p r e g a r o c u r a r e em solução oleosa. L a n ç o u m ã o de u m a suspensão em óleo de a m e n d o i m e cera branca, idêntica à usada por R o m a n s k y e R i t t m a n para a penicilina. O resultado, nos m e s m o s 11 doentes acima citados, foi u m r e l a x a m e n t o m u s c u l a r p e r d u r a n d o , em média, d u r a n t e 3 dias e desacompa-n h a d o de qualquer dos efeitos secudesacompa-ndários decorredesacompa-ntes da idesacompa-njeção de c u r a r e c m solução aquosa. T r a t a - s e de experiência b a s t a n t e interessante, pois o r e l a x a m e n t o da espasticidade n ã o só p e r m i t e realizar com maior facilidade a fisioterapia e r e e d u c a ç ã o de tais pacientes, c o m o permite, àqueles cujo distúr-bio m o t o r era devido só à espasticidade, recuperar sua motricidade de m o d o b a s t a n t e sensível.

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ESTUDOS SOBRE A DISFUNÇÃO NEUROMUSCULAR. TRATAMENTO PELA PROSTIGMINA DA PARALISIA ESPASMÓDICA CRÔNICA CONSEQÜENTE A LESÕES CEREBRAIS ( S T U -DIES ON NEUROMUSCULAR DYSFUNCTION. NEOSTIGMINE THERAEY OF CHRONIC SPASTIC PARALYSIS FROM CEREBRAL L E S I O N S ) . H . K A B E T E C . W . J O N E S . T. Nerv. a. Ment. Dis., 1 0 3 : 1 0 7 (fevereiro) 1 9 4 6 .

O s A A . fazem, preliminarmente, rápido a p a n h a d o s o b r e o m o d o de ação e e m p r e g o da prostigmina, especialmente na miastenia g r a v e e em diversos tipos de disfunção neuromuscular. A finalidade deste t r a b a l h o foi observar os resultados terapêuticos em pacientes com paralisia espástica por lesão cen-tral, os quais foram selecionados em dois g r u p o s : hemiplégicos há mais de u m a n o ( 3 casos) e hemiplégicos com m e n o s de u m a n o de moléstia (8 c a s o s ) .

A dose variou desde 0 , 5 m g r . de metilsulfato de p r o s t i g m i n a com 0 , 3 2 m g r . de sulfato de a t r o p i n a a t é 1,5 m g r . daquela mais 0 , 6 5 m g r . de atropina. O s resultados obtidos consistiram em diminuição da espasticidade, maior facilidade nos m o v i m e n t o s voluntários e m e l h o r a ria sensibilidade. A s m e l h o -ras não foram uniformes, mas em todos os casos houve benefícios definitivos. A m e d i c a ç ã o foi t a m b é m usada com resultados satisfatórios nas paraplegias espásticas cerebrais, simples ou a c o m p a n h a d a s de atetóse ou ataxia. O tra-balho a p r e s e n t a 3 7 observações, com descrição minuciosa dos pacientes a n t e s e após o t r a t a m e n t o . O m e c a n i s m o de ação da p r o s t i g m i n a neste caso é ain-da desconhecido, parecendo a t u a r s o b r e o cérebro e medula. É curioso que se use para diminuir a espasticidade m u s c u l a r tal droga, cuja ação farmaco-lógica é oposta ao curare, que t e m sido usado com a m e s m a finalidade.

M. ROBORTELLA

HEMORRAGIA CEREBRAL AGUDA CURADA CIRURGICAMENTE (HÉMORRAGIE CÉRÉBRALE AIGÜE GUÉRIE CHIRURGICALEMENT). J . G U I L L A U M E , C H . R I B A D E A U - D U M A S E G. MAZARS. Rev. Neurol., 7 8 : 3 0 - 3 2 (janeiro-fevereiro) 1 9 4 6 .

O b s e r v a ç ã o m u i t o instrutiva t a n t o q u a n t o ao diagnóstico como p r o g n ó s -tico e terapêutica. T r a t a v a - s e de u m indivíduo idoso, hipertenso arterial, que foi acometido de violenta cefaléia, e n t r a n d o , horas depois, em torpor e es-tado c o m a t o s o . A o ser internado, 8 h o r a s após o início, apresentava-se em profundo coma, com desvio da cabeça e dos olhos p a r a a esquerda, sinais de hemiplegia direita, respiração tipo Cheyne-Stokes, h i p e r t e n s ã o arterial ( 2 3 - 1 2 ) , hipertermia (38°). F o r a m feitas injeções intravenosas de s o r o glicosado hi-pertónico, o que pareceu t r a z e r melhoria. N o dia seguinte, a sintomatologia se agravou, n o v a m e n t e e foi decidida a intervenção cirúrgica, após ventriculo-grafia. E s t a m o s t r o u a existência de extensa lesão p a r i e t o t e m p o r a l esquerda. A intervenção, feita após craniotomia parietotemporal posterior m o s t r o u a d u r a - m á t e r tensa, notável c o n g e s t ã o encefálica e tendência a herniação do en-cólalo pela a b e r t u r a da craniotomia. U m a incisão cortical a p ó s eletrocoagu-lação m o s t r o u g r a n d e foco h e m o r r á g i c o subcortical, o qual, esvaziado cuida-dosamente, permitiu e n c o n t r a r e ligar o vaso s a n g r a n t e . L o g o após a eva-cuação da m a s s a sangüínea, o encéfalo se amoldou, diminuindo sua tensão, e o doente apresentou, logo, sinais de melhora. N o decurso desse dia, o doen-te recuperou a lucidez e no dia seguindoen-te já reagiu consciendoen-temendoen-te aos estímu-los externos. U m m ê s depois, o d o e n t e teve alta do hospital, apresentando, c o m o reliquat, apenas hemianopsia h o m ô n i m a esquerda.

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intra-cranianas d o s hipertensos arteriais, m o s t r o u a localização exata do processo, localização impossível de obter t ã o somente pelos dados clínico-neurológicos. A i n t e r v e n ç ã o cirúrgica d e m o n s t r o u neste caso mais u m a de suas g r a n d e s indicações.

O. L A N G E

FRACASSOS DA CRANIOPLASTIA PRECOCE COM TÂNTALO ( F A I L U R E I N EARLY SECONDARY REPAIR OF SKULL DEFECTS W I T H T A N T A L U M ) . F . K. B R A D F O R D E K. E. L l -VINGTON. J . Neurosurg., 3 : 3 1 8 - 3 2 8 (julho) 1 9 4 6 .

O s A A . a p r e s e n t a m 8 casos em q u e foi necessário remover a placa d e tântalo, por t e r e m sido os doentes operados e m condições desfavoráveis. T e n -do em conta esses 8 fracassos n u m total de 4 4 cranioplastias executadas com o tântalo, os A A . c h e g a r a m às seguintes c o n c l u s õ e s : 1 — o t â n t a l o pode ser colocado i m p u n e m e n t e sobre feridas a s s é p t i c a s ; 2 — operações secundárias para corrigir defeitos cranianos devem ser adiadas n o mínimo por t r ê s meses a p ó s cicatrização p o r primeira i n t e n ç ã o e p o r oito meses após a cura de p r o c e s s o francamente infeccioso; 3 — q u a n d o o paciente apresenta hérnia cerebral, o t r a t a m e n t o deve visar em p r i m e i r o lugar a sua causa e n ã o o fe-c h a m e n t o do orifífe-cio fe-c r a n i a n o ; 4 —• n e n h u m a plafe-ca, seja qual fôr a sua natureza, deve ser colocada sobre c a m p o séptico; 5 — o fechamento b e m feito do couro cabeludo é essencial p a r a o b o m êxito da cranioplastia; 6 — nos casos de fracasso, a placa deve ser removida sem p e r d a de t e m p o ; 7 — o tântalo dá b o a p e r c e n t a g e m de sucessos, desde que os princípios cirúrgicos sejam r i g o r o s a m e n t e observados.

N o s 8 casos apresentados, o t e m p o decorrido e n t r e o acidente e a ope-r a ç ã o foi, em geope-ral, excessivamente cuope-rto, a limpeza da feope-rida, taope-rdia, o couope-ro cabeludo, m a l fechado e, em alguns casos, o fechamento foi levado a efeito apesar de h a v e r infecção patente, visando c o m isto evitar a p r o d u ç ã o de h é r -nias. O s A A . j u l g a m que, antes de a b a n d o n a r princípios cirúrgicos fundam e n t a d o s e befundam estabelecidos, á preciso t e r certeza que os novos n ã o a u fundam e n -t a r ã o a m o r -t a l i d a d e ou a morbidade, o que ainda n ã o foi d e m o n s -t r a d o , e que os sucessos que se v ê m verificando u l t i m a m e n t e e m m a t é r i a de cranio-plastias talvez n ã o sejam inerentes a o t â n t a l o e sim à maior eficiência das d r o g a s antinfecciosas m o d e r n a s . O fechamento de falhas ósseas feito nas primeiras oito h o r a s após o acidente está de a c o r d o c o m os princípios clás-sicos e d a r á resultados desde que o d e b r i d a m e n t o prévio t e n h a p r e p a r a d o u m c a m p o l i m p o ; porém, com o tempo, o tecido cicatricial destruirá os focos bacterianos que p o r v e n t u r a existam e o couro cabeludo será mais a m p l a m e n t e mobilizável e readquirirá a elasticidade. N ã o se justifica, na opinião dos A A . , o fechamento precoce de lacuna craniana com o fim de aliviar o p a -ciente de acessos convulsivos, pois u m orifício c r a n i a n o por si só n ã o é su-ficiente para p r o d u z i r c o n v u l s õ e s ; p o r é m quando, a t r a v é s do orifício, se in-sinua substância cerebral, as convulsões t ê m sua razão de existir e a r e d u ç ã o da hérnia poderá fazê-las desaparecer. M a s , neste caso, o t r a t a m e n t o deve visar a causa da hérnia e n ã o impedir, à força, a saída do cérebro através de orifício existente n u m crânio insuficiente para alojá<-lo, visto que, com p r e s s ã o i n t r a c r a n i a n a n o r m a l , n ã o se produz hérnia. O s 8 casos a p r e s e n t a -dos falharam p o r q u e as operações foram executadas em épocas i n o p o r t u n a s , m e n o s p r e z a n d o o s b o n s preceitos cirúrgicos. D a s cinco espécies de g e r m e s isolados por cultura de material r e t i r a d o d a s feridas, t r ê s eram m u i t o resistentes à ação da penicilina, razão pela qual os A A . j u l g a m que protelar a r e -m o ç ã o da placa é excessiva-mente arriscado.

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S O B R E OS F E N Ô M E N O S D E P A R A D A D E F U N Ç Ã O P O R C I C A T R I Z E S N E R V O S A S ( S U R L E S P H E N O M È N E S D ' A R R E T D E F O N C T I O N P A R C I C A T R I C E S N E R V E U S E S ) . M. R . K L E I N E G . GUIOT. P r e s s e Méd., 1 9 : 2 7 0 (abril, 2 7 ) 1 9 4 6 .

O s A A . e s t u d a m as alterações devidas a cicatrizes n o sistema nervoso, p a r t i c u l a r i z a d a m e n t e os fenômenos, essencialmente funcionais, de p a r a d a de função dos centros nervosos e de i n t e r r u p ç ã o d o influxo nervoso p o r urna lesão localizada no meio ou n a vizinhança dos centros e dos c o n d u t o r e s ner-vosos. Cicatrizes constituídas p o r u m a bainha de esclerose peritroncular s ã o capazes de i n t e r r o m p e r a continuidade funcional dos cilindro-eixos, a despeito de s e r perfeita a continuidade a n a t ô m i c a . O restabelecimento da função pela libertação cirúrgica do t r o n c o permite o reaparecimento da motricidade n o s músculos a t é então paralisados, o m e s m o acontecendo c o m a excitabilidade direta d o nervo. O s m e s m o s resultados foram verificados o p e r a n d o lesões antigas da cauda eqüina, e m q u e havia raízes englobadas n a cicatriz, c o m s u a função ausente, s e m tendência a m e l h o r a r . T a i s e n g l o b a m e n t o s se revelam, clinicamente, pela ausência de secção a n a t ô m i c a e ausência de alterações t r ó -ficas i m p o r t a n t e s , de anestesia total e s o b r e t u d o a persistência d a s reações elétricas. O calo fibroso deve ser dissecado cuidadosamente, t e n t a n d o isolar os nervos e raízes. Cicatrizes medulares relativamente pequenas p o d e m p r o -duzir s í n d r o m e s de secção t r a n s v e r s a da m e d u l a ; a l g u m a s vezes se t r a t a de ferimento muito localizado em u m pequeno setor, e m o u t r a s , de cicatriz m e n i n g o m e d u l a r e n g l o b a n d o a medula. Muito caraterísticos s ã o os casos de ferimentos tangenciais p r o d u z i n d o simples aderência da medula à d u r a - m á t e r em s e g m e n t o limitado, d e t e r m i n a n d o paraplegia i n t e i r a m e n t e redutível. P e quenas cicatrizes cerebrais p o d e m produzir inibição de g r a n d e s áreas, p o d e n do d a r lugar a afasias globais, hemiplegias totais, a b s o l u t a m e n t e fora de p r o -p o r ç ã o com o t a m a n h o da lesão; o m e s m o -pode acontecer c o m cicatrizes dis-t a n dis-t e s da área cordis-tical funcionalmendis-te deficidis-tária. A exdis-tirpação cirúrgica da cicatriz deixa u m déficit na função q u e lhe corresponde, m a s permite a volta à função n o r m a l da área a n t e s inibida. A melhora pode ser lenta e p r o g r e s -siva, ou rápida. A inibição pode atingir os núcleos da base, como aconteceu em u m caso, q u e é exposto, de u m a cicatriz c é r e b r o - c u t â n e a parietoccipital esquerda, e m criança de 1 3 anos, que a p r e s e n t a v a hemiplegia, mudez e apa-rente imbecilidade, associada a atrofia dos tecidos d o lado paralítico, t u d o r e g r e d i n d o r a p i d a m e n t e após a intervenção. E m certos casos, a inibição se dá sob a forma de ondas de a g r a v a ç ã o , pelo que novos déficits se superajun-t a m àqueles j á exissuperajun-tensuperajun-tes, e x a superajun-t a m e n superajun-t e como faria u m superajun-t u m o r cerebral. E s superajun-t a a g r a v a ç ã o se pode fazer r e g u l a r m e n t e ou p o r etapas, q u e o c o r r e m p o r oca-sião de crises convulsivas. É a p r e s e n t a d o o caso de u m paciente c o m ci-catriz na região parietal esquerda, que apresentava crises bravais-jacksonianas m u i t o freqüentes, desde 1 9 1 9 ; em 1 9 3 0 , teve obnubilação, alterações da m e m ó r i a e dificuldade em se exprimir, t e n d o t u d o regredido em cerca de 2 m e ses. C o n t i n u a r a m as crises convulsivas, espaçadas. E m 1 9 4 1 apresentou, s u -b i t a m e n t e , afasia e hemiplegia direita transitória. E m 1 9 4 2 , a p ó s duas crises generalizadas, teve hemiplegia e afasia com hemianopsia h o m ô n i m a direita. E m 1 9 4 3 , isto se repetiu, porém, c o m o caráter p e r m a n e n t e d a s lesões defi-citárias; havia lesões tipo perda de função d o cubital e hipotrofia global n o lado direito do corpo, t u d o a c o m p a n h a d o de estase papilar bilateral, mais notável à esquerda. T o d o s estes s i n t o m a s d e s a p a r e c e r a m quase t o t a l m e n t e após a intervenção.

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E m resumo, sem agir s o b r e a p a r t e funcionalmente lesada, m a s p o r dissecção, restabelecendo a livre circulação de u m t r o n c o nervoso periférico em sua goteira vasculonervosa ou da m e d u l a em seu r e v e s t i m e n t o durai, pode ser obtido o restabelecimento da função. N o cérebro, resultados s e m e l h a n t e s são obtidos pela excisão da cicatriz. T r a t a - s e de t r a b a l h o interessante, que ventila u m a patologia pouco conhecida. Infelizmente, se ressente do de-feito de n ã o citar a casuística t o d a e m que se apoiam as conclusões, n e m mencionar dados estatísticos.

O. B A R I N I

P E N I C I L I N A NO TRATAMENTO DA NEUROSSÍFILIS. I I . PARALISIA GERAL ( P E N I C I L L I N I N T H E TREATMENT OF NEUROSYPHILIS. I I . D E M E N T I A PARALYTICA), F R A N K W . REYNOLDS, CHARLES F . M O H R E J O S E P H EARLE MOORE. J. A. M. A., 1 3 1 : 1 2 5 5 - 1 2 6 0 (agosto, 1 7 ) , 1 9 4 6 .

Reynolds, M o h r e M o o r e e s t u d a m o efeito da penicilina isolada, com-p a r a t i v a m e n t e a o da com-penicilina associada à malarioteracom-pia, n o t r a t a m e n t o da paralisia geral progressiva. E m p r e g a r a m o sal sódico de penicilina, em solu-ções a q u o s a s , em injesolu-ções i n t r a m u s c u l a r e s , aplicadas de 3 em 3 h o r a s . A s doses de cada injeção v a r i a r a m de 4 0 . 0 0 0 a 5 0 . 0 0 0 unidades e o n ú m e r o de inejções de 5 0 a 2 0 0 . J a m a i s foi utilizada a via intra-raquidiana. N o s casos em que foi e m p r e g a d a c o n c o m i t a n t e m e n t e a malarioterapia, foram p r o d u z i -dos 8 a 1 2 acessos, com a p r o x i m a d a m e n t e 4 0 h o r a s de febre acima de 1 0 4 ° F . A penicilinoterapia era iniciada desde o p r i m e i r o acesso útil da malária. O uso simultâneo da malária e da penicilina é tecnicamente permitido desde que esta d r o g a n ã o t e m a ç ã o terapêutica sobre o P l a s m o d i u m ; por o u t r o lado, esse processo é t a n t o mais r e c o m e n d á v e l se l e v a r m o s em conta as con-clusões de E a g l e e M u s s e l m a n s o b r e a e x a l t a ç ã o do efeito treponemicida da penicilina e n t r e as t e m p e r a t u r a s de 3 7 a 4 2 ° C . Assim, a malarioterapia as-sociada à penicilinoterapia, além das v a n t a g e n s do efeito somado de a m b a s a s terapêuticas, teria reforçado a a ç ã o da penicilina pela h i p e r t e r m i a p r o v o -cada. O s A A . dividiram seus doentes e m dois g r u p o s . N o primeiro, for-m a d o por 2 4 pacientes, foi e for-m p r e g a d a apenas a penicilina, sendo obtidas al-g u m a s m e l h o r a s clínicas em 1 1 casos; em al-geral, houve al-g r a n d e s m e l h o r a s n o s q u a d r o s liquóricos. N o s e g u n d o g r u p o de pacientes, c o m p o s t o de 1 7 n e u r o -luéticos, foi e m p r e g a d a a penicilina associada à malarioterapia. O s efeitos clínicos e liquóricos desta terapêutica foram sensivelmente superiores aos d o uso isolado da penicilina. Concluem os A A . que a associação penicilinomalarioterapia deve ser considerada c o m o t r a t a m e n t o de escolha para a p a -ralisia geral progressiva.

Referências

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