pinturas
+
esculturas
layus
_
roberval
J
unho_2012
pinturas
+
esculturas
layus
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roberval
J
unho_2012
l
ayus_Roberval / pinturas + esculturas
a coleçãoaquiapresentadaécompostapelaprimeiraprovada Fundiçãodos 19 modelosselecionadospelacuradoria.
tiragem
20 exemplaresdecadamodelonumeradoseassinadospeloartista.
la mínima galeria são paulo, 2012
l
ayus_Roberval / pinturas + esculturas
a coleçãodeesculturasaquiapresentadaécompostapelaprimeira provadaFundiçãodos 19 modelosselecionadospelacuradoria.
tiragem
20 exemplaresdecadamodelonumeradoseassinadospeloartista.
o entalheemcedro, servedemodelopara omúltiploFundidoembronzeàceraperdida.
modeloesculpidoemcedroe
Elogio do vazio
Conheci o Layus, Roberval nos anos 80, chegando numa festa com uma garrafa de vinho no bolso do casaco. Naquela época tudo era fervoroso, um pouco alucinante e pleno de esperanças. Acreditávamos tanto na revolução, o amor se dizia livre, éramos felizes e o sabíamos. Nesse redemoinho de sexo drogas e rock n´roll destacava-se algo estático, persistente, de uma solidez inusitada: eram as portas e as esculturas que o Rô (assim o chamamos desde sempre) entalhava no seu atelier.
A harmonia dos mandalas, ou a limpidez dos signos gravados à goiva e formão com que desenhava naquelas pranchas de mogno, o cheiro do cedro que inundava o ambiente e aqueles planos de 80 ou 90 por 2 e 20 encostados nas paredes que os clientes usariam como portas marcaram na minha memória cenas e cheiros inesquecíveis. Nem tudo que era sólido desmanchava no ar. Cachos e lascas de madeira cobriam o piso e conviviam, muitas vezes, com uma fina poeira branca que resultava da devastação dos blocos de gesso que ele também esculpia para criar os modelos que mandava fundir em bronze. A arte consistia, aparentemente, en retirar partes daqueles blocos, tanto de madeira como de gesso, e imprimi-los de uma forma harmônica, avivá-los daquela matéria bruta e conceder-lhes um anima que resultava, precisamente, da ausência daquelas partes que ele retirara. Essa arte pode ser um elogio do vazio que o artista antevê na frente daqueles blocos e seu labor é realizá-lo, retirar o que sobra e elevar aquela matéria bruta à categoria de obra, inscrevê-la no imaginário dos seus semelhantes, lhe dar um nome e fazê-la conviver de maneira diversa no cotidiano, seja para enaltecê-lo ou para criticá-lo.
O que aqui vemos exposto é resultado deste ofício do escultor pelo qual o Layus (como é conhecido em alguns círculos) trafega desenvolto; o entalhe do cedro em pequenos modelos (que aqui não aparecem) dos quais resultam os múltiplos fundidos, à cera perdida ou maciços, a pátina como um recurso pictórico acrescido ao polimento, combatendo-o, e sobre tudo a persistência da abstração concreta, da figura humana sugerida, alimentada por esse vazio em que esta parece encontrar sua alma.
Agrega-se a este conjunto de esculturas, como conseqüência que parece inevitável, uma série de dezenove pinturas, vistas aéreas de plantações imaginárias, retalhos que o despreocupado pincel traça meticuloso, uma geometria orgânica onde reina o evidente prazer da pintura, o equilíbrio expressivo, a cor e a forma em estados quase puros. Numerá-las como identificação supõe uma seqüência que pode ser infinita e as coloca num nível de desbordante criação artística semelhante àquela na qual acreditávamos na noite da garrafa de vinho, no bolso do casaco.
o voo (c. 1985)
múltiplodebronze, basedegranitopreto
12 x 10 x 30 cm / col. paladino
e
logiodovazioConheci o Layus, Roberval nos anos 80, chegando numa festa com uma garrafa de vinho no bolso da gabardine. Naquela época tudo era fervoroso, um pouco alucinante e pleno de esperanças. Acreditávamos tanto na revolução, o amor se dizia livre, éramos felizes e o sabíamos. Nesse redemoinho de sexo drogas e rock n´roll destacava-se algo estático, persistente, de uma solidez inusitada: eram as portas e as esculturas que o Rô (assim o chamamos desde sempre) entalhava no seu atelier. Ali a serragem e as lascas de madeira cobriam o piso e conviviam, muitas vezes, com uma fina poeira branca que resultava da devastação dos blocos de gesso que ele também esculpia para criar os modelos que mandava fundir. A arte consistia, aparentemente, en retirar partes daqueles blocos, tanto de madeira como de gesso, e imprimi-los de uma forma harmônica, avivá-los daquela matéria bruta e conceder-lhes um anima que resultava, precisamente, da ausência daquelas partes que ele retirara.
Essa arte pode ser um elogio do vazio que o artista antevê na frente daqueles blocos e seu labor é realizá-lo, retirar o que sobra e elevar aquela matéria bruta à categoria de obra, inscrevê-la no imaginário dos seus semelhantes, lhe dar um nome e fazê-la conviver de maneira diversa no cotidiano, seja para enaltecê-lo ou para criticá-lo. O que aqui vemos exposto é resultado deste ofício do escultor pelo qual o Layus (como é conhecido em alguns círculos) trafega desenvolto; o entalhe do cedro em pequenos modelos (que aqui não aparecem) dos quais resultam os múltiplos fundidos, à cera perdida ou maciços, a pátina como um recurso pictórico acrescido ao polimento, combatendo-o, e sobre tudo a persistência da abstração concreta, da figura humana sugerida, alimentada por esse vazio onde parece encontrar sua alma. Agrega-se a este conjunto de esculturas, como conseqüência que parece inevitável, uma série de dezenove pinturas que revelam uma geometria orgânica onde reina o evidente prazer da pintura, o equilíbrio expressivo, a cor e a forma em estados quase puros. Numerá-las como identificação supõe uma seqüência que pode ser infinita e as coloca num nível de desbordante criação artística semelhante àquela na qual acreditávamos na noite da garrafa de vinho no bolso da gabardine.
o voo (1991)
múltiplodebronze, basedegranitopreto
12 x 10 x 30 cm
col. paladino
cariño
bronzeFundidoàceraperdida epátinamarrom / 12 x 11 x 28 cm
cariño
bronzeFundidoàceraperdida epátinamarrom / 12 x 11 x 28 cm
nº 2 gouaches/papel 29,5 x 21 cm
FigurabiFronte
bronzeepátinagris
11 x 9 x 28 cm
FigurabiFronte
bronzeepátinagris
nº 3 gouaches/papel 29,5 x 21 cm
amigos
bronzeFundidoàceraperdidaepátina
21 x 10 x 28 cm
amigos
bronzeFundidoàceraperdidaepátina
nº 4 gouaches/cartãoorle 29,5 x 21 cm
totem 1 [escuro] bronzeepátina /10 x 8 x 25 cm totem 2 [claro] bronzeepátina /10 x 7 x 22 cm
totem 1 [escuro] bronzeepátina /10 x 8 x 25 cm totem 2 [claro] bronzeepátina /10 x 7 x 22 cm
nº 5 gouaches/papel 20 x 23 cm
inFinito
bronzeepátinagris
11 x 9 x 28 cm
inFinito
bronzeepátinagris
nº 6 gouaches/papel 29,5 x 21 cm
aymará
bronzeepátinamarrom/10 x 9 x 23 cm
centauro
bronze/10 x 9 x 23 cm
aymará
bronzeepátinamarrom/10 x 9 x 27 cm
centauro
nº 7 gouaches/papel 18,5 x 20,5 cm
Figuramasculina
bronzeepátinapreta
10 x 9 x 27cm
Figuramasculina
bronzeepátinapreta
nº 8 gouaches/papel 20 x 29,5 cm
romana (c.1990)/alumínio/11 x 8 x 24cm grega (c.1990)/alumínio/11 x 11 x 30 cm
nº 11 gouaches/papel 29 x 22,5 cm
tensão (c.1990) alumínio /12 x 10 x 30 cm
tensão (c.1990) alumínio /12 x 10 x 30 cm
nº 12 gouaches/papel 28 x 25,5 cm
sereia
bronzeepátinamarrom / 23 x 8 x 10 CM
sereia
nº 13 gouaches/papel 21,5 x 31 cm
masculino/bronze /11x 9 x 25 cm dancer áFrica/ bronze /11 x 10 x 31cm
nº 16 gouaches/papel 29,5 x 21 cm
Exu Bronze/10 x 10 x 20 cm
Exu Bronze/10 x 10 x 20 cm
nº 17 gouaches/papel 29,5 x 21 cm
cabeça Bronze /10 x 9 x19cm Totem 3 Bronze /10 x 8 x 18 cm Mesquita Bronze /8 x 8 x 16 cm
cabeça Bronze /10 x 9 x19cm Totem 3 Bronze /10 x 8 x 18 cm Mesquita Bronze /8 x 8 x 16 cm
curriculumartistae
O
brascatalOgadasesculturademadeira
100 anosdeesculturano brasil, masp,1982 foto Juvenal Pereira
curriculumartistae
poliedrosdo dr. Faustroll, Foto vera albuquerque
ubu, apataphysicanostrópicos, 1995. tiragemparaempresaprivada, 1982
totem, tiragemparaos 10 anosdo
clubeda skultura, 1985.
voo, tiragemparaos 15 anosdo
Agradeço aos amigos próximos, a Deus todopoderoso e Alá (aquele que nunca dorme)
Dedico esta mostra a meus netos Helena, Antonio e Dora que está a caminho.
Roberval Layus
Antonio e Helena emla mínima, galeria abril, 2012.
ficha técnica
expograFiabrunolayus
montagempedrolayus
Fotosveraalbuquerque
divulgaçãodeciodigiorgi / adelante
passpartoutscarlameira
produção sandra machado
curadoriaedesigngráFicomiguelpaladino