Procedimento
Operacional Padrão
POP 008/2018
Setor de Vigilância em Saúde e
Segurança do Paciente
Medidas de Prevenção de
Infecção do Trato Urinário
(ITU) associadas ao uso de
Cateter Vesical de Demora
Versão 1.0
Hospital Universitário
Dr. Miguel Riet
Corrêa Jr.
HU-FURG
Procedimento
Operacional Padrão
POP 008/2018
Setor de Vigilância em Saúde e
Segurança do Paciente
Medidas de Prevenção de Infecção
do Trato Urinário (ITU) associadas ao
uso de Cateter Vesical de Demora
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EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DR. MIGUEL RIET CORRÊA JR - HU-FURG EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação
POP: Medidas de Prevenção de Infecção do Trato Urinário (ITU) associadas ao uso de
Cateter Vesical de Demora – Rio Grande: Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. da Universidade Federal do Rio Grande (HU-FURG), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), 2018. 8p.
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ROSSIELI SOARES DA SILVA Ministro de Estado da Educação KLEBER DE MELO MORAIS
Presidente
SANDRA CRIPPA BRANDÃO Superintendente do HU-FURG
TOMÁS DALCIN
Gerente Administrativo do HU-FURG FÁBIO AGUIAR LOPES
Gerente de Atenção à Saúde do HU-FURG MARILICE MAGROSKI GOMES DA COSTA
Gerente de Ensino e Pesquisa do HU-FURG
EXPEDIENTE
GERSON SALLES MACHADO Elaboração
NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE, CONFORME PORTARIA 1859/2016 Colaboração
UNIDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Produção
HISTÓRICO DE REVISÕES
Data Versão Descrição Gestor do POP Autor/responsável por
alterações
13/06/2018 1.0
Medidas de Prevenção de Infecção do Trato Urinário (ITU) associadas ao uso de cateter vesical de demora
Gerson Salles Machado Ana Paula Vaghetti de Oliveira
POP 008/2018
Medidas de Prevenção de Infecção do Trato Urinário (ITU) associadas ao uso de cateter vesical de demora
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SUMÁRIO
1. OBJETIVO ... 2
2. INDICAÇÃO DO USO DE CATETER URINÁRIO ... 2
3. EVITAR INSERÇÃO DE SONDA VESICAL DE DEMORA ... 2
4. TÉCNICA DE INSERÇÃO DO CATETER URINÁRIO ... 3
5. MANUSEIO CORRETO DO CATETER ... 4
6. TÉCNICA PARA ESVAZIAR A BOLSA COLETORA ... 5
7. IRRIGAÇÃO ... 5
8. COLETA DE URINA ... 6
9. ESTRATÉGIAS QUE NÃO DEVEM SER UTILIZADAS PARA PREVENÇÃO ... 6
10. GLOSSÁRIO... 7
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Medidas de Prevenção de Infecção do Trato Urinário (ITU) associadas ao uso de cateter vesical de demora
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1. OBJETIVO
Instituir medidas para prevenção e diminuição da incidência de infecções urinárias associadas ao uso de cateteres vesicais.
2. INDICAÇÃO DO USO DE CATETER URINÁRIO
Pacientes com impossibilidade de micção espontânea;
Paciente instável hemodinamicamente com necessidade de monitorização de débito urinário;
Pós-operatório, pelo menor tempo possível, com tempo máximo recomendável de até 24 horas, exceto para cirurgias urológicas específicas;
Tratamento de pacientes do sexo feminino com úlcera por pressão grau IV com cicatrização comprometida pelo contato pela urina.
3. EVITAR INSERÇÃO DE SONDA VESICAL DE DEMORA
Inserir sonda vesical no paciente apenas nas indicações apropriadas; Realizar protocolos de sondagem, incluindo as situações peri-operatórias;
Implantar protocolos escritos de uso, inserção com técnica asséptica e manutenção do cateter;
A inserção do cateter urinário seja realizada apenas por profissionais capacitados e treinados;
Remoção oportuna do cateter vesical;
Revisar a necessidade da manutenção do cateter;
Implantar visita diária com médico e enfermeiro revisando a necessidade da manutenção do cateter.
Lembrar-se das alternativas à cateterização; Manter o sistema de drenagem fechado e estéril;
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Trocar todo o sistema quando ocorrer desconexão, quebra da técnica asséptica ou vazamento.
4. TÉCNICA DE INSERÇÃO DO CATETER URINÁRIO
Reunir o material para higiene íntima, luva de procedimento e luva estéril, campo estéril, sonda vesical de calibre adequado, gel lubrificante, antisséptico clorexidina aquosa 0,2%, bolsa coletora de urina, seringa, agulha e água destilada;
Higienizar as mãos com água e sabão ou preparação alcoólica para as mãos;
Realizar a higiene íntima do paciente com água e sabonete líquido (comum ou com antisséptico);
Retirar luvas de procedimento, realizar higiene das mãos com água e sabão ou preparação alcoólica para as mãos;
Montar campo estéril fenestrado com abertura;
Organizar material estéril no campo (seringa, agulha, sonda, coletor urinário, gaze estéril) e abrir o material tendo o cuidado de não o contaminar;
Calçar luva estéril;
Conectar sonda ao coletor de urina, testando o balonete (sistema fechado com sistema de drenagem com válvula antirrefluxo);
Realizar a antissepsia da região perineal com clorexedine aquoso 0,2%, partindo da uretra para a periferia (região distal);
Introduzir gel lubrificante na uretra masculina utilizando uma seringa de 10ml; Lubrificar a ponta da sonda com gel lubrificante, quando for feminina;
Seguir técnica asséptica de inserção;
Observar drenagem de urina pelo cateter e/ou sistema coletor antes de insuflar o balão para evitar lesão uretral, que deverá ficar abaixo do nível da bexiga, sem contato com o chão; observar para manter o fluxo desobstruído;
Fixar corretamente o cateter no hipogástrio no sexo masculino e na raiz da coxa em mulheres (evitando traumas);
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Assegurar o registro em prontuário e no dispositivo para monitoramento de tempo de permanência e complicações;
Utilizar cateter de menor calibre possível para evitar trauma uretral.
ATENÇÃO: O teste do balonete pode ser realizado em um dos seguintes momentos: 1) antes de dispor o material no campo estéril: aspira-se a água destilada e testa-se o balonete, segurando a sonda dentro do pacote, expondo apenas o local de preenchimento do balonete; 2) dentro do campo estéril: colocando a seringa e a sonda no campo estéril, a água destilada na cuba rim. Aspira-se a água destilada e testa-se a integridade do balonete.
5. MANUSEIO CORRETO DO CATETER
Após a inserção, fixar o cateter de modo seguro e que não permita tração ou movimentação;
Manter o sistema de drenagem fechado e estéril;
Não desconectar o cateter ou tubo de drenagem, exceto se a irrigação for necessária; Trocar todo o sistema quando ocorrer desconexão, quebra da técnica asséptica ou
vazamento, e vigência de febre sem outra causa reconhecida;
Para exame de urina, coletar pequena amostra através de aspiração de urina com agulha estéril após desinfecção do dispositivo de coleta;
Manter o fluxo de urina desobstruído;
Manter sempre a bolsa coletora abaixo do nível da bexiga;
Não há recomendação para uso de antissépticos tópicos ou antibióticos aplicados ao cateter, uretra ou meato uretral;
Realizar a higiene rotineira do meato e sempre que necessária; Não é necessário fechar previamente o cateter antes da sua remoção;
Realizar higiene perineal pelo menos 1 vez por dia com água e sabão, incluindo a junção cateter- meato uretral.
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6. TÉCNICA PARA ESVAZIAR A BOLSA COLETORA
Esvaziar a bolsa coletora regularmente, utilizando recipiente coletor individual e evitar contato do tubo de drenagem com o recipiente coletor, seguindo o roteiro:
Higienizar as mãos com água e clorexidina degermante 2% líquido ou preparação alcoólica para as mãos;
Calçar luva de procedimento;
Passar álcool 70% na extremidade do saco coletor; Esvaziar individualmente a bolsa coletora;
Lavar o frasco coletor; Retirar as luvas;
Higienizar as mãos com água e clorexidina degermante 2% líquido ou preparação alcoólica para as mãos.
7. IRRIGAÇÃO
Desconexões não poderão ocorrer, e, caso seja necessário à realização de irrigação, deverá ser utilizada preferencialmente cateteres de três vias;
Irrigação deverá ser evitada ao menos que uma obstrução seja antecipadamente esperada como em cirurgias prostáticas ou uso de alguma medicação intravesical;
Devem ser utilizadas técnicas assépticas no manuseio da conexão cateter - coletor ou da via de irrigação antes do início da operação, ou seja, antes de desconectá-los;
Uma seringa com grande volume de solução estéril deverá ser utilizada na desobstrução e depois descartada;
Se o cateter urinário ficar continuamente obstruído, necessitando de contínuas irrigações, sua troca ou retirada deverá ser considerada.
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8. COLETA DE URINA
A coleta de amostras de urina para exames deverá ser realizada exclusivamente através do dispositivo próprio do tubo coletor do sistema de drenagem. Realizar desinfecção com álcool 70% e puncionar o local com agulha fina (25X7) para evitar danos ao dispositivo. Não desconectar o sistema de drenagem para coleta da urina.
9. ESTRATÉGIAS QUE NÃO DEVEM SER UTILIZADAS PARA PREVENÇÃO
Os cateteres urinários não devem ser trocados com periodicidade previamente estabelecidos;
Não monitorar rotineiramente bacteriúria assintomática em pacientes com cateter; Não tratar bacteriúria assintomática, exceto antes de procedimento urológico invasivo; Evitar irrigação do cateter;
Quando houver obstrução do cateter por muco, coágulos ou outras causas, proceder a irrigação com sistema fechado;
Não utilizar rotineiramente antimicrobianos sistêmicos profiláticos.
IMPORTANTE: Como não existe rotina de troca preconizada para duração da sonda, a orientação é retirá-la o mais precocemente possível. Haverá necessidade de avaliação por parte do enfermeiro, para verificar a funcionalidade e a condição de troca.
ALERTA: O crescimento bacteriano inicia-se após a instalação do cateter, numa proporção de 5-10% ao dia, e estará presente em todos os pacientes ao final de quatro semanas. O potencial risco para ITU associado ao cateter intermitente é menor, sendo de 3,1% e quando na ausência de cateter vesical de 1,4%.
Entende-se que o tempo de permanência da cateterização vesical é o fator crucial para colonização e infecção (bacteriana e fúngica). A contaminação poderá ser intraluminal ou
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extraluminal (biofilme), sendo esta última a mais comum. O fenômeno essencial para determinar a virulência bacteriana é a adesão ao epitélio urinário, colonização intestinal, perineal e cateter.
Problemática continua quando muitos pacientes permanecem com o dispositivo além do necessário, apesar das complicações infecciosas (locais e sistêmicas) e não infecciosas (desconforto para o paciente, restrição da mobilidade, traumas uretrais por tração), inclusive custos hospitalares e prejuízos ao sistema de saúde público e privado.
10. GLOSSÁRIO
Ebserh – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
HU-FURG – Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Jr. PAV – Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica
IRAS – Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde UTI – Unidade de Terapia Intensiva
POP – Procedimento Operacional Padrão VM – Ventilação Mecânica
TO – Tubo Orotraqueal
BNM – Bloqueador Neuro Muscular
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar EA – Evento Adverso
SARA - Síndrome da Angústia Respiratória Aguda
SHEA - The Society for healthcare Epidemiology of America VMNI - Ventilação Mecânica Não Invasiva
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11. REFERÊNCIAS
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Brasília: Anvisa, 2017.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Protocolo Para a Prática de Higiene das Mãos em Serviços de Saúde Ministério da Saúde/ Anvisa/ Fiocruz – 2013
Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente Estratégias para a segurança do paciente: manual para profissionais da saúde / Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente. – Porto Alegre: EDIPUCRS, 2013. 132 p.
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