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TCC MIDIA IMPRESSA TRANSFORMACOES ADAPTACOES JORNAL

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Academic year: 2021

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROJETOS EDITORIAIS

IMPRESSOS E MULTIMÍDIA

MÍDIA IMPRESSA:

TRANSFORMAÇÕES E ADAPTAÇÕES DO JORNAL

ALUNO: Vanessa Marques da Silva ORIENTADORA: Ana Elisa Ribeiro

BELO HORIZONTE 2010 / 2° SEMESTRE

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Vanessa Marques da Silva

MÍDIA IMPRESSA:

TRANSFORMAÇÕES E ADAPTAÇÕES DO JORNAL

Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso do Programa de Pós-Graduação, nível Latu Sensu, do Centro Universitário da UNA, como requisito para obtenção do título de especialista em Projetos Editoriais Impressos e Multimídia

ORIENTADORA: Ana Elisa Ribeiro

BELO HORIZONTE 2010 / 2° SEMESTRE

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Resumo

O presente artigo propõe uma analise sobre as mudanças ocorridas no mercado editorial impresso diante das novas tecnologias de informação na comunicação das mídias. Diante do crescimento acelerado da tecnologia digital, os questionamentos quanto ao futuro do impresso e os impactos culturais que poderão causar na sociedade são grandes e sem respostas exatas. A imprensa escrita utiliza recursos com objetivo de chamar a atenção do leitor. Este estudo busca entender como a imprensa irá atuar frente às novas tendências. Analisa como essas reestruturações e como o meio digital vem influenciando no aspecto gráfico editorial do jornal. Para evidenciar essas transformações, são enfatizadas as reformas gráficas editoriais e inovações sofridas pelo jornal Folha de S. Paulo, que vem se adaptando a essas mudanças, incluindo características peculiares do meio on-line em seu suporte impresso.

Palavras-chave: Mídia Impressa – Jornal – Tecnologia – Reforma gráfico-editorial

Abstract

The paper proposes an analysis on the changes in publishing printed before the new information technologies in the communication media. Given the accelerated growth of digital media, questions about the future of printed and cultural impacts that may cause the company are great and no exact answers. The press uses resources in order to draw the reader's attention. This study aims to emphasize how the media will act in the face of new trends and how this has influenced restructuring and digital graphic look at an editorial. To highlight these changes will be emphasized reforms and innovations experienced graphic editorials by the newspaper Folha de S. Paulo, which has adapted to these changes, including the peculiar characteristics of the online medium in their paper form.

Keywords: Print Media - Newspapers - Technology - Graphic and editorial reform Introdução

O mercado editorial impresso vem se reformulando com o aparecimento de novos meios de comunicação. O período de expansão da era digital tem possibilitado a experimentação de várias ferramentas que acabam se tornando fundamentais para o cotidiano. É praticamente impossível viver sem recursos como celulares, computadores e Internet. A ideia de novos mecanismos comunicacionais diante do modelo de informação, no qual se tem

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4 o favorecimento de grandes articulações e interatividade, traz à luz outro leitor e espectador, que não apenas lê, mas também navega, ouve, escreve, participa, interage. Diante dessas mudanças no meio impresso, os jornais e revistas estão cada vez mais se transformando em relação aos seus formatos, acabamentos, tipos de impressão, cores e aparatos tecnológicos gráficos.

O crescimento acelerado da mídia digital no mercado tem causado discussões polêmicas entre jornalistas, publicitários e especialistas em novas tecnologias gráficas e digitais que divergem da ideia do fim do impresso. No meio das mais diversas discussões acerca do jornal impresso, é necessário que se entenda as várias transformações pela qual a mídia impressa vem passando e como vem se reinventando frente às novas mídias digitais. Essas novas mídias digitais buscam não só produzir notícia e transmitir informação, mas sim conectar o leitor aos fatos diários em tempo real. Todo esse desenvolvimento tecnológico nos trouxe uma nova relação entre o modo de transmitir informações e de recebê-las, acarretando em mudanças que vem se estendendo a todos os meios de comunicação. A adaptação hoje se faz necessária, e é o caminho certo para a evolução da mídia impressa.

Este estudo busca destacar as evoluções tecnológicas e o predomínio do digital perante o mundo de papel. As necessidades do impresso em se manter presente no mercado, têm direcionando jornais a se utilizarem dessas tecnologias, principalmente porque se percebe uma crescente em relação aos questionamentos ligados ao tema impresso, abordando seus efeitos e impactos culturais, diante de uma sociedade que não sabe responder qual será o seu futuro.

Seria complexo dizer que o jornal impresso estaria perdendo seus leitores para a velocidade do meio on-line, e ao mesmo tempo deparar com novas reformas gráfico-editoriais e reformulações que chamam a atenção do leitor. A utilização de impressos é um dos responsáveis pela construção de identidades e culturas dos diferentes grupos sociais que se pode encontrar pelo mundo. (GONÇALVES; COUTINHO, 2009). A abordagem da história da cultura impressa leva a questionamentos e reflexões de suas especificidades desde a cultura oral, passando pela manuscrita, até a digital, o que, hoje, se torna muito pertinente. Atualmente existem profissionais e empresas que vem buscando conhecer melhor essas mudanças atreladas a novas formas de comunicação e criando soluções para que a mídia tradicional se complemente a mídia digital.

Esses profissionais gabaritados possuem olhares mais abrangentes, e começam a perceber as necessidades do mercado. O aumento das possibilidades tecnológicas nos últimos

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5 anos tem feito os jornais reformularem seus parques gráficos e redações com aparatos tecnológicos, proporcionando uma gama de ideias rentáveis e chamativas. É relevante abordar essas questões e voltar o olhar para problemáticas como essa, a fim de comprovar estratégias criativas elaboradas por profissionais do mercado, e perceber se tais estratégias irão conseguir atingir um nível elevado da atenção do leitor, mexendo com seus sentidos. É importante também compreender como tais transformações serão necessárias no campo da comunicação, uma vez que, com a mudança do processo de transmissão de mensagem, seja impressa ou on-line, ocorrerão mudanças na forma de recepção dessas mensagens. É esperado que se tenha uma leitura mais fácil perante os canais de comunicação. Para isso é analisado o jornal Folha de S. Paulo, que se encontra hoje em processo de alteração, buscando uma reestruturação de seus formatos para se integrar às linguagens das mídias digitais e que recentemente passou por uma reformulação em seu aspecto gráfico editorial.

O objetivo desta pesquisa é analisar as mudanças ocorridas na imprensa escrita frente aos novos processos tecnológicos de informação na comunicação. O estudo mostra também o posicionamento e as tendências de novas formas de adaptação e sobrevivência do jornal Folha de S. Paulo, com o uso de tecnologias gráficas e reformulações gráfico-editoriais que visam a sensibilizar e criar maior interatividade com o leitor.

Implicações Tecnológicas

Até alguns anos atrás, o aparecimento da Tecnologia da Informação e seus desdobramentos não representavam claramente uma ameaça à mídia impressa. No entanto, esse aparato tecnológico tem mudado as formas de comunicação da sociedade. As pessoas estão se habituando a uma linguagem simples e rápida, de um entendimento mais fácil. Tanto acúmulo de tecnologias, em ritmo acelerado, não oferece previsões exatas dos novos padrões que poderão emergir na sociedade. Percebem-se velocidades incontroláveis dessas novas rupturas, que reformularão não só os meios de comunicação, como os veículos que difundem essa comunicação.

A questão da mudança dos suportes não se dá apenas por aparelhos, mas também na questão da cultura adquirida pelo uso dos mesmos. A chegada da televisão ao mercado fez com que todos pensassem que era o fim da era do rádio. O mesmo aconteceu com o cinema em relação ao teatro, entre outras mídias. Mas as transformações ocorridas ao longo desse período mostraram que uma mídia retroalimentou da outra. As grandes mudanças ocorridas

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6 hoje nos suportes impressos e digitais são de grande importância para entendermos melhor a preocupação de novas linguagens. O mercado ainda se encontra cercado de muitas dúvidas em relação aos desafios que estão presentes, com novas tecnologias e velocidade de renovação e multiplicação. Porém, esse surgimento traz novas formas de interações entre informação e cultura, em que é possível reorganizar os mecanismos comunicacionais, favorecendo articulações sociais no jornalismo. Mais importante que o meio é a mensagem, e se há uma boa mensagem há um leitor satisfeito independente do meio em que ela se encontra. A percepção que se tem dos novos meios de comunicação e a forma como se adquire aprendizado, tornou-se um ponto crucial para prender a atenção do leitor. “As novas tecnologias permitem a interferência na percepção, por meio da soma de imagens e sons aliados a sensações táteis e olfativas” (PICIARELLI, 2009, p. 78).

De acordo com Dizard (2009), os setores editoriais, como jornais, revistas, livros, vêm se adaptando às realidades do computador, para concorrer com os vários provedores eletrônicos de informação. Profissionais e empresas que buscam conhecer essas mudanças que vêm ocorrendo já são capazes de tratá-las não como problemas, mas sim como soluções inovadoras para o mercado, fazendo com que novas ideias e conceitos, que podem até mesmo abordar temas amplos, façam frente às novas discussões. Tudo isto auxiliará no melhor entendimento da evolução do mundo pós-moderno. Tais mudanças não assinalam, contudo, o fim da imprensa. Apesar das transformações ocorridas na indústria jornalística, os jornais continuarão presentes por muito tempo como uma importante mídia, que compõe parte do panorama comunicacional, mas, ela se apresentará diferente em sua essência.

A compreensão do impresso e de seu lugar na sociedade atual é condição maior para que sejam apreendidas as alterações decorrentes das chamadas novas tecnologias de comunicação e informação, como se a compreensão das novas formas de existência dos velhos impressos, mesmo em suas modalidades virtuais, iluminasse o núcleo das tecnologias que se apresentam como novas. (GONÇALVES; COUTINHO, 2009, p. 11)

Suprir a necessidade de se ter novos veículos de comunicação, que sensibilizem e despertem as atenções do público, virou um desafio em parte lucrativo para as atividades editoriais. As mudanças ocorridas oferecem não só um desafio, mas a oportunidade de um novo produto editorial, seja ele jornal, revista, livro ou encartes publicitários. Os jornais impressos têm se adaptado a outros estilos de produção, reformulando projetos gráficos, nos quais o leitor possa encontrar uma linguagem revolucionária e abordagens que transmitam a informação. Os novos formatos estão buscando focar o leitor, que exige hoje informações

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precisas, diretas e de qualidade. Picciarelli (2009) aborda as novas viabilidades para os impressos, abrindo caminho para inúmeras discussões. A partir desses conceitos ele acredita que a mídia impressa seja uma plataforma que permita milhares de formas de seduzir o leitor e com a utilização de recursos possíveis só no suporte papel.

De acordo com Dizard (2002, p. 220), “o invento de Gutenberg continua vivo a cada publicação de jornais, em revistas semanais e em milhares de títulos que são comercializados e publicados em todo o mundo”. Os grandes jornais de hoje começam a sentir a necessidade de serem mais objetivos, levando o leitor a folhear páginas de conteúdos mais densos, porém diretos. Em muitos, as soluções imediatas foram às mudanças de formatos e utilização de mais cores em suas capas. Porém, devemos ressaltar que para entendermos essas transformações pelas quais passam os jornais, precisamos entender a sua história (diga-se do jornalismo impresso) e como se dará o seu futuro, nas telas de computadores. As mudanças que sofrem atualmente, não são mais discretas como as dos séculos anteriores, são mais agressivas e radicais, onde freqüentemente se encontram em mutação, com intuito de enfrentar o mundo digital.

O Mercado em Transformação

Ali Kamel, diretor do Jornal O Globo, acredita que os jornais impressos irão sobreviver porque serão capazes de se reformular, fazendo mudanças significativas em seu conteúdo. Os jornais serão responsáveis por selecionar melhor as informações e aprofundar-se em explicações e análises dos fatos.

De acordo com o jornal Paraná-online1, nos Estados Unidos, a crise do mercado editorial está cada vez mais intensa. A preocupação enfatizada por jornalistas e leitores sobre o fim da era impressa se agrava diante das declarações do Presidente do grupo New York Times, Artur Sulzberger Jr., que não garante a continuidade do jornal por mais de cinco anos. Os gráficos, em declínio financeiro, mostram um consumo de 1,5 milhões de leitores on-line contra 1,1 milhões de leitores do impresso. Ainda segundo a mesma fonte, um exemplo interessante é o jornal The Week, que parece ter conseguido perceber, de maneira mais eficaz, um método para atrair novamente o mercado. Em suas publicações semanais, nas quais não traz notícias em primeira mão, mas sim um balanço geral dos acontecimentos importantes da semana, o periódico provoca o leitor, que recebe uma chuva de informações todos os dias, chegadas, repentinamente, minuto a minuto, provenientes do modelo digital, a selecionar

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8 melhor o conteúdo de seu interesse. O jornal veiculado somente aos sábados traz também o conforto de não se perder tempo em frente ao computador em dias de descanso. “Nenhum outro veículo tem a capacidade de coletar, registrar e distribuir informação em tantos níveis diferentes, desde as atividades diárias das cidades pequenas aos eventos nacionais e internacionais” (DIZARD, 2009, p. 227).

Dines (1996, p. 77) afirma que o jornal é “o mais legítimo e duradouro veículo impresso depois do livro, que condicionou o ser humano contemporâneo a um processo de saber”. Segundo Dines, a crise de papel nos obrigará a repensar não apenas o jornal (seu preço, escopo, apresentação), mas, também o seu relacionamento com o resto da veiculação e seus vínculos com a sociedade. Ainda segundo o autor, ele acredita que para redescobrirmos o jornal, deveremos repensar os contornos de toda a veiculação, que recebeu o primeiro impacto, quando a TV firmou seu império e que ainda hoje se confirmam (DINES, 1996, p. 77).

Dentre as várias especulações em relação aos jornais, muitos acreditam que o leitor deixará de consumir a informação impressa, ao passo que a mesma estará disponível on-line. É importante salientar que cada veículo em particular, tem suas propriedades, abordando linguagens diferenciadas, além de serem ferramentas com funções diferenciadas. O leitor navegador tem a possibilidade de encontrar diversas informações na proporção e profundidade em que desejar podendo avançar em sua busca ou não. Além dessa possibilidade, ele se encontra frente a vários assuntos que o levará a outros relacionados ao mesmo tema abordado, porém, ele deverá ir à busca de sua pesquisa, em contra partida o jornal impresso lhe proporciona uma seleção de informações com qualidade e não quantidade. Em suas abordagens, Coutinho e Gonçalves (2000) analisam as formas de leitura que se fazem presente ao leitor. O que antes era feito através de um objeto, na qual se podia dobrar e desdobrar sua folha, por exemplo, hoje pode ser visto em altura, largura e profundidade, onde a leitura se desdobra em uma textualidade móvel e infinita. Os autores argumentam, “nosso presente é caracterizado, antes de tudo, pelo surgimento de uma nova técnica e uma nova modalidade de inscrição, de difusão e de apropriação de textos”. Para os autores, não devemos colocar as telas em oposição à cultura escrita, uma vez que elas agregam imagens, sons, palavras e principalmente transmitem e multiplicam a cultura da escrita.

Em Paul Saffo (1992, apud Dizard 2009, p. 221), o pesquisador prevê uma nova sinergia entre a informação impressa tradicional e as versões eletrônicas:

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O papel não vai desaparecer, mas a mídia sem papel absorverá mais do nosso tempo. Eventualmente, nos tornaremos sem papel, assim como outrora nos tornamos sem cavalo. Os cavalos ainda estão por aí, mas os que os utilizam fazem-no como hobby, não para viajar (...) Agora é mais fácil armazenar informação eletronicamente. O papel se transformou numa interface — num veículo transitório e descartável para se ler a informação compilada eletronicamente. Estamos ingressando no futuro em que a informação é transferida para o papel somente quando estamos prontos para lê-la; em seguida, o papel é imediatamente reciclado (SAFFO apud DIZARD, 2000).

Essa sinergia, que aos poucos vem acontecendo, levará o leitor/navegador a redirecionar suas buscas e seu foco. O jornal impresso tenta trabalhar com essa premissa do conteúdo selecionado e em parte feito para cada indivíduo leitor, ao passo que sintetiza melhor sua informação, colocando-o frente aos acontecimentos mais importantes, que necessitam de uma atenção ou um destaque em especial, em dias que o tempo para a leitura se torna cada vez mais escasso. E esse hábito de leituras mais rápidas e fáceis, passa a mexer também com o outro lado da produção jornalística.

As mudanças ocorridas na mídia tornam-se importantes para os profissionais que estarão se preparando para as tecnologias, o que acarretará carreiras mais atraentes e recompensadoras. Esses profissionais, incluindo redatores, jornalistas, designers, saberão diferenciar estratégias e aplicações, como o uso da interatividade e a aproximação do leitor pelos jornais, a partir de tecnologias e projetos gráficos.

Vários jornais se encontram hoje em novos ambientes, que passam por contínuas fusões. As redações de hoje são dominadas por terminais de banco de dados, aparelhos de fax, videocassetes e outros dispositivos computadorizados (DIZARD, 2000, p. 20). Com isso, ocorrerão mudanças que transformarão os locais de trabalho, exigindo habilidades também sofisticadas. O volume de informações emitidas é maior, bem como a rapidez com que chegam aos lares, oportunizando-se situações que as tecnologias anteriores não possibilitavam.

As instalações de equipamentos tecnológicos de ultima geração se tornam decisivos na atualização das produções e na distribuição final aos consumidores/leitores. Os profissionais ligados ao jornalismo estão se habituando a fazer uso de recursos que facilitem o andamento do jornal, no que diz respeito à rapidez tecnológica. É muito comum encontrar hoje redatores e jornalistas se ambientando com esses aparatos. O impacto dessas mudanças acarretou transformações bruscas, principalmente para vários jornalistas que estavam habituados com uma escrita tradicional e hoje se deparam com uma leitura mais solta, escrita fácil e rápido

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10 entendimento. É visível que a adaptação do jornalista é um passo fundamental para se adaptar as novas formas de abordagens e escrita, juntamente com a redação que também deverá estar preparada para os novos meios e maneiras de se informar.

Mas, qual seria o passo correto para que os jornais se restabeleçam no mercado impresso, com a crise de papel? Para Dines (1996), uma das formas de se resolver a crise de papel nos jornais seria adotar três categorias de soluções para os problemas econômicos, estratégicos e estilísticos. Econômico, reavaliando o preço do jornal. Ele acredita que só assim seu conteúdo será valorizado, pois, um jornal barato não precisa de amparo dos leitores, além disso, os jornais devem buscar novas formas de distribuição e venda. O jornal deve se restabelecer em sua importância, conteúdo e modernização, servindo de estímulo para os leitores; Estratégico, criando segmentações, para não abrir brechas em suas publicações, o que é comum hoje em dia, com a presença de jornais populares, que buscam evidenciar notícia de impactos e promoverem mídia de pequenos anunciadores. E por fim o Estilístico, em que os jornais já vêm se manifestando com mudanças frente às novas tendências, cortando páginas, redimensionando, criando um novo jornalismo.

Contudo, por traz de todas essas mudanças, estão outras pouco notadas pelo público leitor. Os grandes jornais passam a se reformular em seus projetos gráficos, com contratações de designers, ilustradores e editores de marketing, mas também contam com engenheiros e técnicos especializados em indústria gráfica e suas variações. As inovações gráficas e tecnológicas abrangem a maioria dos jornais que se veem hoje equipados com novos recursos em pré-impressão e impressão off-set, integrados em rede e à Internet. O que traz velocidade e qualidade ao impresso.

Durante muito tempo, os jornais se preocuparam em somente noticiar, ocupando ao máximo suas páginas com informações transmitidas em textos longos, densos e, muitas vezes, um aprofundamento desnecessário ao leitor. As manchas intensas de notícias brigavam com as poucas cores presentes em algumas fotos, com legendas quase que imperceptíveis. A preocupação de um bom registro de impressão, qualidade na imagem que o leitor receberia e a idéia de limpeza e leveza, não eram vistas em nenhum veículo. Já nos dias de hoje, esses fatores se tornaram relevantes e ganham pesos cada vez maiores dentro dos gigantescos parques gráficos. Um jornal mais caro, seletivo, cuidado no texto e na forma, fatalmente terá aprimorada sua impressão (DINES, 1996, p.105).

Em muito, a grande preocupação dos jornais se resume ao fato de quem irá comprar informação do dia anterior, visto que os jornais on-line e sites de informação se mantêm

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atualizados o tempo todo com notícias em tempo real? As soluções poderiam se resumir em reduzir os preços, reduzir páginas, formatos, mas, somente essas reformulações não conseguiram abraçar essa transição. O fato é que os jornais que quiserem e se mantiverem no mercado impresso terão de repensar seus conceitos. O jornal se tornará atraente no momento em que o leitor conseguir ver algo mais, além de notícias. Em alguns países como a Polônia, os jornais voltaram a ganhar mercado com suas reformulações. As criações de capas que, através de imagens, transmitem informações impactantes faz com que os leitores sintam vontade de folhear páginas, que vêm compostas de textos enxutos que dialogam com o leitor, sendo mais atraentes e reflexivos.

A relevância do design do jornal impresso

Com o advento de novas tecnologias, os jornais passaram e passam ainda por transformações que alteram o modo de fazer e de se pensar um jornal. A elaboração de um produto é um processo que requer certo domínio linguístico e formação cultural. Para tanto, deve-se ter uma preocupação na concepção de cada produto, observando seu meio de inserção (eletrônico ou impresso), para que este possa apresentar diversas alternativas de interação para o público. Conceber um produto vai muito além de selecionar objetos, texto e imagens. Podemos, através dele, interpretar melhor o que recebemos e criar uma maior expressividade cultural do que está a nossa volta.2

O ato de se comunicar através de um produto está além da simples compreensão daqueles que o cercam. São as representações que potencializam a comunicação em sociedade, seja através de imagens, formas ou outros indivíduos. Essas representações podem apresentar variedades de acordo com seu contexto, no que diz respeito à época e cultura, mas, são as mesmas que nos proporcionam uma diversidade maior de idéias na sociedade. 3

Mouillaud (2002), enfatiza que o discurso do jornal não está solto no espaço; está envolvido no que chamaria de “dispositivo”, onde o objeto está de fato contido. Para ele, o jornal pertence a uma rede de informações e que está em perpétua modificação. O jornal, enquanto produto editorial impresso, vem se moldando a novos formatos, que os levam a enfrentar o desafio de se transformar, preservando suas características principais e os valores que os levam a perdurar nos dias de hoje (MOUILLAUD, 2002, p. 31-32). Um veículo já

2 Rosário em Festa: representação, identidade e fé - Projeto Experimental do Trabalho de Conclusão de Curso,

2009.

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consolidado no mercado tende a se preservar, mantendo seus traços originais de texto, ilustrações, fotografias ou infográficos. Caberá a cada jornal estabelecer prioridades e necessidades de reformas, levando em consideração o que o leitor espera encontrar nesse suporte. “O dispositivo não comanda apenas a ordem dos enunciados, mas a postura do leitor” (MOUILLAUD, 2002, p. 32).

O design gráfico de um jornal é tão importante quanto seu conteúdo. É através dele que se cria uma linguagem de comunicação com o leitor. A disposição de uma página de jornal tende a se comunicar com o leitor, tanto quanto as notícias ali impressas. “Neste sentido, o dispositivo existe antes do texto, ele o precede, comanda sua duração e a extensão” (MOUILLAUD, 2002. p. 33). É imprescindível que se haja harmonia nas relações estabelecidas entre textos e imagens. Uma representação errada do design poderá levar o leitor a se afastar desse veículo, por causar uma má leitura, cansar a visão e até mesmo uma interpretação errada. É o design que conduz o sincronismo entre veículo, notícia e leitor.

Segundo Márcia Okida4 (2002)5,um bom projeto gráfico editorial é aquele que conduz os olhos dos leitores sem se tornar o elemento principal daquela página. Sem interferir na qualidade da leitura. As imagens, o tamanho das fontes tipográficas, a posição de títulos, retículas, boxes, fios, enfim, todos os elementos visuais devem ser perfeitamente pensados e posicionados com o objetivo de atender a uma necessidade editorial.

O design aplicado a um produto, seja ele jornal ou revista, não tende só dar sentido e ordem as informações, mas, também a criar uma estética mais bela, deixando que a comunicação se faça através de imagens e fotografias. É ele que fortalece e estabelece uma relação de identidade com o leitor, permitindo que este o reconheça, por características e traços pessoais.

O design, além de tornar um projeto mais belo e atraente, assume o papel de mediador entre o leitor e a informação disposta no suporte. A interação entre o leitor e a notícia se faz necessária para que o leitor se identifique e reconheça a identidade do jornal através de traços do design, assim, mantendo uma unidade no projeto gráfico. Os jornais têm fácil associação pelo leitor que reconhecem suas características independentes de sua marca. É relevante tomar cuidado na aplicação de tipos, fotografias e cores em um jornal. O excesso dessas aplicações pode causar uma recusa do leitor ao jornal. A maioria dos jornais tende a optar por trabalhar

4 Márcia Okida (1967) é designer gráfico, membro da SND – Society for News Design – e professora de Design

Gráfico e Editoração Eletrônica na Faculdade de Artes e Comunicação (FaAC) da Universidade Santa Cecília (Unisanta).

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13 com poucos tipos, entre três ou cinco no máximo, para que não confunda o leitor e caracterizando assim títulos, textos e legenda. A fotografia é um dos objetos que dão contorno e movimento a página. Ela se comunica com a mensagem e em grande parte chama mais a atenção do leitor que a própria notícia.

Para Márcia Okida, existem vários elementos de construção gráfica que devem ser observados, no instante da criação de um projeto e durante sua diagramação. Esses elementos tornam-se essenciais para que o texto se torne agradável e o leitor encontre no conjunto de textos, fotografias, cores, uma combinação perfeita para a comunicação.

Visto que os jornais de hoje estão cada vez mais atentos às mudanças que norteiam o futuro do impresso, podemos verificar diversas reformas gráficas que os antecedem diante de várias transformações ocorridas nesses veículos, que conduzem a imprensa nacional. Um dos jornais que veio a passar por uma recente reforma foi a Folha de S. Paulo, que, diante da necessidade de adaptação e um entendimento do novo público/leitorado, repensou seu projeto gráfico, passando por uma reforma que veio a abranger não somente a edição impressa, mas sua versão digital. Entre as várias transformações ocorrendo em todo o meio jornalístico, a indústria jornalística reconhece as transformações tecnológicas pelas quais tem passado. Os avanços na informatização e na velocidade de propagação da notícia têm levado vários veículos a buscarem processos de mudanças que se fazem necessárias para se manterem no mercado de contínua mutação.

Folha de S. Paulo: Mudanças, Evoluções e Transformações

Para entender melhor essas transformações, a pesquisa usou como referência o jornal Folha de S. Paulo, que vem se moldando frente à crise do mundo sem papel. O objetivo é mostrar que apesar de antevir ao meio digital, o impresso vem buscando incluir características peculiares do meio on-line em seu suporte a fim de conquistar o novo leitor. São levadas em consideração as transformações e inovações sofridas pela Folha de S. Paulo até os dias de hoje, ao passo que se busca evidenciar a influência dos meios tecnológicos e recursos gráficos empregáveis neste veículo de informação. Além de verificar as sutis abordagens que tendem a levar o impresso a perdurar por algum tempo.

Para esse entendimento foi feita uma pesquisa exploratória, com levantamento de dados do jornal Folha de S. Paulo, objeto deste estudo, no qual foram analisadas as edições de

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28 de agosto de 2005 e 1° de agosto de 2010. A escolha dessas edições se deve ao fato de serem edições recorrentes de um antes e depois da última reforma, ocorrida em maio de 2010. São enfatizadas as mudanças gráficas presentes no jornal, tais como layout, design, disposição gráfica e outros elementos visuais que remetam ao digital. Um comparativo entre as duas edições do jornal é realizado, evidenciando o antes e o depois da reforma: tipografia, cores, formato e mancha. Para tanto, é relevante entender um pouco do processo de início da Folha, que fez com que chegasse ao posto de primeiro Jornal do Brasil.

Processo Histórico da Folha

Possuidora do maior parque gráfico da América Latina, com um maquinário que chega a consumir até 80 mil toneladas de papel por ano, o grupo Folha, possui a maior circulação diária de exemplares, em torno de 560 mil e cerca de 700 mil aos domingos. Somente a Folha, chega ao montante de 420 mil exemplares por dia.6

Fundada por Olival Costa e seu sócio Pedro Cunha, em 1921, com os jornais Folha da Noite e Folha da Manhã, chegou a operar com rotativas alemãs e americanas com tiragem de 80 mil exemplares. Na década de 40, lança o jornal Folha da Tarde, passando ao uso de Linotipo7 para seus impressos. Em 1° de janeiro de 1960, com a fusão dos três jornais, surge a Folha de S. Paulo, que em 1962 passa a ser assumida pelos empresários Octavio Frias de Oliveira e Carlos Caldeira. Cinco anos mais tarde a Folha se torna a pioneira em impressão off-set em cores, utilizando recursos que lhe proporcionavam uma tiragem de até 45 mil exemplares por hora. A partir da década de 1970, o jornal passa a utilizar o sistema de fotocomposição, com uma rotativa avançada, a Gross Metro-offset, segunda maior no mundo, onde se antecipou ao mercado, dando inicio a uma nova tecnologia que os concorrentes só viriam iniciar três anos após.8

Na década de 80, o jornal se consolidava: a Folha é líder na imprensa diária, como jornal de maior circulação. Os anos 80 foram marcados por diversas reformas de modernização, o que causou inovação com o Manual de Redação da folha e projetos editoriais com jornalismo de informação e novas técnicas visuais, como a redação informatizada, com terminais de computadores na redação e edição de texto. Essa introdução da informática na

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Dados extraídos do Círculo Folha: http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/historia_93_94.htm

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Processo em que se utilizava tipos em uma máquina de compor, na qual se fundem em um só bloco as linhas compostas.

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15 redação trouxe ganhos como a otimização do tempo de produção do jornal. Nos anos 90, o empresário Octavio Frias de Oliveira, assume o controle total da empresa. O jornal ganha uma nova reestruturação gráfica, com primeira página colorida e média de maior circulação aos domingos de 522.215 exemplares. A companhia lança o Caderno Mais! e a Revista Folha.9

De acordo com a ANJ, Associação Nacional de Jornais, o quadro abaixo mostra o perfil atual de vendas dos jornais diários por ano (%). Também de acordo com a ANJ, entre os 10 maiores jornais do Brasil, entre os anos de 2002 e 2009, a Folha de S. Paulo se manteve em primeiro lugar com a maior circulação paga de exemplares / dia.

TABELA 1

Perfil de vendas dos jornais diários por ano (%)

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Venda Avulsa 41,3 39,1 39,1 41,3 44,8 48,5 49,4 50,82 Assinatura 58,7 60,9 60,9 58,7 55,2 51,5 50,6 49,18 Fonte: IVC - Instituto de Circulação

Como o primeiro jornal a ter um banco de imagens digital, em 1996 a Folha volta a inovar com um novo parque gráfico. Mais uma vez, o projeto gráfico sofre alterações em sua tipografia e a identificação dos cadernos passa a ser feita pelas cores, onde o impresso passa a circular com cerca de 75% das páginas em cores. Nos anos seguintes, a Folha, junto aos principais jornais brasileiros, muda seu formato, reduzindo o equivalente a uma polegada (2,54 cm), ficando conhecido como formato “Standard”. A essa altura, a Folha já se encontrava totalmente informatizada e com portais de informação on-line, iniciando seu processo no meio digital.10

A Nova reforma Gráfico-editorial

Em maio de 2010, a Folha lançou seu novo projeto visual, com novos recursos gráficos e mudanças em todo seu contexto, com novas organizações para as reportagens e

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Dados extraídos do Círculo Folha: http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/historia_folha.htm

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com a promessa de 5 minutos: mais navegação e 50 minutos: mais conteúdo11. O projeto, assinado pelo escritório de García Media, é um redesign do projeto anterior, lançado em 2006.

A edição antiga apresenta-se em cinco colunas, ao passo que a nova traz seis colunas. Porém, percebe-se grande mudança no conteúdo e organização das informações. O Cabeçalho ganha mais espaço antes, com 5,5 cm agora se apresenta com 7,4 cm, um crescimento considerável. Podemos notar a diferença no logotipo do jornal, com mais simetria no nome e um leve destaque para as iniciais, que utiliza a fonte Folha Serif, desenhada pelo alemão Eric Spiekermann e o holandês Lucas de Groot, em 1996. No ano de 2000, o jornal ganhou uma ampliação de suas fontes, com a Chronicle e a The Mix, utilizadas também nos cadernos e suplementos do jornal. A data de veiculação e o endereço do site também tiveram destaque. O fio vermelho logo abaixo, ficou mais espesso, dando uma separação maior, como mostra a figura a seguir.

FIGURA 1 – Layouts das edições da Folha de S. Paulo de 28 Ago 2005 e 01 Ago 2010.

Os textos da edição antiga, em sua maioria, apresentam-se na vertical, com algumas imagens na horizontal, ressaltando as informações. Já na edição atual, há uma mescla de informações na horizontal e vertical, onde as imagens se comunicam melhor com os textos e chamadas. A imagem principal na capa traz abaixo à sua esquerda a localização da matéria e o

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Modo de fazer dos jornais europeus e norte-americanos, importado pela Folha de S. Paulo, para sua nova reforma.

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caderno correspondente. Este é outro destaque para a mudança, os cadernos ganharam novas classificações por cores, que são utilizadas em tons mais vibrantes em todo o projeto.

TABELA 2 TABELA 3 Tabela de cores dos cadernos do jornal Tipografia do jornal

Apesar das edições se diferenciarem pelo número de colunas, os textos da nova edição estão mais leves, dando um respiro maior entre as informações. Ressaltando que os jornais das décadas anteriores, inclusive a Folha de S. Paulo, davam uma ênfase maior aos textos do que as imagens. O novo projeto traz esse diferencial, um destaque para as fotografias e infográficos que ajudam a compor melhor o texto, dando outra forma e sensação de leveza ao jornal, conforme mostra na figura 2.

FIGURA 2 – Layouts do caderno Mundo, edição de 2004 e caderno Mercado, edição 2010.

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Com a evolução dos recursos de impressão e a constante atualização dos parques gráficos dos jornais, a imprensa escrita ganhou uma melhora considerável nos impressos. A indústria passou a investir em cores e qualidade de impressão. O papel antes utilizado era poroso e amarelado. Hoje, o jornal conta com um papel mais claro e agradável para o leitor. A qualidade dos impressos é visível principalmente nas imagens, que em anos atrás se apresentava em muitas vezes com borrões e falta de registro. Após anos de crescimento, o jornal que antes circulava apenas em preto e branco, passou a veicular com cores e hoje, advindo do digital, o novo projeto gráfico da folha de S. Paulo aposta nos destaques para as fotografias. A publicidade tem investido bem em anúncios de página inteira e até páginas duplas, com nitidez e cores bem próximas para o leitor. Os jornais têm publicado anúncios que antes eram restritos apenas para as revistas, e hoje mesclam as opções de mídia.

FIGURA 3 – Anúncios do jornal Folha de S. Paulo, edição de 2010.

Com a nova reforma, a Folha de S. Paulo, também passa a ter uma nova classificação de seus cadernos, que vão da letra A à letra E e passam a circular com 13 suplementos e revistas encartados no jornal. São eles: - Cadernos diários: A: Capa, Opinião, Poder, Mundo, Ciência; B: Mercado; C: Cotidiano; D: Esporte; E: Ilustrada, Acontece. - Suplementos semanais: Folhateen, Equilíbrio, Tec, Fovest, Turismo, Guia da Folha, Folhinha, Ilustríssima, Revista Serafina e Classificados, sendo que alguns destes circulam apenas em São Paulo.

Considerações Finais

Apesar das várias discussões a cerca do futuro do jornal impresso, são visíveis as transformações e adaptações das mídias impressas em torno dos novos rumos do mercado

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19 editorial. As mudanças são positivas, já que o mundo se encontra hoje em constantes transformações nos meios de comunicação, decorrentes da evolução do meio on-line.

A influência de recursos tecnológicos veio abranger o processo de produção de notícia, visto que as redações e edições de texto ganharam velocidade em seus processos. O que era manual agora é informatizado e otimizado. Esses recursos ajudam o impresso a atender as necessidades do mercado, que está voltado a uma velocidade grande de informações. O leitor vem buscando cada vez mais respostas rápidas, ao passo que o tempo de leitura está cada vez menor. Os jornais estão fazendo investimentos altos em equipamentos, não só para se manter informatizados, mas, a fim de que seu produto final chegue às mãos do leitor com qualidade. Caberá ao jornal selecionar melhor sua informação, levando ao leitor análises diretas e mais completas.

O leitor de hoje não quer apenas saber o que acontece à sua volta, mas assegurar-se de sua situação dentro dos acontecimentos. Isto só se consegue com o engrandecimento da informação a tal ponto que ela contenha os seguintes elementos: a dimensão comparada, a remissão ao passado, a interligação com outros fatos, a incorporação do fato a uma tendência e a sua projeção para o futuro. (DINES, 1996, p. 90)

Hoje, é imprescindível que haja uma comunicação do jornal com o leitor, e isto deve acontecer claramente para que o leitor venha a identificar a proposta de design e a linguagem abordada, seja textual ou visual. Toda essa transformação levará a novas formas de leitura e novos mecanismos comunicacionais. A influência dos suportes traz novas linguagens e novas articulações, que devem ser repensadas enquanto objeto da comunicação.

Através da busca de aproximação com leitor, por meio da adoção de estratégias visuais advindas do processo de evolução das mídias, o jornal Folha de S. Paulo se propôs uma reforma profunda, buscando legibilidade, sem perder a identidade e propondo um jornalismo do futuro, pautado na agilidade proveniente da influência do digital.

É esperado que o jornal continue caminhando para o futuro, com transformações e modificações que atendam as necessidades tanto do atual leitor quanto dos novos leitores que surgirão a cada dia, em meio a um volume enorme de informações e velocidade. Espera-se que, no futuro, os jornais venham a sofrer novas modificações em formato e massa de texto, deixando-os mais enxutos e completos.

Referências

COUTINHO, Eduardo Granja; GONÇALVES, Márcio Souza. Letra impressa: comunicação, cultura e sociedade. Porto Alegre, Ed. Sulina, 2009.

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20 DINES, Alberto. O papel do jornal: uma releitura. 6. ed. São Paulo: Summus, 1996.

DIZARD JUNIOR, Wilson. A nova mídía: a comunicação de massa na era da informação. 2.ed.rev.atual. Rio de Janeiro: J. Zahar Editor, 2000.

MOUILLAUD, Maurice; PORTO, Sérgio (Org). O Jornal : da forma ao sentido. 2.ed. Brasília, DF: UnB, 2002.

OKIDA,Márcia.Odesigngráficcomoele-mentodelinguagemeditorial.Disponível em:http://www.designgrafico.art.b/comapalavra/designinvisivel/designinvisivel.htm.

PICCIARELLI, Sérgio. Encartes Especiais – A mídia impressa em busca de novas formas de comunicar. Sérgio Picciarelli. São Paulo, 2009.

SILVA, Ariel Lucas e SILVA, Vanessa Marques, Christiane Pitanga Serafim da Silva (Orientadora). Rosário em Festa: representação, identidade e fé - Projeto Experimental do Trabalho de Conclusão de Curso, 2009.

SILVA, Marco. “O que é interatividade?” 1998. Disponível em: http://www.senac.br/ informativo/bts/242/boltec242d.htm.BoletimTécnicodoSENAC,RiodeJaneiro,1998

ANJ – Associação Nacional de Jornais - http://www.anj.org.br/ Anúncios Diferenciados - www.anunciosdiferenciados.com.br. Estadão - http://www.estadao.com.br/jornal_renovado.shtm

Folha Online – Círculo Folha - http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/historia_folha.htm Imagem, Papel e Fúria - http://imagem-papel-e-furia.com.br.

Observatório da Imprensa - www.observatoriodaimprensa.com.br.

Paraná Online - http://www.parana-online.com.br/ canal/tecnologia/news/227292/?noticia= JORNAIS+DE+PAPEL+X+PUBLICACOES+DIGITAIS

Revista Brasileira de Estudos de Jornalismo - Do jornal impresso ao digital: novas funções comunicacionais. http://www.unaberta.ufsc.br/artigo5.htm.

Referências

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