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Promoção social com recurso a meios audiovisuais

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Promoção social com recurso a meios audiovisuais

Projeto de Mestrado em Multimédia

Paulo Jorge Nóbrega de Carvalho

Orientadores:

José Manuel Carvalho de Sousa

Joaquim João Moreira de Sousa

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Promoção Social com Recurso a Meios Audiovisuais

Projeto de Mestrado em Multimédia

Paulo Jorge Nóbrega de Carvalho

Orientadores

José Manuel Carvalho de Sousa

Joaquim João Moreira de Sousa

Relatório submetido à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Multimédia, elaborado sob a orientação científica do Doutor José Manuel Carvalho de Sousa e do Doutor Joaquim João Moreira de Sousa, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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i Agradecimentos

Começo por agradecer à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, instituição que me acolheu durante cinco anos e me permitiu crescer tanto como pessoa como a nível académico.

Agradeço também de uma forma muito especial aos meus orientadores, Doutor José Manuel Carvalho de Sousa e Doutor Joaquim João Moreira de Sousa por todo o apoio prestado ao longo deste trabalho, assim como durante todo o meu percurso académico. Deixo aqui todo o meu apreço, amizade e respeito perante vocês.

Um agradecimento muito especial aos meus pais por todo amor e esforço demostrado durante todo o meu trajeto enquanto estudante do ensino superior e a quem dedico este trabalho.

Quero deixar também uma palavra de agradecimento a todos os meus colegas do curso de Comunicação e Multimédia como no Mestrado em Multimédia, especialmente ao João Lourenço e ao João Teixeira por todo o companheirismo e amizade ao longo destes cinco anos.

Agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para o meu sucesso académico.

Vila Real, outubro de 2019

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iii Resumo

Neste relatório são apresentadas todas as etapas do trabalho desenvolvido ao longo do 2º ano do Mestrado em Multimédia (MM) no âmbito da unidade curricular de Projeto/Dissertação, no Laboratório de Artes Visuais e Multimédia (LAVM) na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Com este projeto foi possível desenvolver trabalhos principalmente na área do audiovisual, assim como o desenvolvimento de conhecimentos na área da promoção social e inclusão social.

O principal projeto nasceu com base numa proposta apresentada pela Câmara Municipal de Vila Real (CMVR) em conjunto com Centro de Apoio à Vida Independente (CAVI) ao corpo diretivo do MM, assim sendo, foi desenvolvido um projeto audiovisual que tinha por objetivo principal enquadrar pessoas com diversidade funcional, nas suas demais formas, com a sociedade.

A realização deste projeto permitiu a aplicação de competências adquiridas ao longo de quatro anos, três anos de Licenciatura em Comunicação e Multimédia (LCM), e ainda mais um ano do MM. Essas competências abrangem várias fases, tais como, elaboração de guiões, criação de storyboards, captação de imagem, captação de som, edição de vídeo e edição de áudio.

Além de todas as fases do projeto, neste relatório está também presente um enquadramento teórico de forma a melhorar a compreensão de todas as fases de desenvolvimento do projeto.

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v Abstract

This report presents all the stages of the work developed during the 2nd year of the Master in Multimedia (MM) in the scope of the Project / Dissertation course, at the Visual Arts and Multimedia Laboratory (LAVM) at the University of Trás-os-Montes. and Alto Douro (UTAD).

With this project it was possible to develop works mainly in the audiovisual area, as well as the development of knowledge in the area of social promotion and social inclusion.

The main project was born on the basis of a proposal presented by the Vila Real City Council (CMVR) in conjunction with the Independent Life Support Center (CAVI) to the governing body of the MM, therefore, an audiovisual project was developed whose main objective was to frame people with functional diversity, in their other forms, with society.

The realization of this project allowed the application of skills acquired over four years, three years of Degree in Communication and Multimedia (LCM), and yet another year of MM. These skills cover various stages such as scriptwriting, storyboarding, image capture, sound capture, video editing and audio edition.

In addition to all project phases, this report also provides a theoretical framework to improve understanding of all project development phases.

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vii Índice Agradecimentos ... i Resumo ... iii Abstract ... v Índice de Figuras ... xi

Índice de Tabelas ... xiii

Siglas e Acrónimos ... xv 1. Introdução ... 1 1.1. Enquadramento ... 1 1.2. Motivação ... 2 1.3. Objetivos ... 3 1.4. Estrutura do documento... 4 2. Enquadramento Teórico ... 5

2.1. Processo de formação da palavra ... 5

2.2. História do Audiovisual ... 6

2.3. Produção de um projeto audiovisual ... 8

2.4. Pré-produção ... 8

2.4.1. Guião ... 8

2.4.2. Storyboard ... 11

2.5. Produção ... 12

2.5.1. Tipologia de planos... 12

2.5.2. Plano Extremamente Aberto (Extreme Long Shot -ELS) ... 13

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viii

2.5.4. Plano Cheio (Full Shot - FS) ... 14

2.5.5. Plano Geral Médio (Medium Long Shot - MLS) ... 15

2.5.6. Plano Americano (Cowboy Shot) ... 16

2.5.7. Plano Médio (Medium Shot - MS) ... 16

2.5.8. Grande Plano Médio (Medium Close Up - MCU) ... 17

2.5.9. Grande Plano (Close Up - CU) ... 18

2.6. Movimentos de Câmara ... 19 2.6.1. Zoom ... 19 2.6.2. Pan ... 20 2.6.3. Tilt ... 20 2.6.4. Dolly ... 20 2.6.5. Truck ... 20 2.6.6. Pedestal ... 20 2.6.7. Rack Focus ... 21 2.7. Pós-Produção ... 21 3. Desenvolvimento do projeto... 23

3.1. Promoção da inclusão social ... 24

3.2. Centro de Apoio à Vida Independente ... 26

3.3. Planeamento ... 28

3.3.1. Reuniões ... 29

3.3.2. Plano de trabalhos ... 30

3.4. Execução ... 32

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ix

3.4.2. Equipamento utilizado ... 33

3.4.3. Softwares utilizados ... 35

3.4.4. Metodologia de gravação ... 36

3.4.5. Organização e pré-edição de conteúdos ... 38

3.4.6. Captura de imagem e som ... 40

3.4.7. Pós-Produção ... 41

3.4.8. Legendagem... 42

3.5. Entrega do vídeo final ... 43

3.5.1. Exportação de conteúdos ... 43

3.5.2. Entrega ... 44

4. Outros projetos ... 45

4.1. 2ª Marcha pela Vida Independente ... 45

4.2. Exposição interativa associação AJUDARIS... 47

5. Conclusões ... 51

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xi Índice de Figuras

Figura 1 - Estudo acerca do aumento do ativismo através das redes sociais --- 2

Figura 2 - Zoopraxiscópio - Eadweard Muybridge --- 6

Figura 3 - Sequência do cavalo a galopar --- 6

Figura 4 - Cinematógrafo - Irmãos Lumière --- 7

Figura 5 - Exemplo ínicio de um guião - Filme "Pulp Fiction" --- 10

Figura 6 - Exemplo fim de um guião - Filme "Pulp Fiction" --- 10

Figura 7 - Exemplo de um storyboard --- 11

Figura 8 - Exemplo Plano Extremamente Longo – Filme “The Revenant” 2015 --- 13

Figura 9 - Exemplo Plano Aberto ou Geral - Filme "Interstellar" 2014 --- 14

Figura 10 - Exemplo Plano Cheio - Filme "Thor" 2011 --- 14

Figura 11 - Exemplo Plano Geral Médio - Filme "Cowboys e Aliens" 2011 --- 15

Figura 12 - Exemplo Plano Americano - Filme " Matrix" 1999 --- 16

Figura 13 - Exemplo Plano Médio - Filme "O Cavaleiro das Trevas Renasce" 2012 -- 17

Figura 14 - Exemplo Grande Plano Médio – Filme "O Grande Lebowski" 1998 --- 18

Figura 15 - Exemplo Grande Plano - Filme "The Girl with the Dragon Tattoo" 2011 -- 18

Figura 16 - Exemplo estúdio pós-produção da Universal Pictures --- 21

Figura 17 - Logótipo do Centro de Vida Independente --- 26

Figura 18 - Cronograma usado para delinear todo o projeto --- 30

Figura 19 - Sony NEX-EA50M NXCAM Camcorder --- 34

Figura 20 - Lumix G7 --- 34

Figura 21 - Microfone de lapela/ Transmissor e recetor --- 34

Figura 22 - Tripé profissional vídeo --- 34

Figura 23 - Steadicam para DSLR --- 34

Figura 24 - Logótipo Adobe Premiere --- 35

Figura 25 - Logótipo Adobe After Effects --- 35

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xii

Figura 27 - Logótipo Aegisub --- 36

Figura 28 - Planos obtidos na gravação do Sr. Mário Gonçalves --- 38

Figura 29 - Listagem de alguns conteúdos obtidos nas gravações do Sr. Mário Gonçalves --- 39

Figura 30 - Edição no Adobe Premiere dos conteúdos do Sr. Mário Gonçalves --- 40

Figura 31 - Software usado animação do título e subtítulo Adobe After Efects --- 42

Figura 32 - Software usado para legendagem do vídeo Aegisub --- 43

Figura 33 - Planos obtidos durante a cobertura da 2ª Marcha pela Vida Independente - Vila Real --- 46

Figura 34 - Ilustração livro Ajudaris – Autora Maria Amália Ramalho --- 48

Figura 35 - Ilustração livro Ajudaris – Autor António Procópio --- 48

Figura 36 - Edição da ilustração - Adobe Photoshop --- 49

Figura 37 - Animação da ilustração - Adobe After Effects --- 49

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xiii Índice de Tabelas

Tabela 1 - Tabela com os intervenientes e os locais de gravação --- 33 Tabela 2 - Material usado para a captura de imagem e som --- 34

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xv Siglas e Acrónimos

CAVI – Centro de Apoio à Vida Independente

CVI – Centro de Vida Independente

CMVR – Câmara Municipal de Vila Real

CU – Close Up

ECU – Extreme Close Up

ELS – Extreme Long Shot

FS – Full Shot

LAVM – Laboratório de Artes Visuais e Multimédia

LCM – Licenciatura em Comunicação e Multimédia

LS – Long Shot

MCU – Medium Close Up

MLS – Medium Long Shot

MM – Mestrado em Multimédia

MS – Medium Shot

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1 1. Introdução

1.1. Enquadramento

Numa era em que mais que palavras, a informação da sociedade em geral é fornecida pelos media. O sentido visual no ser humano domina os outros sentidos humanos na decisão de um potencial consumidor (Pawaskar & Goel, 2014), desta forma, torna-se no meio mais eficaz de transmitir uma ideia ou mensagem.

Como os media se têm vindo a tornar uma ferramenta poderosa na formulação de opiniões (Gomes da Silva & Barros Santos, 2009) pode-se assumir que para transmitir qualquer tipo de ideologia, quer seja esta politica, social ou económica, a utilização dos media é recomendada para aumentar o sucesso da captação da mensagem que se pretende transmitir.

O audiovisual assume um papel fulcral na transmissão de uma mensagem, sendo assim um meio eficaz quando utilizado de forma correta e obedecendo a princípios essenciais (Dumitrascu, Dumitrache, Sfeatcu, Podoleanu, & Podoleanu, 2011).

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2 1.2. Motivação

Com a necessidade de promover o ativismo a nível social, este projeto permite dar uma voz que irá ser partilhada por vários setores da sociedade, que sem este projeto e outras iniciativas semelhantes, possivelmente, este tipo de mensagem, não teria um alcance tão abrangente. A importância da partilha deste tipo de conteúdo é relevante, especialmente para indivíduos que raramente presenciam este tipo de realidades, sendo o objetivo principal, o aumento da participação da sociedade neste tipo de causas, e cada vez mais através das redes sociais, segundo um estudo publicado pela Pew Research Center em 2018 (Figura 1).

Pessoalmente este projeto é muito motivador na medida em que posso por em prática todos os conhecimentos adquiridos ao longo da LCM e no MM, além disso

Figura 1 - Estudo acerca do aumento do ativismo através das redes sociais

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3 permitir-me-á também, adquirir novos conceitos e fundamentos na área que sempre me suscitou mais interesse, o audiovisual. Outro fator motivacional que este projeto me proporcionou é o facto de me conseguir preparar melhor para o futuro profissional, nomeadamente estar mais preparado para o mercado de trabalho e enriquecer o portefólio pessoal.

1.3. Objetivos

Com este trabalho serão desenvolvidos conteúdos audiovisuais focando a diversidade funcional, nas suas várias formas. Para tal, serão acompanhados alguns elementos com grande atividade na comunidade. Os conteúdos a desenvolver terão uma forte componente educativa, pelo que, o público alvo serão as crianças/jovens entre os 8 e os 13 anos. Pretende-se desmistificar preconceitos e fazer destes jovens, “educadores” das várias gerações.

Igualmente importante, é mostrar à comunidade a importância de dotar as zonas urbanas de equipamentos/estruturas adaptados a pessoas com diversidade funcional, principalmente as que têm mobilidade reduzida, visto que estas pessoas contribuem economicamente e são parte integrante da sociedade, e devem-lhes ser dadas as condições necessárias. Apesar dos progressos alcançados, há, ainda, um longo caminho a ser percorrido.

Um outro objetivo passa por informar e divulgar a comunidade do Centro de Vida Independente (CVI) assim como o Centro de Apoio à Vida Independente (CAVI), que são projetos focados nas pessoas com diversidade funcional.

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4 1.4. Estrutura do documento

O presente documento está organizado em seis capítulos. No primeiro são apresentados os objetivos do projeto. No segundo capítulo está presente um resumo teórico de princípios chave acerca do audiovisual, de forma a que o conteúdo desenvolvido no projeto esteja enquadrado. O terceiro capítulo retrata o conteúdo desenvolvido durante o projeto, assim como as ferramentas e processos usados e ainda introduz a instituição coordenadora do projeto. No quarto capítulo é apresentado um conjunto de outros trabalhos desenvolvidos paralelamente com o projeto principal. No capítulo cinco são apresentadas as conclusões e ilações retiradas a partir do desenvolvimento deste trabalho. Por fim, são apresentadas as referências usadas para o desenvolvimento deste trabalho.

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5 2. Enquadramento Teórico

Neste capítulo está presente o conteúdo teórico necessário para compreender as diversas etapas do projeto, assim como, justificá-las.

2.1. Processo de formação da palavra

Em primeiro lugar devemos entender o que significa a palavra audiovisual e como nasceu. O processo de formação da palavra audiovisual é a composição, sendo esta uma palavra composta, que resulta da junção de duas ou mais formas de base. Estas formas podem ser radicais ou palavras.

Audiovisual = Áudio (radical) + visual (palavra)

Audiovisual

Adjetivo de dois géneros.

1. Que diz respeito simultaneamente ao ouvido e à vista.

2. Diz-se que pertence ao método ativo de ensino fundamentado na sensibilidade visual da criança e que utiliza a apresentação de imagens, de filmes e gravações.

Áudio

Adjetivo de dois géneros e de dois números.

1. Relativo ao som

2. Relativo à gravação, reprodução, transmissão, ou receção de som.

Substantivo masculino.

3. Sinal sonoro reproduzido eletronicamente.

4. Processo de gravação, transmissão ou receção de som. 5. Parte sonora das imagens captadas ou transmitidas.

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6 Visual

Adjetivo de dois géneros.

1. Relativo à vista ou à visão

Substantivo masculino.

2. Tema em imagens de uma publicidade, por oposição a slogan. 3. Imagem exterior de algo ou alguém.

2.2. História do Audiovisual

Foi entre 1876 e 1878 que, pela primeira vez na história se realizou uma experiência fílmica em que o conceito era idêntico ao dos dias de hoje, embora, atualmente a tecnologia esteja muito mais avançada. Nesse ano, Eadweard Muybridge realizou uma experiência que consistia em colocar primeiramente doze e depois vinte e quatro camaras fotográficas ao longo de um hipódromo, tirando várias fotos da passagem do cavalo. Dessa forma ele obteve a decomposição do movimento em várias fotografias e com auxílio de um zoopraxiscópio conseguiu recompor o movimento. O zoopraxiscópio consiste num disco onde estão várias fotos do mesmo objeto, neste caso um cavalo, em posições diferentes. Depois girando uma manivela e com o disco a rodar as fotos parecem estar em movimento.

Figura 3 - Zoopraxiscópio - Eadweard Muybridge Figura 2 - Sequência do

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7 Só dez anos depois, em 1888, é que Louis Aimée Augustin Le Prince conseguiu de facto filmar uma cena de cerca de dois segundos, mas devido à fraca qualidade do papel fílmico utilizado, essa filmagem não pôde ser reproduzida. Três anos depois, em 1892, Thomas Edinson inventou o cinetógrafo e posteriormente o cinetoscópio, onde o objetivo deste era mostrar o que o cinetógrafo filmava. O cinetoscópio consistia numa caixa movida com recurso a trabalho manual que continha uma película de celuloide que foi inventada por William Kennedy Laurie Dickson, que trabalhava na Edison Laboratories. O cinetoscópio tinha a particularidade de não projetar o filme, sendo que a forma de o ver era a pessoa colocar um dos olhos num pequeno buraco da caixa.

Foi em 1895 que o grande salto foi dado quando os irmãos Auguste e Louis Lumière inventaram o cinematógrafo, um aparelho portátil capaz de realizar três funções distintas. Este aparelho permitia filmar, revelar e projetar. Nesse mesmo ano e com base neste aparelho, a 28 de dezembro no Salão do Grand Café de Paris foi feita a primeira projeção pública paga, sendo essa data conhecida como o nascimento do cinema.

O termo audiovisual vem do latim, das palavras “audire” (ouvir) e “videra” (ver), que reflete a junção entre o vídeo e o som, em termos básicos podemos dizer que é um vídeo com som. Este termo surgiu pela primeira vez no século XX por volta dos anos 30 no Estados Unidos da América, no período de transição do cinema mudo para o cinema em que já se conciliava a parte visual com a parte auditiva.

Figura 4 - Cinematógrafo - Irmãos Lumière

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8 2.3. Produção de um projeto audiovisual

A elaboração de um projeto audiovisual passa por diversas fases, sendo elas três, pré-produção, produção e pós-produção. Qualquer uma das três fases é igualmente importante e fulcral para o sucesso do produto.

2.4. Pré-produção

Podemos entender pré-produção como a fase de preparação para a elaboração do projeto. Nesta fase é feito todo o planeamento do projeto, como o orçamento, calendarização, castings, tema do projeto, local/locais de gravação, público-alvo, elaboração do storyboard, escrita do guião. Todos o detalhes e pormenores devem ficar bem delineados nesta etapa de modo a que a próxima fase decorra da forma mais linear possível, evitando assim contratempos e respeitando prazos caso sejam impostos. Dentro da pré-produção o storyboard e o guião são, todavia, os elementos chave na conceção do projeto, pois o resultado final não é mais que uma tradução desses mesmo elementos previamente elaborados.

2.4.1. Guião

Um guião trata-se de um documento de texto que estabelece critérios tais como, diálogos, informação sobre cenários, movimentos de câmara, ângulos de gravação da câmara, planos a serem usados, entre muitos outros critérios. Embora seja um documento de texto, um guião tem regras definidas de como deve ser elaborado, existem padrões a serem seguidos, dessa forma passe por quem passar o guião, tendo conhecimentos de audiovisual, pode ser facilmente transcrito e posto em marcha para começar com as gravações. Sendo algumas regras de formatação:

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9 • Fonte do texto: Courier 12 ou Courier New 12, não se utilizam negritos

ou itálicos;

• Formato do papel: Tamanho normalizado A4;

• Margens: Vertical – 2,5cm em cima e em baixo, Ação e Cabeçalhos – esquerda e direita 3,5cm, Nomes – 9cm da esquerda, Diálogos – 6,5cm da esquerda e 7,5cm da direita; Instruções – 7cm da esquerda, Justificação – Diálogo e ação para a esquerda;

• Capa – O título a 3/8 da página, centrado e em baixo as indicações de copyright e data;

• Última página – Depois da última linha do guião, inscreve-se o termo FADE OUT, seguido de duas linhas a separar, e a palavra FIM, ou O FIM, centrado na página.

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Figura 5 - Exemplo ínicio de um guião - Filme "Pulp Fiction"

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11 2.4.2. Storyboard

Um storyboard trata-se de um guia visual em que mostra a forma como cada cena deve ser filmada. Consiste numa sequência quadro a quadro, que representam o enquadramento que a câmara irá filmar, e nesses quadros (podem ser retângulos ou quadrados) são desenhadas as principais características dessa mesma cena. O princípio destes desenhos é semelhante ao dos livros de banda desenhada e por mais simples que sejam os desenhos, o realizador, ator, ou mesmo o operador de câmara consegue ter uma melhor noção do que se pretende. Como dizia o filósofo chinês Confúcio “Uma imagem vale mais que mil palavras”. O storyboard não substitui de forma alguma um guião, apenas o complementa.

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12 2.5. Produção

Esta fase, em termos gerais, trata-se de seguir tudo aquilo que já ficou delineado na pré-produção, embora, possam existir contratempos, tais como novos contextos ou ideias. Fazem parte desta etapa elementos como captação de vídeo, de diversos ângulos de modo que na pós-produção exista margem de manobra, captura de som, produção artística e maquilhagem. Nesta fase, e num projeto já com algum relevo e dimensão, vários cargos, tais como, diretor, diretor técnico, assistente de direção, diretor de fotografia, diretor de arte, sonoplasta/operador de áudio, produtor, coordenador de produção e produtor executivo.

2.5.1. Tipologia de planos

Nesta secção está descrita detalhadamente a tipologia de planos existentes na área do audiovisual, assim como no cinema. Existe uma panóplia de planos, cada um deles diferente, alguns até semelhantes, mas na verdade cada um deles é capaz de transmitir ao espetador uma mensagem e um sentimento diferente. De salientar que os tipos de planos apresentados estão traduzidos para língua Portuguesa, embora os seus nomes originários sejam da língua inglesa. O objetivo passa por demonstrar, que termos técnicos quando são traduzidos, por vezes perdem o seu significado geral, dando margem para serem interpretados de outra forma.

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13 2.5.2. Plano Extremamente Aberto (Extreme Long Shot -ELS)

Trata-se de um plano onde a câmara se encontra extremamente longe da personagem e é normalmente utilizado para mostrar assuntos de grandes proporções ou de escala massiva.

Neste exemplo o objetivo é mostrar como a personagem é um pequeno ponto num vasto cenário, neste caso uma cordilheira montanhosa.

2.5.3. Plano Aberto ou Plano Geral (Long Shot - LS)

Trata-se de um plano conforme o nome diz, geral, ou seja, a câmara encontra-se longe da personagem e é usado para descrever o ambiente, situar o espetador na ação, ter uma visão ampla do cenário, enquadrar os objetos na ação e também para identificar onde a ação decorre.

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14 Neste plano o objetivo é realçar o perigo iminente da onda gigante que se aproxima, ao mesmo tempo que demonstra também o local onde a personagem se encontra assim como o cenário envolvente.

2.5.4. Plano Cheio (Full Shot - FS)

Trata-se de um plano em que o principal objetivo é mostrar as características do objeto ou personagem em questão.

Figura 9 - Exemplo Plano Aberto ou Geral - Filme "Interstellar" 2014

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15 Embora este plano tenha muitas semelhanças com o plano aberto, neste tipo de plano o sujeito ocupa a grande parte do enquadramento, ainda assim, o cenário envolvente continua visível.

2.5.5. Plano Geral Médio (Medium Long Shot - MLS)

Este plano é o intermédio entre o plano geral e o plano médio. Trata-se de um plano em que mais do que demonstrar emoções tem como objetivo informar. Perto de mais para ser um plano geral e ao mesmo tempo longe demais para ser um grande plano (a seguir demonstrado).

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16 2.5.6. Plano Americano (Cowboy Shot)

Este plano trata-se de uma derivação do plano geral médio, e tem este nome devido à sua utilização sistemática nos filmes típicos norte-americanos de “cowboys”, em que o plano era cortado dos joelhos para cima de modo a enquadrar as armas usadas pelas personagens.

Embora este exemplo não seja de um filme típico de “cowboys”, o objetivo é demonstrar que este tipo de plano pode ser usado noutro género de filmes, sendo que, têm por finalidade o mesmo efeito, enquadrar a zona da cintura, neste exemplo para o destaque serem os punhos da personagem.

2.5.7. Plano Médio (Medium Shot - MS)

Trata-se de um plano cujo objetivo principal é começar a envolver as personagens a um nível mais pessoal. É um plano cuja aproximação à personagem é a mesma como se estivesse numa conversa casual.

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17 Neste exemplo, e com o uso deste plano, é possível ao mesmo tempo focar a personagem, e ainda assim conseguir mostrar grande parte do cenário e enquadrar a personagem no mesmo.

2.5.8. Grande Plano Médio (Medium Close Up - MCU)

Este tipo de plano enquadra na maioria das vezes a personagem do peito para cima, assim sendo, foca essencialmente o rosto, mas ainda assim permite que exista alguma distância entre a personagem e o espetador.

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18 2.5.9. Grande Plano (Close Up - CU)

Sabemos que devemos utilizar este tipo de plano, quando temos a intenção de mostrar ao espetador as emoções ou reações da personagem. Neste plano grande, parte do enquadramento é ocupado pela personagem, se esta for uma pessoa, então grande parte do enquadramento é ocupado pelo rosto.

Figura 14 - Exemplo Grande Plano Médio – Filme "O Grande Lebowski" 1998

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19 2.6. Movimentos de Câmara

Num filme, ou conteúdo audiovisual, cada movimento de uma determinada cena deve ser justificado e deve ter uma intenção, e não ser feito apenas porque sim. Mediante o tipo de mensagem que queremos transmitir podemos ou não ter movimento na cena, movimento esse que se pode classificar de três diferentes formas:

• Movimento Primário: em que a câmara se encontra fixa e o movimento é realizado pela personagem ou objeto;

• Movimento Secundário: neste movimento é a câmara ou a lente que se deslocam, não impedindo na mesma que a personagem ou objeto se movam;

• Movimento Terciário: este movimento é na fase de edição do vídeo, sendo assim um movimento digital, realizado num software adequado.

De realçar que os seguintes tipos de movimento de câmara apresentados são variantes de um movimento chamado travelling, que significa que a câmara se desloca no espaço.

2.6.1. Zoom

Este tipo de movimento é um dos mais usados e consiste num aproximar ou afastar da personagem ou objeto utilizando a lente da câmara, sendo que a câmara se encontra fixa sempre no mesmo ponto, e não se move em nenhum dos eixos. Com o movimento de aproximação de uma personagem por exemplo, transmite ao espetador que o foco de interesse será nessa mesma personagem, da mesma forma que, sendo ao contrário, ou seja, um desaproximar demonstra ao espetador que o foco já não se encontra na personagem.

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20 2.6.2. Pan

Este movimento pode ser descrito como sendo uma panorâmica, a câmara encontra-se fixa num ponto, enquanto roda horizontalmente. A posição da câmara não muda, apenas muda o enquadramento. Este tipo de movimento é ideal para mostrar por exemplo a amplitude de um determinado cenário, ou também, para acompanhar o movimento de uma personagem que se desloque da esquerda para a direita, ou vice-versa.

2.6.3. Tilt

Este movimento é exatamente igual ao falado anteriormente (Pan), a única diferença é que o enquadramento da câmara em vez de mudar horizontalmente, muda verticalmente. Pode ser usado por exemplo para demonstrar a grandeza e altura de um arranha-céus.

2.6.4. Dolly

Neste movimento a câmara encontra-se fixa sobre uns carris, similares aos dos comboios, e é deslocada para a frente ou para trás, ou seja, afastar ou aproximar. É essencial para a realização deste movimento que os carris estejam estáveis para assim termos um movimento suave.

2.6.5. Truck

Este movimento apenas difere num aspeto do anterior, em vez de se deslocar para a frente ou para trás, desloca-se da direita para a esquerda, ou vice-versa.

2.6.6. Pedestal

Num movimento como este a câmara encontra-se fixada numa espécie de pilar, e desloca-se sob esse mesmo pilar verticalmente.

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21 2.6.7. Rack Focus

Por fim, mais que um movimento, é mais de uma técnica, envolve movimento, mas não da câmara em si, mas sim da lente, em que se varia entre o focado ou desfocado, conforme o foco que queremos transmitir ao espetador.

2.7. Pós-Produção

Depois de todo um trabalho árduo tanto a planear o que de seguida seria gravado e executado, ainda resta uma última etapa e a etapa que irá exponenciar todo o trabalho feito anteriormente. Num projeto audiovisual, depois das gravações segue-se a parte da edição desses mesmo conteúdos gravados. Na edição é necessário seguir a mesma linha do guião, visto que, através da manipulação, com os mesmos conteúdos é possível contar inúmeras histórias diferentes e não é esse o objetivo. O objetivo passa por retratar o guião. Nesta etapa estão presentes processos como:

• Cortes e edição de vídeo; • Cortes e edição de áudio; • Correção de cor;

• Aplicação de efeitos digitais.

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23 3. Desenvolvimento do projeto

Como referido anteriormente, este projeto consistia no desenvolvimento de conteúdos audiovisuais em que o público alvo seria a faixa etária compreendida entre os 8 e 13 anos, de modo a enquadrar na sociedade pessoas com diversidade funcional, mostrando assim que apesar de todas as suas dificuldades e diferenças podem constituir uma fonte de rendimento para a sociedade, e não somente um encargo.

Todo o projeto embora tenha sido proposto pela CMVR foi coordenado pelo CAVI na pessoa do seu diretor técnico, Mário Gonçalves, onde o principal objetivo foi produzir um vídeo de teor educacional para posteriormente ser divulgado através de diversas redes sociais, tais como o Facebook, Instagram e YouTube.

De forma a que o vídeo não fosse demasiado extenso, visto que seriam quatro pessoas a dar o seu testemunho, optou-se por dar mais destaque a cada um através de vídeos individuais. Desta forma é também possível realçar pormenorizadamente as incapacidades com que lidam diariamente, paraplegia, tetraplegia e ainda um caso de síndrome de Schaaf-Yang.

O intuito de cada vídeo seria o indivíduo dar o seu testemunho acerca do seu quotidiano, história de vida, dificuldades e por fim transmitir uma mensagem de encorajamento não só a todos que sofrem de alguma incapacidade, mas também de forma a passar uma mensagem de superação e força, e ainda com o objetivo de que toda a sociedade faça uma introspeção acerca deste tema.

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24 3.1. Promoção da inclusão social

De forma a entender o significado de inclusão social é necessário entender o conceito oposto, ou seja, a exclusão. Segundo Sawaia, a exclusão é um processo complexo e multifacetado, uma configuração de dimensões materiais, políticas e subjetivas. Trata-se de um termo que possuí características que se alteram, tendo sido apropriado por grupos sociais com as mais diversas culturas e refere-se ao acesso diferenciado às estruturas económicas que geram desigualdades enormes em termos de qualidade de vida (Wanderley, 1999). Todos os cidadãos devem ter direito ao trabalho, sendo assim, um meio para uma maior participação na sociedade. Para Wanderley, é necessário extremo cuidado para não tornar pobreza e exclusão sinónimos, visto que, excluídos são aqueles que carecem de certos “valores” fundamentais à inserção da sociedade. Tendo em conta Sawaia “o excluído não está à margem da sociedade, mas repõe e sustenta a ordem social, sofrendo muito neste processo de inclusão social”. Muitos autores reiteram o facto de não existir a exclusão propriamente dita, afirmando que o facto de um indivíduo estar excluído de um certo grupo social, não significa que não possa estar inserido num outro grupo de carácter diferente.

Segundo Sawaia, a exclusão social está na negação de direitos a uns e afirmação de privilégios a outros. Quando um segmento da sociedade é incluído, é excluído ainda outro maior, desta forma, e ao mesmo tempo, este segmento encontra-se incluído num grupo onde os encontra-seus direitos de cidadania são negados. Exclusão e inclusão, como conceitos, nunca podem existir de forma separada.

Como referido anteriormente, neste projeto estão presentes quatro diferentes casos onde ocorre o fenómeno de inclusão/exclusão. Ao contrário do que se poderia pensar, quando são referidas as incapacidades das quais os indivíduos sofrem, são membros ativos da sociedade, ora vejamos.

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25 Começando pelo Sr. Mário Gonçalves, atualmente diretor técnico do CAVI, é uma pessoa extremamente ativa, sendo um dos principais impulsionadores do ativismo não só na cidade de Vila Real, mas em todo o distrito, tendo sido candidato a presidente da Câmara Municipal de Vila Real nas últimas eleições autárquicas.

Outro caso é a Sra. Homera Félix, que atualmente estuda Psicologia na UTAD, e ainda trabalha numa IPSS na sua vila natal, Carrazeda de Ansiães. Apesar da sua incapacidade, é importante realçar que é totalmente autónoma, não necessitando por exemplo de transporte de Carrazeda de Ansiães para Vila Real, visto ter viatura própria e carta de condução.

Um outro exemplo é o Sr. Hugo Vilela que se encontra na UTAD a tirar doutoramento, e ainda pertence à equipa de Boccia, do Futebol Clube do Porto.

Por fim, falta referir o caso da menina Joaninha. Tal como qualquer criança nesta idade a Joaninha necessita de apoio dos pais, claro que, com a incapacidade que sofre o apoio necessita de ser redobrado, ainda assim a sua força e perseverança são aspetos a ter em conta, e num futuro quem sabe o que ela poderá ser e o exemplo que poderá vir a tornar-se, para muitas outras crianças.

Como acima descrito, todos os casos são um exemplo a ter em conta. Apesar de todos os constrangimentos que sofrem não se resignaram a levar uma vida, por exemplo fechados em casa, e foram em busca dos seus sonhos, procurando de certa forma uma inclusão no grupo dos “não excluídos”.

Um dos objetivos deste projeto, o qual também deveria ser da inclusão social, passa por “educar” os seus mais novos membros, de forma a que sociedade a médio/longo prazo seja constituída por cidadãos que partilhem os mesmo espaços, de forma a alcançarem os seus direitos a partir de necessidades comuns. A inclusão social deve interferir, de forma a transformar a sociedade, as organizações e todo um conjunto de regras, para a melhoria do sistema social.

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26 3.2. Centro de Apoio à Vida Independente

Sendo o CAVI peça fulcral, visto que será a entidade coordenadora de todo este projeto, é importante realçar e explicar qual o cariz da associação assim como mostrar a missão e objetivo que têm para como a sociedade. Resta ainda mencionar que o CAVI faz parte do Centro de Vida Independente (CVI) sendo por isso que o logótipo usado (Figura 17) seja o do CVI.

“O Centro de Apoio à Vida Independente é uma estrutura de gestão do Centro Apoio à Vida Independente, que é responsável pela disponibilização da assistência pessoal às pessoas com deficiência ou incapacidade que, em razão das limitações decorrentes da sua interação com as condições do meio, estas não possam realizar por si próprias, através da seleção e recrutamento de Assistentes Pessoais.” (ADM Estrela)

O Governo português refere-se com esta terminologia às delegações das organizações que querem concorrer aos projetos-piloto.

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27 Os projetos são submetidos a uma candidatura onde se verificam os fundos que se mostram disponíveis para os projetos-piloto de Vida Independente, entres eles os fundos de Portugal 2020, que de seguida serão disponibilizados aos CAVI que forem selecionados. As candidaturas são feitas regionalmente, cada delegação tem que entregar a sua candidatura, através de um formulário dado pelo Instituto Nacional para a Reabilitação (INR). Posteriormente os custos das despesas correntes são suportados pelas verbas disponibilizadas para cada CAVI.

O centro de apoio à vida independente é orientado em função da universalidade, autodeterminação, individualização, funcionalidade dos apoios, inclusão, cidadania e participação e para que isso esteja tudo em funcionalidade tem como principais objetivos prestar serviços de assistência pessoal à pessoa com necessidade (deficiência ou incapacidade), a ajuda para realizar as diversas atividades que não consegue fazer sozinho, assim sendo contribui para que a qualidade de vida seja melhor, respeitando as suas necessidades.

Promove a autonomia da pessoa, com deficiência/incapacitada, para evitar serem institucionalizados, autodeterminação e a dignidade.

Promove a autonomia, autodeterminação e a dignidade do individuo, para que este não seja institucionalizado em algum centro.

Tem também à disposição alguns serviços especializados, tais como o apoio nos domínios da higiene pessoal, à alimentação, à saúde, à assistência doméstica e às deslocações.

O indivíduo com deficiência ou incapacidade precisa de ajuda na comunicação, interpretação, informação do dia-a-dia e na procura ativa de emprego. O CAVI apela também à participação, à cidadania e para isso fornece essa ajuda necessária, apoiando-se também na cultura, lazer, desporto ou ócio.

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28 3.3. Planeamento

Entende-se como esta etapa sendo uma das mais importantes, visto que, é a base de todo um projeto. Sendo bem planeada é uma linha guia para todo o desenvolvimento e quanto mais próximo o trabalho andar dessa mesma linha mais fácil será executá-lo, assim como, prazos e objetivos estipulados serão cumpridos. Tendo em conta a faixa etária seria necessária uma criação de conteúdos direcionada e focada nesta idade.

Apesar de todo um trabalho bem planeado e estruturado, existem sempre variáveis que não podem ser controladas. Pode estar planeado para uma certa semana a gravação de conteúdos no exterior e nessa mesma semana não estarem reunidas as condições necessárias para tal, por exemplo, por causa do clima. Desta forma, se possível para não atrasar todo um trabalho uma semana, realizam-se as gravações no interior. Contratempos como estes podem ser minimizados como é óbvio, por exemplo, no outono e inverno ficam agendadas todas as gravações em interior, e por sua vez, na primavera e verão, as gravações no exterior.

Pesquisa

De forma a entender os aspetos que deveriam ser abordados e não abordados, foi realizada uma pesquisa acerca de projetos de cariz semelhante, projetos cuja vertente da inclusão social esteja muito presente. Além disso era também objetivo fulcral com esta pesquisa, ir ao encontro de projetos em que mais que a parte técnica e estética a mensagem fosse forte, e fosse ela a condutora de todo o filme.

• https://www.youtube.com/watch?v=4INwx_tmTKw

• https://www.youtube.com/watch?v=efr25xQQ3nU

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29 3.3.1. Reuniões

Além de coordenador do CVI Vila Real e ainda diretor técnico do CAVI, Mário Gonçalves, é também interveniente neste projeto e também será a pessoa que irá guiar este projeto. Nesta reunião ficaram definidos certos aspetos a abordar no projeto, assim como, irão também, ficar definidas quais as outras pessoas com diversidade funcional que fariam parte do mesmo.

Ainda nesta fase existiram outras reuniões, neste caso com as pessoas referidas pelo Sr. Mário Gonçalves que poderiam fazer também parte deste projeto, sendo essas pessoas o Sr. Hugo Vilela, a Sra. Homera Félix e menina Joaninha (Nicajoaninha), sendo que neste caso os pais seriam os principais intervenientes, visto que a Joaninha sofre de uma síndrome rara chamada Schaaf-Yang, existindo apenas treze casos conhecidos no mundo, sendo a Joaninha a décima quarta. Nestas reuniões ficaram estipulados os dias e horários para captura de imagem de cada um deles.

A importância desta reunião vai muito para além de agendamento para a captura de imagem e som. Estes encontros permitem conhecer a história de vida de cada um deles, transmitir o que se pretende com o projeto, incutir alguns conhecimentos básicos, viste que de certa forma eles serão os atores do vídeo e perceber as suas maiores dificuldades. Estas quatro pessoas serão a parte integrante deste projeto, todas elas têm mobilidade reduzida, três delas por doença e uma por um acidente.

A vítima de acidente, neste caso, um acidente de mergulho que levou a que o Sr. Mário Gonçalves ficasse tetraplégico. Quanto ao Sr. Hugo Vilela e a Sra. Homera Félix sofrem de paraplegia.

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30 3.3.2. Plano de trabalhos

Nesta fase do projeto é crucial elaborar um cronograma de modo a ter uma linha temporal coordenadora de todo o projeto, visto ser necessário cumprir prazos. Sem um cronograma, ou um cronograma devidamente elaborado, o projeto pode começar a fugir a prazos estipulados, sendo assim uma situação desagradável e pouco recomendada, visto que o profissionalismo é uma das chaves para o sucesso. Ficou ainda definido na primeira reunião com a CMVR que o prazo final de entrega seria a meio do mês de junho, sendo assim o espaço temporal para a execução do projeto de nove meses.

Foi feito também um levantamento de recursos tecnológicos e recursos humanos necessários à execução do projeto.

Como pode ser observado na Figura 18, o projeto começou a meio do mês de outubro de 2018. As primeiras fases, reunião inicial, reunião com as pessoas que iriam

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31 participar no projeto e ainda o planeamento ocuparam cerca de um mês, até meio do mês de novembro.

Um mês para tudo isto parece ser exagerado, mas é necessário ter em conta que foi preciso agendar com as pessoas as respetivas reuniões, e quando elas tinham disponibilidade. Depois de todas as reuniões efetuadas seguiu-se a fase de planeamento, que durou cerca de duas semanas. É preferível estender esta fase mais tempo e ser bem delineada para que depois mais à frente no projeto não seja necessária uma reavaliação do projeto.

Segue-se a primeira fase de gravação de conteúdos dos sujeitos, tais como a entrevista, acompanhamento do dia-a-dia de cada uma deles de forma a obter planos representativos do seu quotidiano. É uma etapa bastante morosa, porque mais uma vez é necessário estar sujeito à sua disponibilidade. Foi uma etapa que durou cerca de um mês, seguindo-se depois uma interrupção de dez dias para a férias de Natal.

Depois da interrupção continuou o trabalho de gravação dos conteúdos por cerca de mais vinte dias.

Apôs esta fase seguiu-se a edição e pós-produção, sendo cerca de quarenta dias, para organização de todo o material recolhido e para ter noção do necessário ainda para a conclusão do trabalho.

As fases seguintes, por culpa do resultado obtido na anterior, desenrolam-se a um melhor ritmo, visto já se ter a consciência do material necessário. Depois de captado o material restante, segue-se a edição final, e logo se seguida a legendagem. Todo este processo ocupou cerca de um mês e meio.

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32 3.4. Execução

3.4.1. Locais de gravação

Através das reuniões previamente realizadas com os intervenientes foram selecionados os locais de gravação para cada um deles. É importante realçar que todos o locais foram sugeridos por eles. Desta forma poderiam estar muito mais à vontade e confortáveis para a realização da entrevista. Como pode ser observado na Tabela 1, escolheram os locais onde passam a maioria do tempo no seu dia-a-dia, com exceção da menina Joaninha. Os pais optaram que a entrevista fosse feita no Parque Corgo em Vila Real, de modo a que a Joaninha estivesse num ambiente que lhe proporciona uma maior liberdade e também para que fossem recolhidas imagens dela a brincar no parque infantil. Decidiram ainda, que um dos locais poderia ser a clínica de saúde onde cerca de duas vezes por mês a Joaninha realiza tratamentos, na Póvoa de Varzim. Devido a constrangimentos tanto a nível de deslocação, incompatibilidade de horários e ser necessário uma autorização por parte da clínica nesse mesmo local não foram recolhidas quaisquer imagens.

Resta realçar que para a captura de imagem e som no Centro de Treinos da Equipa de Boccia do Futebol Clube do Porto, foi também necessária uma autorização, e ainda depois de editadas todas as gravações teriam de ser validadas pelo gabinete destinado a esse fim do Futebol Clube do Porto, para que pudessem depois ser usadas e publicadas.

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33

Interveniente

Locais de Captação de Imagem e

Som

Mário Gonçalves CAVI (Vila Real); Exterior e Casa Mário Gonçalves (Vila Real);

Joaninha Parque Corgo (Vila Real); Clínica de Saúde

(Póvoa de Varzim); Homera Félix

Interior e exterior do Complexo Pedagógico da UTAD (Vila Real);

Hugo Vilela

Centro de Treinos da Equipa de Boccia do Futebol Clube do Porto (Porto)

Tabela 1 - Tabela com os intervenientes e os locais de gravação

3.4.2. Equipamento utilizado

Tendo em conta o equipamento disponível e ainda o equipamento cedido pelo LAVM, o material a ser usado consistia em duas câmaras de vídeo, um microfone de lapela, um tripé e uma steadycam.

A primeira câmara, sendo ela cedida pelo LAVM, trata-se de uma câmara de broadcast Sony NEX-EA50M NXCAM Camcorder e foi usada essencialmente para a gravação estática de imagem, ou seja, fixa num tripé. O motivo de utilização de uma câmara deste tipo é o simples facto de ser possível anexar diversos acessórios úteis para a gravação, neste caso a colocação do recetor do microfone de lapela.

A outra câmara trata-se de uma Lumix G7. Sendo uma câmara mais pequena e leve torna-se mais ágil, sendo assim ideal para gravação de planos com movimento.

De modo a que os planos em movimento gravados pela Lumix G7 estejam estáveis, foi usada uma steadycam. Esta ferramenta permite ao utilizador uma maior estabilidade na imagem, visto que através de pesos e usando a força natural da gravidade, sendo bem calibrada, esta ferramenta permite que a câmara esteja sempre estável.

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34

Tabela 2 - Material usado para a captura de imagem e som

Figura 19 - Sony NEX-EA50M NXCAM Camcorder

Figura 20 - Lumix G7

Figura 23 - Steadicam para DSLR

Figura 21 - Microfone de lapela/

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35 3.4.3. Softwares utilizados

Nesta etapa irão ser apresentados todos os softwares necessários à execução de todo o projeto. A escolha sobre estes programas recaiu sobre o simples facto, de que foram os softwares lecionados e aprendidos ao longo de todo o meu percurso académico, desta forma já tinha bastante prática neles assim como um grande à vontade. Existem outros softwares capazes de fazer o mesmo trabalho, ainda assim considerou-se não ser necessário novas aprendizagens de outros programas.

Adobe Premiere

Trata-se de um software de edição de vídeo profissional da empresa Adobe Systems sendo uma ferramenta muito conhecida entre os profissionais do ramo.

Adobe After Effects

Trata-se de um software de criação de gráficos com movimento e efeitos visuais também da empresa Adobe Systems. É usado maioritariamente em pós-produção de vídeos, filmes e produções.

Adobe Audition

Trata-se de um software DAW (Digital Audio Workstation – Estação de trabalho de áudio digital), com multipistas, sendo um ambiente “não-destrutivo” de edição e mistura de áudio. Os projetos deste software podem ser interligados tanto com o Adobe Premiere assim como o Adobe After Effects.

Figura 24 - Logótipo Adobe Premiere Figura 25 - Logótipo Adobe After Effects Figura 26 - Logótipo Adobe Audition

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36 Aegisub

Trata-se de um software gratuito, de código aberto, criado para a criação e edição de legendas. Ele pode ser usado para a equalização e ajuste de tempo das legendas, tradução e paginação.

3.4.4. Metodologia de gravação

O método usado para gravar todos os intervenientes do projeto foi a mesma, como se de uma entrevista se tratasse. Uma câmara fixa no tripé (Sony NEX-EA50M NXCAM Camcorder) sempre a gravar o entrevistado, em que nessa mesma câmara está colocado um recetor que recebe o som através de um transmissor colocado discretamente junto do motivo. Esse transmissor recebe o som a partir microfone de lapela colocado na camisola do entrevistado.

A outra câmara (Lumix G7) encontra-se colocada na steadycam, que é uma ferramenta de ajuda a estabilizar a câmara. Esta câmara desloca-se e vai fazendo planos de forma a que esses planos sejam posteriormente usados como planos de corte. Como o próprio nome indica são planos usados para mascarar cortes no vídeo.

A câmara fixa no tripé, grava um plano mais aproximado do rosto do sujeito, para que posteriormente na edição, conforme o assunto que ele esteja a falar, mais íntimo, mais sensível ou mais importante, fosse possível transmitir uma mensagem de proximidade entre o sujeito e o espetador. Em contraste, com a câmara móvel, ou seja, a Lumix G7, tanto se fazia grandes planos do rosto, como se faziam também planos abertos.

Figura 27 - Logótipo Aegisub

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37 Com o uso de duas câmaras em simultâneo para o mesmo motivo, mesmo usando enquadramentos diferentes, é possível dar um maior dinamismo e ritmo à entrevista, não se tornando desta forma monótona e morosa para o espetador.

Apesar de se tratar de uma entrevista, foi optado seguir por um caminho diferente do tradicional. Neste caso não existe um entrevistador e um entrevistado, em que o objetivo foi dar todo o protagonismo à pessoa interveniente e aquela em que o espetador deve tomar toda a sua atenção. Não havendo um entrevistador, o entrevistado não podia simplesmente começar a responder às perguntas de forma aleatória e sem o espetador estar devidamente enquadrado. De forma a contornar essa questão a solução passou por o entrevistado, responder às perguntas como é ensinado em Português no primeiro ciclo.

Exemplo

Pergunta: Qual é o seu nome?

Resposta: O meu nome é…

Pergunta: Em que cidade mora atualmente?

Resposta: A cidade em que moro atualmente é…

Desta forma o espetador consegue ter uma noção da pergunta que foi feita e à qual o entrevistado está a responder.

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38 3.4.5. Organização e pré-edição de conteúdos

Foi importante ver todo o material recolhido, analisá-lo, de forma a perceber se foi bem captado podendo assim ser usado. Só depois de visualizado num ecrã maior, como o de um computador, é que se apercebe que a imagem está focada/desfocada, etc. Para esse erro não ser cometido deve ser usado um ecrã LCD exterior, de melhor resolução que se liga à câmara. Neste projeto essa ferramenta não foi usada, devido a constrangimentos no orçamento.

Quanto ao som, o mesmo tem de ser igualmente analisado, pois durante a sua captura podem ter ocorrido diversos ruídos indesejáveis. Ao contrário da imagem, que quando está desfocada a única solução para resolver é gravar novamente, pois a edição

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39 não permite ajustar corrigir a desfocagem, os ruídos no som podem ser removidos., na maioria das vezes quando os ruídos são demasiado profundos, disfarçá-los pode implicar perdas significativas no som que pretendemos manter. Sendo assim, se houver hipótese de gravar novamente sem ruídos é o melhor a fazer. Depois de todo o conteúdo captado e ser analisado, vem a fase da pré-edição.

Nesta fase todo o conteúdo começa a ser editado usando o Adobe Premiere de forma a corresponder ao produto e ao objetivo final. Tem este nome de pré-edição e não só edição, porque esta fase ainda não é a edição final, visto que, será nesta mesma etapa que se pode vir a encontrar conteúdos em falta e que ainda não tenham sido captados, ou simplesmente os conteúdos previamente gravados não resultam e é necessário captá-los de uma outra forma.

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40 3.4.6. Captura de imagem e som

Apôs a análise e pré-edição dos conteúdos primeiramente capturados, foi possível perceber quais as imagens e/ou sons que estavam adequados para serem usados. Da mesma forma foi também possível perceber que conteúdos poderiam ainda estar em falta ou então deveriam ser modificados de forma a ir ao encontro do objetivo final. Ainda nesta fase os conteúdos a serem repetidos foram apenas alguns planos de corte com os intervenientes, visto que, por mais que fosse recriado o ambiente de entrevista feito na primeira captura de imagem e som, iriam sempre haver falhas, tais como roupa diferente, cabelo penteado de forma diferente, enquadramento diferente, condições atmosféricas diferentes e sendo assim iria ser percetível ao espetador, a falta de coerência e continuidade no projeto.

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41 3.4.7. Pós-Produção

Depois de recolhidos todos os conteúdos necessários à execução do projeto, segue-se a edição final. Como referido já anteriormente o software usado para a edição foi o Adobe Premiere. Neste projeto em termos sonoros apenas irá ter duas faixas de áudio, uma para a voz do entrevistado e outra para uma música ambiente. Foi necessário fazer um tratamento na faixa de áudio do entrevistado, devido a ter alguns ruídos indesejáveis e foi necessário também controlar o volume do som ambiente e da voz do entrevistado. Para esse tratamento foi usado o Adobe Audition. Além de já ter experiência na utilização deste software, um dos motivos do uso é pelo facto de existir interligação entre todos os programas do pacote Adobe, ou seja, fazendo alterações no áudio no Adobe Audition, não é necessário exportar e importar o novo áudio para o Premiere, qualquer alteração feita no Audition é depois refletida no Premiere, sendo assim bastante mais eficiente em termos de tempo e esforço.

No que diz respeito à edição de vídeo esta etapa é uma continuação da primeira fase de edição, sendo que nesta, todas as alterações feitas são com o objetivo de serem finais.

Depois de todos os planos serem organizados de forma concisa de acordo com a mensagem a transmitir são feitos os ajustes finais. Esses ajustes passam pela correção de cor, melhorar os cortes dos planos, coordenar a música ambiente com o vídeo e ainda a correção dos níveis de áudio.

Para o início do vídeo em si, foi utilizado um template. Um template consiste num pré-trabalho já concebido em que apenas temos de, por exemplo, neste caso, mudar o texto. O template foi adquirido no banco de produtos digitais Envato Market e permitiu que o título e subtítulo do vídeo surgissem de forma animada. Para a conceção desse efeito foi usado o software Adobe After Effects, tratando-se de um programa de criação de gráficos assim efeitos visuais.

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42 3.4.8. Legendagem

Tendo em conta que o principal objetivo deste projeto é enquadrar pessoas com diversidade funcional na sociedade, lançar um projeto audiovisual como é o caso, sem ter em conta que pessoas com dificuldades auditivas era um erro. Assim sendo, esta próxima etapa passou pela criação da legendagem para o vídeo, de modo a que pessoas com dificuldades auditivas possam compreender o conteúdo apresentado. A legendagem foi feita em Português de Portugal, visto que o público principal a ser e ter em conta serão os cidadãos portugueses. Embora esteja legendado única e exclusivamente numa língua, legendar o vídeo numa outra língua seria um processo bastante fácil e rápido visto que apenas é necessário traduzir o texto. Para a legendagem foi usado o programa de acesso gratuito Aegisub. Este foi o único software no qual foi necessária uma aprendizagem de base pois durante o percurso académico não foi lecionado.

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43 3.5. Entrega do vídeo final

Já muito próxima do final do projeto esta é a terceira e última etapa. Esta etapa foi consequência de uma reunião onde o projeto foi mostrado, neste caso um vídeo, ainda em formato editável, ou seja, ainda capaz de ser editado. Depois de dado o aval e correção de alguns pequenos pormenores é possível avançar para a entrega.

3.5.1. Exportação de conteúdos

É nesta fase que o produto em bruto, que se encontra ainda de certa forma capaz de ser editado se exporta. Exportar um vídeo não é nada mais nada menos que gravá-lo num formato próprio de vídeo para que depois possa ser reproduzido pegravá-los mais diversos leitores multimédia. O formato em que o vídeo foi exportado foi MPEG-4 sendo conhecido pela maioria das pessoas como MP4. Além do formato foi ainda usado um codec de codificação que tem por nome H264. O uso deste formato e codec teve como objetivo abranger os mais diversos leitores multimédia.

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44 3.5.2. Entrega

O resultado deste projeto consistiu em dois vídeos e ainda mais dois ficheiros de legendagem, ficheiros esse que foram entregues em mão na CMVR no formato DVD-ROM. O vídeo mais longo onde o Sr. Mário Gonçalves transmite ao público a forma como ficou tetraplégico, o seu passado, a sua vida pessoal e profissional, e ainda uma pequena mensagem de encorajamento a todos aqueles que de certa forma se enquadram nesta situação. Foi ainda criado um vídeo promocional mais curto, de forma a ser divulgado nas redes sociais através da CMVR para promover o projeto. O conteúdo adquirido das restantes pessoas incluídas não chegou a ser editado, visto que, a CMVR não deu o aval para prosseguir com o projeto, por motivos alheios. Mas seriam vídeos na mesma linha como o do Sr. Mário Gonçalves.

Seguem abaixo os respetivos links para visualização dos vídeos finais:

Vídeo principal:

https://www.youtube.com/watch?v=xh1FBkG4nZs

Vídeo promocional:

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45 4. Outros projetos

Durante o 2º ano do MM foram também desenvolvidos outros projetos em simultâneo com o projeto principal, que serão apresentados nesta aba.

4.1. 2ª Marcha pela Vida Independente

Pelo segundo ano consecutivo a associação CVI, organizou uma marcha, como o próprio nome indica, pela vida independente. O intuito desta marcha passou por assinalar de forma bem presente o dia Europeu da Vida Independente, tendo o CVI como principal objetivo, mostrar orgulho pela diversidade humana assim como reivindicar os direitos escritos na Convenção sobre os direitos das Pessoas com Deficiência, direitos esses subscritos por Portugal, mas ainda não totalmente cumpridos, como por exemplo:

• direito à escolha pela vida independente; • acessibilidade nos transportes públicos; • formação profissional inclusiva;

• acesso à Cultura sem restrições;

• o reconhecimentos, defesa e ensino da Língua Gestual Portuguesa.

Esta marcha realizou-se no 5 de maio de 2019, em três cidades portuguesas, Lisboa, Vila Real e Porto. Tendo em conta a marcha ter também uma iniciativa em Vila Real, foi-nos proposto integrar uma equipa para a cobertura audiovisual dessa mesma marcha. O objetivo do trabalho consistiu em recolher imagens e som para à posteriori ser elaborado um vídeo representativo dos melhores momentos da marcha. O vídeo depois de realizado teve como finalidade ser publicado nas redes sociais, para depois

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46 ser partilhado e dar a conhecer à sociedade esta iniciativa, que o CVI tem pretensão de continuar a realizar.

Apesar de ser um produto audiovisual, num trabalho deste género não é possível delinear da melhor forma um guião ou um storyboard, visto que não termos atores treinados e tratar-te de um evento ao vivo. Desta forma, o objetivo principal passa por ter uma noção de momentos chave e conseguir captar com qualidade o máximo de conteúdo, para que depois na edição exista margem de manobra.

Para a cobertura audiovisual do evento foi utilizado o seguinte equipamento: • Lumix G7;

• Steadycam para gravação de planos em movimentos.

Seguidamente, iniciou-se o processo de edição, usando o software Adobe Premiere. Nesta fase foi feito todo o alinhamento de forma a construir um vídeo com os princípios base audiovisuais e ainda a correção de cor de todos os planos. Foi também usado um template, adquiridos no banco de produtos digitais Envato Market. A utilização

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47 deste template permitiu a animação dos textos presentes no início do vídeo relativos ao título e local onde a marcha se realizou.

Sendo um vídeo com a ausência de diálogos todo o som ambiente foi removido, sendo aplicado uma faixa de áudio, obtida da biblioteca áudio, pesquisada e encontrada do YouTube de modo a dar uma maior dinâmica e fluidez ao vídeo assim como articular a parte sonora com a visual. De realçar ainda que a faixa de áudio usado é livre de direitos de autor.

O vídeo como referido anteriormente, tem a finalidade de ser publicado nas redes sociais e está disponível no link:

https://www.youtube.com/watch?v=XzGDco_m9jk&feature=youtu.be

4.2. Exposição interativa associação AJUDARIS

A AJUDARIS trata-se uma associação particular de carácter social e humanitário a nível nacional. Tem como objetivos principais lutar contra a fome, pobreza e exclusão social. Fundada a julho de 2008 figura assim como uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) estando atualmente sediada na cidade do Porto.

Desde 2009 a associação promove um projeto de nome “Histórias da Ajudaris” que visa a criação de histórias e ilustrações elaboradas por crianças sob orientação dos professores. Todas as histórias são depois reunidas levando a cabo a criação de um livro anual que depois é posto à venda, sendo depois o dinheiro angariado, usado a favor das crianças, jovens e adultos carenciados.

Após um contacto da associação com o corpo diretivo tanto da LCM, como do MM, foi-nos proposta a integração numa equipa para o desenvolvimento e animação de algumas das ilustrações do projeto da Ajudaris.

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48 Foi-nos fornecido um conjunto de ilustrações analógicas, no qual poderíamos trabalhar, recaindo sobre nós a escolha dessas ilustrações. Um dos princípios da escolhe incidiu na qualidade das ilustrações, visto que, sendo desenhos pouco visíveis ou mesmo muito complexos a tarefa de os animar e tratar seria muito difícil.

Após a escolha das ilustrações foi necessário proceder ao planeamento de cada uma das histórias de forma a sabermos o tipo de mensagem a transmitir, assim como criar essa mesma mensagem a partir da ilustração já existente.

Na primeira ilustração (Figura 34) a mensagem a transmitir é visível através da ilustração, trata-se da recolha de lixo protegendo assim o meio ambiente. O objetivo nesta ilustração passou por dar movimento as pessoas que estão a contribuir para a recolha do lixo. Foi necessário recortar cada um dos bonecos, de forma a poderem ser trabalhados de forma independente. Para o recorte foi usado o software de edição de e tratamento de imagem Adobe Photoshop.

Figura 34 - Ilustração livro Ajudaris - Autora Maria Amália Ramalho

Figura 35 - Ilustração livro Ajudaris - Autor António Procópio

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49 Depois de todos os elementos, tais como os bonecos, lixo, árvores, chão, e céu estarem devidamente recortados e independentes seguiu-se a fase de animação. Para tal, foi usado o software criação e animação gráfica Adobe After Effects.

Figura 37 - Edição da ilustração - Adobe Photoshop

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50 Como se pode constatar nas imagens (Figura 36 e 37) através da seta indicativa, cada elemento da ilustração encontra-se separado, cada um numa camada.

No que diz respeito à segunda ilustração (Figura 35) trata-se de um camião dos bombeiros numa floresta dizimada por um incêndio conforme fazem notar as árvores queimadas no fundo. Nesta ilustração o trabalho foi mais elaborado, visto que foi necessário editar a ilustração em frente ao camião de forma a aumentar a estrada onde o camião se desloca.

O principal objetivo nesta ilustração foi atribuir maior dinamismo e movimento ao camião. Para tal foram animadas as luzes do camião, as rodas, a estrada e o fundo. Tanto a estrada e o fundo foram animados movimentando-se da esquerda para a direita para que desta forma, o camião pareça deslocar-se no sentido correto, ou seja, para a frente.

O princípio usado nesta animação foi o mesmo, cada elemento devidamente recortado e independente para ser melhor trabalhado. Os softwares usados foram, o Adobe Photoshop e o Adobe After Effects.

Após a edição de imagem o resultado foi o seguinte.

Imagem

Figura 1 - Estudo acerca do aumento do ativismo através das redes  sociais
Figura 3 - Zoopraxiscópio -  Eadweard Muybridge Figura 2 - Sequência do
Figura 4 - Cinematógrafo - Irmãos  Lumière
Figura 7 - Exemplo de um storyboard
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Referências

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