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finanças 26 vol.7 nº5 set/out 2008

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finanças

26 vol.7 nº5 set/out 2008 26 vol.7 nº5 set/out 2008

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Falar em economia logo evoca

aspectos como mercado, inflação,

bolhas de especulação,

protecio-nismo, entre outros. Mas a

econo-mia pode também ser definida

como um surpreendente milagre

Quem

alimenta

Paris

?

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E

28 vol.7 nº5 set/out 2008

As pessoAs costumAm ver A

eco-nomiA, no máximo, como um mAl

necessário ou, no mínimo, como

A principAl origem dos

proble-mAs dA humAnidAde

Eu sei, você está esperando alguma notícia da última hora sobre Paris... Hilton. Sinto muito pela brincadeira, mas além do fato de Paris alimentar pombos (uma das inúmeras fotos de Paris Hilton que podem ser vistas na Internet), não tenho nenhuma outra informação privile-giada sobre seus hábitos alimentares.

A pergunta “quem alimenta Paris?” é a pergunta que os economistas fazem quando notam que, conforme citação de Charles Wheelan em seu livro Naked Economics, “de alguma forma, uma certa quantidade de atum fresco sai dos barcos pesqueiros do sul do Pacífico e chega até um restau-rante na Rue de Rivoli”.

Por que os economistas, ou você mesmo, se preocupa-riam com isso? Porque, apesar de ser chamada de “ciência deprimente”, a economia cuida de manter vivo o sentido de maravilhamento. As pessoas costumam ver a economia, no máximo, como um mal necessário ou, no mínimo, como a principal origem dos problemas da humanidade. Isso não poderia estar mais longe da verdade.

Na coMpaNhia dE EstraNhos. Na introdução de seu brilhante livro The Company of Strangers, o economista Paul Seabright, da Universidade de Toulouse, tenta imagi-nar como as pessoas do mundo inteiro (ou quase), ao acordar numa manhã qualquer com vontade, digamos, de comprar uma camisa, podem fazê-lo imediatamente.

Como os produtores de algodão, a indústria têxtil, os modelistas, os transportadores, entre outros, sabiam que essas pessoas decidiriam comprar uma camisa com carac-terísticas específicas? Bom, de fato ninguém sabia (e, aliás, ninguém se conhecia); porém, o resultado final é como se todos soubessem que alguém desejaria uma camisa e como se todos se conhecessem. Isso não é maravilhoso? Isso não é algo que nos deveria deixar atônitos?

Claro que é. Entretanto, parece que perdemos nosso sentido de maravilhamento, o poder da descoberta, tão essencial para a vida. Rachel Carson, bióloga e escritora ambiental, uma vez escreveu: “Para uma criança conservar seu sentido inato de maravilhamento, ela necessita do com-panheirismo de pelo menos um adulto que possa compar-tilhá-lo, redescobrindo com ela a alegria, a empolgação e o mistério do mundo em que vivemos”. E acrescentou: “Quanto mais conseguirmos focar nossa atenção de forma

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clara nas maravilhas e realidades do universo à nossa volta, menos gosto teremos pela destruição”.

EcoNoMia E MilagrE. Rachel Carson estava escrevendo sobre a natureza. Com a economia é a mesma coisa. O problema é que a economia é um significado adulto, não de criança: e não existem muitos economistas que conse-guiram manter o que Rachel chama de “sentido inato de maravilhamento”.

Pense em mercado e globalização. Geralmente os visuali-zamos em termos de cotas, alíquotas, proteção, destruição de empregos e assim por diante. Quase sempre esquecemos que o mercado é um milagre. Como Wheelan nos lembra, o mer-cado é “uma máquina que pode transformar milho em equi-pamento de som”. Ele acrescenta: “Essa máquina é ainda mais versátil; quando programada adequadamente, ela pode trans-formar o software Windows nos melhores vinhos franceses”. E funciona para qualquer país, seja ele pobre ou rico.

Como todo milagre, é difícil de entender. De fato, o mercado é uma máquina complexa. E também frágil, que pode quebrar a qualquer momento. Por que as pessoas (inclusive os políticos) mergulham direto nos problemas e se esquecem de salientar o milagre primeiro? Por que não vemos os benefícios primeiro?

Eric Briys, Professor da Université Libre de Bruxelles, eric.b@cyberlibris.com

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> finanças: quem alimenta paris ?

Sim, o mercado cria perdedores (a curto prazo); mas o protecionismo também cria. O protecionismo aumenta o custo dos bens que consumimos. O protecionismo está deixando a máquina nas mãos dos programadores errados. Resumindo, desde quando parar uma máquina (a base do protecionismo) a faz funcionar melhor?

Vamos nos livrar de todos os pessimistas e negativistas. As ciências econômicas e a economia são milagres na maior parte das vezes. Isso é o que realmente importa. Manter o sentido de maravilhamento é a melhor receita para ajustar os ponteiros quando o milagre parece desaparecer. 6

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