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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

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Academic year: 2021

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M

ETODOLOGIA

DO

T

RABALHO

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Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância Diretor Geral

Diretor Acadêmico Diretor de Desenvolvimento e Inovações Diretor Comercial Diretor de Tecnologia Gerente de Desenvolvimento e Inovações Gerente de Ensino Gerente de Suporte Tecnológico Coord. de Telecomunicações e Hardware Coord. de Produção de Material Didático

Reinaldo de Oliveira Borba Marcelo Nery

Roberto Frederico Merhy Mário Fraga

Jean Carlo Nerone Ronaldo Costa Jane Freire

Luis Carlos Nogueira Abbehusen Osmane Chaves

João Jacomel William Oliveira Samuel Soares Germano Tabacof

Pedro Daltro Gusmão da Silva André Portnoi

PRODUÇÃO ACADÊMICA

Gerente de Ensino ♦ Jane Freire

Autor (a) ♦ Maria das Graças Cardoso Moura Supervisão ♦ Ana Paula Amorim

Coordenação de Curso ♦ Letícia Machado ♦ PRODUÇÃO TÉCNICA

Revisão Final ♦ Carlos Magno Brito Almeida Santos

Equipe ♦ André Pimenta, Antonio França Filho, Angélica de Fátima Jorge, Alexandre Ribeiro, Amanda Rodrigues, Bruno Benn, Cefas Gomes, Clauder Frederico, Francisco França Júnior, Hermínio Filho, Israel Dantas, Ives Araújo, John Casais, Lucas do Vale, Márcio Serafi m, Mariucha Silveira Ponte e Ruberval da Fonseca.

Editoração ♦ Angélica de Fátima Silva Jorge

Ilustração ♦ Angélica de Fátima Silva Jorge

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Ser Humano, Conhecimento e Saber Tipos de Conhecimento

Concepções, Natureza e Dimensões da Ciência Características, Objetivos e Funções da Ciência Atividade Complementar

Sumário

07

O SER HUMANO, A SOCIEDADEE O CONHECIMENTO

O C

ONHECIMENTO

H

UMANOE A

C

IÊNCIA

07

METODOLOGIA CIENTÍFICAE UNIVERSIDADE

09

Método e Estratégia de Estudo e Aprendizagem Leitura e Análise de Textos

Técnica para Sublinhar; Técnica para Esquematizar; Técnica para Fichar;Técnica para Resumir

A Metodologia Científi ca aplicada às Ciências Sociais

19 25 33 33 12 14 40 40 07 18 16

P

RODUÇÃO

C

IENTÍFICA DO

C

ONHECIMENTO

ESTRUTURAE ORGANIZAÇÃODE TRABALHOS ACADÊMICOS

Estrutura e Redação de Trabalhos Acadêmicos Estrutura e Redação de Trabalhos Acadêmicos; Redação Científi ca ( Normas da ABNT )

Seminário, Painel e Mesa Redonda

Cases, Palestra, Conferência e Congresso

40 42

48 49

(5)

50 A PESQUISA CIENTÍFICAESUAS FASES

Conceito de Pesquisa Científi ca. Finalidades e Requisitos da Pesquisa Científi ca

Linguagem Científi ca; Tipos de Pesquisa Científi ca; Pesquisa Quantitativa e Pesquisa Qualitativa

Projeto de Pesquisa Científi ca; Relatório de Pesquisa Monografi a

Referências Bibliográfi cas

50

54 59 66 79

(6)

Estimados Alunos ,

A humanidade tem passado por mudanças signifi cativas a partir das últimas décadas, precisamente nesse período que vem sendo chamado de globalização. Desde o advento da imprensa, que pode ser considerado o grande marco distintivo da cultura moderna, quando o conhecimento produzido e acumulado pela humanidade começou a ser socializado, não assistimos a tantas mudanças em termos de disseminação do conhecimento.

Frente às sucessivas mudanças que vem ocorrendo no mundo, evidenciamos a ne-cessidade do homem estar preparado para as demandas sociais, o mercado de trabalho, o conhecimento pluricultural, as novas tecnologias da informação etc. Por isso, investir no estudo e na pesquisa, enfi m, na construção do conhecimento, no desenvolvimento do espírito científi co e do pensamento crítico e refl exivo é o mais seguro método para alcançarmos o progresso da ciência e da humanidade.

Nossa disciplina é o eixo norteador que lhe dará subsídios para a sistematização dos conhecimentos adquiridos em todas as outras disciplinas ao longo do curso, viabilizando a instrumentalização de normas e procedimentos acadêmicos e científi cos importantes e necessários para a sua vida profi ssional. Desta forma, ela visa contribuir na formação/desen-volvimento/aprimoramento do espírito crítico-refl exivo acerca das diferentes possibilidades do conhecer e formular acadêmica e profi ssionalmente proposições fazendo uso, de modo sistemático, da Metodologia do Trabalho Acadêmico.

Portanto, nossa postura diante do curso, dos textos, das atividades e dos conteúdos que serão trabalhados ao longo de todo o processo é que nos oportunizará absorver os conhecimentos necessários para a compreensão das constantes mudanças que estamos vivendo nos últimos tempos.

Desejo discernimento, iniciativa e realizações.

Profª. Ana Paula Amorim

Apresentação da Disciplina

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O

CONHECIMENTO

HUMANO

E

A

CIÊNCIA

O

SER HUMANO

,

A SOCIEDADE E O CONHECIMENTO

SER HUMANO, CONHECIMENTO E SABER

No dia-a-dia, o ato de conhecer se manifesta tão natural que não nos damos conta da sua complexidade. Desde cedo, os mestres nos falam da necessidade de aprender a conhecer o mundo e posteriormente da necessidade de autoconhecimento.

Assim, entramos na engrenagem do conhecimento do mundo, considerado real, sem colocar em pauta o que signifi ca conhecer. Todavia, à medida que nos defrontamos, na relação com o mundo, com os vários campos e formas de conhecimento, entramos num emaranhado de conceitos.

Se levarmos em consideração que aprendemos e adquirimos conhecimento com as relações, e que estamos constantemente interagindo, seja com pessoas ou até mesmo conosco, é fácil perceber que conhecer é uma forma de estar no mundo.

Partindo da etimologia da palavra, o termo conhecimento vem do latim cognoscere, que signifi ca conhecer pelos sentidos. Desta forma, conhecimento é o atributo geral que têm os seres vivos de reagir ativamente ao mundo circundante, na medida de sua organização biológica e no sentido de sua sobrevivência. É o pensamento que resulta da relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido.

Analisando a palavra francesa connaissance, podemos observar que conhecimento é nascer (naissance) com (con). Os homens se marcam como diferentes dos outros seres exatamente pela capacidade de conhecer. Diferentemente dos outros animais, os homens são os únicos seres que possuem razão, capacidade de relacionar e ir além da realidade imediata.

O conhecimento é uma forma de estar no mundo, e o processo do conhecimento mostra aos seres humanos que eles jamais são alguma coisa pronta na medida em que estão sempre nascendo de novo, quando têm a coragem de se mostrarem abertos diante da realidade.

Você já parou para pensar que estamos adquirindo conhecimento?

(9)

Metodologia do Trabalho

Acadêmico

Parece complexo, não é?

Mas, observe: os sujeitos têm a capacidade de fazer conhecimento, usar conhecimento, posicionar-se diante do conhecimento. Pensando desta forma, começamos a desmistifi car essa complexidade.

Capacidade dos seres humanos quanto ao conhecimento

Vejamos! O sujeito PRODUZ conhecimento quando ele está criativamente no mundo, ou seja, quando ele faz conhecimento. O fazer conhecimento implica exatamente em estar despojado de certezas absolutas acerca da realidade e estar aberto não só para reavaliar uma verdade da realidade como também reavaliar sua própria capacidade no trabalho do conhecer.

Quando passa a USAR o conhecimento, o sujeito está simplesmente no mundo, ou seja, a realidade ao conhecimento que já está pronto. E, da mesma maneira, aquele que usa não exercita sua capacidade de renovação de visões da realidade, fi cando estacionária não só a maneira de se relacionar com a realidade, mas também a possibilidade daquele “nascer”, porque esse uso passa a ser apenas o consumir o que está pronto. Toda utilidade técnica propõe um consumo de conhecimento.

Quando passa a POSICIONAR-SE diante do conhecimento, ou seja, quando age

criticamente no mundo, o sujeito relaciona o fazer e o usar do conhecimento de maneira

dialética, porque o conhecimento é feito pelos seres humanos, é utilizado por eles e, fatalmente, de qualquer maneira, utilizado em função deles.

Vejamos no quadro abaixo uma síntese de como ocorre o conhecimento no homem.

À primeira vista pode até parecer complicado, mas é só impressão...

Lembre-se que,entender o conhecimento é entender a nossa realidade. Logo, nos deparamos com ele a todo instante, sem nos darmos conta.

O conhecimento é o atributo geral que têm os seres vivos de reagir ativamente ao mundo circundante, na medida de sua organização biológica e no sentido de sua sobrevivência. O ser humano, utilizando suas capacidades, procura conhecer o mundo que o rodeia. Desta forma, a informação, assim como a prática de vida, resulta em conhecimentos.

(10)

O conhecimento consiste numa relação “sui generis” entre a consciência cognoscente e o objeto conhecido. Mediante a imagem, a consciência cognoscente se identifi ca com o objeto. Cumpre observar que o fenômeno do conhecimento, embora pareça simples, envolve uma multiplicidade de atos. Em primeiro lugar, os sentidos apreendem ou produzem ou evocam imagens. Tanto mais complexo o fenômeno do conhecimento, mais longo é o caminho indutivo ou dedutivo percorrido para se chegar a uma conclusão. O raciocínio denomina-se, especialmente, “discursivo” porque a mente discorre, corre, fl ui, move-se, caminhando do antecedente ao conseqüente.

Entretanto, além da forma discursiva do conhecimento racional, incumbe apreciar a questão relativa ao conhecimento intuitivo, isto é, imediato ou sem passagem de antecedente para conseqüente, sem comparações. ´Intuere” signifi ca ver; intuição é uma espécie de conhecimento que, pela sua característica de atingir o objeto sem “meio” ou sem os intermediários das comparações, assemelha-se ao fenômeno do conhecimento sensorial, especialmente da visão.

A intuição sensorial existe com toda evidência, pois os sentidos não analisam, não comparam, não julgam; o conhecimento que se tem da temperatura da água de uma vasilha surge imediatamente, tão logo se a toque com a mão; o prazer ou a dor que se experimenta é um dado de experiência interna apreendido imediatamente. Além da intuição sensorial de experiência interna e externa, existirá uma forma de conhecimento relacional, intelectual, espiritual, também intuitivo?

A evidência lógico-metafísica dos primeiros princípios lógicos, éticos ou estéticos, bem como as relações transcendentais do ser, são apreendidas imediatamente, sem necessidade de “meio”, sem discurso, sem movimento. E, quando se fala de intuição como modo de conhecimento, entende-se a intuição intelectual, e não a sensorial. Por outro lado, não seria exato falar-se em intuição racional, pois razão implica não só no fato geral do conhecimento, mas também no seu modo de conhecer raciocinando, isto é, discorrendo, correndo, fl uindo, movendo-se do antecedente conhecido à procura do conseqüente supostamente desconhecido ou ainda não explicitado no processo de conhecimento.

Deve-se ressaltar que o conhecimento intuitivo não substitui outros modos de conhecimento; ele pode ser de suma valia na vida prática e nas convicções pessoais de cada um. Mas, por ser de ordem dominantemente subjetiva, não pode aspirar à autonomia ou ao valor objetivo do conhecimento científi co ou do conhecimento racional discursivo, cujas conclusões, demonstradas, têm valor geral e objetivo. Ademais, todo conhecimento intuitivo deve submeter-se, posteriormente, ao tribunal da razão discursiva ou da experimentação científi ca.

Apesar desta separação “metodológica” e categórica, no processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito pode penetrar nas diversas categorias. Por sua vez, estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa: um cientista, voltado ao estudo da física, pode ser praticante de determinada religião, estar fi liado a um sistema fi losófi co e, em muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum.

Antes de defi nirmos cada um deles, é preciso indagar-nos:

TIPOS DE CONHECIMENTO

No que se refere ao conhecimento racional, podemos categorizá-lo em quatro: senso comum ou popular; ciência ou científi co; fi categorizá-losofi a ou fi losófi co; e teologia ou religioso.

Qual a contribuição que cada tipo de conhecimento traz? De um modo ou de outro, cada tipo de conhecimento agrega valor ao ser humano.

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Metodologia do Trabalho

Acadêmico

Vamos a eles....

Conhecimento Popular

Denominado de popular ou senso comum, resulta do modo espontâneo e corrente de conhecer. É o conhecimento do dia-a-dia e se obtém pela experiência cotidiana.

Suas características são: superfi cial, isto é, conforma-se com a aparência; sensitivo e valorativo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária; subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos; assistemático, pois esta “organização” das experiências não visa a uma sistematização das idéias; acrítico, pois a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica; assistemático, por basear-se na “organização” particular das experiências próprias do sujeito cognoscente e não em uma sistematização das idéias; verifi cável, visto que está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no dia-a-dia; e, fi nalmente, falível e inexato, pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados além das percepções objetivas.

Conhecimento Científi co

É o conjunto organizado de conhecimentos sobre um determinado objeto, em especial obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Diversamente do que acontece com o conhecimento vulgar, o conhecimento científi co não atinge simplesmente os fenômenos na sua manifestação global, ele é caracterizado pela capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de justifi car, de induzir ou aplicar leis, de predizer com segurança eventos futuros. Ele explica os fenômenos e não só os apreende. O conhecimento científi co é crítico, rigoroso, objetivo, nasce da dúvida e se consolida na certeza das leis demonstradas. É real (factual) porque lida com ocorrência ou fatos; constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência; é sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente; é verifi cável, visto que as afi rmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência; é falível, em virtude de não ser defi nitivo, absoluto ou fi nal e, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.

Conhecimento Filosófi co

O primeiro sábio que utilizou a palavra “Filosofi a” foi Pitágoras, no século VI a.C. Em sentido etimológico, Filosofi a signifi ca devotamento à sabedoria / amigo da sabedoria, isto é, interesse em acertar nos julgamentos sobre a verdade e a falsidade, sobre o bem e sobre o mal.

Para Aristóteles, a Filosofi a era a ciência de todas as coisas pelas últimas causas, isto é, pelas causas e razões mais remotas e que, por isso mesmo, ultrapassam as possibilidades, o campo e o método das ciências particulares, a estas incumbe a investigação das causas próximas observáveis e controláveis pelos recursos do método científi co ou experimental.

(12)

É importante destacar que a Filosofi a usa princípios racionais, procede de acordo com as leis formais do pensamento, tem método próprio, predominantemente dedutivo, nas suas colocações críticas. Portanto, ela indaga, traça rumos, assume posições, estrutura correntes que inspiram ou dominam mentalidades em determinados períodos, mas que, em seguida, perdem vigor diante de novas concepções, que geralmente hostilizam as anteriores, à maneira das correntes literárias, das artes em geral ou das religiões.

O conhecimento fi losófi co é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses que não poderão ser submetidas à observação, “as hipótese fi losófi cas baseiam-se na experiência, portanto este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação”; por este motivo, o conhecimento fi losófi co é não verifi cável, já que os enunciados das hipóteses fi losófi cas não podem ser confi rmados nem refutados, ao contrário do que ocorre no campo da ciência; é racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados; é sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade; é infalível e exato, já que seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da observação (experimentação). Portanto, o conhecimento fi losófi co é caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana.

Conhecimento Religioso

O conhecimento religioso supõe e exige a autoridade divina; nela se fundamenta e só a ela atende, a ciência, ao contrário, não supõe, não exige, não admite autoridade; a ciência só admite o que foi provado, na exata medida em que se podem comprovar experimentalmente os fatos. A Teologia não demonstra o dogma; apela para a autoridade divina que o revelou; exige fé; a ciência demonstra os fatos e só se apoia na evidência dos fatos.

Apóia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um conhecimento sistemático do mundo (origem, signifi cado, fi nalidade e destino) como obra de um criador divino; suas evidências não são verifi cáveis: está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. Assim, o conhecimento religioso parte do princípio de que as “verdades” tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em “revelações” da divindade.

O conhecimento religioso vai favorecer atitudes éticas em busca do bem comum. Vale salientar que a processualidade do saber, quer científi co quer fi losófi co, de forma alguma vem denegrir a ciência e a fi losofi a; pelo contrário, vem reconhecer seu verdadeiro estatuto. Só se sentem denegridos os cientistas e fi lósofos obtusos e dogmáticos, porque, no fundo, não querem ver morrer seus ídolos. E tudo isso nada tem a ver com ceticismo, pois o cético simplesmente não acredita na possibilidade de conhecimento. Aqui se trata apenas de revelar os limites do conhecimento, nunca de negar sua possibilidade.

Tanto o conhecimento vulgar como o científi co, tanto o conhecimento fi losófi co como o teológico alimentam o mesmo propósito e lutam pelo mesmo objetivo, que é o de chegar à verdade sobre o homem e sobre o Universo, sobre o ser e sobre cada uma das realidades que constituem infi nitos segmentos da natureza.

Para compreender efetivamente os tipos de conhecimento, relacionando-os, analise atentamente o quadro a seguir.

(13)

Metodologia do Trabalho

Acadêmico

CONCEPÇÕES, NATUREZA E DIMENSÕES DA CIÊNCIA

Ciência sem consciência não é

senão a ruína da alma

.

(Rabelais)

O homem sempre empreendeu esforços em busca da verdade, da compreensão do real, da explicação de sua natureza interna e da natureza externa que o cerca, sempre buscando dar conta das questões sobre seu surgimento, seu papel no planeta, enfi m, a razão da sua existência, a melhor maneira de superar os desafi os. Nas diferentes dimensões do conhecimento humano, o homem apresenta respostas e avança quanto à compreensão do mundo.

Visto que a ciência é fruto da tendência humana para procurar respostas e justifi cações positivas e convincentes, nesse conteúdo iremos analisar a natureza da ciência, conceituando seu aspecto lógico como método de raciocínio e de inferência acerca dos fenômenos já conhecidos ou a serem investigados.

A ciência aumentou sobremaneira a capacidade de instrumentalização do homem. Desenvolvendo tecnologias avançadas, liberou a mão de obra para atuar na área de serviços e pesquisas científi cas. À medida que a ciência avança, o indivíduo se torna cada vez mais

Fonte: SANTOS, Izequias Estevam dos. Textos selecionados de métodos e técnicas de pesquisa científi ca. 3. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2002. Fonte: SANTOS, Izequias Estevam dos. Textos selecionados de métodos

(14)

Então...

Para Ander-Egg (1978) a ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verifi cáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza.

Para Freire-Maia (1991) a ciência é um conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis, modelos, etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma metodologia especial (metodologia científi ca).

Desses conceitos emana a característica de apresentar a ciência como um pensamento racional, objetivo, lógico e confi ável.

Não existe uma concepção única de ciência. Podemos dividi-la em períodos históricos, cada um com modelos e paradigmas teóricos diferentes a respeito da concepção de mundo, de ciência e de método, destacando-se três grande concepções: a ciência grega, que abrange o período que vai do século VIII a. C. até o fi nal do século XVI; a ciência moderna, do século XVII até o início do século XX; e a ciência contemporânea, que surge no início deste século até nossos dias.

Com os gregos, a ciência é conhecida como fi losofi a da natureza. Tinha como única preocupação a busca do saber, a compreensão da natureza das coisas e do homem.

A concepção de ciência moderna opõe-se à ciência grega e ao dogmatismo religioso. Propõe como caminho do conhecimento, o caminho da ciência, através do experimentar, do medir e comprovar. Surge o cientifi cismo, isto é, a crença de que o único conhecimento válido era o científi co e de que tudo poderia ser conhecido pela ciência.

A visão contemporânea de ciência na incerteza e na ruptura com o cientifi cismo (dogmatismo e a certeza da ciência). É o contexto de crise da ciência e da ruptura do paradigma cartesiano, fundamentado na experiência e adotando a indução e a confi rmabilidade para constatar a certeza de seus enunciados.

Natureza / Dimensão da Ciência

Além da mente humana e como um

impulso livre, cria-se a ciência. Esta se renova, assim como as gerações, frente a uma atividade que

constitui o melhor jogo do “homo ludens”

(Jacques Barzun)

Etimologicamente, a ciência deriva do latim scientia, isto é, conhecimento, arte, habilidade. Ela pode ser entendida como uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar.

E então, mãos à obra! Lembre-se que quanto mais informações adquirimos mais condições temos de construir conhecimento. Portanto, busque investigar um pouco mais acerca dessas concepções de ciência: ciência grega, ciência moderna e ciência contemporânea. Aproveite para descobrir outras concepções de ciência que não estão citadas aqui.

(15)

Metodologia do Trabalho

Acadêmico

Para compreendermos a natureza e dimensão da ciência, observemos a fi gura abaixo:

Em se tratando de analisar a natureza da ciência, podem ser explicitadas duas dimensões, na realidade inseparáveis, ou seja, a compreensiva (contextual ou de conteúdo) e a metodológica (operacional), abrangendo tanto aspectos lógicos quanto técnicos. Pode-se conceituar o aspecto lógico da ciência como o método de raciocínio e de inferência acerca dos fenômenos já conhecidos ou a serem investigados; em outras palavras, pode-se considerar que o aspecto lógico constitui o método para a construção de proposições e enunciados, objetivando, dessa maneira, uma descrição, interpretação, explicação e verifi cação mais precisas.

Podemos ainda considerar a natureza da ciência sob três aspectos. São eles:

CARACTERÍSTICAS, OBJETIVOS E FUNÇÕES DA CIÊNCIA

As ciências caracterizam-se por possuírem:

a) objetividade ou fi nalidade - preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais que regem determinados eventos;

b) função - aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da relação do homem com o seu mundo;

c) objeto - subdividido em material, aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verifi car, de modo geral; formal, o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesmo objeto material.

(16)

Suas principais características são: • É racional;

• Representa a realidade;

• Promove uma discussão sistemática e questionadora; • É analítica;

• É coerente;

•Exige investigação e utiliza-se de métodos científi cos; • É comunicável.

Pode-se classifi car as ciências em duas grandes categorias: formais e empíricas. As primeiras tratam de entidades ideais e de suas relações, sendo a Matemática e a Lógica as mais importantes. As segundas tratam de fatos e de processos, incluem-se nesta categoria ciências como a Física, a Química, a Biologia, a Psicologia. As ciências empíricas, por sua vez, podem ser classifi cadas em naturais e sociais. Dentre as ciências naturais estão: a Física, a Química, a Biologia, a Astronomia. Dentre as ciências sociais estão: a Sociologia, a Antropologia, a Ciência Política, a Economia, a Psicologia, a História.

De maneira geral, a ciência possui características e exigências comuns a serem consideradas. São elas:

Conhecimento pelas causas (racionalismo)

Implica em conhecer pelas causas. Se o cientista observa a chuva, ele quer saber porque chove, dispensando a infl uência dos deuses. Utiliza-se o raciocínio analítico, lógico e despojado de impactos emocionais. Trata-se da racionalização do conhecimento.

Profundidade e generalidade de suas condições

O conhecimento pelas causas é o modo mais íntimo e profundo de se atingir o real. A ciência não se contenta em registrar fatos, quer também verifi car a sua regularidade, a sua coerência lógica, a sua previsão, etc. A ciência generaliza porque atinge a constituição íntima e a causa comum a todos os fenômenos da mesma espécie. A validade universal dos enunciados científi cos confere à ciência a prerrogativa de fazer prognósticos seguros.

Objeto formal

A fi nalidade da ciência é manifestar a evidência dos fatos e não das idéias. Procede por via experimental, indutiva, objetiva; suas demonstrações consistem na apresentação das causas físicas determinantes ou constitutivas das realidades experimentalmente controladas. Não se submete a argumentos de autoridade, mas tão-somente à evidência dos fatos.

Controle dos fatos

Ao utilizar a observação, a experiência e os testes estatísticos tenta dar um caráter de exatidão aos fatos. Embora os enunciados científicos possam ser passíveis de revisões pela sua natureza “tentativa”, no seu estado atual de desenvolvimento, a ciência fixa degraus sólidos na subida para o integral conhecimento da realidade (Ruiz, 1979, pp. 124 a 126).

(17)

Metodologia do Trabalho

Acadêmico

Exige investigação e a utilização de métodos

Investigar implica em pesquisar, e a ciência ocorre à base de questionamentos, buscas e descobertas. Na ciência, a investigação é também a disposição do pesquisador em submeter-se a um rigor metodológico.

É comunicável

Os estudos e resultados das investigações científicas devem ser comunicados à sociedade. Para tal, o cientista deve fazer uso das defi nições, conceitos e termos a fi m de representar fi elmente as idéias que quer expressar.

Objetivos e Funções da Ciência

Os objetivos da ciência são determinados pela necessidade que o homem tem de compreender e controlar a natureza das coisas e do universo. Delineados os objetivos, cabe à ciência realizar suas três funções, a saber: descrever, explicar e prever os dados que permeiam a realidade em estudo.

Segundo Ferrari (1982), a ciência ainda deve proporcionar “aumento e melhoria de conhecimento; descoberta de novos fatos e fenômenos; aproveitamento espiritual; aproveitamento material do conhecimento”.

O papel da Ciência:

• Aumento e melhoria do conhecimento; • Descoberta de fatos e fenômenos;

• Aproveitamento espiritual e material do conhecimento; • Estabelecimento de certo tipo de controle sobre a natureza.

1.

Agora que você já aprendeu o que é conhecimento e como ele pode ser categorizado, relacione as principais características de cada um dos diversos tipos de conhecimento. Vamos lá! É importante que teste sua memória. Olhar no texto...não vale!

Atividades

(18)

2.

Você já aprendeu os tipos de conhecimento e suas principais características. Agora que você já se apropriou desses conceitos e características já pode construir sua própria concepção de conhecimento. Para você, como o homem adquire conhecimento e de que forma ele pode usar desse conhecimento em prol de uma sociedade mais justa e equilibrada?

3.

Agora que você já compreendeu o que é ciência, e já se apropriou de alguns dos seus elementos e características, já é possível fazer algum juízo de valor acerca da ciência. Portanto, descreva as principais concepções de ciência e as características que as diferem umas das outras.

4.

Na medida em que evoluímos no tempo, tem sido cada vez mais evidente o nível de casos em que estamos inseridos, seja social seja individual. Mesmo com a evolução e os avanços da ciência, a humanidade ainda tem sofrido uma série de epidemias que se alastram assustadoramente e uma série de crises sociais que parecem não ter fi m. Será que a ciência tem se desvirtuado da sua função principal? Expresse sua refl exão sobre esse questionamento num texto de 05 linhas.

(19)

Metodologia do Trabalho

Acadêmico

5.

Qual o real papel da ciência? Com base no texto e na sua construção acerca da vida como um todo, expresse sua opinião em um texto de 05 linhas.

M

ETODOLOGIA

C

IENTÍFICA E

U

NIVERSIDADE

Metodologia Científi ca não é um simples conteúdo ministrado através de um componente curricular. É uma disciplina que está intimamente relacionada com o estudo crítico dos fatos. Ela estuda e avalia os métodos disponíveis e suas implicações, além de avaliar as técnicas de pesquisa. De modo geral, ela é uma reunião de procedimentos utilizados por uma técnica.

Trata-se de fornecer aos estudantes um instrumental indispensável para que sejam capazes de atingir os objetivos da Academia, que são o estudo e a pesquisa em qualquer área do conhecimento. Portanto, trata-se de se aprender fazendo, como sugerem os conceitos mais modernos da Pedagogia.

É através da Metodologia Científi ca que ocorre o contato entre o conhecimento e a análise crítica, possibilitando a ampliação do saber, posicionando-o no plano sócio-histórico e político. Vale considerar que a Metodologia Científi ca não aponta soluções, mas indica o caminho para encontrá-las.

O que se deve fazer na medida do possível, é seguir rigorosamente as regras defi nidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - para elaboração de trabalhos científi cos. Caso alguma regra não esteja sendo cumprida, a responsabilidade é da desatenção do autor.

Quando falamos de um curso superior, estamos nos referindo, indiretamente, a uma Academia de Ciências, já que qualquer Faculdade nada mais é do que o local próprio da busca incessante do saber científi co. Neste sentido, a Metodologia Científi ca tem uma importância fundamental na formação do profi ssional. Se os alunos procuram a Academia para buscar saber, precisamos entender que Metodologia Científi ca nada mais é do que o “estudo

dos caminhos do saber”, se entendermos que “método” quer dizer caminho, “logia” quer dizer estudo e “ciência” quer dizer saber.

Visto que essa disciplina permite o questionamento da realidade, ela tem função também de oferecer suporte à Pesquisa Científi ca. Desta forma, ela pode ser entendida como uma abstração, observando-se a relação intrínseca entre o conhecer e o intervir.

A sua maior importância está na apresentação e exame de diretrizes para a efi cácia do estudo e da aprendizagem. Ela está sincronicamente relacionada com o principal objetivo da universidade que é ensinar e divulgar o procedimento científi co.

Portanto, para adquirir o método de estudo mais adequado e conveniente, o estudante deve fazer uso dos fundamentos e estratégias da Metodologia Científi ca, a fi m de sistematizar o conhecimento que o orientará no processo de investigação para tomadas de decisão oportunas na busca do saber e na formação do seu espírito crítico.

(20)

MÉTODO E ESTRATÉGIA DE ESTUDO E APRENDIZAGEM

Estudar corresponde a trabalhar. Exige empenho responsável e dedicação generosa. Conseqüentemente, pressupõe sacrifícios e escolhas conscientes. Quem de fato quer estudar deve estabelecer uma hierarquia de valores em sua vida.

Já vimos anteriormente que o vocábulo metodologia vem do grego “methodos” (meta + hodos = caminho), em latim “methodus”, e indica um caminho para chegar a um fi m ou a um determinado resultado. Nos estudos, a metodologia pretende oferecer ao estudante os instrumentos necessários e úteis para obter êxito no seu trabalho intelectual, tornando assim essa atividade menos pesada e mais efi ciente.

Agir metodologicamente é condição básica de qualquer pesquisa científi ca, por mais elementar que seja. Trata-se efetivamente de um conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade. Não devemos considerar o método como o essencial, lembrar que ele é um instrumento intelectual, um meio de acesso, enquanto a inteligência, junto com a refl exão, descobre o que os fatos realmente são.

Um estudo é efi caz quanto se torna signifi cativo, isto é, quando os novos conhecimentos e informações são assimilados pessoalmente e confrontados e integrados no complexo de conhecimentos já existentes, podendo ser reutilizados em outras situações. Assim, o estudo contribui para a formação integral da pessoa e de sua maturação.

Pois então...

Vamos destacar o método correto de estudo e, após análise, você verá se o faz corretamente.

Fundamentos do Método do Estudo

Entre duas pessoas que tenham o mesmo grau de escolaridade, processos cognitivos semelhantes e graus de motivação semelhantes, certamente aquele que fi zer uso de um método de estudar compatível terá melhor rendimento. A efi ciência do estudo depende de método, mas o método depende de quem o aplica, da maneira como o faz, adequando-o as suas necessidades e convicções. Podemos citar como pontos essenciais para efi ciência nos estudos o que se segue:

a) fi nalidade: desenvolver hábitos de estudo efi cientes que não se restrinjam apenas a determinado setor de atividade ou matéria específi ca;

b) abrangência: servir de instrumento a todos os que tenham as mesmas necessidades e interesses, em qualquer fase de desenvolvimento e escolaridade, podendo aperfeiçoar-se à medida que o indivíduo progride, através de aperfeiçoar-seus próprios recursos.

Levando em consideração esse aspecto, é importante que aprendamos algumas técnicas para estudar. Alguma vez você já parou e se questionou quanto ao seu método de estudo? Já se perguntou se a falta de compreensão de uma determinada leitura está associada a como você está estudando?

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Acadêmico

Fatores Condicionantes do Estudo

O ofício de estudar requer algumas qualidades específi cas que podemos sintetizar na seguinte trilogia: constância, paciência e perseverança. A constância vence as impressões de falso cansaço que freqüentemente se apoderam do espírito e do corpo. A persistência, no entanto, faz as articulações se desenferrujarem, os músculos se revigorarem, a respiração se dilatar, de repente, um novo ânimo empurra para frente; coisa semelhante pode acontecer com os estudos, em vez de ceder diante dos primeiros sintomas de fadiga, o estudante deve romper para frente, forçar a saída da energia interior. E a paciência para aguardar com amor o natural resultado dos esforços desenvolvidos.

É regra de ouro não empreender nada além da capacidade pessoal. Cada um tem seu ritmo próprio e suas limitações. O presunçoso é aquele que se julga superior ao que realmente é e pode ser, contenta-se com aparências e facilmente é vítima de auto-ilusão. Conhecer os reais limites pessoais é fator de honestidade para consigo mesmo e para com os outros. Quando o trabalho é fruto do próprio esforço, então é que tem valor, mesmo não atingindo inteiramente a qualidade acadêmica exigida. Deve-se desistir da tentação de sempre querer comparar-se com os outros. O que eu mesmo sou capaz de produzir, dentro das minhas condições pessoais, é o que contribui efetivamente para minha realização humana.

Portanto, as condições físicas e as do seu ambiente de estudo devem ser favoráveis, possibilitando o trabalho atento e tranqüilo. Criar melhores condições físicas de estudo é melhorar o seu rendimento. Veja agora alguns fatores e dicas que podem melhorar o seu desempenho nos estudos:

Fatores Externos:

• Ambiente: Procurar, se possível, um lugar sossegado. O quarto de estudo deve ser bem arejado e iluminado. Na escrivaninha do estudante devem ser afastados todos os objetos que podem distrair. O que não pode faltar é um bom dicionário, papel ou fi chas, lápis, borracha e caneta. Uma boa iluminação para estudos à noite, também, é de fundamental importância. Cada um deve averiguar suas próprias condições de concentração, criando em torno de si uma “zona de silêncio” que o capacite para o trabalho intelectual. Lembremos sempre que o silêncio é indispensável para concentração. Logo, rádio, gravador e músicas gritantes são completamente descartados.

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• Intercâmbio: É de grande utilidade reunir-se de tempos em tempos com colegas estudantes para trocar experiências de estudo, confrontar resultados, preparar um exame ou um debate em aula. Esse tipo de intercâmbio abre novos horizontes, estimula o esforço e esclarece dúvidas. Vale ressaltar que, os encontros de estudos devem ser encarados com seriedade, com tarefas e objetivos determinados, a fi m de não se desviar com bate-papos desnecessários.

• Saúde: Questões psicossomáticas infl uem diretamente nos estudos. Às vezes tratam-se de casos relativamente simples de serem resolvidos. Assim, por exemplo, sonolência constante em períodos de estudos pode ter como motivação a inadequação do horário de estudo ou tipo de alimentação efetuada antes do estudo.

• Aspectos Gerais: Conserve-se em boas condições de saúde; cuide dos problemas físicos porventura existentes e que difi cultam a sua atividade de estudar; cuide de sua higiene pessoal para manter a boa saúde (usando alimentação completa e equilibrada, comendo lenta e moderadamente, praticando diariamente exercícios físicos, equilibrando trabalho com repouso e lazer); procure tomar melhores as condições do seu local de estudo; antes de iniciar o seu estudo, providencie todo o material de que vai necessitar e arrume-o convenientemente; adquira o hábito de estudar no lugar certo.

Fatores Internos:

• Autodisciplina: No campo da formação intelectual nada se faz sem autodisciplina. A concentração – elemento primordial nos estudos – depende em boa parte dela, pelo fato de exigir força de vontade e tenacidade na ação. Sem esta disposição fi rme e empenho decidido não adianta absolutamente nada oferecer subsídios metodológicos, acompanhamento pessoal nos estudos ou técnicas sofi sticadas de aprendizagem. • Motivação: Um fator absolutamente central no estudo é a motivação, ou seja, uma disposição interior que nos impulsiona a adotar e manter um estilo de vida e um comportamento que expressam e concretizam valores tidos com importantes. Sem objetivos concretos, que devem ser constantemente lembrados, corremos o risco de desanimar diante das primeiras difi culdades que se apresentam, enquanto a experiência de fracasso provoca uma profunda frustração psicológica. Ao contrário, uma forte motivação garante um estudo perseverante e bem-sucedido.

• Senso de realismo: É requisito fundamental não empreender nada além da capacidade pessoal. Cada um tem seu ritmo próprio e suas limitações. Conhecer os reais limites pessoais é fator de honestidade para consigo mesmo e para com os outros. Deve-se

m

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Acadêmico

• Aceitação de críticas: O espírito intelectual se traduz no espírito de observação, no gosto pela precisão e pelas idéias claras, na imaginação ousada, mas regida pela necessidade de prova, na curiosidade que leva a aprofundar as questões, na sagacidade e poder de discernimento. Na formação desta mente intelectual a crítica desempenha um papel primordial. Criticar é julgar, distinguir, analisar para melhor poder avaliar os elementos da problemática levantada. Em si, nada tem de negativo, pelo contrário, é elemento imprescindível em toda verdadeira pesquisa científi ca. O espírito crítico deve ser formado ao longo dos anos de estudos. Impor-se uma honesta autocrítica e dispor-se a acolher com benevolência as críticas de outros, principalmente dos educadores, contribui largamente para o progresso nos estudos. Críticas que partem da sincera preocupação do fazer o outro crescer incentivam o estudante a sempre dar o melhor de si, enquanto omissões ou elogios, feitos com o receio de ferir sensibilidades, só conduzem ao comodismo e à falta de empenho pessoal.

A aprendizagem

O “todo” ajuda a aprender as partes, não são as partes que ajudam a aprender o “todo”, portanto não se deve procurar aprender por “pedaços”. Toda aprendizagem é uma “estrutura” que deve ser assimilada globalmente, portanto, deve-se pensar sempre em termos de totalidade e relação das partes entre si.

Um estudo efi ciente passa necessariamente por três etapas que, articuladas, levarão o educando a atingir com mais efi ciência a aprendizagem desejada, denominada aqui de

síncrese, a primeira etapa, análise, a etapa intermediária, e síntese, a etapa fi nal.

• Síncrese - Antes de começar o estudo, marcar o objetivo, dizer a si mesmo até onde vai chegar, realizar pequenos objetivos de cada vez. Os planos muito arrojados terminam por desencorajar. Começar o estudo por uma “visão de conjunto” sincrética ou global, como quem lê uma carta de um fôlego, vá até o fi m, não pare no meio, em seguida faça um resumo do que fi cou, não pensando que isto foi aprendizagem. Todo trabalho que não é encadeado facilmente se perde. Aprender mediante uma esquematização lógica, pois a inteligência é que é o verdadeiro instrumento da aprendizagem, é fundamental.

• Análise – Na fase analítica, procura ver e compreender todos os detalhes. Mas fi cando nisso não há aprendizagem, são apenas informações, sem, contudo virá perder a noção de conjunto adquirida na fase da síncrese. No esquema analítico, procura-se criar um esquema utilizando diagramas, esboços dos assuntos, fl echas, círculos, quadros onde entrem todos os detalhes, de modo que se coloque em ordem crescente ou decrescente os itens do texto, valorando cada um deles. A melhor forma para isso é você quem vai decidir.

• Síntese – Nesta etapa deve-se procurar as leis que regem o fenômeno, procurar os princípios, as causas e estabelecer os pontos-chaves. Conclusões, regras, defi nições, princípios, esquemas, diagramas são sínteses.

desistir da tentação de sempre querer comparar-se com os outros. O que eu mesmo sou capaz de produzir, dentro das minhas condições pessoais, é o que contribui efetivamente para minha realização humana.

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Estudar é, pois, ir do sincrético (global) pelo analítico (pesquisa e investigação) para o sintético. Ninguém pode fazer isso por ninguém, se o fi zer estará traindo a boa-fé do estudante, só a pessoa pode aprender, ninguém aprende por ninguém.

Veja o quadro abaixo. De forma resumida, é possível perceber os passos básicos para uma boa compreensão de texto.

Planejamento e Organização

Não se pode esperar ter êxito nos estudos sem planejamento e organização. O planejamento diz respeito ao tempo disponível, enquanto a organização se refere à utilização efi ciente deste tempo em termos de estudo. Estudo exige, por sua própria natureza, autodisciplina e disponibilidade. Devemos garantir o espaço de tempo necessário para a atividade intelectual através de um horário elaborado a partir da situação pessoal. Elaborar um “Quadro de Horário” prevendo a distribuição do tempo dedicado ao estudo é um excelente recurso para otimização do tempo, possibilitando o acompanhamento das tarefas a médio e longo prazo. Também no sentido de contribuir na organização das atividades seria bom elaborar um “Quadro de Tarefas”, possibilitando acompanhar as atividades.

Regras gerais de estudo:

As regras que se seguem ajudam a melhorar o rendimento do estudo. Conheça-as e use-as com bom senso.

• estude individualmente, salvo se tiver a certeza de que estudando com outros você aumenta a própria efi cácia (discutindo pontos de dúvidas, por exemplo);

• tenha idéia clara dos resultados que você deseja alcançar e afaste do seu pensamento tudo o que seja alheio ao seu estudo;

• aprenda os conceitos, princípios e regras gerais antes de tentar aplicá-los;

• destaque os aspectos importantes de sua tarefa, seja ela qual for, e considere-os de acordo com essa importância;

• faça constantes revisões, aproveitando tais oportunidades para eliminar os seus pontos fracos;

• procure resolver as suas difi culdades sozinho, mas não deixe de pedir auxílio se perceber que ele é mesmo necessário;

• distribua bem os seus esforços durante o estudo, ou seja, estude por etapas a matéria muito vasta, importante ou difícil. Distribua as etapas por mais de um período de estudo;

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• aprenda a matéria estudada de modo a poder reduzi-la a uma unidade; • aplique o aprendido, usando sempre que lhe seja possível.

Se você adotar as técnicas aqui expostas, em pouco tempo terá aprendido a aprender. Seu estudo renderá mais, terá maior efi cácia. Mas as regras apresentadas não devem escravizá-lo. Você deverá dominá-las e aplicá-las como um senhor, usando-as em seu proveito.

Agora, segue uma dica muito importante para que todas essas regras gerais de estudo tenham uma maior relevância:

Para ter uma visão mais ampla, observe o quadro abaixo.

Não se esqueça de que os bons resultados do seu estudo dependem de sua capacidade de concentrar-se. A concentração é um dos grandes segredos da superioridade intelectual. Concentrado, você estará desperto, ativo e consciente, pronto para compreender, aprender e pensar. Aí está a chave do sucesso: use-a!

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LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS

É preciso ler, e, principalmente, ler bem. Quem não sabe ler não saberá resumir, não saberá tomar apontamentos e, fi nalmente, não saberá estudar. Ler bem é o ponto fundamental para os que quiserem ampliar e desenvolver as orientações e aberturas das aulas.

O processo de aprendizagem, no que tange às atividades estudantis, depende, dentre outros elementos, da capacidade de leitura e assimilação refl exiva dos conteúdos trabalhados. As leituras necessárias e justifi cáveis podem ser realizadas de modo proveitoso e com menor grau de esforço quando efetuadas com base em algumas técnicas. O que é uma leitura proveitosa, que técnicas podemos fazer uso, que cuidados devemos ter para maior proveito serão agora objeto do nosso estudo.

Elementos da Leitura

A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação, disciplinando a mente e alargando a consciência pelo contato com formas e ângulos diferentes sob os quais o mesmo problema pode ser considerado. Quem lê constrói sua própria ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo que não se atingiu.

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Modalidades de Leitura

A realidade da leitura é extremamente complexa e variada, visto que o diálogo que se estabelece entre emissor e receptor não se dá sempre da mesma forma. As nossas leituras têm origens e objetivos bastante diferenciados. Assim, há leituras de pura informação, como noticiários, jornais, revistas; leituras de passatempo, como revistas em quadrinhos, romances etc.; leituras literárias que são, antes de tudo, uma comunicação íntima entre o texto e o leitor.

No caso específi co de leituras acadêmicas, trata-se de uma linguagem científi ca que se caracteriza pela clareza, precisão e objetividade. Ela é fundamentalmente informativa e técnica, fi rma-se em dados concretos, a partir dos quais analisa e sintetiza, argumenta e conclui. A objetividade e racionalidade da linguagem científi ca a distingue de outras expressões, igualmente válidas e necessárias.

O que é mais presente é a leitura de estudo ou informativa, pois visa à coleta de informações para determinado propósito, destacando-se três objetivos predominantes:

• certifi car-se do conteúdo do texto, constatando o que o autor afi rma, os dados que apresenta e as informações que oferece;

• correlacionar os dados coletados a partir das informações do autor com o problema em pauta;

• verifi car a validade dessas informações.

Etapas da Leitura

• Decodifi cação - Tradução dos sinais gráfi cos em palavras;

• Intelecção - Percepção do assunto, emissão de signifi cado ao que foi lido;

• Interpretação - Apreensão das idéias e estabelecimento de relações entre o texto e o contexto.

• Aplicação - Função prática da leitura, de acordo com os objetivos que se propôs. Apesar de todo o avanço tecnológico observado na área de comunicações, principalmente audiovisuais, nos últimos tempos, ainda é, fundamentalmente, através da leitura que se realiza o processo de transmissão/aquisição do conhecimento. Daí a importância capital que se atribui ao ato de ler, enquanto habilidade indispensável. Aprender a ler não é uma tarefa tão simples, pois exige uma postura crítica, sistemática, uma disciplina intelectual por parte do leitor, e esses requisitos básicos só podem ser adquiridos através da prática, da experiência.

Os livros, de modo geral, expressam a forma pela qual seus autores vêem o mundo. Para entendê-los é indispensável não só penetrar em seu conteúdo básico, mas também ter sensibilidade e espírito de busca, para identifi car, em cada texto lido, os vários níveis de signifi cação e as várias interpretações das idéias expostas por seus autores.

Os livros ou textos selecionados servem para leituras ou consultas: podem ajudar nos estudos em face dos conhecimentos técnicos e atualizados que contêm, ou oferecer subsídios para a elaboração de trabalhos científi cos, incluindo seminários, trabalhos escolares, monografi as, etc.

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Finalidades da Leitura

Informação com ou sem objetivo da aquisição de conhecimentos.

• Leitura informativa – cultura em geral. • Leitura formativa – aquisição ou ampliação de conhecimentos.

Motivação para Leitura

A leitura pode ser feita com diferentes finalidades. Em outras palavras, você está lendo para adquirir conhecimentos suficientes para o levarem ao sucesso.

A seleção dos seus textos de leitura deve ser feita a partir daí. As técnicas de leitura que você deverá usar serão escolhidas também a partir dessa finalidade principal. Portanto:

• Determine inicialmente a principal fi nalidade da leitura mantendo as unidades de pensamento, avaliando o que se lê;

• Escolha os textos (livros, apostilas, etc.) tendo em vista a fi nalidade principal da leitura; • Use as técnicas de leitura mais indicadas à fi nalidade fi xada e aos textos a ler; • Proceda à leitura com objetivo determinado, preocupando-se com o conhecimento de todas as palavras, utilizando, para isso, glossários, dicionários especializados da disciplina ou mesmo dicionário geral;

• Interrompa a leitura, quer periódica quer defi nitivamente, se perceber que as informações não são as que esperava ou não são mais importantes;

• Discuta, freqüentemente, o que foi lido com colegas, professores e outras pessoas.

Condições para uma Leitura Proveitosa

Para um estudo proveitoso de um texto, de um artigo ou de um livro, com boa assimilação de seu conteúdo, alguns passos se fazem necessários:

a) atenção - aplicação cuidadosa e profunda da mente, buscando o entendimento, a assimilação dos conteúdos básicos do texto;

b) intenção - interesse ou propósito de conseguir algum proveito por meio da leitura;

c) refl exão - consideração e ponderação sobre o que se lê, observando todos os ângulos, tentando descobrir novos pontos de vista, novas perspectivas e relações; d) espírito crítico - ler com espírito crítico signifi ca fazê-lo com refl exão, não admitindo idéias sem analisar ou ponderar, proposições sem discutir, nem raciocínio sem examinar,

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Metodologia do Trabalho

Acadêmico

Técnicas de Leitura

A leitura não é simplesmente o ato de ler. É uma questão de hábito ou aprendizagem, que pressupõe uma teoria que fundamente o método; uma estratégia a ser empregada; um conjunto de técnicas; e treinamento. Não há, portanto, soluções miraculosas, é preciso que o interessado conheça os métodos, verifi que a sua real contribuição e, através do treinamento, adquira hábitos de leitura tecnicamente mais adequados.

Antes de iniciar uma leitura, e particularmente antes de iniciar o período de treinamento, é importante observar as seguintes condições:

a) ambiente sossegado; b) luz em posição correta;

c) procurar ler sempre no mesmo local e no mesmo horário (isso ajuda a condicionar o organismo);

d) posição correta do livro: a mais indicada é a que forme um ângulo próximo de 90 graus com o tórax, a uma distância aproximada de 30 cm dos olhos (estes devem alcançar um ângulo de visão tal que toda a extensão da linha seja abarcada, sem movimento ocular);

e) não ler tendo pensamentos que o preocupam e possam obstruir freqüentemente a dinâmica da leitura: não trabalhar com duas idéias ao mesmo tempo (acaba não havendo defi nição de nenhuma);

f) ler com propósito defi nido e com decisão.

Quem tem possibilidade de fazer leitura oral, convém que, de vez em quando, a exercite. A leitura oral é sempre indicada quando, após ler e reler um parágrafo ou trecho, ainda não se conseguiu captar-lhe o sentido. Lembre-se que:

a) o “bom leitor” é capaz de ler alto (caso não tenha impossibilidade física ou de outra procedência), com clareza e expressão;

b) lê sem tropeços;

c) todos o entendem e ele gosta do que lê;

d) sabe fazer as pontuações e modulações com naturalidade e agrado;

e) o “bom leitor” revela-se pela leitura oral, porque não lê, mas interpreta através da leitura oral.

Maus Hábitos de Leitura

A maioria dos chamados “maus hábitos” de leitura está relacionado com o emprego dos olhos. Certos hábitos em si não são nem “bons” nem “maus”, mas passam a sê-lo a partir do momento em que seu uso prejudica a leitura; isso, provavelmente, vai variar de pessoa para e) análise - divisão do tema em partes, determinação das relações existentes entre elas, seguidas do entendimento de toda sua organização;

f) síntese - reconstituição das partes decompostas pela análise, procedendo-se ao resumo dos aspectos esprocedendo-senciais, deixando de lado tudo o que for secundário e acessório, sem perder a seqüência lógica do pensamento.

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Eis alguns:

a) Movimentos labiais durante a leitura silenciosa - geralmente são indício de leitura vagarosa: quem o faz está falando para si mesmo, quer tenha consciência disso, quer não. Está lendo palavras e não conjunto de palavras de uma só vez. É possível que o leitor não saiba que move os lábios enquanto lê. É fácil verifi cá-lo: basta colocar o dedo indicador sobre os lábios enquanto estiver lendo – sentirá se os lábios se movem ou não;

b) Movimento da cabeça durante a leitura – este é um defeito apontado unanimemente pelos autores de técnicas de leitura. Quem move a cabeça enquanto lê está fazendo com a cabeça o que os olhos deveriam fazer;

c) Percurso do dedo ao longo da linha durante a leitura – é a prática mais controvertida, inclusive há cursos de leitura dinâmica cuja técnica fundamental é recomendar e treinar o leitor a ler percorrendo com o dedo a linha que se lê. Por outro lado, outros condenam a prática alegando que o percurso do dedo, particularmente através de movimento – parada – movimento – parada ..., está substituindo o movimento que os olhos deveriam fazer. É difícil decidir quem tem razão. Fica a critério de cada um verifi car o que lhe é mais proveitoso;

d) Hábito de ler os sinais e letras e não as idéias – já foi observado em investigações que o “bom leitor” geralmente não constata muitos erros gráfi cos, trocas de letras, deslizes de ortografi a, concordância, etc. Justamente por que lê idéias e não palavras.

Análise de texto

Tendo efetuado a leitura de maneira adequada você pode avançar para a etapa subseqüente do processo de aprendizagem, que perpassa a análise e interpretação.

Vale destacar que podemos e devemos ter criticidade sobre aquilo que lemos ou ouvimos, usando do nosso discernimento para identifi car o necessário, justifi cável e essencial, do circunstancial, esporádico e superfi cial, pois, ainda que sejamos pelos condicionantes sociais e acadêmicos obrigados a reproduzir certos conhecimentos, não podemos perder a noção de análise e refl exão sobre todas as coisas.

Sendo assim, comecemos então a destacar o que é analisar. Analisar signifi ca estudar, decompor, dissecar, dividir, interpretar. De acordo com esse conceito citado, não nos parece claro que a todo instante estamos analisando?

A análise de um texto refere-se ao processo de conhecimento de determinada realidade e implica o exame sistemático dos elementos; portanto, é decompor um todo em suas partes a fi m de poder efetuar um estudo mais complexo, encontrando o elemento-chave do autor, determinando as relações que prevalecem nas partes constitutivas, compreendendo a maneira pela qual estão organizadas e estruturadas as idéias de maneira hierárquica.

Através da análise iremos observar os componentes de um conjunto, perceberemos suas possíveis relações, ou seja, passaremos de uma idéia-chave para um conjunto de idéias mais específicas.

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Metodologia do Trabalho

Acadêmico

A análise de texto tem como objeto:

a) aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto; b) reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto;

c) interpretar o texto, familiarizando-se com idéias, estilos, vocabulários; d) chegar a níveis mais profundos de compreensão;

A primeira medida a ser tomada pelo leitor é o estabelecimento de uma unidade de leitura. Unidade é um setor do texto que forma uma totalidade de sentido. Assim, pode-se considerar um capítulo, uma seleção ou qualquer outra subdivisão. Toma-se uma parte que forme certa unidade de sentido para que se possa trabalhar sobre ela. Dessa maneira, determinam-se os limites no interior dos quais se processará a disciplina do trabalho de leitura e estudo em busca da compreensão da mensagem.

De acordo com essa orientação, a leitura de um texto, quando feita para fi ns de estudo, deve ser feita por etapas, ou seja, apenas terminada a análise de uma unidade é que se passará à seguinte. Terminado o processo, o leitor se verá em condições de refazer o raciocínio global do livro, reduzindo-o a uma forma sintética.

Etapas da Análise e Interpretação de Textos:

O que devo identifi car num texto?

Recomendações Esquemáticas:

e) reconhecer o valor do material, separando o importante do secundário; f) desenvolver a capacidade de distinguir fatos, hipóteses e problemas; g) encontrar as idéias principais ou diretrizes e as secundárias;

h) perceber como as idéias se relacionam;

i) identifi car as conclusões e as bases que as sustentam.

a) Evite pensar preconceituosamente; b) É preciso distinguir fatos de opiniões;

c) Evite concluir quando tem insufi ciência de dados e quando ainda não formulou todas as hipóteses possíveis;

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a) Para uma análise textual (Superfi cial) • Estabeleça as várias unidades de leitura;

• Leia rapidamente o texto completo, assinalando na margem as palavras desconhecidas e pontos que requerem melhor esclarecimento;

• Esclareça o sentido das palavras desconhecidas e as eventuais dúvidas que tenham surgido no texto;

• Faça um esquema do teor do texto estudado;

• Se possível, informe-se melhor sobre o autor e o texto. b) Para uma análise temática

• Releia o texto por unidade de leitura, de modo refl exivo, com o propósito de aprender o conteúdo;

• Procure no texto completo as respostas para perguntas do tipo: de que trata esse texto? O que mantém a sua unidade global?

• Examine cada elemento do texto identifi cando se faz parte do esboço do texto ou se é um elemento que, apesar de importante, rico ou bem documentado é, no máximo, um elemento complementar ou secundário;

• Só encerre a análise temática quando estiver seguro de que o esquema defi nitivo que produziu realmente expressa o pensamento do autor.

c) Para uma análise interpretativa (Raízes)

• Não se deixe tomar pela subjetividade, dramaticidade ou persuasão do texto; • Relacione as idéias do autor com o contexto fi losófi co e científi co de sua época e da atualidade;

• Faça uma leitura das entrelinhas a fi m de inferir o que não está explícito no texto; • Adote uma posição crítica, a mais objetiva possível, com relação ao texto;

• Faça o resumo do que estudou;

Tema - idéia central ou assunto tratado

pelo autor, o fenômeno que se discute no decorrer do texto. Em primeiro lugar, busca-se saber do que fala o texto. A resposta a esta questão revela o tema ou assunto da unidade.

Problema - apreensão da problemática,

aquilo que “provocou” o autor, isto é, pode ser visto como o questionamento de motivação do autor.

Tese - a idéia de afirmação do autor

a respeito do assunto. Captada a problemática, a terceira questão surge espontaneamente: o que o autor fala sobre o tema, ou seja, como responde

à difi culdade, ao problema levantado? Que posição assume, que idéia defende, o que quer demonstrar? A resposta a esta questão revela tese, proposição fundamental: trata-se sempre da idéia mestra, da idéia principal defendida pelo autor naquela unidade.

Objetivo - a finalidade que o autor

busca atingir. Que mensagem ele espera transmitir com o texto. O objetivo pode estar explícito ou implícito no texto.

Idéias centrais - idéias principais do texto.

A cada parágrafo podemos selecionar idéias centrais ou secundárias.

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Metodologia do Trabalho

Acadêmico

d) Para uma problematização: discussão do texto

• Levantar e debater questões explícitas ou implícitas no texto; • Debater questões afi ns sugeridas pelo leitor.

e) Para uma síntese pessoal: reelaboração pessoal

• Desenvolver a mensagem mediante retomada pessoal do texto e raciocínio personalizado;

• Elaborar um novo texto, com redação própria, com discussão e refl exão pessoais.

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Sistematização do Conhecimento

A necessidade de romper com a tendência fragmentadora e desarticulada do processo do conhecimento justifi ca-se pela compreensão da importância da interação e transformação recíprocas entre as diferentes áreas do saber. Essa compreensão crítica colabora para a superação da divisão do pensamento e do conhecimento, que vem colocando a pesquisa e o ensino como processo reprodutor de um saber parcelado que conseqüentemente muito tem refl etido na profi ssionalização, nas relações de trabalho, no fortalecimento da predominância reprodutivista e na desvinculação do conhecimento do projeto global de sociedade.

Portanto, faz-se necessária a produção e a sistematização do conhecimento, no sentido de ampliar as possibilidades de minimizar a complexidade do mundo em que vivemos. Neste sentido, a interdisciplinaridade aparece como entendimento de uma nova forma de institucionalizar a produção do conhecimento, possibilitando a articulação de novos paradigmas, as determinações do domínio das investigações, as pluralidades dos saberes e as possibilidades de trocas de experiências.

A seguir, verifi caremos as diversas técnicas de sistematizar o conhecimento e as suas devidas aplicações práticas. Vamos a elas!

Técnica para Sublinhar

A leitura informativa, também, denominada de leitura de estudo, como visto, pretende, através das técnicas, evidenciar ao estudante como deve ele proceder para melhor estudar e absorver os conteúdos e signifi cados do texto. As sucessivas etapas são o caminho a ser percorrido. Para tanto, mais duas outras técnicas são necessárias: saber como sublinhar e como fazer os resumos da parte lida.

Em primeiro lugar, devemos compreender que cada texto, capítulo, subdivisão ou mesmo parágrafo tem uma idéia principal, um conceito fundamental, uma palavra-chave que se apresenta como fi o condutor do pensamento. Como geralmente não se destaca do restante, descobri-lo é a base de toda a aprendizagem. Na realidade, em cada parágrafo deve-se captar esse fator essencial, pois a leitura que conduz à compreensão é feita de tal modo que as idéias expressas são organizadas numa hierarquia para se descobrir a palavra-chave. Ao descobrir, concretizar e formular as idéias diretrizes dos parágrafos, encontra-se todo o fi o condutor que dá unidade ao texto, que desenvolve o raciocínio que demonstra as proposições.

Por sua vez, a idéia-mestra não se apresenta desprovida de outras, que revelam pormenores importantes, gravitando ao seu redor, como uma miniatura do sistema solar. Nas proximidades da idéia principal aparecem argumentos que a justifi cam, analogias que a esclarecem, exemplos que a elucidam e fatos aos quais ela se aplica. É por esse motivo que o bom leitor utiliza o recurso de sublinhar, de assinalar com traços verticais às margens, de utilizar cores e marcas diferentes para cada parte importante do todo.

Normas para Sublinhar

a) Leitura integral do texto;

b) Esclarecimento de dúvidas de vocabulário, termos técnicos e outras; c) Releitura do texto, para identifi car as idéias principais;

d)Não sublinhar após a primeira leitura;

TÉCNICA PARA SUBLINHAR; TÉCNICA PARA

ESQUEMATIZAR; TÉCNICA PARA FICHAR;

TÉCNICA PARA RESUMIR

Referências

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