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Estrutura e redação de trabalhos acadêmicos; redação Científi ca (Normas da ABNT)

No documento METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO (páginas 41-49)

Toda atividade pressupõe o uso de normas que visam auxiliar e uniformizar os procedimentos, melhorando a comunicação de modo geral, além de imprimir qualidade e facilitar o intercâmbio de informações. Desta forma, a normalização ou o conjunto de procedimentos padronizados se aplica à elaboração de documentos técnicos e científi cos, organizando conteúdo e forma destes documentos de forma geral.

No caso específi co de redação de trabalhos acadêmicos, esta deve atender a algumas características para que a transmissão da informação e a sua compreensão por parte do leitor sejam efi cazes. Alguns dos princípios básicos desta interação que deve existir entre autor e leitor são os seguintes:

a) Clareza de expressão: Todo o texto escrito deve ser perfeitamente compreensível pelo leitor. Este não deve ter nenhuma difi culdade para entender o texto. As sentenças estão bem construídas? As idéias estão bem encadeadas? Há uma seqüência adequada na apresentação dos seus resultados e de sua argumentação? Leia cuidadosamente o que escreveu, como se você fosse o seu leitor.

b) Objetividade na apresentação: Convém selecionar os conteúdos que farão parte do seu texto. Selecione a informação que você dispõe e apresente só o que for relevante. Elabore um relato lógico, objetivo e, se possível, retilíneo, tanto das observações como do raciocínio. Isto é ainda mais importante em um artigo, em que a concisão é geralmente desejada pelo periódico e pelo leitor.

c) Precisão na linguagem: A linguagem científi ca deve ser precisa. Cuidado com termos vagos ou que podem ser mal interpretados. As palavras e fi guras que entrarão no seu texto devem ser escolhidas com cuidado para exprimir o que o você tem em mente d) Utilização correta das regras da língua: Escrever erradamente pode resultar de ignorância ou de desleixo. Se for por ignorância, informe-se melhor, consulte dicionários e textos de gramática. Se for por desleixo, o leitor (e membro da Banca Examinadora) terá todo direito de pensar que o trabalho em si também foi feito com desleixo. Seja qual for a razão, é um desrespeito ao leitor.

Trabalho Científi co

Os trabalhos científi cos devem ser elaborados de acordo com normas preestabelecidas e com os fi ns a que se destinam, devendo ser inéditos ou originais e contribuírem não só para a ampliação de conhecimentos ou a compreensão de certos problemas, mas também

Os trabalhos científi cos, originais, devem permitir a outro pesquisador, baseado nas informações dadas:

a)reproduzir as experiências e obter os resultados descritos, com a mesma precisão e sem ultrapassar a margem de erro indicada pelo autor;

b)repetir as observações e julgar as conclusões do autor;

c) verificar a exatidão das análises e deduções que permitiram ao autor chegar às conclusões.

Aponta-se como trabalhos científi cos, aqueles que apresentam uma das seguintes características:

a) Observações ou descrições originais de fenômenos naturais, espécies novas, estruturas e funções e variações, dados ecológicos, etc.;

b) Trabalhos experimentais cobrindo os mais variados campos e representando uma das mais férteis modalidades de investigação, por submeterem o fenômeno estudado às condições controladas da experiência;

c)Trabalhos teóricos de análise ou síntese de conhecimentos, levando à produção de conceitos novos por via indutiva ou dedutiva; apresentação de hipóteses, teorias, etc.

Os trabalhos científi cos podem ser realizados com base em fontes de informações primárias ou secundárias e elaborados de várias formas, de acordo com a metodologia e com os objetivos propostos.

A seguir, apresentamos algumas normas atualizadas para elaboração de trabalhos científi cos, retiradas da própria ABNT.

Metodologia do Trabalho

Acadêmico

Resenha

A Resenha é uma descrição minuciosa que compreende certo número de fatos. Resenha crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, no resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista.

Pode ser conceituado, também, como um resumo crítico, contudo, mais abrangente, além de reduzir o texto, permite opiniões e comentários, incluindo, ainda, julgamentos de valor, tais como comparações com outras obras da mesma área e avaliação da relevância da obra com relação às outras do mesmo gênero (ANDRADE, 1995).

É um tipo de trabalho que exige conhecimento do assunto, para estabelecer comparação com outras obras da mesma área, e maturidade intelectual, para fazer avaliação e emitir juízo de valor (ANDRADE, 1995).

Sua fi nalidade é informar ao leitor, de maneira objetiva e cortês, sobre o assunto tratado no livro, evidenciando a contribuição do autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas

Estrutura e redação de trabalhos acadêmicos;

redação Científi ca (Normas da ABNT)

“ R e s e n h a r s i g n i f i c a f a z e r u m a r e l a ç ã o das propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes, descrever as circunstâncias que o envolvem”.

Elementos de uma resenha

• Reais: reuniões e acontecimentos em geral;

• Textuais: livros, peças teatrais, texto, fi lmes e, etc.

Aspectos Gerais (da Resenha)

• Desenvolve a capacidade de síntese, interpretação e crítica; • Utiliza-se a linguagem na terceira pessoa;

• Conduz o leitor para informações puras;

• Resenha é diferente de Resumo. Ela admite juízo valorativo, comentário, crítica, enquanto o resumo pode abolir tais elementos.

Estrutura da Resenha Crítica

a) Referência Bibliográfi ca:

• Autor. Título da obra. Local da edição, Editora, Data. Número de páginas. b) Credenciais do autor:

• Informações sobre o autor, nacionalidade, formação universitária, títulos, cargos exercidos e obras publicadas.

c) Resumo da obra (digesto):

• Resumo das principais idéias expressas pelo autor;

• Descrição sintetizada do conteúdo dos capítulos ou partes em que se divide a obra. d) Conclusões da autoria:

• Podem ser separadas no fi nal da obra ou apresentadas no fi nal dos capítulos. Caso não se apresentem separadas do corpo da obra, o resenhista, analisando o trabalho, deve indicar os principais resultados obtidos pelo autor.

• Indica os resultados obtidos pelo autor; • Quais as conclusões a que o autor chegou?

Metodologia do Trabalho Acadêmico e) Metodologia do autor: • Método de abordagem; • Método de procedimento; • Modalidade empregada; • Técnicas utilizadas.

f) Crítica do resenhista (apreciação da obra):

• É o momento de posição pessoal do resenhista:

• Julgamento da obra do ponto de vista metodológico (coerência entre a posição central e a explicação, discussão e demonstração; adequado emprego de métodos e técnicas específi cas).

• Qual a contribuição da obra?

• Como é o estilo do autor: conciso, objetivo, simples? Idealista? Realista? g) Indicações do resenhista:

• A quem é dirigida a resenha (estudantes, especialistas, leitores em geral) • Fornece subsídios para o estudo de que disciplina(s)?

• Pode ser adotada em que tipo de curso?

Artigo Científi co

O artigo científi co consiste na apresentação sintética dos resultados da pesquisa ou estudo realizados a respeito de uma questão, contendo idéias novas ou abordagens que complementam estudos já feitos, observando-se a sua apresentação em tamanho reduzido, o que limita de constituir-se em matéria para dissertação, tese ou livro.

O objetivo principal de um artigo é o de ser uma maneira rápida e sucinta de divulgar, em revistas especializadas, a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias que serviram de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados alcançados e as principais difi culdades encontradas no processo de pesquisa ou análise de

A arte de escrever artigos científi cos constrói-se no dia-a-dia, através da experiência e da cultura. Para se fazer um bom artigo científi co deve-se fazer uma descrição seqüencial dos componentes típicos de um documento desta natureza.

O artigo científi co comunica idéias e informações de maneira clara e concisa. Sua característica principal é ser publicado em periódicos científi cos.

Quanto à análise de conteúdo, os artigos estão divididos nos seguintes tipos:

• Artigo de divulgação: É o relato analítico de informações atualizadas sobre um tema de interesse para determinada especialidade. Não requer necessariamente uma revisão de literatura retrospectiva.

• Artigo de revisão: São conhecidos como “reviews”. Os artigos de revisão com enfoque histórico devem obedecer a uma ordem cronológica de pensamento. A estrutura e a apresentação de um artigo científico se modificam de uma revista para outra.

A ABNT apresenta na NBR 6022 (antiga NB 61) algumas condições exigíveis para orientar colaboradores e editoras de publicações periódicas, no sentido de uma apresentação racional e uniforme dos artigos nela contidos.

Considera-se como didático para a elaboração de um artigo científi co a estrutura que segue abaixo:

• Título (Title). Descreve de forma lógica, rigorosa, breve e gramaticalmente correta a essência do artigo. Por vezes, opta-se por títulos com duas partes.

• Autor e fi liação (Author and affi liation). Indicação do nome do autor (ou autores) e da instituição a que pertence(m). É freqüente indicar também o endereço de correio eletrônico.

• Resumo (Abstract). Não deve exceder 200 palavras e deve especifi car de forma concisa, mas não telegrafi camente. O resumo não é uma introdução ao artigo, mas sim um descrição sumária da sua totalidade, na qual se procura realçar os aspectos mencionados. Não se devem citar referências bibliográfi cas no resumo. Convém lembrar que um resumo pode vir a ser posteriormente reproduzido em publicações que listam resumos (de grande utilidade para o leitor decidir se está ou não interessado em obter e ler a totalidade do artigo).

• Palavras-chaves (Keywords). Por vezes é pedido que um artigo seja acompanhado por um conjunto de palavras-chaves que caracterizem o domínio ou domínios em que ele se inscreve. Estas palavras são normalmente utilizadas para permitir que o artigo seja posteriormente encontrado em sistemas eletrônicos de pesquisa. Por isso, deve-se escolher palavras-chaves tão gerais e comuns quanto possível. • Introdução (Introduction). A introdução fornece ao leitor o enquadramento para a leitura do artigo e deve esclarecer a natureza do problema cuja resolução se descreve no artigo.

• Corpo do artigo (Body of the paper). Constitui a descrição, ao longo de vários parágrafos, de todos os pontos relevantes do trabalho realizado.

• Conclusões (Conclusions). Devem ser enunciadas claramente e deverão cobrir o que é que o trabalho descrito no artigo conseguiu e qual a sua relevância, e as vantagens e limitações das propostas que o artigo apresenta.

•Agradecimentos (Acknowledgments). Um artigo científi co resulta, com freqüência, do empenho de muita gente, para além dos que o assinam como autores

Metodologia do Trabalho

Acadêmico

Papers

Paper consiste em um “pequeno artigo científico ou texto elaborado para comunicação em congressos sobre determinado tema ou sobre os resultados de um projeto de pesquisa. Deve possuir a mesma estrutura formal de um artigo” (MARCANTONIO; SANTOS; LEHFELD, 1993, p. 71).

Comunicações Científi cas

A comunicação científi ca, segundo Asti Vera (1976, p. 164), “é uma informação limitada pela sua extensão pelas normas estabelecidas pelo local onde é apresentada” (congressos, jornadas, sociedade científi ca, seminários, semanas de estudos e outros eventos científi cos), “na qual se expõem os resultados de uma pesquisa original”, inédita e criativa, a ser posteriormente publicada em anais ou revistas científi cas.

A comunicação científi ca deve trazer informações científi cas novas e atualizadas de um tema ou problema ou conter revisão crítica dos estudos realizados, mas “não permite, devido à sua redação, que os leitores possam verifi car tais informações: as notas simplesmente informam” (SALVADOR, 1982, p. 23).

A comunicação é considerada um trabalho informativo devido ao tempo limitado do relato da informação em eventos científi cos e também aos resultados da pesquisa que, muitas vezes, ainda estão em andamento.

Ao apresentar a comunicação, o pesquisador deverá enfatizar o que está estudando, os procedimentos metodológicos, formulando de forma precisa, clara e simples o tema investigado e a síntese completa das principais informações e/ou argumentos ao público apresentados (MARCANTONIO; SANTOS;LEHFELD, 1993, p. 71).

Tendo em vista os princípios da comunicação, esta não precisa se deter muito em desenvolvimento analítico, o importante é apresentar a idéia, a teoria ou o experimento realizado de maneira bem fundamentada (ASTI VERA, 1976, p. 164).

Embora a comunicação científi ca seja predominantemente uma apresentação oral, pode o pesquisador pretender publicá-la sobre a forma escrita.

Para tal, deve-se cuidar da linguagem, da forma e da estrutura de sua apresentação, exigindo um rigor metodológico e aparato técnico comuns a todo tipo de trabalho científi co.

Relatório

O relatório consiste na apresentação fi nal de estudo, pesquisa e atividade em que, além dos dados coletados, o autor comunica resultados, conclusões e recomendações a respeito do assunto trabalhado. Para Keller e Bastos (1991, p. 74), o relatório é constituído dos seguintes elementos:

a) apresentação: capa e folha de rosto;

elementos da equipe e amigos que contribuíram, de uma forma ou outra, para a sua existência e qualidade. É neste ponto de um artigo científi co (entre as “Conclusões” e as “Referências”) que se colocam os “Agradecimentos”.

• Referências (References). Trata-se de uma listagem dos livros, artigos ou outros elementos bibliográfi cos que foram referenciados ao longo do artigo.

b) resumo: Ver texto “Artigo científi co”;

c) introdução: inclui objetivos, justifi cativas e hipóteses trabalhadas;

d) metodologia: inclui técnicas utilizadas, universo (população) da pesquisa e amostra; e) embasamento teórico: teoria que sustenta o trabalho, levantamento de estudos já realizados sobre o assunto e defi nição de conceitos;

f) apresentação dos dados coletados e análise dos mesmos; g) interpretação dos dados coletados e analisados;

h) conclusão: decorrência natural da análise e interpretação dos dados; i) recomendação e sugestões: indicações práticas extraídas das conclusões; j) apêndice: materiais ilustrativos elaborados pelo autor do relatório;

k) anexo: materiais ilustrativos não elaborados pelo autor do relatório;

l) referências bibliográfi cas: relação das obras e documentos consultados, de acordo com as normas atuais da ABNT.

Memorial

Trata-se de uma autobiografi a que descreve, analisa e critica acontecimentos sobre a trajetória acadêmico-profi ssional e intelectual do autor, avaliando cada etapa da sua experiência. Deve incluir todas as fases do autor, enfatizando-se as fases mais signifi cativas e importantes. Deve-se destacar as experiências mais relevantes, fazendo-Deve-se um comparativo entre a vida profi ssional e a vida pessoal, evidenciando-se as infl uências de uma para com a outra e vice-versa.

O memorial deve ser iniciado com uma breve introdução, evidenciando a fi nalidade da elaboração do mesmo. Deve-se incluir em sua estrutura informações signifi cativas, como formação do autor, atividades tecno-científi cas e artístico-culturais importantes, produções científi cas, dentre outras. O texto do memorial deve ser escrito na primeira pessoa do singular.

Estrutura de um Memorial:

a) Capa e folha de rosto – deve conter nome, título (memorial), local, ano; b) Sumário – deve vir logo depois da folha de rosto;

c) Corpo do memorial – apresenta-se de forma narrativa. Deve-se inserir comentários sobre as diversas etapas da vida pessoal, acadêmica e profi ssional do autor. As folhas devem vir numeradas com algarismos arábicos.

Apresentação Gráfi ca de um Memorial (formatação)

a) Formato do papel – recomenda-se a utilização de papel A4 (210x297mm); b) Digitação – margens: superior, inferior e esquerda = 3cm e inferior = 2cm; c) Entrelinhamento do texto – 1,5 linha;

Metodologia do Trabalho

Acadêmico

d) Fonte e tamanho da letra – preferencialmente Times New Roman ou Arial 12;

e) Paginação – Numerar as páginas com algarismos romanos minúsculos no centro inferior, sendo que a capa e a folha de rosto não são contadas e não recebem número. As folhas textuais são numeradas com algarismos arábicos, no canto superior direito, ou centralizada ao pé da folha. A primeira folha de texto é contada, mas não numerada.

No documento METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO (páginas 41-49)