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Rev. bras. ortop. vol.52 número1

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Academic year: 2018

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(1)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Osteotomia

artroscópica

de

realinhamento

subcapital

no

tratamento

da

epifisiólise

proximal

do

fêmur

crônica

e

estável:

resultados

precoces

Bruno

Dutra

Roos

,

Marcelo

Camargo

de

Assis,

Milton

Valdomiro

Roos,

Antero

Camisa

Júnior,

Ezequiel

Moreno

Ungaretti

Lima

e

Rodolfo

Cavanus

Pagani

UniversidadedePassoFundo,HospitalOrtopédicodePassoFundo,FaculdadedeMedicina,PassoFundo,RS,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem1defevereirode2016 Aceitoem29demarçode2016 On-lineem15dejulhode2016

Palavras-chave: Epífisedeslocada Quadril

Cabec¸adofêmur Artroscopia Crianc¸a

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Avaliarosresultadosclínicoseradiográficos,bemcomoascomplicac¸õesda oste-otomiaderealinhamentosubcapitalporviaartroscópicaparatratamentoda epifisiólise proximaldofêmur(EPF)crônicaeestável,relativosaumasérieinicialdepacientes. Con-formeanálisedaliteratura,oestudoapresentaaprimeiradescric¸ãodetécnicaartroscópica dessetipodeosteotomia.

Métodos:Entrejunhode2012adezembrode2014,setepacientesforamsubmetidosà oste-otomiaderealinhamentosubcapitalporviaartroscópicaparatratamentodaEPFcrônicae estável.Aidademédiadospacientesfoide11anosequatromeses.Oseguimentomínimo foideseisa36meses(médiade16,5meses).Ospacientesforamavaliadosclinicamente de acordocomoHarrisHipScoremodificadopor Byrderadiograficamenteconformea classificac¸ãoquantitativadeSouthwickeoânguloepifisio-diafisário.Complicac¸ões pós--operatóriasforamanalisadas.

Resultados: Comrelac¸ãoàavaliac¸ãodoescoreclínicoHarrisHipScoreModificadoporByrd, observou-semédiapré-operatóriade35,8pontosepós-operatóriade97,5pontos(p<0,05). Radiograficamente,cincopacientesforamclassificadoscomograuIIedoiscomograuIII

deSouthwick.Observou-secorrec¸ãomédiadoânguloepifisio-diafisáriode40o.Nãohouve complicac¸õespós-operatóriasimediatas.Umpacienteevoluiucomnecroseavascularda cabec¸afemoral,semcolapsooucondrólisenoúltimoseguimento(22meses).

Conclusão:AtécnicaartroscópicaapresentadapelosautoresparatratamentodaEPFcrônica eestávelresultouemmelhoriaclínicaeradiográficadospacientesnestasérieinicial.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

TrabalhodesenvolvidonaCirurgiadoQuadril,HospitalOrtopédicodePassoFundo(HOPF),PassoFundo,RS,Brasil. ∗ Autorparacorrespondência.

E-mail:brunodroos@gmail.com(B.D.Roos).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.03.010

(2)

slipped

capital

femoral

epiphysis:

early

results

Keywords: Epiphyses,Slipped Hip

Femurhead Arthroscopy Child

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: Thisstudyaimedtoevaluatetheclinicalandradiographicoutcomes,aswellas thecomplicationsofarthroscopicsubcapitalrealignmentosteotomyinchronicandstable slippedcapitalfemoralepiphysis(SCFE).Asindicatedbytheliteraturereview,thisisthe firsttimethistypeofarthroscopicosteotomywasdescribed.

Methods: BetweenJune2012andDecember2014,sevenpatientsweresubmittedto arth-roscopicsubcapitalrealignmentosteotomyinchronicandstableSCFE.Themeanagewas 11yearsand4months,andthemeanfollow-upperiodwas16.5months(6-36).Clinical resultswereevaluatedusingtheModifiedHarrisHipScore(MHHS),whichwas measu-redpre-andpostoperatively.RadiographswereevaluatedusingtheSouthwickquantitative classificationandtheepiphysis-diaphysisangle(pre-andpostoperatively).Complications wereassessed.

Results: ThemeanpreoperativeMHHSwas35.8points,and97.5pointspost-operatively (p<0.05).Radiographically,fivepatientswereclassifiedasSouthwickclassificationgrade

IIandtwoasgradeIII.Themeancorrectionoftheepiphysis-diaphysisanglewas40o.No immediatepostoperativelycomplicationswereobserved.Onepatientpresentedfemoral headavascular necrosis,without collapseor chondrolysisatthemostrecentfollow-up (22months)

Conclusion: Thearthroscopictechniquepresentedforsubcapitalrealignmentosteotomy inchronicandstableSCFEshowedsatisfactoryclinicalandradiographicoutcomesina 16.5monthsfollow-upperiod.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Aepifisióliseproximaldofêmur(EPF)éadoenc¸amaiscomum no quadril do adolescente, com frequência estimada em 10,8 a cada 100.000 indivíduos.1 Estudos recentes da

bio-mecânica do impacto femoroacetabular (IFA) indicam que pequenasdeformidadesanatômicasquepodemdecorrerda EPFsãopotenciaiscausadorasdedanoscondraisacetabulares permanentes2,3elevamàosteoartroseprecoce.

Não há consenso com relac¸ão à melhor opc¸ão de tratamento da EPF, especialmente seconsiderarmos escor-regamentos de alto grau (grau II e III da Classificac¸ão de Southwick).4 Alguns autores indicam o tratamento com

fixac¸ão in situ nesses casos por tratar-se de procedimento combaixoíndicedecomplicac¸ões.Acreditamqueo remode-lamentodadeformidaderesidualdoquadrilduranteo cresci-mentopermitafunc¸ãoadequada.5,6Outros,comoos

presen-tes,indicamcorrec¸ãonofocodadeformidade(osteotomiade realinhamentosubcapital)parareduc¸ãoanatômicadaepífise ediminuic¸ãodoriscodedegenerac¸ãocondralsubsequente.7

Asprincipaiscríticasdosautorescontráriosaousoda téc-nicadeosteotomiaderealinhamentosubcapitalsãoorisco decomplicac¸ões,comonecroseavasculardacabec¸afemoral (NACF)econdrólise,quepodemvariaraaté28%doscasos.8

Porém,ocrescentenúmerodeestudosnessaáreatem permi-tidoreduzirascomplicac¸ões,éfundamentalaobservac¸ãode detalhestécnicosdepreservac¸ãodosuprimentovascularda epífiseduranteoprocedimento.7

O objetivo dopresente trabalho é avaliar os resultados clínicoseradiográficos eascomplicac¸õesdaosteotomiade realinhamento subcapital por via artroscópica para trata-mentodaEPFcrônicaeestávelrelativosaumasérieinicial depacientes.

Conformeanálisedaliteraturaexistente,estaéaprimeira descric¸ãodaosteotomiaderealinhamentosubcapitalporvia artroscópicaparatratamentodaEPFcrônicaeestável.

Material

e

métodos

Estudo retrospectivode pacientes queforam submetidos a osteotomia de realinhamento subcapital por via artroscó-picaparatratamentodaEPF,operadosentrejunhode2012a dezembrode2014.ForamincluídospacientescomEPFcrônica (maisdetrêssemanasdeevoluc¸ão,semagudizac¸ãodos sinto-mas),estável,3degrauIIouIIIdeSouthwick,semtratamento

(3)

Proximal

B

A

L

C

CF

Lateral

Lateral

Distal Medial

Medial

Anterior

Posterior C

CF D

Figura1–A,imagemtransoperatóriadeartroscopiadequadrilpararealinhamentosubcapitalnotratamentodaEPFcrônica eestávelqueevidenciaaexposic¸ãodolabrum(L),dacabec¸afemoral(C)edocolofemoral(CF).B,caracterizac¸ãodecorte

axialdoquadrilesquerdoqueevidenciaacabec¸afemoral(C),ocolofemoral(CF)eadeformidadetipoCAMEdocolofemoral (D)decorrentedacronicidadedaEPF.

Quantoaosaspectosclínicos,ospacientesforamavaliados préepós-operatoriamentedeacordocomoHarrisHipScore modificadoporByrd(MHHS)apudGuimarãesetal.9

Radiograficamente avaliaram-se os casos nas incidên-ciasanteroposterior de pelve ebatráquio. Para determinar o grau de escorregamento pré-operatório, os critérios de Southwick4foramusadoseoscasosforamclassificadosem

grau I (até 30o), grau II (30o a 60o) e grau III (acima de 60o).Ograudecorrec¸ãodoescorregamentotambémfoi afe-rido,compararam-seasmedidasdoânguloepifisio-diafisário4

(ÂED) pré e pós-operatoriamente na incidência batráquio. Duranteoseguimento,a presenc¸adenecroseavascularda cabec¸afemorale/oucondrólisefoianalisada.

Ométodoestatísticoempregadoparaanálisedasvariáveis pareadas(MHHS,ÂED)foiotestedeWilcoxon,considerado estatisticamentesignificativoquandop<0,05.

Técnica

cirúrgica

Nessescasos,anestesiageralcombloqueiodonervofemoral éusada.Oexamefísicodoquadrilcomopacientesob anes-tesiaéfeitoparaavaliarpassivamenteoarcodemovimento bilateralmente.

Opacienteécolocadonaposic¸ãosupinaemmesa radio-transparente.Nãousamosmesadetrac¸ãoortopédicadevidoà necessidadedemaiormobilidadedoquadrilparaasmúltiplas manobras transoperatórias. A pelve é levemente inclinada paraoladocontralateraleusa-seumcoximradiotransparente sobahemipelveaseroperada.

As referências anatômicas são demarcadas com caneta apropriada.Umalinhaverticalapartirdaespinhailíaca ante-rossuperior é delimitada em direc¸ão ao centro da patela. Demarca-seabordaanterior,posterioreproximaldotrocanter maiordofêmur.Osportaissãoposicionadoscomassistência de fluoroscopia. O primeiroportal estabelecidoé o médio--anterior (MAP),que é o da câmera.Subsequentemente, o

médio-anteriorproximal(PMAP),queéodetrabalho,é esta-belecido emlocalizac¸ãoque permita acessoparalelo à fise proximaldofêmur.

A abordagem artroscópica que usamos para o reali-nhamento subcapital é a extracapsular,10 que segue o

acesso ao compartimento articular periférico descrito por Sampson.11

Comomembroaseroperadoemposic¸ãoneutraeapóso estabelecimentodosportaisartroscópicos,faz-seadissecc¸ão dacápsulaarticularanterioredomúsculoiliocapsular,com radiofrequênciaeshaveratéobtenc¸ãodeexposic¸ãoadequada. Faz-seentãoacapsulotomiaemTnocolofemoral,quepode serestendidaconformeanecessidade.Aseguir,faz-sea cap-sulectomiaatéqueseobtenhaexposic¸ãoadequadadaregião anterior da metáfise e epífise do fêmur proximal, em sua extensãomédio-lateral.Comaradiofrequênciaprocede-seà aberturalongitudinaldoperiósteoeaseudescolamentojunto aocolofemoral,oquepermiteformarumflapretinacularem conjuntocomaepífise(fig.1).

Após exposic¸ão adequada faz-se a osteocondroplastia femoraldatransic¸ãocolo-cabec¸a,quepermiteressecc¸ãoda deformidadetipoCAMEformadapelacronificac¸ãodaEPFe melhoridentificac¸ão dafise (fig.2). Emgrausmaisseveros deescorregamento,podesernecessáriaarotac¸ãoexternae a extensão domembro para exposic¸ão da placa epifisária. Aosteotomiaéfeita 2mmdistaisàfise(parafacilitar pos-teriorencurtamentodocolo)comosteótomocurvoespecífico emdiferenteslocaisdaplacaepifisáriaatécompletaseparac¸ão da epífise eda metáfise. Todos os pacientes apresentavam placaepifisáriaaberta,nãohouvedificuldadesduranteesse momentocirúrgico(fig.3).

(4)

C

CF Lateral

Lateral

Distal Medial

Medial

Posterior C

CF

Figura2–A,imagemtransoperatóriadequadrilesquerdoapósosteocondroplastiadocolofemoralparacorrec¸ãoda deformidadetipoCAMEqueevidenciaacabec¸afemoral(C)eocolofemoral(CF).B,caracterizac¸ãodecorteaxialdoquadril esquerdoqueevidenciaacabec¸afemoral(C)eocolofemoral(CF)apósosteocondroplastiadocolofemoralparacorrec¸ão dadeformidadetipoCAME.

Proximal

B

A

OC

OC

CF

Lateral

Lateral

Distal Medial

Medial

Anterior

Posterior C

CF

FC

Figura3–A,imagemtransoperatóriadequadrilesquerdoqueevidenciaocolofemoral(CF)eoosteótomocurvo(OC) duranteosteotomiadocolononíveldafisedecrescimento.B,caracterizac¸ãodecorteaxialdoquadrilesquerdoque evidenciaacabec¸afemoral(C),ocolofemoral(CF),afisedecrescimento(FC)eoosteótomocurvo(OC)posicionado paraosteotomiadocolo.

Porfim,faz-seamanobradeabduc¸ãoerotac¸ãointernado quadrilparareduc¸ãodaosteotomia(fig.5).Umparafuso6.5 esponjosoderoscaparcialéusadoparafixac¸ãopercutânea (figs.6–8).

Parareduzirorisco denecroseavascularda epífise pro-ximaldofêmuréfundamental,nomomentodaosteotomia docolo,queseeviteodirecionamentodoosteótomoparao retináculoposterossuperior(quecontémosramosterminais daartériacircunflexamedial)eaartériaretinacularinferior (quesedirecionaàepífiseporforadotecidoretinaculardo colodofêmurnoligamentomedialdeWeitbrecht),quenão sãovisualizadosduranteaartroscopia.Damesmaforma,o encurtamentodo colo femoral e a ressecc¸ãoadequada da neoformac¸ãoósseaposteromedialsãofundamentaispara evi-tartensionamentoexcessivodosvasosduranteamanobrade reduc¸ãodaosteotomia.

Pós-operatoriamente, mantemos o paciente internado durante 24 horaspara observac¸ão de suaevoluc¸ão clínica.

Usamos Naproxeno durante 30 dias para prevenc¸ão de ossificac¸ão heterotópica e orientamos o uso de mule-tas sem apoio do membro inferior operado pelo mesmo período, sem restric¸ões ao arco de movimento doquadril. Aos 30 dias de pós-operatório fazemos exames radiográfi-cos de controle, quandoapoio total do membroinferior é permitido.

Resultados

(5)

Proximal

B

A

CA

CF

Lateral

Lateral

Distal Medial

Medial

Anterior

Posterior

C CF

CA

Figura4–A,imagemtransoperatóriadequadrilesquerdoqueevidenciaocolofemoral(CF)eacuretaartroscópica(CA) durantecuretagemdocolofemoralparaencurtamentodeleeressecc¸ãodaneoformac¸ãoósseaposteroinferior.

B,caracterizac¸ãodecorteaxialdoquadrilesquerdoqueevidenciaacabec¸afemoral(C),ocolofemoral(CF)eacureta artroscópica(CA).

Lateral Medial

Anterior

Posterior C

CF

Figura5–Caracterizac¸ãodecorteaxialdoquadrilesquerdo queevidenciaacabec¸afemoral(C)eocolofemoral(CF) apósreduc¸ãodaosteotomia.

Quanto à avaliac¸ão radiográfica, classificaram-se pré--operatoriamenteconformeSouthwick4cincopacientescomo

grau II e dois como grau III. Observou-se ÂED4

pré--operatóriomédiode51,2o(DP=12,4,variac¸ãode32oa68o)e

pós-operatório médio de 11,2o (DP=5,1, variac¸ão de 6o a 18o),com correc¸ãopós-operatóriamédiade 40o. Observou--se diferenc¸a estatisticamente significativa (p<0,05) na comparac¸ãodasaferic¸õesradiográficaspréepós-operatória doÂED4(tabela1).

Nãoseobservaramcomplicac¸õespós-operatórias imedia-tas.Umpaciente(caso2)evoluiucomNACFaos60diasapós acirurgia,semcolapsooucondróliseatéoúltimoseguimento (22meses).Essecasoapresentavaumagrandeneoformac¸ão ósseaposteromedial nocolofemoral,quejulgamostersido ressecadainsuficientemente.

Discussão

A EPF é a doenc¸a mais comum no quadril do ado-lescente, com frequência estimada em 10,8 a cada 100.000 indivíduos.1 Estudos recentes da biomecânica do

IFAindicamquepequenasdeformidadesanatômicasdo qua-drildecorrentesda EPFsãopotenciais causadorasdedanos condraisacetabularespermanentes2 elevamàosteoartrose

precoce.

Odeslocamentoanterossuperiordametáfisefemoral oca-sionadopeloescorregamentoleveoumoderado(classificac¸ão deSouthwick)4levaàIFAtipoCAMEegeralesãoprogressivada

Tabela1–Representac¸ãodoscasosoperados,descric¸ãoemédiadasaferic¸ões

Paciente Sexo Idade(meses) Lado Seguim(meses) MHHSPré-op MHHSPós-op ÂEDpré-op ÂEDpós-op Complic.

1 M 147 E 36 30,8 93,5 62 18

2 M 130 D 22 30,8 93,5 42 6 NACF

3 M 132 D 20 34,1 100 54 8

4 M 133 E 12 37,4 97,9 56 12

5 F 134 E 10 38,5 97,9 68 18

6 M 135 E 10 41,8 100 32 11

7 F 146 E 6 37,4 100 45 6

Média 136,7 16,5 35,8 97,5 51,2 11,2

(6)

Figura6–Pacientemasculino11anos.Dornoquadrildireitohaviadoismeses,deambulavasemmuletas.RIquadril bloqueada,flexão80o.AeB,radiografiaspré-operatóriasqueevidenciamEPFàdireitagrauIIdeSouthwick,ÂED54o.

CeD,radiografiaspós-operatóriascom20mesesdeseguimento,queevidenciamcorrec¸ãodadeformidade,ÂED8o.

Figura7–Pacientefeminina,12anosedoismeses.Dornoquadrilesquerdohaviaummês,deambulavasemmuletas.RI quadrilbloqueada,flexão90o.AeB,radiografiaspré-operatóriasqueevidenciamEPFàesquerda,grauIIdeSouthwick,ÂED

45o.CeD,radiografiaspós-operatóriascomseismesesdeseguimentoqueevidenciamcorrec¸ãodadeformidade,ÂED6o.

junc¸ãocondrolabraldevidoàforc¸adecisalhamentoexcessiva sobre essa estrutura. Já na EPF severa, o mecanismo bio-mecânico degenerativo é de IFA tipo PINCER, visto que a grandedeformidadegeracompressãoefalhaprimáriadolábio

acetabular,alémdelesãoemcontragolpedacartilagem pos-teroinferiordoacetábulo.8

Leunigetal.2 evidenciaramlesõeslabiaisecondrais

(7)

Anterior X X Proximal Posterior Distal

Figura8–Aspectodasincisõesfeitasqueevidenciaos portaisartroscópicos(X)eaincisãoparafixac¸ãopercutânea docolofemoral(*).

tratamentocirúrgico comatécnicade luxac¸ãocirúrgica do quadril eobservaram que essas lesões ocorriam quando a metáfisefemoralestavaaonívelouultrapassavaalinhada epífise. Damesma forma,Sink et al.,12 com a mesma

téc-nica,demonstraramapresenc¸adelesõesintra-articularesem 39pacientescomEPF,34labiaise33condrais.

OprocedimentooriginaldeDunnparatratamentodaEPF, descritoem1964,consistiaemosteotomiatrapezoidal pro-ximal docolo femoral paraposterior reduc¸ão efixac¸ão do escorregamento.13Seusresultadosforampublicadospela

pri-meira vezem 1978, com 78 quadris tratados(25 agudos e 48crônicos)eevoluc¸ãodenovecasosparaNACF(duas necro-sescompletasdaepífise).14

Ganz et al.15 descreveram o uso da técnica de luxac¸ão

cirúrgicadoquadrilnaosteotomiadeDunnmodificada (osteo-tomiaderealinhamentosubcapital)notratamentodasEPFde altograu.4Conformeosautores,aabordagempermiteacesso

aoquadrilepreservaosuprimentovascularepifisárioea ade-quadaressecc¸ãodaneoformac¸ãoósseaposteromedialdocolo femoral,alémdereduc¸ãosatisfatóriadaepífise.Comisso,e alcanc¸adoo objetivoderestaurac¸ãoda anatomiadofêmur proximalcomtécnicaquediminuaoriscodeNACF.15

Leunigetal.16 publicaramos primeirosresultadosdessa

técnicaem2007,com30quadristratadosemmédiade segui-mento de 55 meses. Desses, 24 casos foram considerados escorregamentoscrônicosenãofoiobservadaevoluc¸ãopara NACF.Doiscasos(6,66%)foramreoperadosporfalhadafixac¸ão comparafusos.Ziebarthetal.7tambémavaliaram

retrospec-tivamenteessa técnicaem40 pacientes,divididosemduas coortesdecentrosdistintoscomseguimentomédiode5,4e 2,2anos.Houvenormalizac¸ãodoânguloalfaedoângulode escorregamentoemtodososcasosenãoseobservou-seNACF oucondrólise.7

Outrosautorespublicaram os resultados dousoda téc-nicadescritaporGanzeapresentaramummaiornúmerode complicac¸ões.Sankaretal.,17 emestudomulticêntricoque

avaliou27pacientescomEPFinstável3emseguimentomédio

de22,3meses,observaramquatropacientes(15%)com neces-sidadedereoperac¸ãoporfalhadafixac¸ãoesetecasos(26%)de NACF.Amédiadeevoluc¸ãopós-operatóriaparaosteonecrose

foide21,4semanas,ospacientesquenãoevoluíramparatal complicac¸ãoapresentaramescoreclínicodedor significati-vamentemenoremaiorsatisfac¸ãopós-operatória.17Upasani

etal.18apresentaramosresultadosde43pacientestratados

com essa técnica, 60% dos casos eram portadores de EPF instável,340%consideradosagudose86%classificadoscomo

escorregamentosevero.4Observaram-se22complicac¸õesem

16pacientes,com15reoperac¸õesporNACF,falhadafixac¸ão eluxac¸ãopós-operatóriadoquadril.Emdoispacienteshouve necessidadedeindicac¸ãodeartroplastiatotaldoquadril.

Dois autores nacionais relataram o tratamento artros-cópico da EPF crônica-agudizada (instável).3 Akkari et al.19

apresentaramosresultadosdecincocasosartroscópicos tra-tadoscomosteotomiatrapezoidal,commédiapré-operatória doânguloepifisio-diafisário4de82oepós-operatóriade14oe comumcasoqueevoluiuparaNACF.19Dobashietal.20

apre-sentaramumrelatodecasodeumpacientede12anosem quefoifeitotratamentoartroscópicodeosteotomiadocolo femoral descrita como tipo Dunn e obteve-se correc¸ão do escorregamentode70opara30o.

Osautoresdopresentetrabalhoapresentamumaopc¸ão àstécnicasclássicasderealinhamentosubcapitalpara trata-mentodaEPFcrônicaeestável3quepermiteacessoadequado

à articulac¸ãodoquadril ereduc¸ãoadequadado escorrega-mento, alémdavantagem teóricaderápidareabilitac¸ãodo paciente.Otempodeevoluc¸ãodoescorregamentonãoéfator limitanteparaaaplicac¸ãodessatécnica,porémaindicamos somenteemcasoscomplacaepifisáriaaberta.

Conformeanálisedaliteratura,estaéaprimeiradescric¸ão deosteotomiaderealinhamentosubcapitalporvia artroscó-picaparatratamentodaEPFcrônicaeestável.Reiteramosque, previamenteàtécnica artroscópicadescrita,éfundamental que o cirurgião tenha adequado treinamento em artrosco-piadequadril,alémdeexperiêncianaosteotomiasubcapital aberta, devido às múltiplas dificuldades técnicas do trata-mentoproposto.

Conclusão

A técnica artroscópica apresentada pelos autores para tra-tamentodaepifisióliseproximaldofêmurcrônicaeestável resultou em melhoria clínica e radiográfica dos pacientes nesta série inicial, com seguimento médio de 16,5 meses. Observou-seumcasodeNACF,semcolapsooucondróliseaos 22mesesdeseguimento.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

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ê

n

c

i

a

s

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Imagem

Figura 1 – A, imagem transoperatória de artroscopia de quadril para realinhamento subcapital no tratamento da EPF crônica e estável que evidencia a exposic¸ão do labrum (L), da cabec¸a femoral (C) e do colo femoral (CF)
Figura 3 – A, imagem transoperatória de quadril esquerdo que evidencia o colo femoral (CF) e o osteótomo curvo (OC) durante osteotomia do colo no nível da fise de crescimento
Tabela 1 – Representac¸ão dos casos operados, descric¸ão e média das aferic¸ões
Figura 6 – Paciente masculino 11 anos. Dor no quadril direito havia dois meses, deambulava sem muletas
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Referências

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