SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
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Artigo
Original
Osteotomia
artroscópica
de
realinhamento
subcapital
no
tratamento
da
epifisiólise
proximal
do
fêmur
crônica
e
estável:
resultados
precoces
夽
Bruno
Dutra
Roos
∗,
Marcelo
Camargo
de
Assis,
Milton
Valdomiro
Roos,
Antero
Camisa
Júnior,
Ezequiel
Moreno
Ungaretti
Lima
e
Rodolfo
Cavanus
Pagani
UniversidadedePassoFundo,HospitalOrtopédicodePassoFundo,FaculdadedeMedicina,PassoFundo,RS,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem1defevereirode2016 Aceitoem29demarçode2016 On-lineem15dejulhode2016
Palavras-chave: Epífisedeslocada Quadril
Cabec¸adofêmur Artroscopia Crianc¸a
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Avaliarosresultadosclínicoseradiográficos,bemcomoascomplicac¸õesda oste-otomiaderealinhamentosubcapitalporviaartroscópicaparatratamentoda epifisiólise proximaldofêmur(EPF)crônicaeestável,relativosaumasérieinicialdepacientes. Con-formeanálisedaliteratura,oestudoapresentaaprimeiradescric¸ãodetécnicaartroscópica dessetipodeosteotomia.
Métodos:Entrejunhode2012adezembrode2014,setepacientesforamsubmetidosà oste-otomiaderealinhamentosubcapitalporviaartroscópicaparatratamentodaEPFcrônicae estável.Aidademédiadospacientesfoide11anosequatromeses.Oseguimentomínimo foideseisa36meses(médiade16,5meses).Ospacientesforamavaliadosclinicamente de acordocomoHarrisHipScoremodificadopor Byrderadiograficamenteconformea classificac¸ãoquantitativadeSouthwickeoânguloepifisio-diafisário.Complicac¸ões pós--operatóriasforamanalisadas.
Resultados: Comrelac¸ãoàavaliac¸ãodoescoreclínicoHarrisHipScoreModificadoporByrd, observou-semédiapré-operatóriade35,8pontosepós-operatóriade97,5pontos(p<0,05). Radiograficamente,cincopacientesforamclassificadoscomograuIIedoiscomograuIII
deSouthwick.Observou-secorrec¸ãomédiadoânguloepifisio-diafisáriode40o.Nãohouve complicac¸õespós-operatóriasimediatas.Umpacienteevoluiucomnecroseavascularda cabec¸afemoral,semcolapsooucondrólisenoúltimoseguimento(22meses).
Conclusão:AtécnicaartroscópicaapresentadapelosautoresparatratamentodaEPFcrônica eestávelresultouemmelhoriaclínicaeradiográficadospacientesnestasérieinicial.
©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
夽
TrabalhodesenvolvidonaCirurgiadoQuadril,HospitalOrtopédicodePassoFundo(HOPF),PassoFundo,RS,Brasil. ∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:brunodroos@gmail.com(B.D.Roos).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.03.010
slipped
capital
femoral
epiphysis:
early
results
Keywords: Epiphyses,Slipped Hip
Femurhead Arthroscopy Child
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: Thisstudyaimedtoevaluatetheclinicalandradiographicoutcomes,aswellas thecomplicationsofarthroscopicsubcapitalrealignmentosteotomyinchronicandstable slippedcapitalfemoralepiphysis(SCFE).Asindicatedbytheliteraturereview,thisisthe firsttimethistypeofarthroscopicosteotomywasdescribed.
Methods: BetweenJune2012andDecember2014,sevenpatientsweresubmittedto arth-roscopicsubcapitalrealignmentosteotomyinchronicandstableSCFE.Themeanagewas 11yearsand4months,andthemeanfollow-upperiodwas16.5months(6-36).Clinical resultswereevaluatedusingtheModifiedHarrisHipScore(MHHS),whichwas measu-redpre-andpostoperatively.RadiographswereevaluatedusingtheSouthwickquantitative classificationandtheepiphysis-diaphysisangle(pre-andpostoperatively).Complications wereassessed.
Results: ThemeanpreoperativeMHHSwas35.8points,and97.5pointspost-operatively (p<0.05).Radiographically,fivepatientswereclassifiedasSouthwickclassificationgrade
IIandtwoasgradeIII.Themeancorrectionoftheepiphysis-diaphysisanglewas40o.No immediatepostoperativelycomplicationswereobserved.Onepatientpresentedfemoral headavascular necrosis,without collapseor chondrolysisatthemostrecentfollow-up (22months)
Conclusion: Thearthroscopictechniquepresentedforsubcapitalrealignmentosteotomy inchronicandstableSCFEshowedsatisfactoryclinicalandradiographicoutcomesina 16.5monthsfollow-upperiod.
©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
Aepifisióliseproximaldofêmur(EPF)éadoenc¸amaiscomum no quadril do adolescente, com frequência estimada em 10,8 a cada 100.000 indivíduos.1 Estudos recentes da
bio-mecânica do impacto femoroacetabular (IFA) indicam que pequenasdeformidadesanatômicasquepodemdecorrerda EPFsãopotenciaiscausadorasdedanoscondraisacetabulares permanentes2,3elevamàosteoartroseprecoce.
Não há consenso com relac¸ão à melhor opc¸ão de tratamento da EPF, especialmente seconsiderarmos escor-regamentos de alto grau (grau II e III da Classificac¸ão de Southwick).4 Alguns autores indicam o tratamento com
fixac¸ão in situ nesses casos por tratar-se de procedimento combaixoíndicedecomplicac¸ões.Acreditamqueo remode-lamentodadeformidaderesidualdoquadrilduranteo cresci-mentopermitafunc¸ãoadequada.5,6Outros,comoos
presen-tes,indicamcorrec¸ãonofocodadeformidade(osteotomiade realinhamentosubcapital)parareduc¸ãoanatômicadaepífise ediminuic¸ãodoriscodedegenerac¸ãocondralsubsequente.7
Asprincipaiscríticasdosautorescontráriosaousoda téc-nicadeosteotomiaderealinhamentosubcapitalsãoorisco decomplicac¸ões,comonecroseavasculardacabec¸afemoral (NACF)econdrólise,quepodemvariaraaté28%doscasos.8
Porém,ocrescentenúmerodeestudosnessaáreatem permi-tidoreduzirascomplicac¸ões,éfundamentalaobservac¸ãode detalhestécnicosdepreservac¸ãodosuprimentovascularda epífiseduranteoprocedimento.7
O objetivo dopresente trabalho é avaliar os resultados clínicoseradiográficos eascomplicac¸õesdaosteotomiade realinhamento subcapital por via artroscópica para trata-mentodaEPFcrônicaeestávelrelativosaumasérieinicial depacientes.
Conformeanálisedaliteraturaexistente,estaéaprimeira descric¸ãodaosteotomiaderealinhamentosubcapitalporvia artroscópicaparatratamentodaEPFcrônicaeestável.
Material
e
métodos
Estudo retrospectivode pacientes queforam submetidos a osteotomia de realinhamento subcapital por via artroscó-picaparatratamentodaEPF,operadosentrejunhode2012a dezembrode2014.ForamincluídospacientescomEPFcrônica (maisdetrêssemanasdeevoluc¸ão,semagudizac¸ãodos sinto-mas),estável,3degrauIIouIIIdeSouthwick,semtratamento
Proximal
B
A
L
C
CF
Lateral
Lateral
Distal Medial
Medial
Anterior
Posterior C
CF D
Figura1–A,imagemtransoperatóriadeartroscopiadequadrilpararealinhamentosubcapitalnotratamentodaEPFcrônica eestávelqueevidenciaaexposic¸ãodolabrum(L),dacabec¸afemoral(C)edocolofemoral(CF).B,caracterizac¸ãodecorte
axialdoquadrilesquerdoqueevidenciaacabec¸afemoral(C),ocolofemoral(CF)eadeformidadetipoCAMEdocolofemoral (D)decorrentedacronicidadedaEPF.
Quantoaosaspectosclínicos,ospacientesforamavaliados préepós-operatoriamentedeacordocomoHarrisHipScore modificadoporByrd(MHHS)apudGuimarãesetal.9
Radiograficamente avaliaram-se os casos nas incidên-ciasanteroposterior de pelve ebatráquio. Para determinar o grau de escorregamento pré-operatório, os critérios de Southwick4foramusadoseoscasosforamclassificadosem
grau I (até 30o), grau II (30o a 60o) e grau III (acima de 60o).Ograudecorrec¸ãodoescorregamentotambémfoi afe-rido,compararam-seasmedidasdoânguloepifisio-diafisário4
(ÂED) pré e pós-operatoriamente na incidência batráquio. Duranteoseguimento,a presenc¸adenecroseavascularda cabec¸afemorale/oucondrólisefoianalisada.
Ométodoestatísticoempregadoparaanálisedasvariáveis pareadas(MHHS,ÂED)foiotestedeWilcoxon,considerado estatisticamentesignificativoquandop<0,05.
Técnica
cirúrgica
Nessescasos,anestesiageralcombloqueiodonervofemoral éusada.Oexamefísicodoquadrilcomopacientesob anes-tesiaéfeitoparaavaliarpassivamenteoarcodemovimento bilateralmente.
Opacienteécolocadonaposic¸ãosupinaemmesa radio-transparente.Nãousamosmesadetrac¸ãoortopédicadevidoà necessidadedemaiormobilidadedoquadrilparaasmúltiplas manobras transoperatórias. A pelve é levemente inclinada paraoladocontralateraleusa-seumcoximradiotransparente sobahemipelveaseroperada.
As referências anatômicas são demarcadas com caneta apropriada.Umalinhaverticalapartirdaespinhailíaca ante-rossuperior é delimitada em direc¸ão ao centro da patela. Demarca-seabordaanterior,posterioreproximaldotrocanter maiordofêmur.Osportaissãoposicionadoscomassistência de fluoroscopia. O primeiroportal estabelecidoé o médio--anterior (MAP),que é o da câmera.Subsequentemente, o
médio-anteriorproximal(PMAP),queéodetrabalho,é esta-belecido emlocalizac¸ãoque permita acessoparalelo à fise proximaldofêmur.
A abordagem artroscópica que usamos para o reali-nhamento subcapital é a extracapsular,10 que segue o
acesso ao compartimento articular periférico descrito por Sampson.11
Comomembroaseroperadoemposic¸ãoneutraeapóso estabelecimentodosportaisartroscópicos,faz-seadissecc¸ão dacápsulaarticularanterioredomúsculoiliocapsular,com radiofrequênciaeshaveratéobtenc¸ãodeexposic¸ãoadequada. Faz-seentãoacapsulotomiaemTnocolofemoral,quepode serestendidaconformeanecessidade.Aseguir,faz-sea cap-sulectomiaatéqueseobtenhaexposic¸ãoadequadadaregião anterior da metáfise e epífise do fêmur proximal, em sua extensãomédio-lateral.Comaradiofrequênciaprocede-seà aberturalongitudinaldoperiósteoeaseudescolamentojunto aocolofemoral,oquepermiteformarumflapretinacularem conjuntocomaepífise(fig.1).
Após exposic¸ão adequada faz-se a osteocondroplastia femoraldatransic¸ãocolo-cabec¸a,quepermiteressecc¸ãoda deformidadetipoCAMEformadapelacronificac¸ãodaEPFe melhoridentificac¸ão dafise (fig.2). Emgrausmaisseveros deescorregamento,podesernecessáriaarotac¸ãoexternae a extensão domembro para exposic¸ão da placa epifisária. Aosteotomiaéfeita 2mmdistaisàfise(parafacilitar pos-teriorencurtamentodocolo)comosteótomocurvoespecífico emdiferenteslocaisdaplacaepifisáriaatécompletaseparac¸ão da epífise eda metáfise. Todos os pacientes apresentavam placaepifisáriaaberta,nãohouvedificuldadesduranteesse momentocirúrgico(fig.3).
C
CF Lateral
Lateral
Distal Medial
Medial
Posterior C
CF
Figura2–A,imagemtransoperatóriadequadrilesquerdoapósosteocondroplastiadocolofemoralparacorrec¸ãoda deformidadetipoCAMEqueevidenciaacabec¸afemoral(C)eocolofemoral(CF).B,caracterizac¸ãodecorteaxialdoquadril esquerdoqueevidenciaacabec¸afemoral(C)eocolofemoral(CF)apósosteocondroplastiadocolofemoralparacorrec¸ão dadeformidadetipoCAME.
Proximal
B
A
OC
OC
CF
Lateral
Lateral
Distal Medial
Medial
Anterior
Posterior C
CF
FC
Figura3–A,imagemtransoperatóriadequadrilesquerdoqueevidenciaocolofemoral(CF)eoosteótomocurvo(OC) duranteosteotomiadocolononíveldafisedecrescimento.B,caracterizac¸ãodecorteaxialdoquadrilesquerdoque evidenciaacabec¸afemoral(C),ocolofemoral(CF),afisedecrescimento(FC)eoosteótomocurvo(OC)posicionado paraosteotomiadocolo.
Porfim,faz-seamanobradeabduc¸ãoerotac¸ãointernado quadrilparareduc¸ãodaosteotomia(fig.5).Umparafuso6.5 esponjosoderoscaparcialéusadoparafixac¸ãopercutânea (figs.6–8).
Parareduzirorisco denecroseavascularda epífise pro-ximaldofêmuréfundamental,nomomentodaosteotomia docolo,queseeviteodirecionamentodoosteótomoparao retináculoposterossuperior(quecontémosramosterminais daartériacircunflexamedial)eaartériaretinacularinferior (quesedirecionaàepífiseporforadotecidoretinaculardo colodofêmurnoligamentomedialdeWeitbrecht),quenão sãovisualizadosduranteaartroscopia.Damesmaforma,o encurtamentodo colo femoral e a ressecc¸ãoadequada da neoformac¸ãoósseaposteromedialsãofundamentaispara evi-tartensionamentoexcessivodosvasosduranteamanobrade reduc¸ãodaosteotomia.
Pós-operatoriamente, mantemos o paciente internado durante 24 horaspara observac¸ão de suaevoluc¸ão clínica.
Usamos Naproxeno durante 30 dias para prevenc¸ão de ossificac¸ão heterotópica e orientamos o uso de mule-tas sem apoio do membro inferior operado pelo mesmo período, sem restric¸ões ao arco de movimento doquadril. Aos 30 dias de pós-operatório fazemos exames radiográfi-cos de controle, quandoapoio total do membroinferior é permitido.
Resultados
Proximal
B
A
CA
CF
Lateral
Lateral
Distal Medial
Medial
Anterior
Posterior
C CF
CA
Figura4–A,imagemtransoperatóriadequadrilesquerdoqueevidenciaocolofemoral(CF)eacuretaartroscópica(CA) durantecuretagemdocolofemoralparaencurtamentodeleeressecc¸ãodaneoformac¸ãoósseaposteroinferior.
B,caracterizac¸ãodecorteaxialdoquadrilesquerdoqueevidenciaacabec¸afemoral(C),ocolofemoral(CF)eacureta artroscópica(CA).
Lateral Medial
Anterior
Posterior C
CF
Figura5–Caracterizac¸ãodecorteaxialdoquadrilesquerdo queevidenciaacabec¸afemoral(C)eocolofemoral(CF) apósreduc¸ãodaosteotomia.
Quanto à avaliac¸ão radiográfica, classificaram-se pré--operatoriamenteconformeSouthwick4cincopacientescomo
grau II e dois como grau III. Observou-se ÂED4
pré--operatóriomédiode51,2o(DP=12,4,variac¸ãode32oa68o)e
pós-operatório médio de 11,2o (DP=5,1, variac¸ão de 6o a 18o),com correc¸ãopós-operatóriamédiade 40o. Observou--se diferenc¸a estatisticamente significativa (p<0,05) na comparac¸ãodasaferic¸õesradiográficaspréepós-operatória doÂED4(tabela1).
Nãoseobservaramcomplicac¸õespós-operatórias imedia-tas.Umpaciente(caso2)evoluiucomNACFaos60diasapós acirurgia,semcolapsooucondróliseatéoúltimoseguimento (22meses).Essecasoapresentavaumagrandeneoformac¸ão ósseaposteromedial nocolofemoral,quejulgamostersido ressecadainsuficientemente.
Discussão
A EPF é a doenc¸a mais comum no quadril do ado-lescente, com frequência estimada em 10,8 a cada 100.000 indivíduos.1 Estudos recentes da biomecânica do
IFAindicamquepequenasdeformidadesanatômicasdo qua-drildecorrentesda EPFsãopotenciais causadorasdedanos condraisacetabularespermanentes2 elevamàosteoartrose
precoce.
Odeslocamentoanterossuperiordametáfisefemoral oca-sionadopeloescorregamentoleveoumoderado(classificac¸ão deSouthwick)4levaàIFAtipoCAMEegeralesãoprogressivada
Tabela1–Representac¸ãodoscasosoperados,descric¸ãoemédiadasaferic¸ões
Paciente Sexo Idade(meses) Lado Seguim(meses) MHHSPré-op MHHSPós-op ÂEDpré-op ÂEDpós-op Complic.
1 M 147 E 36 30,8 93,5 62 18
2 M 130 D 22 30,8 93,5 42 6 NACF
3 M 132 D 20 34,1 100 54 8
4 M 133 E 12 37,4 97,9 56 12
5 F 134 E 10 38,5 97,9 68 18
6 M 135 E 10 41,8 100 32 11
7 F 146 E 6 37,4 100 45 6
Média 136,7 16,5 35,8 97,5 51,2 11,2
Figura6–Pacientemasculino11anos.Dornoquadrildireitohaviadoismeses,deambulavasemmuletas.RIquadril bloqueada,flexão80o.AeB,radiografiaspré-operatóriasqueevidenciamEPFàdireitagrauIIdeSouthwick,ÂED54o.
CeD,radiografiaspós-operatóriascom20mesesdeseguimento,queevidenciamcorrec¸ãodadeformidade,ÂED8o.
Figura7–Pacientefeminina,12anosedoismeses.Dornoquadrilesquerdohaviaummês,deambulavasemmuletas.RI quadrilbloqueada,flexão90o.AeB,radiografiaspré-operatóriasqueevidenciamEPFàesquerda,grauIIdeSouthwick,ÂED
45o.CeD,radiografiaspós-operatóriascomseismesesdeseguimentoqueevidenciamcorrec¸ãodadeformidade,ÂED6o.
junc¸ãocondrolabraldevidoàforc¸adecisalhamentoexcessiva sobre essa estrutura. Já na EPF severa, o mecanismo bio-mecânico degenerativo é de IFA tipo PINCER, visto que a grandedeformidadegeracompressãoefalhaprimáriadolábio
acetabular,alémdelesãoemcontragolpedacartilagem pos-teroinferiordoacetábulo.8
Leunigetal.2 evidenciaramlesõeslabiaisecondrais
Anterior X X Proximal Posterior Distal
∗
Figura8–Aspectodasincisõesfeitasqueevidenciaos portaisartroscópicos(X)eaincisãoparafixac¸ãopercutânea docolofemoral(*).
tratamentocirúrgico comatécnicade luxac¸ãocirúrgica do quadril eobservaram que essas lesões ocorriam quando a metáfisefemoralestavaaonívelouultrapassavaalinhada epífise. Damesma forma,Sink et al.,12 com a mesma
téc-nica,demonstraramapresenc¸adelesõesintra-articularesem 39pacientescomEPF,34labiaise33condrais.
OprocedimentooriginaldeDunnparatratamentodaEPF, descritoem1964,consistiaemosteotomiatrapezoidal pro-ximal docolo femoral paraposterior reduc¸ão efixac¸ão do escorregamento.13Seusresultadosforampublicadospela
pri-meira vezem 1978, com 78 quadris tratados(25 agudos e 48crônicos)eevoluc¸ãodenovecasosparaNACF(duas necro-sescompletasdaepífise).14
Ganz et al.15 descreveram o uso da técnica de luxac¸ão
cirúrgicadoquadrilnaosteotomiadeDunnmodificada (osteo-tomiaderealinhamentosubcapital)notratamentodasEPFde altograu.4Conformeosautores,aabordagempermiteacesso
aoquadrilepreservaosuprimentovascularepifisárioea ade-quadaressecc¸ãodaneoformac¸ãoósseaposteromedialdocolo femoral,alémdereduc¸ãosatisfatóriadaepífise.Comisso,e alcanc¸adoo objetivoderestaurac¸ãoda anatomiadofêmur proximalcomtécnicaquediminuaoriscodeNACF.15
Leunigetal.16 publicaramos primeirosresultadosdessa
técnicaem2007,com30quadristratadosemmédiade segui-mento de 55 meses. Desses, 24 casos foram considerados escorregamentoscrônicosenãofoiobservadaevoluc¸ãopara NACF.Doiscasos(6,66%)foramreoperadosporfalhadafixac¸ão comparafusos.Ziebarthetal.7tambémavaliaram
retrospec-tivamenteessa técnicaem40 pacientes,divididosemduas coortesdecentrosdistintoscomseguimentomédiode5,4e 2,2anos.Houvenormalizac¸ãodoânguloalfaedoângulode escorregamentoemtodososcasosenãoseobservou-seNACF oucondrólise.7
Outrosautorespublicaram os resultados dousoda téc-nicadescritaporGanzeapresentaramummaiornúmerode complicac¸ões.Sankaretal.,17 emestudomulticêntricoque
avaliou27pacientescomEPFinstável3emseguimentomédio
de22,3meses,observaramquatropacientes(15%)com neces-sidadedereoperac¸ãoporfalhadafixac¸ãoesetecasos(26%)de NACF.Amédiadeevoluc¸ãopós-operatóriaparaosteonecrose
foide21,4semanas,ospacientesquenãoevoluíramparatal complicac¸ãoapresentaramescoreclínicodedor significati-vamentemenoremaiorsatisfac¸ãopós-operatória.17Upasani
etal.18apresentaramosresultadosde43pacientestratados
com essa técnica, 60% dos casos eram portadores de EPF instável,340%consideradosagudose86%classificadoscomo
escorregamentosevero.4Observaram-se22complicac¸õesem
16pacientes,com15reoperac¸õesporNACF,falhadafixac¸ão eluxac¸ãopós-operatóriadoquadril.Emdoispacienteshouve necessidadedeindicac¸ãodeartroplastiatotaldoquadril.
Dois autores nacionais relataram o tratamento artros-cópico da EPF crônica-agudizada (instável).3 Akkari et al.19
apresentaramosresultadosdecincocasosartroscópicos tra-tadoscomosteotomiatrapezoidal,commédiapré-operatória doânguloepifisio-diafisário4de82oepós-operatóriade14oe comumcasoqueevoluiuparaNACF.19Dobashietal.20
apre-sentaramumrelatodecasodeumpacientede12anosem quefoifeitotratamentoartroscópicodeosteotomiadocolo femoral descrita como tipo Dunn e obteve-se correc¸ão do escorregamentode70opara30o.
Osautoresdopresentetrabalhoapresentamumaopc¸ão àstécnicasclássicasderealinhamentosubcapitalpara trata-mentodaEPFcrônicaeestável3quepermiteacessoadequado
à articulac¸ãodoquadril ereduc¸ãoadequadado escorrega-mento, alémdavantagem teóricaderápidareabilitac¸ãodo paciente.Otempodeevoluc¸ãodoescorregamentonãoéfator limitanteparaaaplicac¸ãodessatécnica,porémaindicamos somenteemcasoscomplacaepifisáriaaberta.
Conformeanálisedaliteratura,estaéaprimeiradescric¸ão deosteotomiaderealinhamentosubcapitalporvia artroscó-picaparatratamentodaEPFcrônicaeestável.Reiteramosque, previamenteàtécnica artroscópicadescrita,éfundamental que o cirurgião tenha adequado treinamento em artrosco-piadequadril,alémdeexperiêncianaosteotomiasubcapital aberta, devido às múltiplas dificuldades técnicas do trata-mentoproposto.
Conclusão
A técnica artroscópica apresentada pelos autores para tra-tamentodaepifisióliseproximaldofêmurcrônicaeestável resultou em melhoria clínica e radiográfica dos pacientes nesta série inicial, com seguimento médio de 16,5 meses. Observou-seumcasodeNACF,semcolapsooucondróliseaos 22mesesdeseguimento.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
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ê
n
c
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a
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