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III-138 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

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22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina

III-138 – GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL (estudo de caso)

Vivian Alves Máximo(1)

Engenheira Sanitarista pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Armando Borges de Castilhos Jr.(2)

Engenheiro Sanitarista. Doutor pelo Institut National des Sciences Apliquées de Lyon, França. Pós Doutorado na Ecole des Mines de Paris, França. Professor dos Programas de Graduação e Pós-Graduação em Engenharia Sanitária-Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina.

Endereço(1): Rua José Victor da Rosa, 204 – Barreiros– São José - SC - CEP: 88117-405 - Brasil - Tel: (48) 246-5118 - e-mail: vivianmaximo@yahoo.com.br

Endereço(2): Departamento de Engenharia Sanitária – ENS – Laboratório de Pesquisas em Resíduos Sólidos – LARESO – Univerdade Federal de Santa Catarina – Caixa Postal 476 – CEP 88040-900 – Florianópolis – SC – Brasil – Tel: (48) 331-7097 – Fax: (48) 331 9823 – e-mail: borges@ens.ufsc.br

1. RESUMO

O setor da construção civil, como qualquer outro setor de produção, gera impactos ambientais, desde a extração de matéria-prima, produção de materiais de construção, durante o processo construtivo bem como durante toda vida útil da edificação.

Um dos principais impactos importantes abordados neste trabalho relaciona-se à produção de resíduos ao longo da construção da edificação. Muitos fatores contribuem para a geração

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destes resíduos, os principais são o aumento populacional, o déficit habitacional e o desperdício de materiais.

Diante deste cenário, este trabalho estimou a quantidade de resíduos gerado, através da determinação de um índice de geração de resíduos de construção civil associado a m² construído, bem como caracterizá-lo no local, de acordo com a etapa de execução da obra. Para tanto, foi realizado um inventário de materiais consumidos e resíduos gerados. Este inventário serviu de subsídio para a pesquisa de novas tecnologias que visem a

minimização de utilização dos recursos naturais e redução de produção de resíduo na obra. Este último item é o principal objeto de estudo deste trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: entulho, resíduos sólidos, gerenciamento 2. INTRODUÇÃO

Dentre as diversas atividades do homem na sociedade, os resíduos de construção civil (RCC), mais comumente denominados de entulho, são responsáveis por grande parte do volume dos resíduos sólidos urbanos (lixo doméstico) produzido no Brasil. Devido a falta de áreas próximas e disponíveis, estes causam problemas nas cidades, como depósitos em locais impróprios (terrenos baldios, margens de rios e córregos), provocando a obstrução dos cursos d'água, bueiros e galerias, aumentando as chances de enchentes, além de criar ambiente propício, juntamente com outros resíduos, para proliferação de vetores

prejudiciais às condições de saneamento e saúde humana.

Os principais motivos que contribuem para a geração desses resíduos são o aumento

populacional, que faz o setor da construção civil incrementar sua atividade a fim de suprir o déficit habitacional, bem como o desperdício de materiais na obra. Este último depende da técnica construtiva utilizada, mão-de-obra e qualidade dos materiais utilizados. Neste sentido, verifica-se a importância de um gerenciamento adequado destes materiais residuais na própria obra, reduzindo o desperdício na fonte e criando oportunidades de

reaproveitamento, quando possível. O objetivo deste estudo é o de estabelecer mecanismos de gerenciamento dos RCC em obras de construção civil.

O primeiro passo para estabelecer um programa de gerenciamento de resíduos, é elaborar um inventário, abrangendo todas as etapas de construção, que possibilitará disponibilizar todas as informações, como: materiais empregados, água , energia ; identificação,

classificação e descrição de todos resíduos gerados; identificação das áreas que geram mais resíduos, quantidades e volumes; bem como, fornecerá subsídios para pesquisa de

tecnologias que visem redução da geração de resíduos, sua reciclagem e/ou reutilização. 3. MATERIAIS E MÉTODOS

A estimativa do entulho gerado na obra pesquisada deu-se de três formas, uma delas pela estimativa de resíduo mineral gerado na obra, sendo este composto por diversos tipos de materiais como areia, cimento, cerâmicas e concreto, que foram depositados em caixas confeccionadas com madeira compensada, com capacidade de 16,5 m³ de volume, dispostas próximas aos blocos de apartamentos.

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Para realização das medições, uma vez esgotada a capacidade da caixa de entulho, foi definida uma amostragem do material por quarteamento do volume da caixa, conforme a norma NBR 10007/1987 (Amostragem de resíduos).

A segunda, foi estimada diretamente no canteiro de obras, imediatamente após a execução do serviço a ser mensurado, considerando os materiais em separado, inclusive resíduos de embalagens.

A terceira, a estimativa dos resíduos de construção civil, foi a partir dos índices de perdas de materiais obtido na pesquisa nacional realizada por um grupo de universidades

brasileiras, sob a coordenação do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, com o apoio da FINEP – Programa Habitare, do SENAI e do ITQC, tendo-se como resultado o estabelecimento de indicadores de perdas de materiais em quase uma centena de canteiro de obras.

Algumas etapas como fundação e estrutura já estavam praticamente concluídas e como não foi acompanhado, as quantidades ali encontradas poderiam estar misturados com materiais de blocos distintos, diante desta situação recorreu-se às notas fiscais e estimativa de perdas, para posterior estimativa de perdas.

A partir desses índices estimou-se a parcela relativa ao entulho, abordando os serviços de armação, concretagem, assentamento de alvenaria, revestimentos de paredes internas e tetos com argamassa, contrapiso, revestimentos de fachadas com argamassa e, finalmente

estimou-se o valor representativo do entulho gerado por unidade de área construída, tendo-se como referência uma construção tradicional e, a partir dos indicadores previamente definidos, se calculou a massa de materiais que se transformou em resíduos.

As três abordagens servirão de apoio para comparações, e mostrando se o presente trabalho está dentro dos índices nacionais de geração de entulho, claro que, levando em conta que a geração depende muito das particularidades da região em estudo, como técnicas

construtivas, materiais utilizados e mão-de-obra.

Foram consideradas as seguintes etapas: fundação, estrutura, alvenaria, e acabamento Muitas outras embalagens não foram consideradas, como por exemplo de conexões de água fria e esgoto, algumas conexões elétricas como luvas, devido a variedade de dimensões entre embalagens.

3.1. ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE ENTULHO MINERAL GLOBAL

Depois da obtenção da amostragem do material, que resultou num volume de cerca de 1m³, foi realizado uma pesagem do resíduo mineral para obtenção da massa associado a um volume. Para tanto, utilizou-se um balde plástico de volume 18 litros, realizando-se um total de 56 medições para obter-se uma relação massa/volume, resultando nos seguintes valores mostrados na tabela 1.

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Figura 1 – Caixa de entulho

3.1.1. RESULTADOS DA GERAÇÃO DE ENTULHO MINERAL GLOBAL A Tabela 1 contém ‘os resultados da pesagem do entulho mineral gerado por bloco. Tabela 1: Estimativa do entulho mineral global gerado

Material Volume m³ Massa Kg Amostra 1 1319

Entulho Gerado na Obra 299

394381

A massa de entulho obtida nas caixas de entulho consideram os materiais misturados, alguns materiais não foram depositados nesta caixa, como aço e madeira, por exemplo. Assim sendo não representam efetivamente todos os materiais descartados.

3.2. ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE ENTULHO POR ETAPA CONTRUTIVA E POR ÍNDICES DE PERDA

Algumas etapas como fundação e estrutura já estavam praticamente concluídas e como não foi acompanhado, as quantidades ali encontradas poderiam estar misturados com materiais

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de blocos distintos, diante desta situação recorreu-se às notas fiscais e estimativa de perdas, para posterior estimativa de perdas.

O levantamento de resíduos dentro do canteiro de obras foi efetuado segundo este procedimento:

Contato com o mestre de obras para orientar os trabalhadores para recolherem os resíduos gerados numa determinada área, uma unidade habitacional. Foi escolhido esta unidade de área pelo fato de que, os resíduos gerados numa unidade ficariam depositados na mesma, não atrapalhando o prosseguimento da execução dos serviços, além de ser uma quantidade e volume menor, compatível com os instrumentos utilizados (Figura. 7 e 8).

Figura 2 – Resíduos de revestimento cerâmico

Uma vez terminado um serviço, inicia-se a medida dos resíduos, com os seguintes instrumentos: trena, balde plástico de 18 litros e balança. Assim o resíduo foi mensurado obtendo-se uma relação massa/volume.

No caso do concreto usinado foi considerado uma perda global, segundo índices da pesquisa nacional, de 9%, sendo que parte dessa perda (15%) se transforma efetivamente em entulho e o restante (85%) fica incorporado na obra como uma quantidade extra para corrigir imperfeições.

Assim sendo os materiais que não foram mensurados diretamente na obra, como aço, argamassas de reboco, entre outras, foi realizada estimativa de geração de entulho de acordo com índices já calculados em pesquisas nacionais.

Desse modo, a estimativa de entulho gerado por etapa de serviço foram considerados valores mensurados em obra, bem como a partir desses índices adaptados para este caso. O mesmo raciocínio fez-se para os demais materiais:

Tabela 2– Perda global de materiais e parcela que efetivamente transforma-se em entulho material

Perda global (%) Entulho (%) Aço

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70 Madeira 90 90 Pregos 20 100 Arame recozido 10 100 Estacas pré-moldadas 12 100

Figura 3 – Resíduos provenientes do reboco interno

3.2.1. RESULTADOS DE GERAÇÃO DE ENTULHO POR ETAPA CONSTRUTIVA E PELO ÍNDICE DE PERDAS

De acordo com os resultados mostrados na Tabela 3, a etapa de serviço que origina a maior parcela do entulho gerado na obra é a estrutura e a alvenaria, sendo que representam juntas mais de 60% do entulho gerado na obra.

Estes valores estão diretamente ligados às técnicas construtivas da região de estudo, qualidade dos materiais, mão de obra e adequação das dimensões da obra em projeto e no canteiro de obras.

Quanto as embalagens, apesar do grande volume gerado, em termos de massa são pouco representativas, em relação ao entulho total gerado.

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Tabela 3: Resultados de geração de entulho gerado por etapa de serviço Etapa

Entulho medido na obra

Estimativa de entulho pelos índices de perda Massa/ m² (kg/m²) Massa/ m² (kg/m²) Fundação 10,31 23,67 Estrutura 21,78 8,01 Alvenaria 19,96 27,61 Reboco interno 5,47 5,47 Reboco externo 5,25 19,61 Pintura externa 0,112

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0,112 Pintura interna 0,290 0,056 Revestimentos cerâmico 3,833 3,833 Instalações elétricas 4,823 4,823 Instalações hidrosanitárias 0,002 0,058 Embalagens 0,440 - total 72,27 kg/m² 96,96 kg/ m²

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

As diferenças encontradas já eram esperadas, apesar de ser grande, mas como já mencionado anteriormente a construção civil difere enormente, de obra para obra,

dependendo de fatores como, materiais disponíveis na região, técnica construtiva utilizada e mão-de-obra, mesmo na pesquisa nacional, encontra-se valores bastante diferenciados.

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Outra comparação que serviu de parâmetro na estimativa é o resíduo mineral depositado nas caixas de entulho, foi estimado um volume de 299,4 m³ e uma massa de 428.380,00 kg, que nos dá um índice de 57,29 kg/ m², muito próxima do índice levantado por etapas de serviço (72,27 kg/m²), este último levou em conta as embalagens.

Diante desses resultados, pode-se concluir que as etapas onde ocorre o maior volume e massa é a estrutura e a alvenaria, representando juntos cerca de 60 % da massa do entulho. As embalagens apesar da grande quantidade gerada, em termos de massa é pouco

representativa em relação ao entulho total (0, 7%). A contribuição em massa de outros materiais pode ser visto na figura4.

Figura 4-Estimativa de geração de entulho

Segundo ZORDAN(1997), o entulho representa 50 % do material desperdiçado na obra. As perdas referentes a execução da alvenaria se dá principalmente pela quebra de tijolos cerâmicos para preenchimento nos panos de parede que não são dimensionadas para evitar as quebras desnecessárias. Outro fator agravante que promove mais perdas de tijolos cerâmicos é o seu depósito em locais impróprios, inclusive na circulação, forçando a passagem dos operários sobre os mesmos.

Também há a uma perda grande devido ao assentamento de tijolos cerâmicos devido à sua má qualidade, falta de equipamentos adequados para o seu corte, este último foi verificado nesta obra, onde os operários ainda quebram tijolos com a colher de pedreiro, a própria mão-de-obra e a quebra para passagem de instalações elétricas e hidrosanitárias. Por outro lado, a empresa já vem se preocupando com as perdas, para tanto

redimensionaram a altura do pé direito, para evitar a quebra de tijolos na última fiada de tijolos no encunhamento da parede com o teto.

PINTO(1986) analisou a composição do entulho proveniente de depósitos encontrados na malha urbana de São Carlos – SP, coletando um total de 33 amostras, num total de 3783. Verificou-se então, que a composição do entulho era cerca de 64 % de argamassa, 30% de componentes cerâmicos e 6% de outros materiais.

O presente trabalho, diferentemente da metodologia do autor citado, além de estimar a quantidade de entulho a partir do material misturado, também estimou a quantidade de materiais separadamente, daí a diferenças dos percentuais comparados. A quantidade de argamassa avaliada por Pinto (1986) por exemplo, considerou-se uma quantidade final, levando em conta que o material que não pode ser usado, pela demora na aplicação, diferentemente deste trabalho, que avaliou o material logo após sua aplicação e considerando que a argamassa é recuperada para novamente ser aplicada.

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Tabela 4: Perdas de Materiais em algumas cidades brasileiras Elemento Local (%) São Carlos (1) Ipatinga (2) Ribeirão Preto (3) Salvador (4) Guaratinguetá (5) Biguaçú (6) Argamassa 63,67 25 37,4 53 41 25 Concreto 4,23 8

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21,1 - 7 30 cerâmicas - 30 20,8 15 22 31,8 PINTO (1986);

JOHN e al. Apud Xavier (2001); LATTERZA (1998);

CARNEIRO et al , 2000;

ASSIS e OLIVEIRA( 1998) apud Xavier (2001); Fonte própria.

Outro fator a ser considerado é a diferença existente na estimativa de % em massa dos materiais presentes no entulho das cinco cidades avaliadas, foram quantificados a percentagem de várias obras conjuntamente em depósitos de entulho, neste trabalho foi avaliado apenas uma obra, considerando as diferenças entre obras.

Segundo CASTRO et al. Apud LIMA (1999) foi avaliado a composição de resíduos de construção no aterro de Ipatinga, na cidade de São Paulo. Observou-se que o resíduo mais presentes são, os materiais minerais.

4. CUSTOS DAS PERDAS DE MATERIAIS

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Custo global da obra: R$ 686,76/ m²; Custo do material: R$ 350,80/ m²; Custo da mão-de-obra R$ 335,96/ m².

Levando em consideração que a obra tenha uma área total construída de 7476,13 m² e, segundo (Pinto,1999) a massa média de uma edificação é da ordem de 1000 kg/m², então temos uma massa total construída de 7.476.130,0 kg ( 7476,13 t).

Segundo o levantamento realizado na obra, obteu-se um índice de 72,27 kg/m², o que nos daria uma massa de entulho na ordem de 540.299,91 kg (540,29 t), o que representaria cerca de 7,00% da massa da construção.

Em termos de custos, o valor total da obra segundo os índices do CUB, seria da ordem de R$ 5.134.307,00, sendo que R$ 2.622.604,03 seriam em relação ao material consumido e R$ 2.511.703,00 com mão-de-obra.

Quanto a parcela de entulho seria representado pelo valor de R$ 39.940,15.

Observando os valores acima mencionados, constata-se que a parcela dos custos maior é proveniente do material utilizado. Em pesquisas realizadas na cidade de Florianópolis, referentes aos pesos percentuais dos serviços no custo global da edificação de prédios residenciais, os custos referentes a participação dos principais insumos chegam a 70,49%, do custo total dos insumos da obra (LOPES, 1992). Estes materiais correspondem a 30% dos materiais utilizados na obra.

Portanto os materiais que mais pesam no custo total da obra, como estrutura, alvenaria e acabamentos, são os que contribuem para a geração de entulho.

5. GESTÃO DE RESÍDUOS NA OBRA

As construções novas são responsáveis por aproximadamente 50% do total de resíduos de construção e demolição existentes no Brasil (PINTO,1999), a sua gestão teria repercussão significativa na gestão global.

Porém, os processos de demolição e construção nova são bastante distintos. Nas novas construções, as ações de gestão podem ser mais facilmente empregadas e controladas, devido á característica organizacional

e estrutural das construtoras.

Outra questão importante é o fato de que, são poucos os processos construtivos que geram resíduos de forma misturada. Os resíduos surgem em áreas e tempos diferentes. A mistura de resíduos ocorre de fato nos equipamentos de transporte de entulho.

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A aplicação de processos simples de gestão, sem emprego significativo de recursos, ajudaria muito na obtenção de resíduos selecionados de forma a otimizar a reciclagem. Como por exemplo, poderíamos citar a retirada de gesso metal e madeira dos entulhos de natureza inorgânica não metálica. Só isso já contribuiria para a obtenção de agregados reciclados de entulho de melhor qualidade, potencializando o seu emprego em

componentes, sabe-se que a qualidade dos agregados reciclados é fundamental para uma aplicação mais economicamente rentável, aumentando o atrativo dos componentes reciclados. A organização do canteiro de obras é de grande importância, pois a sua organização cria ambientes definidos para o trabalho, depósito de materiais, refeições, sanitários e a circulação de materiais e equipamentos. A má distribuição espacial do canteiro de obras, provoca transportes em distâncias mais longas e propícias para

desperdício de materiais, bem como o depósito de materiais em lugares impróprios coloca em risco sua qualidade, devido à exposição ao tempo e quedas de material empilhados inadequadamente.

6. CONCLUSÃO

O Indicador de entulho obtido, seja pelo índice de perdas ou pelo levantamento por etapas de serviço é inferior ao estimado por PINTO (1999), cujo valor da quantidade de entulho gerado por m² de construção, o autor tomou como base edificações executadas na grande maioria por processos convencionais e chegou a um valor de 150 kg/ m² construído. Andrade (2001), obteve o índice de 49,58 kg/ m² mas considerou menos materiais que a presente pesquisa. No caso do índice obtido pelo primeiro autor, este valor inclui tanto edificações novas quanto reformas.

No levantamento realizado, etapas como a fundação e estrutura já estavam praticamente concluídos e materiais como madeira e ferro devido as suas dimensões foram estimadas com base na pesquisa FINEP/PCC/ITQC, além de ser o único levantamento (uma obra), PINTO realizou levantamento em diversas obras, obtendo para cada uma delas valores diferenciados.

Vale lembrar que, além do problema de deposição irregular de entulho gerado e esgotamento de áreas para aterro sanitário, ocorre a agressão dupla à natureza nesse processo, tanto pelo aspecto da deposição quanto pelo uso desenfreado dos recursos naturais, cujo agravante reside no fato de a construção civil, como dito anteriormente consome grande parcela desses recursos extraídos da natureza, um percentual que varia de 15 a 50 % que é destinado à industria de construção.

Desta forma, torna-se imprescindível a gestão dos resíduos de construção no canteiro de obra, buscando a minimização da sua geração, reutilizando e se possível dando condições para sua reciclagem, obedecendo a requisitos advindos do ponto de vista financeiro e ambiental.

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Referências

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