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Indústria, território e políticas de desenvolvimento

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Academic year: 2021

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Indústria, território e políticas de desenvolvimento

Profs. Marcelo Matos e José Cassiolato

Aula 7

(2)

Evolução e dinâmica de sistemas locais de inovação

– APLs em Cultura

(3)

Bibliografia

CASSIOLATO, J. E.; MATOS, M. P.; LASTRES, H. M. M. (org.) (2008). Arranjos produtivos locais: uma alternativa para o desenvolvimento. Criatividade e cultura, volume 1. Rio de Janeiro: E-papers.

MATOS, M. G. P.; BRITTO, J. N. P. (2011). Innovation, preservation and sustainability in cultural activities: an exploratory analysis based on the Local Innovative and

Productive Systems framework. Paper presented at the 9th Globelics International Conference, 15-17 November 2011, Buenos Aires, Argentina.

MATOS, M. P.; STALLIVIERI, F.; BRITTO, J. N. P. (2013). Construção de

capacitações e inovação em arranjos produtivos locais: segmentos industriais e culturais em perspectiva comparativa1. In: XLI Encontro Nacional de Economia ANPEC, Anais...

Foz do Iguaçu.

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Justificativa

Por que Atividades Culturais?

• Atividades culturais enquanto relevante atividade econômica

• Grande potencial brasileiro e latino-americano

• Cultura como meio de comunicação, socialização e formação de identidades

Cultura sob uma perspectiva econômica – estado da arte

• Dimensionamento – pessoas ocupadas e valores movimentados

• Padrões de concorrência de grandes indústrias

• Impacto das novas tecnologias

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Justificativa

Lacunas

• Para além das grandes indústrias

• Dinâmica

• Determinantes de competitividade / atratividade

Como avançar

• Referencial de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais

• Desenvolvido com foco prioritário sobre atividades industriais

• Necessidade de adaptação

Conjunto de contribuições que sugerem a importância do território específico e dos processos de construção de capacidades

• Sociologia e Comunicação

• Geografia econômica

• Tradicional Economia da Cultura

• Sistemas de inovação

(6)

O referencial de SPILs em atividades culturais

• Vantagens do foco em SPILs:

– engloba grupos de diferentes agentes (empresas e organizações educação, treinamento, promoção, financiamento, etc.) e atividades conexas que caracterizam qualquer sistema produtivo

– estabelece uma ponte entre o território e as atividades econômicas.

– cobre o espaço onde ocorrem os principais processos de aprendizado, capacitação e inovação

– vantagem e desafio: captar, medir e incluir nas agendas de pesquisa e de política o invisível = intangível + informal + novidades

• Políticas voltadas a desenvolvimento e sustentabilidade

(7)

Sistemas Produtivos e Inovativos Locais - SPILs

Conjuntos de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, desenvolvendo atividades econômicas

correlatas e que apresentam vínculos de produção, interação, cooperação e aprendizagem

Geralmente incluem:

Empresas:

- Produtoras de bens e serviços finais,

- Fornecedoras de equipamentos e outros insumos, - Comercialização,

- Clientes, etc.,

Cooperativas, associações e representações

Demais organizações:

- Formação e treinamento de RH, - Informação,

- P&D,

- Promoção e financiamento, etc

(8)

Algumas considerações

• Diversidade Vs. Aspectos “típicos” dos ASPILs culturais

Ênfase nos elementos característicos

Discussão de especificidades como ilustração

• Proposta de diálogo multidisciplinar

Ênfase na análise apreciativa em detrimento de métodos estatísticos e econométricos

• Estudo é complementar a outras dimensões de análise

Indústrias na esfera nacional e supranacional Políticas culturais

(9)

Os ASPILs culturais enfocados

ASPILs / Características Atividade Principal Atividades Secundárias Amostra Análise qualitativa

Análise quantitativa Cinema e audiovisual

Audiovisual no Rio de Janeiro- RJ

Produção audiovisual, com destaque

para cinema e televisão Outros tipos de produtos audiovisuais 44 X X

Cinema em Porto Alegre-RS Produção de cinema Outros tipos de produtos audiovisuais 7 X X

Cinema em Recife-PE Produção de cinema Audiovisual para televisão 57 X X

Audiovisual em Goiânia-GO Produção audiovisual, com destaque

para vídeos - 44 X X

Espetáculos, festas e manifestações culturais Música em Conservatória,

Valença-RJ

Serestas e serenatas no centro histórico

Serviços Turísticos (pousadas, hotéis,

restaurantes, etc.) 8 X

Festa do Boi de Parintins-AM Desfile dos Bois Garantido e

Caprichoso Serviços Turísticos 2 X

Carnaval do Rio de Janeiro-RJ Desfiles das escolas de samba, blocosde enredo, bandas, etc. Serviços Turísticos e entretenimento 17 X X São João de Campina Grande-

PB Festa de São João Serviços Turísticos 61 X X

Forró em Fortaleza-CE Festas e eventos de forró em casas

noturnas e outros espaços Serviços de entretenimento 21 X X

Carnaval de Salvador-BA Desfile/apresentação de trios, blocos

afro e afroxés Serviços Turísticos e entretenimento 42 X X

Espetáculos, festas e manifestações culturais – subconjunto das manifestações religiosas Festa de Sant’Ana Caicó-RN Manifestação/festividade Religiosa Comércio, entretenimento 16* X Círio de Nazaré em Belém-PA Manifestações Religiosas Serviços Turísticos e entretenimento 10* X

Juazeiro do Norte-CE Manifestações Religiosas Serviços pessoais e artesanato 1* X

(10)

Indicadores para ASPILs empregados na análise

• Indicadores de posicionamento estratégico - capacidade competitiva

• Indicadores de capacitação e aprendizagem interna

• Indicadores de aprendizagem externa

• Indicadores de ações cooperativas

• Indicadores de externalidades e densidade produtiva local

• Indicadores de desempenho inovativo

• Importância relativa das interações em diferentes dimensões geográficas

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Análise comparativa

ASPILs culturais e “não-culturais”

• Agrupamentos identificados com a técnica de k-médias (k=5)

• Média dos indicadores por agrupamento

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Agrup. 1 Agrup. 2 Agrup. 3 Agrup. 4 Agrup. 5

(12)

Introdução de Inovações

• Determinantes econômicos e não-econômicos

• Diferentes condicionantes e dinâmicas inovativas

Descrição Média Culturais Média outros ASPILs

Capacidade de introduzir inovações / criação de novos

atrativos / eventos 0,80 0,75

Introdução de inovações

Novo padrão artístico e/ou estético 64,3% n.a.

Novo produto ou serviço (para o mercado) 45,9% 23,9%

Novo produto ou serviço (para a empresa) 60,5% 56,3%

Novo processo (para o setor) 27,8% 16,8%

Novo processo (para a empresa) 61,9% 52,0%

Implementação de novas técnicas de gestão 30,0% 33,6%

Mudanças na estrutura organizacional 27,2% 41,3%

Conceitos e/ou práticas de marketing 40,6% 36,1%

Conceitos e/ou práticas de comercialização 37,4% 40,6%

• Impactos: qualidade e gama de produtos e atrativos mais consumidores e novos mercados

(13)

Processos de aprendizagem

• Base de “conhecimentos culturais” específica (conhecimento tácito) – associada a valores, hábitos, etc.

• Ênfase em aprendizado que decorre da prática cotidiana

• Centralidade do aprendizado por interação – pessoal e informal

• Relações de trabalho temporárias com forte flutuação de indivíduos

0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50

Fo rnecedo res 0,282 0,113 0,207 0,079

P úblico / clientes 0,472 0,291 0,303 0,128

Co nco rrentes e o utro s 0,305 0,127 0,165 0,042

Universidades e inst. de pesquisa 0,197 0,066 0,086 0,015

Centro s de capacitação 0,170 0,044 0,080 0,011

Lo cal Estado B rasil Exterio r

Interação com:

• “clientes” (experience good);

• Fornecedores e outros

agentes culturais (insumos para criatividade);

• Associações e prefeituras (coordenação)

• Universidades

(14)

Processos cooperativos

• Produção cultural

enquanto processo social e coletivo (produção e

consumo)

• Atividades inter- dependentes

• Divisão dos custos e compartilhamento de riscos

• Dinamização dos

processos interativos de aprendizagem;

• Confluência de estratégias e esforços p/ produtos e serviços complexos

0,00 0,10 0,20 0,30

Forneced ores 0,018 0,004 0,02 8 0 ,0 04

Púb lico / client es 0,02 9 0,008 0,03 0 0 ,0 04

Concorrent es e out ros 0,04 3 0,004 0,011 0 ,0 00

Universid ad es e inst . de p esquisa 0,016 0,003 0,00 3 0 ,0 00

Cent ros d e capacit ação 0,011 0,002 0,00 3 0 ,0 00

Out ro s 0,02 0 0,004 0,005 0 ,0 00

Lo cal Est ado B rasil Ext erior

0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80

Fo rnecedores 0,171 0,051 0 ,100 0,014

Público / client es 0 ,2 27 0,126 0,111 0,031

Co nco rrent es e out ros 0,158 0,065 0 ,0 46 0,019

Universidades e inst . de p esq uisa 0 ,0 90 0,052 0 ,0 34 0,014

Cent ros de capacit ação 0 ,0 36 0,022 0 ,0 30 0,00 7

Out ros 0 ,0 92 0,035 0 ,0 38 0,00 2

Local Est ado B rasil Ext erior

(15)

Território e enraizamento

• Atividades naturalmente enraizadas, dado o caráter único da cultura local ?

• Vantagem competitiva natural, porém não dinâmica

Externalidades Média

Disponibilidade de Mão-de-obra Qualificada 0,75

Baixo custo da mão-de-obra 0,42

Proximidade com Fornecedores 0,59

Proximidade com clientes consumidores 0,67

Cultura local 0,89

Fama, reputação do local 0,86

Território: de locus para contexto imprescindível

• Primazia de elementos de competitividade dinâmica

• Papel do poder público local – Coordenação de processos

– Elementos complementares e necessários para as atividades (infra- estrutura)

(16)

Da competitividade/atratividade para a sustentabilidade

Inovação & preservação

• Esforços de inovação e preservação se complementam no processo dinâmico de transformação desta manifestação cultural

• Preservação como processo virtuoso de criação do novo

• Transmissão de conhecimentos entre geração sustentabilidade no longo prazo

• Elementos de novidade, contextualizadas em um arcabouço de práticas e valores específicos renovação da atratividade e competitividade

Apropriação econômica e instâncias de coordenação

• Ampliação da manifestação e dimensão espetáculo

Reprodução é apenas ampliada ou é alheiamente privatizada?

• Idealização do evento

ampliação de retorno econômico e político

• Desenraizamento sabotando as próprias bases da parcela espetáculo midiático

• Falsa dicotomia “cultura Vs. mercado”

(17)

Da competitividade/atratividade para a sustentabilidade

• Dominação cultural na raiz do subdesenvolvimento

• Desenvolvimento substantivo passa pelo cultivo e pelo fortalecimento dos valores da própria cultura

• Transcender o status de folclore e configurar-se como pujante manifestação, quando esta constitui uma base para a geração de riqueza

• Apropriação local de retornos pecuniários e não-pecuniários como base para evolução coerente, contextualizada e diferenciada

• Dimensão midiática não é necessariamente negativa. Ela pode

arregimentar as bases materiais para a reprodução dela mesma, mas também da dimensão mais orgânica e socialmente enraizada

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Dimensões de políticas

• (i) Articulação institucional no fomento à cultura

• (ii) Infra-estrutura urbana e turística

• (iii) Enraizamento e transmissão de conhecimentos

• (iv) o fortalecimento de atividades de produção relacionada à forma de expressão cultural

• (v) Estruturas de coordenação local

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Hipóteses da pesquisa

• Inovações estéticas e artísticas - são tão importantes quanto as inovações geralmente considerados na pesquisa de inovação, se quisermos entender os determinantes do desempenho das organizações culturais

• Economias de aglomeração - decorrentes de racionalização do uso dos fatores de produção e da articulação das diversas fases de produção, levando a ganhos de eficiência

• Economias locais de aprendizagem - conhecimento tácitos é

especialmente relevante para as atividades culturais. Processos de difusão são reforçados pela interação direta dos agentes. O

conhecimento cultural não é apenas tácito, mas profundamente enraizado e relacionado a um determinado grupo social.

• Cooperação é particularmente importante - interação produtiva /criativa está ligada à natureza coletiva da produção e do consumo cultural

• Capital cultural – riqueza em posse de um grupo social. Possibilidade de ser depreciado, transformado em outras formas de capital e também ser apropriado por terceiros

• Coordenação, intervenção e participação nos processos de tomada de decisões locais é de importância fundamental para atratividade ou competitividade do produto

Referências

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