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Poesias de A a Z

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Academic year: 2022

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Texto

(1)

Poesias de A a Z Volume II

Miguel Rodrigues

Julho/Agosto 2020

(2)

Alimento

Alivia a fome por um momento

Em excesso traz grande tormento Alguns só apetecem ao paladar

Outros causam até repulsa, nem podendo encostar.

Alguns servem de válvula de escape Para esquecer um ressentimento

Alguns comem até dizer: não cabe

Muitos de vez em nunca dispõe de um alimento.

(3)

Bagunça

Feita pelas crianças

Também na divisão da herança

Na soltura do preso que pagou fiança.

Nas contas públicas desde o Império Nas nomeações sem qualquer critério País assim não se leva a sério.

É inimiga da organização Não rima com maturidade

Muito menos com prosperidade.

(4)

Coisa

Qualquer que seja Tem quem deseja Mesmo sendo vago

Tal qual objeto no lago.

Pode ser importante Uma busca incessante

Às vezes não se sabe o que é Nem se vai dar pé.

Ela pode ser julgada Pode ser culpada

E também no lixo jogada.

Pode ser de cinema, de novela

Ou algo que escandaliza, que escabela E incrivelmente pode ser bela.

(5)

Dentro

Da verdade Da legalidade

Ou fora, não tem outra opção Escolher está fora de questão.

(6)

Escadas

Havemos

de subir os degraus da maturidade

Mas também

descer

Aqueles que começam na soberba

E terminam na humildade.

(7)

Fronteira

O sul que me deste Faz divisa

Com o norte que puseste Como limite àquele povo.

Cada qual com seu costume Quando ultrapassa a barreira Não é pequeno o queixume Até que veio a guerra.

Não foi uma invasão Mas uma visita

Para estabelecer uma relação

Nunca se sabe o dia da necessidade.

(8)

Gestão

Quando é ruim Indigestão

Quando o projeto é bom

Espera-se como se fosse gestação.

Quando é pública Interrogação

Se for reprovada Cassação.

Nas mãos erradas Assombração

Cadeira desocupada

A maior competição.

(9)

Hesitante

Se hesito

Não consigo êxito Decerto é irritante.

Hei de ser assertivo Não errante

E tão-somente não vacilante.

(10)

Inteligências

Artificial

Fora do normal Irracional

Eleitoral?

Para o bem e o mal Surreal

Espacial

Neopsicogeoemocional.

Do que adianta Se uma anta Com indicação

Vai ganhar a colocação.

(11)

Janelas

Terapêutica Epidemiológica

E para ver a banda passar.

De alumínio De madeira

E do sistema operacional.

Com as frestas pro ar circular Fechadas pro som da festa abafar

Bem aberta pro sol no quarto entrar.

(12)

Leve

O peso insuportável de decidir Os rumos da elevada carga

Tributária, é necessário agir

Para que o projeto não vá pela descarga.

A força é brutal O peso é irreal

Questão de sobrevivência

Mas não afeta quem age por conveniência.

A dureza é inegável E o povo está duro

É fato presente e futuro.

Até o sono é pesado Pesadelo continuado

Situação incontrolável.

(13)

Massa

De manobra

Não tem aquela dita cinzenta Sofre mas aguenta.

E o que sobra

Até dá pra fazer uma obra

Faz acreditar que está no caminho certo.

(14)

Navegação

Já dizia o poeta: viver não é preciso Mas é necessário ter uma direção Se na bússola busca pelo norte

Jamais chegará se estiver rumo ao sul.

(15)

Ossos

Do ofício não respondido Difícil e duro de roer

Nem cachorro pega pra morder.

Desgastado e mal recompensado Dá-se o sangue pela repartição

Vão dizer: não fez mais do que obrigação.

(16)

Perdão

Pela canção sem melodia Pela prosa sem coesão

Pela pintura de traços falhos.

Mais uma chance

Não cancele este poema Verás que valerá a pena.

Pela verdade dita atravessada Pela falta de bajulação

Pela sinceridade na relação.

É preciso mais transparência Muito mais paciência

E menos indiferença.

(17)

Questão

De bom senso

Apesar do contrassenso De opinião

Fundada numa interpretação.

De honra

A qualquer custo ser preservada?

De ideologia

A qualquer custo defendida?

De paladar

Afinal gosto não se discute De personalidade

Ou aceita ou daqui se mude.

(18)

Rup tura

Realidade rompida Razão reacionária Raiz renegada.

Riqueza riscada Rivalidade rasgada Resposta rechaçada.

Risco relegado Rixa reiterada

Rapadura repaginada.

(19)

Sério

Que é assim mesmo?

Que a mentira se alastra mais que a verdade?

Que as condições são precárias?

Que os interesses pessoais prevalecem?

Que a justiça muitas vezes é seletiva?

Que a política é um jogo masculino?

Que a boa educação é para poucos?

Que é difícil mudar este quadro?

(20)

Tradição

Milenar ou recente

Nem sempre dá pra traduzir Para a geração presente.

Muitas vezes congelada no tempo Exageradamente arcaica

Um verdadeiro convite para o conflito.

Vale a pena manter?

Não dá para ser flexível?

Quem está ganhando?

(21)

Utopia

É pensar fora da caixinha, Mas dentro dela é agradável Tão gostosa e quentinha Mudança é desagradável.

Quem fica só na caixinha Não conhece o mundo afora E quando sai se choca

Com a realidade, o preconceito é quase certo.

(22)

Volátil

É a substância que quer se evaporar É a memória que não quer se guardar

É a riqueza que se ganha sem ter que trabalhar É o relacionamento em que não há desejo de amar.

É uma infância não vivida

É uma juventude que foi esquecida É uma maturidade não reconhecida É uma vida não vivida.

O tempo não aproveitado O planejamento ignorado O sonho não lembrado.

A ideia do poema não escrito O sentimento não traduzido O elogio que quase foi dito.

(23)

Xampu

Toda hora cai

O sinal do uai-fai

Assim não dá pra ter vida virtual.

Um coutchi foi convidado

Para dar dicas de como realizar

Uma tempestade cerebral bem sucedida.

É feiqui nius! Não acreditem!

Mas os rêiteres* não perdoam.

Caiu a rede, seu Manoel vai ao chão enquanto usava o esmartefone.

* haters

(24)

Zagueiro

É forte e grande

Tem o dever de parar o atacante Precisa correr pra alcançar o ponta O gol contra é a sua pior vergonha.

No escanteio do adversário Até vira segundo goleiro

Além de tudo precisa ser equilibrado

Pra não cair na onda do atacante zombeteiro.

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