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Rev. Bras. Enferm. vol.32 número4

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n, 32 : 369-374, 1979

MARCO CONCEITUAL DE SAODE COMUNITARIA

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SOBREIRA, N.R.S. - Marco conceitual de saude comunitaria. v. rs. Ef.: DF, 32 : 369-374, 1979.

• IRODUQAO

Saude Comunitaria, tema atual, 0 qual se vem dando mulita enfase, po­ rem sujeito a interpretafoes diversas.

A complexidade do assunto e a pe­ culiaridade de assistencia que envolve tal especialidade, implica alnda, numa analise e lnterpretafao de algumas de­ finifoes que sao fundamentals

a

unl­ formidade de objetivos, filosofis e di­ retrizes. Dentre as definifoes elstentes, selecionou-se aquelas emanadas da Or­ ganizafao Panamericana de S a u d e

(OPS) e Organizafao Mundial de Sau­ de <OMS>'

DENI;OS BASICAS

• Aten9lo primaria em saude -conjunto de afoes que se poe ao alcance do individuo, familia e comunidade, para satlsfazer suas

necessidades basicas de saude tanto em aspectos de promofao e conservafao da mesma, como pre­ venfao e recuperafao da enfermi­ dade.

• Extensao de cobertura e a ex­ pressao numerica ou em percen­ tual da populafap atendida pelos Servifos de Saude.

• Participa9ao da comunidade e o processo que cria nos indivi­ duos um sentido de responsabill­ dade quanta . sua saude e da comunidade, assim como a capa­ cidade de participar consciente e construtivamente nos programas cujo objetivo seja 0 bem-estar da populafao.

• Preven9ao -e a aplicaf0 de tec­ nologia e de metodos cientificos, a nivel de grupos ou de

indivi-• Doutor e Docente Livre m Enfermagem de Saude Publica, pela J. Profesor Assistente d3 EJ.

Chefe do Servi;o de Controle e AvaUa;.o da Metodologia do Ensino - Departamento de ecursos Humanos - Secretaria de Estado de Saude do Estado do Rio de Janeiro.

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-SOBREA, N.R.S. Marco conceitual de saude comunitaria. Rev. Bras. Enf. : DF. 32 : 369-374. 1979.

duos para promover, manter OU restaurar a sande.

• Saude da comunidade - e 0 re­ sultado da interatao do homem com seu ambiente e 0 impacto dos servitos de saude sobre eles.

• Sistema de Servi;os de Saude denomina-se os diversos meios de organlzatao e administratao de servitos que permltem cumprir com os propositos de fomentar, proteger e recuperar a saude.

2 . ENFOQUE EPIDEMIOLGICO DA SAUDE COMUNITARIA

A sande comunitaria no Brasil apre­ senta-se deficitaria, sob os diversos as­ pectos :

• prevaH�ncia da morbi-mortalldade por enfermidades transmissiveis, sobretudo aquelas controlaveis por vacinatao ;

• elevada incidencia de desnutritao proteico-caI6rica, considerada co­ mo causa principal, associada ao problema das enfermidades infec­ ciosas e parasitarias de menores de 5 anos ;

• precariedade de saneamento basi­ co, em especial a provisao de agua e a ellminatao das excretas ;

• grande absortao da equipe ao atendimento

a

demanda, relegan­ do para segundo plano as medi­ das de preventao primaria;

• maior enfase

a

assist�ncia cura­ tiva, em detrimento da preventl­ va, quer pelas Instituitoes forma­ doras de profissionais, como na­ quelas prestadoras de servitos de saude;

• ausencia de programas sistemati­ zados de prestatao de servitos;

• falta de valorizatao da preventao primaria e da racionalizatao da assistencia . sanitaria, retratando uma tend en cia inflacionaria na economia.

Somam-se, outrossim, a esta situa­ tao, a existencia de algumas barrelras, que interferem negativamente, na pro­ dutao, expansao e qualdade de assis­ tencia oferecida ao individuo, familia e comunidade.

Estas barreiras podem ser agrupa­ das quanto a :

I nstitui;io

• deficiencia de participatao inter­ institucional;

• ambiente fisico obsoleto;

• escassez de equipamentos e ou deterioramento, por falta de ma­ nutentao;

• falta de infra-estrutura assisten­ cial quanto a pessoal, material e recursos financeiros;

• insuficiencia dos sistemas de pres­ tatao de servitos.

Recursos human os

a) Formatao de pessoal

• inadequatao do sistema educa­ cional:

- formatao com maior destaque na individualldade do ser humano e recuperatao da saude;

- preparo dis tan cia do das neces­ sidades reais da saude comuni­ taria;

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SOBRA, N.R.S. - Marco conceitual de s a ude comunitaria. ev. Bras. EDt. : OF.

32 : 369-374, 1979.

b) ut iUza �ao d e p essoa l - p reca riedad e d e recu rsos; - ma d1st ribu i�ao d

\

p essoa l; - p resta �ao d e s erv i�os em sua ma io ria, po r p essoa l nao qua lif i­ cado;

- i nexste ncia d e n p roc eso d e ad est ram ento ;

- fa lta d e v isao dos p rofissio na ls e s eus auxilia res quanto

a

n ec es­ s idad e da p resta �ao d e s erv i�o int eg rada em equip e multipisc i-p lina r; .

- fa lta d e habilidad e em adapta r os metodos e p roced im entos

a

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no logia d isponiv el.

Politica

• p rev isao o r�am enta ria nao compa ­ tivel com as n ec esidades d e s­ siste nc ia

a

saud e comun ita ria ;

• maio r d estaqu e aos p rog ramas d e p rev en �ao s ecunda ria;

• of erta d e assistenc ia mais vo ltada pa ra a d ema nda.

3. ASSISnNCIA COUNITARIA

A assiste ncia comu nita ria em nos­ so m eio, pod e s er ef etuada, so b duas moda lidad es :

a ) 0 Hospital como verdadeiro cen­ tro de saude, ou s eja, loca l para ond e se co nv erg em todas as a �o es de saud e, em qua lqu er nivel d e p rev en�ao. Esta po rem, requ er :

• est rutu ra fisica esp ecia l;

• admi nist ra �ao c ent ra Uzada;

• ma io r p repa r� e d ist ribu itao d e recu rsos;

• refo rmas rad ica is no s ist ema d e of erta d e s erv i�os d e saud e.

b) 0 Hospital e 0 Centro de Saude integra dos, p ropic iando ao ind iv i­ duo, fam ilia e comun idad e, u ma assistenc ia int eg ra l, co ntlnuada, nao ap enas quantitat iva, mas tamMm, qualltativam ent e satls­ fat 6ria.

Dev e at lngir a todos s elem entos da comunidad e, quer d as a reas u rbans, p erife ricas, como e, ess enc la lm en e, das a reas ru ra ls, uma v ez qu e, "1/3 da po­ pu la �ao da Ame rica Lat in a e Ca ribe naa t em ac eso aos s erv i;os de saud e".

P rec isa ca ra ct erlza r-s e p ela of erta d e p resta ;ao d e s erv 1�os d e sa ud e, int ra e ext ra-mu ros, com e nfas e na at en tio p rima ria, at en �ao esta "capaz d e so lu ­ c lona r 66% dos casos qu e habitua lmen­ t e so l1c itam a consu lta medIca ".

N ec ess ita s er d es envo lv ida d ent ro d e um s ist ema d e s erv 1�os d e sande

(FIGURA 1), em qu e todos os elemen­ tos da comun ldad e d ele fa ;am pa rt e, ev itando d esta fo rma, a eistenc la d e saos e do ent es nao p roteg ldos.

A of erta d ess es s erv i�os, pod e p ro­ c ed er dos Hosp ita ls, dos C ent r�s d e Saude e, par alelam ente, da Assistenc ia

Dom ic iliar ia.

P rec isa a branger os d if erent es ni­ v eis d e p rev en ;ao :

• p rima ria, envo lv endo a p romo ;ao e a p rot e�ao da saud e;

• s ecunda ria, com 0 diagn6stico e t ratam ento p recoc e;

• t erc ia ria, vo ltada pa ra a d im inui­ �ao da incapac ldad e, rea bilit a;ao e at en�ao aos estados ag on icos .

Desta man eira, t eremos saas p rot e­ g idos, c l1ent es recup erados, do ent es m e­ lho rados e 0 6bito ss ist ido, quer so b 0

asp ecto bio I6g1co, como pato l6g lco e es­ pi ritua l.

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ASSIST�NCIA

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-( Adapb; ao

da Fig. 2 apr es ent�da por Ma ria Ter e sa Mcdermit )

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SOBRIRA, N.R.S. - Marco conceitual de saude comunitaria. Rv. Bs. Enf. : DF, 32 : 369-374, 1979.

4 . MARCO CONCElTUAL DE SAUDE COMUNITARIA

Como marco conceitual para a Pla­ no de AQoes em Saude Comunitaria, deve-se ter como diretrizes:

a) As caracteristicas da Assistencia Comunitiria, que devem ser essen­ cialmente :

• dentro do contexto da Politica Na­ cional de Saude;

• planejadas e eCecutadas de forma sistema tizadas ;

• baseadas nas necessidades do in­ dividuo, familia e comunidade;

• com a participa;ao da comunlda­ de - aspecto que constitui a mais recente e promlssora estra­ tegia para obtenQao de melhor cobertura.

b) A observagao de alguns requisitos sicos, para un atendimento qualitativo, como por exemplo:

• identificaQao do gropo de alto risco as patologias;

• fazer 0 levantamento das neces­ sidades prloritarias;

• estabelecer metas e diretrlzes pa­ ra a cobertura de assistencia;

• estruturar as aQoes a partir da atenQao primarla;

• preparo adequado dos elementos prestadores de semQos.

c) Mobilizar meios para 0 atendi­ men to s prioridades estabeleci­ das pela Politica Nacional, tais como:

• reduzir a morbi-mortalidade cau­ sada por enfermidades transmis­ siveis prevalentes, sobretudo a malaria e aquelas que podem ser controladas por vacinaQao;

• atenQ.o a saude materno-lnfantil, considerando os gropos mais vul­ neraveis e 0 componente central da unidade familiar;

• reduQao da desnutrlQ.o proteico­ calorica, considerada como "cau­ sa primordial associada ao pro­ blema das enfermidades infeccio­ sas e parasitarlas gastrolnesti­ nais, em especial aos menores de 5 anos;

• saneamento do meio ambiente, em especial a provisao de agua e a eliminaQ.o das excretas.

d) Proporcionar atengao e sauae em nivel primdrio, asim como a referencia sistematica das mes­ mas, de acordo com suas neces­ sidades. aos niveis de atenQ.o especiaUzada.

e) Situar s jun�es de caaa eZe­ mento da equtpe no contexo do sistema de saude e em todos s

niveis de prevenQao.

f) Estudar a ejicicia as metds e procedimentos de prestaQao de semQos e procurar aperfeiQo.-IS e adapta-Ios as realidades lcls.

g) Promover com parcialtdade e

igualdade 0 acesso i assistenia.

h) Incrementar a ojerta de meZho­ res servigos de saude.

1) Prom over a integragio docente­

assistencial.

j ) Retormular a politica de atendi­

men to i demanda, empregando

as alternativas:

• redu;ao da demanda a longo prazo;

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SOBREIRA, N.R.S. - Marco eoneeitual de saude eomunitaria. Rev. Bras. Ef.: DF,

32 : 369-374, 1979.

• reorlenta(ao da mesma, dando destaque a aten(ao primaria as enfermidades suscetiveis de pre­ ven(io e de aten(ao precoce.

CONCLUSAO

A presta;io de servi(os dentro do contexta de Saude Comunltarla, apesar de suas caracteristicas e pecullarldades, apresEmta efeltas satisfatOrlos, quer em termo de assistencla, como de atendi­ mento a demand a e as necessidades do iidlviduo, familia e comunidade.

Deve fundamentar-se essencialmen­ te na aten(ao prlmarla.

Para lsto, tona-se lmprescindivel, o estabeleclmento de n marco con­ celtual de saude comunitaria, segundo deflni(oes aballzadas e a Politica Na­ clonal de Saude vlgente. Uma vez esta­ belecidas as diretrlzes, deve-se partir para a elabora(ao de um programa e sua implementa;ao, enfatlzando a ad­ minstra(ao, controle e aval1a(ao.

Desta forma, poderemos assegurar a maima produtlvidade e eficacia dos recursos existentes e alnda, fomentar e contrlbuir para melhor participa(io da comunidade e, conseqientemente, para a obten(ao de melhores nivels de saude do individuo, familia e comunidade.

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