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Rev. Bras. Enferm. vol.32 número4

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RBn, 32 : 375-384, 1979

ASPECTOS DO SETOR SAODE - PARTICI PA�AO

DO ENFERMEIRO *

* *

Arilda de Sao Sabbas Pucu

* *

Marta Cavalcanti Teixeira

RBn/03

PUOU, A.S.S., EIEIRA, M.O. - Aspectos do setor saude-participa;ao do efemeiro. ev. Bas. t.; DF, 32 : 375-384, 1979.

I - INTRODUQAO

Ha varios anos, profissionais llga­ dos ao setor de saude, vem abordando e estudando questoes relativas as for­ mas de presta;ao de asslstencia que atentem para a situa;ao de morbi­ mortalldade e sejam condizentes com o contexto socio-economlco-cultural do pais.

Nesse sentldo, foram analisados e destacados aspectos como :

- a racionaliza;ao de recursos fi­ slcos, materials e humanos; - a necessldade de presta;ao de

asslstencla, maximizando a efi­ ciencia e eflcacia;

- 0 aumento de coertura da as­

slstencia basica as opula;oes rurals e perifericas dos grandes centroS urbanos;

- a delegaao de fun;oes ao pes­ soal tecnico e aulllar.

Essas sao as premlssas basicas de modelos asslstenclals que, sob a forma

de programas, foram apresentadas como propostas alternativas e lnovadoras pa­ ra reestrutura;ao do sistema de saude.

Inicialmente, estas quest6es permane­ ceram a nivel de estudos e debates; e as tentatlvas de operacional1za;ao dos modelos se restrlnglram a programas de algumas Instltuioes e Unlversidades, em carater experimental e, pois, com pequena abrangencia. Uma serie de fa­ tores politicos conjunturals conjugados a faIta de. solu;oes para a crise do se­ tor, caracterizada pelo volume dos re­ cursos flnanceiros alocados para o· setor saude, sem a devida correspondencia da melhoria do nivel de saude da popu­ la;ao, obrigou a modifica;6es signiflca­

tlvas.

A partir do I P . N . D . ( 1975-1979) e da V Conferencia Nacional de Saude (1975) , caracterizou-se a necessidade de altera;oes do politlca de saude vigente. Redefinlram-se formas de presta;ao de asslstencla, prioridades, custos e lnves­ timentos etc. Desde entao a cria;ao de lnstrumentos legas favoreceram

aque-• Tema ivre - XI CBn - oala - Ca - 1971. •• fermeirs do NPS - J.

(2)

PUC'. A.B.B .• A. M.C. - Aspecos do setor saude-particlpatio do enfemelro. ev. s. t.; DF. 32 : 375-384, 1979.

las tendencias e impulsionaram a ab­ sortao. pelas Instituitoes. dos progra­ mas de extensao de cobertura e dos projetos de regionalizatao.

Os instrumentos legais foram : - Lei n.O 6.229 (Sistema Nacional

de Saide-1975) ;

- Decreto de criatao do PIASS ( 1976) ;

- Portaria Ministerial 001 (PS/ MS-1978) .

Na implantatao do programa de saude, verifica-se. ainda. a existencia de uma gama de problemas, tais como :

- organizatao global e setorial; - racionalizatao dos recursos

fl-nanceiros. fisicos e materiais; - produtao e utillzatao de medl­

camentos ;

- a questao de recursos humanos. cujas solutoes estao na dependencla de definitao efetlva dentro da politica de saude. quanto a viabillzatao destes mo­ delos como estrateglcos e fundamentais para 0 setor. Mesmo assim e conside­ ravel trazer como elementos para dis­ cussao, peculiaridades que envolvam a particlpatao do enfermeiro. um dos re­ cursos humanos envolvidos.

Este trabalho pretende sltuar 0 en­ fermelro. ressaltar a lmportancla de seu papel na analise e debate das ques6es signiflcatlvas para a viabilizatio dos novos modelos assistenciais propostos e. tambem. sltuar a problematica relativa . sua lnser(ao nesta fase de modlflca­ toes do Setor Saune.

II - PROGRS E PROJETOS PAA

o

SETOR SAODE

o

esgotamento do modelo assisten­ cial vem se intensificando na medida em que se avolumam as necessidades nao satisfeitas da populatao e a eleva­ tao dos custs vai consumindo voraz­ mente os recursos financelros destina­ dos ao Setor Saude.

Assim sendo. impoe-se a busca de modelos alternativ�s que recuperem sua

376

competencla frente a reaUdade atual . As propostas politicas visam a integra­ tio de diferentes setores, como : saude, saneamento, educatao e habitatao. alem de outros diretamente envolvidos no sistema produtivo.

Somente a partir de 1974. em de­ correncia da necessidade de reciclagem do modelo economico. foi que a ade­ quatao do sistema de saude as suas novas responsabilldades, veio a se cons­ tituir objeto de preocupatao do goveno federal ( 1 ) .

Como saida para a crise do sstema de saude. cometaram a surgir propo­ sitoes visando superar 0 impasse. Tais propostas e iniciativas. a principio de carater experimental, foram promovidas por Secretarias de Saude, em convenio com Universidades e outras Instituitoes. nao s6 nacionais como ate internacio­ nais. voltadas para 0 desenvolvimento de modelos de servitos destin ados as populatoes rurais. s programas exis­ tentes apresentam grande preocupatao com a implantatao do Sistema Nacio­ nal de Saude. Eles tem em vista a ex­ tensao de cobertura e/ou reglonalizatao dos servitos de saude.

A viabillzatio da extensao de co­ bertura tem varios problemas. ainda. sem solutao, nas areas de recursos hu­ manos. equipamentos, medicamentos. organizatao. flnanciamento. ideologla e politica de saude.

"Os conceitos fundamentais do pro­ grama de extensao de cobertura sao:

1 - Universalzatao do direito . protetao e a recuperatao da saude. assegurada principalmente

s

popula­ toes desassistidas ;

2 - Oferta e produtao ativa de servitos de saude a populatao. de acor­ do com suas necessidades;

3 - Garantia de acessibilldade es­ paclal da populatao aos servit0s;

(3)

5 - Responsabilidade do stado na deflagra;ao e na condu;ao do proceso; 6 - Estimulo a partlclpa;ao ampla da comunldade em todas as fases do processo, desde a programa;ao;

7 - Utlliza;ao, em massa, de pes­ soal de nivel medlo e elementar, atuan­ do por delega;ao de fun;oes mediante trelnamento e supervlsao;

8 - Ado;ao de tecnologlas simp11-ficadas e de baixo custo ;

9 - Utiliza;ao de equipamentos simp11ficados, instalados em unldades sanitarias 10ca11zadas de acordo com a dispersao populacional;

10 - Organiza;ao das unldades de saide num sistema de servi;os hlerar­ quizados e reglonalizados, segundo 0 grau de complexidade de cada uma, acompanhando a distribul;ao espacial da popula;ao". (2)

Entre os atuais programas de ex­ tensao de cobertura, 0 de malor abran­ gencia e possivelmente 0 PISS (Pro­ grama de Interloriza;ao das A;oes de Saide e Saneamento) , 10cal1zado no Nordeste, voltado para as areas rurals principalmente onde ha ausencla de 6rgaos prestadores de servl;os assis­ tenciais.

o

comonente fundamental e a cria;ao e Implanta;ao de M6dulos­ Bas

cos constltuidos por: centro de Saide, sltuado na sede do MunicipiO, uma rede de Postos de Sande, looa1-zados nos respectlvos dlstritos, vils e povoados da zona rural.

Propoe-se que os Modulos alem de manterem integra;ao funclonal entre sua unldades, busquem rela;oes de ar­ tlcula;ao com outras Instltul;oes pres­ tadoras de servl;os asslstencials, asslm como com outras formas nao lnstltu­ clonals, como sejam as pratlcas comu­ nltarias; apolem e mesmo lncorporem

alguns elementos da chamada medlcina popular para que disto resultem malor beneficlo a popula;ao.

Outra proposta de grande signifi­ cado e a do Plano de Local1za;ao de Unldades de Servl;o - PLUS - que, embora alnda n.o operaclonalizado, fol a base te6rlca para a lmplanta;ao do Programa da Prefeltura Municipal de Camplnas (SP) . Enfoca · a regional1za­ ;ao e a extensao de cobertura

s

po­ pula;oes urbana e periferica das gran­ des regloes metropo1tanas do pais.

s diretrizes gerais do modelo de reglonaliza;ao vlsam :

1 - Dar prloridade e lntensificar as atlvldades de saide que proporclonem maiores benefi­ clos por mals baixo custo; 2 -A raclonal1za;ao dos recursos

fislcos, humanos e materials elsentes;

3 - Atender as necessldades reals da popula;ao;

4 - A hlerarquizaao de servlos em grau de compleidade cres­ cente;

5 -A lntegra;ao de atlvldades prestadas por Instltul;oes de saide e a unlversal1za;ao da asslstencia

a

sande.

No quadro geral (1) dos programas de extensao de cobertura, os acima cl­ tados sao originarios do setor sande, enquanto outros, como por exemplo 0 POLONORDESTE, tem como fina1dade o desenvolvlmento s6cio-econOmlco re­ gional, ncorporado conseqientemente atlvldades de assisrencla, sugeridas nas propostas de extensao de cobertura.

Outros programas com base na as­ sistencia primaria elstem lsoladamen­ te por serem desenvolvidos a nivel mu­ nicipal, como exemplo, os da Secretaria Municipal de Londrlna, Nlterol e Cam­ plnas.

Cabe resaltar que, segundo Relat6-rio-78, da Prefeltura MuniCipal de Lon­ drlna, do otal de atendimentos reall­ zados, 86,4% fol resolvido e/ou contro­ lado pelo auxi11ar de sa6de (Quadro II) .

37 UO, A.B.B., lA, M.C. -ecos do setor saude-participa,o do enfermeiro.

(4)

j

TERlSTlS GERAIS OS PROGS DE EXTENSKo DE COBERTURA E REGIONALIZA�O

M EXEC;KO OU PROPOSTS NO BS IL

1978

ucK0

- 1979

- 1978 de

proje-- 1979

- 1 9 79

- 1979

- 1979

- 1979

UO,

A.B.B.,

lA

,

M.C.

-ecos

do

setor

saude-participa,

o

do

enfermeiro.

ev.

s.

f.;

DF,

32

:

375-34,

(5)

QUDO I I

ATENDIMENTOS ELI ZAOS E M 1 9 7 8 : " DESTINO O S PAC IENTES "

2 5 . 5 0 6 2 5 . 5 0 6

. ( 10 0 % )

Pacientes

u�iar de Saude

!

M

Reso1vidos e/ou contro1ados no p roprio Posto

2 2 . 0 4 5 ( 86 , 4 4 % )

.. .

2 . 8 4 2

t

I ·

( 1 1 , 1 4 % )

2 6 2 6

Medico

I

( 10 , 2 9 % )

I

FONTE : Re latorio da Sccretaria Municipal de Lonrina - 1 9 7 8

Encaminhados para se rvi90s de Saude

mais e�pecia1i z ados

6 1 9 ( 2 . 4 2 % )

2 1 6 ( 0 , 8 5 % )

.

UO,

A.B.B.,

lA

,

M.C.

-ecos

do

setor

saude-participa,

o

do

enfermeiro.

ev.

s.

f.;

DF,

32

:

375-34,

(6)

III - FORMAQAO TEORICO-PRATICA O ENFEREIRO FACE AO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MODEWS ASSISTENCIAIS

A implanta�ao do Sistema Nacional de Saude (ei n.O 6.229/75) e a ado�ao de novos modelos para 0 setor, refietem sobre 0 sistema formador a necessidade de preparar pessoal em seus varios ni­ veis : superior, tecnico e auxil1ar, ade­ quado as atlvidades basicas a serem desenvolvldas. Sem essa necessaria ade­ qua�ao existe 0 risco de uma distor�ao, ois somente os profisslonais com for­ ma�ao especlallzada na area de saude publica e/ou experiencia previa, seriam absorvidos nesta area de trabalho. Fato que ocorre na fase atual em rela�ao aos profislonais de nivel superior, 0 que contraria os objetivos desses mo­ delos em rela�ao ao emprego de recur­ sos humanos. Havendo, portanto, neces­ sidade de preparar pessoal com emba­ samento teorico-pratico minimo, para atuar nas area de execu�ao e supervi­ sao a nivel local e regional. Evitando­ se, desta forma, a especiallza�ao e con­ seqientemente a dissocia�ao, entre 0 perfil pro fissional necessario ao sistema de presta�ao de servi�os e 0 def1nldo. e/ou oferecldo pelo sistema fomador.

Onde esses modelos tem sldo desen­ volvidos, sua operaclonallza�ao exige profisslonais com visao, menos dirig1da ao atendimento do doente e que nao situem 0 hospital como elemento cen­ tral do sistema de saude. Este aspecto e de particular importancia no caso do Enfermelro por sua slgnlflcatlva parti­ cipa�ao em todos os niveis e destaca­ damente na prepara�ao, supervisao e orlenta�ao do pessoal de� nivel tecnico e auxiliar. Tem-se como exemplos : os programas das Secretarias Munlcipai3 de Londrlna, Campinas e Niteroi; das Secretarias Estaduais do Nordeste em convenio com 0 PlASS, assim como, as propostas dos PIanos dlretores do PLUS.

80

o

estudo dos programas citados, permlte formular uma sintese das a�Oes do modelo altenativ� a serem executa­ dos a nivel local e regional, a seguir :

- Assistencia ao adulto ;

- Assistencia

.

gestante, puerpera,

recem-nato e

.

crian�a;

- Saneamento basico do meio; - Controle e notifica�ao de

doen-�as transmlssiveis;

- Controle, trelnamento e super­ visao de partelras;

- Fonecimento de medlcamentos ; - Coleta e reglstro de dados

bio-estatisticos e de produ�ao ; - Assistencla odontologica

preven-tiva e restauradora;

- Educa�ao para a saude; - Programa de nutri�ao;

- Exames loboratoriais;

- Hospitaliza�ao (segundo niveis de referencla) .

Institui�6es diversas real1zam pro­ gramas proprlos tendo como basicas estas a�6es e a delega�ao de fun�oes ao pessoal auxil1ar. Em razao destes fatos. o enfermelro devera receber forma�ao a nivel de gradua�ao, que 0 capacite para atuar enquanto membro da equi­ pe de saude e na area especifica das atividades de enfermagem.

A grande questao levantada e : de que modo a form�ao te6rico-pratica o

enfermeiro, no momento atual, permi­ te-lhe de forma lnnica, 0 desempe­ nho das fun�6es e atividades eigidas para a operacionallza�ao do modelo?

No campo da enfermagem verifica­ se uma preocupa�ao com 0 estudo e 0 engajamento na reestrutura�ao do setor saude, tendo a area docente em nivel de gradua�ao e habil1ta�ao buscado re­ formular curriculos e programas de curso.

Considerando-se as estruturas de servi�os propostos pelos modelos, as Es­ colas de Enfermagem tem como impasse a solicita�ao de mao-de-obra por parte do mercado de trabalho, em desacordo com a filosofia dos novos modelos assis� UO, A.B.B., lA, M.C. -ecos do setor saude-participa,o do enfermeiro.

(7)

tenclais. Desse modo, torna-se dificll adequar pratlcas novas aos campos de estaglo oferecldos, em sua maloria em Institul�oes, nas quais os servl�os sao organizados de "forma tradiclonal".

Na maloria das Instltu1�oes as di­ retrizes e fun�oes dlferem das novas propostas, e 0 desenvolvlmento do exer­ cicIo tecnico pro fissional do enfermeiro e limitado e cerceado em algumas ati­ vldades, tais como: consulta de enfer­ magem, realiza�ao de partos, solicita­ �ao de exames Simples, controle do crescimento e desenvolvimento e outras praticas imprescindiveis, sob 0 enfoque dos novos modelos propostos . (Quadro IIIl .

Estes aspectos apresentam contra­ di�6es que oferecem serias dificuldades a area docente de enfermagem. Por um lado, um novo mercado propondo que o profissional seja capaz de treinar, supersionar e orientar 0 pessoal auxi­ liar, para realiza�ao de atividades, quando a maioria das institui�oes assis­ tenclais do setor, nao admite sequer que tais atividades sejam executadas pelo proprio enfermeiro.

Mesmo considerando-se a proble­ matica acima enfocada, alguns aspectos sao ainda pouco discutidos nas insti­ tui�oes de forma�ao do enfermeiro, tais como : malor questionamento e estudo acerca dos programas e projetos atuais ; sua importancia do ponto-de-vista so­ cial; as implica�oes no campo do exer­ cicio pro fissional e a necessidade do enfermeiro lutar por malor participa­ ;ao em todas as fases dos programas. Impoe-se que, dentro das institui�oes de ensino, esta8 discussoes sejam ana­ l1sadas de forma mais critica e pro­ funda de tal modo, que possam redun­ dar em, modifica�oes do enfoque quan­ to s formas de asslstencia prestada a popula�ao, e na busca de campos de stagio altenatlvos. Favorecendo, s-8im, a mudan�a de comportamento do enfermeiro, visando a oportunidade Qe ocupar uma nova posi;ao na equipe de

saude, atraves de vlsao mais adequada da realidade s6cio-economica e da ne­ cessldade de partlcipa�ao em a�s In­ tegradas.

IV - AUA;:AO DO PROFISSIONAL NOS PROGRAS E PROJETOS

Anallsando os programas e projeos tanto os operaclonalizados quanto os ainda em fase de proposta te6rica, ve­ rifica-se que a base das atividades a serem desenvolvidas, sao, em sua malo­ ria, a�Oes precipus de enfermagem a serem executadas por pes80al aullllar, exigindo, portanto, a presen;a do en­ fermeiro para treinamento e supervlsao dessas a;oes.

Alem deste fato constata-se que 0 mesmo e um profissional basico da equipe de saude e sempre fol sensivel as atividades preventivas que visassem a melhoria da qualidade de saude da popula;ao.

No projeto de cria;ao do PISS, apesar do enfermeiro nao constar como pro fissional integrante da equipe, em­ bora sej a citada a presen;a do tecnico e do auxiliar de enfgermagem, a ne­ cessidade daquele profissional se impos. HOje ele integra a equipe tano a nivel central na planejamento e normatiza­ ;ao, como tambem, a nivel regional no treinamento e supervisao.

Este exemplo serve para llustrar uma dlstor;ao, a nivel das decisoes po­ liticas e tecnicas, quando e felta a co­ loca;ao te6rica de uma nova perspec­ tlva de trabalho on de se enfoca a multi­ prof1ss10nalldade. Outro aspecto a ser destacado e que a presen;a do enfer­ metro, nas equlpes responsaveis pela implementa;ao desses programas, aln­ da e pouco significatlva e mesmo redu­ zida, conslderando-se que a maloria das a;oes de saude concernentes ao modelo de asslstencia primaria, sao tIplcamen­ te, de en!ermagem. Portanto, em ie tra­ tando quer do aspecto McnIco, quer do

aspecto legal, nao pode este prof1&slo­ nal ser prescindido e/ou subsltuido.

81 UO, A.B.B., lA, M.C. -ecos do setor saude-participa,o do enfermeiro.

(8)

) 0 �

QUADRO III REA��O ENTE ATRlBUl�OES EXECOR (AUX . SAODE) E RESTRl�OES LE­

AIS/lNSTlTUClONAIS AO TREINADOR - (ENFEMEl O)

AUXILIAR DE SAODE

ATRIBUl�OES

1 . Prestar assl s tenci a a ges tante controle pre-natal .

2 . Controle , supervisao , orienta­ .9ao e treinamento da parteira

leiga .

3 . Pres tar assis tencia:' a crian9a de 0 a 6 anos

4 . Distribui9ao de medicamentos segundo esquema padronizado

CONHEClENTOS TEORICO/pATlCO NECESS�RIOS

1 . Fi s iologia, evolu9ao e complica9oes da gravi dez . Exame fisico - dados antropometricos , ausculta fetal i nterpreta9ao exames laboratoriais

' 2 . Aconpanhamento e evolu9ao do traba Iho de parto; complica90es ; reali= z a9ao de parto �oral ; erocedimen­ tos referentes a expulsao dos ane­ xos ; condutas indicadas no parto domici l iario etc .

3 . Controle do desenvolviento e cres cimento; controle de s aude da cri a

ra

4 . A90es e reaxoes , dosagens , vias de

administrarao

Fonte : l�creto n9 5 0 . 3 8 7/6 1 - Regulamenta9ao do exercicio da enfermagem 2�rogramas das Sec retarias Es taduais em Convenio com 0 PlASS 3�rogramas da Secretaria Munic ipal de Londrina - PR

/sbb .

ENFEElRO

RESTRI�OES LBGAlS E/OU

INSTITUClOAlS

1 . lnsti tucional

Controle pre-natal , onde se insere a consulta de enfer­ magem.

2 . 1 Legal

reali za9ao de parto normal c/ ou sem episiografia 2 . 2 . lnsti tucional

evolurao do parto ( tque ) reali zarao do parto

3 . lnsti tucional

nao e de rotina a presta9ao de assi s tencia a crian9a a­ traves de consulta de enfeE magem

4 . Legal e Institucional

adminis trar medicamentos sem prescri rao . medica .

UO,

A.B.B.,

lA

,

M.C.

-ecos

do

setor

saude-participa,

o

do

enfermeiro.

ev.

s.

f.;

DF,

32

:

375-34,

(9)

Nao se trata de uma vlsao pretenciosa, de aproprla(ao das a(Oes de saide como exclusividade de uma categorla profis­ sional, como e alnda enfatlzado quer a nivel lnstitucional, quer a nivel social o blnomlo medico/saide; mas sim, de considerar a potencialidade e 0 espa(o de competencia espcifica de cada pro­ fissional dentro da equipe.

Assim como e imp�tante que se abra uma perspectiva de maior parti­ cipa(ao, nao so do enfermeiro, como de outros proflssionals da equipe de saide, no programas de extens

o de cobertura e/ou reglonaliza(ao, tamb; m se faz ne­ cessarlo :

1 - que sejam modificadas as di­

retrizes do sistema formador visando corrigir, entre outras, as distor(oes da rela(ao quan­ titativa da equipe de saide ; 2 -na medida em que os progra­

mas vlsam a(oes lntegradas com 0 objetivo final de presta­ (ao de asslstencia

a

saide, uma nova rela(ao lnterprofissional Se impoe. E, para que a melho: ria desta interrela(ao se pro­ ceda, e 1mprescindivel que os profissionals se dispam da ne­ necessidade de mistificar 0 seu papel pro fissional e social, es­ tabelecidos segundo moldes ultrapassados e elitistas, que nao mais se coadunam com a perspectiva dos novos modelos assistencials do setor saide, integrantes e resultantes de uma dada realidade socio-eco­ nomlca e cultural.

v - LEGISLAQAO PROFISSIONL

ANTE AS ATIVIDADES PROPOSTAS

o

Decreto n,o 50.387, de 28 de mar(o de 1961, que regulamento 0 exercicio da enfermagem, diz no seu artigo 11, pa­ ragrafo inico :

"E da responsabilidade da obstetriz e da parte ira :

a) prestar asslstencia de enferma-.

gem obstetrlca

a

mulher no ciclo­ gra vido puerperal em domicilio ou no hospital;

b) acompanhar 0 parto e 0 puerperio

normais, liitando-se aos cuida­ dos indispensaveis

a

parturlente e ao recem-nascido."

o

ante-projeto do Conselho Fede­ ral de Enfermagem COFEN, propoe uma nova lei de regulamenta(ao do exerci­

cio da enfermagem, tambem, no para­ grafo inico, do seu artigo n.o 11, men­ ciona :

"As enfermeiras obstetricas ou obs­ tetrlzes referidas no artigo 6.°, lncumbe ainda :

a) b)

assistencia ao parto normal ; identifica(ao das dlstocias obste­ tricas e tomadas de providencias ate a chegada do medico;

c) realiza(ao de episiotomla, epi­ siorrafia e aplica(ao de anestesia local, quando necessaria."

Como se pode observar, tanto na lei em vigor quanto no ante-proj eto, e permitido apenas

a

parteira,

a

obstetrlz e

a

enfermeira obstetrica prestar assis­ tencia ao parto. No entanto, quando se analisam as atividades proposta para 0 "Atendimento Polivalente" ou "Auxiliar de Saide" nos programas de extensao de cobertura, em execu(ao nas Secre­ tarias de Saide de Londrlna l dos Es­ tados do Nordeste em convenio com 0

PIASS, constatam-se alguns pontos al­ tamente conflitantes com a propria le­ gisla(ao vigente, 0 que se po de notar no Quadro III.

A legisla(ao que nega ao enfermeiro graduado a possibilidade de prestar as­ slstencia ao parto, obriga-o a ensinar aos Auxiliares de Saide para atuar em programas em que este devera ter a seu cargo a orlenta(ao e supervisao da par­

teira leiga, alem de admitir oficiosa­ mente a esta iltima a realiza(ao do parto. Para que 0 enfermeiro possa par­ ticipar desses programas, necessario se faz que a legisla(ao lhe assegure 0

di-383

(10)

reito de realizar 0 paro normal, fato que viria presslonar 0 sistema formador no sentido de sua capaclta;ao.

Outro ponto conflltante e 0 que dlz respelto ao artigo 15, nea "b" : "e vedado a todo pessoal de enfermagem astrar medicamentos sem prescrl­ ;ao medIca, salvo em casos de extrema urgencla . . . " . Quando das atrlbul;oes do Atendente, segundo diversos progra­ mas, consta "dlstribui;ao de medica­ mentos segundo esquema padronlzado". Considerando-se discutivel ser esta uma forma de prescr1;ao medica.

No papel de treinador e supervisor do pessoal aux1l1ar, 0 enfermeiro neces­ sita do dominio de algumas outras tec­ nicas que, embora nao entrem em cho­ que com a legisla;ao, 0 seu dsempenho nao the e familiar, como por exemplo a execu;ao de exames laboratoriais simples.

Alguns fatores podem ser levanta­ dos como responsaveis pelos pontos con­ tradit6rios acima referidos, tais como :

- s llmita;oes do sistema forma­ dor em preparar pessoal com perfil pro fissional adequado as reais necessidades da popula;ao, que sao explicitadas e coerentes nos novos modelos ;

- A limita;ao da legisla;ao vigen­ te que por sua vez e

conseqien-cia das pressoes soconseqien-ciais que limi­ tam 0 exercicio pro fissional do enfermeiro e sua posi;ao no mer­ cado de trabalho.

IV CONCLUSAO

A grande discussao nao e questio­ nar os programas considerando que do pono-de-vista socIal estes constituem as propostas mais conseqientes do mo­ mento. Sao propostas altenativas apre­ sentads como respostas a reformula­ ;ao do setor de saude, h. multo em crise.

ste modelos no contexto socio­ economico e cultural do pais podem sign1f1car e contribuir para a meloria real do nivel de saude da popula;ao, devendo, portanto, serem defendidas e apoiadas por todos os profissionais da area.

A grande discussao pro posta, e sim, analisar as causas sociais, institucio­ nais, legais, as diretrizes que orientam a forma;ao pro fissional e que estao impedindo e/ou bloqueando a maior participa;ao do enfermeiro na execu;ao das atividades. Este, como pro fissional e antes de tudo, membro de uma de­ terminada sociedade, nao pode portan­ to, se allenar do contexto social e eco­ n6mico do pais e de como se insere a questao saude no mesmo.

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Referências

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