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Campo eletromagnético de uma carga em queda livre num campo gravitacional uniforme

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(1)

Campo eletromagn´etico de uma carga em queda livre num campo

gravitacional uniforme

(Electromagnetic field of a free falling charge in an uniform gravitational field)

Mario Goto

1

Departamento de F´ısica, Centro de Ciˆencias Exatas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil Recebido em 4/11/2008; Revisado em 25/11/2009; Aceito em 30/11/2009; Publicado em 14/5/2010 As transforma¸c˜oes de Rindler s˜ao usadas para obter o campo eletromagn´etico de uma carga em queda livre num campo gravitacional uniforme.

Palavras-chave: transforma¸c˜oes de Rindler, campo gravitacional uniforme, carga em queda livre, efeito gravi-tacional sobre o campo eletromagn´etico.

Electromagnetic field of free falling charge in an uniform gravitational field is obtained using Rindler trans-formations.

Keywords: Rindler transformations, uniform gravitational field, electromagnetic field of free falling charge, gravitational effect on electromagnetic field.

1. Introdu¸c˜

ao

O referencial pr´oprio R0 de um corpo em queda livre

num campo gravitacional uniforme ´e um referencial inercial para o qual um corpo em repouso junto a este campo no referencial R executa um movimento hiperb´olico. O campo de uma carga em movimento hiperb´olico j´a ´e conhecido [1-14], assim como o campo eletrost´atico de uma carga em repouso num campo gravitacional uniforme [12, 14].

O interesse aqui ´e o campo eletromagn´etico de uma carga em queda livre num campo gravitacional uni-forme. No referencial pr´oprio R0 da carga o campo ´e

o coulombiano, e pode ser transformado para o campo em R usando as transforma¸c˜oes de Rindler [15, 17].

O referencial principal, do observador, ´e o R, com coordenadas (xµ) =¡x0= ct, x1= x, x2= y, x3= z¢. O R0 ´e o referencial inercial, em queda livre, com

coor-denadas (x0α) =¡x00= ct0, x01= x0, x02= y0, x03= z0¢.

O campo gravitacional, uniforme, ser´a definido ao longo do eixo zz0, g = −a = −gbz e o tensor m´etrico gµν

definido de forma compat´ıvel com o tensor m´etrico minkowskiano [17-22] ηαβ com os sinais relativos das

componentes diagonais (−, +, +, +). Por simplicidade usa-se c = 1 por´em, quando necess´ario por motivos de clareza, a velocidade da luz c ser´a colocada explicita-mente.

2.

Transforma¸c˜

oes de Rindler

As transforma¸c˜oes de Rindler conectam referenciais inerciais com os referenciais uniformemente acelerados equivalentes aos referenciais em repouso na presen¸ca de um campo gravitacional uniforme.

Nos referenciais inerciais as propriedades do espa¸co-tempo e as leis da F´ısica s˜ao descritas pela relatividade restrita. Nos referenciais n˜ao inerciais, as propriedades do espa¸co-tempo s˜ao definidas pela m´etrica [15-17]

ds2= −c22= g

µνdxµdxν, (1)

atrav´es do tensor m´etrico

gµν= ∂x

∂xµ

∂x0β

∂xνηαβ . (2)

No caso de um campo gravitacional uniforme,

ds2= −c22= g

00(z)c2dt2+

gzz(z)dz2+ dx2+ dy2, (3)

com as componentes n˜ao triviais

g00(z) = −e2az e gzz(z) = e2az . (4)

Como as componentes n˜ao diagonais do tensor m´etrico s˜ao nulas, a identidade

gµλgλν= gµλ= δµλ (5)

1E-mail: mgoto@uel.br.

(2)

define as componentes contravariantes g00= 1 g00 = −e −2az e g33= 1 g33 = e −2az . (6)

Conhecida a m´etrica, as transforma¸c˜oes entre os re-ferenciais R e R0 podem ser obtidas resolvendo o

sis-tema de equa¸c˜oes diferenciais

2x ∂xµ∂xν = ∂x0α ∂xa Γ a µν, (7) onde Γλ µν = 1 2g ηλ ½ ∂gνη ∂xµ + ∂gµη ∂xν ∂gµν ∂xη ¾ (8) ´e a conex˜ao afim, cujas componentes n˜ao nulas s˜ao

Γ0

z0= Γz00= Γzzz= a, (9)

e resultam nas transforma¸c˜oes de Rindler

ct0 = c2 2ae az(eat− e−at) , z0 = c 2 2ae az(eat+ e−at) −c2 a , (10)

aqui definidas para satisfazer a condi¸c˜ao na origem (ct = 0, z = 0) ⇔ (ct0= 0, z0= 0) .

As transforma¸c˜oes (10) e a m´etrica (3) mostram que um corpo em repouso na origem do referencial R exe-cuta um movimento hiperb´olico em R0 dadas pelas

co-ordenadas do espa¸co-tempo (ct0, z0) = c2

a (sinh aτ, cosh aτ − 1) . (11)

Por outro lado, um corpo em repouso na origem do referencial inercial R0por defini¸c˜ao est´a em queda livre

em rela¸c˜ao ao referencial R. Considerando z0 = 0 nas

transforma¸c˜oes (10), resulta 1 2e az(eat+ e−at) = 1, (12) ou seja, z = −c 2 a ln [cosh(at)] , (13)

que descreve a trajet´oria de um objeto vindo de

z = −∞ (com velocidade c) desacelerando at´e parar

em z = 0 e ent˜ao retornando para −∞ de forma ace-lerada at´e atingir a velocidade −c. Nesta trajet´oria a velocidade ´e vz= −sinh(at) cosh(at), (14) e a acelera¸c˜ao, az= −a · cosh2(at) cosh2(at)− sinh2(at) cosh2(at) ¸ = −a · 1 cosh2(at) ¸ . (15)

A Fig. 1 ilustra a trajet´oria (preto), a velocidade (azul) e a acelera¸c˜ao (vermelho) de um corpo em queda livre num campo gravitacional uniforme.

t

Figura 1 - Gr´aficos da trajet´oria (preto), velocidade (azul) e ace-lera¸c˜ao (vermelho) de um corpo em queda livre num campo gra-vitacional uniforme.

3.

Campo eletromagn´

etico

As transforma¸c˜oes diferenciais

dx0α= ∂x0α

∂xµdx

µ (16)

definem as transforma¸c˜oes dos campos vetoriais,

A0α= ∂x

∂xµA

µ . (17)

Das transforma¸c˜oes de Rindler (10) resultam

A00= eaz(e at− e−at) 2 A 3+ eaz(eat+ e−at) 2 A 0, A01= A1 e A02= A2 , (18) A03= eaz(eat+ e−at) 2 A 3+ eaz(eat− e−at) 2 A 0 e a inversa A0= −e−az(e at− e−at) 2 A 03+ e−az(eat+ e−at) 2 A 00 , A1= A01 e A2= A02 , (19) A3= e−az(eat+ e−at) 2 A 03− e−az(eat− e−at) 2 A 00 .

Para as componentes covariantes

A0(x, y, z, t) = g00A0(x, y, z, t) = −e2azA0(x, y, z, t), e

A3(x, y, z, t) = g33A3(x, y, z, t) = e2azA3(x, y, z, t) , as transforma¸c˜oes (19) ficam

(3)

A0(xµ) = − (eat+ e−at) eaz 2 A 00(x) +(eat− e−at) eaz 2 A 03(x) , A1(xµ) = A01(x0α), A2(xµ) = A02(x0α) , A3(xµ) = −(e at− e−at) eaz 2 A 00(x) +(eat+ e−at) eaz 2 A 03(x) . d

O potencial eletrost´atico de uma carga puntual lo-calizada na origem de R0 ´e

A00= φ0= p q x02+ y02+ z02 , (20) onde x0= x, y0 = y e z0 = c 2 2ae az(eat+e−at)−c2 a = c2 2a £ eaz(eat+ e−at) − 2¤,

as componentes espaciais sendo nulas, A0 = 0. No

re-ferencial R as componentes n˜ao nulas resultam c

A0(x, y, z, t) = −q 2 eaz(eat+ e−at) q x2+ y2+ c4 4a2[eaz(eat+ e−at) − 2] 2, (21) A3(x, y, z, t) = −q 2 eaz(eat− e−at) q x2+ y2+ c4 4a2[eaz(eat+ e−at) − 2] 2. d

A partir do tensor eletromagn´etico [12-14]

Fµν= (∂µAν− ∂νAµ) , (22)

s˜ao obtidos os campos el´etrico

Ei= F0i= gijFj0, (23)

e magn´etico

Bk = Fi

.j = gimFmj . (24)

3.1. Campo el´etrico

Das Eqs. (21) e (23) se obt´em as componentes do cam-po el´etrico Ex= E1= (∂1A0− ∂0A1) = ∂1A0, Ey= E2= ∂2A0, E3= F3 0 = g33F30= g33(∂3A0− ∂0A3) = e−2az µ ∂A0 ∂z ∂A3 ∂t, (25) c resultando Ex= q 2 xeaz(eat+ e−at) ³ x2+ y2+ c4 4a2 [eaz(eat+ e−at) − 2]3/2, Ey= q 2 yeaz(eat+ e−at) ³ x2+ y2+ c4 4a2 [eaz(eat+ e−at) − 2]3/2, (26) Ez= E3= q 2ac 4    [e az(eat+ e−at) − 2] ³ x2+ y2+ 1 4a2c4[eaz(eat+ e−at) − 2]3/2    ,

(4)

com m´odulo quadr´atico

E2= q 2 4a2

ρ2a2e2az(eat+ e−at)2+ [eaz(eat+ e−at) − 2]2

³

ρ2+ c4

4a2 [eaz(eat+ e−at) − 2]

2´3 . (27)

Em coordenadas cil´ındricas, as componentes n˜ao nulas s˜ao

Eρ(ρ, z, t) = q 2 ρeaz(eat+ e−at) ³ ρ2+ c4 4a2[eaz(eat+ e−at) − 2]3/2, (28) Ez(ρ, z.t) = q 2ac 4    [e az(eat+ e−at) − 2] ³ ρ2+ 1 4a2c4[eaz(eat+ e−at) − 2]3/2    . d

Pode-se mostrar que no limite a −→ 0 resulta o campo coulombiano de uma carga em repouso na origem de um referencial inercial.

3.2. Campo magn´etico

As componentes do campo magn´etico, Eq. (24), s˜ao

Bx= B1= F.32 = F23= ∂2A3,

By = B2= F.13 = g33F31= −e−2az∂A3

∂x , (29) Bz= B3= F.21 = F12= 0 ,

com as componentes n˜ao nulas c

Bx=1 2q    ye az(eat− e−at) ³ x2+ y2+ 1 4a2c4[eaz(eat+ e−at) − 2]3/2    , (30) By = −1 2q    xe −az(eat− e−at) ³ x2+ y2+ 1 4a2c4[eaz(eat+ e−at) − 2]3/2   

ou, em forma vetorial,

B = 1 2q

ρ (eat− e−at) (e−azsin ϕbx − eazcos ϕby)

³

ρ2+ 1

4a2c4[eaz(eat+ e−at) − 2]

3/2 . (31)

d

3.3. Evolu¸c˜ao do campo el´etrico

As ilustra¸c˜oes apresentadas nesta sub-sec¸c˜ao s˜ao simu-la¸c˜oes computacionais baseadas em t´ecnicas de Monte Carlo [23-25]. Para a amostragem das linhas de campo, al´em das coordenadas (x, z) distribu´ıdas com peso pro-babil´ıstico proporcional `a intensidade |E| do campo, as orienta¸c˜oes espaciais s˜ao indicadas por segmentos de reta de igual comprimento ∆s com as extremidades ancoradas nos pontos (x, z) e (x + ∆x, z + ∆z) para ∆x = ∆s sin θ e ∆z = ∆s cos θ, o ˆangulo θ obtido da rela¸c˜ao Ex/Ez = tan θ. O segmento ∆s ´e tomado o

menor poss´ıvel com resolu¸c˜ao que permita visualizar as orienta¸c˜oes das linhas de campo. As amostragens finais

cont´em trˆes mil pontos, as cores atribu´ıdas arbitraria-mente para encobrir os efeitos de satura¸c˜ao que ocorre no entorno do ponto de divergˆencia do campo el´etrico. As simula¸c˜oes s˜ao configuradas para quadros de amostragem de dimens˜oes 40L × 40L representando o plano x × z delimitado por −20L < x < 20L na hori-zontal e −20L < z < 20L na vertical, onde L ´e uma unidade arbitr´aria de distˆancia. As acelera¸c˜oes e os campos gravitacionais s˜ao dados em a/c2 e g/c2, res-pectivamente, cuja unidade ´e L−1. A partir destas

con-sidera¸c˜oes, a unidade L ser´a omitida (L = 1) [14-15]. As componentes do campo el´etrico de uma carga em queda livre, Eq. (28), no instante t = 0 e a carga fonte

(5)

na posi¸c˜ao z = 0, fica Eρ(ρ, z, t) = q 2 2ρeaz ³ ρ2+ c4 2a2 (eaz− 1)3/2, (32) Ez(ρ, z.t) = q 2ac 4    2 (e az− 1) ³ ρ2+ 1 2a2c4(eaz− 1)3/2    . Usando as express˜oes da Eq. (32) acima, a Fig. 2 mostra quadros comparativos das configura¸c˜oes dos campos de cargas em queda livre em campos gravita-cionais uniformes de diferentes intensidades, a carga na posi¸c˜ao z = 0 no instante t = 0 da trajet´oria descrita na Fig. 1. As intensidades dos campos gravitacionais s˜ao tomadas exageradamente altas para real¸car os efeitos sobre a configura¸c˜ao do campo el´etrico.

Pode-se mostrar que o sistema carga fonte mais o campo el´etrico tem simetria translacional ao longo da trajet´oria da carga. De fato, considere a Eq. (12) que define a trajet´oria da carga. Escrita na forma

1 2(e

at+ e−at) = e−azq(t)

leva `a igualdade

eaz¡eat+ e−at¢= 2ea(z−zq),

de modo que as componentes do campo el´etrico, Eq. (28), podem ser escritas na forma

Eρ(ρ, z, t) = q ρe a[z−zq(t)] h ρ2+ c4 2a2 ¡ ea[z−zq(t)]− 1¢2 i3/2, (33) Ez(ρ, z.t) = q ac 4    e a[z−zq(t)]− 1 h ρ2+ 1 2a2c4 ¡ ea[z−zq(t)]− 1¢2 i3/2    , explicitando esta simetria.

´

E necess´ario ressaltar que o campo magn´etico n˜ao tem essa simetria translacional, como facilmente pode ser verificada nas Eqs. (30-31), inclusive porque o cam-po magn´etico depende da velocidade que, obviamente, varia ao longo da trajet´oria.

4.

Equa¸c˜

oes de Maxwell

As equa¸c˜oes de Maxwell na presen¸ca do campo gravita-cional assumem as formas [21]

∂xλFµν+ ∂xνFλµ+ ∂xµFνλ= 0, (34)

para o par das equa¸c˜oes homogˆeneas e

∂xµ(

gFµν) = −gJν, (35)

Figura 2 - Configura¸c˜oes das linhas de campo de uma carga em queda livre num campo gravitacional uniforme para trˆes dife-rentes intensidades do campo gravitacional. (a): g/c2 = 0.1, (b): g/c2= 0.5 e (c): g/c2= 1

para as n˜ao homogˆeneas, onde g = − det(gµν). Na

ausˆencia de campo gravitacional, g = 1, resultando nas equa¸c˜oes de Maxwell no espa¸co-tempo de Minkowski.

As equa¸c˜oes homogˆeneas cont´em a lei de Gauss do campo magn´etico,

(6)

∂Bx ∂x + e 2az∂By ∂y + ∂Bz ∂z = 0, (36) e a lei de Faraday ∂Bx c∂t + e 2az∂ (Ez) ∂y ∂Ey ∂z = 0, e2az∂By c∂t + ∂Ex ∂z − e 2az∂Ez ∂x = 0, (37) ∂Bz c∂t + ∂Ey ∂x ∂Ex ∂y = 0.

Considerando Bz= 0 e as derivadas das outras

com-ponentes, ´e imediato verificar que a condi¸c˜ao

∂Bx

∂x + e

2az∂By

∂y = 0

´e satisfeita. Com deriva¸c˜oes mais extensas e trabalho-sas, chega-se `as igualdades

∂Bx c∂t ∂Ey ∂z = −e 2az∂Ez ∂y , e2az∂By c∂t + ∂Ex ∂z = e 2az∂Ez ∂x , ∂Ey ∂x = ∂Ex ∂y ,

que, considerando Bz = 0, s˜ao as equa¸c˜oes da lei de

Faraday.

As equa¸c˜oes n˜ao homogˆeneas englobam a lei de Gauss do campo el´etrico,

∂Ei ∂xi = gJ0= e2azJ0, (38) e a lei de Amp`ere ∂E1 c∂t ∂¡√gB∂y + ∂¡√gB∂z = − gJ1, ∂E2 c∂t ∂B1 ∂z + ∂¡√gB∂x = − gJ2, (39) ∂E3 c∂t ∂¡√gB∂x + ∂B1 ∂y = − gJ3,

a corrente obtida pelas transforma¸c˜oes de Rindler para campos vetoriais. A carga puntiforme est´a em re-pouso no referencial R0 em queda livre, de modo que

J00= ρ0c = 4πqδ(r) e J01= J02 = J03 = 0. No

referen-cial n˜ao inerreferen-cial R resultam as componentes

J0= qe−2azδ(x)δ(y)δ µ c2 2ae az(eat+ e−at) −c2 a ¶ (40) e

J3= −qe−2azδ(x)δ(y)δ

µ c2 2ae az(eat+ e−at) −c2 a, (41) as demais sendo nulas, Jx= Jy= 0.

As deriva¸c˜oes das componentes do campo el´etrico em rela¸c˜ao `as coordenadas resultam c

∂Ex ∂x + ∂Ey ∂y + ∂Ez ∂z = = q 2    3e az(eat+ e−at) ³ x2+ y2+ 1 4a2c4(eaz(eat+ e−at) − 2)3/2    + −q 2    3eaz(eat+ e−at)³¡x2+ y+ 1 4a2c4[eaz(eat+ e−at) − 2] 2´ ³ x2+ y2+ 1 4a2c4(eaz(eat+ e−at) − 2)5/2    d

que ´e nula,

∂Ex ∂x + ∂Ey ∂y + ∂Ez ∂z = 0,

em todo o espa¸co exceto sobre a carga, cujas

coorde-nadas s˜ao x = y = 0 mais a equa¸c˜ao da trajet´oria

1 2e

(7)

mostrando que a lei da Gauss ∂Ei ∂xi = ∂Ex ∂x + ∂Ey ∂y + ∂Ez ∂z = e 2azJ0

´e satisfeita para

e2azJ0= 4πqδ(x)δ(y)δ µ c2 2a £ eaz¡eat+ e−at¢− 2¤ ¶ .

Em rela¸c˜ao `a lei de Amp`ere, considerando Bz= 0,

J1= J2= 0, as trˆes componentes da Eqs. (39) ficam

∂Ex c∂t + ¡e2azB y ¢ ∂z = 0, ∂Ey c∂t ∂Bx ∂z = 0, ∂Ez c∂t ¡e2azB y ¢ ∂x + ∂Bx ∂y = −e 2azJ3.

As duas primeiras equa¸c˜oes podem ser verificadas de imedianto comparando as derivadas envolvidas.

Combinando as derivadas espaciais c

−∂ ¡ e2azB y ¢ ∂x + ∂Bx ∂y = = q    e az(eat− e−at) ³ x2+ y2+ 1 4a2c4(eaz(eat+ e−at) − 2) 2´32    + −q 2    3 ¡ x2+ yeaz(eat− e−at) ³ x2+ y2+ 1 4a2c4(eaz(eat+ e−at) − 2) 2´52    e a derivada temporal ∂Ez c∂t = q 2a    a [e az(eat− e−at) − 2] ³ x2+ y2+ 1 4a2c4[eaz(eat+ e−at) − 2]3/2+ 3 4a2c

4 eaz(aeat− ae−at) [eaz(eat+ e−at) − 2] 2 ³ x2+ y2+ 1 4a2c4(eaz(eat+ e−at) − 2)5/2    d resulta ∂Ez c∂t ¡e2azB y ¢ ∂x + ∂Bx ∂y = 0

em todo o espa¸co exceto sobre a carga, levando `a ter-ceira das equa¸c˜oes da lei de Amp`ere,

∂Ez c∂t ¡e2azB y ¢ ∂x + ∂Bx ∂y = −e 2azJ3 para e2azJ3= −qδ(x)δ(y)δ µ c2 2a £ eaz(eat+ e−at) − 2¤ ¶ .

5.

Conclus˜

oes

As transforma¸c˜oes de Rindler oferecem um meio sim-ples para obter o campo eletromagn´etico de cargas em queda livre num campo gravitacional uniforme. Observa-se que o sistema carga fonte e o campo el´etrico tem invarian¸ca translacional ao longo da trajet´oria da carga em queda livre. Esta invarian¸ca suscita uma quest˜ao em rela¸c˜ao `a radia¸c˜ao de cargas em queda livre, um assunto que deve ser examinado com mais deta-lhes mesmo porque esta simetria translacional n˜ao ´e compartilhada pelo campo magn´etico devido `a sua de-pendˆencia com a velocidade. Por fim, verifica-se que os campos el´etrico e magn´etico assim obtidos satisfazem `as equa¸c˜oes de Maxwell na presen¸ca do campo

(8)

gravita-cional uniforme.

Referˆ

encias

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