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A influência da música sobre as representações sociais de meio ambiente no contexto de uma exposição científica

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA CURSO DE MESTRADO. A INFLUÊNCIA DA MÚSICA SOBRE AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MEIO AMBIENTE NO CONTEXTO DE UMA EXPOSIÇÃO CIENTÍFICA. FLORIANÓPOLIS 2005.

(2) TALITA RODRIGUES NUNES. A INFLUÊNCIA DA MÚSICA SOBRE AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MEIO AMBIENTE NO CONTEXTO DE UMA EXPOSIÇÃO CIENTÍFICA. Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Curso de Mestrado, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Orientadora: Dra. Clélia Maria NascimentoSchulze. FLORIANÓPOLIS 2005.

(3) À Deus, pelo caminho da vida e pelas belezas que estão a rodeá-lo. Aos meus pais, pelo colo e pelas mãos dadas durante toda a caminhada. Ao meu príncipe, pelo amor, que torna tudo mais completo.. Agradeço à Clélia, pela orientação, pelas oportunidades, pelas reflexões. Ao Brígido, pela ajuda e disponibilidade de sempre. À Sandra, pela ajuda e contribuição. A todos os amigos do LACCOS, pela força nos momentos cruciais. À Jú, por toda troca e inspiração. À Lila, pelo companheirismo e idéias compartilhadas..

(4) SUMÁRIO. RESUMO. i. ABSTRACT. ii. INTRODUÇÃO. 01. 1 TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS. 05. 1.1 Abordagem estrutural das Representações Sociais. 11. 1.2 Campos de estudo das Representações Sociais. 14. 2 DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA 2.1 Exposição Científica 3 PARADIGMAS DE MEIO AMBIENTE. 17 22 27. 3.1 Representações Sociais e Meio Ambiente. 31. 3.2 Música e Meio Ambiente. 33. 4 ARTE E CIÊNCIA. 37. 4.1 Comunicação e Música. 41. 4.2 Contextos Musicais. 44. 4.3 A Exposição Científica “Paradigmas de Meio Ambiente e Água”. 48. 5 MÉTODO. 49. 5.1 Problema de Pesquisa. 49. 5.2 Objetivos. 49. 5.3 Caracterização da Pesquisa. 50. 5.4 Participantes. 50. 5.5 Local da Pesquisa. 51. 5.6 Instrumento de Coleta de Dados. 51. 5.7 Procedimento. 52. 5.8 Técnicas de Análise de Dados. 53. 5.8.1 Análise dos elementos de centralidade. 54. 5.8.2 Análise da percepção da exposição. 55. 5.8.3 Análise da relação entre música e exposição. 56. 6 RESULTADOS. 57. 6.1 Resultados da Análise EVOC. 57. 6.2 Resultados da Análise de Conteúdo sobre a exposição. 65. 6.3 Resultados da Análise de Conteúdo sobre o estímulo musical. 74.

(5) 6.3.1 Resultados sobre a relação música e exposição. 74. 6.3.2 Resultados sobre o estímulo musical “solo”. 85. 7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS. 90. 7.1 Elementos de Centralidade nas Representações de Meio Ambiente 90 7.2 A Percepção da Exposição. 92. 7.3 A Relação entre Música e Exposição. 93. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS. 98. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 100. 10 LISTA DE TABELAS. 108. 11 LISTA DE DIAGRAMAS. 109. 12 ANEXOS. 110.

(6) RESUMO Esta pesquisa teve como objetivo verificar qual a influência da música sobre as representações sociais de meio ambiente no contexto de uma exposição científica. Utilizou-se como marco teórico a Teoria das Representações Sociais, sendo uma teoria integrativa e pertinente aos fenômenos complexos característicos da contemporaneidade. Esta teoria, já em sua origem, traz a preocupação com a difusão da ciência e suas diversas formas de divulgação. Uma destas é a exposição científica que, cada vez mais, utiliza-se de recursos artísticos para uma melhor interação com o público. As exposições científicas atuais e professores do ensino médio trazem o meio ambiente como uma temática importante a ser contemplada. A linguagem artística e a música especificamente surgem neste contexto como ferramentas que se relacionam com a linguagem científica e reforçam seus conteúdos transmitidos. Esta pesquisa utilizou a estratégia da exposição científica, levando em conta a noção de paradigmas ambientais e foi construída de forma a explicitar o contraste entre o homem como excluído ou como parte integrante do meio ambiente. A linguagem musical foi utilizada reforçando este contraste, já presente nas informações e fotografias da exposição. 115 indivíduos participaram da pesquisa visitando a exposição científica, sendo que a linguagem musical estava presente apenas para metade destes. Através dos resultados obtidos pode-se dizer que a música influencia na percepção da exposição como um todo e, conseqüentemente, na idéia de meio ambiente dos indivíduos. Participaram ainda 25 alunos que ouviram a música sem passar pela exposição. Quando questionados sobre a temática evocada, percebe-se que a linguagem musical por si só já remete a questões ambientais. Palavras-chave: Representações Sociais; Divulgação Científica; Meio Ambiente; Arte e Ciência; Comunicação e Música..

(7) ABSTRACT The aim of this work was verify the influence of the music on the social representations of environment in the context of a scientific exhibition. The Theory of the Social Representations was the theoretical mark, being pertinent to the complex phenomena of the modernity. This theory brings in its origin the concern of the science difusion and its means of popularization. One mean of science popularization is the scientific exhibition that uses artistic resources for a better interaction with the public. The current scientific exhibitions and teachers bring the environment as an important topic to be considered. The artistic language and the music specifically appear in this context as tools linked with the scientific language and they reinforce its contents. This research used the strategy of the scientific exhibition, it was based on the notion of environments’ paradigm and it was constructed in ways to explicit the contrast between man as excluded or as being part of the environment. The musical language was used reinforcing this contrast, present in the information and the pictures of the exhibition, already. 115 individuals participated of the research visiting the scientific exhibition, and the musical language was just present for half of these. The results indicate that the music influence in the perception of the exhibition as a whole and, consequently, in the idea of the individuals' environment. 25 other students heard the music without passing for the exhibition. Theirs answers noticed that the musical language by itself contents the environmental subjects, already. Keywords: Social Representations; Scientific Popularization; environment; Art and Science; Communication and Music..

(8) A INFLUÊNCIA DA MÚSICA SOBRE AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MEIO AMBIENTE NO CONTEXTO DE UMA EXPOSIÇÃO CIENTÍFICA Esta dissertação faz parte de um projeto de pesquisa maior do Laboratório de Psicossociologia da Comunicação e da Cognição Social (LACCOS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), cujo título é “Representações Sociais de Ciência e Tecnologia no Contexto da Divulgação Científica”, coordenado pela Drª Clélia Maria Nascimento-Schulze, que vem desenvolvendo toda uma série de pesquisas na área de representações sociais, ciência e tecnologia, divulgação científica, alfabetização científica e meio ambiente. Dentro deste grande projeto, uma seqüência de pesquisas vem sendo realizada pelo LACCOS dentro das temáticas citadas. Dentre as pesquisas já publicadas encontram-se estudos recentes sobre as representações sociais de ciência e tecnologia (Nascimento-Schulze, Fragnani, Carboni, Schucman, & Wachelke, 2003) cujos resultados preliminares indicam que grupos de pesquisadores/cientistas de diferentes tradições apresentaram representações diferenciadas dos dois objetos de estudo, enquanto um grupo de professores de ciências da rede pública estadual de ensino de nível médio apresentou uma maior concordância em relação aos mesmos. Estes mesmos professores indicaram as questões ambientais como sendo o tópico mais importante a ser abordado em programas de divulgação científica. Outros estudos realizados abordam as representações sociais de meio ambiente e natureza num contexto de turismo em Florianópolis (Nascimento-Schulze, 2000; Nascimento-Schulze, Fragnani, Carboni, & Maliska, 2002) e demonstram uma tensão entre a inclusão e a exclusão de seres humanos em tais representações, bem como uma atitude bastante positiva dos sujeitos em relação a um novo paradigma ambiental, que se opõe ao paradigma social dominante (ver Dunlap, Van Liére, Mertig & Jones, 2000). Mezzomo (2004) utiliza estes dois paradigmas ambientais na construção de uma exposição científica e apresenta resultados que indicam a presença de um impacto sobre as representações sociais de meio ambiente dos alunos que visitaram a exposição. A autora esclarece que o impacto se dá através do surgimento de novos elementos nas representações, referentes ao conteúdo da exposição, apontando um crescimento informativo e cognitivo desses alunos. Dando continuidade a esta linha de pesquisa, Santos (2005) contribui com uma pesquisa que se destina a investigar a influência dos processos de interação que intervêm na formação de opinião do cidadão em uma exposição científica. Encontra-se ainda em andamento uma dissertação de mestrado, pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

(9) da UFSC que se propõe a verificar o impacto de uma exposição científica nas representações sociais e atitudes sobre meio ambiente de alunos do ensino médio (Carboni, 2005). Esta linha de pesquisa soma-se ao movimento mundial, próprio da atualidade, que está envolvido com as questões da ciência e da tecnologia. Estas estão presentes no dia a dia do ser humano e em diversas áreas da vida, seja na educação, na alimentação, na saúde, no esporte e no lazer, entre tantos outros. O processo de ensino-aprendizagem destes tópicos é central para a sociedade moderna, uma vez que o conhecimento dos conteúdos relacionados a eles auxilia os cidadãos a compreender sua condição de vida social, proporcionando maior autonomia no uso e na escolha das novas tecnologias utilizadas em seu cotidiano (Nascimento-Schulze e cols., 2003). É neste sentido que as discussões atuais apontam para a alfabetização científica e tecnológica como um conhecimento vital para instrumentalizar setores da população a agirem de forma mais responsável. Sua importância é, fundamentalmente, incentivar o pensamento crítico, que é essencial para o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade como um todo. Pelos motivos expostos, muitos países vêm investindo na cultura científica de sua população, através do ensino formal e, principalmente, estratégias de divulgação científica tais como jornalismo científico, revistas especializadas, programas de rádio e televisão, centros e museus de ciência, etc. Segundo E. Hamburger (2001), existem 113 centros e museus de ciência no Brasil (cerca de 60% em universidades), sendo 3 na Amazônia, 15 no Nordeste, 9 no CentroOeste, 17 entre Rio de Janeiro e Espírito Santo, 32 em São Paulo e 37 no Sul do país, contando aproximadamente com um público anual de 1 a 2 milhões de pessoas. A distribuição geográfica que privilegia o Centro-Sul do país não surpreende, uma vez que acompanha a concentração de ensino superior e outros equipamentos culturais. O maior museu de ciências do país é o Museu de Ciência e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, situado em Porto Alegre, e aberto para a visitação do público a partir de 2001. A maior área pertence ao parque do Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, localizado no Rio de Janeiro, inaugurado parcialmente em 1994 e ampliado em 1999. Apesar desta concentração de centros e museus de ciência citada anteriormente, Santa Catarina, e em especial Florianópolis, não conta com nenhum centro ou museu de ciências. No que se refere a estratégias para o ensino da ciência encontra-se algumas atividades com um objetivo mais restrito, relacionado geralmente ao apoio à educação.

(10) formal. Exemplos assim podem ser encontrados na Sala de Ciências do Serviço Social do Comércio (SESC) e algumas iniciativas da UFSC como o projeto itinerante Baú de Ciências e os laboratórios de Física (LABIDEX) e de Química (QUIMIDEX) dos departamentos de Física e de Química, respectivamente. A música é um elemento constante tanto em exposições científicas como em museus de ciências, sendo uma das ferramentas artísticas utilizadas para atingir o público. Muitas. vezes,. entretanto,. percebe-se. a. existência. dessa. música. quase. que. inconscientemente, apenas “criando um clima” para o ambiente, ou como um fundo sonoro para “cobrir” o vazio do silêncio. Mas deve-se estar atento para este fenômeno musical, pois, uma vez que a música carrega uma capacidade comunicativa, simbólica e representativa, estará agindo sobre o ouvinte e suas percepções. Assim, a presente pesquisa se propõe a estudar a influência da música sobre as representações sociais de meio ambiente no contexto da divulgação científica. Possui um caráter quase experimental por utilizar a instalação de uma exposição científica como setting de um estudo que propõe uma discussão sobre arte e ciência, salientando a música como estratégia comunicacional bem sucedida no âmbito da exposição científica. Utiliza como marco teórico a Teoria das Representações Sociais por ser uma teoria integrativa e pertinente aos fenômenos complexos característicos da contemporaneidade, mostrando-se adequada no contexto deste projeto que é proposto de forma interdisciplinar, na interface entre a arte e a ciência. No primeiro capítulo apresenta-se a Teoria das Representações Sociais, incluindo sua origem, seu conceito, suas funções, processos e campos de pesquisa. É trazida ainda a abordagem estrutural das representações sociais, com a teoria do núcleo central de Abric (1998). São discutidos ainda os processos e os tipos de transformação de uma representação, bem como os campos de estudo das representações sociais, salientando-se a abordagem experimental, na qual esta pesquisa se insere. No segundo capítulo surgem as questões da divulgação científica, mostrando-se sua importância e esclarecendo-se termos pertinentes a este contexto. Aborda-se a divulgação científica como estratégia de ensino não-formal, que abrange diversas áreas e períodos de tempo da vida do indivíduo. A exposição científica é trazida como uma possibilidade vinda das idéias dos centros e museus de ciência, sendo um espaço onde a multidisciplinaridade e a interatividade são utilizadas para a transmissão de conhecimento. No terceiro capítulo são discutidos dois paradigmas ambientais, o Paradigma Dominante e o Novo Paradigma Ambiental, bem como a relação entre o ser humano e o.

(11) meio ambiente. Trata-se ainda das representações sociais de meio ambiente, apresentandose algumas pesquisas realizadas na área. Mostra-se ainda a possibilidade da música ser utilizada como linguagem da natureza, através de relações de forma e conteúdo. No quarto capítulo é apresentada uma reflexão sobre arte e ciência, falando-se de suas aproximações e distanciamentos. Ressalta-se a música como forma de comunicação, apresentando também características sociais e representativas. São trazidos alguns contextos musicais, lugares onde se faz possível a utilização da música para a divulgação de uma mensagem, focando o contexto da exposição científica utilizada nesta pesquisa. No quinto capítulo trata-se do método utilizado neste estudo, incluindo aspectos como o problema de pesquisa, objetivos, caracterização, participantes, local, instrumentos de coleta de dados, procedimentos e técnicas de análise de dados. No sexto capítulo apresentam-se os resultados obtidos em três etapas: análise EVOC, análise de conteúdo sobre a exposição e análise de conteúdo sobre o estímulo musical. No sétimo capítulo faz-se a discussão dos resultados apresentados, apontando-se algumas relações possíveis entre a literatura discutida nos capítulos teóricos. O oitavo capítulo trata das considerações finais, fazendo-se uma reflexão da pesquisa como um todo, abordando-se algumas percepções do que foi observado nos resultados e apontandose questões para pesquisas futuras..

(12) 1 TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS O princípio da ciência é fazer, em seus laboratórios e através de suas equações, que o familiar se torne desconhecido. Serge Moscovici. A Teoria das Representações Sociais teve como estudo fundador a tese de doutorado de Serge Moscovici: La Psychanalyse: Son image et son public, publicada na França em 1961. Este estudo pode ser dividido em duas partes: a primeira trata da teoria em si (traduzida para o português em 1978 como A Representação Social da Psicanálise) e a segunda parte discorre sobre a teoria da comunicação que sustenta a Teoria das Representações Sociais. O foco deste estudo está, portanto, no conhecimento especializado e sua influência no conhecimento das pessoas (conhecimento não-especializado), bem como nos sistemas de informação que permeiam esta influência. Segundo Farr (1995), “Moscovici não desenvolveu sua teoria num vazio cultural” (p. 44), mas buscou inspiração teórica em Durkheim e seu conceito de representação coletiva. Moscovici acredita, porém, que a noção de representação coletiva, que Durkheim afirma não poder ser reduzida a representações individuais, descreve ou identifica uma categoria coletiva que deveria ser explicada num nível inferior, o da Psicologia Social. O autor julga ainda que no contexto moderno, com o surgimento do que hoje chamamos de “ciência”, seria mais adequado estudar representações sociais que representações coletivas. O mundo do homem “primitivo” é diferente do mundo do homem moderno, logo suas representações também o serão; sem que com isso esteja sendo adicionado um julgamento de valor às representações (melhor ou pior), mas salienta-se que tal diferença existe. O conceito durkheimniano está relacionado a formas de pensar mais globais, classes de conhecimentos e crenças mais amplas, que atendem às necessidades de uma sociedade mais “primitiva” (menos complexa no que diz respeito ao pluralismo e rapidez com que acontecem as mudanças econômicas, políticas e culturais), como a ciência, a religião, os mitos etc. “Moscovici modernizou esse panteão de objetos sagrados, substituindo a magia pela ciência. Ela [a ciência] é (...) uma fonte fecunda de novas representações” (Farr, 1995, p. 45). Ao substituir o termo “coletivas” por “sociais”, Moscovici (1982) diz pretender enfatizar a diferença destes fenômenos globais e dos fenômenos ligados a uma forma especial de adquirir e comunicar conhecimento, uma forma que cria realidades e senso comum. Esta forma, chamada de Representações Sociais,.

(13) se propõe, então, a considerar como “fenômeno” o que antes era visto como um “conceito”. “Em suma, a necessidade de fazer da representação uma passarela entre os mundos individual e social, de associá-la, em seguida, à perspectiva de uma sociedade em transformação, estimula a modificação em questão. Trata-se de compreender não mais a tradição, mas a inovação; não mais uma vida social já feita, mas uma vida social em via de se fazer” (Moscovici, 2001, p. 62). O conceito de representação coletiva, desta forma, parece não ser mais aplicável à sociedade moderna por sua crescente complexidade. Com o advento da mídia e das novas tecnologias, a informação ganha maior rapidez de disseminação, maior abrangência em sua extensão e, conseqüentemente, a população tem a possibilidade de uma maior autonomia na formação de opiniões. Um modelo dinâmico, não funcionalista, constitui-se, com um tempo diferenciado, um conhecimento que se apresenta de forma mais democrática, com interesses diversos e grande troca de informações. A sociedade não é apenas um reflexo da ideologia dominante, mas mostra a capacidade de refletir e pensar, proporcionando um espaço onde se encontra um sujeito epistemológico sócio-cognitivo e interpretativo. É deste ângulo que a sociedade é vista como pensante, tanto quantitativa como qualitativamente. No estudo sobre as representações da Psicanálise, referido anteriormente, Moscovici (1978) estava preocupado em conhecer como a sociedade recebe um conhecimento novo. Realizou uma pesquisa documental da mídia escrita (jornais e revistas pertinentes à formação de opinião da época) e um levantamento de dados (survey) com um grupo representativo da população parisiense. Segundo o autor, “o que é recebido (...) é submetido a um trabalho de transformação, de evolução, para se converter num conhecimento que a maioria das pessoas utiliza em sua vida cotidiana” (Moscovici, 1978, p. 50). Construímos representações sociais para lidar com o “estranho”, como é o caso de quando surge um novo conhecimento ou quando algo conhecido “re-aparece”, ou seja, aparece de outra forma. “O trabalho de representação consiste em atenuar essas estranhezas, introduzi-las no espaço comum, provocando o encontro de visões, de expressões separadas e díspares que, num certo sentido, se procuram” (Moscovici, 1978, p. 61). A Psicologia Social, cujo objetivo central está em todos os fenômenos relacionados à ideologia e à comunicação, apresenta diversos níveis de estudo, segundo Doise (1982, apud Moscovici, 1985). Um primeiro nível de relações inter-individuais, com um foco.

(14) maior no indivíduo; um segundo de relações intra-grupais, podendo ter um foco mais organizacional; e um terceiro de relações inter-grupais, numa perspectiva mais ampla com um foco mais social. As representações sociais se encontram no terceiro nível apontado, pois se dão no âmbito das interações humanas, seja entre duas pessoas seja entre dois grupos, constituindo uma dinâmica própria. “Representações, obviamente, não são criadas por um indivíduo isoladamente. Uma vez criadas, contudo, elas adquirem uma vida própria, circulam, se encontram, se atraem e se repelem e dão oportunidade ao nascimento de novas representações, enquanto velhas representações morrem” (Moscovici, 2003, p. 41). Jodelet (2001b) esclarece que as representações são criadas para suprir a necessidade de estar-se informado sobre o mundo e de ajustar-se a ele. Por partilhar-se este mundo com outros na tentativa de compreendê-lo, administrá-lo e enfrentá-lo estas representações são definidas como sociais. Assim, as representações sociais são “uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social” (p. 22). Segundo Moscovici (1982), representações sociais são um conjunto de conceitos, afirmações e explicações originadas no quotidiano, no decurso de comunicações interindividuais, podendo até mesmo serem vistas como uma “versão contemporânea” do senso comum. O autor coloca as Representações Sociais entre os conceitos e as percepções, entre o significar o mundo para torná-lo mais ordenado e o reproduzir este mundo de uma forma razoável. Assim, elas possuem sempre duas faces inseparáveis: um lado simbólico e um lado icônico. A função fundamental das representações sociais é tornar o não-familiar em familiar, o desconhecido em conhecido. Moscovici (2000) explicita esta função em duas partes, onde primeiro ocorre uma “convencionalização” (categorização) de objetos, pessoas ou acontecimentos que se encontram e, em seguida uma imposição destas sobre os indivíduos, sendo “prescritivas”. “(...) por um lado, ao se colocar um signo convencional na realidade, e por outro lado, ao se prescrever, através da tradição e das estruturas imemoriais, o que nós percebemos e imaginamos, essas criaturas do pensamento, que são as representações, terminam por se constituir em um ambiente real, concreto” (Moscovici, 2003, p. 39-40). Para alcançar esta função, as representações sociais se utilizam primordialmente de dois processos: a ancoragem e a objetivação. O primeiro mecanismo procura colocar idéias estranhas em um contexto familiar, reduzi-las a categorias e imagens comuns. Já o.

(15) segundo, objetiva transformar algo abstrato em algo quase concreto, transferir o conhecimento armazenado na mente para um objeto existente no mundo físico. Este movimento de transformação do objeto da representação em algo objetivo e a inserção da representação e do seu objeto no social é dividido apenas didaticamente, acontecendo conjuntamente a todo o momento. O processo de ancoragem engloba dois aspectos: classificar e dar nome a alguma coisa, não sendo apenas um meio de rotular objetos ou pessoas. O objetivo aqui é facilitar a interpretação de características, a compreensão de intenções e motivos subjacentes às ações das pessoas, na realidade, formar opiniões. “Categorizar alguém ou alguma coisa significa escolher um dos paradigmas estocados em nossa memória e estabelecer uma relação positiva ou negativa com ele” (Moscovici, 2003, p. 63). Este mecanismo se dá por generalização, selecionando uma característica aleatoriamente e a utilizando como categoria; ou por particularização, tentando descobrir que característica, motivação ou atitude torna algo distinto. O processo de objetivação traz em si uma construção da essência da realidade por unir a idéia de não-familiaridade com a de realidade. Num primeiro momento, objetivar está relacionado à qualidade icônica de uma idéia, reproduzindo um conceito em uma imagem, “transformar uma representação na realidade da representação; transformar a palavra que substitui a coisa, na coisa que substitui a palavra” (Moscovici, 2003, p. 71). Num segundo momento, no qual a imagem é totalmente assimilada, o que é percebido substitui o que é concebido, “as peculiaridades da réplica do conceito tornam-se peculiaridades dos fenômenos, ou do ambiente ao qual eles se referem, tornam-se a referência real do conceito” (Moscovici, 2003, p. 74). Tornando o não-familiar em familiar, as representações sociais têm um importante papel na dinâmica e nas práticas sociais. Permeando esta ampla função anteriormente apresentada, Abric (1998) destaca quatro funções essenciais das representações. A primeira destas é a função de saber, que permite adquirir conhecimentos e integrá-los num quadro assimilável e compreensível, ou seja, as representações permitem compreender e explicar a realidade. A função identitária está relacionada aos processos de comparação social, onde as representações definem a identidade e permitem a proteção da especificidade dos grupos. Outra função apontada é a de orientação, uma vez que o sistema de pré-codificação da realidade, constituído pela representação, é um guia para a ação (comportamentos e práticas). Por fim, a função justificadora, onde as representações permitem, a posteriori, a.

(16) justificativa das tomadas de posição e dos comportamentos, pois intervém na avaliação da ação, permitindo explicar e justificar condutas em uma situação ou face a parceiros. Segundo Wagner (1998), no que se refere ao estudo das representações sociais, pode-se distinguir três campos distintos de pesquisa, que apontariam para o que o autor chamou de “topografia da mente moderna”. O primeiro campo aborda a própria origem das representações sociais, ou seja, o conhecimento popular das idéias científicas socializadas. O segundo está relacionado aos objetos culturalmente construídos ao longo da história e seus equivalentes modernos. O terceiro campo, finalmente, trata das condições e eventos sociais e políticos, onde prevalecem representações que têm um significado mais imediato para a vida social. O presente estudo está inserido no primeiro campo apontado por Wagner, o da popularização das idéias da ciência, justamente onde nasceu a Teoria das Representações Sociais com a pesquisa de Moscovici sobre as representações da Psicanálise. É importante salientar que, desde a sua concepção nos anos sessenta, esta teoria analisa a difusão da ciência pelos meios de comunicação, sendo uma base fundamental nos estudos da divulgação científica e apresentando uma tradição consolidada neste campo de pesquisa (Bauer, 1994). Dentro do exposto, faz-se necessária uma discussão sobre a relação entre as representações sociais (conhecimento popular) e a ciência (conhecimento especializado). No contexto das representações sociais, o indivíduo é visto “enquanto ele faz perguntas e procura respostas ou pensa e não enquanto ele processa informação, ou se comporta. Mais precisamente, enquanto seu objetivo não é comportar-se, mas compreender” (Moscovici, 2003, p. 43). Admitindo uma sociedade pensante onde os indivíduos se fazem ativos no processo de construção e comunicação de suas representações, Moscovici diferencia dois universos, o consensual e o reificado. No universo consensual, onde a sociedade é uma criação visível e permeada com sentido e finalidade, a arte da conversação serve como um paradigma, “a sociedade é vista como um grupo de pessoas que são iguais e livres, cada um com possibilidade de falar em nome do grupo e sob seu auspício” (Moscovici, 2003, p. 50). Por outro lado, no universo reificado, o grau de participação é determinado pelo nível de qualificação, a sociedade é vista como um sistema de diferentes papéis e classes, e seus ocupantes não estão em situação de igualdade para representá-la e falar em seu nome. O autor deixa evidente que as representações sociais correspondem ao universo consensual enquanto a ciência corresponde ao modo de conhecimento do universo reificado..

(17) Bangerter (1995) traz à discussão a relação entre senso comum e ciência, mais especificamente na contextualização destes saberes em seus universos consensual e reificado, respectivamente. Neste sentido, parece não haver tão claramente uma distinção ou uma oposição entre estes dois universos. O autor propõe que se repense esta relação, argumentando que “esta oposição pode ter sido justificada em algum estado recente do desenvolvimento da Teoria das Representações Sociais, mas (...) deve ser reexaminada1” (Bangerter, 1995, p. 3). O autor esclarece os contrastes entre as categorias de conhecimento consensual e reificado. Apresenta o conhecimento consensual como “o profano”, “o senso comum”, “não formalizado”, com definições polissêmicas, conotações, estabilidade baixa com o passar do tempo. Por outro lado, o conhecimento reificado está relacionado ao “sagrado”, à “ciência”, sendo “formalizado”, com definições rígidas, denotações, estabilidade alta com o passar do tempo. Entretanto, argumenta que ciência e senso comum são categorias multidimensionais, como as citadas anteriormente, e que é necessário discriminar uma dimensão específica quando se for tratar de oposições entre elas. A distinção entre conhecimento comum e o conhecimento especializado parece ser relativa, pois “dentro de uma dada cultura existem muitas sub-culturas, e uma sub-cultura ou sub-grupo que é especialista em relação a outro grupo acerca de um certo tema pode ser simultaneamente considerado não-especialista em relação a outro sub-grupo acerca do mesmo tema2” (Bangerter, 1995, p. 09-10). Desta forma, o autor ancora o senso comum numa determinada cultura, fazendo assim com que se pense em muitos “senso comuns”. Com esta multiplicidade de saberes que percorrem a modernidade, percebe-se que o especialista pode ser referido como tal em uma determinada área, porém se mostrar totalmente ignorante em outra. Com o conhecimento circulando livremente entre diferentes sub-grupos e culturas, “parece trivial pressupor que a representação social não só funcione na interface entre a ciência e o público geral, mas também dentro da própria ciência3” (Bangerter, 1995, p. 12). Repensar sobre os universos consensual e reificado, como campos onde o conhecimento circula, e perceber que eles acompanham a pluralidade presente na 1. Tradução do autor: “this opposition may have been justified at some earlier state of development of SR, but (...) it should be reexamined”. 2 Tradução do autor: “… inside a given culture, there are many subcultures, and a subculture or subgroup which is an expert in relation to another group concerning a certain theme may simultaneously be considered a nonexpert in relation to another subgroup concerning the same theme”. 3 Tradução do autor: “... it seems trivial to assume that SR do not only function at the interface between science and the general public, but also within science”..

(18) modernidade parece fundamental neste contexto. Bangerter (1995) sugere que rever esta relação entre senso comum e ciência traz um ganho para a Teoria das Representações Sociais por se poder examinar aspectos do conhecimento científico “sem a pressuposição de que ele seja fundamentalmente diferente dos outros tipos de conhecimento4” (Bangerter, 1995, p.15). Assim, ao mesmo tempo em que encontramos tanto aspectos consensuais como reificados dentro de um mesmo conhecimento, percebe-se que as reais diferenças entre ciência e senso comum não estão tão distantes. “(...) cada vez mais as noções geradas no seio da ciência extravasam e ganham outros espaços, tornando-se elementos essenciais para a compreensão do mundo exterior” (Barros, 2002, p. 38). A Teoria das Representações Sociais pode ser entendida como uma teoria histórica de cunho simbólico (coletivo) que visa explicar o senso comum como um conhecimento diferenciado do científico, embora não subordinado ou falso, contendo uma função definida e importante na sociedade. Apresenta um foco psicossocial, tendo como interesse a intersecção entre o indivíduo e o social. É considerada, ainda, uma teoria integrativa que permite o enfoque interdisciplinar.. 1.1 Abordagem estrutural das Representações Sociais A teoria original de Moscovici vem se desdobrando ao longo de sua história, surgindo correntes teóricas complementares que muito têm contribuído para a operacionalização da noção de representações sociais para os fins da pesquisa empírica e da intervenção sobre as práticas sociais. Segundo Sá (2001), atualmente destacam-se três correntes complementares, a saber: uma primeira mais fiel à teoria original e associada a uma perspectiva etnográfica (com influência de Denise Jodelet em Paris); uma segunda que se propõe a articular a teoria das representações sociais com uma perspectiva mais sociológica (liderada por Willem Doise em Genebra); e uma terceira que enfatiza a dimensão cognitivo-estrutural das representações (com Jean-Claude Abric como principal representante). A teoria desenvolvida por Abric (1998) prioriza a relação entre as representações e os comportamentos, levando em conta as práticas sociais, além de possuir uma característica experimental. Desta forma, esta terceira corrente complementar apontada por 4. Tradução do autor: “... without the presupposition that it is fundamentally different from other knowledge types”..

(19) Sá (2001) mostra-se pertinente ao contexto da discussão teórica desta determinada pesquisa. Esta proposta de uma abordagem estrutural das representações sociais considera que os elementos de uma representação (informações, crenças, opiniões e atitudes organizados em um sistema sócio-cognitivo) são hierarquizados e se organizam de forma específica, em torno de um núcleo central. Este núcleo central dá significado à representação, e por sua vez, em torno dele se organizam elementos periféricos, que constituem o essencial do conteúdo da representação. O núcleo central de uma representação é determinado pela natureza do objeto representado, pelo tipo de relações mantidas entre o grupo e o objeto e pelo sistema de valores e normas sociais do grupo. É o elemento mais estável desta representação, sendo mais resistente a mudanças, uma vez que a modificação do núcleo central significa uma mudança da representação como um todo. Possui duas funções fundamentais, quais sejam: a função geradora, por ser através deste núcleo que outros elementos ganham sentido e valor; e a função organizadora, por determinar a natureza dos elos, unindo os elementos da representação entre si. Abric (1998) afirma que o estudo comparativo das representações só é possível a partir da identificação do núcleo central. “Para que duas representações sejam diferentes, elas devem ser organizadas em torno de dois núcleos centrais diferentes” (p. 31). Flament (2001) ressalta que o núcleo central da representação é “o lugar de coerência de uma representação autônoma” (p. 175), acrescentando a importância da noção de centralidade qualitativa e estrutural trazida por esta teoria. A centralidade do conteúdo da representação, ou seja, a organização deste conteúdo, é determinante para a mesma. Duas representações definidas por um mesmo conteúdo podem ser distintas uma da outra se a organização deste conteúdo for claramente diferente. Ainda no que se refere à centralidade de um elemento, não se pode considerar apenas aspectos quantitativos, mas principalmente a dimensão qualitativa. A grande quantidade de aparições de um elemento não define sua centralidade, mas sim o significado que este dá à representação (Abric, 1998). Os elementos periféricos apresentam componentes mais acessíveis, vivos e concretos. Possuem três funções primordiais: a função de concretização, sendo resultado da ancoragem da representação na realidade; a função de regulação, tendo um papel essencial na adaptação da representação às evoluções do contexto; e a função de defesa, sendo no sistema periférico que poderão aparecer e ser toleradas as contradições. Estes.

(20) elementos funcionam como um pára-choque da representação, pois as transformações de uma representação se dão mais neste nível. Flament (2001) considera os elementos periféricos de uma representação social como esquemas, afirmando que eles são organizados pelo núcleo central. Estes esquemas periféricos asseguram o funcionamento quase instantâneo da representação enquanto grade de decodificação de uma situação, indicando o que é normal ou não, o que é preciso compreender e memorizar ou não. Estes esquemas considerados normais permitem um “funcionamento econômico” da representação, não sendo necessário recorrer ao princípio organizador (o núcleo central) ao analisar cada situação. Abric (1998) considera que estes dois componentes das representações sociais funcionam como uma entidade, onde cada parte apresenta um papel específico e complementar à outra. Sendo assim, pode-se dizer que a determinação do núcleo central é essencialmente social, enquanto que a dos elementos periféricos é mais individualizada e contextualizada. “É a existência deste duplo sistema que permite compreender uma das características básicas das representações, que pode parecer contraditória: elas são, simultaneamente, estáveis e móveis, rígidas e flexíveis” (p. 34). Para se falar em mudanças nas representações é necessário esclarecer a noção de reversibilidade da situação, introduzida por Flament (2001). O autor aponta para o papel preponderante das práticas sociais no desencadeamento de transformações profundas das representações. No desenvolvimento de práticas numa determinada situação, alguns podem considerar esta situação irreversível, sendo impossível o retorno às práticas específicas; ou considerá-la reversível, percebendo o retorno às práticas anteriores como possível (e a situação atual temporária). “Desacordos entre realidade e representação modificam de início os esquemas periféricos; depois, eventualmente, o núcleo central, isto é, a própria representação. Se há contradição entre realidade e representação, surgem esquemas estranhos e, a seguir, vê-se a desintegração da representação. Se a realidade ocasiona simplesmente uma modificação da atividade dos esquemas periféricos, pode seguirse uma transformação progressiva, mas estrutural, do núcleo central” (p. 184). Desta forma, quando a situação é percebida como reversível, ocorre uma transformação do sistema periférico, ou seja, esquemas normais (que prescrevem os comportamentos e ainda não estão deformados) transformam-se em esquemas estranhos. O surgimento destes está relacionado a componentes como a evocação do normal, a designação do elemento estranho, a afirmação de uma contradição entre esses dois termos.

(21) e a proposição de uma racionalização que permite suportar temporariamente a contradição. Neste caso, porém, o núcleo central da representação permanece estável e insensível às modificações. Quando a situação é percebida como irreversível, as práticas novas e contraditórias terão uma conseqüência importante no processo de transformação da representação. Não podendo se voltar às antigas práticas, o problema se resolve por uma reestruturação do campo de representação. Segundo Abric (1998), três tipos de transformação são possíveis: A transformação “resistente”, que ocorre quando o sistema periférico ainda pode gerenciar as práticas novas e contraditórias, mas caracteriza-se pelo aparecimento de esquemas estranhos. Neste caso podem ser utilizados alguns mecanismos de defesa como a interpretação e justificação ad hoc, racionalizações, a referência a normas externas à representação etc. A transformação progressiva da representação, que ocorre quando as práticas novas não são totalmente contraditórias com o núcleo central. Os esquemas ativados por estas práticas vão progressivamente se integrar aos esquemas do núcleo central constituindo uma nova representação sem uma efetiva ruptura com este núcleo. A transformação brutal, que ocorre quando as novas práticas atacam diretamente o significado central da representação. Sem a possibilidade de utilização dos mecanismos de defesa do sistema periférico há uma ruptura do núcleo central, provocando uma transformação completa da representação. Assim, percebe-se que estes processos de transformação da representação são de natureza radicalmente diferente caso a situação seja percebida como reversível ou não. “O jogo e a interação entre sistema central e sistema periférico aparecem como elementos fundamentais na atualização, evolução e transformação das representações” (Abric, 1998, p. 36).. 1.2 Campos de estudo das Representações Sociais Retomando Wagner (1998) que distingue três campos distintos de pesquisa em Representações Sociais (conhecimento popular das idéias científicas socializadas, objetos culturalmente construídos ao longo da história e de seus equivalentes modernos, e condições e eventos sociais e políticos), percebe-se um elemento convergente que relaciona todos estes campos. Pesquisando estudos descritivos e conceituais das.

(22) representações populares de vários objetos sociais, Wagner (1998) destaca um “denominador comum” destas pesquisas que é “a característica de tal conhecimento ser um conjunto coletivamente compartilhado de crenças, imagens, metáforas e símbolos num grupo, comunidade, sociedade ou cultura”. O autor faz uma ressalva quanto à compreensão do termo “representação social”, que algumas vezes é utilizado referindo-se à uma forma mais pragmática, significando um conjunto estruturado de opiniões e atitudes, outras vezes referindo-se à uma posição mais teoricamente justificada. Apesar desta observação, parece claro que a Teoria das Representações Sociais vem apresentando um crescente desenvolvimento no que se refere à pesquisa e consolidando-se como fonte inspiradora de estudo. Jodelet (2001a) confirma esta colocação apontando que as pesquisas sobre representações sociais apresentam um caráter ao mesmo tempo fundamental e aplicado, utilizando-se de uma metodologia diversificada. Entre esta metodologia variada encontrase experimentação em laboratório e em campo, enquetes por meio de entrevistas, questionários e técnicas de associação de palavras, observação participante, análise documental e de discurso. A autora destaca, ainda, domínios e assuntos diversos pelos quais estas pesquisas perpassam: “domínio científico (teorias e disciplinas científicas, difusão de conhecimentos, didáticas das ciências, desenvolvimento tecnológico etc); domínio cultural (cultura, religião). Domínios social e institucional (política, movimentos sociais, economia, desvio e criminalidade, sistema jurídico etc); domínio da produção (profissões, trabalho, desemprego etc); domínio ambiental (espaços construídos e naturais, cidades, riscos ambientais etc); domínio biológico e médico (corpo, sexualidade, esporte, saúde, doença etc); domínio psicológico (personalidade, inteligência, grupos etc); domínio educacional (instituição escolar, papéis, formação etc); estudo de papéis e atores sociais (crianças, mulheres, homens, diferenciação de gênero etc); relações intergrupais (nação, etnias, sexos, categorias sociais, identidade etc) (p. 12).” O presente estudo situa-se no domínio científico, no que se refere à difusão de conhecimentos e utiliza-se de uma metodologia quase-experimental. Faz-se necessário, portanto, discorrer sobre o estudo experimental das representações sociais, que vem sendo pesquisado, principalmente, por Abric (2001). Segundo o autor, esta abordagem experimental é alvo de um grande número de críticas relacionadas ao artificialismo das.

(23) situações, estudar fatores isolados de seus contextos, não considerar determinantes externos ao laboratório (sociológicos, ideológicos etc). Entretanto, os resultados obtidos mostram que estes estudos são fundamentais para temas complexos como os destacados anteriormente. A abordagem experimental dos fenômenos de representações sociais é diferenciada por ter um foco nos fatores cognitivos e simbólicos. Ela não se interessa exclusivamente pelos fatores e comportamentos diretamente observáveis, mas possui uma ênfase na dimensão simbólica, centrando-se na noção de significação. Para tanto, não poderá evitar a utilização de métodos próximos à enquete, com o objetivo de coletar o conteúdo e a natureza exata das representações, através dos discursos dos próprios sujeitos, elaborados a partir dos elementos constituintes da situação experimental. É importante salientar a relevância do papel e da utilização das instruções neste contexto. Dando uma especificidade a maior parte das pesquisas experimentais sobre representações, as instruções são utilizadas como meio de induzir ou controlar o campo das significações dos diferentes componentes da situação. “Mais do que um simples instrumento metodológico, elas são um elemento essencial para caracterizar e definir a situação” (Abric, 2001, p. 157). O autor apresenta um levantamento do campo das pesquisas experimentais em representações sociais, onde se pode observar a amplitude e diversidade destes estudos. Pode-se. encontrar. pesquisas. experimentais. sobre. as. relações. representações-. comportamentos (efeito das representações sobre o comportamento interpessoal, situações de resolução de problemas e de criatividade, e comportamentos intergrupais); sobre a estrutura interna e a dinâmica das representações (emergência de um núcleo central como elemento constitutivo de uma representação social, o papel do núcleo central na transformação de uma representação). O desenvolvimento destas pesquisas na França vem ocorrendo em torno de três grandes preocupações, a saber: o estudo da representação do homem e da espécie humana, a aproximação da teoria estrutural das representações sociais com outras abordagens da Psicologia Social e a verificação e o desenvolvimento da teoria do núcleo central..

(24) 2 DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA O mundo gira, avança tecnologia. A ciência faz o homem acreditar que a vida é uma fonte de energia, pra sonhar. Samba-enredo 2005 da Mangueira. Esta sociedade pensante, descrita por Moscovici (1978) como característica da modernidade, ao mesmo tempo em que está exposta a massas de informação, se vê excluída desta informação pela crescente especialização do conhecimento. Na luta pelo poder de veracidade, o conhecimento reificado se apresenta historicamente mais valorizado que o consensual. A ciência se distancia do senso comum e se associa à técnica, produzindo algo novo no cenário mundial, como a tecnologia. “Está (...) cada vez mais clara a necessidade de se possuir um nível mínimo de conhecimento científico para poder integrar-se na vida social dos centros urbanos dos países tecnologicamente desenvolvidos” (Barros, 2002, p. 28). A ciência nasce primordialmente do desejo de experimentar e explicar o homem e sua relação com o mundo que o cerca, valendo-se de todos os sentidos e “sentires” (incluindo as diversas formas de arte). Entretanto, pouco a pouco dirige seu caminho para uma realidade mais objetiva e positiva, distanciando-se do seu primeiro “sentido5” (Duarte Jr, 2001; Maffesoli, 2001). “Assim, o que estamos assistindo neste final do século XX é a proliferação de especialistas dotados de conhecimentos cada vez mais exclusivos e parciais, com o decorrente desaparecimento daquelas pessoas detentoras de uma sabedoria abrangente e integrada” (Duarte Jr, 2001, p. 15). Conhecimento especializado e senso comum, dispostos nos universos reificado e consensual, opostos ou não, precisam ser considerados, isoladamente e em relação, como uma forma de se entender a dinâmica desta sociedade moderna (Moscovici, 1978; Bauer, 1994; Bangerter, 1995). A Teoria das Representações Sociais se mostra duplamente pertinente neste contexto, ao se propor a estudar como se dá a formação das representações sociais na interface com o conhecimento científico no contexto atual da sociedade moderna caracterizada por uma pluralidade cultural, que gera um grande número de representações sobre um mesmo objeto. É primeiramente adequada neste intento por ter em sua própria origem o interesse da difusão do conhecimento e de um projeto de comunicação da ciência e, segundo, por desenvolver uma noção da ciência popularizada que vai além da simples.

(25) concepção de “despreparo”, ou seja, o conhecimento popular não é visto como inferior ou anterior ao conhecimento especializado (Bauer, 1994). Bauer (1994) identifica um elemento importante a ser considerado neste estudo, principalmente no que se refere à pragmática das representações sociais, a resistência. O autor aponta que grupos sociais apresentam uma certa resistência à novidade, ao conhecimento novo, e que quanto mais impactante for este conhecimento, maior será a resistência. Esta, entretanto, não é considerada sob uma forma negativa, mas sim como um elemento criativo que age em nível simbólico, dentro de um contexto social ou intergrupal. Assim, faz parte da sociedade pensante este movimento de “digestão” da informação, onde a resistência surge como um repensar (sobre) a novidade. É importante ainda salientar que a diversidade dos grupos sociais propicia o surgimento de diferentes níveis de resistência e, conseqüentemente, gera diferentes formas de comunicação. “O efeito da resistência é a diversidade no domínio público, à medida em que novas idéias são acomodadas de forma específica” (Bauer, 1994, p. 234). Historicamente falando, pode-se entender a resistência constituindo um processo de realimentação para a produção do conhecimento. No contexto das representações sociais, popularizar o conhecimento não significa unicamente obter a reprodução deste, mas entender sua re-apresentação, ou seja, a apropriação do conhecimento pela população. “A re-(a)presentação é tanto uma atividade, como um resultado, que conduz a múltiplas identidades de um mesmo objeto em contextos de pluralidade cultural (Bauer, 1994, p. 231-232). Faz-se necessário esclarecer alguns termos e conceitos utilizados neste contexto, uma vez que a mídia atual prolifera palavras como “difusão”, “disseminação”, “divulgação”, “popularização”, “vulgarização”, tornando um pouco confusas as fronteiras e as inter-relações existentes entre as mesmas. Para tratar dos conceitos de difusão, disseminação e divulgação científicas, Bueno (1985) apropria-se da proposta do venezuelano Pasquali (1979, apud Bueno 1985) que utiliza a linguagem e o público-alvo como parâmetros de conceituação. A difusão científica refere-se “a todo e qualquer processo ou recurso utilizado para a veiculação de informações científicas e tecnológicas” (Bueno, 1985, p. 1420). Apresenta um caráter global, com limites bastante amplos, que engloba até mesmo os outros dois 5. Esta palavra é aqui utilizada englobando seus diversos usos, tais como: denotar consciência; indicar uma lógica ou razão de ser; indicar uma orientação ou direção; referente à percepção do mundo; relativo a uma capacidade intuitiva de conhecer (Duarte Jr, 2001)..

(26) conceitos. Segundo a linguagem das informações e ao público que se destina, a difusão pode ser pensada em dois níveis: a difusão para especialistas (disseminação da ciência e tecnologia) e a difusão para o público em geral (divulgação científica). A disseminação científica “pressupõe a transferência de informações científicas e tecnológicas, transcritas em códigos especializados, a um público seleto, formado por especialistas” (Bueno, 1985, p. 1421). Pode também ser compreendida em dois níveis: a disseminação intrapares, onde a circulação das informações científicas e tecnológicas acontece entre especialistas de uma área específica ou áreas conexas; e disseminação extrapares, onde a circulação das informações ocorre para especialistas situados fora da área-objeto da disseminação. No primeiro nível a disseminação se caracteriza por um público especializado, um conteúdo específico e um código fechado. No segundo nível o público continua sendo especializado, porém não obrigatoriamente no domínio determinado, o conteúdo, também específico, apresenta um código que, embora fechado, é passível de tradução para um público que domine outras áreas do conhecimento científico. A divulgação científica “compreende a utilização de recursos, técnicas e processos para a veiculação de informações científicas e tecnológicas ao público em geral” (Bueno, 1985, p. 1421). Pressupõe um processo de recodificação, uma vez que as informações científicas precisam passar de uma linguagem especializada para uma linguagem nãoespecializada, mais acessível ao público em geral. Assim, tem ainda o objetivo de atingir “não só um público alfabetizado ou já detentor de algum conhecimento prévio, mas também a todos, sem distinção de gênero, idade ou poder aquisitivo” (Barros, 2002, p. 29). A divulgação inclui dispositivos como livros didáticos, estórias em quadrinhos, folhetos de campanhas de saúde, documentários e programas especiais de rádio e televisão, jornalismo científico, centros e museus de ciência, exposições científicas, etc. Por estas características anteriormente expostas, percebe-se que a divulgação científica não se restringe ao âmbito escolar e nem ao período escolar do indivíduo. Neste sentido de complementar a educação escolar, pode-se dizer que as estratégias de divulgação “surgem como importantes alternativas para cobrir a defasagem entre o saber escolar e o produzido nos laboratórios e centros de pesquisa e que as escolas não podem dar conta” (Barros, 2002, p. 29). Gilson da Silva (2001) vai além, destacando três objetivos básicos para o que ele chama de “ações de popularização da ciência”, quais sejam: “afirmar o direito de cidadania com relação ao conjunto das questões científicas e tecnológicas, despertar vocações científicas junto aos jovens e gerar parâmetros para a própria comunidade científica” (G. Silva, 2001, p.253)..

(27) Quando se trata da divulgação da ciência, emerge uma discussão sobre as possibilidades e os limites desta atividade, sendo necessário um cuidado com a simplificação do conhecimento, para que não resulte numa distorção do mesmo. Deve-se ainda considerar aspectos políticos e sócio-econômicos referentes à difusão do conhecimento que, “pelo menos na sua intenção, não seria segregadora, mas que, em sua prática, mantém os limites de sua eficiência a camadas sociais mais bem preparadas e de maior poder aquisitivo” (Barros, 2002, p. 28). Diferentes termos são utilizados neste contexto e, de um modo geral, a utilização de determinada palavra reflete um posicionamento frente à divulgação científica. Como já mencionado anteriormente, o termo “popularização científica” (science popularization) é utilizado mais freqüentemente nos Estados Unidos, enquanto na França aparece o termo “vulgarização científica” (la vulgarisation scientifique) (Mezzomo, 2004). Bauer (1994, num contexto americano/inglês) apresenta uma ótica mais linear, falando da dimensionalidade de se “passar ciência”. Para ele “a idéia de popularização pressupõe uma distinção entre ‘conhecimento científico genuíno’ e sua ‘circulação popular’” (p. 238). Esta “circulação popular” está susceptível a distorções e degradações, ao passo em que o “conhecimento científico genuíno” seria visto como um santuário exclusivo para cientistas. O autor distingue a noção de difusão de idéias em direção descente e a difusão em direção ascendente: a primeira se constitui numa forma de popularização e a segunda numa forma de cientificização. Diferentemente deste primeiro autor, Schiele e Jacobi (1988), num contexto francês, fazem uma crítica sociológica à divulgação da ciência, salientando a necessidade de um “terceiro homem”. Estes autores alertam para o perigo de existir uma lacuna muito grande entre o pesquisador, sempre envolvido numa prática especializada e, conseqüentemente, imerso numa linguagem específica; e a população, que geralmente tem uma outra linguagem, outras preocupações imediatas e até mesmo outros lazeres. Ressalta-se, assim, a importância (e até mesmo a exigência da sociedade) do papel de um “vulgarizador” da ciência, aquele que divulga a ciência, fazendo o papel de mediador entre o cientista e o grande público – o terceiro homem. O objetivo do vulgarizador é preencher uma dupla lacuna: reajustar a ciência ao cotidiano e reajustar a escola ao cotidiano, uma vez que este desajuste entre a escola e a ciência atesta uma incapacidade de se pensar o cotidiano. “O paradigma do terceiro homem repousa sobre o.

(28) postulado da ‘traduzibilidade’ da ciência6” (Schiele e Jacobi, 1988, p. 19). Esta traduzibilidade, segundo os autores, não se encontra extra lingüisticamente, ou seja, entre diversas línguas nacionais, mas intra lingüisticamente, de um nível de língua a outro. “(...) para os vulgarizadores o substantivo ‘comunicação’ é suficientemente descritivo para que revele a essência da relação que tentam instaurar. Eles se percebem como os intermediadores naturais e essenciais encarregados de preencher a distância entre os cientistas e o grande público a fim de restabelecer uma comunicação rompida7” (Schiele e Jacobi, 1988, p. 24). A mídia, e suas infinitas possibilidades, também possui um papel importante nesta vulgarização, muitas vezes fazendo a ancoragem da situação científica (Schiele e Jacobi, 1988). Neste contexto, buscando uma ponte entre a ciência e o leigo, faz-se necessário um cuidado especial com a linguagem a ser utilizada, não esquecendo de um aspecto de grande importância: a democratização da ciência. A arte, com uma característica sincrética, parece ser um instrumento interessante para este propósito, apresentando uma oportunidade de condensar a linguagem e uma qualidade de atingir a percepção humana por diferentes vias, além de ser um elemento que pode ser retomado posteriormente (Duarte Jr, 2001; Maffesoli, 2001; Barros, 2002; Bauer, 2003; Bauer, Gaskell & Allum, 2003). A divulgação da ciência não se restringe, ou não deveria se restringir, ao domínio escolar, mas ultrapassar estes limites em busca do grande público. Existe uma discussão sobre o lugar da educação em ciências, que permeia os universos da educação formal – aquela com reconhecimento oficial, oferecida nas escolas em cursos com níveis, graus, programas, currículos e diplomas – e a educação informal – onde os conhecimentos são partilhados em meio a uma interação sociocultural e o ensino e aprendizagem ocorrem espontaneamente (Mazzotti e Oliveira, 2000; Barros, 2002; Cazelli e cols., 2002; Francisca & Azevedo, 2002; Gaspar, 2002). Existe um movimento por parte de alguns educadores que situam esta educação no âmbito da interdisciplinaridade, no sentido de coordenar teorias de diversas disciplinas para apreender um objeto que cada uma delas isoladamente é incapaz de realizar, neste caso, a ciência. Isto porque “fazer ciência” subentende uma necessidade de debater, incentivar um intercâmbio e uma troca constante de informações e de opiniões acerca dos 6. Tradução do autor: “Le paradigme du troisième homme repose sur le postulat de la ‘tradusibilité’ de la science”. 7 Tradução do autor: “(...) pour les vulgarisateurs le substantif ‘communication’ est suffisamment descriptif pour qu’il révèle l’essence de la relation qu’ils tentent d’instaurer. Ils se perçoivent comme les intermediaries.

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