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Análise de viabilidade econômica e financeira de um centro de estética na Região Noroeste do Estado RS

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MARIELI DA CUNHA

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE UM

CENTRO DE ESTÉTICA NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO RS

(Trabalho de conclusão do curso)

IJUÍ (RS)

2017

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MARIELI DA CUNHA

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE UM

CENTRO DE ESTÉTICA NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO RS

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUÍ, como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis

Profª Orientadora: MARIA MARGARETE BACCIN BRIZOLLA, Dra.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Representação do Patrimônio ... 18

Quadro 2 – Demonstração de Resultados do Exercício ... 57

Quadro 3 – Serviços prestados ... 64

Quadro 4 – Equipamentos utilizados ... 69

Quadro 5 – Materiais usados na execução dos serviços ... 71

Quadro 6 – Investimentos ... 79

Quadro 7 – Tributação ... 81

Quadro 8 – Custo com Pessoal ... 82

Quadro 9 – Pro-labore do Sócio ... 83

Quadro 10– Custo com Mão de Obra Direta ... 83

Quadro 11 – Custos da hora Sócia/Esteticista ... 84

Quadro 12 – Custos Diretos Serviço ... 84

Quadro 13 – Despesas Operacionais Mensais ... 89

Quadro 14 – Custo Total de cada Serviço ... 90

Quadro 15 – Custo Total Mensal de cada Serviço... 91

Quadro 16 – Índice Mark-Up ... 92

Quadro 17 – Estimativa da Receita Mensal ... 92

Quadro 18 – Fluxo de Caixa ... 94

Quadro 19 – Payback e VPL ... 95

Quadro 20 – Demonstrativo do Resultado do Exercício ... 97

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LISTA DE ABREVIATURAS

CSP Custo de Serviços Prestado CF Custo Fixo

CT Custo Total CV Custo Variável

DRE Demonstração do Resultado do Exercício FC Fluxo de Caixa IL Índice de Lucratividade IR Índice de Rentabilidade IT Investimento Total LL Lucro Líquido PBS Payback Simples PBD Payback Descontado PV Preço de Vendas PR Prazo de Retorno

TIR Taxa Interna de Retorno TMA Taxa Mínima de atratividade VPL Valor Presente Líquido

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RESUMO

A contabilidade gerencial trata de sistemas contábeis efetivos que podem criar valores consideráveis, através do fornecimento de informações acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias ao sucesso das organizações. Tais valores referentes a geração do lucro empresarial são criados por meio da utilização efetiva dos recursos empresariais. O sucesso de um negócio está relacionado com a capacidade de administrá-lo financeiramente, em virtude do contexto econômico atual que é de recessão, sendo que em um cenário de incertezas, o acompanhamento sistemático das finanças de uma atividade é o que permite a tomada de decisões acertadas, logo a análise de viabilidade de empreendimentos, pode auxiliar os gestores quanto a decisão de investir. Sendo assim o objetivo geral deste estudo é o de identificar como a análise de viabilidade econômica e financeira da implantação de um Centro de Estética pode auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão. Para tanto a pesquisa foi aplicada, descritiva, estudo de caso de abordagem qualitativa, utilizando-se de análise documental, observação e questionário semiestruturado. Os resultados indicam que a análise de viabilidade econômica e financeira da implantação de um Centro de Estética pode auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão, proporcionando informações mais seguras a tomada de decisão, no que se refere a decisão de investir no empreendimento.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 9

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 11 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 12 1.4 OBJETIVOS ... 13 1.4.1 Objetivo Geral ... 13 1.4.2 Objetivos Específicos ... 13 1.5 JUSTIFICATIVA ... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16

2.1 CONTABILIDADE E ASPECTOS GERAIS ... 16

2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL ... 19 2.3 EMPREENDEDORISMO ... 24 2.4 PROJEÇÕES E ORÇAMENTOS ... 33 2.4.1 Investimentos ... 38 2.4.2 Custos ... 41 2.4.3 Receitas e despesas ... 46 2.5 FLUXO DE CAIXA ... 48 2.5.1 Indicadores financeiros ... 50

2.5.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) ... 50

2.5.3 Valor Presente Líquido (VPL) ... 52

2.5.4 Payback Descontado e Simples ... 53

2.5.5 Rentabilidade e Lucratividade ... 54

2.6 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ... 56

2.6.1 Indicadores econômicos ... 59

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 61

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 61

3.1.1 Pesquisa quanto à natureza ... 61

3.1.2 Pesquisa quanto aos objetivos ... 61

3.1.3 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos ... 62

3.1.4 Pesquisa quanto à abordagem ... 62

3.2 COLETA DE DADOS ... 63

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 64

4.1 MERCADO ... 64

4. 2 ANÁLISE FINANCEIRA ... 78

4.2.1 Investimentos ... 79

4.2.2 Informações Fiscais e Tributárias ... 80

4.2.3 Custos ... 82

4.2.4 Receitas ... 92

4.2.5 Fluxo de Caixa ... 93

4.2.6 Indicadores Financeiros ... 95

4.2.7 Demonstrativo do Resultado do Exercício ... 96

5 CONCLUSÃO ... 101

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1 INTRODUÇÃO

Conforme analisa Padoveze (2010, p. 58) "a informação contábil deve ser útil para o futuro, o passado só é importante se possibilitar ação futura". Ainda cita Iudicibus (2009) acerca das informações de situações passadas e presentes que poderão servir de aprendizagem para o futuro do empreendimento. Trata-se de um sistema de informação e avaliação destinado a gerar informações aos seus usuários, sendo que seus objetivos, devem ser aderentes, de alguma forma explicita ou implícita, àquilo que o usuário considera como elementos importantes para seu processo decisório (PADOVEZE, 2010).

Segundo Iudicibus (2009) a principal função da contabilidade é prover os usuários com informações que ajudarão na tomada de decisões, sendo que o objetivo básico dos demonstrativos financeiros é fornecer informação útil para a tomada de decisões econômicas. Conforme observa Padoveze (2010), a contabilidade gerencial trata de sistemas contábeis efetivos que podem criar valores consideráveis, através do fornecimento de informações acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias ao sucesso das organizações. Tais valores referentes a geração do lucro empresarial são criados por meio da utilização efetiva dos recursos empresariais.

Segundo Padoveze (2010) a contabilidade gerencial tem enfoque diferente da contabilidade financeira, no entanto ambas tem o propósito de gerar informações úteis aos seus usuários. A contabilidade gerencial fornece informações para os gestores, ou seja, para o público interno com objetivo de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisões internamente, enquanto que a contabilidade financeira fornece informações para os acionistas, credores e público externo, com o objetivo de facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos.

Padoveze (2010) observa que os gestores da empresa é quem define as informações que farão parte do orçamento, sendo este tratado como um subsistema específico do sistema de informação contábil é importante no sentido de que irá alcançar todos os níveis de responsabilidade dentro da empresa. Deve-se considerar que a informação válida é aquela que traz contribuições para o futuro e aquela que seja clara, precisa, rápida, dirigida, além de ser possível de realizar comparações, de ter confiabilidade, detalhamento adequado e relevância.

O objetivo básico nas tomadas de decisões da administração financeira é alcançar a maior rentabilidade possível sobre o investimento realizado pelos proprietários ou acionistas, conforme observa Brizolla (2015), de modo a aumentar o valor de mercado da empresa. Para maximizar a riqueza é necessário ter: perspectivas de longo prazo, conhecer o valor do

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dinheiro no tempo, retorno do capital próprio, risco, dividendos, conforme explica Brizolla (2015).

As três áreas fundamentais das decisões financeiras consiste em: decisões de investimento, decisões de financiamento e decisões relacionadas a destinação de lucros, conforme apresenta Brizolla (2015). Através da análise financeira é possível avaliar de forma contínua o comportamento dos indicadores financeiros da organização, conforme observa Padoveze (2010). Para que isso ocorra é importante que os dados contábeis sejam exatos, sempre que possível. O fluxo de caixa é fundamental para a administração financeira, segundo Padoveze (2010), para o mesmo o lançamento das movimentações bancárias, de caixa e aplicações bancárias e financeiras, pode ser feito diretamente no sistema de informação contábil. O fluxo de caixa mensal é importante na medida em que permite o acompanhamento e controle dos recursos da empresa, juntamente é claro com o balanço patrimonial e a demonstração de resultados, enquanto que o fluxo de caixa diário é importante para a realização do controle dos pagamentos e recebimentos imediatos (PADOVEZE, 2010).

Este estudo está estruturado da seguinte forma: o capítulo um, apresenta a definição do tema em estudo, a caracterização da organização, a problematização do tema, os objetivos (geral e específico) e a justificativa. No capítulo dois, está a revisão literária a respeito do tema do objeto de estudo, visando dar suporte as aplicações práticas, sendo apresentado um estreitamento entre o tema proposto e a controladoria como processo de gestão. Na sequência, no capítulo três, verificam-se os procedimentos metodológicos que nortearam a realização desse estudo, a partir da classificação da pesquisa e dos instrumentos utilizados para a coleta e análise de dados. Também foram apresentados a análise dos resultados, no capítulo quatro, a partir dos dados coletados, bem como a conclusão. E por último, não menos importante estão as referências consultadas ao longo do estudo.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

De acordo com Dornelas (2012) o sucesso de um negócio está relacionado com a capacidade de administrá-lo financeiramente, em virtude do contexto econômico atual que é de recessão. Afirma ainda que "em um cenário de incertezas, o acompanhamento sistemático das finanças de uma atividade é o que permite a tomada de decisões acertadas" (DORNELAS, 2012).

Segundo Basso, Brizolla e Filipin (2017) a Contabilidade é um conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis científicas, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a

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ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo e qualitativo, e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente, controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida.

Desta forma a Contabilidade é enquadrada como uma ciência social, a qual tem como base a utilização de técnicas específicas para se tornar útil a sociedade e cumprir as finalidades pelas quais foi criada. Para Basso, Brizolla e Filipin (2017) a finalidade principal da Contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento - processo decisório.

A contabilidade tem como finalidade gerar informações para a tomada de decisão, nesse sentido Padoveze (2010) menciona que um sistema de informação contábil eficaz produz informações dentro dos prazos estipulados e dentro do menor tempo possível, visto que uma informação morosa perde credibilidade e uma informação dentro do prazo é muito melhor do que uma informação precisa mas atrasada.

Já a contabilidade gerencial possui como objetivo principal obter a maior rentabilidade possível sobre o investimento, conforme menciona Brizolla (2015), desta forma as decisões financeiras são orientadas para o aumento do valor de mercado da empresa, maximizando assim a riqueza dos acionistas.

Segundo Brizolla (2015) a maximização dessa riqueza envolve os seguintes aspectos: Perspectivas de longo prazo: a empresa precisa investir em novos produtos e tecnologias que poderão representar um sacrifício para a rentabilidade atual mas que trarão benefícios futuros; Valor do dinheiro no tempo: os fluxos de caixa dos investimentos de projetos são trazidos a valores atuais, mediante a uma taxa de desconto; Retorno do capital próprio: os acionistas visam a valorização de suas ações e a remuneração através de dividendos; Risco: o retorno do investimento deve ser compatível com o risco assumido; e Dividendos: deve existir uma política de distribuição regular de dividendos, independente do lucro.

Com relação a um investimento este pode ser conceituado como toda a aplicação de capital em algum ativo, tangível ou não, para obter um retorno no futuro, conforme menciona Brizolla (2015). Tal investimento pode ser a criação de uma nova empresa ou pode ser um projeto numa empresa já existente, e ainda algumas empresas necessitam de recursos de curto prazo e outras de recursos de longo prazo.

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Conforme menciona Brizolla (2015) toda decisão importante na empresa deve ser analisada com relação ao efeito sobre os fatores: lucro por ação esperado, distribuição no tempo do fluxo de lucros, grau de risco dos lucros esperados, endividamento e política de dividendos. Os gastos com capital envolvem: benefícios não monetários que são avaliados de modo subjetivo, aspectos monetários que são medidos de forma técnica e riscos a serem avaliados.

Segundo Dornelas (2012), o sucesso atribuído as micro e pequenas empresas nos Estados Unidos, quando estavam no processo de maturidade, é atribuído ao empreendedor que planejou de forma adequada o seu negócio, realizando uma análise de viabilidade econômica e financeira do negócio, antes de colocá-lo em prática.

Dornelas (2012) afirma que o plano de negócios é uma ferramenta que necessita constantemente ser atualizada, justificando que o planejar deve ser dinâmico e corresponder as etapas da empresa. Desta forma, também deve ser realizada sempre a análise financeira da empresa, para continuar tomando decisões de investimentos, redução de custos, aplicação em reservas. Para isso torna-se necessário ter a disponibilização dos dados contábeis, os quais são obtidos através da geração de relatórios.

Segundo Holanda (1975), projeto de negócios “corresponde ao conjunto de informações, sistemática e racionalmente ordenadas, que nos permite estimar os custos e benefícios esperados de um determinado investimento e nos indica a maneira de transformar essas ações na produção de bens e ou serviços”. É neste sentido que é utilizado o termo projeto para este estudo, onde é apresentada a coleta de informações obtidas deste segmento de mercado, o ordenamento, a sistematização e a análise destas informações. Isso possibilitará posteriormente, fazer um levantamento das vantagens e desvantagens de reunir recursos para a criação de um projeto novo, bem como analisar a sua viabilidade.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A organização a ser estudada está em fase de implantação, no início é um empreendimento de pequeno porte, com o faturamento inicial previsto de R$ 21.375,00 mensais, contando inicialmente com três colaboradores. Na fase inicial o Centro Estético contará com uma Estéto Cosmetóloga, uma manicure e uma auxiliar de cabeleireira, pois o Centro atuará com os serviços relacionados à parte corporal, facial, mãos e pés, além de cabelos e maquiagens.

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O local é alugado, porém os móveis a serem utilizados serão todos adquiridos, máquinas e equipamentos, materiais e utensílios também. Destaca-se também que a localização é em um município da região noroeste do estado do RS.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Verifica-se que o objetivo principal de cada empresa é a maximização da riqueza de seus proprietários, sendo esta riqueza expressa pelo valor de mercado da empresa, conforme observa Brizolla (2015). As decisões financeiras são orientadas visando o aumento do valor de mercado da empresa.

Conforme menciona Brizolla (2015), investimentos em ativos fixos voltados para novos ativos possuem efeitos prolongados no ciclo de vida das empresas, sendo que uma decisão incorreta pode comprometer seu futuro. Determinados investimentos implicam em aumentos de aplicações de recursos no capital de giro. Investimento é toda a aplicação de capital em algum ativo visando obter determinado retorno no futuro, conforme observa Brizolla (2015) e neste sentido os administradores precisam maximizar o preço das ações. A empresa pode ser vista com duas bases de valor: os ativos existentes, que geram os lucros e o fluxo de caixa, e as oportunidades de realizar novos investimentos que aumentarão os fluxos de caixa futuros e os lucros.

O crescimento de uma empresa, e até sua capacidade de se manter competitiva e sobreviver, depende de um fluxo constante de ideias de novos produtos, de novas maneiras de fazer melhor os produtos existentes e de modos de produzir a um custo mais baixo. Consequentemente, uma empresa bem administrada despenderá grandes esforços para desenvolver boas propostas de orçamento de capital (BRIZOLLA, 2015, p. 24).

Esta pesquisa é importante no sentido de orientar o empreendedor no início do projeto, demonstrando se o nicho a ser explorado possui rentabilidade e qual o retorno do investimento realizado, bem como em quanto tempo se dará este retorno, em qual momento pode-se realizar incremento de investimentos no negócio. Desta forma todas estas questões perpassam pela tomada de decisão do empreendedor que está no início do projeto de negócios, fornecendo subsídios para tal. Dornelas (2012) menciona que a maioria das empresas que faliram, apresentaram falta de planejamento, seguido das deficiências de gestão, políticas de apoio insuficiente, conjuntura econômica e fatores pessoais. Neste sentido torna-se importante buscar a capacitação gerencial contínua, aplicação dos conceitos teóricos e a disciplina no planejamento periódico das ações a serem implementadas pela empresa.

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A análise de viabilidade de um investimento está relacionada ao fato de identificar se a partir de um orçamento realizado, os resultados projetados indicam ou não capacidade de retorno. Para Gitman (2000), investimento representa dispêndios de recursos que compromete a empresa durante um determinado período, ou, como salientam Kassai et al. (2000), investimento é deixar de consumir hoje para consumir no futuro.

É através da análise de viabilidade que se pode atingir alguns objetivos básicos, conforme aponta Dornelas (2012, p. 100): “a) testar a viabilidade de um conceito de negócio; b) orientar o desenvolvimento das operações e estratégica; c) atrair recursos financeiro; d) transmitir credibilidade; e d) Desenvolver a equipe de gestão”.

Os principais grupos interessados na análise de viabilidade econômica financeira são: mantenedores dos incubadores, parceiros, bancos, investidores, fornecedores, a empresa internamente, os clientes e os sócios conforme aponta Dornelas (2012). Diante do exposto questiona-se: Como a análise de viabilidade econômica e financeira de um centro estético pode auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão?

1.4 OBJETIVOS

Considerando o tema proposto, e tendo como norte responder a questão problema deste estudo, na sequência apresenta-se: o objetivo geral e os específicos.

1.4.1 Objetivo Geral

Identificar como a análise de viabilidade econômica e financeira da implantação de um Centro de Estética pode auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão.

1.4.2 Objetivos Específicos

 Identificar os custos, despesas e receitas, separando os custos fixos e variáveis;  Estruturar o Fluxo de Caixa e a Demonstração do Resultado do Exercício;  Identificar o desempenho econômico e financeiro para o empreendimento. 1.5 JUSTIFICATIVA

Para todo novo investimento tornar-se necessário realizar um estudo da viabilidade econômica e financeira do negócio, para possibilitar a decisão acerca do investimento a ser

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realizado, se o mesmo é viável. A análise de viabilidade de investimentos nas empresas é um aspecto fundamental para a gestão de capitais das organizações. O processo de planejamento é o estabelecimento de metas e prioridades, a obtenção de financiamentos e o uso de certos critérios para selecionar ativos de longo prazo. Assim, é de fundamental importância esta análise.

A realização deste trabalho possibilita a realização de uma análise de viabilidade de um novo projeto de modo a ter clareza de em quanto tempo irá se recuperar o investimento e a partir de qual ano o negócio passará a dar resultados positivos. Torna-se muito importante o levantamento dos dados referente a análise de mercado, bem como a análise dos custos e receitas. Torna-se importante avaliar o investimento inicial do empreendimento para verificar as fontes dos recursos financeiros que serão necessários ao negócio, sendo que o "fluxo de caixa positivo somente ocorre quando a empresa obtiver o retorno do investimento inicial [...], quando puder evoluir sem a necessidade de reinvestimentos maciços" (DORNELAS, 2012, p. 58). A análise de viabilidade de um negócio serve como uma ferramenta de gestão para os usuários interessados, tendo em vista que é alto o índice de mortalidade das micro e pequenas empresas no País, nos primeiros anos de existência, conforme observa Dornelas (2012).

Essa pesquisa é muito importante para a acadêmica no sentido de que irá agregar novos conhecimentos e experiências, possibilitando utilizar os conhecimentos da sala de aula para a prática organizacional. Para a empresária do ramo também torna-se importante o estudo na medida em que possibilitará uma avaliação financeira do empreendimento que se quer atuar, demonstrando a viabilidade do negócio ao mesmo tempo em que auxiliará na tomada de decisões. Para a ciência e como fonte de pesquisa, pode ser utilizada aos estudantes e profissionais interessados neste segmento de atuação ou até mesmo servindo de base como orientação para outros trabalhos de análise e viabilidade financeira de um novo empreendimento.

O mercado tem inúmeras oportunidades, mas é preciso saber se tais oportunidades serão de fato atrativas e trarão rentabilidade, além é claro de trazer benefícios a população, para tanto existe a demanda de uma análise mais criteriosa, conforme observa Dornelas (2012) em que vários fatores estão envolvidos como: o conhecimento sobre o assunto, o ramo de atividade, o mercado, os diferenciais competitivos do produto ou serviço. Para Dornelas (2012) é preciso ter foco na oportunidade correta e antes mesmo de toda a análise estratégica e financeira detalhada, o mesmo salienta que é necessário avaliar muito bem a oportunidade, para evitar que sejam despendidos tempo e recursos em uma idéia que não agregue valor ao negócio.

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Este estudo também pretende contribuir para melhorar a compreensão da comunidade acadêmica e Contadores quanto a importância da análise de viabilidade de negócio já existentes ou novos, a partir do planejamento e controle operacional na fase de implantação ou de ampliação.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capitulo foi apresentado o referencial teórico, com o objetivo de revisar ampliar conhecimentos na área estudada, para que se consiga uma melhor compreensão da parte teórica do tema, no intuito de colocar em prática a proposta investigada.

2.1 CONTABILIDADE E ASPECTOS GERAIS

A Contabilidade iniciou a sua era científica quando a “maioria das disciplinas fez a sua passagem de uma milenar história empírica para uma fase racional superior, ou seja, a partir do século XVIII” (SÁ, 2006). Em 1836 surgiu a Ciência da Contabilidade, e então que houve o entendimento de que o registro contábil representava a expressão da observação de fatos da riqueza, mas não o próprio fato. Para Silva (2003), a contabilidade nasceu como a necessidade de se controlar os itens patrimoniais.

Com a invenção da imprensa a Contabilidade floresceu nas cidades de Veneza, Genova, Florença e outras, em que havia uma atividade mercantil, econômica e cultural intensificada conforme observa Silva (2003), quando Luca Pacioli escreveu o “Tractatus de Computis Et Scripturis” abordando o método das partidas dobradas dando o primeiro Tratado de Contabilidade. Tal método surgiu da necessidade de explicar, pelo registro a causa e o efeito dos acontecimentos, conforme menciona Silva (2003), no período da Idade Média em virtude do registro de capitais pelo surgimento das companhias comerciais. O termo partida explicita o conjunto de dados composto por: data da ocorrência, titulo das contas de débito e crédito, valor, descrição ou histórico do fato e sua comprovação, conforme observa Silva (2003).

No método das partidas dobradas, todo débito corresponde a um crédito, e posteriormente ao surgimento deste método, com as mudanças no cenário mundial, ocorreu a “necessidade de fixação dos padrões de Contabilidade e sua regulamentação, dando assim maior uniformidade às informações prestadas” (SILVA, 2003, p.26).

Torna-se necessário distinguir a Contabilidade da escrita contábil, sendo aquela uma ciência e esta a escrituração dos fenômenos ocorridos com o patrimônio das organizações. Conforme comenta Silva (2003), “a escrituração contábil será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e aos Princípios de Contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes

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no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência” (SILVA, 2003, p. 27).

Segundo Sá (2006), posteriormente a esta época comentada por Silva, “conscientizou-se de que não basta escriturar, mas é necessário saber o que fazer com as informações obtidas, ou seja, necessário é entender o que significa o que aconteceu com a riqueza patrimonial e que se evidencia nas demonstrações”. Desta forma, conforme menciona este mesmo autor é essencial compreender o significado de qualquer registro e a demonstração do mesmo como informação, possuindo a capacidade de obter conclusões quanto ao fenômeno registrado.

De acordo com Sá (2006) a escrituração contábil passou a exercer a função de registrar e guardar memórias de fatos patrimoniais e evidenciar estas memórias. Já o estudo científico tem a função de explicar o que ocorre com a riqueza patrimonial em suas transformações.

A contabilidade é tratada como ciência por possuir objeto próprio, método científico, finalidade determinada, teoremas, teorias, hipóteses, tradição, os quais foi uma preocupação de diversos estudiosos, conforme observa Sá (2006). Os valores numéricos são apenas instrumentos que se utilizam para mensurar fatos.

Para Silva (2006), existem diversas definições para a Contabilidade, as quais variam de acordo com o ponto de vista de cada doutrinador, mas todas com um foco único, o patrimônio, que por sua vez representa o conjunto de bens e direitos que estão vinculados a uma pessoa física ou jurídica. Segundo Silva (2006, p. 27) “Contabilidade é a Ciência que estuda o Patrimônio do ponto de vista econômico e jurídico”, econômico porque está voltado para o resultado (Lucro/Prejuízo) e jurídico porque envolve uma relação com terceiros (relação de haver/dever).

Segundo Sá (2006, p. 34) “em cada época, em cada escola a Contabilidade foi envolvida por metodologias de outras disciplinas, como Matemática, Direito, Administração e Economia, até que se conseguisse tornar-se completamente autônoma”. Observa-se que o Patrimônio das organizações é o principal objeto da Contabilidade, desta forma a mais poderosa corrente do pensamento doutrinária é a do Patrimonialismo, conforme menciona Sá (2006), isso foi estruturado na segunda década do século XX na Itália, apesar de já existir há muitos séculos.

O patrimônio pode ser definido como “um conjunto de meios impessoais, constituído como riqueza e que se destina a utilização, para o suprimento das necessidades das células sociais” (SÁ, 2006, p. 53). Nas empresas em virtude de que o patrimônio é voltado para a obtenção do lucro, recebe a denominação de capital, desta forma Sá (2006) conceitua capital como sendo o patrimônio que tem por “objetivo receber acréscimos em razão de uma

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finalidade lucrativa” (SÁ, 2006, p. 53). Já o lucro pode ser conceituado como “o acréscimo que o capital recebe por efeito de suas transformações, decorrentes de uma atividade humana” (SÁ, 2006, p. 53). Silva (2003, p. 14) define patrimônio como sendo:

Um conjunto de bens, direitos e de obrigações com terceiros, pertencentes a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro (SILVA, 2003, p. 14).

Conforme observa Silva (2003) o patrimônio sobre o ponto de vista da contabilidade pode ser visto em seus aspectos quantitativos e qualitativos. Quanto ao aspecto qualitativo pode-se mencionar os elementos que compõe o patrimônio, como: dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de mercadorias ou de mercadorias, já sobre o aspecto quantitativo verifica-se os componentes patrimoniais em termos de valores.

De acordo com a explicitação de Silva (2003) o patrimônio pode ser dividido em: bens, direitos e obrigações. Por sua vez os bens classificam-se em moveis, imóveis, tangíveis e intangíveis. Graficamente o patrimônio é demonstrado da seguinte forma:

Quadro 1 – Representação do Patrimônio

ATIVO PASSIVO

BENS OBRIGAÇÕES

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Fonte: Silva (2003)

O ativo representa os bens e direitos da empresa, o passivo representa as obrigações e o patrimônio liquido representa a diferença entre Ativo e Passivo, conforme observa Silva (2003).

Pode-se afirmar que a Contabilidade dedica-se ao estudo da riqueza das organizações, tendo como principais elementos os seguintes: formação de capitais próprios, financiamentos ou empréstimos obtidos, depósitos bancários, compras de matérias primas e mercadorias, produção de artigos, pagamentos de pessoal, venda de produtos e mercadorias, recebimento de clientes, compra de veículos, construção do edifício, compra de terreno, entre outros. Para Sá (2006) é objeto de estudo da Contabilidade tudo o que se refere a investimentos, financiamentos, custos, despesas, receitas, de quaisquer naturezas no contexto das empresas.

Para Silva (2003) a Contabilidade busca a aprendizagem e o entendimento das mutações sofridas pelo Patrimônio. Tais mutações podem ser derivadas da ação do homem ou dos efeitos da natureza sobre o patrimônio líquido. Silva (2003) comenta ainda que o

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conhecimento do objeto da Contabilidade está em constante evolução e que em função disto a avaliação de alguns componentes do patrimônio apresenta-se difícil ou inviável em determinados momentos.

“A aplicação do conhecimento da Contabilidade, conduzindo a racionalidade, o governo da riqueza individualista, é o caminho certo para o equilíbrio econômico e para o bem estar material e social” (SÁ, 2006, p. 43).

2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL

Para Iudícibus (1998) a contabilidade gerencial é caracterizada como um enfoque que se utiliza técnicas e procedimentos contábeis da área financeira, custos e de balanços, num detalhamento mais analítico e diferenciado, com a finalidade de contribuir para a tomada de decisões dos gerentes. É fundamental ter o conhecimento de como tratar, refinar, e apresentar de maneira clara, resumida e operacional os dados presentes nos registros da contabilidade financeira, de custos, etc, interligando com conhecimentos de outras áreas, para servir de base ao processo decisório, conforme comenta Sá (2006).

Silva (2003) afirma que existem algumas condições para que uma análise de balanços seja efetiva que seriam: manter a contabilidade com esmero sem utilizar dados manipuladores, ter o acompanhamento de uma auditoria interna, os demonstrativos devem ser corrigidos sempre que necessário de acordo com o poder aquisitivo da moeda.

O processo orçamentário faz parte da Contabilidade Gerencial e é fundamental para estimular um bom desempenho e alcançar as metas definidas. Conforme observa Iudícibus (1998, p. 251) existe o orçamento de fabricação e o custo-padrão, sento este último mais detalhado, tendo como critério o cálculo por unidade.

O custo padrão, portanto, além de facilitar extraordinariamente o controle e o próprio custeamento de produtos, transforma-se, assim, num importante instrumento de avaliação de desempenho, através de cuidadosa análise das variações entre custos-padrão e custos reais, nos itens de matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação (SÁ, 2006, p. 251).

Segundo Silva (2003) os troncos básicos da contabilidade gerencial são: a Depuração dos Relatórios Financeiros Fundamentais; a análise e Avaliação de Desempenho a partir de Relatórios Financeiros Sumarizados; fundamentos de Custos; custos para Controle, Planejamento e Avaliação de Desempenho; informações Contábeis para Decisões Especiais; Relatórios para a Gerência; e métodos Quantitativos e Contabilidade Gerencial.

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Em vários pontos operacionais é necessário tomar uma decisão entre duas alternativas, seja em relação a decisões de comprar ou fabricar ou decisões de substituição de equipamentos, conforme menciona Sá (2006). As variáveis envolvidas na tomada de decisões seriam: comparação entre custos; grau de ocupação da capacidade da fábrica; problemas de mercado, tempos de espera e qualidade das partes; e segurança no longo prazo.

Conforme menciona Iudícibus (1998, p. 259) não é fácil a tarefa de avaliar financeiramente os riscos associados à alternativa de adquirir, para tanto, torna-se importante responder aos seguintes questionamentos:

- Será a qualidade da peça adquirida comparável com a da peça fabricada?

- Como se comparam os prazos de entrega e o período necessário para fabricar a peça?

- É o abastecimento da peça fácil? Ou pode haver problemas futuros?

- Esgotamos todas as possibilidades de obter economias de mão-de-obra em outros setores da fábrica a fim de ser utilizada na fabricação da peça? (IUDÍCIBUS, 1998, p. 258).

Na decisão de utilizar um equipamento já existente ou substituí-lo deve ser avaliado os custos da manutenção requerida por este equipamento e o nível de produtividade do mesmo frente o custo de adquirir um novo equipamento, ganhando em maior produtividade e menor custo de manutenção, conforme analisa Silva (2003). Para além disto, deve ser analisado uma perspectiva de longo prazo dos efeitos diante dos lucros, fluxos de caixa ou conceito equivalente.

Uma das funções fundamentais da Contabilidade Gerencial é fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho, segundo Iudícibus (1998), seja considerando a apuração de resultados por produto ou serviço, seja comparando o resultado dos setores frente as metas definidas.

No caso dos custos por setores, definiu-se como centro de custo a menor fração de atividade para a qual é feita a acumulação de custos, conforme conceitua Silva (2003), podendo coincidir com os Departamentos. Os centros de custos inicialmente foram dimensionados com a maior ou menor facilidade de seu responsável em controlar os custos do seu respectivo centro de custo.

Iudícibus (1998) menciona que os custos podem ser controláveis ou não controláveis, sendo que os controláveis são passíveis de serem influenciados, e para além disto, no longo prazo todos os custos são controláveis, e no de curto prazo a maioria dos custos não são controláveis, a diferenciação entre custos fixos e variáveis contribui para a determinação de custos controláveis ou não controláveis.

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Com relação aos lucros, segundo Silva (2003), o lucro é a medida de aferição de desempenho mais utilizada e conhecida nos negócios, e um centro de lucro pode ser definido como uma unidade em que o gestor tem o poder de tomar decisões sobre fontes de fornecimento e mercados. “Além de terem seu desempenho medido com base no lucro, costuma-se relacionar o lucro obtido como investimento fixo necessário para gerá-lo; logo, introduz-se a figura do centro de investimento” (SÁ, 2006, p. 272).

Conforme observa Silva (2003) o lucro não tem como captar todas as consequências econômicas das atividades de uma unidade descentralizada, desta forma é necessário um sistema de informações com dados contábeis. Nenhuma transação, quer seja de entrada quer de saída, deixará de ser registrada e toda atividade, de uma forma ou de outra, dentro de uma organização, irá desencadear um processo de desembolso, que será contabilizado.

A Contabilidade Gerencial precisa fornecer relatórios para vários níveis de gerência, segundo Sá (2006), e o contador responsável precisa ter uma mentalidade gerencial, de modo a vender a importância e necessidade da utilização dos relatórios contábeis gerenciais para a tomada de decisões, ao mesmo tempo em que é recomendável manter a escrituração rigorosamente em dia e emitir balancetes mensais, mostrando um comparativo do movimento do mês, bem como do mês anterior e o desvio.

“Uma das premissas mais simples e frequentemente mais esquecidas pelo contador, mesmo de boa qualidade técnica, é que os relatórios contábeis, via de regra, não são feitos para contadores, mas para gerentes dos mais variados níveis” (IUDÍCIBUS, 1998, p. 283).

Os níveis, de acordo com Silva (2003) podem ser divididos em: nível alto da gerência: representado pelos Presidentes e Diretores, acionistas ou o Conselho de Administração, quando este existir. As informações relevantes para este nível são as do tipo estratégicas, como, se está sendo atingida a fatia de mercado definida nas metas e políticas, a taxa de retorno sobre o ativo e sobre o patrimônio líquido comparadas as da concorrência, se foi bem sucedida a política de endividamento.

Os diretores especificamente irão se interessar por informações detalhadas de seus respectivos setores; nível intermediário de administração: poderiam ser abrangidos aqui todos os gerentes de áreas, em que interessa informações de comparativo entre receitas e despesas realizadas frente aos valores orçados, bem como de causas dos desvios entre realizado e orçado. Caracteriza-se como um bom contador aquele capaz de coletar as informações e registrá-las em relatórios de desempenho, penetrando nos departamentos e fornecendo subsídios aos mesmos para a tomada de decisões (SÁ, 2006).

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O objetivo maior deve ser o de motivar toda a organização para obter um desempenho melhor, o que exige determinação, paciência e conhecimento; nível inferior de administração: neste nível estariam os supervisores de processos, linhas de montagem, capatazes, desta forma as informações devem ser detalhadas e restritas quanto a amplitude, comparativos entre o padrão e o real, análise de variações, comparativos de programação de produção e o efetivamente produzido (SILVA, 2003).

Iudícibus (1998) aponta os relatórios que devem ser elaborados e quando: relatórios diários: posição de bancos, de duplicatas em carteira, de produção, posição de itens estratégicos de estoque; relatórios semanais: produção da semana comparada com a previsão, faturamento comparado com o previsto; relatórios quinzenais: podem ser os mesmos já citados, porém com periodicidade quinzenal; relatórios mensais: balancetes resumidos, comparando o orçado com o realizado e os mesmos dados, porém do ano anterior, balanço e demonstrativo de resultados mensal, alterações na posição de capital de giro líquido, relatórios de desempenho departamental; relatórios trimestrais, quadrimestrais e semestrais; e relatórios anuais: balanço, variações patrimoniais, fluxo de fundos, análise financeira, análise de custos.

Conforme analisa Sá (2006), um sistema de informação gerencial precisa atender a alguns requisitos que seriam: conhecer a função produção da empresa, situar o subsistema contábil dentro do sistema global de informações, atender aos dirigentes com as informações que eles necessitam, de modo personalizado, adequando a periodicidade e o grau de complexidade dos relatórios, apresentar os relatórios de forma simples e com uma linguagem clara.

Toda avaliação do valor de uma empresa admite uma noção de risco, uma apreciação por parte do investidor do risco e dos benefícios prospectivos da assunção dos riscos. Ora, a Contabilidade avalia os recursos a disposição de uma empresa e os reclamos de credores sobre tais recursos, daí resultando o patrimônio líquido, o qual é acompanhado em suas mutações (SILVA, 2003).

A avaliação da empresa como um todo cabe ao investidor, conforme observa Sá (2006), porém o contador gerencial deve também oferecer suporte nas negociações sempre buscando informações quando necessário. O valor de uma empresa tem como base de avaliação o patrimônio líquido contábil, diminuindo do ativo os itens obsoletos, gastos pré-operacionais a amortizar as despesas antecipadas.

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Teoricamente, o valor da empresa no momento poderia ser encarado como sendo o valor atual dos lucros futuros, até o horizonte, descontado pelo custo de oportunidade do investimento em cada inicio de período em que se gerar lucro, somado ao valor de realização do patrimônio líquido no inicio do horizonte, o todo descontado a uma taxa adequada (IUDÍCIBUS, 1998, p. 288).

“Torna-se necessário considerar os aspectos: horizonte do empreendimento, lucro projetado ou fluxo de caixa projetado, investimento inicial do período em que for gerado lucro ou de cada período em que houver lucro e taxa de desconto adequada”(SILVA, 2003, p. 289). Na análise de investimentos há que se considerar uma taxa mínima desejada de retorno como critério de avaliação, sendo esta taxa representada pelo custo do capital, que por sua vez, de acordo com Iudícibus (1998, p. 290) “é composto por: empréstimos, ações preferenciais, ações ordinárias e lucros acumulados”.

Silva (2003) demonstra que a melhor forma de calcular o custo do capital é através do custo médio ponderado, o qual considera os dividendos pagos e para, além disto, se a empresa obtém recursos nas proporções indicadas pela média ponderada e aceita propostas mais rentáveis que o custo médio do capital, tem condições de incrementar o valor de mercado de suas ações, no longo prazo.

A taxa de custo médio ponderado de capital pode ser utilizada para calcular o custo de oportunidade a ser descontado do lucro previsto em cada ano e também como taxa de desconto para o valor atual, na percepção de Iudícibus (1998). A projeção de lucro geralmente é calculada para um período de 5 a 10 anos, sendo calculada uma média do mesmo. Também deve ser feita uma estimativa do horizonte do empreendimento, de sobrevivência deste, de acordo com o contexto de mercado, segmento de atuação, comportamento do nicho de mercado, dinâmica do setor, utilidade do produto.

Para Silva (2003), os três parâmetros básicos para se calcular o valor de uma empresa são: calcular um lucro projetável, da forma mais confiável possível; comparar o valor atual dos lucros futuros com retornos de investimentos alternativos; estimar, de forma confiável, o valor de realização dos ativos identificáveis diminuindo o passivo, no momento zero.

“Uma empresa com histórico regular de lucros, sem grandes sobressaltos (variações), oferece um grau de risco menor que outra com histórico tumultuado de lucros. Quanto menor a flutuação dos lucros, menor poderá ser a taxa de desconto e maior o valor atual” (IUDÍCIBUS, 1998, p. 297).

No contexto atual, a maior inovação nas organizações, na percepção de Silva (2003) não consiste em possuir máquinas sofisticadas ou computadores avançados mas consiste sim em dois fatores fundamentais, que seriam: o aperfeiçoamento da força de trabalho com

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participação criativa e enriquecimento da cultura geral da equipe; e uma mudança de mentalidade e da forma de trabalho produtivo, reunindo engenheiros de design e de processo, como também o contador de custos, para juntos delinear um produto que apresente maior qualidade e maior satisfação dos clientes.

Sá (2006) observa também que se têm desenvolvido novas formas de trabalho em equipe e novos parâmetros de custeio em virtude do crescimento da automação das empresas e da adoção de técnicas como o Just In Time, que tem por finalidade reduzir o nível de estoques a um mínimo, extinguir atividades que não agregam valor para o cliente, diversificar a produção para melhor atender as demandas dos clientes.

O esforço de diminuir inventários (JIT), bem como a necessidade de eliminar atividades que não adicionam valor aos produtos, fizeram com que alguns conceitos e técnicas de custeio viessem a ser contempladas como mais capazes de evidenciar os custos de produção e de produtos do que as tradicionais técnicas de custeio, embora sem tirar, de forma nenhuma, os méritos do custeamento variável e do custo-padrão (SILVA, 2003).

2.3 EMPREENDEDORISMO

Para Chiavenato (2012, p. 03) o empreendedor é aquele que assume riscos e começa algo inteiramente novo, com a finalidade de realizar uma ideia ou projeto pessoal. O empreendedor é “aquele que fareja, localiza e rapidamente aproveita as oportunidades fortuitas que aparecem ao acaso e sem pré-aviso, antes que outros aventureiros o façam” (CHIAVENATO, 2012, p. 03). Para além disto, é o responsável por proporcionar a energia que move a economia, por produzir mudanças e transformações no mercado, criar novas ideias, empregos e impulsionar talentos e competências.

Na percepção de Chiavenato (2012), o espirito empreendedor, pode estar em qualquer pessoa que esteja disposta a assumir riscos e inovar continuamente, mesmo que não esteja em seu próprio negócio, neste caso, entra em cena a figura do intraempreendedorismo, em que numa equipe de trabalho se destaca por trabalhar como se fosse parceira ou sócia do negócio, totalmente engajadas e comprometidas com os objetivos do negócio, sem fazer parte do quadro de sócios.

Os empreendedores “fornecem novos empregos, introduzem inovações e incentivam o crescimento econômico da região ou país” (CHIAVENATO, 2012, p. 04), são pessoas que assumem riscos diante de um contexto de mudanças, transformações e uma economia de incertezas. Segundo Dornelas (2012) o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade

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e cria um negócio para capitalizar sobre esta oportunidade, assumindo riscos calculados. As seguintes características estão presentes no empreendedor: iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz, utilização dos recursos de forma criativa de modo a transformar o ambiente no qual se esta inserido, assume riscos calculados e tem consciência de que tais riscos podem trazer benefícios ou não.

O espirito empreendedor, na concepção de Chiavenato (2012) possui três características básicas, que seriam: necessidade de realização: pessoas com alta necessidade de realização preferem executar tarefas mais complexas com objetivos mais elevados, competindo com um determinado padrão de excelência. Observa-se que pessoas ambiciosas possuem o impulso para a realização, criando novas empresas e liderando o seu crescimento; disposição para assumir riscos: o empreendedor assume vários riscos, dentre eles o financeiro já que desembolsou seus recursos para o novo negócio, o de abandono de seu emprego e carreiras definidas, o de envolver seus familiares, o psicológico pela possibilidade de o negócio não der certo; e autoconfiança: os empreendedores acreditam em suas habilidades pessoais para superar os desafios, mesmo identificando os problemas inerentes a um novo negócio, relacionam o sucesso ao próprio esforço e competências.

“A atividade de empreender é muitas vezes associada à incerteza, principalmente quando o seu negócio envolve algo realmente novo ou quando o mercado para seu produto sequer existe” (CHIAVENATO, 2012, p. 05). Quando o mercado já existe, também não existe garantias de que ainda se possa criar espaço para um novo jogador na área.

Para Dornelas (2012, p. 28) empreendedorismo é o “envolvimento de pessoas e processos que em conjunto levam a transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva a criação de negócios de sucesso” (DORNELAS, 2012, p. 28).

O processo de empreender envolve todas as atividades associadas a criação de novas empresas, conforme observa Dornelas (2012). Num primeiro momento, o empreendedorismo envolve o processo de criação de algo novo, que agregue valor, num segundo momento exige dedicação, devoção e esforço para fazer com que a empresa cresça, e por fim, requer ousadia e ânimo, mesmo diante de dificuldades e falhas. Ainda segundo Dornelas (2012) as fases do processo empreendedor são: 1) identificação e avaliação da oportunidade; 2) desenvolvimento do plano de negócios; 3) definir e captar os recursos necessários; 4) gerenciar a empresa.

Cada fase deste processo apresenta desafios e oportunidades, conforme observa Dornelas (2012), porém os problemas vão existir e precisam ser solucionados, torna-se importante então o estilo de gestão adotado na organização, o qual deve saber reconhecer as

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limitações e ter o conhecimento de que uma equipe qualificada pode auxiliar no gerenciamento da empresa, de modo a minimizar os problemas, identificando as prioridades e o que é crítico para o sucesso do negócio.

A decisão de tocar o próprio negócio deve ser muito clara e objetiva. De inicio, é a decisão principal da qual dependerá todas as demais. O empreendedor deve estar profundamente comprometido com essa decisão para ir em frente, enfrentar novos desafios que normalmente aparecem e derrubar os obstáculos que certamente não faltarão (CHIAVENATO, 2012).

Chiavenato (2012) observa que no contexto atual, a mortalidade prematura das empresas é bem elevada, visto que os riscos são altos e perigos não faltam. Torna-se necessário ter o conhecimento das possíveis causas do insucesso nos novos negócios, para que se consiga evitá-las. Desta forma, Chiavenato (2012) menciona as causas mais comuns: fatores econômicos (72%): lucros insuficientes, juros elevados, perda de mercado, mercado consumidor restrito, nenhuma viabilidade futura; inexperiência (20%): incompetência do empreendedor, falta de experiência de campo, falta de experiência gerencial, experiência desequilibrada; vendas insuficientes (11%): mercado parado, recessão econômica, vendas baixas, dificuldade de estoque, localização inadequada; despesas excessivas (8%): dívidas e cargas demasiadas, despesas operacionais elevadas; e outras causas (3%): negligência, capital insuficiente, clientes insatisfeitos, fraudes, ativos insuficientes.

Para Silva (2003), alguns questionamentos são importantes para definir o próprio negócio, os quais seriam: quem será o seu cliente, quais seus desejos e expectativas? O que é de valor para o cliente? Outro item é mudar as regras e inovar sempre. Conforme observa Dornelas (2012) os empreendedores de sucesso estão sempre em busca de novas ideias e de oportunidades de mercado, são questionadores dos fatos, porém estas novas ideias surgem quando se está aberto a recebê-las e se está preparado para experiências novas. Torna-se necessário estar com a mente estimulada e preparada para o que esta ocorrendo no ambiente em que se está inserido.

Um negócio se torna bem sucedido quando se tem conhecimento para avaliar o mercado e escolher o segmento mais oportuno e suscetível de êxito, conforme observa Chiavenato (2012). Deve-se também saber evitar ou neutralizar as ameaças, aproveitando as oportunidades que aparecem, o que requer análise e intuição. Assim observa-se que o empreendedor, segundo Silva (2003) deve buscar conhecimento, ser perseverante na sua conquista e se comprometer com o negócio. Para além disso, verifica-se que a junção dos

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fatores: negócio oportuno e apropriado e o espírito empreendedor bem-dotado, leva ao sucesso do negócio.

“O objetivo de um negócio é produzir e vender com lucro produtos ou serviços que satisfaçam necessidades e desejos da sociedade, os quais podem ser do mercado em geral, ou, mais especificamente, de um nicho específico de clientes” (CHIAVENATO, 2012, p. 34).

Para operar um negócio, faz-se necessário assumir vários riscos, seja quanto ao capital empregado, ou quanto ao tempo e ao esforço investidos, principalmente quando sua aplicação pode resultar em possíveis perdas no decorrer do tempo, devido a fatores imprevisíveis que podem ocorrer no negócio ou no contexto externo (CHIAVENATO, 2012, p. 37).

Segundo Padoveze (2010) as oportunidades para criar um novo negócio podem ser resumidas em: oferta de um novo produto ou serviço: requer um novo tipo de negócio; desenvolvimento de uma nova tecnologia: a exemplo da internet e dos negócios virtuais; desenvolvimento de um novo mercado: a exemplo da inclusão social, fornecendo um produto ou serviço que ainda não existe no mercado; e desenvolvimento de novos benefícios: desempenho de antigas funções de uma nova maneira, realizar o que já foi feito no mercado, mas de maneira mais sofisticada com uma qualidade mais elevada.

De acordo com Padoveze (2010) o empreendedor poderá optar por comprar um negócio já existente ao invés de iniciar seu negócio próprio, o qual possui as seguintes vantagens: redução da incerteza quanto a viabilidade do negócio, execução de operações em andamento, relacionamentos comerciais já consolidados; preço razoável na negociação da compra do empreendimento.

As oportunidades para se iniciar um negócio poderão estar nas seguintes áreas: fabricação, atacado, varejo ou serviços. No caso do objeto em estudo o segmento será de serviços, que é a área de negócios que tem apresentado maior crescimento no contexto atual de mercado. “Os negócios envolvendo serviços não requerem grande investimento em equipamentos e estoques, como na manufatura, no atacado e no varejo. Também podem ser desenvolvidos em casa, na garagem ou em uma sala que sirva de local para o negócio” (CHIAVENATO, 2012, p. 75).

Segundo Dornelas (2012) as oportunidades são únicas, mas o importante é que o empreendedor utilize esta ideia de modo a transformá-la em um produto ou serviço que possibilite o crescimento do negócio. Desta forma é preciso saber desenvolver as ideias, implementá-las e construir um negócio de sucesso, isto que se constitui num diferencial. Conforme observa Padoveze (2010, p. 49) “o que conta não é ser o primeiro a pensar e ter

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uma ideia revolucionária, mas sim o primeiro a identificar uma necessidade de mercado e saber atendê-la, antes que os outros o façam” (DORNELAS, 2012, p. 49).

Há uma variedade de negócios que pode ser desenvolvida com pouco capital e com talento, conhecimento e habilidade, conforme menciona Padoveze (2010, p. 75), sendo o essencial “compatibilizar o conhecimento do negócio com a oportunidade do mercado e com suas características pessoais” (CHIAVENATO, 2012, p. 75). Para Dornelas (2012) se a ideia for interessante, deve-se fazer os seguintes questionamentos: Quais clientes comprarão o produto ou serviço oferecidos pela empresa; Qual o tamanho atual do mercado em reais e em quantidade de clientes; O mercado está em crescimento, estável ou estagnado; Quem atende a estes clientes atualmente e quem são os concorrentes. Caso estas perguntas tiverem respostas concretas, se tem apenas uma ideia e não uma oportunidade de mercado.

Segundo Padoveze (2010) a experiência no ramo de negócios pretendido constitui-se como diferencial, assim o empreendedor deve criar negócios os quais possui conhecimento e tenha experiência. “Em primeiro lugar vem a paixão pelo negócio e ganhar dinheiro é uma consequência disso” (DORNELAS, 2012, p. 50), o sucesso consiste em atuar em algo que traga satisfação, prazer e motivação, algo que se esteja disposto a trabalhar por horas e sentir prazer nisso. As pessoas que se destacam na sua área de atuação no mercado são felizes e realizadas naquilo que fazem e justamente isso é que faz a diferença, porque estas pessoas ganham muito com as experiências vivenciadas e não pelo dinheiro que ganham, conforme a percepção de Padoveze (2010).

“Focalizar adequadamente o novo negócio é fundamental e definitivo para garantir o seu sucesso. Trata-se de estabelecer as bases fundamentais a respeito de sua estrutura e seu funcionamento, isto é, de sua configuração e de sua dinâmica” (CHIAVENATO, 2012, p. 77). Entretanto, o foco deve estar em atender as necessidades e expectativas do cliente e não no produto ou serviço em si, pois como observa Padoveze (2010) quem vai decidir se o produto ou serviço vai perdurar é o cliente.

De acordo com a percepção de Dornelas (2012) antes de criar um plano de negócios é preciso analisar a oportunidade que se tem em mãos, de modo a identificar qual o mercado ela atende, qual o retorno econômico que proporciona, quais as vantagens competitivas que trará a empresa, qual a equipe adequada e o nível de comprometimento do empreendedor.

O conhecimento de mercado superior a concorrência, constitui-se numa vantagem competitiva conforme analisa Dornelas (2012), visto que este permite monitorar e controlar as tendências do mercado, antecipando-se aos competidores e buscando novidades que atendam as demandas atuais dos clientes, posicionando sua marca na mente dos mesmos. Porém,

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conforme observa Padoveze (2010), de nada tem valor a identificação de uma boa oportunidade, a criação de um produto, o mercado promissor, o desenvolvimento de um bom plano de negócios, quando não se tem uma equipe a altura do negócio que está sendo criado. Essa equipe, além de possuir o perfil adequado para as funções distribuídas, precisa estar comprometida com os objetivos da empresa, ter paixão e orgulho pelo que fazem.

Um aspecto fundamental para tornar o negócio bem sucedido, de acordo com Chiavenato (2012) é o planejamento detalhado daquilo que se pretende fazer, sendo o plano de negócios de fundamental importância. Para Dornelas (2012) o plano de negócios é uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial de um novo empreendimento, de modo a auxiliar o empreendedor no planejamento de suas ações e no delineamento das estratégias do negócio. Esta ferramenta também é utilizada atualmente para a aprovação de captação de recursos financeiros junto a instituições financeiras, desta forma verifica-se que tal ferramenta possui várias aplicações.

Trata-se de um documento utilizado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento e ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios (PADOVEZE, 2010). Este documento possibilita o entendimento e a definição das diretrizes para o negócio, o gerenciamento de forma eficaz e a tomada de decisões acertadas, maior controle da empresa diariamente e a realização de ações corretivas quando necessário, obtenção de recursos junto a bancos e investidores, identificação de oportunidades para transformá-las em vantagem competitiva, utilização de uma comunicação interna eficaz e convincente ao público externo (fornecedores, parceiros, clientes, bancos, investidores, associações).

Conforme evidencia Dornelas (2012) o índice de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras nos primeiros anos de existência é considerado alto, atingindo um percentual de 70%. De acordo com pesquisas realizadas pelo Sebrae de São Paulo, realizadas anualmente, a principal causa atribuída a esta mortalidade é a falta de planejamento, seguida da deficiência de gestão, o que por sua vez é o resultado da falta de cultura de planejamento no Brasil.

Complementando esta análise, Dornelas (2012) evidencia que não basta somente sonhar, mas é preciso transformar os sonhos em ações concretas, reais e mensuráveis. Para tanto, a ferramenta que se utiliza para isto é o planejamento, a exemplo do sucesso das micro empresas nos Estados Unidos, na fase da maturidade, o qual é atribuído ao empreendedor que

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planejou corretamente o seu negócio e realizou uma análise de viabilidade criteriosa do empreendimento antes de colocá-lo em prática, conforme menciona Padoveze (2010).

Torna-se necessário ter o cuidado de escrever um plano de negócios com o conteúdo específico e que se aplica ao documento, não contendo números irreais, entusiásticos e pouco reais, conforme salienta Dornelas (2012). Pior do que não planejar é planejar erroneamente e conscientemente, buscando evitar isto, o empreendedor deve traduzir os passos a serem realizados racionalmente num documento que sintetize e explore as potencialidades do negócio, bem como os riscos relacionados a ele.

Dentro de um plano de negócios, é necessário compreender o ambiente que faz parte das empresas, visto que estas operam em um ambiente que representa tudo aquilo que existe fora das fronteiras de uma empresa, ou seja, o ambiente é tudo o que existe externamente, e pode ser dividido em macroambiente e microambiente.

Todo negócio opera em um ambiente geral, conforme observa Chiavenato (2012), composto por variáveis econômicas, sociais, tecnológicas, culturais, legais, demográficas e ecológicas. Opera também em um microambiente específico, que seria o ambiente de operação da empresa, nicho na qual esta se situa, ambiente no qual existe a entrada de recursos e insumos e as saídas de serviços ou produtos. Este microambiente é composto pelos setores: Fornecedores, Clientes, Concorrentes, Agências Reguladoras.

É no microambiente que a empresa coloca seus produtos e serviços e toma suas entradas ou insumos, conforme menciona Padoveze (2010), é nele que está presente:

Os recursos e os insumos bem como os clientes que asseguram sua existência, mas lhe impõe o desafio dos concorrentes e a vigilância das agências reguladoras. Em outros termos, o ambiente oferece oportunidades e recursos, porém, ao mesmo tempo, traz consigo ameaças e dificuldades; oferece clientes e fornecedores, mas também impõe concorrentes e entidades reguladoras que controlam a empresa (PADOVEZE, 2010, p.45).

O grande desafio das empresas atualmente, conforme observa Padoveze (2010) é lidar com a incerteza, para tanto a empresa precisa estar aberta e atenta ao que se passa ao seu redor, para conseguir interpretar as mudanças que ocorrem em seu ambiente de tarefa.

“Há uma enorme variedade de negócios à disposição dos empreendedores [...] Alguns são explorados intensamente, enquanto outros surgem de maneira aleatória como áreas inexploradas, verdadeiras oportunidades em um mundo carregado de competição” (CHIAVENATO, 2012, p. 26). Torna-se importante realizar os seguintes questionamentos: 1) Qual o volume de capital que se pretende investir? 2) Em quanto tempo? 3) Qual o retorno que você pensa ou precisa obter? 4) Qual é a natureza das atividades de trabalho envolvidas?

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5) Quais as suas experiências profissionais? 6) Quais são os seus objetivos? 7) Quais são as suas atitudes e opiniões a respeito de negócios? 8) Quais são as suas características de personalidade? 9) Quais são os seus conhecimentos e habilidades? 10) Quanto tempo você pode ficar sem um salário mensal?

Segundo Padoveze (2010) o negócio para ser bem sucedido, precisa ser planejado, ou seja, é necessário estudar antecipadamente a ação, definindo-se os objetivos pretendidos. Assim, o planejamento produz um resultado imediato: o plano, que nada mais é do que um curso predeterminado de ação sobre um período específico de tempo e que responderá as seguintes questões: o que, quando, como, onde e por quem.

O plano de negócios – business plan- é documento que abarca um conjunto de dados e informações sobre o futuro empreendimento e define suas principais características e condições para proporcionar uma análise da sua viabilidade e dos seus riscos, bem como para facilitar sua implantação (CHIAVENATO, 2012, p. 150).

O plano de negócio é dividido nos seguintes capítulos, conforme menciona Padoveze (2010): Sumário Executivo: é uma introdução com dados pessoais dos sócios e informações gerais do empreendimento; Análise do mercado: é um estudo do público-alvo, dos clientes e comportamentos de compra, mercado de fornecedores, concorrentes; Plano de marketing: descrição dos produtos e serviços a serem oferecidos, características, preços, estruturas, bem como formas de distribuição e comercialização, estratégias promocionais e localização do negócio; Plano operacional: arranjo físico das instalações, processo produtivo, máquinas e equipamentos, pessoal operacional, volume de produção inicial; Plano financeiro: estimativa dos investimentos, necessidade de capital de giro, fluxo de caixa, estimativa de faturamento, prazo médio de vendas e de compras, estoques, custo da matéria-prima e materiais, custos com mão-de-obra, comercialização e depreciação. Abrange também aqui o demonstrativo de resultados, projeções financeiras, indicadores de viabilidade, ponto de equilíbrio, lucratividade, rentabilidade e prazo de retorno do investimento efetuado; e Avaliação estratégica: análise da matriz de oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos do negócio.

Dornelas (2012) divide o plano de negócio de forma diferente, com as seguintes seções: Capa; Sumario; Sumario Executivo: síntese das principais informações que constam no plano de negócios, explicitando o objetivo do plano de negócios; Análise Estratégica: definição da visão e missão, situação atual, potencialidades e ameaças externas, forças e fraquezas, objetivos e metas do negócio; Descrição da Empresa: explicita os dados da empresa tais como histórico, crescimento, faturamento, razão social, tributação, estrutura

Referências

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