CÓDIGO DE PROVA:
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NOME: __________________________________________________________________ DATA DE NASCIMENTO: ___ /___ /_____ (DIA/MÊS/ANO)
ESCOLA: _________________________________________________________________
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A preencher pelo aluno (não escrevas o teu nome): Idade Sexo: F M
A preencher pela escola: Código de Envelope Código de Prova
A preencher pelo secretariado da DREF: N.º Convencional da Escola
Observações do aplicador
Observações do classificador
Situação do
aplicador
Outras
Situações Anómalas (código y)
NP PA
Casos Particulares
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B P
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Classificação
(A preencher pelo classificador)
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INSTRUÇÕES GERAIS SOBRE A PROVA
A prova é constituída por três grupos e tem a duração total de 90 minutos.
No primeiro grupo, vais responder a questões acerca de cada um dos dois textos que te são apresentados, enquanto no segundo resolverás um conjunto de questões sobre o conhecimento explícito da língua.
Por fim, vais escrever um texto de 140 a 240 palavras.
Se acabares antes do tempo previsto, deves aproveitar para rever as respostas às questões, reler o texto que escreveste e fazer alguma correcção que te pareça necessária.
Respeita as instruções que a seguir te são dadas.
Responde na folha de prova, a esferográfica ou caneta de tinta azul ou preta.
Não podes usar corrector.
No primeiro e segundo grupos, numas questões, terás de escolher e assinalar a(s) resposta(s) correcta(s); noutras, terás de escrever a resposta.
Nas questões em que tens apenas de assinalar a(s) resposta(s) correcta(s), se te enganares e puseres X no quadrado errado, risca esse quadrado e coloca o sinal no lugar que considerares certo.
No terceiro grupo, começa por ler com muita atenção as instruções que te são dadas.
Podes usar a folha de rascunho, mas terás obrigatoriamente que passar o texto para a folha da prova.
Sempre que precisares de fazer alterações na tua prova, corrige e risca o que pretendes anular, de forma a não restar qualquer dúvida sobre a tua intenção.
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Lê com muita atenção o TEXTO 1.
TEXTO 1
OS AMIGOS E OS AMIGALHAÇOS
Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar – todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três,
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quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas.
Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter
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um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta.
Em Portugal, a amizade leva-se a sério e pratica-se bem. É uma coisa à qual se dedica
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tempo, nervosismo, exaltação. A amizade é vista, e é verdade, como o único sentimento
indispensável. No entanto, existe uma mentalidade Speedy González1, toda «Hey gringo, my
friend», que vê em cada ser humano um «amigo». Todos conhecemos o género – é o «gajo
porreiro», que se «dá bem com toda a gente». É o «amigalhaço». E tem, naturalmente, dezenas de amigos e de amigas, centenas de amiguinhos, camaradas, compinchas,
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cúmplices, correligionários2, colegas e outras começadas por c.
Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos. Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem. Odeiam-nos lealmente. Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidade irreconciliáveis, é sempre um traidor. Para mais, pífio3 e arrependido. Para se ser um bom
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amigo, têm de herdar-se, de coração inteiro, os amigos e os inimigos da outra pessoa. É fácil estar sempre do lado de quem se julga ter razão. O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão. O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. […] Os amigos são, por
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definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais. Os
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amigos não podem ser maus. […]
Não se pode ter muitos amigos e mesmo os poucos amigos que se têm não se podem ter tanto como nos apetecia. Para não passar mal, aprende-se a economia da amizade, ciência um bocado triste e um bocado simples que consiste em ampliar os gestos e os momentos de comunidade, para compensar os grandes desertos de silêncio e de separação
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que são os normais. Como por exemplo? Como, por exemplo, abrir mesmo os braços e dar mesmo um abraço. Dizer mesmo na cara de alguém «Tu és um grande amigo» e ser mesmo verdade. Acho que não é de aproveitar todos os momentos como se fossem os únicos, porque isso seria uma forma de paixão, mas antes estarmos com os amigos, nos poucos momentos que se têm, como se nunca nos tivéssemos separado. A amizade é uma
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condição que nunca pode ser excepcional. Tem de ser habitual e eterna e previsível. E a economia dela nota-se mais quando reparamos que, sempre que não estamos com os
nossos amigos, estamos sempre a falar deles. É bom dizer bem de um amigo, sem que ele
venha a saber que dissemos. E ter a certeza de que ele faz o mesmo, pensando que nós não sabemos.
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A amizade vale mais que a razão, o senso comum, o espírito crítico e tudo o mais que tantas vezes justifica a conversação, o convívio e a traição. A amizade tem de ser uma coisa à parte, onde a razão não conta. Ter um amigo tem de ser como ter uma certeza. Num mundo onde certezas, como é óbvio, não há.
Para os amigalhaços, que estão para a «amizade livre» como os hippies para o «amor
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livre», um amigo não é mais que um ponto útil numa rede de relações. É um «contacto». É um capital. Ser amigo sem esforço, sem sacrifício, é ser amigo sem amizade. Gostar das pessoas é fácil. Ser amigo delas não é. Mas as coisas que valem a pena não podem deixar de ter a pena que valem. É pena não se poder ser amigo de toda a gente, mas um só amigo vale mais do que toda a gente. Porquê? Sei lá. Mas vale.
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Miguel Esteves Cardoso, Os Meus Problemas, Lisboa: Assírio e Alvim, 1995
Vocabulário:
1
Speedy Gonzalez – personagem de animação.
2
correlegionário – que é do mesmo partido; partidário.
3
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Responde às questões que a seguir são colocadas.
1. O texto transcrito é
a) um artigo de opinião. b) uma reportagem. c) uma crónica. d) um conto.
2. Para escrever este texto, o autor partiu de
a) um assunto do quotidiano. b) um acontecimento vivido por ele. c) um episódio que lhe foi contado.
d) um tema ligado às relações interpessoais .
3. Assinala as afirmações verdadeiras com um V e as falsas com um F, tendo em conta a posição do autor relativamente aos amigos e aos amigalhaços.
Afirmações
Ter muitos amigos é sinónimo de se ser amigo verdadeiro.
Amigo não empata amigo.
Deve-se saber escolher os amigos.
Gostar de alguém implica ser amigo dessa pessoa.
Os portugueses confundem, por vezes, o amigo com o amigalhaço.
O amigalhaço é aquele que se diz amigo de toda a gente.
4. Relê o 4.º parágrafo.
Transcreve o nome que, no entender do autor, é o melhor sinónimo de «amigalhaço».
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5. Explica o sentido da seguinte afirmação do autor:
«o amigalhaço […] é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação.»
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6. Associa cada um dos exemplos transcritos na coluna A aos respectivos recursos expressivos na coluna B.
A B
1 «Os amigos, como acontece com os amantes,
também têm de ser escolhidos.» A hipérbole 2 «É uma coisa à qual se dedica tempo,
nervosismo, exaltação.» B comparação 3 «Os amigos são, por definição, as melhores
pessoas do mundo.» C adjectivação 4 «Um amigo não é mais do que um ponto útil
numa rede de relações.» D eufemismo E enumeração F metáfora
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Lê, agora, as definições de amigo propostas no TEXTO 2.
TEXTO 2 AMIGO
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso De boca em boca, Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí, Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado. É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa, Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil, Amigo vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O’Neill, No Reino da Dinamarca.
7. Depois de uma segunda leitura do TEXTO 2, associa cada uma das definições de amigo que constam da coluna A às características apontadas na coluna B.
A B
1 «um olhar bem limpo» A constância e perseverança 2 «uma casa […] que se oferece» B medo e respeito
3 «é a solidão derrotada» C refúgio e amparo 4 «um trabalho sem fim» D alegria e felicidade
5 «uma grande festa» E honestidade e sinceridade F vergonha e dedicação G companhia e presença
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8. Explica o valor expressivo da repetição anafórica da palavra «Amigo» ao longo do poema.
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9. Na última estrofe do TEXTO 2, o poeta afirma que «Amigo é uma grande tarefa».
Confirma esta posição no TEXTO 1, transcrevendo do último parágrafo a frase que melhor a ilustra.
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10. Ambos os autores tentam definir AMIGO.
Formula uma definição de AMIGO de acordo com a tua perspectiva e experiência pessoal.
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Responde às questões que se seguem sobre o conhecimento explícito da língua.
11. A partir de cada par de frases simples, forma uma frase complexa de acordo com os valores propostos entre parênteses, procedendo às alterações necessárias.
(1) Conhecemo-nos. Tornámo-nos amigos. (valor temporal)
_____________________________________________________________________
(2) Não sou amigo de muita gente. Não tenho disponibilidade. (valor causal)
_____________________________________________________________________
(3) Ele tem muitos amigos. Todos o consideram um amigalhaço. (valor consecutivo)
_____________________________________________________________________
12. Atenta na frase seguinte:
Os meus amigos consideram-me um amigo verdadeiro.
12.1. Procede à análise sintáctica da frase, completando o quadro.
Função Sintáctica Constituinte Complemento directo
«verdadeiro» «Os meus amigos» Predicativo do complemento directo
Predicado
12.2. Da mesma frase, retira:
um nome ____________________________________________________________
um pronome _________________________________________________________
um determinante ______________________________________________________
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13. Lê o que se apresenta dentro da caixa de texto.
O poeta disse:
─ Mal nos conhecemos, inaugurámos a palavra amigo.
Reescreve o que leste, começando por:
O poeta disse-lhe que ____________________________________________________
______________________________________________________________________
14. Reescreve o parágrafo que se segue, substituindo as expressões sublinhadas pelos pronomes pessoais convenientes.
Quem não gosta de presentes? Os amigos oferecem presentes uns aos outros. Não importa o valor que os presentes têm, importa, sim, a intenção. De facto, presentear os amigos é uma atitude bonita, não que os amigos estejam à espera, até porque, quando vemos os nossos amigos, já é um grande presente!
__________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________
15. Completa o parágrafo seguinte com as palavras do campo lexical de «AMIZADE» apresentadas.
É pior ter um ______________________ do que um
__________________. Com este podemos ter uma relação
__________________, mas nunca __________________, porque, no
fundo, não é nosso amigo. Inimigo
Amistosa
Amigável
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Um diário é também um bom amigo, muitas vezes o melhor.
Imagina que, num certo dia, um amigo te causou uma grande desilusão. Relata essa experiência ao teu amigo diário.
Para a redacção da página de diário, deves ter em conta as características próprias desta tipologia textual.
Não te esqueças de que tu serás uma personagem ficcional, pelo que não deves, em circunstância alguma, fornecer elementos da tua identidade (nome, morada, escola, outros) no texto que vais redigir.
O teu texto deve ter de 140 a 240 palavras.