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Redes sociais e educação informal: entre o scemo del villaggio e o pensamento crítico

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Academic year: 2021

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Diálogos Latinoamericanos ISSN: 1600-0110 au@au.dk Aarhus Universitet Dinamarca

Guilherme, Alexandre Anselmo; Picoli, Bruno Antonio

Redes sociais e educação informal: entre o scemo del villaggio e o pensamento crítico Diálogos Latinoamericanos, núm. 26, diciembre, 2017, pp. 23-37

Aarhus Universitet Aarhus, Dinamarca

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=16254172003

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scemo del villaggio

A A

onti cia Universidade Cat lica do io rande do ul rasil

A

Universidade ederal da ronteira ul rasil

A his article begins ith the controversial statement given by Umberto co in urin

in une 201 or hom the internet and articularly its social net orks gave voice to a legion o idiots that is it gave s ace and visibility to the scemo del villaggio n the irst art o this article e dra on the ritings o antaella and Arendt critically discussing social net orks as ublic s aces o in ormal education that enables critical thinking or on the contrary romotes non uestioning am li ying the mani estation o orms o violence and the lack o ethical relations he second art o this article analyses the im act that social net orks had on t o cases o violence a lynching and a ra e that occurred res ectively in

ra il in 201 and 2016

scemo del villaggio social net orks critical thinking Arendt antaella

m de de unho de 201 durante cerim nia em ue oi homenageado com o t tulo de doutor honoris causa na Universidade de urim Umberto co a irmou ue ara al m do ue aconteceu com a na segunda metade do s culo assado ue teria ro etado o scemo

del villaggio1 a uma osi o em ue ele se sentia su erior il drama di internet che há

romosso lo scemo del villaggio a ortatore di verit 2 rimeiro im acto dessas duras alavras oi a re rova o or arte da comunidade internacional elo seu caráter a arentemente elitista e mesmo esnobe oss vel or este rimeiro olhar a irmar ue co a enas reeditou o ue elson odrigues a irmara em cr nica de de enove de agosto de 1 6 na ual mostrava se es antado e reocu ado com o ue considerava uma invas o de idiotas 1 2 2 1 ara odrigues antigamente o idiota era o idiota ascia numa am lia tamb€m de imbec s o assava do uarto ano rimário o imbecil n o se envergonhava de o ser •avia lena acomoda o entre ele e sua insigni ic‚ncia or€m isso teria mudado uando os idiotas erceberam ue s o em maior nƒmero certo dia um 1 A tradu o literal seria idiota da aldeia contudo o sentido e uivalente no „rasil seria a enas idiota co se

re eria uele ti o de diálogo ue aconteciam cotidianamente em lugares variados e ue n o acarretavam em grandes im actos ol ticos e sociais o „rasil o substitutivo do villaggio ode ser o bote uim ha…a vista a

o ular e† ress o iloso ia de bote uim

2 drama da internet € ue ela romoveu o idiota ortador da verdade ‡he roblem o the internet is that

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Ale andre Anselmo uilherme runo Antonio icoli

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idiota resolveu testar o oder num rico tre ou num cai ote e e um discurso Logo se

im rovisou uma multid o m

uin e minutos mugia ali uma massa de meio milh o Assim uest es antes tratadas e clusivamente no circulo echado dos intelectuais ganhou a rua e come ou a a arecer como ob eto de es ecula o em ual uer lugar e or ual uer essoa illela ereira 201 1 A ena de odrigues estava direcionada ara os novos gru os ue assaram a reclamar direitos e a se organi ar oliticamente nos anos 1 60 e 1 70 no rasil e sua reocu a o era com a reserva o da hierar uia e istente mesmo ue isso n o signi icasse necessariamente uma melhora na vida ol tica do a s or outro lado acreditamos ue co estava e etivamente reocu ado com esse su eito ue denominou scemo del villaggio no mal ue esse causava aos outros e a si r rio ao tornar €blicas suas o ini es sem ue estas assassem ela media o elo crivo da re le o ara odrigues o idiota era inca a de ensar isso estava na sua nature a en uanto o scemo del villaggio de co escolheu n o

ensar e ara isso oi educado isso a toda a di eren a

Assim o resente artigo arte dessa ol•mica declara o dada or Umberto co em ‚urim em unho de 201 ara uem as redes sociais deram vo a uma legi o de idiotas A artir da contra osi o entre escritos de Lucia ƒantaella e „annah Arendt e da análise da re ercuss o nas redes sociais de dois casos de viol•ncia um linchamento e um estu ro buscamos discutir se a ubi uidade das redes sociais en uanto es a os de educa o in ormal ossibilitam e…ou avorecem a atividade do ensamento ou ao contrário odem am li icar mani esta es ue a em a ologia a ormas de viol•ncia e † alta de tica nas rela es

As de ini es de Coombs rosser and Ahmed 1 7‡ da educa o in ormal ormal e n o ormal s o clássicas e citadas e tensivamente na literatura sobre educa o

ˆn ormal ducation ‰ the truly li elong rocess Šhereby every individual ac uires attitudes values skills and knoŠledge rom daily e erience and the educative in luences and resources in his or her environment rom amily and neighbours

rom ork and lay rom the market lace the library and the mass media

ormal ducation the hierarchically structured chronologically graded educational system running rom rimary school through the university and including in addition to general academic studies a variety o s eciali ed

rogrammes and institutions or ull time technical and ro essional training

on ormal ducation any organi ed educational activity outside the established ormal system hether o erating se arately or as an im ortant eature o some broader activity that is intended to serve identi iable learning clientele and learning ob ectives apud mith 201

De acordo com essas de ini es o ciberes a o e as redes sociais marcados ela ubi uidade com reendem e ornecem ambientes rivilegiados de educa o in ormal or ue s o es a os em ue o indiv duo ode se enga ar num longo rocesso uma vida toda de a uisi o de valores atitudes habilidades erramentas e conhecimentos a artir das e eri ncias cotidianas das in lu ncias educativas e do ambiente ue o circunda claro ue as redes sociais odem ser utili adas em rocessos educativos ormais e n o ormais sendo esses momentos organi ados or m e ternos com ob etivos es ec icos e com

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edes sociais e educa o in ormal entre o scemo del villaggio e o ensamento cr tico

clientela identi icável ntretanto ao tentar en uadrar em um rograma ormal ou n o ormal erde se o ue segundo antaella 201€ e com o ual concordamos o ue há de mais caracter stico na cibercultura em geral e nas redes sociais em articular ou se a sua ubi uidade seu caráter ca•tico

Assim e com re er ncia ‚ educa o in ormal ƒuilherme 201 „ nota ue it is a act that e do learn a great deal in ormally es ecially rom means and modes o communication on a daily basis rom eeds on t iter and acebook to the ne rogrammes on our radios and …†s ntretanto a im ort‡ncia da educa o in ormal ara a orma o do caráter a a rendi agem e mesmo ara o uturo ro issional nem sem re a reciada or educadores o ue di res eito a isso a ational cience oundation 1ˆˆ7 dos stados Unidos comenta ue

‰Š‹n ormal education consists o learning activities that are voluntary and sel directed li e long and motivated mainly by intrinsic interests curiosity e loration mani ulation antasy task com letion and social interaction Šn ormal learning occurs in an out o school setting and can be linear or non linear and o ten is sel

aced and visual or ob ect oriented …he outcomes o in ormal learning e eriences in science mathematics and technology include a sense o un and onder in addition to a better understanding o conce ts to ics rocesses o thinking in scienti ic and technical disci lines and an increased kno ledge about career o ortunities in these ields apud mith 201

Considerando o caráter ub uo das redes sociais a ossibilidade de a er se ver de a arecer a artir da mani esta o de sua o ini o e do cote amento da o ini o de terceiros suas otencialidades educativas in ormais sua condi o ca•tica e incontrolável a se necessário uestionar se a artir da imers o dos indiv duos nesses es a os ue será oss vel a a uisi o das habilidades necessárias ara o e erc cio da cidadania tal ual de endida or antaella 201€ 1€ m outras alavras a ubi uidade das redes sociais uma caracter stica ue avorece o e erc cio do ensamento e do ulgamento ou dá as condi es

ara a emers o do scemo del villaggio de coŒ

Ainda no discurso em …urim embora mani estasse es eran as sobre o retorno da im rensa escrita e de algo como o renascimento do livro co convocava os ro essores a ensinar os ovens a usar criticamente os vários sites na Šnternet com arando in orma es e con erindo ontes •ara ele i ro essori dovrebbero insegnare ai raga i a utili are i siti er are i temi a er co iare uma virt ma bisogna aragonare le in orma ioni er ca ire se sono attendibibli o meno 3 De certo modo co ca itulava ao caráter ervasivo da

in ormática e es ecialmente da nternet em sua mani esta o mais invasiva ual se a as redes sociais

ervasividade uma ualidade de en menos irre reáveis es alhados ou ue tendem a es alhar se ue ossuem uso geral e com leto ara omasevicius ilho 2016 26 desde ue oi dis onibili ada ara uso comercial em 1 a nternet alterou de modo signi icativo diversos as ectos das rela es humanas A irma tamb m ue ela acilidade do acesso em ual uer hora e lugar a velocidade da transmiss o do conhecimento aumentou uase ao in inito As redes sociais odem ser consideradas o á ice at o momento do

os ro essores devem ensinar os ovens a usar os sites ara a er os temas ara saber ue co iar uma virtude mas deve se com arar as in orma es ara ver se s o con iáveis ou n o eachers should teach young eo le to use the sites to make sub ects o kno that co ying is a virtue but should com are the in ormation to see i they are reliable or not €

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Ale•andre Anselmo ‚uilherme ƒ „runo Antonio icoli

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caráter ervasivo da internet ois s o es a os em ue o indiv…duo ode conectar se com o mundo a er amigos in ormar se sobre ol…tica es ortes interagir com essoas em ual uer lugar da erra desde ue tamb m tenham acesso do lugar onde est o artici ar e criar gru os de interesse comuns al m de oder e• ressar se diretamente sem a media o de uma emissora editora canal etc L† e ‚il e Angulo ‡asco 201 10 a irmam ue a cibercultura n o rom eu com outras ormas de comunica o mas as utili a e otenciali a Con orme os autores la a aricci†n de la cultura digital no ha su uesto la ru tura con las culturas orales lecto escritoras o audiovisualesˆ al contrario de la misma manera ue como las anteriores la han hecho la cultura digital a rovecha e incrementa el otencial ‰ oss…vel e• ressar suas o ini es e endossar tanto a artir da cria o de ost autorais uanto da re lica o de ostagens de terceiros ilimitadamente os com artilhamentos do acebook e do nstagram e os re twits do iter ara icar a enas com as rinci ais redes sociais utili adas or internautas brasileiros Ainda oss…vel e• ressar seu a oio ou contrariedade atrav s de comentários em ostagens de terceiros o ue abre es a o ara r licas e ara o ingresso na discuss o or arte de ual uer indiv…duo ue tamb m ueira mani estar sua o ini o sobre o assunto original ou mesmo sobre algo ue se relacione aos comentários mas ue n o tenha nenhuma liga o direta com o tema original e•ceto o ato de ertencerem a mesma cadeia or meio de a lica es com lementares as redes sociais ossibilitam intera o ass…ncrona sem e• ectativa de res osta imediata e s…ncrona com e• ectativa de res osta instantŠnea inclusive a artir de constrangimentos á ue muitas a lica es ermitem ao usuário saber se o interlocutor recebeu e visuali ou a mensagem encaminhada Assim essas intera es no mundo digital tomam um caráter aras…tico rocurando se re licar e• andir se continuamente tornar se viral na linguagem da internetˆ uer di er como ‹ichel erres 2007 diria em seu comentário sobre a comunica o A arasite ho as the last ord ho roduces disorder and ho generates a di erent order

Œalter „en amin antes mesmo da cria o dos rimeiros com utadores e muito antes do advento da internet e das redes sociais á havia mani estado reocu a o semelhante guardadas as devidas limita es tem orais Con orme •yong ‹in on 201 617 „en amin argues ho the here and no or the aura the basis o authenticity has declined due to the rise o technological re roducibility and ho it could result in distraction Ablenkung as the dominant mode o social behavior al situa o se agrava se considerarmos o avan o e• onencial da tecnologia e da acessibilidade Ž com uta o m†vel o ue cria condi es ara ue as redes sociais acom anhem o indiv…duo em todos os es a os or onde esse transite n o a endo distin o entre horários de trabalho la er descanso re le• o e contem la o Assim al m do caráter ervasivo esse ti o de comunica o ad uire caráter ub… uo

Ubi uidade uma e• ress o originária do latino ubiquus ormada ela un o das e• ress es ubi onde e aliqua ual uer signi ica em toda arte ‰ um conceito ue adv m da es era religiosa signi icava ue Deus estava em todo lugar Abbagnano 2007 116• ou a e ilva 2006 apud antaella 201 1 16 a irma ue a ubi uidade em se tratando de comunica o mediada or com uta o ode ser de inida como a habilidade de se comunicar a ual uer hora e em ual uer lugar via a arelhos eletr nicos es alhados elo ambiente „aseando se em Ara• o 200 antaella 201 16 entende or ubi uidade a coordena o de dis ositivos inteligentes m†veis e estacionários ara rover aos usuários acesso imediato e universal Ž in orma o e novos servi os de orma trans arente visando aumentar as ca acidades humanas A autora vai al m e a irma ue o atual estágio de desenvolvimento t cnico e tecnol†gico a levou Ž convic o de ue a condi o

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‡edes sociais e educa o in ormal entre o scemo del villaggio e o ensamento cr…tico

contem orŠnea de nossa e•ist‘ncia ub… ua ibidem ara a autora estamos concomitantemente em um lugar e ora dele somos chamados or ual uer motivo e em ual uer momento ara a er nos presentes em ual uer lugar ’ sentimento de oni resen a segundo ela a marca de nosso tem o

ara antaella ibidem 1 1• a ervasividade da nternet e de suas ormas de sociabilidade a ubi uidade como condi o humana na contem oraneidade e o conte•to de intera o construtiva das essoas com as diversas tecnologias com ambientes de conversa o e diálogo ue criam redes de intera o de con litos controv rsias cismas tramas e oss…veis resolu es em cam o aberto ossui s ria im lica o no rocesso educativo es ecialmente se ensado ara o e•erc…cio da cidadania De ende ue se a necessária uma nova orma de cidadania em suas alavras

er cidad o nessa sociedade hi ercom le•a ue otenciali a a hi ersociabilidade signi ica tornar se ca a de distinguir entre di erentes linguagens e m…dias suas nature as comunicativas es ec… icas suas in un es ol…tico sociais e a artir disso ter condi es ara desenvolver a ca acidade de levantar erguntas acerca de tudo

ue lemos vemos e escutamos bidem 1

„auman 2006 127 a irma ue em nosso mundo uma modernidade líquida o tem o á n o se constitui mais em um er…odo at uma con uista erdendo valor e retirando valor tamb m do es a o A instantaneidade da época do software em o osi o Ž

época do hardware - modernidade sólida im e a desvalori a o do es a o Assim se toda

arte do es a o ode ser acessada a ual uer tem o ou no tem o em ue se dese ar nenhuma arte do es a o tem valor es ecial i es osible acceder a cual uier arte del es acio a cual uier momento no hay motivos ara se llegar a ninguna arte en ning•n momento en articular ni motivos ara reocu arse or garanti ar el derecho de acceso a cual uiera de ellas Ainda con orme „auman ibidem o tem o sem ro undidade e instantŠneo de nossa condi o contem orŠnea im lica no esgotamento do interesse dos ideais e da res onsabilidade no sentido de uma busca cont…nua su er icial e sem limites da satis a o imediata “á antaella 201 21 com reende ue ara a er rente aos desa ios do ue considera ser nossa condi o contem orŠnea im rescind…vel viver as tecnologias al recomenda o se a licaria aos estudiosos da cultura e aos estudantes Aos rimeiros or ue somente estando dentro será oss…vel erceber as trans orma es ue est o sendo gestadas e ue n o a arecem na su er …cie “á ara os segundos or ue o rocesso irre reável e s† se desenvolve as habilidades necessárias ara a nova cidadania antes e• ostas estando imerso na cibercultura vivendo a ubi uidade A autora mani esta se otimista uanto ao otencial das tecnologias ara a constru o da cidadania advertindo ue tem de endido a ideia de ue chamar aten o ara o otencial construtivo das tecnologias mais rodutivo do ue demoni ar seus male …cios ue adv m das ru…nas edulcoradas e dissimuladas do ca italismo ibidem 22 mbora a irme ue necessário levantar bandeiras de aten o ue há dis aridades de acesso ibidem 21 e ue ode haver tamb m movimentos conservadores e mesmo a ologistas da viol‘ncia nas redes ibidem antaella a resenta uma ostura agressiva uanto aos cr…ticos ou Ž ueles ue n o veem as con uistas valiosas ue merecem ser celebradas ibidem 21 m alguns momentos esses s o tratados como sonŠmbulos ibidem 20 cartesianos recon ortados ibidem 11” su eitos ue vivem na ignorŠncia de ru turas das tradicionais no es ibidem 12• ou ainda nostálgicos ibidem 126

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Ale•andre Anselmo ‚uilherme ƒ „runo Antonio icoli

2”

antaella ibidem 112 11 a irma ue as redes sociais odem ser consideradas o uarto grande marco da evolu o dos com utadores• e ue n o oss…vel desconsiderar seu a el na vida s… uica social cultural ol…tica e econ mica •o „rasil cu a o ula o total segundo o Censo Demográ ico de 2010 de uase 1 1 milh es de habitantes „‚ 2010 o n•mero de er is–usuários no acebook era de ” milh es em 201• ’lhar Digital 2016 e milh es no iter em 2011 r…nci e 2011 sendo ue em ambas as redes sociais o a…s igurava como o segundo colocado em n•mero de er is ’ indiv…duo ao criar um er il em uma rede social assa a agir como se essa osse uma e•tens o sua em ue ode se encontrar e mani estar sua identidade sso claro n o im ede ue o indiv…duo crie er is alsos os fakes em ue ode agir com menor udor á ue n o vincula seu nome e demasiado di …cil determinar uem o dono do er il Al m disso um mesmo indiv…duo ode administrar in•meros er is Contudo mesmo na situa o de er il also a rela o do usuário com esse de e•tens o do eu á ue o alimenta com in orma es notas mensagens com as uais se sinta identi icado mas ue oderia ser ob eto de censura ou constrangimento caso esse mesmo conte•do osse dis onibili ado em seu er il devidamente identi icado •esse sentido —i ek 2006 a irma

there is the much more unsettling o osite idea o the domination o my screen ersona over my real sel ’ur social identity the erson e assume to be in our social intercourse is already a mask that involves the re ression o our inadmissible im ulses „ut it is recisely in the conditions o ust laying hen the rules regulating our real li e e•changes are tem orarily sus ended that e can ermit ourselves to dis lay these re ressed attitudes ake the roverbial im otent shy erson ho hile artici ating in a cybers ace interactive game ado ts the identity o an irresistible seducer or sadistic murderer t is all too sim le to say that this identity is ust an imaginary esca e rom real li e im otence he oint is rather that since he kno s that the cybers ace interactive game is ust a game he can sho his true sel and do things he ould never have done in real li e interactions n the guise o a iction the truth about himsel is articulated he act that erceive my virtual sel image as mere lay thus allo s me to sus end the usual hindrances hich

revent me rom realising my dark hal in real li e ‹y electronic id is given ing ntretanto ato ue as redes sociais se constituem em ambientes em ue cada usuário se torna mais erce t…vel Ž ueles do seu entorno e galga maior visibilidade con orme romova conte•do de interesse de um gru o cada ve maior „auman 2006 a irma ue a tare a im osta Žs essoas de ho e consiste em autoconstituir su vida individual y te er redes de vinculos con otros indisviduos autoconstitu…dos as… como ocu arse del mantenimiento de esas redes Assim e•iste or arte dos usuários a inten o constante e ermanente de tornar se conhecido a arecer e ara tal rodu se um trá ego de conte•dos ro issionais e–ou amadores ara antaella 201 11 116 esse rocesso tende a ser trans arente e essa trans ar‘ncia assegurada elo sim les ato de ue cada usuário

ode caso o ueira e• ressar suas ideias sugest es e sentimentos abrindo assim

A oiada em Leal et al 2012 assinala ue o rimeiro marco oram os semicondutores nos anos 1 60 e o

segundo a inven o e o ulari a o dos com utadores essoais “á o terceiro marco ode ser considerado o advento da Internet Explorer assim como das inter aces grá icas amigáveis antaella 201 11

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‡edes sociais e educa o in ormal entre o scemo del villaggio e o ensamento cr…tico

es a o ara a cria o de ambientes de conviv‘ncia instantŠnea entre as essoas nstauram assim uma cultura artici ativa onde cada um conta e todos colaboram ortanto uma cultura integrativa assimilativa cultura da conviv‘ncia ue evolui de acordo com as e•ig‘ncias im ostas elo uso dos artici antes ‰ uma cultura em ue seus membros creem ue suas contribui es im ortam e desenvolvem determinado grau de cone• o social com o outro de modo ue tem grande relevo a uilo ue os demais ensam ou se su e ue ensam sobre o ue cada um cria or mais insigni icante ue se a bidem 117

A

‰ oss…vel a irmar ue as redes sociais se constituem como es a os •blicos em ue os indiv…duos odem agir atrav s da a ari o e da comunica o omaservicius ilho 2016 271 entende as redes sociais como uma es era virtual se arada das demais es eras da vida humana contudo admite ibidem 270 ue com a o ulari a o dessas as essoas uerem ver e ser vistas conversando o tem o todo Ž distŠncia ’ autor estava reocu ado com as ectos legais c…veis e enais das rela es humanas na nternet desconsiderando as im lica es das a es no ciberes a o na vida •blica e nos rocessos educativos es ecialmente in ormais ara ˜annah Arendt a a o a atividade or e•cel‘ncia ligada Ž vida ol…tica sendo ue sua rinci al reocu a o a busca elo bem comum corres onde Ž condi o humana da luralidade ao ato de ue os homens e n o o ˜omem vivem na terra e habitam o mundo 200• 1 A condi o ent o ara ue a a o ocorra a luralidade humana ue a onta ara um du lo as ecto uais se am da igualdade e da di eren a A igualdade torna oss…vel o mundo o es a o •blico ois como iguais nos entendemos ntretanto s† no Šmbito da di eren a ue o es a o •blico se legitima a inal caso ssemos a enas iguais bastariam sons grosseiros e sinais ara comunicar nossas necessidades ibidem 1”” ‰ no discurso e na a o o r† rio discurso uma a o

ue os seres humanos a arecem em suas di eren as em sua individualidade ibidem 1” ssa a o discursiva um segundo nascimento do indiv…duo o rimeiro o biol†gico o segundo o seu a arecimento no mundo s† oss…vel em um es a o r† rio ara o desenvolvimento desse ti o de atividade ou se a de um es a o •blico ibidem 1

ara Arendt 200• 202 toda a o ossui ao menos essas duas caracter…sticas irreversibilidade e im revisibilidade A rimeira indica ue ao ser iniciada im oss…vel des a er uma a o desdi er uma o ensa etc a enas uma nova a o ode ser eita em sentido re arat†rio “á a segunda alerta ao ato ue o agente iniciador da a o n o det m o controle sobre a r† ria a o a †s seu in…cio •ye 1 • 1 2 observa ue

€olitical action has meaning as an element in the story o the actor but her story is the story o others here is no one author–maker because it is a share story ith lots that are never com letely determined by any one erson s actions As a conse uence a oman sic ho takes action may not kno e actly hat it is she is doing may never kno because it may not be clear until a ter her death his is one o the tragedies o revolution the violence that results is o ten unintended by its instigators

Assim ual uer a o ode ter conse u ncias ilimitadas n o lane adas e irrevers veis A centralidade da comunica o o ato de oder se mani estar e ondo sua

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Ale andre Anselmo uilherme runo Antonio icoli

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o ini o a ual uer momento e em ual uer lugar caráter ub uo e a busca or a er se ver ermite nos a irmar ue as redes sociais contem lam os re uisitos arendtianos ara serem consideradas en uanto es a os blicos or m com novos e s rios ingredientes uais se am sua ervasividade e ubi uidade ue tornam con usas e at colocam em e ue as ronteiras entre as es eras blica e rivada da vida

mbora em suas rimeiras obras Arendt de enda ue no es a o blico n o oderia haver nenhum elemento mediador entre os homens a n o ser a r ria linguagem seus ltimos trabalhos assam a dedicar aten o maior ao u o consci ncia e ao ensamento o ue nos autori a a irmar ue em ltima inst€ncia o ue deve mediar a rela o entre os indiv duos no es a o blico o diálogo do eu comigo mesmo Con orme a autora 2002• 10‚

A relev€ncia ol tica da descoberta socrática reside em sua a irma o de ue a solid o ue antes e de ois de ƒ crates era tida como rerrogativas e habitus

ro issional a enas do il so o e naturalmente vista ela pólis como sus eita de ser anti ol tica ao contrário a condi o necessária ara o bom uncionamento da

pólis uma garantia melhor do ue as regras de com ortamento im ostas or leis e

elo medo do castigo

mbora se am rocessos diversos o ensamento a consci ncia e o u o se imbricam e devem orientar a a o dos indiv duos „ a artir do acom anhamento do ulgamento de Adol ichmann ue Arendt romove essa …virada† á ue concluiu ue dentre outras coisas o ue levou ichmann a agir do modo ue agiu e se tornar um dos maiores criminosos da hist ria da humanidade oi sua recusa a ensar ulgar e logo tomar decis‡es ue oderiam atentar contra a lei mas n o contra a sua consci ncia Arendt 2006• 2ˆ7 ˆ

Ao contrário do ue entendia o cronista brasileiro su racitado ara Arendt seguindo a trilha de ƒ crates re eitada or lat o o ensamento n o ara oucos a ortunados 200‚b• 2 1 o ue or outro lado n o signi ica ue se a uma atividade ue n o demande considerável es or o Como toda atividade básica da mente o ensamento e ige uma

retirada do mundo 1‰ˆ1• 70 o ue acreditamos ser um es or o demasiado oneroso

considerando ue …vivemos em um tem o em ue n o há mais lugar nem tem o ara a nostalgia† em ue a …velocidade tomou conta do mundo† e …uma ve ue a ual uer hora e em ual uer lugar desde o advento dos dis ositivos m veis nossos cor os e mentes est o lugados em bases de dados in ovias e redes in ormacionais e essoais† ƒantaella 201 • 12Š 126 ƒe o ensamento e ige uma retirada do mundo ensar … arar ara ensar† Arendt 200‚b• 2‚ interrom er as atividades vitais alhear se do mundo a onto de mergulhar em um estado de es rito em ue o indiv duo ue ensa ao ensar ica er le o diante do ato de ue tudo o ue toma ara bali ar sua conduta sua a o torna se duvidoso elo r rio ensamento

ƒe o ensamento duvida de tudo ele erigoso otencialmente autodestrutivo odavia t o ou mais erigoso uanto o ensamento o n o ensamento es ecialmente uando se trata de assuntos de ordem moral e‹ou ol tica de casos articulares ue s ve es demandam ulgamento rá ido or m undamentado ara Arendt ibidem• 2‚Š n o

parar para pensar desacelerar e mesmo recusar se ao ue a arece vista como irre reável

ao lu o ervasivo dos rocessos se agarrar s ormas rescritas or outrem e or

ninguém em es ec ico como normas a serem seguidas or ue naturali adas or ue se

im ‡em e ara tal irrelevante se o rocesso em uest o se a antigo ou t o novo uanto ou mesmo mais ue o r rio indiv duo Al m disso como a irma ƒor 2016• 1 em uma

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Œedes sociais e educa o in ormal• entre o scemo del villaggio e o ensamento cr tico

sociedade democrática n o cab vel ue a enas um con unto de valores ou regras … ossa ser a base moral e medida de todas nossas decis‡es e da conviv ncia com os outros† •uanto mais os indiv duos estiverem resos s regras gerais ue a licam s situa ‡es ontuais mais ácil substituir or com leto o conte do dessas regras or e em lo ichmann era um bom cum ridor da lei com a mudan a no conte do dessas a s a ascens o de Žitler continuou sendo um bom cum ridor da lei • indiv duo buscará se ada tar ao novo corpus de regras n o sendo relevante o ato de essas terem sido violentamente modi icadas • indiv duo a rende a n o ensar e ode assar uma vida inteira sem a lo A a o de dei ar se condu ir elo rocesso a com ue o indiv duo are a estar dormindo a licando regras gerais ue su ostamente …subsumem os casos articulares† Arendt 200‚b• 2‚Š no limite n o o indiv duo uem toma decis‡es ou melhor a decis o ue tomou oi a de n o tomar decis‡es de n o ensar e de n o ulgar or r ria conta de n o assumir a res onsabilidade elo mundo al osi o arece a rontar diretamente a acusa o de ƒantaella 201 • 20 ara uem os ue se negam a adentrar nas tecnologias a viver a ubi uidade agem como son€mbulos

ƒe o ensamento ‡e em uest o todas as bases e valores ue o indiv duo utili a ara orientar sua a o o limite do ato de ensar tornar …va io† o indiv duo ou se a des o ado de reconceitos e de verdades r concebidas A artir disso oss vel osicionar se sob uma ers ectiva alargada colocando se no lugar do outro Arendt 200‚b• 206 Assim do ensamento deriva outra aculdade humana• o ulgamento ibidem• 2Š7 Como a irma •illela ereira 201Š• 1‚ estar no mundo im lica necessariamente emitir u os sobre o ue somos sobre os outros sobre o ue ensamos sobre o ue nos está r imo e o sobre o ue está distante ara Arendt 1‰ˆ1• 1‰2 1‰ o ulgamento a aculdade humana ol tica or e cel ncia á ue or meio dela ue o indiv duo ulga en‘menos articulares e ontuais ue demandam or ve es decis‡es imediatas sem subsum los a normas e regras gerais ue marcam a a o da coletividade da maioria ou ue s o ensinadas at se tornarem …hábitos† „ ela via do u o ue o indiv duo ode a irmar se tal a o certa ou errada ara uma situa o recisa Assim o u o e o ensamento encontram se estreitamente ligados a outra atividade básica da mente• a consci ncia

A consci ncia a aculdade da mente ue coloca o indiv duo diante de outro ue no limite ele mesmo ibidem• 1ˆ „ claro ue esse en‘meno s ocorre na mente sendo ue aos olhos de terceiros o indiv duo a arece como uno do contrário n o seria reconhecido A e ist ncia desse eu em mim mesmo a necessária a harmonia á ue sem re ue há mais do ue um vivendo em um mesmo es a o a harmonia o estado ideal o ue n o oss vel uando o indiv duo ao recolher se na solid o da mente se v atormentado ela resen a in uisidora desse outro ue ele mesmo da a o ular e ress o de …consci ncia esada† uando o indiv duo se sente em d vida consigo ’artin uber ue Arendt chamou de … erman “udaism†s incontestable guide† Arend 2007• 1 nos relata em 1‰2‰ uma assagem essoal sobre a cul a e istencial ue sentiu numa ocasi o

or se conscienti ar de n o ter ensado no outro ”ato descrito or ele em …A Conversion†• •hat ha ened as no more than that one orenoon a ter a morning o …religious† enthusiasm – had a visit rom an unkno n young man ithout being there in s irit – certainly did not ail to let the meeting be riendly – did not treat him any more remissly than all his contem oraries ho ere in the habit o seeking me out about this time o the day as an oracle that is ready to listen to reason Later – learned that he had come to me not casually but borne by destiny not or a chat but or a decision Že had come to me he had come in this hour •hat do e e ect hen e

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Ale andre Anselmo uilherme runo Antonio icoli

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are in des air and yet go to a man— ƒurely a resence by means o hich e are told that nevertheless there is meaning uber 1‰61• 1 1‚

–sso n o uer di er ue n o oss vel uma vida sem harmonia• o ladr o um indiv duo em desarmonia consigo á ue n o uer ser v tima do ue raticou a outro o mesmo vale ara o assassino „ ustamente a e ist ncia desse outro em mim mesmo ue a com ue o assassinato n o se a admiss vel sem u os de ordem religiosa ou mesmo legal á ue en uanto viver o indiv duo viverá na com anhia de um assassino „ esse entendimento ue leva Arendt ibidem• Š‰ a reeditar a má ima socrática de ue re er vel so rer o mal a raticá lo or ue ainda oss vel estar em com anhia do so redor e n o na do algo ainda oss vel ser seu amigo n im …a consci ncia de si n o igual ao ensamento mas sem ela o ensamento n o seria oss vel† Arendt 200‚b• 2Š2 „ a recusa a esse movimento ue caracteri a o scemo del villaggio

• scemo del villaggio de co ode ser com arado ao Ž ias ersonagem de diálogo lat‘nico entre ƒ crates e Ž ias ’aior tra ido or Arendt como um diálogo essencialmente socrático ibidem• 2Š ƒ crates a irma ue Ž ias era a ortunado or ue vivia em contradi o e n o se im ortava com isso á ue sem re estava convicto de ue sua era a ra o a verdade e n o recisava restar contas ao outro ue o es erava em casa com

erguntas ue o aria mergulhar em incerte as

alve ƒ crates essas coisas ossam assar des ercebidas ao homem

‚ƒ ˜ o elo C o Ž ias n o assar o des ercebidas ela essoa diante da ual eu mais me envergonharia de di er uma tolice ou ingir estar di endo algo sensato uando n o o estaria di endo

• ue essoa essa—

‚ƒ Sócrates o ilho de ƒo ronisco ue n o me ermitiria di er essas coisas

inconse uentemente sem investigá las mais do ue di er ue sei o ue n o sei lat o 2007• 2Š‰

• Ž ias de ƒ crates tal ual o scemo del villaggio de co desconhece a e eri ncia do ensamento á ue ermanece sem re s entor ecido em suas certe as ibidem• 26‰ Ao escolher n o en rentar o ue Arendt 200‚b• 2 1 entende como o es or o solitário de

parar para pensar e reunir se consigo mesmo seu u o ica com rometido es ecialmente

sua ca acidade de osicionar se a artir de uma ers ectiva alargada ibidem• 206 odavia isso n o o im ede de ulgar e a er se a arecer a artir da e osi o de seu ulgamento artamos agora ara alguns casos no rasil onde a atua o do scemo del villagio tomou grandes ro or ‡es

Destacamos dois e is dios dentre uma mir ade ue cresce e onencialmente A escolha se deu or ue al m do ato de viol ncia em si um usti amento e um estu ro os atos envolvem uest‡es raciais e se istas e tiveram grande re ercuss o nas redes sociais • ob etivo n o analisar a legalidade dos atos nem do ue os desencadeou mas como o mesmo ato oi tratado nas redes sociais e o im acto causado or esses tratamentos • rimeiro e is dio re ere se a um …linchamento† ocorrido em ƒ o Lu s ca ital do estado do ’aranh o no dia seis de ulho de 201Š e o segundo a um estu ro ocorrido no munic io do Œio de “aneiro em 21 de maio de 2016

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Œedes sociais e educa o in ormal• entre o scemo del villaggio e o ensamento cr tico

˜o rimeiro e is dio de seis de ulho de 201Š um homem negro de 2‰ anos de idade acusado de tentativa de assalto oi amarrado nu a um oste e es ancado at a morte oechat 2016 ˜o dia oito de ulho o ornal tra do Œio de “aneiro ublicou em sua ca a uma otogra ia do e is dio e uma gravura da rimeira metade do s culo ™–™ do artista ranc s “ean a tist Debret ue artici ou da miss o art stica rancesa no rasil com a manchete …Do tronco ao oste† tra 2016a A cena re resentada or Debret se assa em um elourinho ˜o rimeiro lano duas iguras masculinas s o destacadas ambas negras• uma segura em riste um chicote com cinco tran as a outra amarrada ao tronco com as costas cobertas e nádegas desnudas –ndu se da imagem um movimento do chicote nas m os da rimeira ersonagem em dire o s nádegas da segunda ue or sua ve encara o algo em evidente s lica r imo um soldado com es ada desembainhada vigia outros dois risioneiros rendidos ˜o lado es uerdo uatro negros escravi ados assistem a cena com semblante de derrota atrás deles dois soldados os guardam Ao undo homens e mulheres livres e escravi ados acom anham a uni o “á a otogra ia ossui en uadramento mais echado• no rimeiro lano um oste da rede el trica oculta arcialmente o cor o de um homem negro ue a ele está amarrado • undo com osto or curiosos ue observam a cena atrás do cord o de isolamento colocado ela ol cia Uma mat ria tamb m oi ublicada na ágina do ornal na rede social ”acebook no dia seguinte De acordo com a edi o do “ornal tra do dia oito de ulho de 201Š 71š dos internautas ue acessaram e se mani estaram na ágina do ornal na rede social eram avoráveis a o dos usticeiros De acordo com o ornal tra …at s 20h de ter a eira sete 1 2‰Š leitores se mani estaram a avor da a o dos … usticeiros† Š‚ se declararam contra e 16ˆ n o o inaram† tra 2016b Um caso similar ocorreu no Œio de “aneiro no dia oito de evereiro de 201‚ e outros nos estados do Œio rande do ƒul ƒanta Catarina e s rito ƒanto •

lobo 2016

• segundo caso emergiu no dia 2‚ de maio de 2016 uando um usuário do itter divulgou um v deo de a ro imadamente 0 segundos elo ual ode se a irmar ue vários homens adultos estu raram uma adolescente de de esseis anos • ato ocorreu con orme se veri icou osteriormente no dia 21 do mesmo m s A grava o dis onibili ada elo usuário oi co iada or terceiros ue or sua ve tamb m com artilharam em seus er is no itter e elo •hatsa ƒa ernet 2016 • rimeiro usuário a divulgar o conte do teve sua conta sus ensa no itter ue di erentemente de outras redes sociais n o reali a controle de conte do visual o ue acilita ue outros v deos com o mesmo teor se am

ublicados › o mesmo ocorre com o •hatsa

A s a rimeira onda de com artilhamentos do conte do elas redes sociais iniciou se uma s rie de rea ‡es ora condenando a divulga o do material e do ato raticado ora im utando v tima a res onsabilidade e mesmo a cul a elo ue aconteceu –n meras ublica ‡es a irmavam ue o ue houve oi o ato se ual consensual sendo irrelevante o ato de ue se tratava de menor de idade e ue no v deo a menina arecia estar desacordada Contas na rede social itter oram utili adas ara divulgar mais otogra ias da ovem em situa ‡es ue oderiam ser …com rovadoras da sua má ndole† ’atsuki 2016 tratavam se de imagens da adolescente com rou as curtas dan ando e osando com armas de ogo “C •nline 2016a no intuito de desviar a aten o da res onsabilidade dos algo es ara a v tima ssas imagens oram ca turas do er il nas rede sociais ”acebook e –nstagram da r ria adolescente

„ evidente ue numericamente oi maior a rea o contrária divulga o e ao estu ro mas isso arece n o se a licar ao caso anterior do …linchamento† do homem negro ntretanto o ue chama a aten o a a o da turba Arendt 200‚b• 266 ssas situa ‡es

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Ale andre Anselmo uilherme runo Antonio icoli

servem ara ue uma ideologia se cristali e galgando a ossibilidade de e lodir a ual uer momento em um movimento talve incontrolável –m ressiona ara al m das mani esta ‡es a ologistas viol ncia o sil ncio de arte considerável de usuários de es ectadores essoas ue con orme Arendt ibidem• 26‰ 270 … re erem o dom nio da turba cidadania cum ridora das leis† á ue no rasil tanto o …linchamento† uanto o estu ro assim como suas incita ‡es s o ilegais „ ela a o de turba ue o scemo del

villaggio sente se con ortável ara mani estar seus u os Assim sendo a rela o desses

e is dios …na vida real† com as mani esta ‡es nas redes sociais em sua de esa e am li ica o im ede ue consideremos esses como es eras se aradas da vida rática e ol tica • sentido de …es era virtual† s a sentido se entendido como derivado de virtualis ou se a en uanto ot ncia assim como uma semente uma árvore virtual L vy 1‰‰6• Š sse sentido corrobora com o á e osto acima de ue as redes sociais s o es a os blicos e a viol ncia nelas otencialmente viol ncia ora delas

C

m uma situa o de viol ncia como um linchamento ou um estu ro es era se ue a atitude certa se a a em atia ela v tima s era se tamb m ue um indiv duo …normal† uma essoa mediana no di er de Arendt 2006• Š saiba discernir entre o certo e o errado Contudo diante da ossibilidade e da ress o de emiss o a ual uer hora de ual uer lugar re erencialmente instantaneamente de uma o ini o sobre tudo ue vise agradar aos seus leitores e angariar mais leitores a arecer cada ve mais e ue conse uentemente a reocu a o com os su eitos ob eto dessa o ini o n o igure como rioridade nos leva ao limiar de uma oca obscura a dark time em ue a enas de indiv duos e ce cionais ode se es erar uma a o …normal† ibidem• Š‚ A a o ue n o ruto do parar para pensar do diálogo do …eu comigo mesmo† e do ulgamento liberado elo ensamento ro eta e re rodu o scemo del villaggio ao onto de oder estabelecer o dom nio sobre as di erentes redes sociais A ubi uidade ode tornar se um elemento

otenciali ador do mal banal Arendt 2006• 2ˆˆ

Concordamos com o diagn stico de ƒantaella 201 • 16 ara uem a ubi uidade a atual condi o da humanidade e de ue a internet e as redes sociais s o rocessos ervasivos odavia n o odemos concordar com o otimismo or ve es inocente da autora A ubi uidade en uanto velocidade cone o constante inser o mental em redes de dados im ede uma aculdade ue basilar ara o e erc cio da cidadania lena e ara o u o ois ao di icultar a cria o de momentos de alheamento torna cada ve mais raro o ensamento dá se assim am litude vo retomando co do scemo del villaggio Desligar se do mundo arar sus ender atividades vitais como vimos s o as condi ‡es ara o diálogo do eu

comigo mesmo ara o ensamento e ara o ulgamento uali icado e alargado ue arte

do es or o de se colocar no lugar do outro As redes sociais en uanto educa o in ormal t m ensinado a escolher n o ensar e isso a eta o modo como nos relacionamos com o outro or outro lado concordamos com uilherme 201Š• 1 ara uem as in lu ncias das redes sociais n o recisam ser a enas negativas mbora n o se a oss vel eliminar a resen a do

scemo del villaggio oss vel romover …an o ortunity or eo le to raise their grievances understand each other†s oint o vie ork on their di erences and ind oints o agreement† a artir de interven ‡es educativas ue romovam uma cultura de a de

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combate ao se ismo ao racismo e s di erentes ormas de reconceitos e estigmati a ‡es t o resentes nos u os emitidos elo scemo del villaggio

A inter er ncia da a o do scemo del villagio ode ser minimi ada se o indiv duo escolher ensar e ortanto arar ara ensar Assim o crivo da re le o cu a aus ncia oi denunciada or co no discurso de unho de 201Š em urim n o recisa ser e ercida or um outro e terno ao indiv duo isso censura recisa outrossim ser reali ada elo outro ue vive dentro do indiv duo or a uele ue ƒ crates chamava de … arente in uisidor† lat o 2007• 270 ƒ assim o indiv duo ode erceber o eso moral ue tem uma o ini o Con orme uilherme ibidem• 1‚ …i one osts in ormation on one†s acebook or t itter has nonetheless encouraged a misunderstanding o and erha s even violence to ards the •ther then the damage is di icult to be reversed† ƒem abrir m o da necessidade de usti a Arendt 1‰ˆ1• 1ˆ2 de ende ue …o ue conta ue o mal oi eito e a irrelevante saber uem sai melhor o autor ou a v tima ˜a ualidade de cidad os n s devemos evitar ue o mal se a cometido or ue está em ogo o mundo em ue todos o mal eitor a v tima e o es ectador vivemos† A ervasividade e a ubi uidade das redes sociais o erecem uma realidade des rovida de ro undidade no sentido ro osto or auman 2006•127 e or œi ek 2006 ara uem …Cybers ace s virtual reality sim ly generalises this rocedure• it rovides reality de rived o substance† Ainda na esteira de œi ek a tirania da alta de ro undidade das redes sociais o terreno ara a a o arasitária do scemo del villaggio scolher o ato solitário e alheado do ensar n o im ede o mal mas cria as condi ‡es ara o bem Ao contrário do mal ue sem re banal raso s o bem ossui ro undidade e ode ser radical Arendt 1‰7ˆ• 2Š1 e ortanto roduto do ensamento

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Referências

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