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filosofia clássica indiana

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Academic year: 2021

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filosofia clássica indiana

2011-2012 1ºSemestre

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“O paradoxo da criação a partir do vazio, do ser e não-ser, atormentou todas as culturas conhecidas. Há cerca de 1.700 a.C., o Hino da Criação do Rigveda declarava que: “Então não havia nem a não-existência nem a existência” (5). “À medida que a ciência descobre respostas, expõe questões difíceis [deeper] cujas respostas ficam para [are for the] o futuro. Entretanto, deixo-vos com a interpretação poética do Rigveda:

“O não-existente não era; o existente não era

As trevas estavam cobertas pelas trevas

Então o que surgiu estava envolvido pelo Vazio.” (144-145) Oxford/New York: Oxford University Press. 2009

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“1. [No começo,] não existia nem o não-existente nem a existência Também não havia o espaço nem o céu por detrás

O que é que movia tudo isso poderosamente? Onde? Sob que protecção?

Seria água abissal?

2. Então, não havia nem morte nem não-morte. Não havia nenhum signo distintivo da noite

ou do dia. O uno respirava, sem que houvesse sopro E sustinha-se a si próprio.

Fora disso não existia mais nada.

3. No começo, as trevas estavam cobertas pelas trevas; tudo isto era uma onda indistinta.

Então, o que estava envolto no vazio

Surgiu finalmente através do poder do calor. 4. No começo, o desejo surgiu;

Foi a primeira semente da mente. Sábios que sondaram em si mesmos

Descobriram pela sua reflexão a unidade da existência e da não existência. 5. E estenderam a sua corda através do vazio

E souberam o que estava em cima e o que estava em baixo.

Poderes seminais tornaram férteis forças poderosas; O elã espontâneo em baixo, o dom de si em cima. 6. Mas, afinal, quem sabe? Quem o pode assegurar Donde é que tudo veio? E como a criação se deu? Os próprios deuses surgiram depois da criação Quem sabe realmente de onde tudo surgiu?

7. Desde que a criação surgiu - talvez se tenha formado

a si própria ou talvez não - aquele que a contempla do mais elevado céu, Só ele sabe - ou talvez ele próprio não saiba."

ṛgveda 10:129

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1. Vedānta foi e é uma tradição que considera as Upaniṣads, uma parte dos Vedas, como o seu texto fundamental [“vedānta” é composto de duas palavras, “veda” e “anta”, i.e. “as secções que culminam os Vedas [i.e. as Upanishads]”.

2. A escola que precedeu o Vedānta é o Mīmāṃsā [Jaimini, 25 d.C.] que visava interpretar as injunções rituais dos Vedas. Muitos dos princípios do Vedānta encontram-se nos textos Mīmāṃsā. Vedānta é, por vezes, designado como Uttara Mīmāṃsā [investigação posterior].

3. O Vedānta sublinha o jñāna-kāṇḍa, i.e. o conhecimento metafísico dos Vedas e não dá tanto valor ao karma-kāṇḍa, i.e. aos rituais.

4. O Vedānta, para lá das Upaniṣads, inclui no seu cânone a Bhagavad Gītā e os Brahma Sūtras [= Vedānta Sūtras].

5. Os Brahmasūtras foram escritos por Bādarāyana (=Vyāsa) no século V d.C. São 564 sūtras, i.e. aforismos muito breves e crípticos.

6. Os Brahmasūtras centram-se na relação entre Brahman e Ātman, defendendo que o conhecimento desta relação conduz à libertação (mokṣa) do ciclo de nascimento, morte e renascimento (saṃsāra).

7. Existem múltiplas escolas do Vedānta: a. Advaita, fundada por Śaṃkara (VIII d.C); b. Viśiṣtādvaita, fundada por Rāmānuja (XI-XII d.C); c. Dvaita ou escola de Mādhva, fundada por Madhva (XIII-XIV d.C.).

8. O Advaita é uma escola idealista que defende a tese de que a relação entre Brahman e Ātman é não-dual (advaita).

9. O Viśiṣtādvaita é uma escola que defende a tese de que a relação entre Brahman e Ātman é uma não-dualidade qualificada (viśiṣtādvaita).

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1. A escola Advaita sustenta a não-dualidade entre brahman [absoluto impessoal] e ātman [o “self” individual”].

2. O Universo não conhece realmente diferenças e não existem, por isso, diferentes entidades.

3. O conhecimento da identidade entre brahman e ātman confere libertação [mokṣa] do saṃsāra.

4. A tese idealista do Advaita é defendida pela primeira vez por Gauḍapāda [VIII d.C.] [Gauḍapādīya-kārika], no seu comentário ao Maṇḍukya Upaniṣad.

5. Śaṃkara (788-820 d.C.) é o maior filósofo do Advaita, considerando-se, ele próprio, um discípulo de Gauḍapāda.

6. Śaṃkara é autor de uma obra vasta. A grande maioria dos textos são bhāṣyas [comentários] - sendo o mais famoso a obra Brahma Sūtra Bhāṣya (comentário da obra de Bādarāyaṇa). Escreveu um tratado independente, Upadeśāhasrī [Mil Ensinamentos].

7. Por sua vez, os comentários de Śaṃkara foram mais tarde objecto de outros comentários e assim se constituíram ramos de pensamento no Advaita: escola de Bhāmati (X d.C.) e Vivaraṇa (XIII d.C.)

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A escola Advaita aceita cinco Pramāṇas, i.e. fontes de conhecimento válido 1. Percepção [pratyakṣa] 2. Inferência [anumāna] 3. Comparação [upamāna] 4. Conjectura [arthāpatti] 5. Testemunho [śabda]

Todas as escolas do Vedānta sublinham a importância do “testemunho” [śabda] porque comentam textos que são considerados śruti [revelação].

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Referências

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