• Nenhum resultado encontrado

N ´umeros Naturais e Axiomas de Peano.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "N ´umeros Naturais e Axiomas de Peano."

Copied!
26
0
0

Texto

(1)

Rodrigo Carlos Silva de Lima

rodrigo.uff.math@gmail.com

(2)
(3)

2

(4)

N ´ umeros Naturais e Axiomas de Peano

Esse texto ainda n ˜ao se encontra na sua vers ˜ao final, sendo, por enquanto, cons- titu´ıdo apenas de anota¸c ˜oes informais. Sugest ˜oes para melhoria do texto, corre¸c ˜oes da parte matem ´atica ou gramatical eu agradeceria que fossem enviadas para meu Email rodrigo.uff.math@gmail.com.

1.1 Axiomas de Peano

Objetivos

Nosso objetivo nesse texto ´e construir os naturais usando os axiomas de Peano, definir as opera¸c ˜oes de adi¸c ˜ao , multiplica¸c ˜ao e a rela¸c ˜ao de ordem nos naturais, demonstrando as principais propriedades dessas rela¸c ˜oes .

Assumimos como conceito primitivo a existˆencia de um conjunto chamado con- junto dos n ´umeros naturais ( cujos elementos s ˜ao chamados n ´umeros naturais) que denotaremos por N . Onde valem os seguintes axiomas:

‡ Axioma 1. Existe uma fun¸c ˜ao s :N→N injetiva, chamada de fun¸c ˜ao sucessor, o n ´umero natural s(n) ´e chamado sucessor de n.

3

(5)

$

Corol ´ario 1. Como s ´e uma fun¸c ˜ao, ent ˜ao o sucessor de um n ´umero natural

´e ´unico, isto ´e, um n ´umero natural possui apenas um sucessor.

‡ Axioma 2. Existe um ´unico n ´umero natural que n ˜ao ´e sucessor de nenhum outro natural, esse n ´umero simbolizamos por 1.

‡ Axioma 3 (Axioma da indu¸c ˜ao). Dado um conjunto A N, se 1 A e n A tem-se s(n)A ent ˜ao A=N.

Demonstra¸c ˜oes usando o axioma da indu¸c ˜ao s ˜ao chamadas demonstra¸c ˜oes por indu¸c ˜ao.

Um pouco de hist ´oria

Os axiomas apresentados aqui levam o nome do matem ´atico Italiano Giuseppe Peano (27 de Agosto de 1858-20 de Abril de 1932)

Figura 1.1: Giuseppe Peano

Peano foi um dos fundadores da l ´ogica matem ´atica e da teoria dos conjuntos.

Ele introduziu nota¸c ˜oes como e para uni ˜ao e interse¸c ˜ao de conjuntos. Descobriu um tipo de curva cont´ınua que ´e chamada de curva de Peano em 1890 . Peano teve um papel importante na axiomatiza¸c ˜ao da matem ´atica e foi um l´ıder pioneiro no desenvolvimento da l ´ogica matem ´atica.

Vamos agora ver algumas propriedades dos n ´umeros naturais.

(6)

Figura 1.2: Curva de Peano

b

Propriedade 1. Para todo n ´umero natural n, vale s(n)̸=n.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Para n=1, temos s(1)̸=1, pois 1 n ˜ao ´e sucessor de nenhum outro n ´umero. Supondo que s(n)̸=n, temos que provar que s(s(n))̸=s(n). Como a fun¸c ˜ao sucessor ´e injetora se fosse s(s(n)) = s(n) ent ˜ao s(n) =n o que contradiz a hip ´otese, logo vale s(s(n))̸=s(n). Ent ˜ao para todo n natural vale que s(n)̸=n.

m

Defini ¸c ˜ao 1 (Conjunto dos sucessores). Dado um subconjunto A N n ˜ao vazio, definimos

S(A) = {s(x)|xA.}

b

Propriedade 2. S(N) = N\ {1}.

b

Propriedade 3. Supondo os axiomas 1 e 2 ent ˜ao o axioma 3 ´e equivalente a proposi¸c ˜ao: Para todo subconjunto n ˜ao vazio AN tem-se A\S(A)̸=∅.

ê Demonstra ¸c ˜ao.

⇒). Supondo o axioma (3) v ´alido. Suponha por absurdo que exista A̸=, AN tal que A\S(A) = ent ˜ao A S(A), isto ´e, x A existe yA tal que x =s(y).

Sabemos que 1/ A, pois se n ˜ao 1A\S(A). Se n /A, vamos mostrar que s(n)/ A.

Se fosse s(n) A, chegar´ıamos em uma contradi¸c ˜ao com A S(A), pois deveria

(7)

haveryAtal que s(y) =s(n)e por injetividade seguiria y=nA, o que contraria a hip ´otese, logo S(n)/ A, A ´e vazio pois n ˜ao cont´em nenhum n ´umero natural, mas consideramos que A n ˜ao ´e vazio como hip ´otese, absurdo!.

⇐).

Pelo axioma 2 temos que 1 ´e o ´unico elemento deN\S(N), pelo axioma 1 temos que S(N)N da´ı temos N={1}S(N) o que implica 1A, nNs(n)A⇔A=N.

1.2 Adi ¸c ˜ ao e suas propriedades

m

Defini ¸c ˜ao 2 (Adi¸c ˜ao). Definimos a opera¸c ˜ao de adi¸c ˜ao +, que associa dois n ´umeros naturais a e b a outro n ´umero natural a+b , recursivamente usando a fun¸c ˜ao sucessor, da seguinte maneira

m+1:= s(m) m+s(n) =s(m+n)

para n, mN. A ´ultima propriedade diz que m+ (n+1) = (m+n) +1.

b

Propriedade 4 (Associatividade). Vale

(m+n) +p=m+ (n+p) para m, n e p naturais.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Para demonstrar essa identidade , vamos usar a defini¸c ˜ao m+ (n+1) = (m+n) +1

e indu¸c ˜ao.

Para p=1 a propriedade vale pela defini¸c ˜ao de adi¸c ˜ao

(m+n) +1=s(m+n) =m+s(n) =m+ (n+1).

Supondo a validade para p

(m+n) +p=m+ (n+p),

(8)

vamos mostrar para p+1

(m+n) + (p+1) =m+ (n+ (p+1)).

m+(n+(p+1)) = m+((n+p)+1) = (m+(n+p))+1= ((m+n)+p)+1= (m+n)+(p+1) . Na primeira e segunda passagem usamos a defini¸c ˜ao de adi¸c ˜ao, a terceira pela hip ´otese de indu¸c ˜ao e depois novamente pela defini¸c ˜ao de adi¸c ˜ao.

m

Defini ¸c ˜ao 3. Simbolizamos s(1) = 2, isto ´e 1+1=2.

b

Propriedade 5. Vale a propriedade

m+1=1+m para qualquer m natural.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Para m=1 vale

1+1=2=1+1.

Supondo a validade para m

m+1=1+m vamos provar para m+1

(m+1) +1=1+ (m+1). Tem-se que

1+ (m+1) = (1+m) +1= (m+1) +1 .

Na primeira passagem usamos associatividade e na segunda a hip ´otese de indu¸c ˜ao .

b

Propriedade 6 (Comutatividade da adi¸c ˜ao). Vale m+n=n+m

(9)

para todos m, n naturais.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Vamos provar por indu¸c ˜ao sobre n .Vale para n =1, como j ´a mostramos m+1=1+m. Supondo validade para n

m+n=n+m vamos provar para n+1

m+ (n+1) = (n+1) +m.

m+ (n+1) = (m+n) +1= (n+m) +1=1+ (n+m) = (1+n) +m= (n+1) +m . Usamos as seguintes propriedades em ordem: Associatividade, hip ´otese da indu¸c ˜ao , caso base da indu¸c ˜ao, associatividade e por fim o caso base da indu¸c ˜ao.

b

Propriedade 7 (Lei do corte). Se m+n=m+pent ˜ao n=p, para quaisquer n, m e p naturais.

ê Demonstra ¸c ˜ao.

Seja A o conjunto dos naturais tal que {n+m=m+p⇒n=p}. Vamos provar queA ´e o conjunto dos naturais, para m=1 , se vale 1+n=1+pent ˜ao s(n) = s(p), como a fun¸c ˜ao sucessor ´e injetiva segue que n=p. 1A.

Supondo que mA

m+n=m+p⇒n=p vamos provar para m+1A

(m+1) +n= (m+1) +p⇒n=p.

(m+1) +n= (m+1) +p implica S(m+n) = S(m+p) da´ı por injetividade segue que m+n=m+p que pela hip ´otese da indu¸c ˜ao implica n =p, ent ˜ao vale a lei do corte.

1.3 Multiplica ¸c ˜ ao e suas propriedades

(10)

m

Defini ¸c ˜ao 4 (Multiplica¸c ˜ao). Definimos o produto de dois n ´umeros naturais recursivamente como

m.1=m

m(n+1) =m.n+m.

b

Propriedade 8 (Distributividade-Direita). Vale a propriedade m(n+p) =m.n+m.p

ê Demonstra ¸c ˜ao. Por indu¸c ˜ao sobre p. Para p=1 temos m(n+1) = m.n+m.1=m.n+m logo vale. Supondo a validade para p

m(n+p) =m.n+m.p vamos provar que vale para p+1

m(n+p+1) = m.n+m.(p+1).

Pela defini¸c ˜ao de produto tem-se

m(n+p+1) =m.(n+p) +m=m.n+m.p+m =m.n+m(p+1) .

b

Propriedade 9 (Distributividade -Esquerda).

(n+p)m=n.m+p.m.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Por indu¸c ˜ao sobre m, para m = 1 vale. Supondo validade para m

(n+p)m =n.m+p.m vamos mostrar para m+1

(n+p)(m+1) = n.(m+1) +p.(m+1).

Vale

(n+p)(m+1) = (n+p)m+n+p=n.m+p.m+n+p=n.m+n+p.m+p= (n)(m+1)+p(m+1) .

(11)

b

Propriedade 10 (Associatividade). Vale a associatividade pro produto

m.(n.p) = (m.n).p .

ê Demonstra ¸c ˜ao. Por indu¸c ˜ao sobre p, para p=1 tem-se m.(n.1) = (m.n).1.

Supondo validade para p

m.(n.p) = (m.n).p , vamos provar para p+1

m.(n.(p+1)) = (m.n).(p+1).

m.(n.(p+1)) =m(np+n) =m.(np) +m.n = (m.n).p+m.n= (m.n)(p+1) .

b

Propriedade 11. Vale

m.1=1.m para qualquer m natural.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Por indu¸c ˜ao sobre m. Para m = 1 tem-se (1).1 = 1.(1) obviamente.

Supondo a validade para m

m.1=1.m vamos provar para m+1

(m+1).1=1.(m+1).

(m+1).1=m.1+1.1=1.m+1.1=1(m+1) .

b

Propriedade 12 (Comutatividade do produto). Vale m.n=n.m

para quaisquer m, n N.

(12)

ê Demonstra ¸c ˜ao. Vamos demonstrar por indu¸c ˜ao sobre n, deixando m fixo.

Para n=1 temos m.1 =1.m que demonstramos na propriedade anterior. Supondo a validade para n

m.n=n.m vamos provar que vale para n+1

m(n+1) = (n+1).m.

m(n+1) =m.n+m.1=n.m+1.m= (n+1)m.

1.4 Rela ¸c ˜ ao de ordem

m

Defini ¸c ˜ao 5 (Rela¸c ˜ao de ordem). Definimos que

m < n quando existe p natural tal que

m+p=n.

Neste caso escrevemos tamb´em n > m. Dizemos nesse caso que n ´e maior que m ou m ´e menor que n. Dizemos que nm quando vale n > m ou n=m.

$

Corol ´ario 2. n+p > n pois existe p N tal que n+p=n+p. Em especial n+1> n e 1+1:= 2>1.

b

Propriedade 13. Para todo nN vale 1n.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Para n=1 vale a igualdade 1=1. Suponha que vale n1 e com isso vamos provar que n+11.

Se n1 ent ˜ao vale ou n =1 e da´ı n+1=1+1>1 provando a desigualdade ou n >1, que implica existir k N tal que 1+k = n logo 1+ (k+1)

| {z }

∈N

= n+1 de onde segue n+1>1, em qualquer dos casos.

(13)

1.4.1 Transitividade

b

Propriedade 14 (Transitividade). Se m < n e n < p ent ˜ao m < p.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Se m < nent ˜ao existe sN tal que m+s =n e como n < p ent ˜ao existe uN tal que n+u=p, por´em n+u=m+ (s| {z }+u)

v∈N

ent ˜ao m < p.

b

Propriedade 15. J ´a mostramos que para todo n N vale n 1. Vamos mostrar agora que as possibilidadesn > 1 en=1 n ˜ao acontecem simultaneamente.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Suponha por absurdo que n = 1 e n > 1, 1 > 1 e ter´ıamos kN tal que k+1=1, isto ´e s(k) =1 para algum natural o que contraria o axioma de 1 n ˜ao ser sucessor de nenhum n ´umero natural. Ent ˜ao ambas propriedades n ˜ao podem ser verdadeiras.

b

Propriedade 16. n > n ´e uma propriedade falsa para todo nN.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Para n = 1 a propriedade ´e falsa, suponha que seja falsa para n ,n > n , vamos provar que ´e falsa para n+1, n+1 > n+1. Supondo que n+1> n+1, existiria kN tal que n+1+k=n+1 da´ı s(n+k) = s(n) implicando n+k =n e da´ı n > n o que contraria a hip ´otese da indu¸c ˜ao, ent ˜ao n+1> n+1 ´e falsa, logo n > n ´e falsa para todo nN.

b

Propriedade 17 (Monotonicidade da adi¸c ˜ao). Se m < n ent ˜ao para qualquer p natural vale m+p < n+p.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Se m < n ent ˜ao existe s natural tal que m +s = n, da´ı m+s+p=n+p que implica m+p < n+p .

b

Propriedade 18. N ˜ao existe nN tal que n <1.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Sabemos que vale n=1 ou n >1 para todo n N. Se fosse n < 1 com n = 1 ent ˜ao 1 < 1 que ´e falsa. Se fosse 1 < n com n < 1 ent ˜ao por transitividade n < n que ´e falsa tamb´em.

(14)

1.4.2 N ˜ ao existe x N tal que n < x < n + 1.

b

Propriedade 19. N ˜ao existe x N tal que n < x < n+1.

Essa propriedade nos mostra que todo n ´umero natural diferente de 1 ´e sucessor de algum outro n ´umero.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Suponha que exista x nas condi¸c ˜oes dadas, ent ˜ao x =n+p compnatural, pn ˜ao pode ser 1 e tamb´em n ˜ao pode ser p >1, pois de 1< p somando n, segue x < n+1< n+p chegar´ıamos em n+p < n+p que ´e falsa, resta ent ˜ao a possibilidade de p <1 que n ˜ao acontece pois 1 ´e o menor elemento de N.

$

Corol ´ario 3. Se m > n ent ˜ao m n+1, m poderia ser igual `a n+1 , mas n ˜ao pode ser menor, pois se n ˜ao n < m < n+1 o que contraria a propriedade anterior.

b

Propriedade 20. n+p < n ´e falsa para qualquer n, p N.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Se fosse n+p < n , ter´ıamos com n < n+p que n+p <

n < n+p ent ˜ao n+p < n+p que ´e falsa.

b

Propriedade 21 (Monotonicidade da multiplica¸c ˜ao). Se n > m ent ˜ao np >

mpp N. Isto ´e, podemos multiplicar de ambos lados por um n ´umero natural de uma desigualdade.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Para p = 1 a propriedade vale . Suponha validade para p , np > mp ent ˜ao temos que mostrar que vale para p+1, n(p+1) > m(p+1). Da hip ´otese da indu¸c ˜ao temos que existet Ntal que mp+t=np e da hip ´otese n > m tem-se que existevNtal que m+v=n, isso implica que mp+m+(v| {z }+t)

h∈N

=np+n, m(p+1) +h= (n)(p+1) de onde segue finalmente que n(p+1)> m(p+1).

b

Propriedade 22.

pnnn, pN.

(15)

ê Demonstra ¸c ˜ao. Vale p1, se p=1 ent ˜ao pn =n se p >1 segue np > n.

b

Propriedade 23. Se m > n ent ˜ao p.m > n∀p N.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Vale m > n da´ı p.m > p.n, por´em p.n n logo por transitividade p.m > n.

$

Corol ´ario 4. Vale n+1> n da´ı (n+1)m > n.

Outra demonstra¸c ˜ao dessa propriedade pode ser feita como: Vale n 1 da´ı multiplicando por m+1 segue (m+1)nm+1> m logo (m+1)n > n.

1.4.3 Tricotomia

b

Propriedade 24 (Tricotomia). Dados n, m Nvale uma e somente uma das rela¸c ˜oes

m=n, m < noun < m.

ê Demonstra ¸c ˜ao.

N ˜ao vale n=m e n < m. Se valessem ambas rela¸c ˜oes ent ˜ao existiria pNtal que n+p=m, da´ı substituindo n por m ter´ıamos m=m+p e m < m que ´e uma propriedade falsa. Da mesma maneira n ˜ao vale n=m e m < n.

N ˜ao vale n < m e m < n, pois se n ˜ao por transitividade valeria n < n que ´e uma propriedade falsa.

Seja m ̸=n, vamos mostrar que vale uma das possibilidades m > n ou m < n.

Para m = 1 sabemos que vale n > 1. Suponha a validade para m, vamos mostrar que vale para m+1. Se vale m > n ent ˜ao m+1 > n+1 > n. Se vale m+1 = n nada temos a fazer, se vale m < n segue m+1< n+1, n ˜ao pode ser n < m+1 pois ter´ıamos n < m+1< n+1 o que ´e absurdo, ent ˜ao vale m+1< n.

1.4.4 Lei do corte e desigualdade

(16)

b

Propriedade 25 (Lei do corte para multiplica¸c ˜ao). Se m.n = m.p ent ˜ao n=p.

ê Demonstra ¸c ˜ao.

Por tricotomia temos que n=p, ou n > p ou n < p .

Suponha que m.n = m.p e n > p ent ˜ao multiplicando por m de ambos lados segue que m.n > m.p o que contraria m.n = m.p. Se n < p multiplicando por m segue que nm < pm o que contraria m.n = m.p . Como n ˜ao vale n > p ou n < p, ent ˜ao deve valer que n=p o que demonstra o resultado .

b

Propriedade 26 (Lei do corte da adi¸c ˜ao). Se n+p < m+p ent ˜ao n < m.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Por tricotomia vale uma das propriedadesm > n da´ım+p >

n+p que contradiz a hip ´otese. m =n que implica m+p=n+p da´ı segue o absurdo com n+p > n+p. Como n ˜ao pode valer nenhuma das anteriores segue que n < m.

b

Propriedade 27 (Lei do corte no produto). Se np < mp ent ˜ao n < m.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Por tricotomia vale uma das propriedades m > n da´ı m.p >

n.p que contradiz a hip ´otese. m = n que implica m.p = n.p da´ı segue o absurdo com n+p > n+p. Como n ˜ao pode valer nenhuma das anteriores segue que n < m.

b

Propriedade 28. Se x > t ent ˜ao x t+1.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Por tricotomia , vale uma das possibilidades para t +1, t+1=x ou x < t+1 ou t+1< x n ˜ao pode valer t+1> x pois se n ˜ao t+1> x > t, vale ent ˜ao t+1=x ou t+1< x que se escreve como x t+1.

b

Propriedade 29. Seja a N, se a A e dado qualquer n A implica n+1A, ent ˜ao para todo ta tem-se tA.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Temos a A, vamos mostrar ent ˜ao que para todo t > a tem-se t A. Se t > a ent ˜ao existe p N tal que a+p = t, vamos mostrar ent ˜ao que para todo p natural tem-se a+p A. Como a A segue que a+1 A, ent ˜ao

(17)

a proposi¸c ˜ao ´e verdadeira para p=1. Suponha que a+pA ent ˜ao a+p+1 A o que implica por indu¸c ˜ao que a+pA para todo p natural.

1.4.5 Soma de desigualdades

b

Propriedade 30. Se a < c e b < d ent ˜ao a+b < c+d.

ê Demonstra ¸c ˜ao. De a < c somamos b de ambos lados e de b < d somamos c de ambos lados, da´ı tem-se a+b < c+b e c+b > d+c por transitividade segue a+b < c+d.

1.4.6 Produto de desigualdades

b

Propriedade 31. Se a < b e c < d ent ˜ao a.c < b.d.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Multiplicamos por c a primeira desigualdade ac < bc e b na segunda b.c < b.d da´ı por transitividade segue ac < b.d.

m

Defini ¸c ˜ao 6 (Antecessor). mN ´e antecessor de nN quando m < n mas n ˜ao existe cN tal que m < c < n.

b

Propriedade 32. 1 n ˜ao possui antecessor e qualquer outro n ´umero natural possui antecessor.

ê Demonstra ¸c ˜ao. N ˜ao vale m < 1 para algum natural m, logo 1 n ˜ao possui antecessor. Agora para todo outro n N vale n > 1 logo existe p N tal que p+1 = n, vamos mostrar que p = m ´e o antecessor de n. Vale p < p+1, logo a primeira condi¸c ˜ao ´e satisfeita, a segunda condi¸c ˜ao tamb´em ´e satisfeita pois n ˜ao existe c N tal que p < c < p +1. Vamos mostrar agora que existe um ´unico antecessor. Suponha existˆencia de dois antecessores m e m distintos ent ˜ao existe um deles que ´e o maior, digamos m, da´ı m < m e m < n por transitividade segue m < m < n o que contraria a defini¸c ˜ao de antecessor, ent ˜ao existe um ´unico.

(18)

b

Propriedade 33 (Lei do corte da multiplica¸c ˜ao). Se ac < bc ent ˜ao a < b.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Pela tricotomia vale a = b ou a > b ou a < b, se fosse a primeira, multiplicando por c ter´ıamos ac = bc que ´e falsa, se fosse a segunda ter´ıamos ac > bc que ´e falsa, ent ˜ao a ´unica possibilidade ´e a terceira a < b.

b

Propriedade 34. A rela¸c ˜ao ´e uma rela¸c ˜ao de ordem em N, isto ´e, satisfaz as propriedades

1. ´E reflexiva: aa.

2. ´E anti-sim´etrica: ab e ba ent ˜ao a=b.

3. ´E transitiva: ab e bc implica ac.

$

Corol ´ario 5. Se a < b ent ˜ao a b, pois a segunda acontece se a < b ou a=b.

ê Demonstra ¸c ˜ao.

1. Vale a reflexividade pois a=a se verifica.

2. Se a b e b a ent ˜ao a < b ou a = b e a > b ou a = b. Na primeira proposi¸c ˜ao n ˜ao pode valer a < b pois entra em contradi¸c ˜ao com a=b e a > b, logo vale a=b.

3. Se a < b e b < c ent ˜ao a < c pela transitividade. Se a < b e b=c ent ˜ao ent ˜ao a < c. Se a = b e b < c ent ˜ao a < c. E finalmente se a = b e b = c ent ˜ao a=c.

$

Corol ´ario 6. Se a < b e b c ent ˜ao a < c. Segue da propriedade anterior pois s ´o poderia acontecer a=c se a=b e b=c. Da mesma forma ab e b < c ent ˜ao a < c.

(19)

1.4.7 Nega ¸c ˜ oes

$

Corol ´ario 7. A nega¸c ˜ao de a < b e a b pois por tricotomia se n ˜ao vale a < b vale a=b ou ab que ´e equivalente `a ab.

$

Corol ´ario 8. A nega¸c ˜ao de a=b ´e a > b ou a < b.

$

Corol ´ario 9. Se a b ent ˜ao a+c b+c, pois se vale a < b ou a = b a propriedade se verifica, da mesma forma a.cb.c.

$

Corol ´ario 10. Se ab e cd ent ˜ao a+cb+d e a.cb.d pois somamos c a primeira desigualdade e b a segunda

a+cb+c, b+cb+d por transitividade a+cb+d.

O mesmo com a multiplica¸c ˜ao

a.cb.c, b.cb.d por transitividade a.cb.d.

1.5 Subtra ¸c ˜ ao

Vamos definir a subtra¸c ˜ao de dois n ´umeros naturais a e b quando a > b.

m

Defini ¸c ˜ao 7 (Subtra¸c ˜ao). Dados dois n ´umeros naturais a e b, com a > b ent ˜ao existe pN tal que b+p=a. Definimos

b−a:=p.

(20)

1.6 Boa ordena ¸c ˜ ao e o segundo princ´ıpio de indu ¸c ˜ ao.

Iremos denotar o princ´ıpio da indu¸c ˜ao finita por P1.

Teorema 1 (Princ´ıpio da boa ordena¸c ˜ao-PBO). Todo subconjunto n ˜ao vazio de N, possui um menor elemento.

ê Demonstra ¸c ˜ao. P1⇒PBO.

Seja A um conjunto n ˜ao vazio de N, se 1 A ent ˜ao A possui menor elemento, que ´e o n ´umero natural 1. Agora vamos analisar o caso de 1/ A.

Seja B={n|InN\A}, temos que 1B, por´emB n ˜ao ´e o conjunto dos n ´umeros naturais pois A ´e n ˜ao vazio, ent ˜ao existe n tal que nB e n+1/ B, logo InN\A e In+1 n ˜ao ´e subconjunto de N\A, ent ˜ao n+1 A, sendo no caso n+1 o menor elemento de A.

b

Propriedade 35 (Segundo princ´ıpio da indu¸c ˜ao-P2). Seja AN. SenN, m A, m |m < nimplicarnAent ˜aoA=N.

ê Demonstra ¸c ˜ao. PBO⇒P2.

SejaB=N\A, vamos mostrar que seAsatisfaz as condi¸c ˜oes do segundo princ´ıpio da indu¸c ˜ao ent ˜ao B=. Se B n ˜ao for vazio ele possui um menor elemento, digamos c, para todo m < c temos m A, logo pela hip ´otese tem-se que cA, o que ´e uma contradi¸c ˜ao.

b

Propriedade 36. O princ´ıpio da boa ordena¸c ˜ao ´e equivalente ao axioma de indu¸c ˜ao.

ê Demonstra ¸c ˜ao.[ Prova direta] PBO⇒P1.

Seja B um conjunto que satisfa¸ca as condi¸c ˜oes do axioma de indu¸c ˜ao, 1 B e

k B, k+1 B, vamos provar que B = N. Suponha por absurdo que B ̸= N, definimos A=N\B, tal conjunto ´e n ˜ao vazio ent ˜ao possui um elemento m´ınimo, tal elemento n ˜ao pode ser 1 pois 1B, ent ˜ao esse elemento ´e sucessor de algum n ´umero natural e podemos denotar tal elemento como t+1 , isso implica que t B e por indu¸c ˜ao t+1B que ´e um absurdo .

(21)

b

Propriedade 37. P2⇔PBO.

Seja AN n ˜ao vazio, ent ˜ao A possui menor elemento. Suponha por absurdo queA n ˜ao possua elemento m´ınimo. Seja Bn a proposi¸c ˜ao n /A. B1 ´e verdadeira, pois se 1A ent ˜ao Ateria elemento m´ınimo . Suponha que Bn seja verdadeira de k=1 at´e n, ent ˜ao Bn+1 tamb´em deve ser verdadeira, pois caso contr ´ario n+1A e A teria menor elemento. Pelo segundo principio da indu¸c ˜ao segue que Bn ´e verdadeira para todo n, logo para todo n natural vale n̸∈A o que implica que A

´e vazio! absurdo.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Falta mostrar que P2⇒PBO.

b

Propriedade 38. Seja n0N. SeANtal que n0A e nA⇒n+1A ent ˜ao todo xN com xa pertence `a A.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Se a = 1 nada temos a fazer pois A = N. Se a > 1 ent ˜ao a = b+1 ´e sucessor de b. Vamos mostrar que b+n A n N. Sabemos que b+1A. Supondo que b+n A ent ˜ao b+ (n+1)A da´ı por indu¸c ˜ao segue que b+n A n N. Lembrando que x > b significa que existe p natural tal que b+p = x, como b+p A p N ent ˜ao x A. Outro fato que usamos ´e que se x > b ent ˜ao x b+1=a pois n ˜ao existe natural entre b e b+1, bN.

1.6.1 Existˆencia do m ´aximo em conjuntos limitados

b

Propriedade 39. Se A ̸= ∅ ⊂ N ´e limitado superiormente ent ˜ao A possui m ´aximo.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Seja B = {n N | n > x, x A.} , B ´e um conjunto n ˜ao vazio de n ´umeros naturais, logo pelo princ´ıpio da boa ordena¸c ˜ao B possui um elemento m´ınimo, tal elemento n ˜ao pode ser o n ´umero 1 ent ˜ao ele ´e sucessor de algum n ´umero natural, que denotaremos por t+1, logo t tem que satisfazer uma das propriedades, existe y A tal que t < y ou existe y A tal que t =y . A primeira op¸c ˜ao n ˜ao pode valer pois ter´ıamos t < y < t+1 que ´e absurdo . Vamos mostrar

(22)

que tal y realmente ´e o m ´aximo do conjunto. Seja z ̸=y elemento de A, ent ˜ao z < y, pois se t=y < z, ent ˜ao t < z < t+1 que ´e absurdo.

b

Propriedade 40. Um conjunto A̸= , AN ´e finito sse ´e limitado.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Se A ´e finito, ent ˜ao A = {x1,· · · , xn} e vale x1+· · ·+xn >

xxA, logo A ´e limitado.

Se A ´e limitado ent ˜ao ele ´e menor que n para algum n, da´ı A In, sendo subconjunto de um conjunto finito A ´e finito.

$

Corol ´ario 11. Se A ̸= ´e finito ent ˜ao A possui elemento m ´aximo, pois A ´e limitado.

1.6.2 Axioma de eudoxius e divis ˜ ao euclidiana

b

Propriedade 41 (Axioma de Eudoxius). Dados m e n naturais com n > m ent ˜ao existe qN tal que

qmn < (q+1)m.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Seja A = {x.m | xm > n, x N}, tal conjunto ´e n ˜ao vazio pois (n+1).m > n, pelo PBO ele possui um menor elemento. Sabemos tamb´em que m n ˜ao pertence a esse conjunto, ent ˜ao x >1, x sempre ´e sucessor de algum n ´umero natural , ent ˜ao podemos tomar o elemento m´ınimo de A da forma (q+1)m. Tem-se (q+1)> q logo (q+1).m > q.m, assim q.m n ˜ao pode pertencer ao conjunto A, pois iria contrariar o PBO, logo por tricotomia vale q.mn e

q.mn < (q+1).m.

b

Propriedade 42 (Divis ˜ao Euclidiana). Dados n > m, ent ˜ao existe q tal que n=q.m ou qm+r=n com r < m.

ê Demonstra ¸c ˜ao.

Pelo axioma de Eudoxius existe q tal que q.m n <(q+1).m. da´ı q.m =n ou q.m < n, se a primeira vale a demonstra¸c ˜ao termina, se vale a segunda existe rN

(23)

tal que q.m+r=n. Agora analisamos as possibilidades para r, se r=m,q.m+m= n, m(q+1) =n que ´e absurdo. Se r > m ent ˜ao q.m+r=n > q.m+m =m(q+1) que tamb´em ´e absurdo, como n ˜ao vale rm ent ˜ao por tricotomia vale r < m .

b

Propriedade 43. Seja A̸= subconjunto de N, com propriedade

n, mA⇔m, m+nA ent ˜ao existe t N tal que A={tn |nN}.

ê Demonstra ¸c ˜ao. A ´e n ˜ao vazio, ent ˜ao ele possui um elemento m´ınimo t.

Primeiro vamos mostrar que B = {tn | n N} A. t A, supondo tn A vamos mostrar quet(n+1)A. A propriedade vale pois t(n+1) =tn+t a adi¸c ˜ao ´e fechada em A. Ent ˜ao os m ´ultiplos de t pertencem ao conjunto A.

Agora dado um elemento m A, tomamos a divis ˜ao euclidiana de m por t, da´ı existe q N tal que m = q.t ou ∃r N tal que m = q.t+r. Se vale para todo m a primeira possibilidade ent ˜ao A B implicando A = B. Vamos mostrar que a segunda n ˜ao ocorre. Sem A ´e da forma qt+r, como qtA segue que rA, mas vale r < t o que contraria a minimalidade de t, ent ˜ao essa possibilidade n ˜ao pode acontecer e vale sempre m =q.t .

b

Propriedade 44. Dado um conjunto n ˜ao vazio AN ent ˜ao {t}A\S(A) onde t ´e o m´ınimo de A.

ê Demonstra ¸c ˜ao. A possui m´ınimo pois A ´e n ˜ao vazio, al´em disso t A\S(A) pois se t S(A) ent ˜ao existiria x A tal que S(x) = x +1 = t da´ı x < t o que contraria a minimalidade de t.

1.7 N ´ umeros naturais e n ´ umeros primos

m

Defini ¸c ˜ao 8 (N ´umero primo). Um n ´umero natural n >1 ´e primo quando n n ˜ao pode ser escrito como n=t.s com t < n e s < n.

(24)

m

Defini ¸c ˜ao 9 (N ´umero composto). Um n ´umero n >1 ´e composto se pode ser escrito como n=t.s com t < n e s < n.

Z

Exemplo 1. 2 ´e um n ´umero primo. 2 n ˜ao ´e composto, pois se fosse po- der´ıamos escrever 2 =t.s com t <2 e s <2, da´ı t=s=1, ent ˜ao chegar´ıamos no absurdo de 2=1.1=1 . Conclu´ımos ent ˜ao que 2 ´e primo.

b

Propriedade 45. Todo n ´umero natural maior que 1 se decomp ˜oe como produto de primos.

ê Demonstra ¸c ˜ao. Por indu¸c ˜ao da segunda forma sobre n. O primeiro n ´umero maior que 1 ´e 2 que ´e um n ´umero primo. Suponha a propriedade v ´alida para todo m < n, vamos provar que ´e satisfeita para n . Se n ´e primo n ˜ao temos nada a fazer, se n ˜ao, n ´e composto, da´ı n=t.scom t < n e s < nlogo por hip ´otese da indu¸c ˜ao t e s de decomp ˜oe como produto de primos, ent ˜ao s.t=n tamb´em ´e produto de primos.

1.8 N ´ umeros naturais e n ´ umeros reais

b

Propriedade 46. O conjunto dos n ´umeros naturais ´e ilimitado em R.

ê Demonstra ¸c ˜ao.

Suponha que N seja limitado superiormente, ent ˜ao ele possui um supremo s e vale para qualquer n natural n < s. Como s ´e a menor cota superior, ent ˜ao s−1 n ˜ao ´e cota superior, logo existe n N tal que s−1 < n, como n+1 ´e natural pela motonocidade da adi¸c ˜ao segue que s < n+1 logo encontramos um n ´umero natural maior que seu supremo, o que ´e um absurdo.

m

Defini ¸c ˜ao 10 (Segmento inicial In). Definimos o conjunto In, como In ={kN|1kn.}

(25)

E chamaremos de segmento inicial definido por n.

1.9 Unicidade do conjunto dos n ´ umeros naturais

b

Propriedade 47. Sejam (N, s)e (N, s)dois pares formados por um conjunto e uma fun¸c ˜ao em que ambos cumprem os axiomas de Peano. Ent ˜ao existe uma

´unica bije¸c ˜ao f:N→N tal que f(1) =1, f(n+1) =f(n) +1 e vale ainda que

f(m) +f(n) = f(m+n)

f(m.n) =f(m)f(n)

m < n⇔f(m)< f(n).

ê Demonstra ¸c ˜ao. Primeiro vamos provar que f deve ser obrigatoriamente da forma f(n) = n n N, por indu¸c ˜ao sobre n, a propriedade vale para n = 1, suponha a validade para n, vamos provar para n+1

f(n+1) =f(n) +1 =n+1 =s(n) = (n+1).

Ent ˜ao para todo n N fica provado que f(n) =n, f ´e ´unica por constru¸c ˜ao, sendo tamb´em sobrejetora.

Vale que f(m) +f(n) =f(m+n), vamos provar por indu¸c ˜ao sobre n. Paran=1 ela vale por defini¸c ˜ao da fun¸c ˜ao, supondo a validade para n, vamos provar para n+1

f((m+n) +1) =f(m+n) +f(1) =f(m) + (f(n) +f(1)) =f(m) +f(n+1) logo fica provada a propriedade. f ´e injetiva, pois se houvessem dois valores distintos m > n tais que f(m) = f(n) ent ˜ao existe p N tal que n+p = m, aplicando a fun¸c ˜ao temos f(n) +f(p) =f(m) = f(n), isto ´e n +p =n ent ˜ao n > n o que ´e absurdo, portanto a fun¸c ˜ao ´e injetiva.

f(m.n) =f(m)f(n). Por indu¸c ˜ao sobre n, paran=1 ela vale. Suponha validade para n, vamos provar para n+1

f(m.(n+1)) = f(mn+m) =f(m)f(n) +f(m) =f(m)[f(n) +1] =f(m)f(n+1) como quer´ıamos provar.

(26)

m < n⇔f(m)< f(n). ⇒). Se vale m < n ent ˜ao existe pN tal que m+p=n e da´ı aplicando ftem-sem+p =n o que implican > m, isto ´e,f(n)> f(m).

⇐) Da mesma forma se f(m) < f(n) ent ˜ao m < n e da´ı existe p tal que m+p =n ⇒ f(m+p) =f(n) que por injetividade segue m+p=n, portanto n > m.

1.10 Bibliografia Comentada

Curso de an ´alise volume I

Autor: Elon Lages Lima

Editora:Impa

Ano:2004

Um dos principais textos de an ´alise no Brasil, tem sido muito importante na forma¸c ˜ao de estudantes de matem ´atica. Adotado em muitas faculdades Brasilei- ras. Nele encontramos os axiomas de Peano enunciados e definidas as opera¸c ˜oes e rela¸c ˜ao de ordem nos naturais, sendo que a maioria das propriedades ´e deixada como exerc´ıcio.

Elementos de aritm ´etica

Autor: A. Hefez

Editora:Sociedade Brasileira de matem ´atica

Ano:2004

Livro que aborda as principais propriedades dos n ´umeros naturais, possui ´otimos exerc´ıcios e explica¸c ˜ao clara. Livro cuja leitura pode ser muito agrad ´avel. Neste livro n ˜ao se parte dos axiomas de Peano, mas de outro conjunto de axiomas( mais nume- rosos do que o de Peano) que tem objetivo de tornar mais r ´apido o desenvolvimento dos n ´umeros naturais.

Referências

Documentos relacionados

i) Há predominância de padrões de interação “genótipo x ambiente” de natureza complexa em arroz de terras altas nos ambientes do Centro-Norte do Brasil; isso demonstra

No modo de execução dual, em cada ciclo de máquina, a unidade Core faz a busca de duas instruções de 32 bits: uma das instruções é transferida para o

REPRESENTANTES DOS ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS. SEÇÃO IV – DA SUBSTITUIÇÃO DE ENTIDADES NÃO GOVERNAMENTAIS ELEITAS NA FORMA DA SEÇÃO II. CAPÍTULO IV – DA

Conforto Programa conforto activo A produção de água quente sanitária é garantida pela bomba de calor e pelo apoio eléctrico caso seja necessário (+ Apoio hidráulico para a versão

O Governo do Estado oficializou, na quarta- feira (20), o início do fun- cionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) na Região Norte de Saú- de, que faz parte

O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento produtivo de genótipos de girassol no município de Colinas, MA, com vistas à produção de aquênios para extração de

Dados abióticos (umidade (%URA), temperatura (ºC) e pluviosidade (mm)) da área de estudo foram obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (Anexo A) e

Considere-se, por exemplo, uma joint venture cujo capital é constituído por dois sócios, cada um participando com cinqüenta por cento do empreendimento, e com duas linhas de negócio