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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO GUILHERME HONÓRIO OLIVEIRA DE CARVALHO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

GUILHERME HONÓRIO OLIVEIRA DE CARVALHO

FATORES MOTIVACIONAIS QUE LEVAM A PRÁTICA DO PÔQUER

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GUILHERME HONÓRIO OLIVEIRA DE CARVALHO

FATORES MOTIVACIONAIS QUE LEVAM A PRÁTICA DO PÔQUER

Monografia apresentada ao curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Murakami.

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GUILHERME HONÓRIO OLIVEIRA DE CARVALHO

FATORES MOTIVACIONAIS QUE LEVAM A PRÁTICA DO PÔQUER

Monografia apresentada ao curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: __/__/_____.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________ Prof. Dr. Luiz Carlos Murakami (Orientador)

Universidade Federal Do Ceará

___________________________________________________________ Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correita Neto

Universidade Federal do Ceará

_________________________________________________________ Prof. Me. Rafael Carmo

(4)

RESUMO

O presente trabalho busca identificar os principais fatores motivacionais que levam a prática do pôquer no Brasil. Para elaboração do estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica, além de pesquisa de campo com análise de dados primários e entrevistas. No desenvolvimento do trabalho buscou-se conceituar pôquer, conceituar a modalidade Texas Hold’em, diferenciar pôquer e jogos de azar. No aspecto motivacional foram abordados os conceitos de fatores higiênicos e motivacionais de Herzberg e a teoria das necessidades de Maslow. Para construir o perfil dos jogadores de pôquer foi utilizado o conceito de segmentação, do marketing, divididos entre segmentação geográfica, demográfica e psicográfica. Os resultados foram construídos através da análise de dados da pesquisa quantitativa de 100 jogadores de pôquer de diversas regiões do país e também através de entrevista qualitativa com 3 desses jogadores, chegando-se a conclusão que os fatores motivacionais mais relevantes foram o reconhecimento ou auto afirmação, desenvolvimento de habilidades mentais, socialização e confraternização com os amigos, diversão que o jogo propicia e por dinheiro, além disso o perfil do jogador de pôquer é jovem, com renda familiar média alta e grau de formação superior completo ou incompleto.

(5)

ABSTRACT

The present work seeks to identify the main motivational factors that lead to the practice of poker in Brazil. To prepare the study, a bibliographic research was carried out, as well as field research with analysis of primary data and interviews. In the development of the work we tried to conceptualize poker, to conceptualize the modality Texas Hold'em, to differentiate poker and games of chance. In the motivational aspect were approached the concept of hygienic and motivational factors of Herzberg and the theory of needs of Maslow. To build the profile of poker players, the concept of marketing segmentation was used, divided between geographic, demographic and psychographic segmentation. The results were constructed through data analysis of the quantitative research of 100 poker players from different regions of the country and also through a qualitative interview with 3 of these players, arriving to the conclusion that the most relevant motivational factors were the recognition or self affirmation , development of mental abilities, socialization and friendship with friends, fun that the game provides and for money. In addition the profile of the poker player is 27.44 years, average family income of R $ 3,841.58 and they have a complete or incomplete upper level.

(6)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Naipes. ... 10

Figura 2 - Exemplo de hierarquia de jogos high. ... 11

Figura 3 - Flop, turn e river. ... 13

Figura 4 - Teoria dos fatores no pôquer. ... 17

Figura 5 - Pirâmide de Maslow. ... 19

Figura 6 - Gráfico de um jogador profissional de pôquer. ... 21

Figura 7 - Local de residência. ... 25

Figura 8 – Idade. ... 26

Figura 9 – Escolaridade. ... 27

Figura 10 – Renda... 28

Figura 11 - Gráfico em barras sobre a idade dos pesquisados... 31

Figura 12 - Gráfico sobre a renda dos pesquisados. ... 32

Figura 13 – Escolaridade. ... 33

Figura 14 – Região. ... 34

Figura 15 – Sexo. ... 34

Figura 16 – Reconhecimento ou afirmação. ... 35

Figura 17 – Desenvolver habilidade mentais. ... 36

Figura 18 – Jogo Pôquer para estar com os amigos. ... 37

Figura 19 – Jogo Pôquer para me divertir. ... 38

Figura 20 - Jogo Pôquer para ocupar o tempo livre. ... 38

Figura 21 - Jogo Pôquer para ganhar dinheiro. ... 39

Figura 22 – Pôquer é muito importante na minha vida. ... 40

Figura 23 – Deixo de fazer algo importante para jogar Pôquer. ... 40

(7)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8

2 PÔQUER ... 10

2.1 Conceito ... 10

2.2 Modalidades ... 11

2.3 Texas Hold’em ... 12

2.4 Pôquer x Jogos de azar ... 14

3 MOTIVAÇÃO ... 16

3.1 Conceito ... 16

3.2 Fatores Higiênicos e Motivacionais ... 17

3.3 Teoria da hierarquia de necessidades ... 18

3.4 Motivação no pôquer ... 19

3.4.1 Lazer ... 20

3.4.2 Renda ... 20

3.4.3 Vício ... 21

4 PERFIL DOS JOGADORES DE PÔQUER ... 23

4.2 Segmentação ... 23

4.3 Segmentação Geográfica ... 24

4.3.1 Local de residência ... 24

4.4 Segmentação demográfica ... 25

4.4.1 Idade ... 25

4.4.2 Sexo ... 26

4.5 Segmentação sócio econômica ... 27

4.5.1 Escolaridade... 27

4.5.2 Renda ... 28

5 METODOLOGIA...29

6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 30

6.1 Apresentação e discussão dos resultados ligados ao perfil do jogador ... 30

6.1.1 Idade ... 31

6.1.2 Renda familiar ... 31

6.1.3 Escolaridade... 32

6.1.4 Região ... 33

6.1.5 Sexo ... 34

(8)

6.2.1 Reconhecimento ou autoafirmação ... 35

6.2.2 Desenvolvimento de habilidades mentais ... 36

6.2.3 Jogo pôquer para estar com os amigos ... 36

6.2.4 Jogo pôquer para me divertir ... 37

6.2.5 Jogo pôquer para ocupar o tempo livre ... 38

6.2.6 Jogo pôquer para ganhar dinheiro ... 39

6.2.7 Pôquer é muito importante na minha vida ... 39

6.2.8 Deixo de fazer algo importante para jogar pôquer ... 40

6.2.9 Perco mais do que posso no pôquer... 41

6.3 Comparação dos resultados obtidos com outros estudos...42

7 CONCLUSÃO ... 43

REFERÊNCIAS ... 44

APÊNDICE A - ENTREVISTA SOBRE FATORES MOTIVACIONAIS PARA A PRÁTICA DO PÔQUER ... 48

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO SOBRE PERFIL E MOTIVAÇÃO PARA JOGAR PÔQUER ... 50

(9)

1 INTRODUÇÃO

O pôquer é um jogo de cartas extremamente complexo, que se tornou fonte de renda para vários jogadores e criou um grande mercado mundial e nacional. De acordo com Evangelista (2015), o número de jogadores de pôquer off-line e on-line no mundo cresceu nos

últimos dois anos. Estima-se que, em 2014, só o pôquer on-line movimentou dois bilhões de

euros e que os principais fatores são a expansão da banda larga, o aumento do uso de tablets e smartphones, a confiança nos métodos de pagamentos na internet e o investimento da

indústria de jogos em marketing.

Ainda segundo Evangelista (2015), o jogador profissional trata o pôquer como um trabalho: tendo uma rotina de cinco a seis dias semanais, com cargas horárias que podem chegar até quatorze horas por dia, obtendo ganhos que podem variar de trinta mil dólares a cento e cinquenta mil dólares por mês − para jogadores profissionais, com experiência − e de dois a seis mil dólares por mês − para jogadores profissionais em início de carreira.

A importância deste trabalho e do estudo sobre a motivação e o perfil dos jogadores de pôquer vem do crescimento e da disseminação do jogo no Brasil; pois, segundo a Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), o evento BSOP Millions, que ocorreu em São Paulo, em 2015, tornou-se o maior evento de pôquer do mundo fora de Las Vegas; logo é necessário estudar quais fatores fazem com que esse mercado não pare de atrair mais jogadores, além de desmitificar o conceito de que o pôquer é um jogo de azar; pois, segundo Ehlert (2014), o pôquer é um jogo complexo e que exige habilidades comportamentais e intelectuais, retirando-o do segmento dos jogos de azar e o transformando-o em um esporte da mente.

Nesse sentido, este trabalho vai tratar sobre os fatores de crescimento do número de jogadores de pôquer Texas Hold’em, e o objetivo geral da pesquisa é identificar quais fatores levaram a esse aumento. Tendo em vista a relevância e a complexidade do assunto, para conseguirmos identificar esses fatores, é necessário primeiramente conceituar o pôquer modalidade Texas Hold’em, diferenciar jogos de azar e pôquer, traçar o perfil dos jogadores de pôquer TH e, por fim, pesquisar uma amostra de jogadores de pôquer TH, sendo estes citados nos objetivos secundários do trabalho.

(10)

quantitativa, de natureza teórica e um levantamento de dados primários através de entrevistas e questionários com jogadores de pôquer.

(11)

2 PÔQUER

2.1 Conceito

O pôquer é um jogo de cartas disputado com o tradicional baralho francês de 52 cartas, que estão divididas em quatro naipes, sendo cada naipe um agrupamento de 13 cartas. Cada naipe tem cartas dos valores 2 (dois), 3 (três), 4 (quatro), 5 (cinco), 6 (seis), 7 (sete), 8 (oito), 9 (nove), 10 (dez), J (valete), Q (dama), K (rei), A (ás), para o melhor entendimento do jogo qualquer dúvida relacionada a nomes ou siglas consultar o glossário de pôquer disponível no site https://www.intelipoker.com/articles/Glossario-de-Poker

Figura 1–Naipes.

Fonte:http://canalhasdopoker.blogspot.com.br/2009/12/historia-dos-naipes.html

Segundo Seldomar (2014), o pôquer é o jogo de cartas mais popular no mundo, podendo ser jogado através de apostas e torneios, em dinheiro real ou por diversão, tanto em clubes de pôquer e cassinos, como pela internet.

O pôquer é um jogo muito antigo, várias teorias foram criadas em cima do seu surgimento. De acordo com a CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em), a corrente mais forte é de que o jogo tenha sido criado pela civilização persa. Seria conhecido como “As Nas” e se assemelhava bastante aos jogos de hoje, tendo como uma de suas características em

comum a hierarquia de mãos. Ainda segundo a CBTH, logo o pôquer se espalhou pela Europa, devido à grande habilidade de navegação dos persas.

No pôquer, o jogador sempre pode escolher entre quatro ações: bet (apostar), call

(pagar), check (passar) e fold (desistir). Cada uma dessas ações é tomada por rodada, além

(12)

2.2 Modalidades

Com o passar do tempo e a difusão do jogo pelo mundo, foram surgindo variantes do pôquer, as quais foram criadas de acordo com o gosto e as características de cada região do mundo em que era jogado.

O pôquer foi se dividindo em dois grupos, de acordo com o estilo de apostas, e em outros dois grupos, de acordo com a hierarquia de mãos.

Quanto ao estilo de apostas, os jogos podem ser classificados em No limit ou Pot limit:

a) No Limit: aposta de valor ilimitado;

b) Pot Limit: a aposta pode ter no máximo o valor do pot, ou seja, o valor da soma das

apostas anteriores.

Quanto à hierarquia de mãos, os jogos podem ser classificados em High ou Low:

a) High: o jogo segue a hierarquia de quanto mais alta for a sua combinação, mais

força ela tem.

Figura 2 - Exemplo de hierarquia de jogos high.

Fonte: http://aapokerlifestyle.blogspot.com.br/2016/05/poker-texas-holdem-para-voce-que-ta.html

b) Low: o jogo segue a hierarquia de quanto mais baixa for a sua combinação, mais

força ela tem.

Conforme o site Pokerstars (2017), há dez variantes modalidades de pôquer jogadas no mundo, sendo elas: Omaha, 5-Card Omaha, Courchevel, Stud, Razz, Five Card, Horse, Baduggi e, por fim, a modalidade estudada neste trabalho, a Texas Hold’em. De acordo com o

Pokerstars (2017):

O Omaha é derivado do Texas Hold’em. Cada jogador recebe quatro cartas próprias,

(13)

são distribuídas abertas na mesa no ‘bordo’. Nos jogos de Omaha, todos os jogadores devem utilizar exatamente três das cartas comunitárias junto com exatamente duas de suas ‘hole cards’ para fazer a melhor mão de pôquer possível com cinco cartas.

O 5 Card Omaha é um jogo derivado do Omaha, cada jogador recebe cinco cartas próprias, chamadas de ‘hole cards’, que pertencem somente a ele. Cinco cartas

comunitárias são distribuídas abertas na mesa no ‘bordo’. Nos jogos de 5 Card Omaha, todos os jogadores devem utilizar exatamente três das cinco cartas comunitárias junto com exatamente duas de suas cartas da mão para fazer a melhor mão de pôquer possível com cinco cartas.

O Courchevel é um jogo derivado do Omaha, cada jogador em um jogo de Courchevel recebe cinco cartas próprias (‘hole cards’), que pertencem somente a ele.

Cinco cartas comunitárias então são distribuídas abertas na mesa no ‘bordo’. Todos os jogadores utilizam exatamente duas cartas de suas cinco cartas próprias em conjunto com exatamente três cartas do ‘bordo’, para formar a melhor mão de

pôquer possível com cinco cartas.O Courchevel é diferente do 5 Card Omaha porque a primeira carta do flop é distribuída com a face voltada para cima no começo da mão, antes da rodada de apostas do pré-flop.

O Seven Card Stud é um jogo clássico de pôquer que pode levar uma vida inteira para aprimorar, no Seven Card Stud, os jogadores recebem sete cartas individualmente durante a mão, mas apenas a melhor mão possível com cinco cartas de cada jogador é utilizada para determinar o vencedor.

No Razz, os jogadores recebem sete cartas durante a mão, mas apenas a melhor mão possível com cinco cartas low de cada jogador é utilizada para determinar o vencedor. Observe que diferentemente do Seven Card Stud Hi/Lo ou Omaha Hi/Lo, no Razz, não existe o requisito "oito ou mehor" para ganhar o pote.O Razz usa o

sistema ‘Ás a Cinco’ ou ‘Califórnia’ para o ranking das mãos 'low', sequências e

flushes não contam contra uma mão, e os Ases são sempre baixos, então a menor

mão ‘low’ possível é a sequência conhecida como "wheel": 5, 4, 3, 2, A.

O Five Card Draw é um jogo com o qual muitas pessoas cresceram jogando na mesa da cozinha. Neste jogo, o objetivo é formar a melhor mão de cinco cartas após uma troca, como o Hold'em, é um jogo que é fácil para aprender, mas difícil de dominar.

O HORSE, na verdade, é um acrônimo descrevendo a combinação de cinco jogos de poker:

a) Hold'em b) Omaha Hi/Lo

c) Razz (Seven card stud low) d) Stud (Seven card stud high)

e) Eight-or-better (Seven card stud high-low)

O Badugi foi originado na Ásia e é uma variante do draw poker. Ele compartilha muitas semelhanças como o Lowball, já que é a menor mão que vence. No entanto, ele se difere significativamente das variantes mais populares de poker, já que o sistema de classificação de mãos é diferente. As mãos mais fortes são aquelas que não têm pares e tenha quatro cartas baixas, uma de cada naipe.

2.3 Texas Hold’em

(14)

entre 4,5 e 5 milhões de jogadores no Brasil, um crescimento entre 15 e 25 por cento em relação a 2012.

No Brasil, o mercado é tão forte que, segundo Caballero (2015), o Brazilian Series of Poker (BSOP) − que é o circuito brasileiro de pôquer, que tem como modalidade principal o Texas Hold’em − vai distribuir 44 milhões de reais em premiações ao longo de sete etapas; premiação bem superior aos 30 milhões distribuídos pelo campeonato brasileiro de futebol, em 2014.

Segundo a CBTH (2017), o Texas Hold’em é um jogo high, ou seja, o jogador que

fizer a mão mais alta, utilizando suas duas cartas combinadas com as cinco cartas comunitárias ou conseguindo fazer os outros jogadores desistirem, é o vencedor da rodada e leva todo o valor nela apostado. Em caso de empate, o valor é dividido entre os jogadores.

Ainda de acordo com a CBTH (2017), Hold’em é uma modalidade de pôquer jogada

com o baralho francês de 52 cartas e, no máximo, 9 jogadores. Cada um deles recebe duas cartas e as ações são divididas em quatro rodadas de apostas: pré-flop, flop, turn e river. O

pré-flop se inicia logo após a distribuição das cartas: cada jogador faz uma aposta antes de

serem abertas as cartas comunitárias, cada jogador tem o direito de pagar ou descartar sua mão. Flop é como são chamadas as três cartas comunitárias que são reveladas na mesa; após a

abertura do flop, dá-se início a mais uma rodada de apostas. Após o flop, é revelada mais uma

carta chamada de turn e, em seguida, mais uma rodada de apostas; por fim, a última carta

comunitária, chamada river, é revelada, dando início à última rodada de apostas e, se

necessário, ao showdown, que é a revelação das cartas dos oponentes que restaram até o

último nível de apostas.

Figura 3 - Flop, turn e river.

Fonte:http://www.pokerharder.com/br/aprender-poker/regras-do-poker/river/

(15)

ajudaram a tornar o pôquer reconhecido como esporte da mente no Brasil, dando credibilidade ao jogo e tirando a fama de jogo de azar, que sempre foi associada ao pôquer.

2.4 Pôquer x Jogos de azar

Os jogos de azar estão presentes na história do Brasil desde a época colonial até os dias de hoje. Segundo Oliveira, Silveira e Silva (2008), a primeira loteria do Brasil foi instituída em 1809 por D. João IV e teve papel importante em momentos históricos, como em 1871, na emancipação dos escravos através da Lei do Ventre Livre, uma vez que foram estabelecidos 10% dos fundos lotéricos para custear a emancipação. Durante muito tempo, o Brasil teve os jogos de azar como diversão e fonte de renda para o Estado e os cassinos.

A proibição dos jogos de azar foi instituída no governo militar, por meio de um decreto-lei do então presidente do Brasil, Eurico Gaspar Dutra, em 30 de abril de 1946. A pena pode variar de três meses a um ano de prisão, sendo aumentada em caso de reincidência. Segundo o Decreto-lei 3.698/41, Lei das Contravenções Penais, no artigo 50, parágrafo 3º, consideram-se jogos de azar: ''a) o jogo dependente de sorte; b) apostas em qualquer outra competição. 2) Constitui justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador a prática de jogo de azar.''

Segundo o Guia de gestão de rede de parceiros da Caixa (2005), apesar da legislação brasileira proibir os jogos de azar, foi dado o direito à União, através da Caixa Econômica Federal, de realizar sorteios e loterias, conforme o Decreto-Lei nº 6.259, de 10.02.44, que oficializa a execução dos serviços de loterias e regula a modalidade de Loteria Federal: Decreto-Lei 204, de 27.02.67

Conforme Oliveira, Silveira e Silva (2008), jogos de azar são definidos como práticas de apostas ou qualquer tipo de jogo cujo resultado seja determinado pela aleatoriedade e pelo acaso, podendo levar o jogador ao vício e ao estado patológico. Ainda segundo as autoras, um quarto desses jogadores doentes já cometeram ato ilícito relacionado ao jogo, 78% contraíram dívidas, 47% já haviam tido ideias suicidas e 14% já haviam tentado o suicídio.

Diante de um cenário ilegal e mal visto de jogos no Brasil, criou-se a necessidade de diferenciar o pôquer dos jogos de azar, provando que o jogo é de habilidade mental e que o fator sorte não é preponderante a longo prazo.

(16)

tornando a sorte e a aleatoriedade fatores pontuais e perceptíveis apenas a curto prazo, como em qualquer outro esporte; portanto, é essencial entendermos quais fatores motivaram os jogadores a escolherem o pôquer como seu esporte − seja como um hobby seja de forma mais

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3 MOTIVAÇÃO

3.1 Conceito

A palavra motivação vem latim motivus e está relacionada a movimento, ao que faz se

mover. Ela está diretamente ligada ao grau de comprometimento e desempenho que cada indivíduo exerce em sua vida profissional e pessoal.

Segundo Barbosa (2005), a motivação provoca um novo ânimo, ajuda não só a atingir objetivos como também a criar novos desafios, portanto motivação são os fatores que determinam o comportamento de um indivíduo.

A motivação, conforme Tadeucci (2009), pode ser dividida em extrínseca e intrínseca; as duas derivam da interação entre o indivíduo e o ambiente, sendo a primeira algo pontual, que varia de ambiente para ambiente, e sendo a segunda algo que o indivíduo leva consigo.

De acordo com Tadeucci (2009, p. 13), a motivação intrínseca pode ser divida em três categorias:

a) Os motivos emocionais: estão relacionados às necessidades de afeto, estima, equilíbrio psicológico, raiva, medo, ansiedade, entre outros. As emoções, portanto, podem ser positivas ou negativas, podem também ser internalizadas ou não; por exemplo, eu sinto raiva de algum colega, mas não demonstro essa raiva porque sei que não será adequado;

b) Os motivos cognitivos: são baseados no conhecimento, nas opiniões ou crenças de uma pessoa. Sou motivado, por exemplo, a votar em um determinado candidato nas eleições de minha cidade por questões baseadas em minha crença e/ou conhecimento sobre ele;

c) Os motivos biológicos: características físicas que levam as pessoas a terem motivos diferentes das outras.

A motivação continua sendo um tema bastante estudado nos dias de hoje. Foram criadas diversas teorias que buscam explicar e aperfeiçoar o desempenho no campo educacional, clínico, espiritual e organizacional.

(18)

3.2 Fatores Higiênicos e Motivacionais

A teoria dos fatores higiênicos e motivacionais foi criada pelo psicólogo e professor universitário americano Frederick Hezberg e está diretamente ligada à necessidade de realização pessoal e reconhecimento, deixando a parte material como salários e benefícios apenas como fatores de não insatisfação. Segundo Bueno (2002), a motivação vem apenas com a satisfação de necessidades complexas, ligadas à estima e à auto-realização, sendo necessário distinguir entre fatores que realmente motivam e fatores que apenas previnem a insatisfação.

Com base nos estudos de Bueno (2002) e Cruz (1986), podemos montar a tabela abaixo, fazendo a analogia entre os fatores higiênicos e motivacionais e a prática do pôquer.

Figura 4 - Teoria dos fatores no pôquer.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Os fatores higiênicos são responsáveis por manter o bem-estar, manter baixo o nível de insatisfação; contudo, de uma maneira geral, são superficiais, por isso foram classificados como fatores extrínsecos.

Os fatores higiênicos, conforme Cruz (1986), têm efetividade limitada e capacidade pequena de influenciar positivamente o comportamento do indivíduo. A expressão “fatores

higiênicos” foi escolhida para deixar claro que o objetivo é uma ação preventiva; quando esses fatores são ótimos, evitam a insatisfação, mas não conseguem gerar satisfação e motivação. Em contrapartida, se precários, geram insatisfação.

FATORES HIGIÊNICOS FATORES MOTIVACIONAIS

JOGAR PÔQUER TRABALHAR DE CASA

HORÁRIO FLEXÍVEL PRÊMIOS EM DÓLAR

AUTONOMIA

REALIZAÇÃO LIBERDADE RECONHECIMENTO VIVER O PÔQUER EM SI

PROGRESSO

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Para Bergamini (2002), os fatores motivacionais é que são realmente efetivos em gerar mudanças no indivíduo. É necessário ir além do superficial e oferecer satisfação interior, atingir prioridades internas e reconhecimento; dessa forma, foram classificados como fatores intrínsecos.

Diante da afirmação do autor, é possível estabelecer a relação direta da teoria dos fatores higiênicos e motivacionais com o atual momento da sociedade, quando o indivíduo busca − através do empreendedorismo ou de novos trabalhos que até então não eram considerados profissões − a satisfação, o reconhecimento e a realização pessoal, deixando de lado carreiras tradicionais e conservadoras.

3.3 Teoria da hierarquia de necessidades

A teoria da hierarquia de necessidades foi elaborada pelo psicólogo americano Abraham Harold Maslow (1908-1970), na década de quarenta. Ferreira, Demutti e Gimenez (2010) definem que a necessidade é a chave para a motivação.

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Figura 5 - Pirâmide de Maslow.

Fonte:http://www.mood.com.br/piramide-de-maslow/

Segundo Guimarães (2001), as necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. As necessidades de segurança constituem a busca de proteção contra ameaça ou privação, a fuga e o perigo. As necessidades sociais incluem a necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. As necessidades de estima envolvem a autoapreciação, a autoconfiança, a aprovação social, o respeito, o

status, o prestígio e a consideração, além de desejo de força e de adequação, de confiança

perante o mundo, independência e autonomia. As necessidades de autorrealização são as mais elevadas, de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de autodesenvolver-se continuamente.

Para Guimarães (2001), as necessidades partem de fatores higiênicos na base da pirâmide e, à medida que o nível vai subindo, os fatores vão se tornando motivacionais, porém a autora ressalta que não é possível suprir todas as necessidades e que a teoria das necessidades não é a única forma de explicar o comportamento humano.

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Segundo Seberna (2013), o pôquer é hoje um dos esportes da mente que mais crescem no Brasil, sua prática está ligada a três grandes motivos: lazer, renda e vício. O lazer é a motivação mais comum no Brasil: indivíduos que usam o jogo para se divertir ou até mesmo para se confraternizarem com os amigos, já que o pôquer não pode ser jogado sozinho. A renda é a motivação que exige maior aplicação e profissionalismo do jogador; é uma nova profissão que tem crescido mais a cada dia e que tem como objetivo o sustento por meio do jogo; para isso, o jogador precisa ter lucro a longo prazo e um rígido controle financeiro. O vício também é um dos motivos que levam o indivíduo a jogar o pôquer, já que, de certa maneira, a curto prazo, o fator aleatoriedade também está presente no pôquer.

3.4.1 Lazer

Segundo Serbena (2013), os jogos estão presentes desde a infância até a fase adulta, sendo divididos em jogos de azar, de estratégia e de habilidade. O pôquer apresenta um pouco de cada uma destas características, incorporando a aleatoriedade das cartas, o fator psicológico dos jogadores e também sendo reconhecido como esporte da mente por instituições como o Comitê Olímpico Internacional - COI.

Para Mangabeira (2015), jogar pôquer por lazer é estar presente no universo das cartas, do divertimento e da distração, sem necessariamente ter o dinheiro como objetivo principal, todavia o jogador recreativo também pode ser um jogador lucrativo e vencedor, principalmente se a distração for utilizada para aprendizagem e desenvolvimento no jogo. Conforme Serbena (2013), mesmo o pôquer sendo praticado motivado pelo lazer, 57,7% das pessoas modificam as características.

3.4.2 Renda

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Segundo Evangelista (2016), ser um jogador profissional de pôquer é tirar toda sua renda do jogo, é estar disposto a jogar de 5 a 6 dias por semana, muitas vezes por mais de 12 horas, e não necessariamente lucrar; ser profissional é entender o longo prazo do jogo e não se deixar abalar por oscilações e períodos de perda. Além disso, ter o pôquer como renda exige estudo, dedicação e domínio da parte matemática do jogo. É fundamental ainda ter um excelente controle de caixa.

Figura 6 - gráfico de um jogador profissional de pôquer.

Fonte: https://pt.sharkscope.com/

3.4.3 Vício

De acordo com Serbena (2013), o vício está presente no pôquer numa proporção bem menor que sua fama. Essa má fama está associada principalmente aos locais onde o pôquer é praticado, pois, na maioria das vezes, acontece em cassinos e acaba por receber o mesmo julgamento de jogos como roleta, black jack e até mesmo como o pôquer caribenho, sendo

esses os principais responsáveis pelo número de viciados em jogos de azar.

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4 PERFIL DOS JOGADORES DE PÔQUER

O crescimento do pôquer no Brasil tornou a identificação do perfil dos jogadores algo fundamental, tanto para entendermos melhor quem são os jogadores e seus comportamentos, quanto para empresas e clubes de pôquer investirem. Conforme Palis (2008), traçar o perfil dos jogadores com base em sexo, nível de escolaridade, idade, profissão e renda familiar é vital para atender suas necessidades e até criar vias de aproximação com eles.

Para Benjamim (2012), a identificação do perfil dos jogadores de pôquer é muito importante também para quem joga; através dela, é possível prever o nível de agressividade do adversário, estimar o percentual de vezes que o jogador vai entrar no pote − nível de passividade do adversário. Jogadores de faixas etárias mais jovens (entre 25 e 35), por exemplo, têm maior probabilidade de serem agressivos; enquanto jogadores de faixas etárias mais altas (entre 45 e 65) são mais passivos. Em relação à renda e ao valor de inscrição dos torneios, acontece a mesma coisa: quanto maior a renda em relação à inscrição, mais agressivo é o jogador.

Com base na pesquisa de Silva (2016), que visa a entender os principais fatores motivacionais para a prática do pôquer, e no plano de negócio de Palis (2008), para a implantação de uma associação recreativa de pôquer na cidade Florianópolis, para identificarmos o perfil de um jogador de pôquer é fundamental conhecermos idade, sexo, escolaridade, local de residência, renda e atividade profissional.

4.2 Segmentação

Segundo Kotler (2000), a segmentação é uma ferramenta muito utilizada para o estudo do consumidor de determinado produto ou serviço. Ela fica na interseção entre o marketing de massa e o marketing individual, partindo do princípio de que os indivíduos de um mesmo segmento têm preferências e necessidades parecidas, no entanto, sempre haverá diferença entre os indivíduos. Afirma Kotler (2000, p.284):

O pesquisador conduz entrevistas e grupos de foco para ter uma perspectiva das motivações, das atitudes e comportamentos dos consumidores. Depois, prepara um questionário e coleta dados sobre atributos e suas classificações de importância; percepção de marca; padrão de marca; padrão de utilização de produtos; atitudes em torno da categoria de produtos, e características demográficas, geográficas, psicográficas e de preferência de mídia dos pesquisados.

(25)

produto ou serviço comercializado e das exigências do mercado. Existem, portanto, inúmeras maneiras de segmentar um mercado, sendo as seguintes as mais utilizadas: geográfica, demográfica, socioeconômica, padrões de consumo, benefícios procurados, estilos de vida e personalidade.

As segmentações utilizadas para a identificação do perfil do jogador de pôquer nesse trabalho serão a geográfica, a demográfica e a socioeconômica.

4.3 Segmentação Geográfica

Segundo Ferreira (2000), a segmentação geográfica avalia os critérios de concentração geográfica, extensão do mercado potencial, transporte e acesso, polarização, bairros e ruas, tráfego e centro de compras. A segmentação geográfica divide o mercado em regiões geográficas, que podem ser países, regiões, estados, cidades ou até bairros, levando em consideração as diferenças culturais e regionais de cada área; normalmente são utilizadas com outras modalidades de segmentação. Neste trabalho, foi utilizado o local de residência, ou seja, o endereço do indivíduo como modalidade da segmentação geográfica.

4.3.1 Local de residência

O estudo de Palis (2008) nos ajuda a concluir que o local de residência está muito associado à renda. É importante constatar se o pôquer está difundido em todas as regiões e bairros da cidade. Uma vez que existem diversos perfis de jogadores, é necessário identificar em quais locais da cidade cada perfil de jogador está mais presente.

(26)

Figura 7 - local de residência.

Fonte:https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/131290/Adm291352.pdf?sequence=1&isAllowed=y

4.4 Segmentação demográfica

Segundo Ferreira (2000), na segmentação demográfica, podem ser levados em consideração os critérios de idade, sexo, família e o ciclo de vida. A segmentação demográfica é a base mais comum para análise de consumo ou para a identificação de perfil do consumidor, principalmente por ser a mais fácil de ser avaliada. O autor ainda reforça que a maioria das empresas que trabalha com segmentação de mercado combina duas ou mais variáveis demográficas, como sexo e idade.

4.4.1 Idade

Segundo Palis (2008), a idade é algo fundamental no estudo do perfil do jogador de pôquer, pois a idade nos permite projetar outras variáveis como renda, escolaridade e estado civil; além disso, a idade está ligada diretamente aos fatores motivacionais que levam ao pôquer e à forma como ele é praticado (on-line e ao vivo, só on-line ou só ao vivo).

(27)

Figura 8 – Idade.

Fonte:https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/131290/Adm291352.pdf?sequence=1&isAllowed=y

O estudo da idade dos jogadores de pôquer também é importante para identificar o avanço do jogo nas faixas etárias mais altas, pois, conforme o estudo de Silva (2016), somente 3,9% dos jogadores têm menos de 18 anos e 39,5% dos jogadores têm idade entre 18 e 25 anos, totalizando 43,4% por cento dos jogadores com idade até 25 anos, bem diferente do resultado apresentado por Palis em 2008.

4.4.2 Sexo

O estudo do sexo dos jogadores de pôquer vem com a finalidade de constatar se houve a quebra de um tabu já identificado no estudo de Palis (2008): que o pôquer é um esporte predominantemente masculino. Segundo Palis (2008), só 14% dos jogadores de pôquer são do sexo feminino.

Conforme Campos (2016), as mulheres representam menos de 5% da população ativa que joga pôquer. Essa ausência feminina se dá pelo fato de a maioria das mulheres não se darem a oportunidade de conhecer o jogo, de ver o quão simples e divertido de ser praticado ele é.

(28)

4.5 Segmentação socioeconômica

Para Ferreira (2000), a segmentação socioeconômica ou psicográfica (como também é conhecida) gera resultados descritivos muito mais ricos e exploráveis de um mercado-alvo potencial, em relação à demográfica e à geográfica.

Segundo Ferreira (2000), a segmentação socioeconômica é composta pelos critérios de renda, instrução ou escolaridade, ocupação, status, migração e mobilidade social; segmenta o mercado, portanto, pelos perfis de estilo de vida dos indivíduos e, consequentemente, gera resultados muito mais precisos e exploráveis.

4.5.1 Escolaridade

De acordo com a pesquisa de Palis (2008), a constatação do nível de escolaridade dos jogadores de pôquer é fundamental para se traçar o perfil do jogador, principalmente quando o grau de escolaridade é cruzado com idade e renda. A partir disso, podemos chegar mais perto de constatar os verdadeiros fatores que motivam o jogador a praticar o pôquer.

Segundo Palis (2008), 30% dos jogadores possuem o curso superior completo, 64% possuem o superior incompleto e apenas 6% possuem segundo grau completo ou incompleto, o que mostra que o jogo tende a ser praticado por jogadores que tem certo nível de conhecimento acadêmico.

Figura 9 – Escolaridade.

(29)

4.5.2 Renda

Segundo Pereira (2000), a renda deve ser um segmento avaliado com atenção, pois o potencial do indivíduo tem que ser medido pela procura pelo consumo; não se pode concluir que tal produto ou serviço seja consumido pela classe A, B ou C só pela renda, o que fica claro no estudo de Palis (2008).

De acordo com esse mesmo estudo, a renda familiar está diretamente ligada à prática do pôquer. Tendo em vista que 47% dos pesquisados apresentam renda familiar de, no máximo, R$ 4.000,00 (quatro mil reais) mensais, outra constatação importante é que 31,86% dos entrevistados têm renda superior a R$ 6.000,00 (seis mil reais) mensais, comprovando que a participação no jogo é bastante heterogênea, sendo praticado por indivíduos de renda alta e baixa.

Figura 10 – Renda.

(30)

5 METODOLOGIA

Com o objetivo de identificar os principais fatores motivacionais que levam a prática do pôquer, essa pesquisa será classificada com base em dois aspectos; quanto aos fins e quanto aos meios.

Quanto aos fins, a pesquisa será descritiva, pois vai expor as características de uma determinada população, estabelecendo correlações entre variáveis.

Quanto aos meios, para a elaboração das seções que tratam do desenvolvimento teórico do trabalho foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, baseada em livros, revistas periódicas, artigos científicos e sites.

Para a geração de resultados foram utilizados duas formas de pesquisa, a quantitativa e a qualitativa.

A primeira abordagem tem caráter quantitativo e foi realizada através de um questionário com 19 perguntas, aplicados através de fóruns e comunidades de pôquer na internet, o questionário elaborado foi baseado no estudo de Silva (2016) “Os principais fatores

motivacionais para a prática do pôquer” que como o próprio nome já diz trata dos principais

fatores motivacionais que levam a prática do pôquer e no estudo de Palis (2008) “ Plano de negócios para identificar a viabilidade de implantação de uma associação recreativa de poker

na cidade de Florianópolis”. O questionário é dividido em 5 perguntas que abordam assuntos relacionados ao perfil do jogador de pôquer e em 13 perguntas que abordam os fatores motivacionais para a prática do pôquer, além disso o tamanho da amostra foi de 100 jogadores.

A segunda abordagem tem caráter qualitativo e foi realizada através de entrevista, as perguntas também foram baseadas nos estudos de Silva (2016) e Palis (2008) e a entrevista foi feita presencialmente, o tamanho da amostra foi de 3 jogadores e tem como objetivo amparar, dar suporte e confirmar ou não os dados encontrados na pesquisa quantitativa.

(31)

6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Como citado na introdução, o primeiro instrumento utilizado para a coleta de dados foi o questionário, pois precisávamos de uma amostra considerável que nos fornecesse informações sobre o perfil e sobre fatores motivacionais de uma forma mais ampla. O questionário, conforme explicito na metodologia, é a representação de uma abordagem quantitativa, ele foi aplicado a 100 indivíduos, todos jogadores de pôquer. O questionário foi elaborado a partir de pesquisas anteriores, como a de Palis (2008), que buscava identificar o perfil de um jogador de pôquer, e a de Silva (2016), que buscava identificar os principais fatores motivacionais para a prática do pôquer.

A partir do questionário, obtivemos algumas informações sobre os participantes da pesquisa, como nome, idade, local de residência, tempo que joga pôquer, importância do pôquer nas suas vidas, entre outras informações. Para obter essas informações, dividimos o questionário em: identificação dos sujeitos da pesquisa; perguntas sobre segmentação geográfica, demográfica e psicográfica; perguntas sobre motivação, relacionadas à autoafirmação ou reconhecimento, socialização, lazer, renda e vício, conforme citado na parte teórica.

Tal questionário está dividido em perguntas de identificação do sujeito, 15 perguntas de múltipla escolha, sendo 9 delas com utilização da escala de Likert, e as 6 restantes de múltipla escolha. A aplicação do questionário teve início no dia 25 de outubro e atingiu os 100 entrevistados no dia 30 de outubro. O meio de aplicação foi através da internet, em fóruns da comunidade de pôquer e grupos de pôquer nas redes sociais.

6.1 Apresentação e discussão dos resultados ligados ao perfil do jogador

Apresentaremos os resultados ligados ao perfil do jogador de pôquer, sendo este um dos objetivos do trabalho. Para a elaboração do questionário, foi usada a técnica de segmentação de mercado e, dentro de cada área de segmentação, pelo menos um critério foi utilizado na elaboração do questionário. Usou-se ainda o estudo de Palis (2008), que busca traçar o perfil do jogador de pôquer para atingir seu público alvo.

(32)

representam a parte psicográfica e a pergunta sobre cidade de residência representa a parte geográfica.

6.1.1 Idade

Os dados a respeito da idade dos jogadores de pôquer foram divididos em cinco faixas etárias: a primeira vai de 18 até 23 anos; a segunda, de 24 até 29 anos; a terceira, de 30 até 35 anos; a quarta, de 36 até 41 anos e a última, acima de 41 anos.

Analisando os dados referentes à idade, chegamos a uma média aritmética de 27,44 anos de idade, com um desvio padrão de 7,53 anos. Podemos concluir, pois, que a maior parte do público que pratica pôquer é jovem. Podemos sugerir que essa média de idade de 27,44 anos pode estar ligada diretamente ao meio em que a pesquisa foi realizada, já que a pesquisa foi disseminada em fóruns e comunidades de pôquer na internet, um local predominado por jovens.

Figura 11 - Gráfico em barras sobre a idade dos pesquisados.

Fonte: Elaborado pelo autor.

6.1.2 Renda familiar

(33)

renda entre R$1.000,00 e R$3.000,00 por mês; a terceira, com renda entre R$3.000,00 e R$5.000,00 por mês; a quarta, com renda entre R$5.000,00 e R$7.000,00 por mês e a quinta, com renda superior a R$7.000,00 por mês.

Figura 12 - Gráfico sobre a renda dos pesquisados.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando os dados referentes à renda e utilizando o método de média aritmética de intervalos, chegamos à renda média de R$3.841,58, com desvio padrão de R$2.442,26. Podemos concluir, portanto, que, segundo a Associação Brasileira de Empresas e Pesquisas (ABEP), do ponto de vista da renda, a maior parte dos jogadores de pôquer se enquadraria entre a classe média baixa e classe média média. Então, com base nas informações das pesquisas quantitativa e qualitativa, realizadas através de entrevista com outros jogadores, podemos sugerir que a maioria dos jogadores de pôquer tem renda entre R$1.000,00 e R$5.000,00, porque são, em sua grande maioria, jovens em formação que buscam, através do pôquer, uma forma de ganhar uma renda extra ou a chance de mudar de vida, vencendo um grande prêmio.

6.1.3 Escolaridade

(34)

quarta faixa é para os indivíduos que possuem o nível superior incompleto e a última faixa é para os entrevistados que possuem o nível superior completo.

Figura 13 – Escolaridade.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando os dados sobre escolaridade e baseando-nos na pesquisa qualitativa através da entrevista com os jogadores, podemos sugerir que um dos fatores para que 74% dos jogadores tenham nível superior completo ou superior incompleto é que o jogo está muito ligado aos jovens que, em sua grande maioria, já se formaram ou estão em processo acadêmico de formação.

6.1.4 Região

A pesquisa sobre a segmentação geográfica foi realizada através da pergunta sobre a cidade de residência. A partir da resposta dos entrevistados, as cidades foram agrupadas nas cinco grandes regiões geográficas brasileiras (Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul) e na categoria Exterior.

3% 5%

18%

46% 28%

Escolaridade

fundamental

médio incompleto

médio completo

superior incompleto

(35)

Figura 14– Região

Fonte: Elaborado pelo autor

Os resultados gerados através da pesquisa geográfica com o critério de cidade e região acabaram não sendo tão efetivos para a geração de hipóteses, uma vez que houve grande diversidade de cidades.

6.1.5 Sexo

A pesquisa sobre segmentação demográfica, utilizando o critério de sexo, foi realizada, mesmo que alguns autores, como Silva (2016), por exemplo, não a utilizem. Dos 100 entrevistados, 88% responderam que são do sexo masculino e 12% responderam que são do sexo feminino.

Figura 15– Sexo

Fonte: Elaborado pelo autor. 3%

29%

4% 21% 42%

1%

REGIÃO

NORTE

NORDESTE

CENTRO-OESTE

SUL

SUDESTE

EXTERIOR

88% 12%

SEXO

(36)

Analisando os dados sobre o gênero sexual com base na pesquisa qualitativa através da entrevista com os jogadores e também através de entrevistas do blog feminino Queens of Poker, podemos sugerir que essa predominância do sexo masculino se dá devido à falta de abertura para o conhecimento do jogo pelo sexo feminino, à cultura machista criada pela sociedade e ao comportamento feminino, de maior aversão ao risco.

6.2 Apresentação e discussão dos resultados ligados aos fatores motivacionais do jogador

Apresentaremos os resultados ligados aos fatores motivacionais que levam o indivíduo à prática do pôquer, um dos objetivos deste trabalho. Para a elaboração do questionário, foram utilizadas perguntas sobre a teoria dos fatores higiênicos x motivacionais de Herzberg, sobre a teoria das necessidades de Maslow, sobre lazer, renda e vício; bem como o estudo de Silva (2016), que trata exatamente dos principais fatores motivacionais para a prática do pôquer.

O questionário sobre fatores motivacionais é composto por 9 perguntas. Foi utilizado o método de Likert em todas as perguntas, que estão divididas em assuntos sobre autoafirmação/reconhecimento, relações sociais, desenvolvimento de habilidades, lazer, renda e vício.

6.2.1 Reconhecimento ou autoafirmação

Sobre reconhecimento ou autoafirmação, os entrevistados responderam ao questionário dividido em cinco opções de múltipla escolha: concordo totalmente, concordo parcialmente, nem concordo nem discordo, discordo parcialmente, discordo totalmente. Dos 100 entrevistados, 14% concordam totalmente que jogam por reconhecimento ou autoafirmação, 33% concordam em partes, 17% nem concordam nem discordam, 17% discordam parcialmente e 19% discordam totalmente.

Figura 16– Reconhecimento ou afirmação.

14%

33%

17% 17%

19%

RECONHECIMENTO OU AUTOAFIRMAÇÃO

CONCORDO TOTALMENTE

CONCORDO PARCIALMENTE

NEM CONCORDO NEM DISCORDO

DISCORDO PARCIALMENTE

(37)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando os dados sobre a prática do pôquer por reconhecimento ou autoafirmação e baseando-nos na pesquisa qualitativa através da entrevista com jogadores, podemos sugerir que um dos fatores para que 47% dos jogadores concordem totalmente ou parcialmente é que os jogadores estão buscando no pôquer a realização pessoal, muitas vezes não conquistada com uma carreira tradicional e burocrática, ou um emprego estável.

6.2.2 Desenvolvimento de habilidades mentais

Sobre o desenvolvimento de habilidades mentais, os entrevistados responderam ao questionário dividido em cinco opções de múltipla escolha: concordo totalmente, concordo parcialmente, nem concordo nem discordo, discordo parcialmente, discordo totalmente.

Figura 17– Desenvolver habilidade mentais.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando os dados sobre jogadores que jogam por desenvolver habilidades mentais e baseando-nos na pesquisa qualitativa por meio da entrevista com jogadores, podemos sugerir que um dos fatores para que 85% dos jogadores concordem totalmente ou parcialmente é que o pôquer é visto como ferramenta de desenvolvimento pessoal, permitindo ao jogador desenvolver habilidades de negociação, percepção e lógica.

6.2.3 Jogo pôquer para estar com os amigos 45%

40% 11% 4%

DESENVOLVER HABILIDADES MENTAIS

CONCORDO TOTALMENTE

CONCORDO PARCIALMENTE

NÃO CONCORDO NEM DISCORDO

(38)

Sobre jogar pôquer para estar com os amigos, os entrevistados responderam ao questionário dividido em cinco opções de múltipla escolha: concordo totalmente, concordo parcialmente, nem concordo nem discordo, discordo parcialmente, discordo totalmente.

Figura 18– Jogo Pôquer para estar com os amigos.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando os dados sobre jogadores que usam o pôquer para estar com os amigos e baseando-nos na pesquisa qualitativa por meio da entrevista com jogadores, podemos sugerir que um dos fatores para que 60% dos entrevistados concordem totalmente ou parcialmente é que boa parte dos jogadores foram apresentados ao pôquer através de amigos e acabaram criando uma rotina de encontros para jogar, conhecidos como Home Games; além disso, as

mesas de pôquer são um ambiente propício para a formação de novas amizades.

6.2.4 Jogo pôquer para me divertir

Sobre jogar pôquer para se divertir, os entrevistados responderam ao questionário dividido em cinco opções de múltipla escolha: concordo totalmente, concordo parcialmente, nem concordo nem discordo, discordo parcialmente, discordo totalmente.

25%

35% 23%

10% 7%

JOGO PÔQUER PARA ESTAR COM OS AMIGOS

CONCORDO TOTALMENTE

CONCORDO PARCIALMENTE

NÃO CONCORDO NEM DISCORDO

DISCORDO PARCIALMENTE

(39)

Figura 19– Jogo Pôquer para me divertir.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando os dados sobre entrevistados que jogam o pôquer para se divertir e baseando-nos na pesquisa qualitativa através da entrevista com jogadores, podemos sugerir que um dos fatores para que 84% dos jogadores concordem totalmente ou parcialmente é que o jogo, apesar de possuir uma matemática e uma lógica, possui também o fator aleatoriedade, que o torna divertido e atrativo.

6.2.5 Jogo pôquer para ocupar o tempo livre

Sobre jogar pôquer para ocupar o tempo livre, os entrevistados responderam ao questionário dividido em cinco opções de múltipla escolha: concordo totalmente, concordo parcialmente, nem concordo nem discordo, discordo parcialmente, discordo totalmente.

Figura 20 -Jogo Pôquer para ocupar o tempo livre.

Fonte: Elaborado pelo autor. 42%

42% 7%

7%

2%

JOGO PÔQUER PARA ME DIVERTIR

CONCORDO TOTALMENTE

CONCORDO PARCIALMENTE

NÃO CONCORDO NEM DISCORDO

DISCORDO PARCIALMENTE

DISCORDO TOTALMENTE

15%

34% 19%

11% 21%

JOGO PÔQUER PARA OCUPAR O TEMPO LIVRE

CONCORDAM TOTALMENTE

CONCORDAM PARCIALMENTE

NÃO CONCORDAM NEM DISCORDAM

DISCORDAM PARCIALMENTE

(40)

Analisando os dados sobre entrevistados que jogam para ocupar o tempo livre e baseando-nos na pesquisa qualitativa através da entrevista com jogadores, podemos sugerir que um dos fatores para que 49% dos jogadores concordem totalmente ou parcialmente é que, apesar de estar em fase de profissionalização no Brasil, o pôquer ainda é visto pela maioria como um lazer ou um hobby.

6.2.6 Jogo pôquer para ganhar dinheiro

Sobre jogar pôquer para ganhar dinheiro, os entrevistados responderam ao questionário dividido em cinco opções de múltipla escolha: concordo totalmente, concordo parcialmente, nem concordo nem discordo, discordo parcialmente, discordo totalmente.

Figura 21 -Jogo Pôquer para ganhar dinheiro.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando os dados sobre entrevistados que jogam pôquer para ganhar dinheiro e baseando-nos na pesquisa qualitativa através da entrevista com jogadores, podemos sugerir que um dos fatores para que só 5% dos jogadores discordem totalmente ou parcialmente é que, mesmo sendo visto como lazer ou hobby para a maioria dos jogadores, o pôquer traz a possibilidade de se ganhar grandes prêmios; isso acaba influenciando o jogador a querer jogar para ganhar dinheiro.

6.2.7 Pôquer é muito importante na minha vida

Sobre pôquer ser muito importante na vida dos entrevistados, eles responderam ao questionário dividido em cinco opções de múltipla escolha: concordo totalmente, concordo parcialmente, nem concordo nem discordo, discordo parcialmente, discordo totalmente.

37%

39% 19%

2% 3%

JOGO PÔQUER PARA GANHAR DINHEIRO

CONCORDO TOTALMENTE

CONCORDO PARCIALMENTE

NÃO CONCORDO NEM DISCORDO

DISCORDO PARCIALMENTE

(41)

Figura 22– Pôquer é muito importante na minha vida.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando os dados sobre a importância do pôquer na vida dos entrevistados e baseando-nos na pesquisa qualitativa através da entrevista com jogadores, podemos sugerir que um dos fatores para que 64% dos jogadores concordem totalmente ou parcialmente é que o pôquer pode assumir importância na vida dos jogadores de diversas formas: para os jogadores que jogam por lazer ou hobby, o jogo serve como descontração e relaxamento; para os jogadores que jogam por dinheiro, o jogo é importante porque serve como fonte de renda e sustento.

6.2.8 Deixo de fazer algo importante para jogar pôquer

Sobre deixar de fazer algo importante para jogar pôquer, os entrevistados responderam ao questionário dividido em cinco opções de múltipla escolha: concordo totalmente, concordo parcialmente, nem concordo nem discordo, discordo parcialmente, discordo totalmente.

Figura 23– Deixo de fazer algo importante para jogar Pôquer.

Fonte: Elaborado pelo autor. 28%

36% 21%

8% 7%

PÔQUER É MUITO IMPORTANTE NA MINHA VIDA

CONCORDO TOTALMENTE

CONCORDO PARCIALMENTE

NÃO CONCORDO NEM DISCORDO

DISCORDO PARCIALMENTE DISCORDO TOTALMENTE 8% 24% 12% 19% 37%

DEIXO DE FAZER ALGO IMPORTANTE PARA

JOGAR PÔQUER

CONCORDO TOTALMENTE

CONCORDO PARCIALMENTE

NÃO CONCORDO NEM DISCORDO

DISCORDO PARCIALMENTE

(42)

Analisando os dados sobre entrevistados que deixam de fazer algo importante para jogar pôquer e baseando-nos na pesquisa qualitativa através da entrevista com jogadores, podemos sugerir que um dos fatores para que só 37% dos entrevistados discordem totalmente é que o jogo pode gerar um alto nível de envolvimento e necessidade nos jogadores, podendo ser nocivo e causar dependência.

6.2.9 Perco mais do que posso no pôquer

Sobre perder mais do que podem no pôquer, os entrevistados responderam o questionário dividido em cinco opções de múltipla escolha: concordo totalmente, concordo parcialmente, nem concordo nem discordo, discordo parcialmente, discordo totalmente.

Figura 24– Perco mais do que posso no Pôquer.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando os dados sobre entrevistados que perdem mais do que podem no pôquer e baseando-nos na pesquisa qualitativa através da entrevista com jogadores, podemos sugerir que um dos fatores para que só 8% dos jogadores concordem totalmente ou parcialmente é a dificuldade em assumir que não é um jogador lucrativo e que não ganha; outro fator que pode justificar é o nível de escolaridade que, na grande maioria dos jogadores, é superior completo ou incompleto, portanto, os jogadores teoricamente teriam uma maior noção da sua saúde financeira e não perderiam mais do que podem.

3% 5% 12%

22% 58%

PERCO MAIS DO QUE POSSO NO PÔQUER

CONCORDO TOTALMENTE

CONCORDO PARCIALMENTE

NÃO CONCORDO NEM DISCORDO

DISCORDO PARCIALMENTE

(43)

6.3 Comparação dos resultados obtidos com estudos anteriores

Segundo o estudo de Silva (2016) o jogador de pôquer é jovem, tem entre 18 e 35 anos em sua grande maioria, joga pôquer a menos de 3 anos e tem com os fatores que influenciaram a escolha do pôquer como hobby ou profissão em primeiro lugar o gosto pelo jogo e em seguida a influência de amigos e familiares.

Segundo Silva (2016) os principais fatores motivacionais que levam a prática do pôquer em ordem decrescente são: diverti-se, desenvolver habilidades mentais, ganhar dinheiro, tornar-se um jogador profissional, desenvolver habilidades sociais, estar com os amigos, autoafirmação e reconhecimento, fazer novas amizades e ocupar o tempo livre.

(44)

7 CONCLUSÃO

O trabalho foi importante para identificar o perfil do jogador de pôquer e os principais fatores motivacionais que levam à prática do pôquer, ajudando-nos a entender mais sobre um assunto que ainda é muito polemizado e coberto por preconceitos, visto que o pôquer é um jogo ainda sem uma regulamentação e que o Brasil possui um mercado enorme e ativo de jogadores de pôquer.

Em relação aos objetivos específicos − conceituar o pôquer, conceituar a modalidade Texas Hold’em e diferenciar pôquer de jogos de azar − foram atingidos através de pesquisa bibliográfica no desenvolvimento do trabalho. O objetivo específico de identificar o perfil dos jogadores de pôquer foi atingido por meio das pesquisas quantitativa e qualitativa, sendo constatado que a média de idade dos jogadores de pôquer é de 27,44 anos; possuem renda familiar média de R$3.841,58; são predominantemente do sexo masculino (88%); possuem majoritariamente (74%) nível superior completo ou incompleto e estão espalhados por todas as regiões do país (e também no exterior), sendo a região Sudeste a que apresenta o maior número de jogadores, possivelmente devido ao maior número de habitantes.

Em relação ao objetivo principal − definir quais fatores motivam o indivíduo a jogar pôquer − pudemos constatar, através de pesquisa quantitativa e qualitativa, que o jogador de pôquer se motiva por reconhecimento ou autoafirmação; pelo desenvolvimento de habilidades mentais, pela socialização e confraternização com os amigos, pela diversão que o jogo propicia ou pelo dinheiro.

(45)

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APÊNDICE A - ENTREVISTA SOBRE FATORES MOTIVACIONAIS PARA A PRÁTICA DO PÔQUER

ENTREVISTA RODRIGO BARRETO

Guilherme: Bom dia, Rodrigo. Primeiro gostaria de pedir para que você se apresentasse. R: Fala Guilherme, meu nome é Rodrigo Barreto, tenho 24 anos e jogo pôquer a mais ou menos cinco anos, curso engenharia de produção na Unifor.

Guilherme: Legal, você joga pôquer ao vivo, on-line ou os dois?

R: Jogo ao vivo e on-line. Quando tenho tempo, prefiro jogar ao vivo nos clubes de pôquer da

cidade, mas às vezes estou em casa cansado e quero dar uma jogada pra relaxar e acabo indo pro on-line.

Guilherme: Certo, por que você resolveu começar a jogar pôquer?

R: Cara, vejo no pôquer uma oportunidade de me divertir e, de repente, ganhar uma boa grana e ter uma qualidade de vida irada, não preciso receber ordem de ninguém, posso trabalhar da minha casa, da minha cama ou da praia, não preciso ter horário de trabalho fixo.

Guilherme: O que você acha do pôquer em si, como jogo?

R: Cara, acho que o pôquer é um dos jogos mais irados que existem, você tem a possibilidade de jogar na mesma mesa com um campeão mundial e ganhar dele, sem necessariamente ter as mesmas habilidades que ele, diferente de outros esportes como futebol ou tênis; além disso, o jogo é totalmente de habilidade no longo prazo, não há como um jogador bom, que toma decisões boas ser perdedor no longo prazo, mas existe como um jogador ruim ser vencedor a curto prazo, e isso é o que torna o jogo irado.

Guilherme: Quais são os 5 primeiros motivos que vem à sua cabeça, que fazem você jogar pôquer?

R: Cara, jogo primeiro pela grana, depois diria que jogo pra melhorar meu próprio jogo, depois acho que jogo muito também porque eu curto o jogo em si, jogo pra um dia ser campeão mundial ou algo do tipo e jogo pra ter a oportunidade de um dia conhecer outros lugares, viajar pra outros países.

Guilherme: E quais os 5 maiores motivos que você acha que a maioria dos jogadores em geral tem para jogar pôquer?

Imagem

Figura 2 - Exemplo de hierarquia de jogos high.
Figura 3 - Flop, turn e river.
Figura 4 - Teoria dos fatores no pôquer.
Figura 5 - Pirâmide de Maslow.
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