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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

FELIPE ELDO MOREIRA DOS SANTOS

Processo de implantação de um contrato de Opção de Compra como vantagem competitiva em uma Cadeia de Suprimentos Estudo de Caso

FORTALEZA

(2)

FELIPE ELDO MOREIRA DOS SANTOS

Processo de implantação de um contrato de Opção de Compra como vantagem competitiva em uma Cadeia de Suprimentos – Estudo de Caso

Monografia apresentada ao curso de Administração da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto

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FELIPE ELDO MOREIRA DOS SANTOS

Processo de implantação de um contrato de Opção de Compra como vantagem competitiva em uma Cadeia de Suprimentos – Estudo de caso

Esta monografia foi submetida à Coordenação do curso de Administração, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Administração, outorgado pela Universidade Federal do Ceará UFC.

Aprovado em: ___/___/_____

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________ Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto

Orientador

Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________________________________ Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino

Membro da Banca Examinadora Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________________________________ Prof. João Cunha da Silva

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A Deus.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus, por estar presente em todos os momentos durante minha vida.

Aos meus pais, Antonio Eldo e Maria Oneide, por todos os sacrifícios feitos no intuito de proporcionar a minha pessoa, todas as oportunidades que não tiveram em suas vidas. Por todo amor, carinho e dedicação.

À minha namorada, Josiane Oliveira, por toda sua compreensão, cumplicidade e paciência durantes os momentos mais difíceis dos últimos semestres dessa longa caminhada.

Aos meus amigos de longa data, em especial aos que me ajudaram nesse grande desafio, Mariana Mota, Murilo Guimarães, Thomaz Aragão, Inna Medeiros e José Paiva Jr.

(6)

RESUMO

O presente trabalho teve como foco de estudo o processo de implantação de um contrato de Opção de Compra no intuito de melhorar o processo de aquisição de um Sistema de Ensino presente em uma cadeia de suprimento no setor de indústria gráfica. Foi analisada sua eficiência através de um estudo de caso único para o qual inicialmente foi feito uma pesquisa bibliográfica sobre os temas pertinentes, tais como Gestão da Cadeia de Suprimentos, as vantagens e desvantagens das relações com os fornecedores da cadeia, com o foco maior no gerenciamento dos contratos gerados por tais relações. Com embasamento em pesquisas documentais e coleta de informações através de entrevistas realizadas com os colaboradores das empresas envolvidas, foi possível evidenciar que os contratos de Opção de Compra podem ser uma importante ferramenta para garantir, além de direitos e obrigações, melhorias e vantagens competitivas em diversos processos. No entanto, o modelo proposto pode não ser adequado a todos os casos e cabe as organizações identificarem qual modelo de contrato de fornecimento que melhor se encaixa em seus objetivos, para garantir que sua implantação ocorra da forma mais assertiva possível e aumente o valor de sua cadeia de suprimentos.

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ABSTRACT

The present work has focused on the process of implementing a fixed price purchase option agreement with the purpose of improving the purchase process and therefore the whole supply chain of a Learning Method System. Its efficiency was analyzed through a unique case of study where initially a bibliographic research was conducted for key subjects, as Supply Chain Management, and then the advantages and

disadvantages of the several types of suppliers’ relationships, focusing on managing

the agreements held by those partnerships. Information based on documental researches and collected on interviews conducted with employees of the companies involved on the study, it was possible to evidence that the fixed price purchase option agreements may be a powerful tool to ensure not only rights and obligations, but also improvements and competitive advantages in several working processes. However, the proposed model may not be adequate to all cases, so the companies themselves must identify which supply agreement model fits better their targets to ensure that its implementation develops in the most accurate way and increases their supply chain value.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES, TABELAS E QUADROS

Figura 1 – Estágios em cadeia de suprimentos...16

Figura 2 – Estrutura de uma cadeia de suprimentos...17

Figura 3 – Níveis de uma cadeia de suprimentos...18

Figura 4 – Matriz de relacionamento com fornecedores...21

Figura 5 – Nível de cooperação na cadeia de suprimentos...23

Figura 6 – Cadeia de suprimentos da empresa analisada...37

Figura 7 – Detalhamento do fluxo da produção gráfica ...50

Quadro 1 – Elementos para investigação...33

Quadro 2 Calendário do ciclo 2016...38

Quadro 3 Divisão contratual da produção gráfica 2016...41

Quadro 4 Calendário de produção gráfica 2ª série do Ensino Médio 2016 ...42

Quadro 5 Matriz orçamentaria Exemplo...44

Quadro 6 Memoria de cálculo para definição de tiragem do Momento 01...45

Quadro 7 Memoria de cálculo para definição de tiragem do Momento 02...45

Quadro 8 Memoria de cálculo para definição de tiragem do Momento 03...46

Quadro 9 – Memoria de cálculo para definição de tiragem do Momento 04...47

Quadro 10 – Resultado operacional do ciclo 2016...47

Quadro 11 – Composição do processo produtivo de um livro didático...51

Quadro 12 – Calendário de pedidos das escolas conveniadas...52

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.2 Problematização ... 12

1.3 Objetivos ... 13

1.3.1 Objetivo Geral ... 13

1.3.2 Objetivos Específicos ... 13

1.4 Metodologia ... 13

1.5 Estrutura da Monografia ... 14

2 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ... 15

2.1 Cadeia de suprimentos ... 15

2.2 Gestão da cadeia de suprimentos ... 18

3 GERENCIAMENTO DAS RELAÇÕES COM OS FORNECEDORES... 20

3.1 Tipos de relacionamentos. ... 20

3.2 Vantagens de um relacionamento focado em parceria. ... 23

4 CONTRATO NA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ... 25

4.1 Considerações gerais sobre contratos na gestão de suprimentos ... 25

4.2 Princípios Fundamentais do Direito Contratual. ... 26

4.3 Tipos de contratos de compra ... 28

4.4 Contratos de Opção de compra ... 29

4.4.1 Pressupostos e requisitos do contrato ... 30

4.4.2 Características ... 30

4.4.3 Tipos de opção de compra ... 31

5 ASPECTOS METODOLÓGICOS ... 32

5.1 Metodologia ... 32

5.2 Etapas do estudo... 33

6 ESTUDO DE CASO ... 35

6.1 Ambientação da empresa ... 35

6.2 Cadeia de suprimentos ... 36

6.3 Modelo atual de compra ... 37

6.3.1 Etapa de pré-contrato. ... 40

6.3.2 Etapa de Produção contratual ... 42

6.3.3 Resultado operacional 2016 ... 44

(11)

6.4 Modelo Sugerido Contrato de Opção de compra. ... 49

6.5 Estimativa do ciclo 2016 através do modelo sugerido ... 53

7 CONCLUSÃO ... 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 60

ANEXOS ... 62

(12)

1 INTRODUÇÃO

O objetivo desta seção é abordar os aspectos introdutórios desta monografia, abrangendo a motivação e a justificativa do tema, a problemática da pesquisa, o objetivo geral e os objetivos específicos do trabalho, a metodologia de pesquisa utilizada, bem como a forma pela qual o trabalho se estrutura.

1.1 Justificativa

Diante do cenário de crise vivido nos últimos anos, somado ao ambiente de incertezas e de alta competividade, a redução dos custos passou a ser cada vez mais importante para a sobrevivência das organizações, independentemente do setor de atuação ou do tamanho da mesma. Esse contexto tem exigido das instituições uma nova forma de gerenciar seus recursos, o que faz com estas ultrapassem suas fronteiras e se integrem com outras empresas, formando assim uma cadeia de suprimentos.

A pesquisa foi motivada tendo em vista que as decisões tomadas na cadeia de suprimentos possuem um impacto significativo nos gastos das instituições. Gerenciar toda a cadeia permite que as organizações adquiram uma vantagem competitiva frente aos seus concorrentes, aproximando-as de seus fornecedores em busca de melhorias na qualidade dos serviços prestados e no processo de aquisição, seja ele de matéria-prima, componentes, produtos e/ou serviços.

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Os contratos de Opção de Compra são uma maneira de reduzir os riscos gerados pelas incertezas de demanda onde o comprador efetuará o pagamento, de forma antecipada, de parte do preço direto do produto, em troca de um compromisso por parte do fornecedor em reservar um certo nível de sua capacidade produtiva ou uma parcela do estoque de um determinado produto. (SIMCHI-LEVI; KAMINSKY, 2010, p.181)

Diante do exposto, foi realizado um estudo com base no processo de implantação de um contrato de Opção de Compra, junto aos fornecedores gráficos de um Sistema de Ensino, como modelo de aquisição de material didático, motivado pelos altos custos gerados no modelo atual, com o objetivo de tornar as próximas compras mais eficientes.

1.2 Problematização

Os custos relacionados à produção de livros didáticos e demais materiais impressos em altas quantidades é inversamente proporcional às quantidades produzidas. Quanto maior for a quantidade produzida, menor será o custo unitário do produto. Essa relação decorre dos altos custos fixos gerados pelo processo produtivo de impressão industrial, que se diluem conforme a quantidade de produtos impressos, ocorrendo assim uma economia de escala. (SLACK, 2015, p.157)

Logo, o desencontro entre a oferta e a demanda pode gerar dois grandes problemas: um custo adicional bastante significativo na reposição do material didático ou um custo elevado com o descarte da sobra da compra ao final do ciclo de utilização. A partir dessas informações, surge a seguinte questão:

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1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo desse trabalho é avaliar a possibilidade de utilizar um contrato de Opção de Compra como parte do processo de aquisição de material didático da empresa analisada, com intuito de garantir uma compra mais enxuta e diminuir o custo de descarte ao final do ciclo de utilização do produto.

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são: demonstrar as vantagens e desvantagens de um contrato de Opção de Compra; apresentar um modelo de aquisição que diminua o risco da incerteza na previsão de demanda; projetar um novo resultado para a operação do ciclo de 2016 de uma das principais linhas de produtos da empresa (livros da 2ª Série do Ensino Médio) usando o modelo proposto; comparar a operação projetada com a realizada.

1.4 Metodologia

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1.5 Estrutura da Monografia

A presente monografia está estruturada em cinco seções, desconsiderando a presente de caráter introdutório, que objetiva realizar um apanhado geral da temática estudada, e a conclusão, cujo objetivo é expor as considerações a respeito do estudo realizado.

A primeira seção, intitulada Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS), aborda a definição dos conceitos gerais, assim como os seus benefícios. A GCS é ponto inicial determinante, principalmente no que se trata de relacionamento entre as partes responsáveis pela santificação dos clientes.

A segunda seção trata do gerenciamento das relações com os fornecedores, na qual será discorrido a respeito dos tipos de relacionamentos e as vantagens competitivas de cada um deles.

Os contratos na gestão de suprimentos são tratados na terceira seção, na qual são expostas suas tipologias e características, com enfoque no modelo de Opção de Compra.

Na quarta seção, são abordados os aspectos metodológicos utilizados na pesquisa realizada.

Na quinta seção é realizado um estudo de caso, no qual o modelo proposto foi aplicado em uma das principais linhas de produtos da companhia, comparando o resultado proposto e o realizado no ciclo 2016.

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2 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Esta seção aborda conceitos gerais da gestão da cadeia de suprimentos sua abrangência considerando autores das mais diversas áreas, relacionando com a gestão dos relacionamentos com os fornecedores, apontando as suas principais vantagens e limitações.

2.1 Cadeia de suprimentos

O motivo principal para a existência de qualquer cadeia de suprimento é satisfazer as necessidades do cliente, em um processo gerador de lucros. Em marketing, para Kotler (2006, p.23), cadeia de suprimento tem a denominação em inglês supply chain (SC) e representa um sistema de entrega de valor que se estende das matérias-primas aos componentes dos produtos finais, passando pelos canais de distribuição, até atingir o usuário final. Ou seja, a concepção de valor que o cliente tem sobre o produto é a somatória do valor que cada participante da cadeia gera ao produto final.

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Figura 1 – Estágios em cadeia de suprimentos.

Fonte: Chopra e Meindl (2011, p.4)

Portanto, pode-se concluir que a responsabilidade em suprir as necessidades dos clientes não é apenas do fornecedor e do fabricante, mas também do transportador, armazém e varejista e que todos são responsáveis em agregar valor ao produto final seja com um processo eficiente ou com o compartilhamento de informações.

Em relação à estrutura de uma SC, Lambert et al. (1998 apud PIRES et al., 2011) identificam três dimensões:

a) posição da empresa foco: definida pela posição da empresa escolhida para análise da SC. A empresa-foco pode estar posicionada perto do fornecedor inicial, próxima ao cliente final, ou em algum local no meio da cadeia;

b) estrutura horizontal: definida pelo número de níveis da SC, a estrutura horizontal possibilita avaliar qual é o grau de proximidade das organizações em relação à empresa-foco. Assim, conforme a Figura 2, as organizações situadas na primeira camada apresentam um relacionamento direto com a empresa-foco. Já as organizações de segunda camada apresentam relacionamentos indiretos;

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de cada organização em sua respectiva relação. Caso um empresa-foco possua um único fornecedor, o risco com a disponibilidade de matéria-prima é maior. Na perspectiva do cliente, quanto menor for o número de cliente, maior é o risco com a perca de mercado.

Figura 2 – Estrutura de uma cadeia de suprimentos.

Fonte: Adaptado de Pires (2011, p. 38)

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Ainda sobre a estrutura da SC, Slack et al. (2002 apud VENANZI; SILVAet al., 2016) considera que a mesma pode ser classificada em três níveis: cadeia interna, cadeia imediata e cadeia total.

Figura 3 – Níveis de uma cadeia de suprimentos.

Fonte: Adaptado de Venanzi e Silva (2016, p. 25)

Como pode ser visto na Figura 3, a cadeia interna é composta pelos fluxos de informações e de materiais entre os departamentos, células ou setores de operações internos à própria empresa. A cadeia imediata é formada pelos fornecedores e pelos clientes imediatos da empresa foco. Já a cadeia total, engloba todos os participantes, ou seja, todos os fornecedores e cliente independente da camada em que os mesmos estejam localizados.

2.2 Gestão da cadeia de suprimentos

A gestão de toda a operação da cadeia é denomina de Gestão da Cadeia de Suprimentos ou Supply Chain Management (SCM). De acordo com Ballou (2010, p.28):

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Tanto os fornecedores como clientes devem ser administrados na cadeia, ou seja, o nível de relacionamento entre membros da cadeia, que os obriga transparência na troca de informações e à avaliação mútua de desempenhos em relação aos objetivos da cadeia, deve ser gerenciado continuamente na busca de posições competitivas mais fortalecidas no mercado.

Para Chopra e Meindl (2011, p.14), a SCM é dividida em três macroprocessos:

a) gerenciamento de relacionamento com o cliente (customer relationship management - CRM): Tem como objetivo gerar demanda e acompanhar os pedidos dos clientes. Ele inclui os processos como marketing, preços, vendas, gerenciamento de pedidos e atendimento de call center;

b) gerenciamento da cadeia de suprimentos interna (internal supply chain management – ISCM): Todos os processos que são internos à empresa que inclui o planejamento de produção e armazenamento, a preparação o plano de demanda e fornecimento e o atendimento dos pedidos reais; c) gerenciamento de relacionamento com os fornecedores (supplier

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3 GERENCIAMENTO DAS RELAÇÕES COM OS FORNECEDORES

Esta seção abordará as relações com os fornecedores na cadeia de suprimentos, os principais tipos e características, destacando também suas vantagens e limitações.

3.1 Tipos de relacionamentos.

Normalmente, de acordo com Corrêa (2014, p.31), a decisão estratégica de suprimentos era tomada com base na decisão de fazer ou comprar. Para Chopra e Meindl (2011, p.407), tal decisão é baseada no comparativo entre o sobressalente ofertado pelo fornecedor e o aumento do risco incorrido pelo uso do terceirizado. Caso em um processo, o valor agregado pela terceirização seja maior que o risco da operação, essa atividade deve ser realizada fora da empresa.

Ainda segundo Corrêa (2014, p.31), existem várias formas de relacionamentos entre a empresa e seus terceirizados e todas são influenciadas por duas diretrizes: Centralidade da atividade e Custo de troca.

a) centralidade da atividade: Uma atividade é considerada central quando o valor percebido pelo cliente é elevado ou existe uma diferenciação sobre a concorrência;

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Figura 4 - Matriz de relacionamento com fornecedores.

Fonte: Corrêa (2014, p.61)

No quadrante Mercado, estão as relações menos estratégicas cujo a interdependência entre os envolvidos é baixa. Enquanto no outro extremo, temos o quadrante Estratégico, que representa os relacionamentos mais estreitos entre os parceiros, pois os custos de transação e a importância das atividades são maiores. Na quadrante Dependência, está a relação onde o cliente dependente relativamente do fornecedor pois os custos pela troca são elevados. Já o quadrante Risco, são relacionamentos bem próximos e que provavelmente virão a ser estratégicos. Dito isso, segue abaixo, o detalhamento de todas as relações definidas pelo autor:

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b) integração vertical: encontra atividades centrais para empresa cujo o custo pela troca de fornecedores é bastante alto;

c) contrato de médio e de longo prazo: São situações em que os custos com a troca e centralidades da atividade terceirizada, tendem a aumentar junto com a necessidade de regulamentar tais relações com contratos e acordos bem elaborados, afim de evitar qualquer tipo de transtorno ou prejuízo aos níveis de serviço;

d) joint venture: Tipo de relacionamento, onde tanto os custos com a troca de fornecedores como o grau de centralidade são altos, sendo necessário um nível de proximidade tão grande ao ponto de exigir um modelo estratégico de parceria comercial ou aliança entre as empresas com certo grau de compartilhamento de custos e benefícios;

e) parcerias estratégicas: Nesse tipo de relacionamento, existe um alto nível de compartilhamento de informação em busca de um objetivo único. Em alguns casos, até mesmo alguns colaboradores, de um determinado parceiro, chegam a trabalhar nas dependências do outro. São relações baseadas em contratos complexos e de difíceis elaborações onde em determinadas situações, podem ser considerados como fontes de vantagem competitiva.

Outra classificação é apresentada por Pires (2016, p. 99) usando como referência o nível de integração e o nível de formalização do relacionamento:

a) nível 1 - Comercial: Relações meramente comerciais entre empresas independentes;

b) nível 2 - Acordos não contratuais: Acordos informais para alguns objetivos comuns;

c) nível 3 - Acordos via licença: nada mais é que cooperação multilateral, por meio de contrato;

d) nível 4 - Alianças: Empresas independentes com participação mútua no negócio, geralmente de forma complementar e não necessariamente envolvendo novos investimentos;

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unidade de negócio, com grande nível de colaboração, de alinhamento de objetivos, de integração de processos e de informações;

f) nível 6 - Joint ventures: Participação mútua no negócio, geralmente via uma nova empresa (sociedade formal) e que envolve novos investimentos.

g) nível 7 - Integração Vertical: uma única empresa incorpora os processos da SC, normalmente via fusão, aquisição ou crescimento. Portanto, uma empresa detém todos os ativos e recursos da cadeia.

Figura 5 – Nível de cooperação na cadeia de suprimentos.

Fonte: Pires (2016, p.99)

3.2 Vantagens de um relacionamento focado em parceria.

Muitas empresas tomam decisões sem pensar no impacto que as mesmas

podem gerar nos outros participantes “esta estratégia não é eficaz para os parceiros

da cadeia de suprimentos, uma vez que ela não identifica o que é o melhor para toda

a cadeia.” (SIMCHI-LEVI; KAMINSKY, 2010, p. 169). Os relacionamentos focados em

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e recursos para atingir benefícios conjuntos além dos que poderiam ser obtidos agindo isoladamente (SLACK, 2015, p.407)

Em um trabalho realizado por Cooper e Gardner et al. (1993 apud PIRES et al., 2016, p. 99) apontam cinco pontos importantes no estabelecimento e na consolidação das parcerias, conforme a seguir:

a) assimetria: Característica que mede o tamanho do poder de influência ou controle sobre as demais empresas, em uma relação;

b) reciprocidade: Ao contrário da assimetria, a reciprocidade baseia-se na mutualidade benéfica no atingimento de objetivos comuns. Ou seja, existe um modelo de parceria entre as empresas envolvidas que acarreta em ações conjuntas;

c) eficiência: aparece quando existe uma necessidade interna da empresa de melhorar a relação custo/benefício de algum processo. Desse modo, o processo em questão é transferido para outra empresa que seja capaz executa-lo de forma eficiente;

d) estabilidade: A empresa busca uma relação com empresa que possam adaptar ou reduzir as incertezas de atividades estratégicas, ou seja, buscam parcerias que lhes garantam um futuro mais confiável;

e) legitimidade: A empresa busca relações que auxiliam a consolidar seus resultados em seu ramo de atuação. Por exemplo, um pequeno distribuidor de bebida pode atingir sua legitimidade perante ao mercado de atuação ao fechar um contrato com um dos maiores restaurantes da cidade.

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4 CONTRATO NA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

A presente seção trata das considerações gerais sobre os contratos na gestão da cadeia de suprimentos, principalmente o modelo de Opção de Compra.

4.1 Considerações gerais sobre contratos na gestão de suprimentos

Os relacionamentos que ocorrem entre as empresas são baseados entre a troca de bens, serviços ou informações. Para que tais transições ocorram, é necessário um grau de acordo que pode assumir diversas formas, seja ela informal ou formal. Muitas das vezes as empresas buscam pela segunda opção, ou seja, uma interface contratual no intuito de garantir direitos e obrigações.

Os contratos são o meio pelo quais os homens combinam os seus interesses a fim de produzirem resultados jurídicos obrigacionais, de acordo com o permissivo e limites da lei. No âmbito jurídico, a disciplina integra a Parte Especial do Código Civil de 2002, introduzido pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, em seu Livro I, abrangendo os Títulos V e VI. (RIZZARDO, 2017, p. 1).

Segundo Nader (2015, p. 9), o conceito de contrato pode ser divido em três dimensões, de acordo com seu alcance. Em um sentindo mais amplo, seria um acordo de vontades para a produção de efeitos jurídicos. Nesse caso, o conceito é doutrinado pelo Direito Privado, Direito Público Interno e Internacional. Em um sentindo menos amplo, seria um acordo de vontades para a obtenção de efeitos de natureza econômica, elencando em diversos estudos, como Direito das Coisas e o Direito do Trabalho. Finalmente, a acepção mais restrita, que descreve como uma reunião de vontades, que objetiva efeitos jurídicos na área do Direito das Obrigações.

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contrato”. Para os autores, as partes são denominadas de comprador e vendedor, no qual os termos da troca são definidos a partir das seguintes condições:

a) o preço: o valor no qual será desembolsado para realização da compra, seja ele do produto e/ou dos serviços envolvidos;

b) a especificidade dos ativos: a definição das características do produto que será entregue pelo fornecedor;

c) as salvaguardas ou penalidades: acordos que procuram proteger os direitos e deveres, tanto do cliente como do fornecedor;

d) a quantidade: número de produtos/serviços;

e) a quantidade: definição do nível aceitável, ou seja, o máximo de percentual defeituoso aceitava para cada produto;

f) a duração do acordo: período em que o contrato terá vigência;

4.2 Princípios Fundamentais do Direito Contratual.

No sentido jurídico, os princípios são proposições normativas básicas gerais ou setoriais, positivadas ou não, que, revelando os valores fundamentais do sistema jurídico, orientam e condicionam a aplicação do direito (ROMIM, 2002 apund BARROS, 2009, p. 69).

Para Lôbo (2014, p. 55), os princípios contratuais são divididos:

“[...] em duas grandes classes, consolidadas em dois momentos históricos, e que convivem sob influxos colidentes de tensão e harmonia em razão de fins distintos, a saber, os princípios individuais dos contratos e os princípios sociais dos contratos [...]. Os princípios individuais são os que determinam a função individual do contrato. Têm como paradigma o modelo de contrato que se desenhou durante a hegemonia do Estado liberal, corporificando nas codificações a concepção iluminista da autodeterminação individual.

Na concepção do mesmo autor, os mesmos princípios, podem ser agrupados conforme lista abaixo:

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b) princípio da força obrigatória: este princípio é aquele segundo o qual o contrato faz lei entre as partes, ou seja, uma vez aperfeiçoado o contrato e preenchidos os requisitos de validade, as obrigações geradas devem ser cumpridas. No entanto, este princípio é atenuado pela Teoria da Imprevisão, que consiste na possibilidade de revisão dos contratos já aperfeiçoados, chegando a admitir até a inexecução de suas obrigação; c) princípio da relatividade dos efeitos do contrato: este princípio diz respeito à eficácia dos contratos, ou seja, os efeitos dos contratos são restritos às partes contratantes, não podendo ser opostos a terceiros. Os princípios sociais dos contratos que o sistema jurídico brasileiro adota, correspondentes ao modelo constitucional de Estado social, que no caso são:

a) princípio da função social: este princípio limita o da autonomia da vontade. Ou seja, as partes são livres para, por intermédio de contratos, buscar os fins desejados, desde que tais contratos (ou estipulações) não contrariem a moral, a ordem pública e os bons costumes. Assim, a autonomia dos contratantes é limitada em favor de um interesse maior, de ordem pública;

b) princípio da boa-fé́ objetiva: segundo este princípio, deve prevalecer o espírito de confiança e lealdade, embora as partes defendam interesses economicamente opostos. Assim, entre as partes deve haver colaboração recíproca que possibilite o cumprimento das obrigações assumidas no contrato;

c) princípio da equivalência material: busca realizar e preservar o equilíbrio real de direitos e deveres no contrato, antes, durante e após sua execução.

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4.3 Tipos de contratos de compra

Os relacionamentos entre fornecedores e compradores são estabelecidos por meio de contratos de fornecimento que especificam a precificação e os descontos por volume, os lead times de entrega, a qualidade, a devolução de produtos, entre outros. A questão principal está em saber se os contratos de fornecimento também podem ser utilizados para substituir a estratégia tradicional da cadeia de suprimentos por uma que otimize o desempenho total da cadeia.

Segundo Chopra e Meindl (2011, p. 424), existem três tipos de contratos que podem aumentar o lucro da cadeia:

a) contrato de recompra ou devolução: São contratos usados para incentivar a compra do varejista. Os mesmos permitem a devolução da mercadoria não vendida até uma quantidade pré-estabelecida, a um preço combinado. Dessa forma, o fabricante acaba vendendo mais ao compartilhar o risco da imprevisibilidade da demanda do varejista; b) contrato de compartilhamento de receita: O fabricante cobra um preço

de venda mais baixo em troca de um percentual da receita do varejista; c) contratos com quantidade flexível: O fabricante permite que o varejista mude a quantidade solicitada depois de observar a demanda. O tamanho da flexibilidade é pré-estabelecido de modo que o fabricante consiga ter uma garantia de venda e o varejista um melhor gerenciamento de estoque.

Além dos contratos descritos acima, Simchi-Levi e Kaminsky (2010, p. 172) complementa:

a) contrato de abatimento nas vendas: é um acordo com incentivo direto ao varejista, para que ele aumente as vendas por meio de um abatimento pago pelo fornecedor por qualquer item vendido acima de uma certa quantidade;

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possível aumento da demanda. Neste tipo de contrato, o varejista compartilha parte do custo de produção do fabricante, em troca de um desconto no preço de atacado;

c) contratos de reserva de capacidade: A fabricante paga para reservar um certo nível de sua capacidade produtiva com o varejista. Dessa forma sua previsão de demanda é mais assertiva possibilitando um melhor gerenciamento dos custos produtivos;

d) contratos de compra antecipada: O fabricante cobra um preço menor para pedidos antecipado e um preço diferente para qualquer pedido adicional feito. Dessa forma o varejista é estimulado a antecipar seus pedidos facilitando o planejamento produtivo do fabricante;

e) contratos de longo prazo: Também chamados de compromissos a termo ou fixos, os contratos de longo prazo eliminam o risco financeiro. Estes contratos especificam uma quantidade fixa de produtos a serem entregues em algum momento no futuro;

f) contratos flexíveis ou de opção: uma maneira de diminuir os riscos com estoque pois permite o varejista frações relativamente pequenas do preço direto do produto, em troca de um compromisso de parte do fornecedor de reservar um certo nível de capacidade.

4.4 Contratos de Opção de compra

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4.4.1 Pressupostos e requisitos do contrato

Todo contrato, possuem elementos essenciais para sua validade. Sendo assim, exigem-se como requisitos para a validade dos contratos, conforme prevê o artigo 104, do Código Civil, os seguintes pressupostos:

a) capacidade das partes: Qualquer pessoa, seja física ou jurídica, pode contratar se for capaz, dentro da ordem dos arts. 166, inc. I, e 3º. Ou

seja, não é permitido por lei “os menores de dezesseis anos; os que, por

enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; e os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a sua vontade. “ (RIZZARDO, 2017,

p.10);

b) objeto lícito possível e determinado: O objeto do contrato há de ser lícito, isto é, não atentar contra a lei, a moral ou os bons costumes. Além disto, o objeto do contrato deve ser também possível, determinado ou determinável. Com efeito, o artigo 166, inciso II, do Código Civil, declara nulo o negócio jurídico quando for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

c) forma prescrita ou não defesa por lei: O terceiro requisito do negócio jurídico é a forma, que deve ser prescrita ou não defesa em lei. Em regra, a forma é livre. As partes podem celebrar contrato por escrito, público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior segurança jurídica e solenidade ao negócio jurídico, exige a forma escritura, pública ou particular (Artigo 107 do Código Civil). Em alguns casos, a lei determina, inclusive, o atendimento à publicidade, mediante o sistema de Registros Públicos (Artigo 221 do Código Civil).

4.4.2 Características

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e vendedor, denominados respectivamente de titular e lançador. Abaixo, a lista de outras denominações que devem ser definidas e suas respectivas características:

a) prêmio da Opção: valor a ser pago pelo investidor para adquirir a opção.; b) dia do exercício de opções: Data limite para exercer a opção;

c) preço de exercício: Valor pago quando o direito de compra for exercido.

4.4.3 Tipos de opção de compra

Segundo o Corrêa (2005, p.111), os contratos de opção são divididos em: a) Opções Americanas: são aquelas em que podem ser exercidas pelos

seus comprados a qualquer momento entre a data da compra e a data da expiração ou vencimento do contrato;

b) Opções Europeias: são aquelas em que podem ser exercidas somente na data dos vencimentos;

c) Opções Asiáticas: são aquelas em que o comprador da opção adquire o direito de comprar ou vender o ativo pela média de suas cotações durante a vigência do contrato;

d) Opção Exóticas: também denominada de opção de balcão, são todas aquelas que não são negociadas na bolsa de valores.

(33)

5 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Esta seção trata dos aspectos metodológicos do presente trabalho, explicando os métodos e procedimentos adotados para a coleta dos dados, assim como sua análise.

5.1 Metodologia

Para que todo estudo possa ser considerado cientifico, é necessário seguir um método. Segundo Gil (2012, p. 9), “esse método esclarece acerca dos

procedimentos lógicos que deverão ser seguidos no processo de investigação científica dos fatos da natureza e da sociedade.” Ou seja, tal definição irá guiar o alcance da investigação da pesquisa, das regras de explicação dos fatos e da validade das generalizações.

Para o presente trabalho, o método de abordagem utilizado foi o dedutivo, pois para chegar a uma conclusão, partiu-se de uma cadeia de raciocínio em conexão descendente, isto , do geral para o particular (...)”. (ANDRADE, 2010, p. 119). Como método de procedimento foi utilizado o método monográfico, conhecimento também como estudo de caso, a partir de pesquisas e fichamentos em fontes bibliográficas, além de analises de dados e entrevistas com os envolvidos no estudo.

Embora o estudo de caso corresponda a um tipo de pesquisa, o mesmo pode ser classificado de várias formas e sob diferentes aspectos. De acordo com Gil (2009, p. 49), os estudos de caso podem ser classificados segundo seus objetivos, o enfoque disciplinar e a quantidade de casos.

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Quanto ao enfoque disciplinar, o mesmo autor sugere a seguinte classificação: etnográfico, histórico, psicológico e sociológico. Os estudos de caso etnográficos têm como foco a cultura de grupos e organizações, enquanto os estudos de caso históricos tendem a estudar a evolução dos mesmos ao longo da história. Os estudos de casos psicológicos enfatizam os casos relacionais aos indivíduos e, por fim, os sociológicos enfatizam processos sociais como socialização, aculturação, competição e conflito no âmbito das diferentes instituições sociais, como família, escola, empresa e igreja. Assim, tendo em vista que esta pesquisa verificará na prática como se dão os relacionamentos entre as empresas de uma cadeia de suprimentos, o presente estudo pode ser classificado como sociológico.

5.2 Etapas do estudo

Foi realizada inicialmente uma pesquisa biográfica sobre os temas pertinentes ao estudo, tais como Gestão da Cadeia de Suprimentos, as vantagens e desvantagens das relações com os fornecedores da cadeia com o foco maior nos contratos gerados por tais relações. Após a pesquisa bibliográfica, foi elaborado o estudo de caso a respeito do processo de compra realizado por um Sistema de Ensino e a possibilidade de implantação de um contrato de Opção de Compra.

Para a coleta de dados, foram utilizadas as técnicas propostas por Gil (2009, p. 55) que consistem em identificar, descrever e analisar: o local em que ocorre o fenômeno, os atores, os eventos e os processos. A obtenção dessas informações, passa a requerer a utilização de diferentes estratégias de pesquisa (QUADRO 1). Quadro 1 – Elementos para investigação.

Elementos para investigação Estratégias para coleta de dados

Locais Observações

Eventos Observações

Entrevistas

Atores Observações

Entrevistas

Processos Documentações

Entrevistas

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Os locais onde ocorrem os fenômenos são as empresas analisadas, ou seja, o Sistema de Ensino com participação no mercado nacional e seu principal fornecedor gráfico, localizado na cidade de João Pessoa-PB. Para essa análise, foi usada a estratégia de observação ativa, onde o pesquisador assume, até certo ponto, o papel de participante do grupo analisado (GIL, 2012, p.103). Com isso, foram observados, além dos locais, os eventos relacionados ao estudo de caso, ou seja, todas as estratégias de negociações, as relações com a gráfica, o processo produtivo dos materiais didáticos, dentre outros aspectos, com o intuito de identificar pontos chaves para modelação de um contrato.

Com os atores, ou participantes, foram realizadas entrevistas semiestruturadas (APÊNDICE A e B) com o intuito de explorar mais amplamente a questão, deixando os entrevistados livres para apontar os pontos fortes e os com possibilidade de melhoria. (MARCONI, 2017, p.320). Foram realizadas com o Coordenador e o Supervisor de Suprimentos do Sistema de Ensino, por terem, participação ativa nas negociações com o fornecedor e conhecimento das etapas produtivas do material. Para o esclarecimento dos processos específicos da indústria gráfica, foi entrevistado o Gerente de Produção do fornecedor escolhido. Tais reuniões foram realizadas entre o dia 09 e 20 de outubro de 2017.

Para o entendimento dos processos, foram analisados alguns documentos, formulários e fluxos importantes e necessários para a formação da metodologia de implantação do contrato de compra. Dentre os documentos analisados, todos referente ao ciclo 2016, constavam os seguintes:

a) as Ordens de Produção;

b) os relatórios de compra e venda; c) as previsões de demanda;

d) relatórios e resumos dos processos produtivos nas gráficas; e) fluxo de compra e contrato.

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6 ESTUDO DE CASO

Esta seção detalha a viabilidade da implementação de um contrato de Opção de Compra no processo de aquisição na empresa objeto de estudo, fazendo um comparativo entre o resultado do modelo atual, utilizado no ciclo de 2016, e o modelo sugerido. Ressalta-se que não foi permitida a divulgação do nome na empresa bem como os valores envolvidos.

6.1 Ambientação da empresa

A empresa é um Sistema de Ensino localizado no município de Fortaleza, capital do estado do Ceará. O sistema oferta, além do material didático e apoio pedagógico com consultorias, treinamentos e formação para professores, uma plataforma digital que permite aos seus alunos e suas respectivas escolas, um melhor acompanhamento e gestão das atividades escolares.

Com atuação no âmbito nacional, a empresa analisada, é considerada um dos maiores sistemas de ensino do Brasil com mais de 500 escolas conveniadas e com cerca de 200 mil alunos. Com o seu ciclo anual de atualização do conteúdo impresso e de acordo com o seu portfólio, isso significa que para atender todos os seus clientes é necessário que seja impresso todos os anos mais de 200 milhões de livros.

Dado que a empresa terceiriza todo a etapa de produção gráfica a mesma precisa de um grande leque de fornecedores gráficos capazes de produzirem todos os materiais em um curto período tempo e sem comprometer a qualidade. Para que essa produção seja eficiente, faz-se necessário uma gestão de toda a cadeia e um modelo de compra que atenda toda a imprevisibilidade do mercado.

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6.2 Cadeia de suprimentos

Como pode ser visto na Figura 6, a cadeia de suprimentos da empresa analisada, inicia-se pelos seus fornecedores de segunda camada compostos pelos distribuidores de papeis e pelas empresas nas quais as gráficas terceirizam alguns serviços de acabamento gráfico (colocação das capas e dos espirais). Apesar de não terem um contato direto com o Sistema de Ensino, os mesmos são fundamentais pois possuem influência direta na qualidade, no prazo e nos custos dos livros produzidos.

Em seguida, encontram-se as gráficas, responsáveis por toda a impressão do conteúdo pedagógico. Tais fornecedores, recebem as ordens de produção do departamento de suprimentos da empresa analisada, onde nelas estão, dentre outras informações, quais materiais serão produzidos e em que quantidade.

No Sistema de Ensino, ou a empresa-foco, tem-se em seu interior, a cadeia interna composta por todos os fluxos de informações relacionadas a produção e a entrega dos materiais didáticos. Inicia-se pelo departamento de produção editorial, responsável pela atualização do conteúdo pedagógico e pela formatação do mesmo em arquivos compatíveis com as exigências do mercado gráfico. Tais arquivos são disponibilizados ao departamento de suprimentos onde serão enviados para as gráficas em que foram negociadas as produções.

Com a fabricação dos livros finalizada e entregue, cabe ao time do departamento de logística operacionalizar o envio dos materiais aos clientes de primeira e segunda camada, ou seja, as escolas e alunos.

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Figura 6 – Cadeia de suprimentos da empresa analisada.

Fonte: Entrevista e elaborada pelo autor.

6.3 Modelo atual de compra

Para dar início a produção dos materiais didáticos, ou qualquer que seja a impressão industrial, segundo o Gerente de Produção da gráfica entrevistada, deve-se definir três premissas: a tiragem ou quantidade de livros a deve-ser produzido, a especificação do material e o número de páginas.

Segundo o mesmo gerente, são estas informações que impactarão diretamente nos custos produtivos, ou seja, na definição no tempo de acerto de máquina (setup), quantidade de matéria-prima a ser usada, velocidade média de impressão, dentre outros listados na entrevista.

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analisada, com base em critérios pedagógicos e de modo que se tenha o melhor aproveitamento dos custos gráficos.

O número de páginas é definido após o time de produção editorial finalizar as atualizações dos livros, conforme foi descrito na seção anterior. Para que tais atualizações ocorram sem comprometer a utilização do material nas salas de aulas, o conteúdo pedagógico de cada série foi divido em blocos menores, de acordo com os bimestres letivos (período de utilização do material), ou seja, existem quatro grandes momentos de atualização editorial, que acarretarão consequentemente a produção gráfica e envio de materiais didático para as escolas conveniadas. Pode-se perceber tais marcos no quadro abaixo:

Quadro 2 – Calendário do ciclo 2016

Ano Mês Atualização Editorial Produção Gráfica Envio de material Data de utilização

2015 Maio Momento 01 Junho Julho Agosto Momento 01 Setembro Momento 02 Outubro Novembro Momento 01 Dezembro Momento 03 Momento 02 2016 Janeiro Momento 01 Fevereiro Momento 04 Março

Momento 03 Momento 02

Abril

Momento 02

Maio

Momento 04 Momento 03 Junho

Julho

Agosto

Momento 04 Momento 03

Setembro

Outubro

Momento 04

Novembro

Dezembro

Fonte: Documentos fornecidos pela empresa

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reverso para que o cliente final não seja prejudicado. Pode-se perceber, no Quadro 2, que para o atendimento das escolas nas datas acordadas de início de cada bimestre letivo, faz-se necessária a produção gráfica do material entre 3 e 5 meses antes da sua utilização efetiva. Dito isso, o ciclo produtivo do ano letivo de 2016 ocorreu entre o mês de agosto de 2015 e julho de 2016. Essa antecipação acarreta o seguinte cenário de incerteza para o processo produtivo:

a) imprevisibilidade das quantidades de livros a serem produzidas: Com a antecipação da produção em até quase 6 meses, é difícil prever as quantidades de alunos para o ano letivo seguinte. Além disso, existe uma incerteza comercial sobre o aumento ou a diminuição da base de escolas conveniadas ao Sistema de Ensino, visto que muitos contratos são assinados durante e após o período em que os livros estão em processo produtivo, ou seja, nos meses de outubro e novembro. Tal perspectiva aumenta as chances de uma decisão produtiva equivocada, acarretando em dois problemas: um desperdício com uma sobra significativa de estoque ou a falta de material onde consequentemente a empresa terá um custo elevado com a reposição dos novos livros; b) indefinição do número de páginas: Com a renovação do material

ocorrendo todos anos, existe uma interrogação sobre as quantidades finais de páginas que cada livro possuirá quando finalizado. Sendo essa a principal variável e a mais sensível no custo produtivo, tal indefinição, impossibilita que todos os livros sejam negociados com a exata especificação e de forma antecipada.

Diante dessas circunstâncias, o time de suprimentos do Sistema de Ensino, montou uma matriz (Anexo A), na qual os potenciais fornecedores gráficos puderam preencher com os valores propostos para o fechamento de um contrato anual.

A matriz foi estruturada da seguinte maneira:

a) intervalo de páginas: diante da possibilidade de alteração no número de páginas de cada material, foi definido um intervalo com as possíveis quantidades de páginas dos novos livros;

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ou seja, foi definido um intervalo com as possíveis quantidades de livros a serem produzidos. De um lado, um cenário pessimista com possíveis perdas de mercado e no outro extremo, um cenário otimista com a renovação de toda base de cliente e uma boa ampliação.

Desse modo, quando chegar a hora de produzir o material, ou seja, quando forem definidas as quantidades de livros a serem produzidos e o número de páginas de cada material, o time de suprimentos já possuirá uma matriz de valores negociados, sendo necessário somente o encaixe, para definição do custo produtivo do material (explicação sobre tal procedimento será feita na seção 6.3.2). Assim sendo, toda a incerteza gerada pela indefinição do número de páginas é sanada, sendo o maior desafio definir a quantidade a ser produzida.

Segundo o gestor do time de suprimentos, o modelo de compra atual pode ser divido em duas etapas: Pré-contrato e Produção contratual.

6.3.1 Etapa de pré-contrato.

Ocorre nos meses anteriores a cada ciclo. É o momento em que o time de suprimentos inicia a prospecção de novos fornecedores, a estruturação e planejamento do próximo ciclo, a abertura das cotações dos novos contratos, a negociação e o fechamentos dos mesmos. Para a operação de um ano (2016, por exemplo), esse período ocorreu entre os meses de abril e julho do ano anterior (2015, no caso). Pode-se dividir os fatos ocorridos e descritos nas entrevistas, da seguinte maneira:

Fase 01 – Manifestação da votante: Ocorreu no mês de abril de 2016 através de um modelo de cotação, ou seja, uma manifestação expressa. Foi enviado um documento via e-mail para os potenciais fornecedores contendo as seguintes informações:

a) especificações do material para cotação;

b) matriz orçamentaria, contendo a média de livros a serem produzidas e o intervalo de páginas dos mesmos;

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d) calendário de produção; e) prazo de entrega;

Fase 02 – Negociações preliminares: Ocorreu entre o mês de abril e junho de 2016. Foram feitas conversações prévias, sondagens e estudos sobre os interesses de cada contratante, tendo em vista o contrato futuro, sem que haja qualquer vinculação entre os participantes. Além disso, foram sanadas todas a dúvidas a respeito de toda operação e os benefícios de cada contrato

Fase 03 - Fase de proposta: Presente em diversos momentos entre os meses de abril e julho. Constitui o recebimento dos valores ofertados pelos parceiros gráficos e as devolutivas, de acordo com as necessidades do Sistema de Ensino.

Fase 04 - Fase de contrato definitivo: Momento em que foi definido quais proposta foram aceitas e quais parceiros gráficos serão usados durante o ciclo 2016 com seus respectivos materiais. Essa fase ocorreu no mês de julho e dentre as diversas possibilidades, os contratos foram finalizados da seguinte maneira:

Quadro 3 Divisão contratual da produção gráfica 2016.

Série de atuação Contrato Fornecedor

Infantil II

1 A

Infantil III Infantil IV Infantil V

1º ano

2 B

2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano

3 C

7º ano 8º ano

9º ano 4

D

1ª série 5

2ª série

Pré-universitário 6

Pré-vestibular 7

Fonte: Documentos fornecidos pela empresa

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Para o presente estudo, serão analisados os livros produzidos para a 2ª série do ensino médio, presente no contrato 5 e produzidos pelo fornecedor D. Tal escolha foi dada, por se tratar de um produto chave do portfólio do Sistema de Ensino e por possuir, dentre as demais alternativas, o maior custo de produção. Vale salientar que para o presente estudo serão usados os valores quantitativos da operação, pois não foi autorizada a divulgação dos desembolsos financeiros.

6.3.2 Etapa de produção contratual

Período em que acontece a produção e compra do material didático e como já foi dito, o ciclo produtivo de 2016, ocorreu entre os meses de agosto de 2015 e julho de 2016, com base nos contratos assinados no mês julho do ano inicial do ciclo.

Segundo as ordens de produção, documentos esses disponibilizados pela empresa analisada, as produções transcorreram em quatro momentos, conforme quadro abaixo:

Quadro 4 Calendário de produção gráfica 2ª série do Ensino Médio 2016.

Momento 01 Momento 02 Momento 03 Momento 04

Inicio Término Inicio Término Inicio Término Inicio Término Agosto de

2015 Novembro de 2015 Dezembro de 2015 Fevereiro de 2016 Março de 2016 Abril de 2016 Maio de 2016 de 2016 Julho

Fonte: Documentos fornecidos pela empresa

A definição das especificações e o número de páginas já foram explicados na seção anterior. A tiragem ou a quantidade de material impresso, de responsabilidade do departamento de suprimentos, é considerado pelo mesmo, o maior desafio no processo de aquisição do material didático. Para cada momento de produção, tal definição é realização de forma diferente, conforme descrição abaixo:

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b) momento 02: A tiragem é definida no período de novembro com base na soma de todos os alunos informados nos contratos assinados pelas escolas conveniadas;

c) momento 03 e 04: Os números de livros a serem produzidos são definidos no período de abril e julho, respectivamente, durante o ano letivo, facilitando a assertividade, por se tratar de uma demanda real e já atendida pelos momentos anteriores.

Definidas as três premissas descritas acima, é possível o encaixe na matriz orçamentária, estabelecida em contrato, para a definição do valor por página a ser usado para definição do custo unitário do material. O encaixe na matriz, ocorre de acordo com os seguintes raciocínios:

a) raciocínio A: caso a tiragem solicitada não esteja prevista na matriz fechada em contrato, deve-se buscar a mais próxima através da seguinte lógica: dentro da diferença de 1.000 unidades entre uma tiragem e outra: até 499, aplica-se a tiragem imediatamente inferior; a partir de 500, aplica-se a tiragem imediatamente superior;

b) raciocínio B: caso a quantidade de páginas solicitada não esteja prevista na matriz apresentada no Anexo A, deve-se buscar a mais próxima através da seguinte lógica dentro da diferença de 32 páginas entre uma quantidade e outra: até 15, utiliza-se a quantidade imediatamente inferior; a partir de 16, utiliza-se a quantidade imediatamente superior. Achado o valor por página, o custo total da produção é definido por uma multiplicação simples:

(Valor por página em contrato) X (Quantidade de páginas) X (Tiragem definida)

Para um melhor entendimento, segue o exemplo abaixo:

(45)

b) definido que o livro terá 420 páginas, seguindo o raciocínio B, também descrito acima, a coluna de encaixe mais próximo é a de 416 páginas; c) de acordo com os dois encaixes, tanto o da coluna como o da linha,

temos o seguinte cruzamento: Quadro 5 – Matriz orçamentaria – Exemplo.

Fonte: Documentos fornecidos pela empresa

Caso o valor encontrado seja, por exemplo, R$ 0,1631, teremos o seguinte custo produtivo:

Valor por página de R$ 0,1631 x 420 páginas x 18.400 unidades = R$1.260.436,80

6.3.3 Resultado operacional 2016

Como foi dito na seção sobre os aspectos metodológicos, foram analisados alguns documentos, formulários e fluxos importantes, bem como, realizadas diversas entrevistas sobre o ciclo 2016, no intuito de coletar e explorar melhor os pontos fortes e fracos do atual modelo. Diante do exposto, segue abaixo o resumo da operação de aquisição dos materiais didático da 2ª série do ensino médio.

Segundo o Supervisor de Suprimentos, todos os processos de atualizações necessários para a criação do conteúdo pedagógico dos novos livros ocorreram nos

320 352 384 416 448 480 512 15.000 16.000 17.000 18.000 X 19.000 20.000 21.000 22.000 23.000 24.000 25.000

Intervalo de páginas

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prazos acordados, ou seja, a definição do número de página não comprometeu o tempo de produção necessária para o atendimento das escolas.

Sobre as especificações do material, como já foi dito anteriormente, estão descritas em contrato, sem maior objeção por parte do fornecedor gráfico.

A definição das quantidades de livros a serem produzidas no Momento 01 foram definidas durante os meses de junho e julho de 2016, conforme Quadro 6. Foi levado em conta: a base atual de cliente e a estimativa das quantidades que serão mantidas para o ano seguinte, a meta de ampliação por parte da consultoria, a estimativa das cortesias a serem enviadas aos clientes, a previsão de livros que serão destinados aos coordenadores de cada escola e finalmente, mas não menos importante, os números de livros que serão destinados para o uso da consultoria no processo de captação de novas escolas.

Quadro 6 Memória de cálculo para definição de tiragem do Momento 01.

Quantidade estimada de renovação para 2016 16.645

Quantidade estimada de novos alunos (ampliação) para 2016 4.300

Quantidade estimada de cortesia para 2016 347

Quantidade estimada de coordenadores para 2016 354

Quantidade de livros destinado para uso da prospecção 414 Total de livros a ser produzido para 2016 – Momento 01 22.060 Fonte: Documentos fornecidos pela empresa

Segundo o Coordenador de Suprimentos a quantidade de novos alunos é um valor superestimado, que historicamente contempla um possível estoque de segurança. Para a definição no Momento 02, que ocorreu durante o mês de novembro de 2016, foi definido conforme quadro abaixo:

Quadro 7 – Memoria de cálculo para definição de tiragem do Momento 02.

Quantidade de livros enviados durante o Momento 01 17.161

Quantidade de cortesias em contrato 341

Quantidade de coordenadores em contrato 348

Quantidade de livros destinado para uso da prospecção em 2016 190

Demanda estimada para Momento 02 18.040

Quantidade estimada para estoque de segurança 1.800

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Diferente do primeiro momento, a definição de tiragem é trabalhada em cima do número real de alunos. Segundo o time de suprimentos da empresa objeto de estudo, nesse período, 90% das escolas já assinaram contratos, sendo necessário apenas definir uma quantidade para o estoque de segurança. Tal estoque será usado para atender os pedidos complementares, que ocorrem após o início das aulas, ou para os pedidos principais de novas escolas, que assinaram contrato após o envio dos materiais no Momento 01. Com base nos históricos dos últimos anos, o número necessário para o estoque de segurança tem sido entre 10 a 12%.

Conforme dados coletados em entrevistas, a definição da tiragem utilizada na produção do Momento 03 foi feita no mês de março de 2016, durante o ano letivo, facilitando assim a assertividade do número de alunos. Nesse cálculo, foi levado em consideração as quantidades de alunos, as cortesias acordadas e o número de coordenadores em contrato, além do número de livros destinados para prospecção.

Como pode ser visto no Quadro 8, houve uma queda na quantidade de alunos em contrato. Isso ocorre, pois, cada escola tem o direito de efetuar uma devolução de até 15% das quantidades enviadas durante o momento 01. Tal acordo é feito para incentivar as escolas a anteciparem seus pedidos antes do início das aulas.

Quadro 8 Memoria de cálculo para definição de tiragem do Momento 03

Quantidade de alunos em contrato durante o Momento 02 14.971

Quantidade de cortesias em contrato 294

Quantidade de coordenadores em contrato 331

Quantidade de livros destinado para uso da prospecção em 2016 150

Demanda estimada para Momento 03 15.746

Quantidade estimada para estoque de segurança 164

Total de livros a ser produzido para 2016 Momento 03 15.910 Fonte: Elaborado pelo autor

A quantidade para o estoque de segurança é menor pois, de acordo com o Coordenador de Suprimentos, historicamente, as escolas não realizam pedidos complementares, visto que já se iniciaram todas as aulas.

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Quadro 9 – Memória de cálculo para definição de tiragem do Momento 04

Quantidade de alunos em contrato durante o Momento 03 14.638

Quantidade de cortesias em contrato 310

Quantidade de coordenadores em contrato 329

Quantidade de livros destinado para uso da prospecção em 2016 150

Demanda estimada para Momento 04 15.427

Quantidade estimada para estoque de segurança 193

Total de livros a ser produzido para 2016 Momento 04 15.620 Fonte: Documentos fornecidos pela empresa

Diante da definição das quantidades produzidas, encontra-se no quadro abaixo, o resultado operacional do ciclo de 2016:

Quadro 10 Resultado operacional do ciclo 2016

Tipo de envio Momento 01 Momento 02 Momento 03 Momento 04

Pedido principal para aluno -16.862 -15.664 -14.344 -14.136 Pedido principal para coordenação -299 -307 -294 -291 Pedido complementar para aluno -1.204 -910 -143 -45

Pedido de atendimento de erro -43 -15 -25 -30

Outro tipo de pedido -229 -307 -271 -291

Pedido de prospecção de novas escola -630 -330 -200 -120 Total de material utilizado -19.267 -17.533 -15.277 -14.913

Produção 22.060 19.840 15.910 15.620

Sobra de estoque 2.793 2.307 633 707

Percentual (sobra/produção) 12,7% 11,6% 4,0% 4,5%

Fonte: Documentos fornecidos pela empresa

a) pedido principal para aluno: são todos os livros enviados para atender as quantidades solicitadas por cada escola conveniada. Tal demanda é atendida durante o envio inicial de cada momento;

b) pedido principal para coordenação: Além dos livros dos professores, produzido em outro formato de contrato, cada coordenação recebe um livro do aluno para melhor acompanhamento da turma. Assim como os livros dos pedidos principais para os alunos, o presente pedido é despachado no início de cada envio;

c) pedido complementar para aluno: são todos os livros enviados para atender as solicitações extras que ocorrem após o pedido principal; d) pedido de atendimento de erro: são todos os materiais enviados, após o

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e) outro tipo de pedido: sem uma especificação exata, são pedidos que podem nem ocorrer durante o ciclo. São atendidos após o pedido principal e nesses casos estão: o envio para prospecção de novos fornecedores gráficos, o envio de bride para os autores das obras, congressos, dentre outros.

f) Pedido de prospecção de novas escola: Pedidos solicitados pela consultoria para o envio de material para análise de escolas em negociação.

6.3.4 Desvantagens do modelo atual

Como pôde ser visto nas seções anteriores, uma das maiores dificuldades do modelo atual de compra é a definição, de forma antecipada, das quantidades de livros a serem produzidos. Toda a insegurança causada pelo modelo de negócio da empresa analisada faz com que a tomada de decisão seja feita de forma conservadora. Outro fator agravante para essa característica cautelosa é o alto custo de reposição de estoque. Em ciclos anteriores, quando foi necessário a reposição de livros, o custo unitário chegou a ser quase 100% mais caro.

Dado o exemplo ocorrido durante o ciclo de 2015, quando foi necessária uma reposição de 2.600 exemplares para uma produção inicial de 15.000 unidades. A empresa obteve:

a) um aumento de 96,8% do custo unitário, para a produção de reposição de estoque;

b) a reposição do estoque, representou 34,1% do custo da produção inicial, ou seja, o valor gasto para produção dos 2.600 livros foi equivalente a gasto em 5.100 unidades produzidas durante a primeira produção; c) o somatório entre o custo total da produção inicial e a respectiva

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d) caso a produção inicial tivesse sido de 17.600 unidades, o custo unitário teria tido uma redução de 5,1% e seu custo total seria 17% mais barato, quando comprado com a soma dos custos com a produção inicial de 15.000 livro e a respectiva reposição de estoque.

Dessa forma, a maior desvantagem do modelo atual de compra, é que todas as aquisições são feitas buscando evitar qualquer tipo de reposição de estoque. Consequentemente, no final do ciclo, os custos com o descarte das sobras produzidas tendem a ter valores altos. Segundo o quadro 10, exposto na seção anterior, os livros produzidos durante o Momento 01 e 02, dos quais possuem o maior cenário de incerteza, tiveram respectivamente uma sobra de 12,7% e 11,6%.

6.4 Modelo Sugerido Contrato de Opção de compra.

Diante do problema exposto, o modelo sugerido busca uma forma que permita o Sistema de Ensino efetuar uma compra mais enxuta e, se necessário, fazer uma reposição de estoque pelo mesmo custo unitário da primeira compra para os momentos de maiores incertezas, ou seja, as produções 01 e 02. Para isso, será proposto, junto aos fornecedores gráfico, um modelo de contrato de Opção de Compra.

Como em todo contrato dessa característica, será necessário a definição do prêmio da opção, o dia do exercício e o preço de exercício.

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Figura 7 – Detalhamento do fluxo da produção gráfica.

Fonte: Adaptado de Villas-Boas, 2010, p. 16.

Retirando o processo de Projeção, de responsabilidade do departamento de produção editorial, o autor descreve as seguintes etapas:

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de verificar se os arquivos encaminhados pelo designer atendem as condições solicitadas pela gráfica. Tem como principal atribuição identificar e corrigir falhas no arquivo com a finalidade de atingir uma qualidade superior de impressão.

b) Impressão: esta é a etapa onde as ideias são materializadas. É o processo de impressão propriamente dito para o substrato desejado. c) Acabamento: é a última etapa do processo gráfico. É durante este

processo que os últimos requisitos do pedido são finalizados e o impresso recebe sua forma definitiva.

Segundo o Gerente de Produção da gráfica, o processo de impressão é o que possui o maior custo fixo. Isso ocorre por conta da grande exigência de insumos durante o acerto de máquina, além do custo de toda a material prima envolvida para a impressão do material. De acordo com o mesmo gerente, o processo de acabamento é dividido em procedimentos automatizados e manuais, sendo o último, realizado por um terceiro e com custo variável. Em resumo, segue a composição de todos os processos produtivos, com sua respectiva classificação e seu percentual de participação no custo total da produção:

Quadro 11 Composição do processo produtivo de um livro didático.

Processo produtivo Perc % Tipo de custo Tipo de processo

1.0 – Pré-impressão 2% Custo fixo Automatizado

2.0 – Impressão + insumos 42% Custo fixo Automatizado

3.0 – Acabamento 56% Custo fixo + variável Automatizado

3.1 – Dobra 2% Custo fixo Automatizado

3.2 – Refile 2% Custo fixo Automatizado

3.3 – Furo 8% Custo variável Manual

3.4 – Encadernação 44% Custo variável Manual

TOTAL 100%

Fonte: Entrevistas

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O dia do exercício, data no qual será realizado o direito de opção de compra, será definida com base nos períodos em que cada escola conveniada solicita seu pedido, conforme quadro 12. Com isso, a empresa analisada terá em mãos o número real de sua demanda e poderá analisar se será necessária uma reposição de seu estoque.

Quadro 12 – Calendário de pedidos das escolas conveniadas.

Ano Mês Pedido de Escola Envio de material Exercício da Op de compra

2015 Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Novembro Momento 01

Momento 01 Momento 01

Dezembro

2016

Janeiro

Fevereiro

Março Momento 02 Momento 02 Momento 02

Abril

Maio Momento 03

Momento 03 Junho

Julho

Agosto Momento 04 Momento 04 Setembro Outubro Novembro Dezembro Fonte: Entrevistas

Caso seja necessário realizar a opção de compra, o preço do exercício, será o restante do valor de cada livro, ou seja, 50% do valor. Após isso, cabe à gráfica, dar continuidade no processo de acabamento e realizar a entrega do material solicitado.

Dito isso, o Contrato de Opção de Compra será definido com os seguintes pontos:

Imagem

Figura 1  –  Estágios em cadeia de suprimentos.
Figura 2  –  Estrutura de uma cadeia de suprimentos.
Figura 3  –  Níveis de uma cadeia de suprimentos.
Figura 4 - Matriz de relacionamento com fornecedores.
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Referências

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