Vórties em Modelos
σ
O(3)
Aopladosnão-Minimamente e num Bakground Gravitaional.
Pablo Rodrigo Alvesde Souza
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Vórties em Modelos
σ
O(3)
Aoplados não-Minimamente e num Bakground Gravitaional.Pablo Rodrigo Alvesde Souza
Dissertaçãosubmetida ao Departamento de Físia
omo requisito para obtenção do grau
de mestre emFísia.
Orientador
e Luila, e a minha
linda lhinha
Agatha, que dedio
todo o esforço desta
Gostaria de agradeer ao Professor Carlos Alberto Santos de Almeida, pois
alémdeguardaremsiaguradeumorientadornageneralidadedessapalavra,
demonstrou-se uma pessoa de aráter privilegiado, inomum indulgênia e extremamente paiente
para om nossas faltase equívoos.
Aosmeuspais,poissemseusesforçosnadadissoteriasidosequerpossívelogitar-se
tempoalgum.
AmeusamigosdeMatoGrossoqueaquimereeberamprontamente, eespeialmente
aminhasuperamigaEuzenil,pois,não fossesuaguarida,minhaaomodaçãonaidade
de Fortaleza teria sido muito mais difíil.
A minha amiga Luiana, do grupode teoria de ampo, que meofereeu sua
presti-mosa ajuda no momento de minha defesa e posterior à ela na organização do material
digitado. Obrigado Luiana.
Ao professor Marony S. C., pelas suas valiosíssimasonversas e insightssobre o
tema.
A todos osamigos do sem dúvidanobilíssimo grupo de Teoria Quântia de
Camposda UFC. Avoês, meusamigos,exorodesulpassemansarpornãoitaraqui
nenhum nome para que assim deixe de ser injusto om algum que seja. Desulpem-me,
mas obrigado!
Ao professor Soares, oordenador dourso de pósgraduação.
Aos prestimosos e eduados funionários do departamento de físia.
A CAPES, por onsignar-metodo oapoio naneiro.
Para abreviar gostariamos de dizer que, talvez ainda mais que nosso trabalho emsi,
queporelemesmojádeixa-nosbastantefelizeseanimados,hajasidoagrandeexperiênia
Então, sem onseguir segurar as lágrimas, não posso deixar de expressar a imensa
dívidade gratidãoque arregarei para om todos. Tantosaos queem mimdepositaram
sua valiosíssimaonança, quantoaos quenenhuma quiseramdar rédito.
Senhoras eSenhores
Consideramos neste trabalho o modelo Maxwell-Chern-Simons-HiggsAbeliano
σ
O(3)
não-linear om momento de dipolo magnétio anmalo e imerso num bakground
grav-itaional de métria onforme. Usamos o método de Bogomol'nyi para obtenção das
equações auto-duais do sistema. Com a esolha adequada para se ompletar
quadra-dos no funional de energia veriamos ser possível obter-se equações auto-duais sem
a neessidade de se levar em onta um ampo auxiliar. Por outro lado, a erta
gener-aliedade do método possibilita que isso seja feito, ofereendo equações om tal ampo
auxiliar,mostrandouma grandesimilaridadeom asequaçõesparaoaso deum modelo
de dinâmiadupla (Maxwelle Chern-Simons) num bakground minkowskiano, disutido
We onsider in this work the
σ
O(3)
Maxwell-Chern-Simons-Higgs Abelian Model with magnet dipole moment immersed in a gravitational bakground. We usedBogo-mol'nyimethod for the get autoduals equations of the system. Withappropriate hoie
for the whether omplete square inenergy funtionalwe verify to bepossibleobtain
au-todual equations withoutneessity totake in onsiderationan aideld. The other side,
the rightgeneralityofthe methodpossibilitatethat itbemade,oeringautoduals
equa-tions with aideld,showing agrate similaritywith aequations forthe ase of the doble
dinamimodel(MaxwellandChern-Simons) anagravitationalbakground,disussedin
Agradeimentos . . . i
Resumo . . . iii
Abstrat . . . iv
Índie . . . iv
Introdução 1 1 Quebra Espontânea de Simetria 6 1.1 SimetriaseAssimetrias . . . 7
1.2 QuebraEspontânea deSimetrianaMateriaCondensada: OsF erromagne-tosde Ising . . . 13
1.3 OModelo de Ising esua versão Clássia de Campo . . . 18
1.4 Grupos de Simetriae os Multipletosde Partíulas . . . 21
1.5 Quebras de Simetria emTeorias de Campo . . . 24
1.5.1 Quebra Espontânea de Simetriae oSurgimento de Partíulas V e-toriais sem Massa: OsBósons de Goldstone . . . 24
1.6 OMeanismode Higgse a geraçãode Massa para Campos de Calibre . . 30
2 Sólitons 36 2.1 Coneitos eDenições . . . 37
dade . . . 44
2.4 Vorties num Modelo Relativístio. . . 48
2.5 Obtenção das Equaçõesde Movimento eo Métodode Bogamol'nyi. . . . 50
3 Soluções de Vórties om Aoplamento Mínimo 57 3.1 SimetriaAbeliana Loal ea EDQ . . . 58
3.2 Divergênia daLinha de Vórtie ea Emergêna daDerivada Covariante. 68 3.3 Soluções de Vórties naEletrodinâmiaMaxwelliana . . . 69
3.4 A lagrangeanade Chern-Simons e Sua Soluçãode Vórtie . . . 78
3.5 Soluções de Vortiesno Modelo Maxwell-Chern-Simons . . . 85
4 Soluções de Vórties em Aoplamento não-Mínimo 91 4.1 OTermo de Pauliou Momento de DipoloMagnétioAnmalo MDMA . 92 4.2 SistemaMaxwell-Higgs om MDMA. . . 95
4.3 Modelo Maxwell-Chern-Simons-Higgsom MDMA. . . 99
5 Vórties Abelianos num Bakground Gravitaional 102 5.1 PanoramaRelativístio . . . 103
5.2 A ConexãoGravitaional . . . 107
5.3 Métrias . . . 108
5.4 Teoria Quântia de Campo emum Espaço-Tempo Geral . . . 114
5.5 Modelo Maxwell-Higgs-AbelianoGravitaional . . . 117
5.6 ModeloMaxwell-HiggsAbelianonumBakgroundGravitaionalMétria Isotrópia . . . 118
ional: Métria estaionária . . . 126
6 Soluções Solitnia Abelianas via Modelo
σ
-O(N
)
não-Linear 133 6.1 OModelo Abelianoσ
-O(N
)não Linear om AoplamentoMínimo . . . . 1346.2 SimetriaLoalU
(1)
noModeloσ
-O(3)
. . . 137 6.3 SistemaMaxwell-Higgs Abelianoσ
-O(3)
om Aoplamento Mínimo . . . 141 6.4 SistemaChern-Simons-Higgs Abelianoσ
-O(3)
om AoplamentoMínimo 144 6.5 SistemaMaxwell-Chern-Simons-HiggsAbelianoσ
-O(3)
omAoplamentonão-Mínimo . . . 147
7 Modelo Maxwell-Chern-Simons-Higgs
σ
O(3)
não-Linear om MDMAnum Bakground Gravitaional 151
7.1 ModelodeMaxwell-Chern-Simons-HiggsAbeliano
σ
-O(3)
não-Linearnum Bakground Gravitaionalom Métria Conforme de simetriaCilíndria. 152A Cálulo do Tensor Momentum-Energia 161
1-1 Sequêniade ongurações domodelode Isingpara quatro temperaturas
difer-entes. Osspinsnoestado+1estãorepresentadosabranoeosspinsnoestado-1
apreto. A baixastemperaturas, é visivela ordem. Notea desordemprovoada
por onta da ompetição entrea energia magnétia ea energia térmia. . . . 14
1-2 Aglomerado ferromagnétio ontendo um spin entral e quatro vizinhos mais
próximos.
J >
0
garante o ordenamento ferromagnétio. . . 151-3 Potenial
U
e seusmínimosrelativosM
0
=
±
1
(admensional). . . 201-4 Aima temos
I
= +1
/
2
,
−
1
/
2
gerandoosdois estadospossíveis parao nuleon,osestadosdeprótone denêutron,nahamadasimetria
SU
(2)
. Embaixo temosI
= +1
,
0
,
−
1
,forneendo o tripletode mésonsπ
+
,
π
0
e
π
−
. . . 22
1-5 Na primeira oluna de diagramas: poteniais tipo
λ
2
φ
4
/
2!
e
λ
2
(
φ
2
−
n
2
)
2
/
2!
,
respetivamente. Segunda oluna de diagramas: urvas de níveis no plano
(
φ
1
, φ
2
)
de suas versões tridimensionais. Tereira oluna de diagramas:fun-ionais
U
(
φ
1
, φ
2
)
paraada umdesses poteniais. É mostradotambém osmín-imosrelativosparao asodopotenial deHiggs. . . 27
2-1 Kinke anti-kingom energia nitaebem loalizadaentre os extremos
(
±
η
=
±
1)
do potenial. . . 38
ritmiamente amedidaqueeleseaproximadopontoondeoampofoiapliado.
Dentrodomaterialtemosuma
ψ
que depende daposiçãoeforadaentidadeelatende para seu valor mínimo, o valor esperado da função no estado do váuo,
quando
r
−→ ∞
. . . 483-1 Mapeamentodo vetor
φ
numírulode raio unitário. . . 603-2 Potenial
U
om doismínimosemη
=
±
1
e ummáximo relativo emφ
(
o
)
.. . . 773-3 Potenial topológio
U
de sexta ordem do modelo de Chern-Simons. A guramostraseus mínimosem
±
1
e0
,e doismáximo relativo em±
0
.
65
. . . 853-4 Potenial
U
do modelo Maxwell-Chern-Simons-Higgs. A gura mostra valorespara os quais
|
η
|
= 1
. O aráter topológio é reuperado apenas no aso devórtiedesarregado (
Φ = 0
), ouquando elimina-se aontribuiçaõ do termo deChern-Simons fazendo
k
→
0
. . . 904-1 Efeitodo MDMAnopotenial
U
. Asurvas1,2e3 foram plotadasomosvaloresde 0.0,0.1 e0.3para otermo
γ
2
/
2
respetivamente.. . . 99
5-1 Agrandes deistâniasda fonteamétriasimplia-separa sua forma isotrópia. . 119
6-1 Potenial de Higgsdo modeloMaxwell
σ
-O(3
) om aoplamento mínimo. Aquizemos
e
2
/
2 = 1
e
|
n
b
|
= 1
. . . 1436-2 Potenial U om suas duas ondições de mínimo: quando
φ
tendeassintótia-mente para
±
n
b
emx
→ ±∞
. Observe omo o primeiro fator em olhetes de(6.51) "puxa"o máximo paramaispróximoda região onde
φ
é negativo, dandoV órties são entidades que foram primeiramente observados na matéria ondensada,
nodomíniodosmateriaissuperondutoresenoonheidoefeitoHallquântiofraionário.
Aindaemmeânia, oenárioéotunelamentooorrendo ompoteniaisonstantes
uni-dimensionais. Em duas dimensões, uma importante aquisição foi a resolução exata do
modelo de Ising. Na versão para a teoria de ampos o mesmo modelo em
(2 + 1)D
foi tratado mediante o uso de um ampo esalar real na presença de um potenial queofereia esolha para mínimos da energia. Ou seja, um sistema om simetriaquebrada.
Foineste ontexto de transição de fases queos sólitonsonsolidadaram-seomo defeitos
topológios.
Os trabalhos pioneiros em teoria de ampo foram aqueles que tratavam de modelos
om dinâmia dada pelo termo eletromagnétio, o termo de Maxwell. Em seguida foi
a vez do modelo governado om dinâmia vinda dum termo de Chern-Simons. Todos
eles,emgeral,ompotenialquepermitiamquebra desimetria. Oshamadospoteniais
de Higgs. Naturalmente o passo seguinte foi o de se trabalhar om uma lagrangeana
ontendo ambos os termos. A araterístia de todos eles era o de se ter energia e
uxo magnétioquantizadosa nívellássio. Abrindo aminhopara modelosainda mais
generalizados, Torres e olaboradores [40℄ prinipiaram om a introdução do momento
modeloeadeMDMA. Posteriormenteobservou-seque,noâmbitode quebraespontânea
de simetria,podia-seeliminarum ououtro termo dessesdalagrangeana omnomeações
adequadas de onstantes.
Contudo, foram Cavalante, Marony e Almeida [51℄, no afã de trabalhar-se num
modelodedinâmiaduplaeomsimetriasoorrendoapenasnumplanointernoemtorno
de um tereiro eixo,que se onsolidou o modelo
σ
O(3)
não-linearom aoplamentode MDMA numa lagrangeanado tipoMaxwell-Chern-Simons-Higgs.Naturalmenteostrabalhosposteriores seguiram-senun ontextode ovariâniageral.
Atualmenteestuda-se todos osmodelosanterioresmasom umamétriaquenão apenas
a minkowiskiana [46℄.
Amiúde,asequaçõesdemovimentonão-linearesdesses sistemasforamatéagorabem
tratadasmedianteum engenhoso métodode redução de suas ordens;métodoesse riado
por Bogomol'nyi na déada de 60[31℄, que onseguia baixar de segunda para primeira
ordem asequaçõesdifereniais.
Para failitar a ompreensão deste trabalho, julgamos a seguinte distribuição mais
adequada, prinipalmenteàqueles de primeira viagem: No apítulo 1, preferimos
intro-duzir o tema quebra espontânea de simetria,mostrando mui qualitativamenteexemplos
vários e ulminando noimportantemeanismo de Higgs de geração de massa para
am-posde alibre. Noapítuloseguintezemosentão asneessárias onlusõesquedenem
um sóliton,e issotantono ontexto de matériaondensada quantoemteoria de ampo,
apresentando os vórties omo defeitos topológios em
(2 + 1)D
. No apítulo 3 estu-damos os prinipaissistemas solitniosplanares no aso de aoplamento mínimo para,noapítulo seguinte, seguir-seom o aso não-mínimo. A essa altura,já sendo bastante
gravitaional diferente do minkowskiano, tanto no aso de aoplamentomínimo quanto
não-mínimo. No apítulo6 mostramos omose proedersegundo aabordagemdo
mod-elo
σ
O(3)
não-linear. Ao nal guardamos um pequeno apêndie a respeito de omo se obter otensor de energia-momentopara um sistemaMaxwell-Chern-Simons-Higgs.O apítulo
7
é aquele ao qual trouxemos nossa tão esperada ontribuição ao estudo dos vórties, quando alios estudamos numa versão não-mínima do modeloσ
O(3)
om dinâmiadupla e imersonum bakground gravitaional de métriaonforme.Cumpre-nosapenasmaisum adendo,umasdeniçõesúteisutilizadasextensivamente
aqui: para
x
ν
= (x
0
, x
1
, x
2
, x
3
)
≡
(t, x, y, z)
, om
c
=
~
= 1
em unidades gaussianas, seguem-se os operadores∂
µ
=
∂/∂x
µ
, ∂
µ
=
∂/∂x
µ
;
∂
0
≡
∂/∂t;
∂
i
≡ ∇
i
.
Tém-se tambémas derivadas ovariantes mínimase não-mínimas,respetivamente
D
µ
≡
∂
µ
+
ieA
µ
;
D
µ
≡
∂
µ
+
ieA
µ
+
ieγǫ
µνβ
F
νβ
,
om
γ
a orreção de momento de dipolo magnétio anmalo (MDMA). No aso dasesalar omplexo
φ
,elas, é laro, mudam de sinal:∇
µ
φ
= (∂
µ
−
ieA
µ
)φ;
D
µ
φ
= (∂
µ
−
ieA
µ
−
ieγǫ
µνβ
F
νβ
)φ,
om
e
a onstantede aoplamento mínimo.No ontexto domodelo
σ
O(3)
,todos osampossão esalaresreais. Dessaforma,as derivadasovariantes perdem sua unidade imaginária,passando paraum espaçovetorialinterno.
O tensor ompletamente anti-simétrio reebe tal denição por este troar de sinal
tantoporâmbiode índies quanto porlevantamentoe abaixamentodos mesmos:
ǫ
µν
=
−
ǫ
νµ
,
ǫ
µν
=
−
ǫ
µν
,
ǫ
µν
=
ǫ
νµ
.
om sua versão ovariante geraldada por
E
µν
=
ǫ
µν
√
g
.
O tensor intensidade de ampoé grafado omo
g
µν
=
1 0
0
0 1
0
0 0
−
1
.
Para nalizar, os objetos sio-matemátios enontrados neste trabalho são de
na-tureza mui espeía, habitando região bém delimitada. Fazem parte desta oleção,
em espeial, lagrangeanase suas densidades. Por vezes trataremos tais objetos ora por
"lagrangeana"ora por "densidade"apenas, sem que este pequeno abuso linguístio
on-são alguma traga nos oneitos em jogo. Será o aso também dos termos "modelo"e
"teoria"que, omo sabemos da losoa do onheimento, é neessário que se faça lara
distinção, mesmo que,porvezes, issoseja impossível.
Como nosso trabalho versa sobre modelos om observáveis omutativos, estará
Quebra Espontânea de Simetria
Iniiamosnossotrabalhomedianteumabrevíssimaexposiçãoemujaqualassenta-seo
fundamentode suas idéias. E apropósitodos sólitons,veremosquetaisentidadessó
po-demexistirnoontexto dahamadaquébraespontâneadesimetria,fenmeno
matemáti-amente notado quando da inlusão na lagrangeana de poteniais a onterem mais de
um mínimo[27℄. Noque sesegue,em 1.1expusemos osprinipaisfatosqueoloarama
quebradesimetrianumlugardedestaquenafísia. Naparte1.2demosprossegimentoao
temaomumexemplobastentesimplesadvindodamatériaondensadaomoshamados
materiasferromagnétios,prosseguindoem1.3omsua naturalversãolássiade ampo
servindo omo motivação iniial aos aspétos matemátios que adiante serão relevantes
naonstruçãodateoriadossólitos,tendo omoorruptelalássia-relativístiaomodelo
kinkinio. Dando ontinuidade aos importântes desdobramentos do oneito, em 1.4
abordamosmuiqualitativamenteaquestão da"produção"de partíulasemfísiateória
ao mode de Weegner de busa das respreseentações algébrias irredutíveis. Fizemos
re-lagar somente à seção 1.5 a demosntração de que a québra espontânea de simetria está
diretamente ligada à produção de partíulas sem massa quando a simetria do modelo
é quebrada ao nível de suas soluções. A seção é nalizada em 1.6 onde tratamos do
Ab initio,qualquer que sejaomodeloproposto, deveele passarpelorivodas hamadas
transformações de simetria, omo requerimento mesmo de uma apoditiidade dos
on-eitos nele impliados. Noutros termos,já queas leis físiassão universais e neessárias
portantoapodítiassegue-se dauniversalidadeeneessidade domodeloapresentado.
A exigênia de simetria nas tranformações, sobretudo as que oorrem na estrutura do
espaço-tempo simetriasexternas são um meiopelaqualgarante-sea homogeneidade
das leis fenomênias. Numa palavra, as leis físias devem oorrer em todos os pontos do
universo (universalidade), bem omo sempre e da masma maneira (neessidade). Isso é
muito agradável, já que gostamos de existir em um universo que não ontém nenhum
tipo de anomalia emsuas leis: é óbvio quenão existem, dentro de seus limites, eessões
das leis de Newton neste universo. Nesse sentido são então as simetrias elevadas a um
status de prinípio fundamental da natureza. De maneira mais espeía, é fáil ver
isso na versão analítia da meânia lássia justamente no momento em que a ação
não muda frente a uma transformação dada. A essa invariânia de ação segue-se a tão
neessária onservação de grandezas físias, e a espeiação da grandeza onservada
momentum,momentaeenergiadependedaestruturadogrupode simetriaemquestão
translaçõesespaiais,rotaçõesdeeixosedesloamentosnotempoapliadaàação. A
própria transformação galileana é um grupo linear que deixa invariante as equações de
movimentode Newton.
Como exemplo trivial, levemos em onta a lei lássia da onservação da energia
meânia
E
f
=
E
i
, vinda da expressãodada, por exemplo,por
x(t) =
A
sin(kx
−
ωt),
(1.2)permanee onstante:
E
m
=
C
(1.3)Isso também será notado aso tenhamos um observador a olhar o mesmo pêndulo a
partirdeumsistemarotaionado,omaequaçãomultipliadaporumamatrizderotação;
ou mesmo no aso de um movimento defasado por um fator
e
iφ
, om
φ
um ângulo departida tipode transformaçãoque mais será usadaneste trabaho. Neste ultimoaso a
nova oordenada será esrita omo
x(t)
→
x
′
(t) =
e
iφ
x(t).
(1.4)É láro que aquela equação da energia permaneerá sempre a mesma, qualquer que
seja oângula
φ
E
m
→
E
m
′
=
E
m
=
C
.
(1.5)Faxsimiliemeletromagnetísmolássio,quando opotenialémudadode umaesala
onstante
c
φ(r)
−→
φ
′
(r) =
c
+
φ(r).
(1.6)A não variâniadaregrade formaçãodas eqauçõesdoeletromagnetísmooorre
tam-bém noaso mais geral, quando adiiona-se àsequaçõesuma divergênia
∇
φ
(
r
)
:φ
−→
φ
′
(r) =
c
+
φ(r) +
∇
φ(r).
(1.7)E
′
(r) =
−∇
φ
′
(r) =
−∇
φ(r) = E(r).
(1.8)À semelhança da meânia lássia aqui também oorrerá onservação de alguma
grandeza físia. Neste aso será a onvenional argaelétria.
Em relatividade restrita, o grupo de simetria que deixa invariante as equações de
Maxwellsãoastransformaçõesde Lorentz,uma vez queasdeGalileunãosão apazesde
o fazer, omo sabemos. Teremos oportunidade de as ver em um apítulo mais a frente.
Já em meânia quântia, o prinípio de simetria naqual subjazem leis de onservação
é expresso peloomutador dooperador
H
ˆ
que aqui deve ser independente dotempoerepresentar a energia de um sistema fehado e um operador hermitiano
ˆ
O
, que fará opapelde um observável de interesse:
[ ˆ
H,
O] = 0.
ˆ
(1.9)E omo onsequênia mesmode se presindir dotempo,teremosque
h
ψ
|
O
ˆ
|
ψ
i
=
C
,
(1.10)sendo talgrandeza então dita onservada[2℄. Indoum pouo mais além,emteoria
quân-tia de ampos,é neessário,amiúde,que alagrangianadomodelo sejainvariantefrente
as hamadas transformações de alibre (gauge), termo este entendido omo uma esala.
Uma vez que em tais teorias a lagrangeana é geralmente onstruida om polinmios
se alagrangiana for dada por
k
omponentes e suas derivadasL
=
L
[φ
k
(x
µ
), ∂φ
k
(x
µ
)] =
X
k,n
=1
{|
φ
k
(x
µ
)
|
2
n
+
|
∂φ
k
(x
µ
)
|
2
n
}
,
(1.11)elanão variará sereesrita emtermos daseguinte mudançade fase nas omponentes
φ
′
k
φ
k
(x
µ
)
→
φ
′
k
(x
µ
) =
e
iα
k
φ
k
(x
µ
),
(1.12)om
α
k
parâmetros onstantes no espaço-tempo. De fato, para esta mudançaL
per-maneeinvariável
L → L
′
=
L
[φ
′
k
(x
µ
)
2
n
,
(∂φ
′
k
(x
µ
))
2
n
] =
L
.
(1.13)Essamesmatransfortmaçãopossuiumaversãoontínuaasosequeiraqueoparâmetro
do espaço-tempo varie ponto-a-ponto. Como onsequênia de invariâniasde fase omo
estas, em estágios mais eleborados da teoria, a grandeza a se onservar será a arga.
Mas um tipomais geral que a onvenional,tendo uma versão simétria, aso as
trans-formações impliquem uma simetria dita simples, e uma om simetria superior, aso as
tranformações sejam ditas supersimétrias[3, 4, 5℄, sendo estas últimas diretamente
re-sponsáveis pela orrelação entre bósons e férmions, gerando as superargas e
superor-rentes, nashamadas algebrasdeorrentedadéadade 60,noqueou onheidodesde
então omo modelo padrão das partíulas elementares[6 ℄. Posteriormente ao modelo
padrãoe sua superalgebra, tivemos o adveto dateoria das ordasemmeados dadéada
de 70. De iníio, aqui, a transformação de simetriaque essa teoria teve de obedeer foi
adaversão supersimétria, já queéra assoladaporinonsistêniasaso seusasse apenas
a versão simples da tranformação. Oorria que a gravidade só surgia naturalmente da
estrutura dateoria seatranformação usadafosse adasuper versão, sóassim uniando
as forças gravitaional (relatividade geral), eletrofraa (eletrodinâmiaquântia) e forte
netísmo. Isto é,nasua formatensorial. Usando alagrangiana de Maxwellsem termode
interação orrente-ampo
A
µ
J
µ
L
=
1
4
F
µν
F
µν
,
(1.14)
om
F
µν
=
∂
ν
A
µ
−
∂
µ
A
ν
o hamada tensor intensidade de ampo eletromagnétio, que
aopla emuma únia estrutura matemátia tanto oampo elétrioquantoo magnétio.
Nesse formalísmolança-se mão do ampo de alíbre
A
µ
=
A
(
ρ,
J)
, omρ
a densidade dearga eJ aorrente. Assim, astransformaçõesde alíbre serão levadas aabomediante
mudanças de esala nesse ampo
A
µ
. E realmente, usando-se uma transformação talomo aanterior
A
→
A
′
=
e
iα
A,
(1.15)a lagrangianade Máxwellnão muda de forma
L → L
′
=
1
4
F
(A
′
)F
(A
′
) =
L
.
(1.16)De maneirasurpreendentetodas essastransformaçõesde simetriapodem ser
onden-sadas num elegante e poderoso teorema, este reportado a Sra Noether, e ujo teor da
armaçãoéoseguinte[8℄: Atodatransformação desimetriaestáassoiadaumagrandeza
onservada. Sua presteza vai desde as teorias não relativístiasaté aquelas que dela
in-orporama estrutura formaldo espaço-tempo.
Poroutrolado,mesmoaonservaçãodasimetriatendoseuimportantelugaradquirido
doravante ea guisa de provasexperimentais, tão importantequanto elaveio aser a sua
ontraparte,aquebradesimetria. Atéondeolimitementaleporonseguinteolingüístio
enormediferençaentrepartíulaseanti-partíulas[10℄?. Emessênia,aprópriaperepção
das oisas omo uxo imanente de vivênias requer omo prinípio a difereniação das
formas e uja qual, omo é fáil de se notar, a própria possibilidade de existênia do
tempo aha-se tão e ompletamente ondiionada, pois basta que essa assimetria esse
para o tempo deixar de existir e, por onseguinte, a nossa própria perepção auto
perepçãoenquantoexistênia. Vejamosagoraoneitualmentealgunsimportântesfatos
quedemonstraramagrandeemergêniadosfenmenoqueenvolveramquebradesimetria
emfísia.
A paridade foium dos mais importantes fatosem físiasa demonstrara neessidade
deemergêniadeumnovooneitofísio 1
. Estanãoseonservanasinteraçõesfraas. Foi
aSra. Wu queodemonstrouexperimentalmente[13℄, resultadoesse obtidoteoriamente
um ano antes por Lee e Yang [47℄. Em suma, o fato era que a direção preferenial dos
elétronsemumdeaimento
β
doCo60
deveriaseramesmafrenteumareexãoespelho 2
,e
nãoofez,jáqueosexperimentosmostravamqueoselétronseramemitidosontrariamente
aospin donúleo. Mas,diantedamesmaexperiêniafeitasegundoumareexãoespelho,
oselétronsseguiamamesmadireçãodospindonúleo,queagoraestavanadireçãooposta
à anterior. É ao nível dessas mesmas interações que uma outra simetria é quebrada. A
heliidade, denida por
Λ =
J
·
P/
|
P
|
, é diferente no deaimento doπ
+
−→
ν
µ
+
µ
+
emrelação ao deaimento do
π
−
−→
ν
µ
+
µ
−
. A onjugação de argas, operação envolvida1
Só não devemos esqueer que tal oneito não surgil na físia. Basta folhear qualquer testo de
iênia avançadaantigapara se observarque aquebrade simetriaé oprinipal meanismo queentra
emenanosurgimentodouniverso. Eisssoestábemexplisito nosantigostestosindus,anteipadores
porexelêniadoquedizhojeasnossasmaisavançadasteoriasientías[11,12℄.
2
Reexãoqueoorrequandofaz-seasseguintesmudançasnasoordenadas:
x
−→
x,
y
−→
y,
z
−→ −
z,
momentos lineares P e angulares L preservam-se. Isso deveria apenas troar o sinal do
π
+
transformando-o na sua anti-partíula, deixando
Λ
invariante. Mas Duas e seusolaboradores [15℄ mostraram, nas experiênia dos referidos deaimentos, justamente o
ontrário, umavez queambas aspartíulas apresentaram heliidades opostas.
Vejamos agora mais uma fértil região onde a quebra de simetria representa papel
fundamental,a matériaondensada.
1.2 Quebra Espontânea de Simetria na Materia
Con-densada: Os Ferromagnetos de Ising
Anaturalligaçãoàteoriadeamposqueamiúdeéfeitoomrespeitoaquebraespontânea
de simetria vem da matéria ondensada. Mais espeiamente em sistemas magnétios
onheidos omoferromagnetos. Estes podem ser estudados emsua versãolássia mais
elaborada, hamada de modelo de Ising, onde os spins são "pontos"xados nos vérties
de redes ristalinasvariando aleatriamente de
±
1
ou±
1
/
2
. Pode-se tambémimplemen-tar uma versão quântia para esses ferromagnêtos por meio de sistemas modelados por
hamiltonianasdotipoHeisembergondeosspinssão tratadosomooperadoresquântios.
De forma bém geral, estudos em sistemas magnétios em torno da ritialidade o
ponto onde oorre uma das quebras de simetria,a da fasedo sistema 3
resumem-seem
enontrar os valores das grandezas físias de interesse para quando nesse ponto elas se
enontrarem[17, 18℄. Em geral, mede-se grandezas tais omo a magnetizaçãomédia por
spin
h
m
i
, energiamédia do sistema por spinh
E
i
e a suseptibilidade magnétiaχ
. Estaultimaexpressa a failidade/diuldadequeo sistematem emorientaros spinssegundo
poiseleesta imersoemum grandereservatóriode alormenorserásua magnetização
média por spin
h
m
i
, existindo mesmo um valorrítioT
c
naqual elavaipratiamenteazero. A título de ilustração, mostramos na gura.1 uma típia urva da magnetização
versus temperatura para um ferromagneto simples(sem ampo externo apliado) om
suas duas soluções possíveis. Vinular então tal sistema à temperatura signia, nas
equações, multipliar a hamiltoniana
H
do sistema ao negativo do fator de Boltzmannβ
: -βH
=
E
(
σ
i
, E
m
/k
B
t
)
. Isto é, agora a energia do sistema depende inversamente datemperatura,onde
σ
i
sãoasvariáveisdespinqueenontram-se,porexemplo,nosvértiesdeumarede quadrada. Aqui
E
m
éaenergiamagnétiadosistemaeE
T
=
k
B
T
atérmia.Figura1-1: SequêniadeonguraçõesdomodelodeIsingparaquatrotemperaturasdiferentes.
Os spins no estado +1 estão representados a branoe osspins no estado -1 a preto. A baixas
temperaturas, é visivel aordem. Notea desordem provoada por onta da ompetição entre a
energia magnétia e aenergia térmia.
A quebra de simetria aontee quando a tranzição de fase, fenmeno relevanteaqui,
arateriza-se: a medida que a temperatura do sistema magnétio almenta, segue-se o
surgimentodoshamadossítiosmagnétios,ontendoporçõesdeátomosorientando-sena
mesma direção dos demais spins do mesmo sítio, mas diferente da dos ispins dos outros
domínios magnétios que também surgiram, até que a desordem ompleta é atingida
quando a temperatura dita rítiaé alançada emtodos ospontosdaamostra. Então a
velha simetria foi espontaneamente quebrada ou, melhor dizendo, substituida por uma
nova. Naterminologia quântia, adauma ontém seu próprioestado de menorenergia,
partíulas, propagando-se pela rede eristalina transportandoapenas energia. São omo
ondas advindas das vibrações térmias, movimentando-se ao longo dos lados dos ubos
darede.
É bastante simples, através do modeo de Ising, alular-se a função magnetização
que desreve ambas as urvas mostradas na gura 1. Pode-se fazê-lo em pouas linhas
levando-seemontaargumentos deaproximaçãobastanterazoáveisnumaredequadrada
ontendo apenas um spin entral rodeado pelos seus vizinhos mais próximos, omo
mostrado na guraseguinte
Figura1-2: Aglomerado ferromagnétioontendoumspinentral equatrovizinhosmais
próx-imos.
J >
0
garante oordenamento ferromagnétio.O modelo omeça por esrever a hamiltoniana do sistema, a hamada hamiltoniana
de spin
H(σ) =
Jbzσ.
(1.17)Aqui
J
representa a energia de interação entre o spin entralσ
(que pode variaraleatoreamente de
±
1
) e seusz
vizinhos mais imediatos que ontribuem, ada um, om um valormédiob
para doampototalzb
, omb
parte dautuação pruduzido por adaum desses spins periférios. O próximo passo é vinular o sistema magnétio à
−
βH(σ) =
Kbzσ,
(1.18)om
K
=
J/kT
o aoplamento spin-spin,T
a temperatura absoluta ek
a onstante de Boltzmann. A função magnetização é denida omo uma média da energia sobre aspossibilidades de orientação de
σ
h
m
i
=
1
N
T r
P
i
σ
i
exp[
−
βH]
T r
exp[
−
βH]
,
(1.19)on
N
aquantidade de spins entrais dentro de um aglomerado. O número demiroes-tados aessíveis ao sistema é dado por
2
N
. Como no aso
N
= 1
, teremos as seguintes possibilidades: (+1) ou spin up, e (-1) ou spin down. Notemos também que amagneti-zação a mais simpliada
h
m
i
=
T rσ
1
exp[Kbzσ]
T r
exp[Kbzσ]
.
(1.20)Levando-se em onta que o traço
T r
é feito sobre todas possibilidades, a fáilalulara magnetizão desse sistema
h
m
i
=
(+1)e
Kbz
(+1)
+ (
−
1)e
Kbz
(
−
1)
e
Kbz
(+1)
+
e
Kbz
(
−
1)
=
tanh[Kbz].
(1.21)Usamos aquias relações de Euler das hiperbólias
2 sinh(x) =
e
x
−
e
−
x
e
2 cosh(x) =
e
x
+
e
−
x
. Deste ponto ostuma-se lançar mão de uma ténia de aproximação bastante
simpleshamadade TéniadeCampoMédio
(T CM
)
,resumindo-seemargumentarque, próximoda temperaturarítiaT
c
, tantoh
m
i
quantoseusz
vizinhos mais próximos temh
m
i
=
tanh[K
h
m
i
z],
(1.22)forneendo-nos exatamente as urvas da gura 1. Como
h
m
i
=
b
→
0
quandoT
→
T
c
, justia-se espandir (1.22) emuma série de Taylorentorno dese pontoh
m
i ≈
K
h
m
i
z
+
O
[
h
m
i
2
],
(1.23)donde, desprezando-se os termos a partir de segunda ordem, valores numérios da
tem-peratura rítiade tranzição podem ser obtios de
kT
c
J
=
z
= 2d,
(1.24)om
J
eT
c
onstantesparaadatipodematerialed
adimensãodoaglomerado. Observeque
T
c
depende apenas dez
: paraz
= 4(d
= 2)
temoskT
c
/J
= 4
, e paraz
= 6(d
= 3)
kT
c
/j
= 6
,valoresmuitosuperioresaoobtidoporOnsagernumáluloexato paraaqualkT
c
/J
= 2,
246
. Estas são, portanto,as duas soluçoes possíveis para aurva mostrada.Este foi, em síntese e qualitativamente, o modelo apresentado por Ernst Ising em
1925
, a menos da ténia de aproximação, para expliar o ferromagnetismo ommo-mentosloalizadosvariandoaleatoriamentede
±
1
[16℄. Seu análogoquântio éo modelode Heisenberg, onde os spins são substituídos por operadores difereniais. No modelo
de Heisenberg usa-se uma argumentação semelhante à anterior a m de se desaoplar
as funções de orrelação entre pares de spins ao se fazer
hh
s
x
;
s
y
ii ≈ h
s
x
ih
s
y
i
=
h
m
i
2
,
hamadade aproximaçãodas fasesaleatóreas,simpliando-seonsideravelmenteos
os hamadosestados de mágnons eos de fónons. No modelo de Ising taisentidades não
são observadas explisitamente nas equações, mas são a resposta que justia ofato da
temperatura rítia diminuir a medida que o tamanho do aglomerado aumenta: om o
aumentodonúmerodespinsentraisnosistemaresetambémaquantidadedevibrações
aolongodarede(osmágnonsefónons),fazendodiminuirassimovalordaenergiatérmia
neessária para levar o bloo à desordem ompleta. Por outro lado, a versão quântia
permite obter-se explisitamentetais estados nomomento da imposição das relaçõesde
omutação,levando-nos aosestadosde bosons,equandodaimposiçãodeantiomutação,
nos hamadosestados de férmions.
1.3 O Modelo de Ising e sua versão Clássia de Campo
A físia da matéria ondensada foi terreno fértil para o surgimento de novas e furtivas
ideias. O próprio estudo dos hamados defeitos topológios, grupo mui geral na qual
enontram-se inseridos os sólitons, teve omo maro iniial esta vasta região de
onhe-imento. No plano da modelagem teória o estudo das tranzições de fase desempenhou
umpapeladavezmais relevantenaompreensãodamatériaemseustrês estados
odier-nos e, devido ao renamento das ténias e oneitos, noreonheimento de seu quarto
estado possível, oplasmátio, nahamada ondensaçãode BoseEinstein aodesrever a
dinâmiadeumgásde elétrons. EomodelodeIsingémaisumadessasontribuições
rel-evantes surgidasdoestudode sistemasmarosópiosmedianteargumentções
meânio-estatístias. Dois dados importantes julgamos aqui: primeiro, tal modelo insere-se no
ontexto das tranziçõesde fase,região omum aos vórties eoutros defeitos topológios;
e segundo porque talmodelo pode, omo veremos, ser tratado omo uma orruptela do
modelokinkiniodevidoaofatodeambospossuiremsuluçãonaformade umatangente
de uma maneira muito simples ao se reonheer que (1.21) é na verdade a solução da
equação de EulerLagrange
∂
∂
m
˜
∂
L
∂(∂
M
/∂
m)
˜
−
∂
L
∂
M
= 0,
(1.25)quando esta opera sobre a seguinte lagrangiana
L
=
1
2
∂
2
M
∂
m
˜
2
−
κ
2
4
M
2
−
M
2
0
2
,
(1.26)om
κ
umfatoronstanteomdimensõesdeenergia,M
umafunçãolássiadem
˜
=
βJm
,m
o termo de ampo magnétio eβ
aquele fator de Boltzmann neessário para oloaro modelo no ontexto miroannio. O primeiro termo do lado direito desta última
equação representa a parte inátia do modelo enquanto que o segundo faz o papel do
potênial de interação. Fenomenológiamentetrata-se de um potenialefetivo uma vez
queéde grau quatro,enaesfera dateoriade ampodevetraxer algumaontribuiçãode
auto-interação. A relevânia de se modelar a teoria om esse potenial espeío e não
ouro qualquer basea-se nofato desta esolha ser a únia que fornee asolução na forma
de uma tangentehiperbólia. Retornando(1.26) em(1.25) teremos
∂
∂
m
˜
∂
L
∂(∂
M
/∂
m)
˜
−
∂
L
∂
M
=
d
2
M
d
m
˜
2
+
d
U
d
M
=
d
2
M
d
m
˜
2
+
κ
2
M
(
M
2
−
M
0
2
)
(1.27)
= 0,
om
oreferidopotenial. Aformaordináriade(1.27)refere-seaofatode
M
ser funçãoapenasdavariávelglobal
m
˜
= ˜
m(m, T
)
,omm
oampomagnétipeT
atemperaturaabsoluta. Veremos mais adiante pertenerem os kinks tambem à região linear (1+1)D. Notemosagora a existênia do termo
±
M
0
, este representa os valores dos mínimos relativos dopotenial, omo pede ser visto na gura 3. Observe que a primeira derivada de
U
éFigura1-3: Potenial
U
eseus mínimosrelativosM
0
=
±
1
(admensional).suientepara forneer-nos opontode máximo
M
=
0
eosmínimosrelativosM
0
=
±
1
,d
U
d
m
˜
=
κ
2
M
(
M
2
−
M
0
2
) = 0.
(1.29)Aequaçãodiferenial(1.27)éagrantementenãolinear. Esta éumaoutra
araterís-tia apresentada por modelos que envolvem quebra de simetria. Sua solução pode ser
enontradafailmenteutilizando-se,porexemplo,soluçõeporsérie. Nãoédifíilmostrar
que talsolução terá justamentea formade uma tangentehiperbólia
omo já haviamos menionado. É interessante frizar que os valores
M
=
M
0
=
±
1
são aqueles para os quaism
˜
→ ±∞
, ou seja, quandoT
→
0
, temperatura na qual o sistema apresenta magnetização espontânea. O valor de máximo será então aquele naqual
M
=
0
, ouseja, quandoT
=
T
c
→ ∞
.Pode-se ainda estudaro modelo de Ising atravéz dahamada fenomenologiade
Lan-dau, que onsistena minimização de funionais de energia quando se onhee a energia
interna e a entropia do sistema. Esta também levará ao potenial anterior mostrando
queasdiferentesabordágenslevamaomesmoresultado. Vejamosagoraasonsequênias
da quebra espontânea de simetria emum outro grande ampo dafísia, a de partíulas
elementares.
1.4 Grupos de Simetria e os Multipletos de Partíulas
Vimosnasseçõespreedentesomoentidadesfísiaspodemsurgirdomodelo
exeutando-sesobreeleuma tranziçãode fase. É interessantevermos entãoomo ohamadomodelo
padrão pde dar onta daquela miríade de partíulas elementares apareendo em meio
aos emaranhados daquelasequações todas.
Emteoriadeampo,abasedomodelopadrão,issofoilevadoaabodeduasmaneiras:
a primeirafoi quebrar a simetria domodelo ao nível de soluções das equações de
movi-mentodos ampos envolvidos. Este foi ohamado meanismo de Higgsna qual
tratare-mosomdetalhesnaseção1.5equeéumdosfundamentosdenossotrabalho. Asegunda,
e na qual daremos apenas uma ênfase qualitativa, utilizou o formalismo dos grupos de
simetria[19℄. Esta foi aformade Weegner, quetiravadasimetriamais geral(maior)suas
partesomponentesúltimas. Istoé,expliitavadasimetriatodasassuasformas menores
e irredutíveis[3, 4, 6, 7℄, identiando ada modalidade de interaçõae por onseguinte
omo mostrado na gura abaixo . Foi Heisenberg que postulou, em 1932, que o próton
Figura1-4: Aima temos
I
= +1
/
2
,
−
1
/
2
gerandoosdois estadospossíveis parao nuleon,os estados de próton e de nêutron, na hamada simetriaSU
(2)
. Embaixo temosI
= +1
,
0
,
−
1
, forneendo otripleto de mésonsπ
+
,
π
0
e
π
−
.
e onêutron são dois estados de argas possíveis parao nuleon. Assim, agura 4
repre-senta um onguração hadrnia om dois estados possíveisde isospin: +1/2 dopróton
e -1/2do nêutron. De fato,sejam osdois estadospossíveispara o nuleon
|
p
i
=
1
0
;
(1.30)|
n
i
=
0
1
.
(1.31)Em meânia quântia usa-se o formalismo das matrizes de Pauli para se estudar
partíulas de spin 1/2. Vamos introduzirentão os seguintes operadores matriiais
I
1
=
1
2
0 1
1 0
;
(1.32)4
Élaroqueaspartíulasdeummesmomultipletopodemter massasligeiramentediferentes,omo
defato oorre. Masessa pequena diferençaéexpliadapelaexistêniadaenergiamagnétiadevidoàs
I
2
=
1
2
0
1
−
1 0
;
(1.33)I
3
=
1
2
1
0
0
−
1
.
(1.34)Observe que tais operadores apresentam a mesmo forma das matrizes de Pauli a
menosdeumfator2. Podemosentão pensaremumoperadorIonstruidoomessas três
omponentes possuindoas mesmasaraterístias dooperador de spin J. Este operador
I, onstruio num espaço interno tridimensional das omponentes
I
1
,I
2
eI
3
, é hamadode spin isotópio ou isospin. É mais um número quântio que surge para lassiação
das partíulas e seus grupos. Dessa forma, o nuleon é pensado omo uma partíula
de isospin 1/2 tendo 2I+
1 = 2
possíveis estados de arga, o estado|
p
i
e o estado|
n
i
. Realmente, apliando aomponenteI
3
de Inesses estadosenontraremosexatamenteasrespetivas equações de autovaloresque os araterizam
I
3
|
p
i
=
1
2
1
0
0
−
1
1
0
= +
1
2
|
p
i
;
(1.35)I
3
|
p
i
=
1
2
1
0
0
−
1
0
1
=
−
1
2
|
n
i
;
(1.36)Um outro exemplo é o dos mésons, que possuem três possibilidades para
I
3
: +1, 0e -1. Neste aso temos I
= 1
(gura 4). O grupo de simetria SU(2) também é usado paraagruparpartíulas emmultipletospoisdesrevemorientaçõesde spinom possíveisestados de arga omo o exemplo aima. Foi através do grupo de simetria SU(3) que se
podeobservarqueem prinípiopoder-se-iaonstruir multipletosdemésonsebárionspor
Este pode ser esrito omo SU
c
(3)SUl
(2)SUy
(1), onde o subgrupo irredutível SUc
(3)de-sreve as partíulas da romodinâmia e o subgrupo SU
l
(2)SUy
(1), também irredutível,fornee-nos as partíulas querespondempelas interações fraas nos deaimentos
radioa-tivos.
Aabamos de apresentar muito qualitativamente o modo de Weegner de realização
das simetrias a m de se observar o surgimento de partíulas. Mostraremos agora o
modo enontrado por Goldstone, que utilizou justamente a quebra de simetria ao nível
das soluçõesdas equações difereniaisde sistemasmodeladosporpoteniais de Higgs.
1.5 Quebras de Simetria em Teorias de Campo
Naseçãoanterior tivemosuma idéiageralde omoaspartíulas sãogeradaspormeiode
gruposde simetria. Mostraremosagora,eomertodetalhe, aindaemteoriasde ampo,
uma outra maneirabastante simplesde omo issotambémpode aonteer.
1.5.1 Quebra Espontânea de Simetria eo Surgimento de
Partíu-las Vetoriais sem Massa: Os Bósons de Goldstone
Vimos que oque se busava à maneira de Weegner éram as simetrias do modelo para
delas seinferiras entidadesfísias, agoraoorreráo oposto, poisbusar-se-a justamente
quebra-las de alguma maneira para dai poder-se observar os entes. E isso será levado
a abo ao nível das soluções das equações de movimento. Ou seja, nos ampos. Um
pontoruial desse métodoé queeleonsegue preservaronúmerode graus de liberdade
da teoria. Noutras palavras, o número de ampos antes e depois da quebra de simetria
permanee o mesmo.
Issoéobservado tabémemteoriasdeampoquandoosistema dinâmiopossui simetria,
mas seu váuo não é invariante segundo essa mesma simetria. Tal quebra pode ser
exeutadanapresençade duasondições, asaber:
i)
quandoomodeloapresentasimetriaglobaloparametronãodependedospontosdoespaço-tempo;
ii)
quandoseobservaumasimetriade alibreloal quandooparâmetro dependeponto-a-pontodoteido
espaço-temporal. Na primeira nota-se o surgimento de bósons(esalares ou arregados) sem
massa. Noúltimoaso taispartíulas são eliminadasdateoria medianteum proessode
geraçãodemassa paraamposde alibre. Noquesesegue vamosprinipiarom ampos
bosnios esalares e neutros, ndando om bosniosarregados.
Campo Esalar Real
Seja então o modelo desrito pela seguinte lagrangeana onstruida apenas om ampos
φ
′
s
esalares ereais
L
=
1
2
∂
µ
φ∂
µ
φ
−
U(φ),
(1.37)om o primeiro termo fazendo o papel da parte inétia. A espeiação do sistema
depende então da forma de
U
que mara a intensidade da interaçãoentre ampos que,neste aso, paree ser uma autointeração de
φ
. Notem que se esolhermos um sistemamodelado por um potenial tipo
λ
2
φ
4
, o sistema não terá degeneresênia, já que
ap-resentará apenas um mínimo trivial. Esta situação não permite quebra espontânea de
simetria, fato que só aontee quando se tem opções de váuos. Vejamos então o que
oorre quando se insere um potenialdo tipoHiggs seguinte
U(φ) =
λ
2
4
(φ
2
om
η
2
= 2(
µ/λ
)
2
um valor do ampo num dado váuo diferente de zero,
µ
2
a massa do
ampo
φ
eλ
omdimensão dem
−
1
(veja gura5). Aqui
±
η
éobtidoatravésdaondiçãoassintótia
φ
(
±∞
) =
±
η
. Geralmente requer-se, omo no teorema da divergênia, queo ampo no innito seja nulo. Mas este será diferente de zero 5
devido a quebrada da
simetria. Calulando a tangentesobre a urva dopotenialtemos
dU
dφ
=
λ
2
(φ
2
−
η
2
)φ.
(1.39)Para
µ
2
>
0
e
λ
6
= 0
(quandoλ
= 0
temos o aso de ampos livres), o estado de mínimodo sistema oorre no váuo verdadeiro da teoria, ou seja, em
φ
(
x
=
∞
) = 0
. Por outrolado, quando
µ
2
<
0
(
µ
um imagináriopuro) ateoria onterá táquions[20℄,entidades ommassas negativase veloidades superiores ao daluz, desestabilizando a teoria. Aparee
então um máximoem
φ
= 0
e dois mínimosemφ
=
±
η
(gura5).A presrição, omo dissemos, é que ovaloresperado doampo nováuo sejanúlo:
φ
0
=
h
0
|
φ(
±∞
)
|
0
i
= 0.
(1.40)Mas issonão oorre pois,neste aso
φ
0
=
h
0
|
φ(
±∞
)
|
0
i
=
±
η.
(1.41)Uma maneira de se obter o valor médio de
φ
no váuo verdadiro (1.40) é entãodesloando-ode seu valor
η
. Ou seja,oloandoφ
′
=
φ
∓
η,
(1.42)5
Issoporque os amposno innito onvergempara osprópriosansatz domodelo assoluçõesdas
Figura 1-5: Na primeira oluna de diagramas: poteniais tipo
λ
2
φ
4
/
2!
e
λ
2
(
φ
2
−
n
2
)
2
/
2!
,
respetivamente. Segunda oluna de diagramas: urvas de níveis no plano
(
φ
1
, φ
2
)
de suas versões tridimensionais. Tereira oluna de diagramas: funionaisU
(
φ
1
, φ
2
)
para ada um dessespoteniais. Émostrado também osmínimosrelativos paraoasodo potenialde Higgs.donde tem-se
φ
′
0
=
h
0
|
φ(
±∞
)
∓
η
|
0
i
= 0.
(1.43)Mas este proedimento, omo se vê, lava o sistema a transiionar de uma fase om
váuos
±
η
parauma omváuo nulo(o váuoverdadeiro). Essa redeniçãodoampore-sultanaperdadasimetria
Z
2
disretaque,natroadeφ
por−
φ
,fazmudaralagrangeana(1.37). Veja, troando-se
φ
porφ
′
+
η
(ou
φ
′
−
η
) teremos
L
′
=
1
2
∂
µ
(φ
′
−
η)∂
µ
(φ
′
−
η)
−
U
(φ
′
)
=
1
2
∂
µ
φ
′
∂
µ
φ
′
−
(
1
2
λ
2
φ
′
4
+ 2λ
2
φ
′
3
+ 2λ
2
η
2
φ
′
2
)
6
Perebaque
L
′
ganhaagoraumsinalnegativonosegundotermodopotenial. Destarte
podemos notar também que o ampo
φ
′
adquire uma massa positiva
m
2
φ
= 2
λ
2
η
2
. Issonos faz onluir que a quebra espontânea de simetria apresenta omo onsequênia o
surgimentode partíulas massivas. Vejamos agora o aso om ampoarregado.
Campo Esalar Complexo
O modelo anterior desreve partíulas neutras, uma vez que
φ
é um esalar real 6. Ao
tratarmos aquestão om amposesalares omplexos estamosquerendo dizeragora que
nosso modelo apresenta partíulas om arga. Bastará, pois, usar-se a mesma forma
anterior para a lagrangeana, mas levando-seem onta desta vez quantidades omplexas
φ
eφ
. Esrevamos entãoL
=
∂
µ
φ∂
µ
φ
−
1
2
λ
2
(
|
φ
|
2
−
η
2
)
2
,
(1.45)om as onstantes tendo os mesmos signiados anteriores. Calulando os extremos do
potenial
dU
dφ
=
λ
2
|
φ
|
2
φ
+
µ
2
4
φ,
(1.46)que,para
µ
2
>
0
,possuiráum úniomínimoem
φ
= 0
. Mas, seµ
2
<
0
,o sistemaonterá
táquions,desestabilizandoopotenial. Agoraapareem,levando-seemontaesteultimo
aso, dois mínimos em
±
η
e um máximo relativo emφ
= 0
. Note que o modelo (1.45)é invariante frente transformações de simetria
U
(1)
global, quando troa-seφ
pore
i
Λ
φ
′
,
om
Λ
umparâmetro onstanteemx
µ
;eloal, quandomuda-seφ
pore
i
Λ(
x
)
φ
′
,aqora om
Λ(
x
)
dependente pontualmente daquadridimensão. De fato, efetuando-se qualquer umadessas troas teremos
L
′
=
L
.
(1.47)6
Elatambémésimétriafrenteamudançade
φ
por−
φ
. Oorreque,aoparametrizarmosφ
pordois ampos esalares neutrosϕ
eχ
φ
=
η
+ (ϕ
+
iχ)/
√
2,
(1.48)a lagrangeanamuda para
L
=
1
2
∂
µ
ϕ∂
µ
ϕ
+
1
2
∂
µ
χ∂
µ
χ
−
2λ
2
ϕ
2
+
√
2λ
2
ηϕ(ϕ
2
+
χ
2
) +
λ
2
8
(ϕ
2
+
χ
2
)
2
,
(1.49)que não émais invariantefrentetransformações
U
(1)
loais deϕ
→
ϕ
=
e
i
Λ(
x
)
ϕ
,
χ
→
χ
=
e
i
Ω(
x
)
χ
, globais deϕ
→
ϕ
=
e
i
Λ
ϕ
,
χ
→
φ
=
e
i
Ω
χ
, nem por transformações
Z
2
disretasϕ
→ −
ϕ
eχ
→ −
χ
. Entãoédito queasimetriaU
(1)
(globaleloal)foi espontaneamentequebradapelaparametrização(1.48),eseagoraquisermosovaloresperadodoampono
váuo igual a zero, teremos de desloa-lo, assim omo zemos noaso doampoesalar
neutro,de seu valor de váuo
η
. Ou seja, pondoφ
′
=
φ
−
η
= (ϕ
+
iχ)/
√
2.
(1.50)Portanto
φ
′
0
=
h
0
|
φ
−
η
|
0
i
= 0,
(1.51)e o sistema transiiona de fase. De (1.49) nota-se que o ampo
ϕ
adquire massa dem
2
ϕ
= 2
λ
2
η
2
, sendo que o ampoχ
nenhuma massa apresenta. Este é justamente oteorema de Goldstone[21℄, a dizer que, quando uma simetria de alibre loal
U
(1)
forCampos de Calibre
Vejamosomoamasoisasnoasode ummodelodeampoesalaromplexoaoplado
a um ampo de alibre
A
µ
via derivada ovarianteD
µ
=
∂
µ
+
ieA
µ
,
(1.52)om
e
aonstantedeaoplamentomínimojáqueaderivadaapresentaapenasumtermolinear em
A
µ
. AquiA
µ
≡
(
A
0
;
A
i
)
, omA
0
≡
ψ
(
r
)
o potenial esalar eletromagnétio eA
i
≡
−
→
A
o potenial vetor 7. No apítulo três argumentos físios plausíveis serão usados
para essa introduçõa. Por enquanto sua apresentação sem maiores expliações servira
apenas para os ns propostos nesta seção. A lagrangeana éentão esrita omo
L
=
−
1
4
F
µν
F
µν
+
D
µ
φD
µ
φ
−
λ
2
2
(
|
φ
|
2
−
η
2
)
2
,
(1.53)om
U
=
λ
2
(
|
φ
|
2
−
η
2
)
2
/
2
o potenial de Higgs. Agora temos um modelo governado
por duas dinâmias, um para o ampo
A
µ
dada pelo termo eletrodinâmio−
1
4
F
µν
F
µν
,om
F
µν
=
∂
µ
A
ν
−
∂
ν
A
µ
um tensor anti-simétrio onheido omo intensidade de ampo
eletromagnétio. Sua anti-simetriadeorre dofatode que,natroados índies
µ
eν
, seusinalétroado:
F
µν
=
−
F
νµ
. Aoutradinâmiaaporontadotermobosnio
D
µ
φD
µ
φ
.
É natural então omeçarmos a pensar a partir de (1.53) em possíveis modelos onde a
matériaarregada interage mediantetroa de fótons, om estes últimossendo os bosons
de Higgs da interação eletromagnétia, e os bosons esalares arregados omo sendo as
subpartíulasmensageirasdaforçafortenuleon-nuleon 8
. Para
Λ(
x
ν
)
umparâmetroque
7
Paraordensmaioresnaderivadade
A
µ
,omomaisafrenteoorrerá,elaseráditanãomínima 8De maneirageralos físios areditam queexistam apenas doistiposde partíulas nouniverso, os
transformaçõesde alibre
U
(1)
loais denidas porφ
−→
φ
=
e
i
Λ(
x
ν
)
φ
′
;
(1.54)φ
−→
φ
=
e
−
i
Λ(
x
ν
)
φ
′
;
A
µ
−→
A
µ
=
A
′
µ
−
e
−
1
∂
µ
Λ(x
ν
)
(1.55)Em verdade, para se ser orreto, o que deve ser levado em onta é a ivariânia da
orrespondente ação integral segundo alguma transformação, e não a invariânia de
la-grangiana. Se tal ação integral
S
não muda frente a uma transformação dada então édito o modelo ser invariante frente a referida transformação. E o modelo (1.53) o é, já
que, para atransformação
U
(1)
numa versão innitesimalpode-se demonstrarque 9δ
S
=
δ
Z
t
2
t
1
dt
L
[φ,
φ;
˙
A,
A] =
˙
Z
t
2
t
1
dtδ(
L
[φ,
φ;
˙
A,
A]) = 0.
˙
(1.56)Esta última obreoquevema ser oprinípiode D'Alambert damínima ação adizer
que todo sistema físio prefere ar sempre em seu estado de menor energia. Noutros
termos, é sempre núlo o trabalho virtual exeutado(ou sofrido) por qualquer sisteme
físio:
δW
= 0
. Este prinípio,juntamente om as quatro leis de Newton,onstituem-senospilaresde todaameânialássia. Analisandonovamenteosextremosdopotenial,
temos
dU
dφ
= 2λ
2
(
|
φ
|
2
−
η
2
)φ,
(1.57)que, para
µ
2
<
0
apresenta um máximo relativo em
|
φ
|
= 0
e dois mínimos em|
φ
|
=
η
. Este potenial é innitamente degenerado pois suas urvas de níveis são írulosenquantoosprimeirossãotodasaspartíulasmensageirasdasquatrointeraçõesfundamentais.
9
Notemosaquiqueafatoração