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Estresse ocupacional: um estudo em instituições bancárias do município de Ijuí/RS

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Academic year: 2021

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Comunicação.

Curso de Administração

ESTRESSE OCUPACIONAL:

Um estudo em instituições bancárias do município de

Ijuí/RS

Aluna: Martina Horst

Orientadora: Profª Ms Maira Fátima Pizolotto

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2

MARTINA HORST

ESTRESSE OCUPACIONAL:

Um estudo em instituições bancárias do município de Ijuí/RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Administração, Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação (DACEC) da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração.

Orientadora: Profª Ms. MAIRA FÁTIMA PIZOLOTTO

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a vocês, que sempre me fizeram acreditar na realização dos meus sonhos e trabalharam muito para que eu pudesse realizá-los, minha mãe, Marlene e, ao meu pai de coração, Carmo. A você Matias, companheiro no amor, na vida e nos sonhos, que sempre me apoiou nas horas difíceis e compartilhou comigo as alegrias. Aos, meus irmãos, Rodrigo e Rafael, que se preocupam comigo, torcem pelos meus sonhos e acreditam no meu potencial. Dedico para vocês esta conquista, que é muito importante em minha vida. Obrigada por tudo, por serem a minha Família e estarem sempre ao meu lado!

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AGRADECIMENTOS

Registro meus agradecimentos a todos os que compartilharam o trilhar de mais esse caminho percorrido, contribuindo, direta e indiretamente, para que eu realizasse este sonho, auxiliando-me e dando-me forças nos momentos em que mais precisei.

Minha gratidão, em primeiro lugar, a Deus, por estar comigo em todos os momentos, iluminando-me, sendo meu refúgio e fortaleza nos momentos mais difíceis. A Ele, minha eterna gratidão.

Agradeço, especialmente, à minha família, que sempre estiveram me apoiando e me incentivando, que foram incansáveis; e, em especial, meu namorado, Matias.

À professora Mestre Maira F. Pizolotto, minha orientadora, pelo incentivo e orientação que me foram concedidos durante essa jornada.

Aos colegas e professores, por tudo o que com eles aprendi e por partilharem a construção do meu estudo.

Aos meus amigos, que vivenciaram comigo bons momentos de alegrias, que me apoiaram e que sempre me entenderam.

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ESTRESSE OCUPACIONAL: UM ESTUDO EM INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS DO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS 1

Martina Horst 2; Maira Fátima Pizolotto 3

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Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da UNIJUI

2

Acadêmica do Curso de Graduação Administração da UNIJUI, martina.horst@hotmail.com

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Professora Orientadora, Mestrado em Administração de Recursos Humanos e Organizações pelo PPGA/UFRGS, Curso de Administração, mairap@unijui.edu.br Introdução

O presente estudo consiste no Trabalho de Conclusão de Curso, que foi com trabalhadores bancários de três agências, pública, estatal e privada, localizadas no município de Ijuí/RS. Segundo Malagaris (2000) e Lipp (2001), o estresse pode ser caracterizado como uma reação do organismo com componentes físicos e/ou psicológicos, causada pelas alterações psicofisiológicas e ocorre quando a pessoa se confronta com uma situação que a irrite, amedronte, excite ou mesmo que a faça feliz, ou seja, tudo aquilo que cause uma quebra da homeostase interna, que exige uma adaptação. O trabalho ocupa um lugar relevante na vida das pessoas como na formação da identidade e na inserção social, no entanto, está cada vez mais complicado conciliar a vida familiar com a profissional, inúmeros exemplos ilustram essa realidade, como os elevados índices de doenças causadas pelo estresse ocupacional ao qual os bancários estão submetidos no seu trabalho diário. O presente estudo tem como objetivo identificar o nível de estresse vivenciado por bancários que atuam em instituições pública, estatal e privada do município de Ijuí, bem como, as estratégias de enfrentamento utilizadas.

Metodologia

O presente estudo classificou-se como pesquisa de natureza aplicada, de abordagem qualitativa e quantitativa, quanto aos objetivos como exploratória e descritiva e quanto aos procedimentos técnicos foi pesquisa bibliográfica, documental, de campo e estudo de caso. A coleta de dados foi realizada em três instituições bancárias do munícipio de Ijuí/RS. A instituição pública possui 41 funcionários, sendo que 15 responderam o questionário, representando 36% do quadro funcional, já na instituição estatal, possui 56 funcionários, dos quais 18 responderam o questionário, representando 32% do quadro funcional. A instituição privada, conta com 13 funcionários, sendo que 11 destes entregaram os questionários, representando 85% do quadro funcional. O instrumento de coleta de dados era composto por 60 questões fechadas referentes à escala de estresse no trabalho (EET) (SANTOS & PAZ, 2012) e as estratégias de enfrentamento do estresse (KIRCHHEIM, PIZZOLOTO, STUMM, 2007), ainda, o perfil dos participantes da pesquisa. Na análise dos dados coletados foram utilizados métodos quantitativos e qualitativos. As principais técnicas utilizadas na análise e interpretação dos dados foram a análise estatística descritiva simples.

Resultados e Discussão

A média de respostas apresentadas pelos participantes das instituições pública e estatal, indicam o nível de estresse ocupacional geral moderado, esse resultado

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indica que os trabalhadores bancários destas duas instituições, apresentaram um escore médio de 1,65 e 1,3 respectivamente para as instituições pública e estatal. Na instituição privada os resultados informaram nível alto de estresse ocupacional geral de 2,44, alegando serem afetados muito/totalmente pelos estressores em potencial apresentados. Mais alarmante ainda, é quando avalia-se os valores individuas de estresse, no qual 90,9% dos trabalhadores bancários avaliados desta instituição demonstraram alto nível de estresse. Com base na análise das questões da EET pode-se destacar que, no caso dos bancários, é senso comum que se trata de trabalho estressante. O trabalho bancário agrega cobrança com metas difíceis de serem alcançadas para obtenção de um salário, pagamento justo pelo esforço, é o maior problema. Metas cada vez mais arrojadas, sem perspectiva de alcançá-las, todo esse conjunto causa um desgaste muito grande, além da decepção de não conseguirem alcançar metas, para um ordenado justo. Dentre as principais estratégias de enfrentamento da instituição pública estão realizar as refeições em horários regulares, rir, e viajar com a família. Na instituição estatal, as principais estratégias utilizadas são rir, escutar musica e dormir conforme a necessidade. Já na instituição privada as estratégias são rir, passear com familiares e investir em autoestima.

Conclusão

A instituição com maior nível de estresse ocupacional foi à instituição privada. Ainda, em relação à instituição privada, obteve-se o alarmante índice de que mais de 90% dos trabalhadores desta instituição apresentaram um alto nível de estresse. Portanto, com base nesses resultados, ressalta-se o grave problema do estresse ocupacional vivenciado pelos trabalhadores bancários. Na analise das questões da EET, evidenciou-se os principais agentes estressores das instituições avaliadas. A insegurança no emprego, a demissão de pessoal constante, pressão por alta produção e a falta de reconhecimento dos trabalhadores bancários, foram um dos principais agentes encontrados. É importante lembrar que o trabalho é uma das fontes de satisfação de diversas necessidades humanas, como auto-realização, manutenção de relações interpessoais e sobrevivência. Os trabalhadores que não conseguem equilibrar trabalho e vida pessoal dificilmente conseguem ser felizes. Dessa forma, há uma grande necessidade de implementar nestas instituições, ações de gerenciamento do estresse ocupacional fundamentado na melhoria da saúde dos bancários.

Palavras-Chaves: Estresse ocupacional, Bancos, Instituições Pública, Privada e Estatal.

Referências Bibliográficas

KIRCHHEIM, R.; STUMM, E.M.F.; PIZZOLOTTO, M. F. O estresse vivenciado por docentes de três Instituições de Ensino do município de Três Passos/RS. Relatório de Estágio Supervisionado em Administração II da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Ijuí. 2007.

LIPP, M.E.N. Pesquisas sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de riscos. 2. ed. Campinas, SP: Papirus; 2001.

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MALAGRIS, L.E.N. Qualidade de vida e estresse. In: Cadernos de Psicologia da SBP, v. 1, n. 1, p. 19-26, 2000.

SANTOS, P.S.; PAZ, M. G.T. Construção e Validação de Escala de Estresse Organizacional. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações. Brasilia. 2012.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1: Diferença entre os níveis de estresse ... 49

Gráfico 2: Fatores que influenciam o estresse ocupacional nas instituições pública, estatal e privada ... 54

Gráfico 3: Estratégias de enfrentamento na Instituição pública ... 59

Gráfico 4: Estratégias de enfrentamento na Instituição estatal ... 60

Gráfico 5: Estratégias de enfrentamento na Instituição privada ... 61

Quadro 1: Perfil dos participantes da pesquisa ... 39

Quadro 2: Níveis de estresse através da Escala de Estresse no Trabalho (EET) .... 48

Quadro 3: Comparativo das estratégias de enfrentamento ao estresse ... 58

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SUMÁRIO RESUMO... 5 LISTA DE ILUSTRAÇÕES ... 8 INTRODUÇÃO ... 11 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 13

1.1 Apresentação e Delimitação do Tema... 13

1.2 Problema ou Questão do Estudo ... 14

1.3 Objetivos ... 14

1.3.1 Objetivo Geral ... 15

1.3.2 Objetivos Específicos ... 15

1.4 Justificativa ... 15

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 18

2.1 Bancos Públicos, Estatais e Privados ... 18

2.2 Gestão de Pessoas ... 20

2.3 Caracterização do Trabalho no Mercado Financeiro ... 22

2.4 Estresse Ocupacional... 24

2.5 Estresse Ocupacional em Bancários ... 27

2.6 Agentes Estressores ... 29

2.7 Estratégias de Enfrentamento ao estresse ... 32

3 METODOLOGIA ... 34

3.1 Classificação da Pesquisa ... 34

3.2 Sujeitos da Pesquisa e Universo Amostral ... 36

3.3 Coleta de Dados ... 39

3.4 Análise e Interpretação dos Dados ... 41

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4.1 As organizações pesquisadas ... 43 4.2 Nível do estresse ocupacional dos trabalhadores bancários ... 46 4.3 Estratégias de enfrentamento utilizadas pelos trabalhadores bancários ... 57

CONCLUSÃO ... 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 66

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INTRODUÇÃO

O presente estudo consiste no Trabalho de Conclusão de Curso, que foi com trabalhadores bancários de três agências, pública, estatal e privada, localizadas no município de Ijuí/RS.

A realização deste trabalho possibilitou a integração da teoria à prática junto às instituições estudadas, embasada nos conhecimentos adquiridos no decorrer do curso. Este trabalho teve como objetivo central identificar o nível de estresse vivenciado por bancários que atuam em instituições pública, estatal e privada do município de Ijuí, bem como, as estratégias de enfrentamento utilizadas.

Segundo Malagaris (2000) e Lipp (2001), o estresse pode ser caracterizado como uma reação do organismo com componentes físicos e/ou psicológicos, causada pelas alterações psicofisiológicas e ocorre quando a pessoa se confronta com uma situação que a irrite, amedronte, excite ou mesmo que a faça feliz, ou seja, tudo aquilo que cause uma quebra da homeostase interna, que exige uma adaptação. Essas situações denominam-se eventos ou fontes estressoras. O estresse pode ser avaliado por meio de seus eventos estressores, das reações e aspectos cognitivo-emocionais, das medidas fisiológicas e endócrinas, e da presença de doenças.

Este estudo está estruturado em seções: a primeira seção com a contextualização do estudo, caracterizando as organizações, delimitando o tema e questão de estudo, apresentando os objetivos e justificativa; a segunda seção com a fundamentação teórica na qual são abordados os seguintes tópicos, organizações: bancos públicos, estatais e privados, gestão de pessoas, caracterização do trabalho no mercado financeiro, estresse ocupacional, estresse ocupacional em bancários, agentes estressores, estratégias de enfrentamento; a terceira seção com a metodologia classificação da pesquisa, sujeitos da pesquisa e universo amostral, a quarta seção com a apresentação, análise e discussão dos resultados na qual são

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descritas a caracterização da organização, o perfil dos trabalhadores bancários, o nível e diferença do estresse ocupacional dos trabalhadores bancários e as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos trabalhadores bancários; por fim a conclusão, as referências bibliográficas e os anexos.

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A contextualização do estudo está estruturada com a apresentação do tema, delimitação do tema, o problema ou questão do estudo, a definição dos objetivos e a justificativa.

1.1 Apresentação e Delimitação do Tema

O trabalho ocupa um lugar relevante na vida das pessoas como na formação da identidade e na inserção social, no entanto, está cada vez mais complicado conciliar a vida familiar com a profissional, inúmeros exemplos ilustram essa realidade, como os elevados índices de doenças causadas pelo estresse ocupacional ao qual os bancários estão submetidos no seu trabalho diário. Este estudo, ainda preocupa-se, com a avaliação do estresse ocupacional presente nas agências bancárias, tanto públicas e estatais, como também nas agências privadas, localizadas no município de Ijuí/RS.

Frente a este tema, torna-se de grande relevância, verificar a contribuição das transformações aceleradas que o sistema financeiro vem sofrendo para o surgimento de mudanças, que afetam o processo de trabalho (PEREIRA; BRAGA; MARQUES, 2008). O trabalho é uma das fontes de satisfação de diversas necessidades humanas, como auto-realização, manutenção de relações interpessoais e sobrevivência. Por outro lado, também pode ser fonte de adoecimento quando contém fatores de risco para a saúde do trabalhador (LENNART, 2005).

O estresse no ambiente de trabalho tem um impacto direto sobre as organizações e sobre os indivíduos que ficam, a cada dia, mais sobrecarregados e com maiores dificuldades de fazer escolhas que lhes permitam buscar melhores condições de trabalho e qualidade de vida (LIPP, 1998, 2003). Inúmeros são os fatores de riscos que acabam resultando em doenças e que podem interferir na qualidade de vida dos bancários, dentre eles as privatizações, a elevada carga horária de trabalho, a pressão psicológica e as constantes transformações ocorridas neste setor (LIPP, 2001).

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A saúde não é um estado, algo fixo e definitivo, pode ser considerada como uma construção que não pode ser isolada daquilo que, de fato, fazem as pessoas no seu dia a dia do trabalho (ALVES, 2003; LEVI, 2005). A vida profissional reforça a identidade dos sujeitos e o trabalho é o local mais propício para o desenvolvimento das relações interpessoais para o desenvolvimento do coletivo. No entanto, é necessário que o ambiente de trabalho colabore para que determinados estímulos externos permitam, ao indivíduo, superar as exigências do meio ambiente e o desgaste físico e mental, que levam ao estresse.

O estresse ocupacional está descrito entre os principais agentes causadores de doenças, dentre elas os transtornos psiquiátricos e as crônicas, como as cardiovasculares. Tais fatos levam a um aumento na preocupação com a saúde dos trabalhadores bancários, uma vez que a própria produtividade está relacionada ao seu ambiente de trabalho (LEVI, 2005).

1.2 Problema ou Questão de Estudo

Em decorrência do problema social que consiste o estresse na vida profissional, ressaltando que a classe dos trabalhadores bancários é considerada uma classe que apresenta um dos mais altos níveis de estresse chegou-se a seguinte questão de estudo: qual o nível de estresse vivenciado, bem como, as estratégias de enfrentamento utilizadas, pelos bancários de instituições públicas, estatais e privadas, localizadas no município de Ijuí/RS?

1.3 Objetivos

Objetivos são resultados pretendidos, ou seja, o que concretamente se deseja alcançar. “Toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar” (LAKATOS; MARCONI, 1990, p. 22).

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1.3.1 Objetivo Geral

Identificar o nível de estresse vivenciado por bancários que atuam em instituições pública, estatal e privada do município de Ijuí, bem como, as estratégias de enfrentamento utilizadas.

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos direcionam o trabalho, a fim de atingir o objetivo geral. São etapas do plano que se pretende realizar, têm-se como objetivos específicos:

1 Identificar o nível de estresse vivenciado pelos bancários, de instituições pública, estatal e privada;

2 Conhecer as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos trabalhadores bancários para lidar com o estresse no ambiente de trabalho;

3 Comparar os resultados do estudo entre estas instituições pública, estatal e privada;

4 Propor considerações acerca do gerenciamento do estresse no ambiente de trabalho como diferencial para melhoria da qualidade e produtividade.

1.4 Justificativa

O estresse ocupacional entendido como estresse no trabalho representa risco para o bem estar físico e emocional dos trabalhadores. Inúmeros estudos têm demonstrado a influência do estresse no baixo rendimento profissional dos indivíduos em suas organizações de trabalho bem como o seu adoecimento físico e mental. Segundo Xavier (1998), o processo de trabalho bancário pode levar à depressão, manifestada através de tristeza, baixa autoestima, ansiedade, comprometimento do humor, do pensamento, da conduta e comportamento suicida.

Diante do exposto, torna-se viável a realização do estudo em função de que a autora do trabalho é uma funcionária de um banco privado, enfrentando no dia a dia

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as questões estressoras do ambiente e a crescente demanda por resultados no trabalho bancário contemporâneo. Para atender a demanda e atingir metas por exigência de um mercado competitivo, as organizações necessitam cada vez mais administrar mudanças em seu ambiente organizacional.

Estudos têm relatado que eventos como carga horária excessiva, ambiente psicologicamente insatisfatório, sobrecarga de trabalho doméstico, velocidade rápida no trabalho e descontentamento no trabalho, diferenças de caixa e agressões dos clientes, pressão e cobranças por resultados, quadro de funcionários aquém das necessidades da instituição que leva ao acúmulo de funções, representam situações de sofrimento e consequentemente pode levar ao estresse.

Além disso, é importante destacar a necessidade de estudos que avaliem a influência de politicas de gestão de pessoas dentro das instituições, uma vez que a saúde do trabalhador influencia diretamente na sua produtividade, na rentabilidade e crescimento da empresa. Dessa forma, o estudo em questão irá informar aos bancos avaliados, o grau de satisfação de seus funcionários e mensurar o nível de estresse aos quais seus funcionários estão submetidos.

O estresse pode ser gerado pelo trabalho, em casa, entre os relacionamentos, como resultado de um conflito emocional interno, pelo ambiente, pela dieta, por doenças e pela insegurança financeira, assim como importantes eventos da vida – desde o nascimento até o luto, casamento ou divórcio. A falta de estímulo pode ser tão estressante quanto o excesso, tornando prejudicial quando não se podem controlar as respostas a eles (STEFANO; ROIK, 2005, p.4).

Com a realização destas pesquisas pode-se informar aos trabalhadores bancários, sobre os malefícios da sua jornada de trabalho à saúde, pois é notável a falta de conhecimento dos funcionários bancários, acerca da influência que o estresse profissional tem sobre seu corpo e mente.

O estresse no ambiente de trabalho pode contribuir para a etiologia como ação desencadeadora ou agravante de várias outras doenças como hipertensão arterial essencial, úlceras gastroduodenais, psoríase, vitiligo, retração de gengivas.

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Levi (2005) cita que o estresse relacionado ao trabalho seja um fator determinante da síndrome metabólica representado por uma combinação de acúmulo de gordura abdominal, diminuição na sensibilidade celular à insulina, dislipidemia e aumento na pressão sanguínea.

Na atualidade, a doença não é mais vinculada apenas a um determinado agente ou grupo de agentes, mas produto de um conjunto multifatorial de elementos, dentre os quais se destacam as condições e modos de vida e trabalho. Estudos que avaliem o grau de comprometimento da saúde dos trabalhadores em função da sua atividade profissional, bem como a diminuição do rendimento são de grande relevância tanto para a saúde como à organização.

Neste sentido, é importante ressaltar que além das instituições e dos seus funcionários, o cliente também é prejudicado, pois deixa de receber um serviço de qualidade, devido ao estresse no ambiente de trabalho, o que reflete diretamente no serviço que lhe é prestado e na imagem da empresa. Portanto, os resultados deste estudo irão beneficiar as empresas participantes, seus funcionários, e consequentemente, seus clientes. Além disso, na região de Ijuí/RS, não há nenhum registro de estudo semelhante, realizada nas agências bancárias pública, estatal e privada, isso implica na falta de informações acerca do estresse enfrentado pelos bancários. Os resultados obtidos poderão nortear estratégias para o enfrentamento deste problema pelas agências bancárias, informando aos funcionários das agências o estresse ao qual ele está submetido e a necessidade de uma mudança neste cenário.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

A revisão de literatura do presente estudo tem como principal função buscar conceitos e métodos sobre a questão em estudo, permitindo melhor compreender, analisar e relacionar a situação das organizações pesquisadas. Deste modo, o mesmo está estruturado da seguinte maneira: bancos públicos, estatais e privados, gestão de pessoas, caracterização do trabalho no mercado financeiro, estresse ocupacional, estresse ocupacional em bancários, agentes estressores e finaliza com as estratégias de enfrentamento.

2.1 Bancos Públicos, Estatais e Privados

Bancos são instituições intermediárias, que exercem, além de outras, a função de captar os recursos e emprestá-los a juros, gerando a margem de ganho denominada de spread bancário. Todo banco, público, estatal ou privado, apresenta estas características. Os bancos tem também por funções depositar capital em formas de poupança, financiar automóveis e casas, trocar moedas internacionais, realizar pagamentos, entre outros.

Os bancos são classificados, em comercial, de investimento, de desenvolvimento e misto. Bancos comerciais são instituições de crédito caracterizadas pela captação de fundos, através de operações passivas como os depósitos à vista, a prazo e com pré-aviso, os depósitos de poupança, os certificados de depósitos e os fundos de investimentos, e pela cedência de fundos (crédito bancário), através de operações ativas de curto, médio e longo prazos, podendo estas serem de carácter comercial (letras) ou financeiro (relação cliente/banco); finalmente, pela prestação de serviços (proveitos), como as garantias bancárias, a venda de moeda, pagamentos periódicos, guarda de valores e custódia de títulos.

Os bancos de investimento são instituições que auxiliam pessoas físicas ou jurídicas a alocar o seu capital nos mais diversos tipos de investimento, como por exemplo no mercado financeiro. Os bancos de desenvolvimentos são as instituições que financiam projetos cuja finalidade é promover o desenvolvimento econômico de

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uma dada região. Já o banco misto, são bancos de crédito e de poupança, esta classificação representa maior parte das instituições financeiras do Brasil.

Os bancos públicos podem ter objetivos diferentes da maximização de lucro: o excedente do consumidor poderia ser parte da sua função objetivo. Isso torna os bancos públicos mais competitivos comparados aos bancos privados. Por outro lado, bancos públicos e privados podem oferecer serviços diferenciados. Em relação a agressividade e competitividade os bancos públicos e estatais ficam muito aquém dos bancos privados. Além disso, existem inúmeras diferenças de custos na operação de bancos públicos, estatais e privados que levam a condutas empresarias diferentes por parte de cada instituição (CAVALCANTE, 2002).

As organizações públicas e estatais são ligadas aos governos tanto federais quanto estaduais, apresentam um compromisso maior com políticas públicas e até fomento de programas governamentais, já o setor privado apresenta um outro nível organizacional, como de outros modelos organizacionais de empresas privadas. Por razões gerenciais, organizacionais ou tecnológicas, bancos públicos, estatais e privados podem operar com diferentes estruturas de custo, sendo assim a lucratividade das empresas é muito diferente, considerando ainda que as organizações privadas estão muito mais suscetíveis as variações políticas e econômicas que bancos ligados ao governo (CAVALCANTE, 2002).

O Brasil é um bom candidato aonde se medir o efeito competitivo de bancos públicos. Em primeiro lugar, tanto bancos públicos quanto privados co-existem na indústria brasileira de bancos comerciais, e ambos têm participação significativa. Atualmente, com a privatização dos bancos públicos estaduais, o setor público ainda possui 42.7% dos ativos bancários nacionais, o governo federal controla dois grandes bancos comerciais, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal, e ainda possui um grande banco de desenvolvimento, que até recentemente era a maior fonte (talvez a única) de financiamento de longo prazo no país (BARKER, 1990).

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2.2 Gestão de Pessoas

Vivemos na sociedade do conhecimento, na qual o talento humano e suas capacidades são vistos como fatores competitivos no mercado de trabalho globalizado. Porém, esse talento e essa capacidade tem que ser vista com outros olhos, olhos de colaboradores e não de concorrentes. Necessitamos assim resgatar o papel do ser humano na organização, a fim de torná-los competentes para atuar em suas atividades como colaboradores. É com este cenário que as organizações devem ter a visão de que o Capital Humano será seu grande diferencial. Assim surge um novo conceito em gestão de pessoas (CHIAVENATO, 2002).

Os avanços observados nas últimas décadas têm levado as organizações a buscarem novas formas de gestão com o intuito de melhorar o desempenho, alcançar resultados e atingir a missão institucional para o pleno atendimento das necessidades dos clientes. Nota-se também que o sucesso das organizações modernas depende, e muito, do investimento nas pessoas, com a identificação, aproveitamento e desenvolvimento do capital intelectual (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002). É nesse ponto que vemos a importância da Gestão de Pessoas dentro das organizações, atuando em toda a estrutura hierárquica da empresa, desde o nível produtivo até a liderança, gerenciando talento, conhecimento, e capital humano disponíveis (VASCONCELOS; MASCARENHAS; VASCONCELOS, 2006).

Segundo Peixoto (1995, p. 76),

[...] a real vantagem competitiva no mercado não está somente representada no financeiro ou nos altos investimentos em tecnologia, entre outros exemplos que poderíamos citar, mas sim nas pessoas que compõem a organização, que movimentam tudo isto no cotidiano. A partir da década de 90, com as profundas mudanças nos cenários nacional e Internacional como a globalização, tiveram a necessidade urgente de buscar novos paradigmas de gestão. Assim, precisamos quebrar os velhos paradigmas para entender a empresa e as pessoas como gestoras e colaboradoras bem como entender o novo conceito de gestão de pessoas. Se analisarmos, perceberemos que o papel do colaborador é mais participativo, ele tem maior autonomia em suas atividades, cooperação nas decisões com seus gestores, facilidade na interação, aprendizagem, conhecem a empresa e participam dos negócios.

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A Gestão de Pessoas deve formar e consolidar equipes internas produtivas e comprometidas com a estratégia e as metas da empresa, utilizando adequadamente processos seletivos, atividades de treinamento, aperfeiçoamento e desenvolvimento de habilidades individuais, otimizando recursos e investimentos, com o objetivo de maximizar os lucros. Gestão de Pessoas deve ser encarada como o diferencial de empresas, que sabem selecionar pessoas certas para o trabalho a ser realizado, ou seja: com as competências necessárias, a consciência do valor da sua colaboração para a empresa alcançar seu objetivo, e comprometida com seu trabalho, por paixão ao que faz. Contar com talentos exige recrutamento eficaz, programas de treinamento, implementação de programas de capacitação, e acompanhamento contínuo do desempenho obtido (MASCARENHAS; VASCONCELOS, 2004).

Além disso, nas políticas de gestão de pessoas há a necessidade de uma cultura organizacional que estimule a colaboração, o compartilhamento de conhecimento. Aspectos intangíveis devem ser considerados sempre que se tratam de pessoas, uma vida em equilíbrio tem diferentes áreas a serem buscadas: sucesso profissional, saúde física, relacionamentos, lazer, espiritualidade, financeira, legado e realização pessoal, a pirâmide de Maslow, apresentada em Motivation and Personality (1970) classificou as necessidades humanas em níveis de importância e influencia da seguinte forma: necessidade de auto-realização, necessidade de estima, necessidades sociais, necessidade de segurança e necessidades fisiológicas. Na busca da satisfação mútua, traçando objetivos comuns aos colaboradores e a empresa atua a Gestão de Pessoas (MASCARENHAS; VASCONCELOS, 2004).

A ação e a cooperação das pessoas são fundamentais para mudar a forma de administrar e como reflexo desta atitude, é preciso reconhecer o papel da cultura organizacional, percebendo os indivíduos como atores que participam e influenciam as mudanças. Dessa forma, é importante desenvolver uma cultura organizacional na qual as pessoas, vistas como responsáveis pela imagem da empresa, precisam ser motivadas e não controladas, entendendo que a mudança é uma constante, podendo ser facilitada com a correta visão de liderança, pois o que caracteriza a

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liderança é a capacidade efetiva de gerar resultados por intermédio das pessoas, ou de influenciá-las (FISCHER, 2002).

Por fim, na gestão de empresas é necessário não somente prever problemas, mas corrigi-los, um dos melhores instrumentos de que dispõem as empresas para antecipar-se ao curso dos acontecimentos é investir nas pessoas. Portanto, as empresas devem apresentar uma proposta transparente de intenções através de uma cultura organizacional que dissemine o que se espera dos colaboradores. A Gestão de Pessoas pode facilitar ou dificultar a evolução do processo de mudança nas organizações, pois a atenção devida às redes informais, sociais e de poder dentro da organização tem fundamental importância no sucesso de programas de mudança organizacional (MASCARENHAS; VASCONCELOS, 2004).

2.3 Caracterização do Trabalho no Mercado Financeiro

O trabalho bancário teve seu início a partir do aparecimento das necessidades de algum tipo de intermediação entre as pessoas e o capital. Fazendo-se um apanhado sobre a história dos bancos, nota-se que, desde a antiguidade, já havia trocas e empréstimos de mercadorias entre os povos, o que, na época, não deixava de ser uma forma rudimentar do trabalho bancário. Ao se comparar o funcionário bancário do passado e o de hoje, verifica-se que mais nada possuem em comum. Evidencia-se isso ao mencionar que até 1960 os únicos equipamentos que os bancários utilizavam no trabalho eram a calculadora e a máquina de escrever. Na década de 70, como afirma Cenci (2001, p. 13)

[...] trabalhar em um banco era sinônimo de status, bons salários, estabilidade e prestígio social. Era tempo de certezas e de estabilidade, entendia-se o trabalho como emprego vitalício. Atualmente, a realidade é diferente. No início dos anos 90, os bancos empregavam quase um milhão de pessoas no país. Hoje, são menos de 500 mil.

Esse modo novo de trabalho causou mudança estrutural e veloz, tornando os sujeitos obsoletos, acarretando a sobrecarga e o sofrimento psíquico, segundo Grisci (2003, p. 104).

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Atualmente, com a informatização, a maioria das tarefas são realizadas por meio do uso de avanços tecnológicos como internet, telefones, computadores, e-mails, entre outros. Dessa maneira, o trabalho que antes necessitava de três ou mais funcionários, hoje pode ser realizado por apenas um. Nesse sentido, houve a necessidade de uma reorganização do trabalho bancário para uma melhor adequação às exigências do mercado. Segundo o DIEESE (2001), o processo de reestruturação ocorreu em duas etapas: a reestruturação para dentro (reorganização interna) e a reestruturação para fora (entre empresas).

A reestruturação interna priorizou desde a maior incorporação de novas tecnologias até o desencadeamento de demissões em massa, justamente como uma das consequências dessa inserção tecnológica. O enxugamento de pessoal, ou seja, a reestruturação interna, veio aliada à redução de benefícios e de salários. Também, fez com que aqueles que ainda permanecem na atividade bancária, reorganizem os seus saberes e o modo de serem por meio de capacitações profissionais, buscando, assim, melhor preparo intelectual e ampliação de conhecimento de todas as áreas do banco (GRISCI, 2003, p.110).

Desse modo, segundo Cenci (2001, p. 15),

[...] o funcionário precisa, além do conhecimento específico sobre sua função, ser um generalista, ter familiaridade com o computador, ser um negociador e ter potencial para dar conta das demandas do banco”. Além disso, outro aspecto relevante para que o bancário tenha necessidade de aprimoramento contínuo, na tentativa de acompanhar as mudanças no setor, consiste no sistema financeiro, o qual vem privilegiando o atendimento mais qualificado e personalizado aos clientes. Por tudo isso, a mudança no perfil dos bancários, no Brasil, evidencia-se também pela necessidade de elevação do nível de escolaridade da categoria. Dados do Dieese e da Febraban, no período de 1994 a 1996, confirmam que o percentual de bancários com grau de instrução de 1º grau completo baixou de 15% para 10,73%, para bancários com 2º grau completo o índice baixou um pouco menos, de 56,40% para 55,18% e bancários com 3° grau completo apresentaram um aumento cujo índice se elevou de 28% para 34,08% .Se, por um lado, os bancários estão mais especializados por conta das exigências das tarefas, por outro, podem sofrer algumas pressões no dia a dia de trabalho. Isso ocorre uma vez que os bancos, para serem competitivos no mercado, criam uma gama de produtos e serviços, exigindo do bancário, além do bom desempenho nas suas atividades, o cumprimento de metas, o aprendizado constante sobre produtos lançados quase que diariamente, submetendo-o, muitas vezes, a jornadas de trabalho além das estipuladas nos contratos de trabalho. Essa nova organização do trabalho repercute de forma incisiva na saúde mental desse trabalhador.

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Outra problemática alusiva ao serviço do bancário, segundo Codó et al. (1993), refere-se ao trabalho e ao afeto. Eles enfatizam que o tipo de trabalho no banco impede as manifestações de afeto, impossibilitando a satisfação emocional afetiva no trabalho, tendo, os bancários, que buscar a afetividade em consultórios de psiquiatras e psicólogos. Sendo assim, os mesmos autores afirmam que o bancário encontra-se perante um trabalho altamente tensiogênico, cotidianamente repetitivo, porém demandando uma precisão fundamental. Além disso, um assunto também relevante nos dias atuais refere-se à questão do assédio moral no ambiente bancário.

2.4 Estresse Ocupacional

Stress é uma palavra derivada do latim. Durante o Século XVII ganhou

conotação de adversidade ou aflição. No final do século seguinte, seu uso evoluiu para expressar força, pressão ou esforço. O conceito de stress não é novo, mas foi apenas no início do Século XX que estudiosos das ciências biológicas e sociais iniciaram a investigação de seus efeitos na saúde física e mental das pessoas, como sendo um estado do organismo após o esforço de adaptação. O stress pode produzir deformação da capacidade de resposta do comportamento mental e afetivo, do estado físico e do relacionamento com as pessoas (NASCIMENTO et al., 1998).

Nesse contexto, as tendências recentes de reestruturação do trabalho e do emprego têm causado preocupações em muitos pesquisadores, Donato et al. (1999) e Nunes et al. (2005), de que estes eventos tragam risco de estresse e como consequência doenças físicas e psicossomáticas ao indivíduo. Por exemplo, o aumento da jornada de trabalho, pode gerar preocupações de intensificação e sobrecarga de trabalho. O enxugamento e as práticas de emprego temporário podem prejudicar a capacidade dos trabalhadores e das organizações de acumular e reter o conhecimento sobre segurança, desencorajar o relato de riscos e acidentes ou a utilização dos serviços de saúde, devido ao medo de perder do emprego.

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[...] a situação do emprego está se modificando e milhares de trabalhadores estão perdendo seus postos de trabalho, uma vez que estão sendo substituídos, com maior intensidade, pelas chamadas tecnologias

inteligentes, que veem sendo desenvolvidas em larga escala em todo o

planeta. Esse novo mundo do trabalho esta deixando os indivíduos alienados, vitima de um acentuado estresse proveniente de pressões decorrentes de um ambiente de alta tecnologia e crescente insegurança. Nesse sentido, para entender de forma mais consistente o estresse ocupacional, torna-se importante entender as abordagens conceituais que permitem uma visão global de manifestações desta natureza, que provocam como decorrência tensões nos indivíduos e em muitos casos, quadros de estresse.

O estresse ocupacional entendido como estresse no trabalho representa risco para o bem estar físico e emocional e tem sido motivo de vários estudos nos mais diferentes setores produtivos, tais como profissionais de saúde, estudantes, trabalhadores do transporte urbano, executivos (FERNANDES et al., 2002), magistrados da justiça, agentes penitenciários, bancários e outros (DONATO et al., 1999; NUNES et al., 2005).

Para atender a demanda e atingir metas por exigência de um mercado competitivo, as organizações necessitam cada vez mais administrar mudanças em seu ambiente organizacional. Estudos têm relatado que eventos como carga horária excessiva, ambiente psicologicamente insatisfatório, sobre carga de trabalho doméstico, velocidade rápida no trabalho e descontentamento no trabalho, diferenças de caixa e agressões dos clientes, pressão e cobranças por resultados, quadro de funcionários aquém das necessidades da instituição que leva ao acúmulo de funções, representam situações de sofrimento e consequentemente pode levar ao estresse (PEREIRA; BRAGA; MARQUES, 2008). Segundo Xavier (1998), o processo de trabalho bancário pode levar à depressão, manifestada através de tristeza, baixa autoestima, ansiedade, comprometimento do humor, do pensamento, da conduta e comportamento suicida.

Além disso, segundo Goldberg (1986), nos últimos anos, a aceleração das mudanças vem contribuindo para provocar nos gerentes uma degradação da saúde mental, levando-os a importantes quadros de estresse. Em decorrência disso, tornam-se vulneráveis a diversos tipos de doenças, como as cardíacas, os distúrbios

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do sistema imunológico, as manifestações psicológicas diversas, entre outras. O profissional de nível gerencial que se insere nessa nova realidade pertence a uma cultura empresarial em que, as pessoas trabalham mais horas e mais arduamente, a fim de atingir o sucesso pessoal e as recompensas materiais. Neste momento o tema “Estresse Ocupacional” ganha importância e proporções ainda maiores do que em décadas anteriores. A partir da década de 1990, com a aceleração das mudanças organizacionais nas empresas brasileiras, e com a implementação de novos modelos de gestão, o gerente se vê com uma rotina diária cada vez mais desgastante e dá cada vez mais atenção às tensões decorrentes do ambiente de trabalho e ao estresse ocupacional (ROSSI, 2005; CHANLAT, 2005; PERREWE, 2005; SAUTER; MURPHY, 2005).

O estresse é importante para a realização de qualquer atividade e a sua total ausência, assim como seu excesso, podem ser prejudiciais à saúde. O prolongamento de situações de estresse pode determinar um quadro patológico, originando distúrbios com sintomas físicos e emocionais como esquecimento, irritação, ansiedade, perda de apetite, dificuldade de desligar-se, tensão muscular, sensação de desgaste físico, cansaço constante, sensibilidade excessiva e pensamento recorrente. Também pode contribuir para a etiologia como ação desencadeadora ou agravante de várias outras doenças como hipertensão arterial essencial, úlceras gastroduodenais, psoríase, vitiligo, retração de gengivas. Levi (2005) cita que o estresse relacionado ao trabalho seja um fator determinante da síndrome metabólica representado por uma combinação de acúmulo de gordura abdominal, diminuição na sensibilidade celular à insulina, dislipidemia e aumento na pressão sanguínea.

Segundo Santos e Paz (2012), quando as regras das organizações se mostram demasiadamente rígidas e inflexíveis, determinadas políticas podem afetar negativamente os trabalhadores, agravando os níveis de estresse. Além disso, o estresse ocupacional vem sendo definido por muitos pesquisadores como uma qualidade percebida negativamente, fruto do enfrentamento inadequado de fontes de estresse por parte do trabalhador, ocasionando-lhe consequências negativas à saúde mental e física.

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Como pode ser visto em Murta e Tróccoli (2004, p. 39),

[...] as doenças ocupacionais têm tido alta incidência e levado à diminuição de produtividade, ao aumento de indenizações e demandas judiciais contra os empregadores. Os transtornos mentais e de comportamento são decorrentes das dificuldades de enfrentamento ou elaboração dos problemas vivenciados pelo ser humano.

Com uma alta demanda de trabalho por enfrentar essa situação, o empregado vem sentindo-se ameaçado e pressionado por meio de diversos quadros, tais como os seguintes: maior insegurança no emprego, dificuldade nas relações interpessoais, assédio moral, problemas emocionais, moral baixo, diminuição da motivação e da lealdade, todos considerados fatores estressores do ambiente de trabalho. Como se não bastasse, os trabalhadores apresentam ao mesmo tempo um repertório de enfrentamento deficitário, dando origem ao estresse ocupacional e à depressão, entre outros (XAVIER, 1998).

2.5 Estresse Ocupacional em Bancários

Atualmente, diversos estudos têm apontado que dentre as profissões que são reconhecidamente mais estressantes e conseqüentemente mais afetadas por doenças laborais, está a profissão de bancário. Por essa característica, os bancários têm se tornado foco de importantes estudos relacionados à saúde ocupacional (ANDRADE, 2001), mostrando ser relevante o estudo do estresse e sua relação com o acometimento de doenças nessa população. As pesquisas na área do estresse têm incluído estudos dos efeitos negativos no que se refere à profissão. Muitas ocupações têm recebido atenção, sendo que no Brasil, já se encontram trabalhos sobre o estresse ocupacional de policiais militares, executivos, psicólogos, bancários, atletas, professores, jornalistas, entre outros.

A fadiga crônica (FC) é uma queixa comumente apresentada pelos trabalhadores de banco e está associada a fatores psicossociais no trabalho. Viana et al. (2010) estimaram a prevalência de FC em trabalhadores de um banco na cidade de São Paulo em 8,7%. Os fatores de risco para FC foram: doença

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psiquiátrica secundária, sobrecarga de trabalho doméstico pesado, velocidade rápida no trabalho descontentamento no trabalho. Em um estudo qualitativo com caixas bancários no Rio de Janeiro, caracterizaram as preocupações da atividade destes profissionais, afirmando que a função de caixa é particularmente fonte de distúrbios psíquicos. A análise do processo do trabalho revelou que a “diferença de caixa” e as “agressões dos clientes” representam duas importantes situações de sofrimento (VIANA et al., 2010).

No Censo Bancário do Rio Grande do Sul de 1994-1996, com 23% de cerca de 55.000 bancários, os entrevistados foram solicitados a apontar, dentre uma lista de problemas de saúde, aqueles em que a atividade laboral contribuísse para sua ocorrência. O estresse foi o problema de saúde mais citado (70%). Segundo Xavier (1998), o processo de trabalho bancário pode levar à depressão, manifestada através de tristeza, baixa auto-estima, comprometimento do humor, do pensamento e da conduta. Também há relatos de sintomas somáticos, ansiedade e comportamento suicida.

Andrade (2001) verificou como bancários de um banco estatal em Florianópolis, sedentários e ativos, percebem seu estilo de vida, sua aptidão física e capacidade motora, seu ambiente de trabalho, a ocorrência e o controle subjetivo do estresse. Os níveis de ansiedade, tensão, competitividade e perfeccionismo dos bancários foram altos e significativamente maiores nos sedentários e com nível de ambição baixo. As principais causas de estresse para ambos os grupos, ativos e sedentários, foram a desvalorização humana no trabalho, a defasagem e o arrocho salarial, a insegurança no emprego, muita pressão, o excesso de trabalho e a responsabilidade. Foram identificadas reações psicossomáticas ao estresse para ambos os grupos, tais como depressão, dor de cabeça, agressividade, mau humor, conformismo, insônia e falhas de memória.

Lipp (1998) indica que bancários não possuem pausas para descanso quando são exigidos com sobrecarga de trabalho, sofrem discriminação, favoritismo e delegação de tarefas conflitantes. O hábito de uso do álcool teve um papel significativo em determinar níveis de estresse ocupacional. Os autores salientam

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que a literatura ocupacional do estresse enfatiza a importância da avaliação e do manejo do estresse relacionado ao trabalho.

Donato et al. (1999) estudaram níveis de estresse em 30 bancários de João Pessoa (PB), sendo 17 mulheres, com idade variando entre 29 a 55 anos. Demonstraram que 58% dos bancários apresentavam sintomas de estresse. Destes, 70% eram do sexo feminino e 80% se encontravam na fase aguda de estresse Os sintomas mais freqüentes entre as mulheres foram: irritação (100%), esquecimento (92%), perda de humor (92%) e dificuldade de desligar-se (83%). Entre os homens os mais freqüentes foram: irritação (100%), ansiedade (100%), perda de humor (100%) e dificuldade de desligar-se (80%).

2.6 Agentes Estressores

Toda mudança significativa gera uma necessidade de adaptação por parte do organismo e essa, por sua vez, exerce um papel determinante na patogênese do estresse (LEVI, 2005). À medida que o ser humano passa por mudanças, ele utiliza suas reservas de energia adaptativa e, conseqüentemente, pode, em certas circunstâncias, enfraquecer sua resistência física e mental, dando origem a inúmeras doenças psicofisiológicas que podem ser interpretadas como tendo em sua gênese o estresse emocional excessivo.

As mudanças ocorridas na sociedade moderna são marcantes. Elas são excitantes, frenéticas e, muitas vezes, rápidas demais para permitirem ao homem uma absorção do seu ritmo e do seu significado. A competição excessiva, o desejo intenso de "possuir", a pressa, o medo do outro ser humano, a pressão diária que as pessoas bem-sucedidas se impõem inegavelmente afetam sua qualidade de vida. Desse modo, a qualidade de vida é prejudicada, pois uma vida de insegurança e incerteza necessariamente fica aquém do que se almeja como uma vida de boa qualidade. As mudanças verificadas, no seu conjunto de aspectos positivos e negativos, levam a repercussões em muitas áreas, tais como as mudanças de hábitos, quer seja no contexto micro da organização familiar, quer seja no contexto macro das organizações empresariais. O homem vive hoje de modo muito diferente

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de antigamente e esses novos hábitos nem sempre representam avanços do ponto de vista da qualidade de vida. Em nosso entender a qualidade de vida só pode estar boa se ela estiver acertada nestes quadrantes: o social, o afetivo, o profissional e o referente à saúde. Estando ela excelente em um desses quadrantes, como no profissional, por exemplo, e deficitária nos outros, não se pode considerar que ela esteja aceitável (LIPP; ROCHA, 1996).

As fontes externas e internas de estresse se somam na determinação de nível de estresse que será experimentado, porém a somatória dos estressores é mediada por dois fatores importantes, que são o repertório de estratégias de coping e sua vulnerabilidade ao estresse. A tendência para se estressar se constitui em um quadro que inclui distorções cognitivas, isto é, um modo inadequado de pensar e avaliar os eventos da vida, expectativas ilógicas e exageradas, vulnerabilidades pessoais e comportamentos observáveis eliciadores de estresse. Assim, que o estresse pode ser gerado por fontes externas que marcam sua presença na vida de uma pessoa e pelo seu mundo interior, cujos efeitos são mediados pelas estratégias de enfrentamento aprendidas principalmente na infância, mas que podem também ser adquiridas durante a história de vida do ser humano (LIPP; MALAGRIS, 1995, p. 87).

Muitas são as situações que levam um indivíduo a chegar ao esgotamento, ao estresse. Um fator estressante do trabalho, quando o funcionário submete-se a uma situação que exige adaptação, repentinamente ter pouco tempo para alcançar uma meta, atingir um objetivo, tendo em vista uma possibilidade de demissão, são exemplos desses fatores estressantes (LIPP, 2001). Observa-se que dentro das organizações não há escassez de fatores que levam ao estresse. Podem-se citar alguns como exemplos: carga de trabalho (que diz respeito às exigências que o trabalho impõe sobre os funcionários), estrutura da organização, exigências do papel, etc. Na pesquisa sobre a carga de trabalho descobriu-se que esta tem relação com três tipos de desgastes: psicológico, físico e comportamental (LIPP, 1996).

Segundo Lipp (1996, p. 92):

[...] a carga de trabalho possui correlação significativa com os desgastes decorrentes da insatisfação no trabalho, a intenção de abandonar o emprego e sintomas de saúde. A carga de trabalho está associada com os desgastes da depressão, exaustão, insatisfação no trabalho, sintomas na saúde e doenças do coração. Porém, na estrutura das organizações, dependendo destas, o stress pode aumentar. Normas em excesso e falta de oportunidade de um empregado de participar das decisões que o afetam

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diretamente são exemplos de variáveis estruturais que podem ser fontes potenciais de estresse e de Burnout.

Já as exigências do papel desempenhado nas organizações, relacionam-se com as pressões sobre o empregado em decorrência do papel específico que ele ocupa na organização. Os conflitos de papéis criam expectativas que podem ser difíceis de conciliar ou de satisfazer. A sobrecarga destes ocorre quando se espera que o empregado faça mais do que o tempo permite ou mais do que prevê suas atividades de cargo. A ambigüidade de papel é criada quando as expectativas do papel não sabe direito o que pode e o que deve fazer (LEVI, 2005).

Os fatores individuais abrangem as esferas da vida pessoal do empregado. Podem-se citar alguns exemplos: problemas de família, dificuldades econômicas pessoais e características inerentes da personalidade. Os estressores internos são determinados completamente pelo indivíduo, constituindo-os no modo de ser da pessoa; se ela é ansiosa, se ela é tímida ou depressiva ou se tem uma neurose. Outros estressores internos são: crenças irracionais, padrões de comportamento, falta de assertividade e dificuldade de expressão dos sentimentos (LIPP, 1996, p.102).

Cada indivíduo tem jeito próprio de tratar seus assuntos pessoais, alguns conseguem deixar seus problemas de família, recursos, personalidade, não influenciarem seu trabalho, mas, muitas pessoas não conseguem controlar seus impulsos e acabam trazendo seus problemas para dentro da empresa. As dificuldades econômicas criadas por pessoas que gastam em excesso, dificuldades conjugais, preocupações de disciplina, conclusões de artigo, problemas graves de saúde de um familiar, são capazes de criar estresse para os empregados e de desviar sua atenção do trabalho (LIPP, 1996).

Uma relação satisfatória com a atividade de trabalho é fundamental para o desenvolvimento nas diferentes áreas da vida humana e esta depende, em grande escala, dos suportes afetivos e sociais que os indivíduos recebem durante seu percurso profissional. A fragilidade emocional provocada pela falta destes suportes traz grande sofrimento, o que interfere tanto na vida privada como no campo das relações de trabalho. O trabalhador, ao sentir-se sentir-sem alternativa de compartilhar suas dificuldades, tende a aumentar sua tensão emocional, que conseqüentemente pode levar ao surgimento do estresse ocupacional (ABREU et al., 2002).

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2.7 Estratégias de Enfrentamento ao estresse

Os trabalhadores reagem de diferentes maneiras frente ao estresse. De acordo com a história evolutiva do homem, as reações de estresse foram desenvolvidas como respostas emergenciais com o fim de preparar o indivíduo para “lutar ou fugir” de alguma ameaça. Estas seriam as respostas básicas ao estresse. Entretanto, o grau de estresse experimentado não está apenas relacionado à situação causadora do estresse, mas também, à percepção que o indivíduo tem daquela situação e como reage a ela. Existem alguns fatores que parecem influenciar a intensidade de uma situação estressante. Entre eles, destacam-se a previsibilidade (quando o indivíduo já espera que aquela situação vá ocorrer ele ficaria menos estressado), o controle percebido (situações em que o indivíduo percebe que tem algum controle, geralmente são vistas como menos estressoras do que as que não tem controle algum) e a forma como se enfrenta a situação (LIPP, 1996).

Dadas as perdas humanas e econômicas associadas ao estresse ocupacional, tornam-se necessárias intervenções para sua prevenção ou controle. É preciso estudar não só o estímulo estressor e a resposta, mas também a maneira pela qual a pessoa avalia e enfrenta este estímulo, levando em consideração as características individuais e o tipo de ambiente no qual esta pessoa está. Sendo assim, intervenções focadas na organização são voltadas para a modificação de estressores do ambiente de trabalho, podendo incluir mudanças na estrutura organizacional, condições de trabalho, treinamento e desenvolvimento, participação e autonomia no trabalho e relações interpessoais no trabalho. Intervenções focadas no indivíduo almejam reduzir o impacto de riscos já existentes, através do desenvolvimento de um adequado repertório de estratégias de enfrentamento individuais (LIPP, TANGANELLI, 2002).

O uso de estratégias de enfrentamento saudáveis aumenta em frequência e intensidade estados emocionais positivos, como tranquilidade, esperança ou bem-estar. Estes sentimentos interferem direta e indiretamente na saúde física por facilitar o bom funcionamento do sistema imune, favorecer o engajamento em

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comportamentos de saúde e potencializar relações interpessoais gratificantes. Quando o trabalhador apresenta um estilo de enfrentamento deficitário, pode estar fazendo uso de estratégias inapropriadas para o contexto (como comunicar-se agressivamente em um ambiente de trabalho formal e hierarquizado) ou estratégias pouco variadas (por exemplo, somente trabalhar rapidamente, sem ajuda) ou ainda estratégias com efeitos colaterais (beber) (PALACIOS e DUARTE, 2002).

Em relação ao enfrentamento da situação (coping) existem dois tipos de estratégias: as que são concentradas no problema e as que são concentradas na emoção (BACHION et al., 1998).

Quando o enfrentamento está voltado para o problema, o indivíduo tenta lidar diretamente com a situação e testa maneiras de resolvê-la. Dentre estas maneiras, alguns autores falam sobre ações de confronto direto e ações de confronto indireto. No confronto direto algumas ações que podem ser utilizadas são conversar sobre o ocorrido; buscar informações sobre a situação; pedir orientações ou procurar especialistas; negociar alternativas possíveis. Constituem ações de confronto indireto realizar atividades esportivas ou filantrópicas; utilizar da racionalização para dar explicações sobre o ocorrido, dentre outras. Quando o enfrentamento está voltado para a emoção, o indivíduo utiliza estratégias emocionais ou cognitivas que mudam a maneira de ver a situação estressante, afastando-se do problema e procurando evitá-lo (BACHION et al., 1998).

Desta forma, a fim de evitar a situação estressora, o indivíduo pode agir de diversas maneiras, como, por exemplo, com auto piedade ou negando a existência desta situação estressora. A literatura coloca que não há um modo correto de enfrentar o estresse, mas que as duas estratégias podem ser úteis dependendo da situação de estresse (LIPP, 1996).

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3 METODOLOGIA

Para o estudo ter um bom direcionamento, a metodologia a ser adotada é essencial, traz presente todos os aspectos relevantes para desenvolver o trabalho. A metodologia foi responsável pela orientação do estudo, abrangendo os tópicos: classificação da pesquisa, universo amostral e sujeitos da pesquisa, coleta de dados, análise e interpretação dos dados.

3.1 Classificação da Pesquisa

Ao se realizar um trabalho científico, leva-se em consideração os vários tipos de pesquisa. Segundo Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), a classificação de uma pesquisa é baseada nas principais características que as mesmas apresentam em relação: à natureza, abordagem, aos níveis ou objetivos e segundo os procedimentos técnicos, meios e estratégias de pesquisa.

Quanto à natureza, a pesquisa se constitui em uma pesquisa aplicada, pois visa a gerar conhecimentos para aplicação prática voltados à solução de problemas específicos da realidade. Envolve verdades e interesses locais. A fonte das questões de pesquisa é centrada em problemas e preocupações das pessoas e o propósito é oferecer soluções potenciais para os problemas humanos. A pesquisa aplicada refere-se à discussão de problemas, empregando um referencial teórico de determinada área de saber, e à apresentação de soluções alternativas (TEIXEIRA, ZAMBERLAN e RASIA, 2009). Sendo assim, o presente estudo teve como finalidade apontar o estresse ocupacional nas três instituições avaliadas, a fim de apontar ações para melhoria do ambiente de trabalho.

Quanto à forma de abordagem da investigação, ela será quali-quantitativa, segundo Minayo (1994), Gil (1999), Silva e Menezes (2001, p. 20), Oliveira (1997, p. 115-117) e Richardson et al. (1985, p. 29-46), uma abordagem quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificar e analisar os dados coletados. Esta abordagem necessita o emprego de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação,

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análise de regressão, etc.). Além disso, numa pesquisa qualitativa, segundo Minayo (1994), o pesquisador é o instrumento chave para coleta de dados no ambiente da pesquisa. Neste estudo a pesquisa será desenvolvida através de um questionário aplicado a trabalhadores bancários, as respostas de cada participante foram tabuladas em um padrão quantitativo de dados. Além disso, a abordagem qualitativa baseou-se nos dados obtidos para, através da interpretação dos resultados, gerar ações de melhoria no ambiente de trabalho.

Quanto aos objetivos, foi classificada em exploratória, descritiva e explicativa. Segundo Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), a pesquisa foi exploratória, pois não havia a informação sobre o tema e buscou-se maior familiaridade para torna-la mais explícita. Descritiva, pois descreveu as características de uma determinada população, fenômenos e as relações entre as variáveis. Explicativa, pois identificou os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos, aprofundando o conhecimento da realidade ao explicar e analisar as causas. Neste estudo a obtenção dos dados foi mediante a aplicação de um questionário aos trabalhadores bancários de instituições pública, estatal e privada.

Quanto aos procedimentos técnicos, o presente estudo consiste numa pesquisa bibliográfica, documental, estudo de caso, de levantamento e de campo. Pesquisa Bibliográfica, porque abrange o referencial teórico já tornado público em relação ao tema de estudo, como públicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, meios de comunicação orais (rádio e gravações em fita magnética) e audiovisuais (filmes e televisão) (LAKATOS e MARCONI, 2002).

Pesquisa Documental, pois utiliza documentos e/ou materiais que ainda não foram analisados, mas que, de acordo com a questão e objetivos da pesquisa, podem ter valor científico (GILl, 2002). Esta pesquisa tem este caráter documental, pois se baseou nos questionários respondidos pelos trabalhadores bancários das instituições.

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Estudo de multicasos, pois é circunscrita a uma ou poucas unidades, entendidas estas como pessoa, família, produto, empresa, órgão publico, comunidade ou mesmo país, apresenta um caráter de profundidade e detalhamento (VERGARA 2009). De acordo com Yin (2001, P. 32) estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. Dessa forma, o presente estudo teve como classificação um estudo de multicasos, pois foi desenvolvido em três instituições, avaliando-se o estresse organizacional vivenciado pelos seus funcionários.

Levantamento porque permite ao pesquisador realizar uma sondagem de opinião pública sobre um determinado tema de estudo. Assim, “as pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer”. Procede-se, basicamente, à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas sobre o problema estudado. Em seguida, mediante análise quantitativa, obtêm-se as conclusões correspondentes aos dados coletados (Gil, 2002, p. 50). Portanto esta pesquisa é de levantamento, pois é baseada na avaliação de questionários preenchidos por trabalhadores bancários de três instituições diferentes.

Pesquisa de campo, pois segundo Lakatos e Marconi (1991, p. 186) pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, dessa forma esta pesquisa classifica-se como de campo porque foi realizada através da aplicação de questionários em três instituições distintas, sendo avaliados os funcionários de todos os cargos e funções.

3.2 Sujeitos da Pesquisa e Universo Amostral

O município de Ijuí - RS conta com diversas instituições bancárias, sendo que para a realização deste estudo foram selecionadas três: uma pública, uma estatal e uma privada. Este universo amostral é composto por 110 bancários pertencentes ao quadro de colaboradores destas instituições; sendo que a

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instituição pública conta com 41 trabalhadores, a estatal com 56 trabalhadores e a instituição privada com 13 trabalhadores.

Após o envio do questionário aos trabalhadores, obteve-se retorno de 44 questionários respondidos completamente. Destes, 15 pertenciam a instituição pública, 18 a instituição estatal e 11 a instituição privada. Cabe ressaltar, que a população de cada agência avaliada abrangeu uma amostra representativa de no mínimo 30% do quadro funcional, não sendo considerados os estagiários e os contratados. Outro aspecto relevante é que os sujeitos de pesquisa pertenciam a todos os níveis hierárquicos das agências. Dentre os cargos avaliados estão caixa, gerente de pessoa física (Gerente PF), gerente de pessoa jurídica (Gerente PJ), gerente de atendimento/operacional (Gerente At/Op) e gerente geral.

Com relação às instituições avaliadas, obtiveram-se os seguintes resultados: a instituição pública possui 41 trabalhadores bancários, sendo que 15 responderam o questionário, representando 36% do quadro funcional. A instituição estatal avaliada possui 56 funcionários, dos quais 18 responderam o questionário, representando 32% do quadro funcional. Já a instituição privada, conta com 13 funcionários, sendo que 11 destes entregaram os questionários, representando 85% do quadro funcional.

Com relação ao perfil dos participantes da pesquisa, descritos no quadro 1 abaixo, no âmbito geral da pesquisa predominam os indivíduos do sexo masculino, sendo que nas instituições pública e estatal encontrou-se 66,67% e 72,25 de indivíduos do sexo masculino respectivamente, enquanto na instituição privada encontrou-se um predomínio de mulheres, cerca de 54,55% dos participantes.

Com relação à faixa etária, na instituição privada mais de 50% dos trabalhadores bancários apresentam faixa etária inferior aos 30 anos. No entanto, quando avaliaram-se as instituições pública e estatal encontrou-se um maior número de trabalhadores com faixa etária mais elevada. Na instituição pública observou-se mais de 70% dos trabalhadores apresentam idade superior aos 30 anos, sendo que 33,33% situam-se na faixa dos 31 aos 40 anos. Já na instituição estatal observou-se

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