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Of Porto Alegre (RS), 18 de setembro de Excelentíssimo Senhor Corregedor-Geral da Justiça

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Of. 0092008 Porto Alegre (RS), 18 de setembro de 2008.

Excelentíssimo Senhor Corregedor-Geral da Justiça

O Colégio Registral do Rio Grande do Sul, atento a sua missão institucional, diante da edição do Provimento nº 34/08 - CGJ/RS e em face das inúmeras consultas recebidas dos associados e as dúvidas ocasionadas com a entrada em vigor deste instrumento normativo, vem externar a Vossa Excelência a preocupação desta entidade quanto à matéria.

O Provimento em referência foi editado visando à implementação da compensação dos atos gratuitos praticados por imposição legal e a garantia de renda mínima à manutenção das serventias notariais e de registros deficitárias.

Conforme estabeleceu seu art. 6º "são parte integrante

deste provimento os pareceres nºs 029 e 058/ASSESP-SLA/2008, exarados pela Presidência deste Egrégio Tribunal de Justiça, e o anexo técnico elaborado pelo Departamento de Informática".

Além disso, sua vigência é imediata, conforme se depreende do art. 7º, ou seja, ele entrou em vigor na data de sua publicação em 11 de agosto de 2008, tendo sido revogadas as disposições em contrário.

Ao Excelentíssimo Senhor

Desembargador Luiz Felipe Brasil Santos

D.D. Corregedor-Geral da Justiça do Estado do Rio Grande do Sul Palácio da Justiça – Nesta Capital

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Importante lembrar que nos termos do art. 5º apenas "a

alteração especificada no item 2.c do anexo técnico (atributo "servico" na "tag" nota) terá caráter opcional por 120 dias a contar da publicação deste provimento. Findo esse prazo, essa informação tornar-se-á obrigatória na prestação de contas, passando a ser totalmente rejeitados os arquivos-remessa que não a contiverem". Ou seja, a maioria das modificações

implementadas nos códigos da prestação de contas serão de implementação imediata.

Tais regras vêm atender ao contido no art. 14, II e III, da Lei nº 12.692/2006, verbis:

"Art. 14 - A receita do Fundo Notarial e Registral terá os seguintes propósitos, que procurarão ser atendidos na forma e na medida do que dispuser seu Regulamento:

II - compensar os serviços notariais e de registro pelos atos gratuitos praticados por imposição legal;

III - assegurar renda mínima à manutenção dos serviços notariais e de registro deficitários;"

Segundo o anexo técnico, parte integrante do Provimento, os atos foram divididos em atos gratuitos ressarcíveis e atos gratuitos não ressarcíveis, senão vejamos:

1. Atos gratuitos NÃO ressarcíveis deverão ser informados conforme a tabela código + descrição abaixo:

Código Descrição

RQPJ Requisição de(o) Poder Judiciário RQMP Requisição de(o) Ministério Público

RQEA Requisição de(o) Ente Administrativo ERTR Erro Tabelião ou Registrador*

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2. Atos gratuitos ressarcíveis deverão ser informados conforme a tabela código + descrição abaixo:

Código Descrição

EQLG01 Lei 9.534/97 - Gratuidade do registro civil e de óbito, além da primeira certidão ...

EQLG02 Decreto-Lei 1.537/77 - Gratuidade de quaisquer atos registrais e notariais solicitados pela União

EQLG03 Lei 4.737/65 (Código Eleitoral) - Gratuidade das certidões de nascimento ou casamento

EQLG04 Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) - regularização de registro de nascimento

EQLG05 Lei 9.532/97 - Arrolamento pela autoridade fiscal (bens imóveis, móveis ou direitos)

EQLG06 Lei 9.534/97 - Gratuidade aos reconhecidamente pobres (certidões)

EQLG07 Lei 9.785/99 - gratuidade do registro de imissão provisória da posse (loteamentos clandestinos) EQLG08 Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) - Usucapião especial urbano EQLG09 Lei 10.403/02 (Código Civil) - Gratuidade hipossuficientes econômicos - casamento

EQLG10 Lei 11.441/07 - Gratuidade separações, div e part. amigáveis - escritura pública - pobres EQLG11 Lei Estadual 12.692/06 - Registro de entidade pia e caritativa

Extrai-se do também anexo Parecer nº 029/ASSESP-SLA/2008, da lavra do eminente Dr. Sílvio Luís Algarve, o que segue:

"A título ilustrativo, como gratuitos sujeitos a compensação, estariam os atos decorrentes das seguintes Leis:

- Decreto-Lei 1.537/77 (gratuidade de quaisquer atos registrais e notariais solicitados pela União – a mesma isenção é estendida ao Distrito Federal pela Lei 6.551/78);

- Lei 4.737/65 (Código Eleitoral), que estabelece a gratuidade (artigo 47, caput) das certidões de nascimento ou casamento, quando destinadas ao alistamento eleitoral;

- Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que estabelece a isenção de multas, custas e emolumentos para a abertura e a regularização de registro de nascimento da criança ou adolescente em situação de risco (artigo 102, § 2º).

- Lei 9.532/97 (artigo 64, § 5º, I, II e III), que institui o arrolamento pela autoridade fiscal, independentemente de pagamento de custas ou emolumentos, no (I) competente registro imobiliário, relativamente aos bens

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imóveis; (II) nos órgãos ou entidades, onde, por força de lei, os bens móveis ou direitos sejam registrados ou controlados; e, (III) no Cartório de Títulos e Documentos e Registros Especiais do domicílio tributário do sujeito passivo, relativamente aos demais bens e direitos.

- Lei 9.534/97 (gratuidade do registro civil e de óbito, além da primeira certidão destes atos, bem como, aos reconhecidamente pobres, todas as demais certidões extraídas pelo registro civil);

- Lei 9.785/99 (gratuidade do registro de imissão provisória da posse, em casos de desapropriação de imóveis para a regularização de loteamentos clandestinos);

- Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), que garante, no usucapião especial urbano, benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis;

- Lei 10.403/02 (Código Civil), que prevê a isenção de selos, emolumentos e custas para os hipossuficientes econômicos quando da habilitação, do casamento, do respectivo registro e primeira certidão (artigo 1.512, § único); - Lei 11.441/07, que prevê a gratuidade para as separações, divórcios e partilhas amigáveis celebrados por escritura pública aos que se declararem pobres (artigo 1.124-A, § 3º, do CPC).

- Lei Estadual 12.692/06, que isenta emolumentos para o registro de entidade exclusivamente pia e caritativa (item 6 das Observações da tabela dos emolumentos relativos aos serviços de registro de títulos e documentos e de pessoas jurídicas)". (grifamos)

Com absoluta pertinência o elenco foi deixado em aberto, sendo apenas ilustrativo, não numerus clausus. E não poderia deixar de ser, afinal, outras hipóteses de gratuidade poderão ser criadas por lei no futuro, ou mesmo por convênio.

Destaca-se, entretanto, que há outras hipóteses de gratuidade ressarcíveis aferíveis desde logo ali não contempladas e que precisam de codificação para que a prestação de contas possa ser realizada.

Enumeramos algumas:

1. atos de regularização fundiária de interesse social (parágrafo

único do art. 3º do Prov. 28/2004-CGJ)

2. atos no qual haja sido concedida AJG (art. 3º, II, Lei nº 1.060/1950) 3. atos registrais relacionados com executivos fiscais ("Art. 7º. O

despacho do Juiz que deferir a inicial importa em ordem para: IV - registro da penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de custas ou outras despesas...", - Lei nº 6.830/1980)

4. habilitação para casamento, o registro e a primeira certidão, para pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei (art. 80,

parágrafo 1º, CNNR)

5. retificações de erros de grafia (art. 199 CNNR)

6. reconhecimento de filho, certidão e averbação (art. 74 CNNR) 7. registros de adoção e respectiva certidão (art. 74, § 4º, CNNR)

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8. averbação de reserva legal para imóveis com 30ha ou menos (Lei

nº 4.771/65, art. 16, § 9º, c/c art. 1º, § 2º, alínea "c", ambos com a redação dada pela MP nº 2.166/67)

9. os convênios existentes (art. 5º da Lei nº 12.692/2006)

É notória a dificuldade em definir todas as hipóteses existentes neste momento histórico, por isso, sugere-se a manutenção de um

código com "legenda livre", onde o Notário e o Registrador poderão informar o ato e respectivo embasamento legal. Aliás, esta era a forma

como eram prestadas as informações antes desta última alteração.

Entendemos não ser possível num sistema "em construção" o seu engessamento, porque resultaria num sem número de atos sem a correspondente codificação para a prestação de contas. Assim, nestas situações pontuais, quando o Registrador ou Notário adotar o selo de "legenda livre" de atos ressarcíveis, deverá indicar a lei ou regramento ou convênio que a justifica e os gestores do fundo ou os técnicos responsáveis poderão analisar a procedência da justificativa, aplicando as glosas necessárias e normatizando para o futuro.

Outra situação que merece atenção é semelhante àquela destacada no r. Parecer nº 029/ASSESP-SLA/2008, da lavra do eminente Dr. Sílvio Luís Algarve, que merece tratamento diferenciado pelo sistema:

"4 – Na hipótese do artigo 73, I, da Lei Complementar 123/06, não deve ser

admitido o lançamento como ato gratuito, mas apenas como de selo (taxa) isento, abrindo-se igualmente um campo respectivo para noticiar essa circunstância na prestação de contas eletrônica, sugerindo-se que conste a indicação de “atos com incidência de emolumentos e isentos da cobrança de selo”, ou expressões com sentido equivalente."

Idêntico procedimento, a nosso sentir, deve ser adotado no caso da imunidade recíproca (art. 11, § 7º, da Lei nº 12.692/2006) aplicável aos atos de interesse da União, Estados, Distrito Federal, Município e autarquias. Há inúmeros atos de interesse destes entes que são passíveis de pagamento dos emolumentos, mas que o selo digital de fiscalização não é cobrável por força do princípio da imunidade recíproca.

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Ainda, por ser oportuno, outra hipótese tem se revelado contrária à natureza e a lógica do sistema. É sabido que cada ato notarial ou registral deve ter o selo correspondente. Entretanto, há orientação que vem sendo dada pela Corregedoria-Geral de Justiça pertinente à situação dos emolumentos a posteriori nos executivos fiscais que conflita com a lógica do sistema.

Tal orientação proclama que no ato do registro da penhora, por exemplo, se aproprie um selo não-cobrável e, quando há o efetivo pagamento deste ato, por ocasião da arrematação, é indicada a utilização de um novo selo, este cobrável, por ocasião da extração do recibo, ou seja, "o mesmo ato conterá dois selos".

Tomamos a liberdade de sugerir a implementação no sistema de um selo "stand by", que se prestará a uma informação inicial (ato não-cobrável) e que futuramente poderá se converter num recibo válido, com o pagamento do ato e do selo respectivo (um único selo).

Diante do exposto, sugerimos à Vossa Excelência as seguintes adequações no sistema do selo digital de fiscalização:

i. inclusão dos atos ressarcíveis a seguir relacionados: 1. atos de regularização fundiária de interesse social (parágrafo

único do art. 3º do Prov. 28/2004-CGJ)

2. atos no qual haja sido concedida AJG (art. 3º, II, Lei nº 1.060/1950) 3. atos registrais relacionados com executivos fiscais ("Art. 7º. O

despacho do Juiz que deferir a inicial importa em ordem para: IV - registro da penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de custas ou outras despesas...", - Lei nº 6.830/1980)

4. habilitação para casamento, o registro e a primeira certidão, para pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei (art. 80,

parágrafo 1º, CNNR)

5. retificações de erros de grafia (art. 199 CNNR)

6. reconhecimento de filho, certidão e averbação (art. 74 CNNR) 7. registros de adoção e respectiva certidão (art. 74, § 4º, CNNR) 8. averbação de reserva legal para imóveis com 30ha ou menos (Lei

nº 4.771/65, art. 16, § 9º, c/c art. 1º, § 2º, alínea "c", ambos com a redação dada pela MP nº 2.166/67)

9. atos decorrentes dos convênios existentes (art. 5º da Lei nº

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ii. o restabelecimento do código de "legenda livre", onde o Notário e o Registrador informarão o ato e respectivo embasamento legal.

iii. a criação de campo e codificação específica para os atos de interesse da União, Estados, Distrito Federal, Município e autarquias (art. 11, § 7º, da Lei nº 12.692/2006), onde há pagamento dos emolumentos, mas que o selo digital de fiscalização não é cobrável por força do princípio da imunidade recíproca.

iv. para os casos de emolumentos a posteriori, a criação um selo "stand by", que se prestará a uma informação inicial (ato não-cobrável) e que futuramente poderá se converter num recibo válido, com o pagamento do ato e do selo respectivo (um único selo).

Esperando ter colaborado positivamente para a implementação deste moderno sistema de fiscalização, ora "em construção", rogamos poder contar com Vosso lúcido e pertinente entendimento e aproveitamos o presente para apresentar os protestos de elevada estima e distinta consideração.

Respeitosamente,

ADÃO FREITAS FONSECA Presidente do Colégio Registral do RS

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