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PROPOSTA DE PLANO DE GESTÃO PARA A ZONA DE PROTECÇÃO ESPECIAL COSTA E CALDEIRÃO JANEIRO 2005 A DEZEMBRO 2009 IMAR INSTITUTO DO MAR

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PROPOSTA DE PLANO DE GESTÃO PARA A

ZONA DE PROTECÇÃO ESPECIAL

“COSTA E CALDEIRÃO”

JANEIRO 2005 A DEZEMBRO 2009

IMAR – INSTITUTO DO MAR

DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E PESCAS, UNIVERSIDADE DOS AÇORES

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FICHA TÉCNICA

Coordenador geral do projecto Ricardo Serrão Santos

Redactor Ana Meirinho

Consultores

José Pedro Tavares Neil Cowie

Colaboradores André Silva Carla Gomes Joel Bried

Maria Carvalho Magalhães Maria José Pitta Groz Mark Bolton

Ricardo Medeiros Samanta Vizinho

Autoria

A informação apresentada neste relatório é baseada na compilação conduzida pelo Núcleo Temático Aves Marinhas do Projecto OGAMP.

Citação

Este documento deve ser citado como:

MEIRINHO,A.,M.C.MAGALHÃES &M.PITTA GROZ (2004). Proposta de Plano de Gestão para a Zona de Protecção Especial Costa e Caldeirão. Arquivos do DOP. Série Estudos, nº 3/2004, 52 p.

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AGRADECIMENTOS

A elaboração das propostas de Planos de Gestão para as ZPE dos Açores não teria sido possível sem a preciosa colaboração de numerosas pessoas e instituições:

Adeliaçor – Associação para o Desenvolvimento Local de Ilhas dos Açores Arde – Associação Regional para o Desenvolvimento

Câmara Municipal do Corvo

Direcção Regional do Ambiente

Direcção Regional de Estudos e Planeamento dos Açores Direcção Regional dos Recursos Florestais

Direcção Regional do Turismo Instituto de Meteorologia

Grater – Associação de Desenvolvimento Regional Royal Society for the Protection of Birds

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INDICE RESUMO 5 CAPÍTULO I 8 1. Informações gerais 8 a) Localização e descrição 8 2. Caracterização ambiental 11 a) Características físicas 11

b) Características biológicas/ ecológica 12 3. Caracterização socio-económica 18

a) Actividades humanas 18

b) Aspectos estéticos e paisagísticos 22 c) Valores patrimoniais 23

4. Bibliografia 24

CAPÍTULO II: AVALIAÇÃO E OBJECTIVOS 29

1. Avaliação das componentes 29

a) Critérios de avaliação ecológica 29 b) Critérios de avaliação socio-económica 33 2. Factores que influenciam a gestão 34 a) Factores introduzidos pelo Homem 34

b) Factores jurídicos 34

3. Orientações e objectivos de gestão 34 a) Definições das orientações da gestão 34

CAPÍTULO III: MEDIDAS DE GESTÃO 36

1. Medidas, acções e actividades 36 2. Cronograma de trabalhos por área 41

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RESUMO

Nome do Sítio: Costa e Caldeirão – Ilha do Corvo.

Localização: A ZPE “Costa e Caldeirão” abrange praticamente toda a costa da ilha e o Caldeirão do Corvo, apenas excluindo uma pequena faixa costeira em redor da Vila do Corvo e aeroporto (Ilha do Corvo, Açores, Portugal).

Dimensões: 792 hectares e 18.862 metros de linha de costa.

Estatuto: Zona de Protecção Especial (ZPE), Zona Importante para Aves (IBA), Sítio de Importância Comunitária (SIC), Zona de Reserva Integral de Apanha de Lapas; Reserva Ecológica Nacional (REN) e Domínio Público Hídrico (DPH).

Gerido por: Direcção Regional do Ambiente (DRA).

Descrição da Zona

A ZPE “Costa e Caldeirão” engloba grande parte da ilha do Corvo incluindo uma grande percentagem das falésias costeiras e o Caldeirão do Corvo (cone vulcânico principal da ilha) e apresenta 18.862 m de linha de costa. O Caldeirão do Corvo, que possui um lago no seu interior, proporciona um habitat de descanso e de alimentação a diversas aves migradoras acidentais americanas e europeias. Nesta ZPE observa-se uma grande biodiversidade de avifauna (35 espécies, das quais 21 são nidificantes) e flora (50 espécies endémicas). Nesta área nidificam importantes espécies de aves sendo muitas delas classificadas como prioritárias pelo Anexo I da Directiva Aves. Para as aves marinhas, esta ZPE é sobretudo importante para os cagarros (Calonectris diomedea borealis) (a maior “colónia” dos Açores), frulho (Puffinus assimilis baroli) e estapagado (Puffinus puffinus) (que só nidifica nas Flores e no Corvo). Outras aves marinhas presentes são o angelito (Oceanodroma castro); garajau-rosado (Sterna dougallii) e garajau-comum (Sterna hirundo). Para além destas aves marinhas também existe a presença de uma ave terrestre endémica pombo-torcaz-dos-Açores (Columba palumbus azorica) e aves limícolas tais como borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) e garça-branca-pequena (Egretta garzetta).

A ZPE é maioritariamente constituída por pastagens naturais ou melhoradas e apresenta as mais altas falésias costeiras dos Açores. A ZPE é visitada por poucas centenas de pessoas durante o Verão e encontra-se sujeita a bastante uso humano, nomeadamente pastoreio.

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A ilha do Corvo é muito frágil em relação à introdução de espécies de flora invasoras. O pastoreio de cabras selvagens, e o desflorestamento histórico para exploração de madeira e para agro-pecuária prejudicou diversas zonas da ZPE, acabando por destruir a vegetação endémica e aumentando a erosão costeira. Contudo ainda se verifica a existência de grande número de espécies endémicas de flora no Caldeirão do Corvo. O Corvo é a única ilha dos Açores onde não existem coelhos.

As espécies de aves marinhas são ameaçadas pela presença de espécies invasoras (ratos e gatos).

Âmbito

Esta ZPE constitui parte significativa de uma rede de zonas de protecção nos Açores que incluem importantes colónias de aves marinhas. Esta ZPE detém ainda importância internacional para as aves constantes no Anexo I da Directiva Aves que ali nidificam. A designação da área permite proteger habitats críticos para estas aves e manter todo o seu potencial valor em termos de conservação.

A ZPE e a área envolvente são visitadas por poucas centenas de pessoas durante o Verão e encontram-se sujeitas a algum uso humano, sobretudo o pastoreio. Uma gestão correcta da área é necessária para assegurar que esta mantenha ou melhore a qualidade do habitat para as aves marinhas.

O local apresenta alguns valores paisagísticos e geológicos apelativos para os visitantes. Assim evidencia-se algum potencial na promoção da conservação das espécies de aves e habitats naturais dos Açores através do turismo de natureza e das actividades marítimo-turísticas.

Objectivos gerais

Manter e melhorar a ZPE como uma parte integrante da rede de Zonas de Protecção Especial do arquipélago dos Açores, para o benefício das populações de aves selvagens com importância internacional.

Melhorar os habitats existentes na ZPE e área envolvente a fim de manter e aumentar as colónias de aves marinhas.

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Objectivos específicos e medidas de gestão

Regulamentação

Complementar a protecção legal do sítio:

Incluir a ZPE Costa e Caldeirão no Parque Natural Regional do Corvo e publicar regulamentação

Espécies e habitats Monitorizar as colónias de aves marinhas

Monitorizar os dados populacionais das espécies-chave de aves marinhas - garajaus anualmente,

- pequenos Procellariformes de três em três anos, - cagarros de cinco em cinco anos,

- gaivotas de cinco em cinco anos;

Estudar o sucesso reprodutor de cagarros de cinco em cinco anos Avaliar o impacto de predadores

Avaliar o impacto da colónia de gaivotas emtermos de predação de aves marinhas Avaliar o impacto da população de cabras selvagens sobre as colónias de aves marinhas Implementar acções de gestão do habitat

Controlar hortênsias (Hydrangea macrophylla) no Caldeirão Controlar conteira (Hedychium gardneranum) no Caldeirão Mapear habitats naturais

Recensear e mapear pormenorizadamente os habitats naturais em SIG Promoção

Promover o interesse público em relação à conservação das espécies e áreas protegidas Reforçar a campanha SOS Cagarro no Corvo

Desenvolver programa educacional com escolas sobre importância da conservação da biodiversidade

Aumentar serviços de interpretação em locais seleccionados nas falésias costeiras Administração

Estabelecer os mecanismos de gestão da área

Definir equipa técnica para gerir e vigiar a área em estudo; Formar equipa técnica, vigilantes da natureza;

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CAPÍTULO I

1. Informações gerais

a) Localização e descrição

Localização e limites

Nome do Sítio: Costa e Caldeirão – Ilha do Corvo

Localização: Ilha do Corvo, Açores, Portugal (ver figura 1).

Coordenadas: Longitude 31º 06' W. Latitude 39º 42' N. Área: 792 hectares.

Linha de costa: 18.862metros.

Altitude: 718 metros.

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Descrição Sumária

A ZPE “Costa e Caldeirão” engloba grande parte da ilha do Corvo incluindo uma grande percentagem das falésias costeiras e o Caldeirão do Corvo (cone vulcânico principal da ilha) e apresenta 18.862 m de linha de costa. O Caldeirão do Corvo, que possui um lago no seu interior, proporciona um habitat de descanso e de alimentação a diversas aves migradoras acidentais americanas e europeias. Nesta ZPE observa-se uma grande biodiversidade de avifauna (35 espécies, das quais 21 são nidificantes) e flora (50 espécies endémicas). Nesta área nidificam importantes espécies de aves sendo muitas delas classificadas como prioritárias pelo Anexo I da Directiva Aves. Para as aves marinhas, esta ZPE é sobretudo importante para os cagarros (Calonectris diomedea borealis) (a maior “colónia” dos Açores, que apresenta a maior densidade de cagarros por km de linha de costa), frulho (Puffinus assimilis baroli) e estapagado (Puffinus puffinus) (que só nidifica nas Flores e no Corvo). Outras aves marinhas presentes são o angelito (Oceanodroma castro); rosado (Sterna dougallii) e garajau-comum (Sterna hirundo). Para além destas aves marinhas também existe a presença de uma ave terrestre endémica pombo-torcaz-dos-Açores (Columba palumbus azorica)e aves limícolas tais como borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) e garça-branca-pequena (Egretta garzetta).

A ZPE é maioritariamente constituída por pastagens naturais ou melhoradas e apresenta as mais altas falésias costeiras dos Açores. A ZPE é visitada por poucas centenas de pessoas durante o Verão e encontra-se sujeita a bastante uso humano, nomeadamente pastoreio. A ilha do Corvo é muito frágil em relação à introdução de espécies de flora invasoras. O pastoreio de cabras selvagens, e o desflorestamento histórico para exploração de madeira e para agro-pecuária prejudicou diversas zonas da ZPE, acabando por destruir a vegetação endémica e aumentando a erosão costeira. Contudo ainda se verifica a existência de grande número de espécies endémicas de flora no Caldeirão do Corvo. O Corvo é a única ilha dos Açores onde não existem coelhos.

As espécies de aves marinhas são ameaçadas pela presença de espécies invasoras (ratos e gatos).

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Estatutos de Protecção

De entre as espécies referidas no Anexo I da Directiva Aves (Decreto–Lei n.º 140/99 de 24 de Abril, Artigo 6º Anexo A-I), cuja conservação requer a designação ZPE, nidificam nesta área as seguintes espécies (* espécie prioritária): cagarro (Calonectris diomedea), frulho (Puffinus assimilis), angelito (Oceanodroma castro), garajau-rosado (Sterna dougallii*) e garajau-comum (Sterna hirundo).

Para a ZPE em questão existem cinco designações de protecção que se apresentam no quadro 1.

Quadro 1 – Estatutos existentes na ZPE “Costa e Caldeirão” e respectivas entidades responsáveis.

Estatuto (hectares) Área Ano Responsável Entidade

Zona Importante para Aves (IBA) PT052 “Costa do Corvo” 937 2003 SPEA/ BirdLife Sítio de Importância Comunitária PTCOR0001 “Costa e Caldeirão”

(Decisão da Comissão de 28 de Dezembro de 2001) 964 1998 DRA

Zona de Reserva Integral de Apanha de Lapas

(Decreto Regulamentar Regional n.º 14/93/A, de 31 de Julho) 1993 DRP Zona de Protecção Especial “Costa e Caldeirão” (Decreto

Regulamentar regional n.º 14/2004/A) 642 1991 DRA

Proposta de Reserva Ecológica Nacional

(Decreto-Lei n.º 93/90 de 19 de Março); 1990 DRA

Domínio Público Hídrico

(Decreto-Lei n.º 468/71 de 5 de Novembro) 1971 DROTRH

DRA – Direcção Regional do Ambiente

DRORH – Direcção Regional de Ordenamento do Território e Recursos Hídricos DRP – Direcção Regional das Pescas

SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

Regime de propriedade

A maior parte da área da ZPE é composta por terrenos agrícolas públicos, denominados de “Baldio”, sendo propriedade da autarquia local e geridos pela Comissão do Baldio. As encostas escarpadas são praticamente inacessíveis e não são cultiváveis, apresentando pastoreio selvagem de caprinos. Também existe um grande número de terrenos privados na ilha do Corvo, mas a maioria situam-se fora dos limites da ZPE. Quase todos os habitantes do Corvo possuem pequenos lotes de terreno onde mantém, vacas ou cultivam produtos hortícolas.

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2. Caracterização ambiental

a) Características Físicas

Clima

A temperatura média anual no Corvo é de 17,4º C, com uma temperatura média mensal mais elevada em Agosto (22,6º) e uma temperatura média mensal mais baixa em Fevereiro (13,8º). A humidade relativa do ar apresenta valores estáveis durante todo o ano situando-se entre 79 a 82%. Em termos de precipitação total mensal verificam-se grandes alterações ao longo do ano e de ano para ano (ver quadro 2).

Quadro 2 – Temperatura média do ar, humidade relativa média do ar e precipitação total média no aeroporto da ilha do Corvo, entre os anos de 1970 a 1981.

Meses Temperatura média do ar (ºC) Humidade relativa média do ar (%) Precipitação total média (mm)

Janeiro 14,2 80 144,0 Fevereiro 13,8 81 119,9 Março 14,2 82 99,7 Abril 15,1 82 76,5 Maio 16,6 81 62,5 Junho 18,8 82 49,9 Julho 21,4 80 55,9 Agosto 22,6 79 67,4 Setembro 21,5 80 96,6 Outubro 19 80 110,2 Novembro 17 82 131,6 Dezembro 15,4 81 130,4 Ano 17,4 81 1144,6

Os ventos, na ilha do Corvo, são bastante variáveis, predominando o quadrante NW durante todos os meses do ano. Dada a pequena extensão da ilha e o seu consequente desabrigo, a velocidade média anual é de 18,8 km/h, sendo considerada bastante elevada quando comparada com outras ilhas.

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Hidrologia e regimes hídricos

O principal reservatório de água superficial da ilha é constituído pelas lagoas situadas dentro do Caldeirão, à altitude de cerca de 410 m, que devem sustentar através de infiltrações algumas nascentes situadas a um nível inferior na periferia do vulcão. Várias ribeiras de regime torrencial, nas vertentes exteriores do vulcão, produzem caudais diversos, mas em geral pouco importantes.

Geologia e geomorfologia

A ilha do Corvo é essencialmente constituída por um vulcão central básico. Na zona interior da ilha situa-se uma caldeira de subsidência, o Caldeirão, que apresenta um diâmetro N-S de 2300 m, W-E de 1900 m e uma profundidade de cerca de 300 m. O ponto mais alto da ilha do Corvo, o Estreitinho (718 m), está situado no bordo sul do Caldeirão.

A ilha é rodeada por arribas extremamente abruptas cortadas por numerosos filões, com excepção da costa sul, formada por lavas relativamente modernas que descem para o mar, formando uma pequena plataforma que se desenvolve entre 10 e 60 m de altitude (plataforma da Vila do Corvo).

O vulcão do Caldeirão é essencialmente basáltico. Os níveis mais antigos, constituídos por materiais piroclásticos grosseiros, afloram na base das arribas W e NW da ilha.

Solos

Na ilha do Corvo encontram-se basaltos e havaitos, formando escoadas de lava, e ainda, piroclastos, provenientes de fases de vulcanismo explosivo. Os solos são constituídos por terra argilo-humífera, medianamente rica em azoto, muito rica em ácido fosfórico, muito pobre em potássio e sal.

b) Características biológicas/ ecológicas

Habitats

Habitats naturais

De acordo com o Anexo I da Directiva Habitats, os habitats naturais existentes na ZPE em questão e na área envolvente são os constantes no quadro 3.

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Quadro 3 – Habitats naturais existentes na ZPE “Costa e Caldeirão”, constantes no Anexo I da Directiva Habitats (* habitat prioritário).

Código Habitat natural da Directiva Habitats

1160 Enseadas e baías pouco profundas 1170 Recifes

1220 Vegetação perene das praias de calhaus rolados 1250 Falésias com flora endémica das costas macaronésias

3130 Águas estagnadas, oligotróficas a mesotróficas, com vegetação da Littorelletea uniflorae e/ou da Isoëto-Nanojuncetea 4050* Charnecas macaronésicas endémicas

5331 Formação de euforbiáceas 6180 Prados mesófilos macaronésicos 7110* Turfeiras altas activas

7130* Turfeiras de cobertura (turfeiras activas)

8230 Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedo-Scleranthion ou da Sedo albi-Veronicion dillenii

8330 Grutas marinhas submersas ou semi submersas 91D0* Turfeiras arborizadas

Habitats humanizados

Presentemente, os habitats humanizados existentes na ZPE são principalmente compostos por zonas de pastagem e agricultura:

- baldio (pastagem de gado), - relvas (pastagem de gado) e - incultos (sem utilização definida). Flora

Na área abrangida pela ZPE e zona envolvente foram identificadas 116 espécies de flora, sendo 50 espécies endémicas dos Açores, uma endémica dos Açores e Madeira, três endémicas da Macaronésia (ver quadro 4).

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Quadro 4 - Espécies de flora endémicas dos Açores existentes na ZPE “Costa e Caldeirão” e área envolvente (* espécie prioritária).

Família Espécies Nome comum Biogeografia Directiva Habitats Estatuto na ilha

Pteridophyta

Aspleniaceae Asplenium azoricum Endémica Açores Em perigo

Dryopteridaceae Dryopteris azorica

Endémica Açores Dryopteridaceae Dryopteris crispifolia Endémica Açores

Isoetaceae Isoetes azorica Endémica Açores Anexo II Lycopodiaceae Diphasium

madeirense

Endémica

Macaronésia Extinto

Polypodiaceae Polypodium azoricum Endémica Açores Rara

Spermatophyta – Gymnospermae Cupressaceae Juniperus brevifolia Cedro, Cedro do mato, Zimbro Endémica Açores Em perigo

Spermatophyta - Angiospermae – Monocotyledones

Agavaceae Dracaena draco Dragoeiro Endémica

Macaronésia Extinto

Cyperaceae Carex divulsa spp. hochsteriana Endémica Açores Rara Cyperaceae Carex vulcani Endémica Açores

Juncaceae Luzula

purpureo-splendens Saragasso Endémica Açores Poaceae Agrostis congestiflora spp. congestiflora Endémica Açores Em perigo

Poaceae Agrotis gracililaxa Endémica Açores

Poaceae Deschampsia foliosa Feno Endémica Açores Vulnerável

Poaceae Festuca jubata Bracés-do-mato, bracel Endémica Açores Vulnerável Poaceae Festuca petraea Bracel da rocha Endémica

Açores

Poaceae Gaudinia coarctata Endémica Açores Rara

Poaceae Holcus rigidus Caniça, erva-caniça Endémica Açores

Spermatophyta - Angiospermae – Dicotyledones

Apiaceae Ammi huntii Endémica Açores Extinto

Apiaceae Ammi trifoliatum Endémica Açores Anexo II Extinto Apiaceae Daucus carota spp. azorica Salsa-burra, cenoura Endémica Açores

Apiaceae Sanicula azorica Erva-do-capitão Endémica Açores Anexo II

Aquifoliaceae Ilex perado Endémica

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Família Espécies Nome comum Biogeografia Directiva Habitats Estatuto na ilha

Araliaceae Hedera azorica Endémica Açores Em perigo

Asteraceae Bellis azorica Margaridas Endémica Açores Em perigo

Asteraceae Lactuca watsoniana Alfacinha Endémica Açores Anexo II * Asteraceae Leotodon filii Patalugo-maior Endémica Açores

Asteraceae Leotodon rigens Patalugo-menor Endémica

Açores Em perigo

Asteraceae Pericallis malviflora Malvavisco, Figueira-brava Endémica Açores

Asteraceae Tolpis azorica Endémica Açores Rara

Boraginaceae Myosotis azorica Não-me-esqueças Endémica Açores Anexo II Em perigo Boraginaceae Myosotis maritima Não-me-esqueças Endémica Açores Anexo II Em perigo

Brassicaceae Cardamine caldeirarum Endémica Açores Vulnerável

Campanulaceae Azorina vidalii Vidália Endémica Açores Anexo II * Não ameaçada

Caprifoliaceae Viburnum treleasii Endémica Açores Em perigo

Caryophyllaceae Cerastium azoricum Endémica Açores Em perigo

Caryophyllaceae Spergularia azorica

Endémica

Açores Anexo II Em perigo Dipsacaceae Scabiosa nitens Endémica Açores Anexo II Extinta

Ericaceae Daboecia azorica Endémica Açores Em perigo

Ericaceae Erica scoparia ssp. azorica

Urze, mato, vassoura

Endémica

Açores Anexo II Vulnerável Ericaceae Vaccinium

cylindraceum

Endémica

Açores Vulnerável

Euphorbiaceae Euphorbia azorica Erva-leiteira Endémica Açores Rara Euphorbiaceae Euphorbia stygiana Trovisco-macho Endémica Açores Anexo II Em perigo

Hypericaceae Hypericum foliosum Furalha, Milfurada Endémica Açores Rara

Oleaceae Picconia azorica Pau-branco Endémica Açores Anexo II Extinta Polygonaceae Rumex azoricus Endémica Açores Anexo II Em perigo Primulaceae Lysimachia nemorum spp.

azorica

Endémica Açores

Ranunculaceae Ranunculus cortusifolius Bafo-de-boi Endémica Macaronésia Em perigo Rhamnaceae Frangula azorica Sanguinho

Endémica Açores e Madeira Anexo II Rosaceae Rubus hochstetterorum Endémica Açores Em perigo

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Família Espécies Nome comum Biogeografia Directiva Habitats Estatuto na ilha

Rubiaceae Rubia agostinhoi Endémica Açores Em perigo

Scrophulariaceae Euphrasia azorica Endémica Açores Anexo II * Em perigo Scrophulariaceae Euphrasia grandiflora Endémica Açores Anexo II

Scrophulariaceae Veronica dabneyi Endémica Açores Em perigo

Fauna

Aves

Na área da ZPE e envolvente ocorrem 35 espécies de aves selvagens, das quais 21 são nidificantes. As espécies que revelam maior interesse em termos de conservação são as aves marinhas (com excepção das gaivotas) (ver quadro 5 e anexo I e II).

Quadro 5 – Censos e estatuto das aves marinhas nidificantes na ZPE “Costa e Caldeirão” e área envolvente. Censos (n.º de casais) Espécie 1984 1989 1990 1996 1997 1998 2001 2002 2003 Directiva Aves Cagarro (Calonectris diomedea borealis) 22.980 14.130 Anexo I Frulho (Puffinus assimilis baroli) 145 a 295 Anexo I Estapagado (Puffinus puffinus) 65 a 130 Angelito (Oceanodroma castro – população quente) 0 a 10 Anexo I Garajau-rosado

(Sterna dougallii) 0 0 19 83 0 0 8 0 Anexo I *

Garajau-comum

(Sterna hirundo) 238 243 347 145 88 40 Anexo I

Gaivota1

(Larus cachinans atlantis)

39 1

1 Foi utilizado o número de indivíduos e não o número de casais reprodutores.

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Mamíferos

O morcego-dos-Açores (Nyctalus azoreum), único mamífero endémico dos Açores e considerada uma espécie ameaçada, apresenta uma distribuição regular na área da ZPE, embora não estejam identificados os habitats de nidificação.

Existem outras espécies de mamíferos que foram introduzidas em todo o arquipélago durante a colonização das ilhas tais como o ratinho-caseiro (Mus domesticus), a ratazana-castanha (Rattus norvegicus) e a ratazana-preta (Rattus rattus). Na ilha do Corvo existem cabras (Capra hircus) que ao longo dos anos se tornaram selvagens vivendo nas falésias costeiras e no Caldeirão do Corvo e que poderão causar algum impacto na vegetação natural que se encontra nas falésias.

É de salientar a existência de gatos e cães domésticos introduzidos (principalmente gatos vadios). Estes aparecem em todas as zonas tendo já sido testemunhado o seu impacto como predadores nas colónias de aves marinhas.

Répteis

Outra espécie introduzida na ilha do Corvo, que ocorre na área da ZPE “Costa e Caldeirão”, é a lagartixa (Lacerta dugesii).

Invertebrados

A bibliografia referente a invertebrados para ilha do Corvo é bastante escassa. Assim sendo, foi impossível compilar dados de invertebrados para a ZPE. Os dados apresentados no quadro 6 e no Anexo I dizem respeito a algumas ordens de insectos que ocorrem na ilha do Corvo.

Quadro 6 – Lista de invertebrados endémicos que ocorrem na ilha do Corvo. Ordem Espécie Hydroporus guernei Heteroderus azoricus Coleoptera Laparocerus azoricus Argyresthia atlanticella Caloptilia bistrigella Pieris brassicae azorensis Hipparchia azorina minima Hipparchia azorina ocidentalis Phlogophora interrupta

Lepidoptera

Noctua atlantica

Ordem Espécie

Psectrocladius sordidellus var. insularis

Smittia (Pseudosmittia) azorica Chrysotus azoricus Aphrosylys argyreatus Aphrosylys calcarator Diptera Cerodonta bistrigata Cixius azofloresi Homoptera Eupteryx azorica

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3. Caracterização socio-económica

a) Actividades humanas

Demografia

Na ilha do Corvo, durante os últimos 60 anos, verificou-se uma diminuição no número de habitantes em resultado da emigração de cerca de 300 habitantes (ver figura 2).

Figura 2 – Evolução do número de habitantes na ilha do Corvo nos últimos 60 anos.

Na ilha do Corvo existe só uma povoação, Vila do Corvo, com cerca de 425 habitantes e encontra-se fora dos limites da ZPE.

De acordo com o padrão geral de emprego, na ilha do Corvo cada trabalhador tem vários empregos. A maioria da população trabalha na agro-pecuária, usando pequenos lotes de terreno para criar gado (bovino e suíno) e cultivar produtos hortícolas para consumo pessoal. Parte da população está empregada nos Serviços Públicos e no pequeno comércio. Na ilha existem cerca de 3 pescadores a tempo inteiro e 3 a tempo parcial. Uma empresa de turismo iniciou a sua actividade em 1998. Encontram-se também na ilha um grupo de trabalhadores semi-permanentes de construção civil e um grupo de 15 professores permanentes e temporários. O desemprego na ilha não é considerado uma questão para a população activa mais velha, mas poderá constituir um problema para as gerações mais jovens.

A escola da ilha assegura o ensino público até ao final da escolaridade básica (9º ano). Os estudantes que pretendem prosseguir os estudos são forçados a deslocarem-se para outras ilhas ou para Portugal continental. Este sistema leva a que apenas uma fracção relativamente

0 100 200 300 400 500 600 700 800 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 N º d e ha bi ta nte s

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reduzida de jovens adultos permaneça na ilha. A falta de emprego especializado dificulta o regresso da população local que obtém formação superior.

Iniciativas comunitárias

A área envolvente da ZPE foi alvo de investimento comunitário através dos Programas LIFE, LEADER II e PRODESA.

Projectos LIFE

A área da ZPE foi alvo de investimento comunitário através do Programa LIFE (ver quadro 7). Quadro 7 – Projectos LIFE aprovados para a área em questão e montantes totais investidos no Arquipélago dos

Açores.

Projecto

Inventário e cartografia da vegetação natural dos Açores de interesse comunitário 1994-1996

Parceiros do projecto

Universidade dos Açores e Direcção Regional do Ambiente (DRA)

Valor total 266.667 € Investimento LIFE

200.000 € Conservação das comunidades e habitats de aves marinhas dos Açores 1995-1998

Parceiros do projecto

Departamento de Oceanografia e Pescas – Universidade dos Açores (DOP), Direcção Regional do Ambiente (DRA), University of Glasgow e

Royal Society for the Protection of Birds (RSPB)

Valor total 500.000 € Investimento LIFE

300.000 € Gestão integrada de zonas costeiras e marinhas dos Açores 1998-2002

Parceiros do projecto

Departamento de Oceanografia e Pescas – Universidade dos Açores (DOP), Direcção Regional do Ambiente (DRA) e Direcção Regional das Pescas (DRP), Centro do Instituto do Mar – Universidade dos Açores (IMAR)

Valor total 1.365.585,71 € Investimento LIFE

819.351,42 €

Projectos LEADER II

No Corvo apenas foi implantado o projecto LEADER II “Placas de sinalização” no valor total de 12.821,10 € (valor LEADER 60% - 7.692,66 €).

Programa Operacional PRODESA

Foram implantados dois projectos FEDER, do programa Operacional PRODESA, na ilha do Corvo, sendo um a construção de uma Lagoa Artificial e outro a construção da estrada de acesso à Lagoa Artificial da ilha do Corvo.

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Actividades recreativas

O eco-turismo, a observação de cetáceos, a observação do litoral costeiro e o mergulho desportivo têm sido acções desenvolvidas recentemente por uma empresa de turismo e observação de cetáceos sediada no Corvo. Existem alguns trilhos pedestres dentro do Caldeirão do Corvo para observação da paisagem, fauna e flora, sendo a sua principal utilização ligada às actividades agro-pecuárias. A pesca desportiva também é realizada com regularidade na ZPE e área adjacente.

Censos, monitorização e investigação

Entre 1994 e 1996 foi realizado o projecto LIFE “Inventário e cartografia da vegetação natural dos Açores de interesse comunitário”, no entanto não foi possível obter informações sobre este projecto.

No projecto LIFE “Conservação das comunidades e habitats de aves marinhas dos Açores” foram efectuados trabalhos de censos e investigação científica:

- censos dos níveis populacionais das colónias de garajau-rosado;

- censos completos e inventariação de colónias de garajau-rosado, garajau-comum, cagarro, estapagado e gaivota na faixa costeira;

- avaliação do estatuto da freira-do-Bugio, com recurso a técnicas de atracção por reprodução de vocalizações;

- campanhas de anilhagem de cagarro, frulho, angelito, garajau-rosado e garajau-comum; - estudos de selecção de habitat e cronologia da reprodução das várias espécies de aves

marinhas.

Ao abrigo do projecto AMIR (Aves Marinhas como Indicadores de Recursos e da Estrutura da Teia Alimentar na Região dos Açores), executado pelo Instituto do Mar do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (IMAR) entre 1997 e 2000, foram realizados trabalhos de investigação no domínio da ecologia alimentar, nomeadamente a caracterização das dietas de cagarro, garajau-comum e garajau-rosado na ZPE.

No projecto LIFE “Gestão integrada de zonas costeiras e marinhas dos Açores” foram recolhidos regularmente dados sobre os níveis populacionais das colónias de garajau-rosado.

(21)

No âmbito do projecto “Novo Atlas das Aves que Nidificam em Portugal” promovido pelo Instituto da Conservação da Natureza (ICN), Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Direcção Regional do Ambiente dos Açores e Parque Natural da Madeira, a ilha do Corvo foi recenseada durante quatro anos consecutivos, 1999 a 2002.

Acções de promoção

Público-alvo

O público alvo das acções de promoção efectuadas na área da ZPE em questão foi composto principalmente por escolas (professores e alunos), pescadores, operadores turísticos e população em geral. Através das actividades de promoção efectuadas foi possível atingir toda a população da ilha, devido ao reduzido número de habitantes (cerca de 425).

Evolução do número de visitantes

São poucos os visitantes da ilha do Corvo, sendo as visitas efectuadas maioritariamente no Verão. A grande parte dos visitantes são corvinos que emigraram à vários anos para outros locais. Devido à implementação, relativamente recente, de uma empresa de turismo e observação de cetáceos, as actividades maritimo-turísticas têm sido desenvolvidas na ilha. Infra-estruturas de apoio aos visitantes

Na ZPE do Corvo não existem infra-estruturas de apoio aos visitantes e apenas se verifica a existência de imóveis dentro da Vila. Na Vila do Corvo existem dois restaurantes, alguns cafés e supermercados, uma hospedaria e uma empresa de mergulho.

Educação ambiental

Entre 1995 e 1998, ao abrigo do projecto LIFE “Conservação das comunidades e habitats de aves marinhas dos Açores”, foram elaborados e distribuídos desdobráveis, cartazes, folhetos, brochuras e puzzles didácticos sobre as aves marinhas que nidificam nos Açores e regimes de protecção existentes.

No âmbito da campanha SOS Cagarro, durante o projecto anteriormente referido, a DRA produziu campanhas na rádio e na televisão sobre como as pessoas devem proceder caso encontrem cagarros encandeados na estrada, emitidas diariamente pela Antena 9 e RTP Açores, nos meses de Outubro e Novembro. Realizaram-se também várias acções de recolha

(22)

de cagarros encandeados e sessões de esclarecimento sobre as medidas a tomar para proteger estas aves. Foi ainda produzida uma campanha televisiva sobre garajaus para exibição na RTP Açores durante o workshop sobre garajau-rosado, em Agosto de 1997.

Ao abrigo do projecto LIFE “Gestão integrada de zonas costeiras e marinhas dos Açores” foram produzidos panfletos, cartazes e brochuras, com o intuito de informar e sensibilizar a população para a conservação das Áreas Marinhas Protegidas. Em 1999 foram produzidas e distribuídas por todo o arquipélago 1400 caixas de cartão para transporte de cagarros.

Em resultado da campanha SOS Cagarro, a Câmara Municipal do Corvo diminuiu a intensidade da iluminação das ruas durante o período em que os cagarros juvenis saem dos ninhos para evitar o atropelamento dos animais encadeados.

b) Aspectos estéticos e paisagísticos

Uso e ocupação do solo

Na ZPE em questão encontram-se apenas algumas ocupações de solo tais como: agro-pecuária; turismo, recreio; conservação da natureza e investigação e solo não utilizado.

Acções de gestão e conservação

Para além da publicação da legislação referida anteriormente efectuaram-se outras acções de gestão e conservação na ZPE em questão que se apresentam de seguida.

Em 1995, ao abrigo do projecto LIFE “Conservação das comunidades e habitats de aves marinhas dos Açores” a DRA produziu e colocou placas de sinalização e informação em madeira pintada a delimitar a ZPE. Em 1996 foram produzidos autocolantes para colocar em placas de madeira por forma a sinalizar a delimitação da ZPE. Em 1997 e 1998 foram renovadas algumas das placas e autocolantes de sinalização.

Em 2002, foi realizada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) a caracterização dos territórios mais apropriados para a conservação das populações de aves selvagens do Anexo I da Directiva Aves no Arquipélago dos Açores, da qual resultou a revisão da cartografia da Rede de ZPE.

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c) Valores patrimoniais

Principais bens imóveis

Na ZPE em questão existe um farol no Canto da Carneira e uma vigia da baleia do Pão de Açúcar.

(24)

4. Bibliografia

Monografias, artigos científicos e relatórios

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- (1979) Directiva 79/409/CEE – Directiva Aves, relativa à conservação de todas as espécies de aves selvagens.

- (1979) Convenção de Berna Relativa à Protecção da Vida Selvagem e do Ambiente Natural na Europa de 19 de Setembro de 1979 – Convenção relativa à conservação da vida selvagem e dos habitats da Europa.

- (1987) Decreto Legislativo Regional n.º 15/87/A de 24 de Julho – Cria o regime jurídico de reservas florestais dos Açores.

- (1988) Decreto Legislativo Regional 27/88/A de 22 de Julho – Cria as Reservas Florestais Naturais Parciais.

- (1989) Decreto Legislativo Regional 16/89/A de 30 de Agosto – Cria as Reservas Florestais de Recreio.

- (1991) Decreto-Lei n.º 75/91 de 14 de Fevereiro – Transpõe a Directiva Aves no tocante às espécies não cinegéticas.

- (1992) Directiva 92/43/CEE – Directiva Habitats, relativa à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens.

- (1993) Decreto Regulamentar Regional n.º 14/93/A de 31 de Julho – Regulamento de apanha de lapas, com instituição das zonas de Reserva.

- (1993) Portaria n.º 43/93 de 2 de Setembro – Fixação das condições de apanha sem fins comerciais. - (1993) Decreto Legislativo Regional n.º 21/93/A de 23 de Dezembro – Aplicação à Região do

Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de Janeiro (Rede Nacional da Áreas Protegidas).

- (1997) Decreto-Lei n.º 226/97 de 27 de Agosto – Transpõe para o direito interno a Directiva Habitats. - (1998) Resolução 30/98 de 5 de Fevereiro – Aprova os Sítios com Interesse Comunitário nos Açores. - (1998) Declaração 12/98 de 7 de Maio – Redefine os Sítios com Interesse Comunitário nos Açores. - (1999) Decreto–Lei n.º 140/99 de 24 de Abril – Revisão da transposição para o direito interno as

Directivas Aves e Habitats.

- (2002) Decreto Legislativo Regional n.º 18/2002/A, de 16 de Maio – Adapta à Região Autónoma dos Açores o Decreto–Lei n.º 140/99 de 24 de Abril.

- (2004) Decreto Regulamentar Regional n.º 14/2004/A, de 20 de Maio – Classifica as Zonas de Protecção Especial (ZPE) da Região Autónoma dos Açores.

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CAPÍTULO II: AVALIAÇÃO E OBJECTIVOS

1. Avaliação das componentes

a) Critérios de avaliação ecológica

Dimensão

A ZPE Costa e Caldeirão cobre uma grande área da ilha e engloba uma das maiores áreas vulcânicas da região açoreana, sendo uma de duas ZPE que englobam a caldeira principal da ilha.

Esta ZPE apresenta o maior número de cagarros a nidificar nos Açores e tem área suficiente para envolver importantes colónias de aves marinhas (ver quadro 8).

A ZPE em questão, em termos de número de habitats pertencentes à Directiva Habitats e de número de espécies de flora endémica, é a segunda maior, comparando com as outras ZPE do arquipélago. Tem muito pouca área florestal (habitat disponível para pombo-torcaz-dos-Açores).

Quadro 8 – População máxima (n.º de casais) de aves marinhas a nidificar na ZPE “Costa e Caldeirão” em comparação com os níveis populacionais nos Açores, Portugal e Europa.

Espécies ZPE Açores % Açores Portugal % Portugal Europa % Europa

Cagarro (Calonectris diomedea borealis) 22.980 173.600 - 203.900 11 – 13 % 190.250 - 229.150 10– 12% 244.060 – 285.160 8 – 9 % Frulho (Puffinus assimilis baroli) 295 840 – 1.530 19 – 35 % 2.640 – 4.030 7 – 11 % 3.040 – 4.430 7 – 10 % Estapagado (Puffinus puffinus) 130 115 – 235 55 – 100% 415 – 735 18 –31% 270.150 – 340.235 < 1 % Angelito (Oceanodroma castro - quente) 10 250 – 300 3 – 4 % 2.965– 3.590 < 1 % 3.265 – 3.890 < 1 % Garajau-rosado (Sterna dougallii) 83 1.000 8 % 1.005 – 1.015 8 % 1.600 5 % Garajau-comum (Sterna hirundo) 347 4.000 9 % 100.000 < 1 %

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Diversidade

Os habitats naturais da ZPE Costa e Caldeirão são muito diversificados, apresentando um elevado número de habitats naturais e espécies endémicas (11 habitats naturais do Anexo II da Directiva Habitats, dos quais 4 são prioritários, e 50 espécies de flora endémicas. Existe também uma grande diversidade paisagística, ou seja, a ZPE apresenta uma elevada variedade de habitats costeiros e de altitude.

A diversidade das comunidades de flora e fauna corresponde à diversidade que seria esperada, apresentando 6 espécies de aves constantes no Anexo I da Directiva Aves.

Fragilidade

A ilha do Corvo é muito frágil em relação à introdução de espécies de flora invasoras. O pastoreio de cabras selvagens, o desflorestamento para a exploração de madeira e para a agro-pecuária prejudicou diversas zonas da ZPE, acabando por destruir a vegetação endémica e aumentar a erosão costeira.

As espécies de aves marinhas são ameaçadas pela perturbação humana e pelas espécies introduzidas com carácter invasor. Da mesma forma, as pescas e as variações oceanográficas naturais afectam o sucesso reprodutor das aves marinhas.

Representatividade

A ZPE em questão apresenta, à excepção da alma-negra (Bulweria bulwerii), a maioria das espécies de aves marinhas dos Açores.

A ZPE é bastante representativa em termos de habitats e vegetação costeira, devido à grande extensão de falésias costeiras, e flora endémica.

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Raridade

A ZPE em questão apresenta habitats e espécies de flora raros, muitos deles pertencentes à Directiva Habitats (charnecas macaronésicas endémicas, turfeiras altas activas, turfeiras de cobertura - turfeiras activas unicamente, Turfeiras arborizadas; Azorina vidalii, Euphrasia azorica, Lactuca watsoniana)

A ZPE do Corvo é uma de duas do arquipélago dos Açores que apresenta estapagados (55 a 100%). As populações de cagarro (13 a 15 %) e de frulho (19 a 35 %) atingem elevadas percentagens para o arquipélago dos Açores.

Esta ZPE é uma das quatro criadas no arquipélago dos Açores devido à nidificação do pombo-torcaz-dos-Açores.

O morcego-dos-Açores que aqui ocorre é a única espécie endémica de mamífero dos Açores. Na ZPE em questão existem pelo menos 18 espécies de invertebrados endémicos, sendo a Caloptilia bistrigella e a borboleta Hipparchia azorina minima as espécies mais raras da zona. Naturalidade

O coberto florestal natural da ilha do Corvo extinguiu-se quase na totalidade devido à exploração intensiva de madeira, ao aproveitamento de campos para agro-pecuária e ao pastoreio de caprinos. A alteração da paisagem e a extinção dos seus biótopos naturais deu-se durante a colonização da ilha. No entanto, ainda se verifica a existência de grande número de espécies endémicas de flora no Caldeirão do Corvo.

Escala de importância do sítio

As características mais relevantes da ZPE “Costa e Caldeirão” são as apresentadas no quadro 9.

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Quadro 9 – Identificação e/ ou confirmação de características da ZPE de acordo com os seguintes temas: geologia e geomorfologia; habitat e tipos de vegetação; espécies vegetais e animais; valores históricos e culturais e visitantes.

Importância

Censos Regional Nacional Europeia Geologia e Geomorfologia

Caldeirão do Corvo Elevada

Falésias costeiras Média

Tipos de habitat

Enseadas e baías pouco profundas (1160) Média

Recifes (1170) Média

Vegetação perene das praias de calhaus rolados (1220) Média

Falésias com flora endémica das costas macaronésias

(1250) Média

Águas estagnadas, oligotróficas a mesotróficas, com vegetação da Littorelletea uniflorae e/ou da

Isoëto-Nanojuncetea (3130) Média

Charnecas macaronésicas endémicas (4050)* Elevada

Formação de euforbiáceas (5331) Média

Prados mesófilos macaronésicos (6180) Média

Turfeiras altas activas (7110)* Elevada

Turfeiras de cobertura (turfeiras activas) (7130)* Elevada

Rochas siliciosas com vegetação pioneira da

Sedo-Scleranthion ou da Sedo albi-Veronicion dillenii (8230) Média

Grutas marinhas submersas ou semi submersas (8330)

Turfeiras arborizadas (91D0)* Elevada

Espécies fauna e flora

Cagarro 22.980 11 – 13% 10 – 12% 8 – 9% Frulho 295 19 – 35% 7 – 11% 7 – 10% Estapagado 130 55 – 100% 18 – 31% <1% Angelito 10 3 – 4% <1% <1% Garajau-rosado* 83 8% 8% 5% Garajau-comum 347 9% - <1% Pombo-torcaz-dos-Açores* Elevada

Ammi trifoliatum Média

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Importância

Censos Regional Nacional Europeia

Culcita macrocarpa - Feto-do-cabelinho Média

Erica scoparia azorica – Urze Média

Euphorbia stygiana - Trovisco-macho Média

Euphrasia azorica Elevada

Euphrasia grandiflora Média

Frangula azorica - Sanguinho Média

Isoetes azorica Média

Lactuca watsoniana - Alfacinha Elevada

Myosotis maritima - Não-me esqueças Média

Picconia azorica - Pau-branco Média

Rumex azoricus Média

Sanicula azorica - Erva-do-capitão Média

Scabiosa nitens Média

Spergularia azorica Média

História/ Cultura

Na ZPE não existem pontos importantes de história e cultura Visitantes

Não existem atracções turísticas na ZPE

b) Critérios de avaliação sócio-económica

Valor potencial

As áreas em bom estado de conservação podem ser mantidas através do controlo intensivo das espécies exóticas invasoras.

A área em questão revela um grande potencial para o turismo marítimo devido à existência de grutas ideais para mergulho com escafandro e observação de falésias costeiras e para o eco-turismo – trilhos pedestres, diversos habitats e existência de aves para observação

Atractivo paisagístico

A área possui valores paisagísticos únicos tais como o Caldeirão do Corvo (principal cone vulcânico da ilha) e algumas das falésias costeiras mais altas do arquipélago dos Açores.

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Apesar disso a ilha não tem muitos visitantes ou turistas, devido ao isolamento em que se encontra (poucos transportes disponíveis).

Benefícios indirectos

Na zona envolvente não existem outras áreas de conservação ou de importância estratégica. 2. Factores que influenciam a gestão

A monitorização é por vezes dificultada, podendo tornar-se deficiente porque algumas zonas apresentam difícil acesso ou mesmo inacessibilidade (ilhéus e falésias costeiras) e existem poucos dados disponíveis para algumas espécies.

a) Factores introduzidos pelo Homem - Introdução de espécies exóticas (fauna e flora); - Deposição de resíduos e sucata na zona costeira.

b) Factores jurídicos

- Pouca tradição no cumprimento da legislação ambiental nos Açores; - Mão de obra especializada muito limitada;

- Deficiência na comunicação entre departamentos com competência na utilização e gestão da área;

- Ausência de um corpo de vigilância afecto a esta área. 3. Orientações e objectivos de gestão

a) Definições das orientações da gestão

Âmbito

Esta ZPE constitui parte significativa de uma rede de zonas de protecção nos Açores que incluem importantes colónias de aves marinhas. Esta ZPE detém ainda importância internacional para as aves constantes no Anexo I da Directiva Aves que ali nidificam. A designação da área permite proteger habitats críticos para estas aves e manter todo o seu potencial valor em termos de conservação.

(35)

A ZPE e a área envolvente são visitadas por poucas centenas de pessoas durante o Verão e encontram-se sujeitas a algum uso humano, sobretudo o pastoreio. Uma gestão correcta da área é necessária para assegurar que esta mantenha ou melhore a qualidade do habitat para as aves marinhas.

O local apresenta alguns valores paisagísticos e geológicos apelativos para os visitantes. Assim evidencia-se algum potencial na promoção da conservação das espécies de aves e habitats naturais dos Açores através do turismo de natureza e das actividades marítimo-turísticas.

Objectivos gerais

Manter e melhorar a ZPE como uma parte integrante da rede de Zonas de Protecção Especial do arquipélago dos Açores, para o benefício das populações de aves selvagens com importância internacional.

Melhorar os habitats existentes na ZPE e área envolvente a fim de manter e aumentar as colónias de aves marinhas.

(36)

CAPÍTULO III - MEDIDAS DE GESTÂO

1. Medidas, acções e actividades

Regulamentação

Complementar a protecção legal do sítio

Incluir a ZPE Costa e Caldeirão no Parque Natural Regional do Corvo e publicar regulamentação

A área da ZPE Costa e Caldeirão deverá ser integrada na área do Parque Natural Regional do Corvo (PNRC) durante o primeiro ano de execução do Plano de Gestão (2005). A publicação da regulamentação do PNRC visará o uso do solo, acesso de visitantes aos ilhéus, apanha de fauna e flora, introdução de espécies exóticas e demais considerações necessárias, tendo em vista a conservação da natureza e das colónias de aves marinhas. É pretendida a interdição de plantação de criptoméria nos ilhéus da Lagoa do Caldeirão. Sugere-se que a criação desta legislação seja acompanhada pelo gestor de áreas protegidas e, sempre que se justifique, por outras entidades relevantes.

Espécies e habitats

Monitorizar as colónias de aves marinhas

Monitorizar os dados populacionais das espécies-chave

Realização de censos anuais para o garajau-rosado e garajau-comum.

Realização de censos de três em três anos para frulho, estapagado e angelito. Realização de censos de cinco em cinco anos para cagarro e gaivota.

Estes censos deverão ser realizados por alguém a designar futuramente pelo gestor e com a colaboração do vigilante da natureza.

Estudar o sucesso reprodutor de cagarros de cinco em cinco anos

Estudar o sucesso reprodutor do cagarro de cinco em cinco anos. Este estudo deverá ser realizado por alguém a designar futuramente pelo gestor.

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Avaliar o impacto de predadores

Avaliar o impacto da colónia de gaivotas em termos de predação de aves marinhas Deverá ser avaliado o impacto da colónia de gaivotas, em termos de predação de outras aves marinhas através de um controlo do número gaivotas existentes no Corvo e identificação da sua ecologia alimentar. Um aumento significativo da população de gaivotas e prejudicial para as restantes aves marinhas nidificantes no ilhéu deverá ser comunicado ao gestor, logo que possível.

Avaliar o impacto da população de cabras selvagens sobre as colónias de aves marinhas

Deverá ser avaliado o impacto da população de cabras selvagens sobre as colónias de aves marinhas através de um controle do número de cabras existentes no Corvo e identificação dos principais impactos negativos (pisoteio de ninhos, degradação do coberto vegetal, utilização de áreas de nidificação de aves, consequente erosão do solo, etc.). Caso se observe um impacto significativo e prejudicial para as aves marinhas deverá ser comunicado ao gestor, logo que possível. Esta acção deverá ser realizada no primeiro ano do projecto (2005) sob a supervisão do gestor.

Implementar acções de gestão do habitat

Controlar hortênsias (Hydrangea macrophylla) no Caldeirão

O plantio de hortênsias deverá ser interdito dentro do Cadeirão do Corvo e erradicar as existentes. Esta acção deverá ser realizada durante todo o projecto sob a supervisão do gestor.

Controlar conteira (Hedychium gardneranum) no Caldeirão

Sempre que detectada a presença de conteira no Caldeirão esta deverá ser controlada e erradicada. Esta acção deverá ser realizada durante todo o projecto sob a supervisão do gestor.

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Mapear habitats naturais

Recensear e mapear pormenorizadamente os habitats naturais em SIG

Deverá ser levado a cabo um recenseamento exaustivo, com levantamento cartográfico e transposto para Sistemas de Informação Geográficos (SIG), de todos os habitats naturais existentes na ZPE. Este trabalho deverá ser elaborado durante o primeiro ano de execução do plano de gestão, sob a supervisão do gestor e por pessoa futuramente a designar.

Promoção

Promover o interesse público em relação à conservação das espécies e áreas protegidas Reforçar a campanha SOS Cagarro

A Campanha SOS Cagarro, que visa a protecção dos cagarros juvenis encadeados pelas luzes da cidade durante os primeiros voos, deverá ser mantida e reforçada todos os anos durante os meses de Outubro e Novembro (altura em que os juvenis saem dos ninhos). A campanha deverá incidir maioritariamente no tópico referente à iluminação, tendo como público alvo as crianças e os jovens. Através deste público alvo a transmissão da mensagem deverá ser veiculada para grupos adultos mais específicos.

Desenvolver programa educacional com escolas sobre importância da conservação da biodiversidade

Realizar sessões de divulgação em escolas

Deverão ser organizadas anualmente sessões de divulgação com o objectivo de esclarecer e informar os alunos do 1º, 2º, 3º Ciclo e Secundário sobre a importância da protecção da ZPE e

da área. As sessões deverão incidir prioritariamente em três tópicos distintos: principais aves marinhas e respectivos habitats; principais ameaças; práticas para participar na protecção da ZPE. As sessões ficam a cargo do gestor.

(39)

Realizar acções de formação para professores locais

Deverão ser organizadas anualmente acções de formação para os professores, de modo a que os mesmos possam integrar no programa curricular actividades relacionadas com a importância da protecção da ZPE e da área envolvente. As acções de formação deverão incidir prioritariamente em três tópicos distintos: técnicas didácticas para interpretar as aves marinhas, respectivos habitats e ameaças e exemplos de acções de educação ambiental para os alunos participarem na protecção da ZPE. Estas acções deverão ser realizadas por pessoa futuramente a designar, sob supervisão do gestor.

Aumentar serviços de interpretação em locais seleccionados nas falésias costeiras Deverá ser colocada sinalização em local bem visível, nas falésias costeiras do Corvo, divulgando que a perturbação humana deverá ser evitada. A sinalização deverá ser colocada durante o primeiro ano de execução do plano de gestão, sob a supervisão do gestor e deverá ser reparada ou substituída sempre que necessário.

Administração

Estabelecer mecanismos de gestão da área

Definir equipa técnica para gerir e vigiar a ZPE Gestor

Deverá ser definido, logo no primeiro ano de projecto do Plano de Gestão (2005), o gestor das áreas protegidas. O gestor terá a seu cargo supervisionar a aplicação dos Planos de Gestão, o trabalho dos vigilantes da natureza, as actividades acima mencionadas e outras a designar futuramente.

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Formar equipa técnica

Deverão ser realizados cursos intensivos dirigidos aos vigilantes da Natureza a fim de melhorar o seu desempenho na conservação das espécies e dos habitats protegidos. Estes cursos deverão ser realizados anualmente, antes do período reprodutor das aves marinhas e focarão diversos tópicos importantes:

- melhorar os conhecimentos de fauna e flora;

- identificação e possível controle de predadores naturais e introduzidos; - vigilância eficaz;

- aplicação de coimas para as ilegalidades.

Rever anualmente o progresso do plano de gestão Produzir um relatório anual

Deverá ser produzido pelo gestor um relatório anual sobre o progresso do Plano de Gestão, que deverá ser distribuído pelas entidades competentes duas semanas antes da reunião administrativa interna anual.

Organizar reunião administrativa interna anual

Deverá ser organizada anualmente uma reunião administrativa interna com as entidades competentes directamente relacionadas com os Planos de Gestão da ZPE. A organização desta reunião é da responsabilidade do gestor.

Organizar reunião anual com as entidades relevantes

O gestor deverá organizar e realizar uma reunião anual com as entidades relevantes (SRA, Câmara Municipal, Serviços de Ilha, Universidade dos Açores, Proprietários, Autoridades policiais e outras entidades futuramente a designar pelo gestor).

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2. Cronograma de trabalhos por área

Quadro 10 – Listagem de todos os objectivos específicos e medidas de gestão, data prevista de execução e importância relativa de cada medida de gestão para a execução do plano (1 essencial; 2 importante; 3 desejável).

Ano de actividade

Objectivos específicos e medidas de gestão 2005 2006 2007 2008 2009 Regulamentação

Complementar a protecção legal do sítio

Incluir a ZPE Costa e Caldeirão no Parque Natural Regional do Corvo e publicar regulamentação 1

Espécies e habitats Monitorar as colónias de aves marinhas

Monitorar os dados populacionais das espécies-chave de aves marinhas Censos anuais de garajau-rosado;

Censos anuais de garajau-comum; Censos de três em três anos de angelito; Censos de três em três anos de estapagado; Censos de três em três anos de frulho; Censos de cinco em cinco anos de cagarro; Censos de cinco em cinco anos de gaivota.;

1 2 1 2 1 1 1 1 1 2 1 2 1 2 1 1 1 1

Estudar o sucesso reprodutor do cagarro de cinco em cinco anos 1

Avaliar o impacto de predadores

Avaliar o impacto da colónia de gaivotas em termos de predação de aves marinhas 1

Avaliar o impacto da população de cabras selvagens sobre as colónias de aves marinhas 1

Implementar acções de gestão do habitat

Controlar hortênsias (Hydrangea macrophylla) no Caldeirão 2 2 2 2 2

Referências

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