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Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2739

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Desenvolvimento da parte aérea de mudas de beterraba em função da aplicação

de biofertilizante

Eliseu Geraldo dos Santos Fabbrin¹, Marcelle Michelotti Bettoni¹, Márcia Procopiuk², Eduardo Tiemann Parra², Átila Francisco Mógor³

¹Doutorando (a) em Agronomia- Produção Vegetal, Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo, Universidade Federal do Paraná; Curitiba-PR. E-mail: m2bettoni@gmail.com; eliseufabbrin@yahoo.com.br;

²Graduando (a) em Agronomia, Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo, Universidade Federal do Paraná; Curitiba-PR. E-mail: prokopiuk@live.com, eduardotiemann@hotmail.com

³Professor Adjunto, Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo, Universidade Federal do Paraná, Rua dos Funcionários, 1540, 80035-050, Curitiba – PR. E-mail: atila.mogor@ufpr.br

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento da parte aérea em mudas de beterraba (Beta vulgaris) submetidas a diferentes doses de bioferlizante contendo o aminoácido ácido L-glutâmico. O experimento foi realizado na área de Olericultura Orgânica da Estação Experimental do Canguiri/UFPR. A semeadura foi realizada no dia 10/02/2012 em bandejas de poliestireno expandido com 288 células e mantidas em casa de vegetação. Os tratamentos foram dispostos em delineamento inteiramente casualizado, com seis repetições, e constaram da aplicação via foliar de uma dose de biofertilizante (ácido L-glutâmico 30%) (0,4 ml L-1), além da testemunha, sem aplicação. As aplicações foram realizadas aos 7, 14, 21 e 28 dias após a semeadura (DAS). Aos 31 DAS foram avaliados o número de folhas, a altura da parte aérea, a área foliar, a biomassa seca da parte aérea e teor relativo de clorofila. A utilização do biofertilizante aminoácido ácido L-glutâmico, aplicado via foliar, promoveu o aumento da biomassa de mudas de beterraba.

PALAVRAS-CHAVE: Beta vulgaris, aminoácido, ácido L-glutâmico. ABSTRACT

Shoot development of seedlings of beet in fuction of the application of biofertilizer

This work had as objective to evaluate the shoot development in beet (Beta vulgaris) seedlings submitted to different doses of biofertilizer amino acid L-glutâmico acid. The experiment was conducted in the area of Organic Vegetable Experimental Station Canguiri / UFPR. Sowing took place on 10/02/2012 in polystyrene trays with 288 cells and maintained in a greenhouse. The treatments were arranged in completely randomized design with six replications, consisted of foliar application of one dose of biofertilizer (acid L-glutâmico 30%) (0,4 ml L-1) and control (without application). The applications were performed at 7, 14, 21 and 28 days after sowing (DAS). At 31 DAS were evaluated the leaf number, shoot height, foliar area, dry biomass of shoot and relative chlorophyll content. The use of biofertilizer amino acid L-glutamic acid, in foliar application, promoted the increase in biomass of beet seedlings.

Keywords: Beta vulgaris L., aminoacid, L-glutamic acid.

A beterraba (Beta vulgaris L.) pertencente à família das Chenopodiaceaes (Souza & Lorenzi, 2005), destaca-se entre as hortaliças por seu elevado valor nutricional (Ferreira & Tivelli, 1990). A região Sul concentra 35% das propriedades produtoras desta cultura no Brasil (Camargo Filho & Mazzei, 2002), com a produtividade variando entre 25 e 40 t ha-1 de raízes comerciais (Carvalho & Guzzo, 2008). Segundo Morimoto (1999), embora a hortaliça seja de clima temperado, pode ser cultivada praticamente o ano todo no estado do Paraná. A cultura é tradicionalmente explorada em áreas

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próximas aos grandes centros urbanos (Horta et al., 2001), como é o caso da região metropolitana de Curitiba, Paraná. Nessa região a cultura vem ganhando importância em termos de área cultivada e número de pequenas propriedades que exploram comercialmente a hortaliça (Gribogi & Salles, 2007).

O sucesso dessa cultura depende em grande parte da utilização de mudas de boa qualidade, as quais influenciam diretamente a produção final das plantas, garantindo qualidade e regularidade na entrega do produto. A utilização de mudas em detrimento a semeadura direta garante um maior stand final, proporcionando maior produtividade, uma vez que as sementes ficam em condições adequadas para sua melhor germinação e conseqüente desenvolvimento da plântula. No cultivo orgânico, em particular, a necessidade de mudas de boa qualidade é um fator decisivo no desempenho final da cultura. Mudas com má formação ou debilitadas comprometem todo o desenvolvimento da cultura, aumentando seu ciclo e levando a perdas na produção (Echer et al., 2007).

O desenvolvimento de tecnologias alternativas no cultivo de mudas em sistemas orgânicos é um fator necessário para que se tenha um bom desempenho final das plantas. Nesse contexto, a introdução de técnicas que promovam o aumento da produtividade levando em conta a sustentabilidade dos sistemas produtivos e as questões ambientais torna-se estratégico (Mógor et al., 2008).

O uso de biofertilizantes no cultivo intensivo de olerícolas apresenta-se como uma opção para melhor resposta das plantas frente a estresses abióticos e doenças (Standik, 2003) maximizando seu potencial genético. Dentre eles, encontra-se o aminoácido ácido L-glutâmico, oriundo da fermentação do melaço da cana pela bactéria Corynebacterium glutamicum (Dreyer et al., 2000), que é usado como agente complexante em formulações de fertilizantes para aplicação foliar e fertirrigação. Mógor et al. (2008) concluíram que soluções contendo extrato de alga e ácido L-glutâmico promovem o maior crescimento inicial em plantas de feijão, comprovando seu efeito no aumento da produção.

Deste modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento da parte aérea em mudas de beterraba (Beta vulgaris) submetidas a diferentes doses de bioferlizante contendo o aminoácido ácido L-glutâmico.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na área de Olericultura Orgânica da Estação Experimental do Canguiri-UFPR (Latitude 25º 25’, Longitude 49º 06’; 920 m de altitude) com mudas de beterraba cv Scarlet (Topseed).

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A semeadura foi realizada no dia 10/02/2012 em bandejas de poliestireno expandido com 288 células, preenchidas com os substratos Pró Vaso® e BioPLant ®, na proporção de 1: 1,5, respectivamente, com 50 g de termofosfato acrescidos a cada 25 Kg da mistura, mantidas em casa de vegetação com irrigação por micro-aspersão temporizada, em intervalos de 2 em 2 horas, sendo cada parcela constituída por 72 células.

Os tratamentos foram dispostos em delineamento inteiramente casualizado, com 6 repetições, e constaram da aplicação via foliar de uma dose debiofertilizante (ácido L-glutâmico 30% - AG-30® - Microquímica) (0,4 ml L-1), além da testemunha, sem aplicação. As aplicações foram realizadas aos 7, 14, 21 e 28 dias após a semeadura (DAS) com o pulverizador pressurizado com CO2 de pressão

constante (45 lib. pol-²).

Aos 31 DAS, selecionou-se 5 plantas centrais, por repetição para a avaliação das seguintes características: número de folhas (NF), altura da parte aérea (APA), área foliar (AF), biomassa seca da parte aérea (BSPA) e teor relativo de clorofila (TRC).

Para identificar a APA, utilizou-se uma régua graduada e a medição foi realizada a partir da inserção da primeira folha. Para a obtenção da AF, as amostras foram analisadas por meio do programa computacional WinRhizo®, acoplado a um Scanner LA1600 (Regent Instruments Inc., Canadá). Para a determinação da MSPA, o material foi colocado em estufa com circulação de ar a 60°C até atingirem peso constante e posteriormente pesados na balança SHIMADZU, modelo BL3200H. Para o TRC, usou-se o clorofilômetro manual N-Tester® (Yara, 2000).

Testou-se a homogeneidade das variâncias pelo teste de Barttlet, e como todas as variâncias encontravam-se homogêneas, prosseguiu-se com a ANOVA, seguida pelo teste de Tukey ao nível de 5%, quando significativa. Os dados foram processados no software estatístico Assistat 7.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pode-se observar na Tabela 1, que para todas as características avaliadas, a aplicação do biofertilizante contendo ácido L-glutâmico foi efetiva.

O NF foi significativamente maior em mudas tratadas com o aminoácido biofertilizante (três folhas), quando comparadas às sem aplicação (1,75 folhas), sugerindo que a aplicação do produto promoveu um maior investimento inicial nos órgãos responsáveis pela produção de fotoassimilados, aumentando o poder competitivo por luz no pós-transplante, e, consequentemente, ampliando o potencial de desenvolvimento inicial das mudas. Este incremento na emissão foliar, concorda com resultados obtidos Olinick et al. (2011) ao usar o ácido L-glutâmico em mudas de repolho.

A APA também apresentou o mesmo comportamento, sendo 7,28 cm e 4,12 cm para as mudas tratadas e as não tratadas, respectivamente. Tal efeito pode ser explicado pelo aumento e elongação

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celular, o qual está associado com na síntese do glutamato, aumentando o aproveitamento do N (King et al., 1993). O melhor aproveitamento do N pode permitir maior concentração de açúcares, como observado por Aquino et al. (2006) em beterraba açucareira.

A AF e a BSPA também apresentaram médias superiores nas mudas com aplicação do aminoácido demonstrando o efeito do biofertilizante no desenvolvimento da parte aérea quando comparado à testemunha, assim como observado por Mógor et al. (2008) no desenvolvimento inicial de plantas de feijão, usando o ácido L-glutâmico.

O TRC, de 219,3 nas mudas tratadas foi superior a testemunha, com 201,7, corroborando com os resultados encontrados por Röder et al. (2011), que observou um incremento no TRC em plantas de beterraba, aplicando-se o produto AG-30®, indicando a absorção e metabolização do aminoácido. O aumento da TRC pode ser esclarecido pelo provável melhor aproveitamento do N, que participa diretamente da constituição da clorofila, a qual tem o ácido L-glutâmico como seu precursor (Kerbauy, 2008).

Deste modo, pode-se concluir que a aplicação do biofertilizante contendo ácido L-glutâmico promoveu o desenvolvimento de mudas de beterraba.

REFERÊNCIAS

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CAMARGO FILHO, WP; MAZZEI, AR. 2002. Mercado de beterraba em São Paulo. Informações

Econômicas 32, n.4: 54-56.

CARVALHO, LB; GUZZO, CD; 2008. Adensamento da beterraba no manejo de plantas daninhas.

Planta Daninha 26, n.1: 73-82.

DREYER, A; COELLO, N; MONDIEL, E. 2000. Utilización de la metodologia de superfície de respuesta de la optimización de um medio de cultivo para la producción de L-lisin por

Corynebacterium glutamicum. Agronomía Tropical 50, n.2: 167-88.

ECHER, MM, GUIMARÃES, FV;ARANDA, NA; BORTOLAZZO, DE; BRAGA, SJ.2007. Avaliação de mudas de beterraba em função do substrato e do tipo de bandeja. Ciências Agrárias, 28, n.1:. 45-50.

GRIBOGI, CC; SALLES, MFR. 2007. Vantagens da semeadura direta no Cultivo de beterraba.

Revista Acadêmica 5, n.1:. 33-38.

HORTA, ACS; SANTOS, SH; SCAPIM, AC; CALLEGARI, O. 2001. Relação entre produção de beterraba, Beta vulgaris var. conditiva, e diferentes métodos de plantio. Acta Scientiarum 23, n.5: 1123-1129.

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KERBAUY, G. 2008. Fisiologia vegetal. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 431 p.

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MÓGOR, AF; ONO, EO; DOMINGOS, JR; MÓGOR, G. 2008. Aplicação foliar de extrato de alga, ácido L-glutâmico e cálcio em feijoeiro. Scientia Agrária 9: 431-437.

MORIMOTO, F. 1999. A oportunidade de renda e empregos com beterraba. Londrina: Emater. OLINIK, JR; MÓGOR, AF; RÖDER, C; FABBRIN, EGS; BETTONI, MM; POLETTO, MR. 2011. Desenvolvimento de mudas de repolho em função da aplicação foliar de ácido L-glutâmico a 30%. Horticultura Brasileira 29: 4256-4260

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RÖDER, C; MÓGOR, AF; BETTONI, MM; OLINIK, JR; KOYAMA, R; AMARAL, SSF do. 2011. Teor relativo de clorofila em beterraba submetido à aplicação foliar de AG 30®, em sistema orgânico de produção. Horticultura Brasileira 29: 4130-4134.

YARA. How to use the N-Tester. 2000. Disponível: http://www.yarabrasil.com.br/fertilizer /tools_and_services/index.aspx, em 15 fev. 2011.

AGRADECIMENTO

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Tabela 1. Número de folhas (NF), altura da parte aérea (APA), área foliar (AF), biomassa seca da parte aérea (BSPA) e teor relativo de clorofila (TRC) de mudas de beterraba em função da aplicação de biofertilizante contendo 30% de ácido L-glutâmico. [Leaf number (NF), height of shoot (APA), foliar area (AF), dry biomass of shoot (BSPA) and relative chlorophyll content (TRC) of beet seedlings in function of application of the biofertilizer with 30% of acid L-glutamic] Curitiba, 2012.

Doses de biofertilizante NF APA AF BSPA TRC unidade cm cm² g planta-¹ 0,0 ml L-¹ 1,75 b 4,12 b 1,97 B 0,022 b 201,7 b 0,4 ml L-¹ 3,00 a 7,28 a 4,99 A 0,038 a 219,3 a CV% 10,53 2,11 6,02 9,62 1,33 DMS 0,57 0,27 0,48 0,01 6,35

Médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.ns não significativo. (Means followed by the same letter do not differ significantly, according to Tukey’s test p<0.05).

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