Contabilidade Decifrada
Participações Societárias
Luiz Eduardo Santos
Roteiro Geral
• Participações X Ativo Permanente Investimentos
• Métodos de avaliação de participações societárias
– Método do Custo – Custo
• Conceito• Aquisição do investimento – inexistência de ágio • Provisão para perdas
• Dividendos
– Método da Equivalência Patrimonial – MEP ou EPL
• Conceito• Investimentos obrigados ao método de equivalência patrimonial • Aplicação do método da EPL
• Amortização do ágio / deságio
• Variação no percentual de participação • Participações recíprocas
Participações societárias - definição
• investimentos de caráter permanente mantidos no
patrimônio de empresas (investidoras)
– se referem a ações ou cotas representativas do capital de outra
empresa (investida).
– Classificados no ativo permanente investimentos
– art. 179, III da Lei n° 6.404, de 1976:
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: …
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
– Item mais importante do ativo permanente investimentos
– Outros: jóias, obras de arte e imóveis para aluguel.
Recurso didático
• “desenho” - esquema gráfico de representação de
participações societárias:
– a sociedade investidora será singelamente denominada de
“Dora”;
– a sociedade investida será singelamente denominada de
“Tida”;
– a relação de propriedade das ações será apresentada
através de uma seta de “Dora” para “Tida”, reforçada
pela apresentação de uma percentagem (representando a
quantidade de ações / cotas de “Tida” que estão na
titularidade da “Dora”, em relação a seu total).
Inv - Tida ---PL x% ---PL Dora ativo Passivo Despesas Receitas Despesas Receitas Tida ativo Passivo
Métodos de avaliação de
participações societárias
• o método do custo
– adotado para os investimentos menores (vistos como
menos “importantes”)
• o método da equivalência patrimonial
– para os mais significativos (por decorrência, mais
“importantes” em termos do nível de participação
acionária na investida e de sua relevância na investidora)
Método do Custo - conceito
• O método do custo é a regra geral de avaliação
de investimento
• Aplicação
do
princípio
fundamental
de
contabilidade do Registro pelo Valor Original
Método do custo - Aquisição do
investimento – inexistência de ágio
• o registro da aquisição do investimento avaliado
pelo método do custo é simples:
– idêntico ao registro da aquisição de qualquer outro ativo
• Aquisição do investimento – dois momentos:
– na subscrição de novas ações ou quotas, onde o custo de
aquisição
será
o
efetivamente
desembolsado,
independentemente do valor nominal ou patrimonial
desses títulos
– na compra de ações de terceiros, caso em que o custo de
aquisição é o preço total pago aos antigos possuidores
das ações ou quotas, independentemente do valor
nominal ou patrimonial desses títulos
Método do custo - Aquisição do
investimento – inexistência de ágio
• Lançamento básico da aquisição desse tipo de investimento:
D = Investimentos permanentes - método do custoC = a Caixa ou Bancos X
Conseqüência - inexiste ágio (ou deságio) na aquisição de investimentos permanentes avaliados pelo método do custo.
O ágio é o valor pago a maior (e o deságio é o valor pago a menor) em relação a um
valor pré-definido para o investimento.
No método do custo, o valor do investimento é sempre o valor por ele pago (registro pelo valor original), nunca haverá um valor pré-definido diferente para ele e, portanto, nunca haverá pagamento a maior (nem a menor).
Método do custo - Aquisição do
investimento – Exemplo 1
• Aquisição, à vista, pela empresa investidora, de 20.000
ações novas, emitidas pela empresa “Ouro Puro S/A”,
considerando as seguintes condições:
– (a) a quantidade total de ações emitidas, após o lançamento das
novas ações é de 100.000 ações,
– (b) o valor de todos os bens/direitos, deduzidos das obrigações da
empresa investida (equivalente a seu Patrimônio Líquido) é R$
1.000.000,00,
– (c) foi desembolsado na operação o valor total de R$ 220.000,00,
posto que a procura pelos novos títulos foi superior à oferta e
– (d) o investimento deve – nos termos e condições da Lei das S/A –
Exemplo 1 – cont.
• Nesse caso, em vista da condição (d), os dados referentes às
condições (a) e (b) são absolutamente desnecessários.
Repare que se trata do método do custo e, assim, basta saber
o valor pago, descrito na condição (c).
• Portanto, o lançamento deve ser simplesmente o seguinte:
D = Investimentos permanentes - Ouro Puro
C = a Caixa ou Bancos
220.000,00
Exemplo 1 – situação inicial
Caixa 220.000,00 Inv - Tida ---PL 0% Bens (+) Obrigações Direitos ---PL Capital (*) 800.000,00 Dora ativo Passivo Despesas Receitas Despesas Receitas Tida - Ouro PuroExemplo 1 – Fluxo patrimonial de valores
Caixa 220.000,00 (220.000,00) ---PL Inv - Tida -220.000,00 220.000,00 20% Caixa 220.000,00 Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Capital 800.000,00 200.000,00 1.000.000,00 Res. Capital 20.000,00Tida - Ouro Puro
ativo Passivo
Dora
ativo Passivo
Lançamento-empresa Ouro Puro
emissão das ações
D = Caixa ou Bancos 220.000,00 C = a diversos
C = a Capital 200.000,00
C = a Res. Capital (ágio na emiss. de ações) 20.000,00
Lançamento-empresa Investidora
pela aquisição das ações
D = Investimentos permanentes - Ouro PuroExemplo 1 - Situação final
Caixa ---PL Inv - Tida 220.000,00 20% Caixa 220.000,00 Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Capital 1.000.000,00 Res. Capital 20.000,00 Dora ativo PassivoTida - Ouro Puro
ativo Passivo
Método do custo - Aquisição do
investimento – Exemplo 2
• aquisição, à vista, pela empresa investidora, 15%
das cotas representativas do capital da empresa
“Morro abaixo ltda.”, de seus antigos sócios
considerando que:
– (a) o valor de todos os bens/direitos, deduzidos das
obrigações da empresa investida (equivalente a seu
Patrimônio Líquido) é R$ 350.000,00,
– (b) foi pago – aos antigos sócios – o valor de R$
50.000,00 e
– (c) o investimento deve – nos termos e condições da Lei
das S/A – ser avaliado pelo método do custo.
Exemplo 2 - lançamento
• Nesse caso, em vista da condição (c), os dados
referentes à condição (a) são absolutamente
desnecessários.
– Repare que se trata do método do custo e, assim, basta
saber o valor pago, descrito na condição (b).
• Portanto, o lançamento deve ser simplesmente o
seguinte:
D = Investimentos permanentes - Morro abaixo
C = a Caixa ou Bancos 50.000,00
Exemplo 2 – situação inicial
Caixa 50.000,00 Inv - Tida ---PL 0% Bens (+) Obrigações Direitos ---PL Capital 350.000,00 Dora ativo Passivo Despesas Receitas Despesas Receitas Tida - M orro AbaixoExemplo 2 - Fluxo patrimonial de valores
Caixa 50.000,00 (50.000,00) ---PL Inv - Tida -50.000,00 50.000,00 15% Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Capital 350.000,00 Dora ativo PassivoTida - M orro Abaixo
ativo Passivo
Exemplo 2 - Lançamentos
• Na empresa Morro Abaixo – não há nenhum
lançamento a ser registrado.
• Na empresa Investidora – pela aquisição das ações
D = Investimentos permanentes - Morro Abaixo
Exemplo 2 – situação final
Caixa ---PL Inv - Tida 50.000,00 15% Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Capital 350.000,00Tida - Ouro Puro
ativo Passivo
Dora
ativo Passivo
Método do custo - Provisão para perdas
• Critério de avaliação das participações societárias – no
método do custo:
– Aplicação do Princípio Fundamental de Contabilidade do Registro
pelo Valor Original.
– Aplicação conjunta do Princípio Fundamental de Contabilidade da
Prudência
– art. 10 da Resolução CFC n° 750, de 1993 e, em especial, seu
parágrafo 2
oArt. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. § 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se
aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.
Provisão para perdas
• A Lei das S/A determina, em seu art. 183, III, a constituição
de provisão para perdas prováveis na realização do seu
valor, quando essa perda estiver comprovada como
permanente,nos seguintes termos:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo
os seguintes critérios:
…
III - os investimentos em participação no capital social de outras
sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo
custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis
na realização do seu valor, quando essa perda estiver
comprovada como permanente
, e que não será modificado em
razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou
quotas bonificadas;
Provisão para perdas - exemplo
• Situação inicial
– A empresa investidora – Dora S/A – mantém em seu
Ativo Permanente um investimento (em participações
societárias), avaliado pelo custo de aquisição,
representada por 3.000 ações ordinárias da empresa Tida
S/A, cuja atividade consiste no engarrafamento e
distribuição de cerveja, autorizado por uma terceira
empresa (Beer inc.), detentora da patente, com sede no
exterior. No final do exercício anterior, em 31/12, o
investimento apresentava o valor contábil de R$
40.000,00.
Caixa ---PL Inv - Tida 40.000,00 x% ==> 3.000 ações Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Dora ativo Passivo Tida ativo Passivo
Provisão para perdas - exemplo
• ocorrência de fato superveniente e constituição da provisão
– Durante o exercício, em abril deste ano, a empresa investidora
(Dora S/A), sabendo que em 30 de junho o prazo de concessão de
uso da patente se extinguirá, recebe a informação – de fonte segura
– de que o contrato de concessão não será renovado.
– As máquinas e equipamentos constantes do ativo da empresa Tida
S/A, apesar de atualmente adequados a sua atual atividade
operacional, com o término do prazo de concessão, certamente
perderão sua utilidade. O prejuízo decorrente da cessação da
exploração econômica de engarrafamento, tem efeito no valor de
mercado da participação societária mantida por Dora S/A. A partir
de avaliações técnicas, Dora S/A conclui pela ocorrência de uma
perda definitiva e de improvável recuperação, avaliada no valor
equivalente a 60% do investimento.
Caixa ---PL Inv - Tida 40.000,00 (-) Prov perdas (24.000,00) x% ==> 3.000 ações desp. c/ prov. 24.000,00 Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Tida ativo Passivo Despesas Receitas Dora ativo Passivo
D = Despesa com provisão
C = a Provisão para perdas em investimentos perm
24.000,00
Provisão para perdas - exemplo
• Alienação da participação societária
– Considerando a situação acima, a empresa Dora S/A,
desde abril procurou comprador interessado em suas
ações e, em 15 de junho daquele ano (portanto, antes da
data prevista para o término do contrato), conseguiu
alienar suas 30.000 ações da empresa Tida S/A, a prazo,
por R$ 19.000,00.
– A seguir, encontram-se (1) figura, representando o fluxo
de valores entre elementos patrimoniais, decorrente da
alienação realizada e (2) apresentação do respectivo
lançamento contábil.
Caixa -19.000,00 19.000,00 ---PL Inv - Tida 40.000,00 (40.000,00)
(-) Prov perdas 24.000,00 x% ==> 3.000 ações desp. c/ prov. 24.000,00
desp n. oper. 40.000,00 rec. n. oper. 19.000,00 Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Tida ativo Passivo Despesas Receitas Dora ativo Passivo D = Caixa
C = a Receitas não operacionais 19.000,00
D = Despesas não operacionais
C = a Investimentos permanentes - TIDA 40.000,00
Caixa 19.000,00
---PL Inv - Tida
-(-) Prov perdas 24.000,00 x% ==> 3.000 ações desp. c/ prov. 24.000,00
desp n. oper. 40.000,00 rec. n. oper. 19.000,00 Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Tida ativo Passivo Despesas Receitas Dora ativo Passivo
Provisão para perdas - exemplo
• Reversão da provisão
• A provisão registrada no valor de R$ 24.000,00 representava um
ônus que acompanha o investimento,, ou seja, uma possível
perda na alienação do investimento – sobre cujo valor deve
pairar alguma dúvida.
• Ocorre que o investimento já foi alienado e não há mais dúvida
nenhuma acerca da perda em sua alienação (no exemplo, a perda
está claramente apresentada, no valor de R$ 21.000,00 R$
40.000,00 (-) R$ 19.000,00 (=) R$ 21.000,00).
• Assim, não há mais qualquer motivo para manutenção – no
patrimônio – da informação acerca da perda provável de R$
24.000,00 (ela não mais existe, o que há é uma perda efetiva de
R$ 21.000,00). Portanto, a providência necessária é a de
reversão da provisão antes constituída.
Caixa 19.000,00 ---PL Inv - Tida -(-) Prov perdas 24.000,00 (24.000,00) x% ==> 3.000 ações desp. c/ prov. 24.000,00
desp n. oper. 40.000,00 rec. n. oper. 19.000,00 Obrigações rec. rev. Prov. 24.000,00 Bens (+)
Direitos ---PL Despesas Receitas Dora ativo Passivo Tida ativo Passivo
D = Prov. Perdas
Caixa 19.000,00 ---PL Inv - Tida -(-) Prov perdas -x% ==> 0 ações desp. c/ prov. 24.000,00
desp n. oper. 40.000,00 rec. n. oper. 19.000,00 Obrigações rec. rev. Prov. 24.000,00 Bens (+)
Direitos ---PL Despesas Receitas Dora ativo Passivo Tida ativo Passivo
Situação patrimonial final
Método do custo – dividendos
• Dividendos são a parte do lucro que cabe a cada ação
• Os dividendos a receber são a parte do lucro que – cabendo
à ação – a empresa investida entrega ao acionista (empresa
investidora)
• Registro dos dividendos a receber, referentes a
investimentos avaliados pelo método do custo - duas regras:
– (1) a primeira, regra geral, em que o surgimento do direito ao
recebimento dos dividendos é registrado a crédito de receitas
operacionais e
– (2) uma regra especial, em que o surgimento do direito ao
recebimento dos dividendos é registrado a crédito do próprio
investimento – resultando em uma redução do investimento.
Dividendos a receber - Regra geral – receita
• Nos investimentos avaliados pelo método do custo,
em geral, o valor do investimento não se altera.
• Assim, o surgimento do direito ao recebimento de
dividendos corresponde ao surgimento de um ativo,
sem que haja o desaparecimento (total ou parcial) de
qualquer outro ativo, nem o surgimento de um
passivo.
• Essa situação caracteriza um aumento do patrimônio
– Receita.
Dividendos – regra geral - exemplo
• Considere que a empresa Dora S/A mantenha, com
intenção de permanência, um investimento na
empresa Tida S/A – correspondente a 5% do total de
seu capital – e que tenha tomado conhecimento de
que a empresa investida destinara dividendos a seus
acionistas no valor total de R$ 500.000,00,
cabendo-lhe a parcela de 5% R$ 25.000,00.
• A seguir, encontram-se:
– (1) a figura representativa do fluxo de valores entre
elementos do patrimônio, referentes ao fato acima
descrito, e
Caixa
-Div. a receber 25.000,00
---PL Inv - Tida 100.000,00
5%
rec. Div. 25.000,00 div. a pagar 500.000,00
Obrigações Bens (+) Direitos ---PL LPA 500.000,00 (500.000,00) Tida ativo Passivo Despesas Receitas Dora ativo Passivo
Fluxo de valores entre elementos patrimoniais
Dividendos – regra geral - lançamentos
Na Tida S/A – pela destinação do resultado (dividendos a pagar)
D = LPA
C = a Dividendos a pagar
500.000,00
Na Dora S/A – pelo reconhecimento do direito a receber dividendos
D = Dividendos a receber
C = a Receita com dividendos
25.000,00
Caixa
-Div. a receber 25.000,00
---PL Inv - Tida 100.000,00
5%
rec. Div. 25.000,00 div. a pagar 500.000,00
Obrigações Bens (+) Direitos ---PL LPA -Despesas Receitas Dora ativo Passivo Tida ativo Passivo
Situação patrimonial final
Dividendos a receber - Regra especial –
Redução do investimento
• Recebimento de dividendos referentes a lucros que já
haviam sido apurados, pela empresa investida, em períodos
anteriores à aquisição do investimento
– Tais lucros estão registrados em lucros acumulados ou reservas
– Os dividendos, portanto, foram “comprados” junto com as ações
– Assim, no preço pago pelas ações (registrado como custo do
investimento) já consta o valor dos dividendos, ainda não
distribuídos
• Nesse caso, o recebimento de dividendos não corresponde a
uma receita (um efetivo aumento do patrimônio), mas
apenas ao fato de que o investidor está “destrocando” parte
do valor pago pelo investimento por moeda
Dividendos a receber - Regra especial –
Redução do investimento
• Critério prático
– se o pagamento ou crédito se der num prazo de até seis meses após
a aquisição da participação, o valor recebido será creditado à conta
do investimento.
– presunção de que o lucro então distribuído não foi gerado após a
aquisição do investimento e, portanto, já fazia parte do patrimônio
da empresa investida quando da aquisição da participação
societária (compondo o valor por ela pago)
– art. 2o do Decreto-lei n°2.072, de 1983:
Art. 2º Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em decorrência
de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até seis meses antes da data da respectiva percepção, serão registrados pelo
contribuinte como diminuição do valor do custo e não influenciarão as contas de resultado.
Dividendos – Regra especial – Exemplo
• Seja a empresa Dora S/A, que adquiriu por R$ 100.000,00,
com intenção de permanência, um investimento na empresa
Tida S/A – correspondente a 5% do total de seu capital.
• Três meses após essa aquisição, a empresa Dora S/A tomou
conhecimento de que a empresa investida destinara
dividendos a seus acionistas no valor total de R$
500.000,00, cabendo-lhe a parcela de 5% R$ 25.000,00.
• A seguir, encontram-se: (1) a figura representativa do fluxo
de valores entre elementos do patrimônio, referentes ao fato
acima descrito, e (2) o registro dos lançamentos contábeis
correspondentes.
Fluxo de valores entre elementos do patrimônio. Caixa -Div. a receber 25.000,00 ---PL Inv - Tida 100.000,00 (25.000,00) 75.000,00 5% div. a pagar 500.000,00 Obrigações Bens (+) Direitos ---PL LPA 500.000,00 (500.000,00) Despesas Receitas Dora ativo Passivo Tida ativo Passivo
Dividendos – Regra especial – Lançamentos
a) na Tida S/A – pela destinação do resultado (dividendos a pagar)D = LPA
C = a Dividendos a pagar 500.000,00
b) na Dora S/A – pelo reconhecimento do direito a receber dividendos D = Dividendos a receber
Configuração patrimonial resultante Caixa -Div. a receber 25.000,00 ---PL Inv - Tida 75.000,00 5% div. a pagar 500.000,00 Obrigações Bens (+) Direitos ---PL LPA -Tida ativo Passivo Despesas Receitas Dora ativo Passivo
Equivalência Patrimonial - Conceito
– Método do custo - regra básica de avaliação de investimentos em
participações permanentes:
• aplicação do Princípio Fundamental de Contabilidade do Registro pelo Valor Original
– Método da Equivalência Patrimonial – exceção:
• aplicável apenas a investimentos especiais (considerados importantes). • Exceção expressa ao princípio contábil citado, prevista pela Lei das S/A, em
seu art. 248:
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos ... serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido, de acordo com as seguintes normas:
…
II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada;
Equivalência Patrimonial – conceito (cont.)
– A empresa investidora reconhece como valor de seu investimento:
• uma parcela do valor do patrimônio líquido da empresa investida• calculada através da multiplicação
– do valor do patrimônio líquido da empresa investida
– pelo percentual de participação (ou seja, pelo percentual de ações ou cotas de capital da empresa investida na titularidade da empresa investidora em relação ao total)
(. ) Quantidade de ações ou cotas da empresa investida na capital de titularidade da empresa investidora (/ ) Quantidade total de ações ou cotas de capital da empresa investida
(=) Percentual de participação
(. ) Valor contábil do Patrimônio Líquido da empresa investida (*) Percentual de participação
(=) Valor pré-definido do investimento
Apuração do valor do investimento em participações societárias pelo método da equivalência patrimonial
Equivalência Patrimonial – conceito (cont.)
• Obs: IN CVM 247/96 – art. 9o
Art. 9º - O valor do investimento, pelo método da
equivalência patrimonial, será obtido mediante o
seguinte cálculo:
I - Aplicando-se a percentagem de participação no capital
social sobre o valor do patrimônio líquido da coligada e da
controlada; e
II - Subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os lucros
não realizados, conforme definido no § 1º deste artigo, líquidos
dos efeitos fiscais.
Equivalência Patrimonial – Conceito - Exemplo
– Empresa investida – Tida S/A:
• capital dividido em 1.000.000 (um milhão) de ações;
• patrimônio líquido no valor total de R$ 250.000,00.
– Empresa investidora – Dora S/A:
• titular de 500.000 ações de emissão da empresa investida Tida
S/A
– Valor do investimento conforme tabela abaixo.
(. ) Quantidade de ações ou cotas da empresa investida na capital de titularidade da empresa investidora 500.000 (/ ) Quantidade total de ações ou cotas de capital da empresa investida 1.000.000
(=) Percentual de participação 50,00%
(. ) Valor contábil do Patrimônio Líquido da empresa investida 250.000,00
(*) Percentual de participação 50,00%
(=) Valor pré-definido do investimento 125.000,00
Apuração do valor do investimento em participações societárias pelo método da equivalência patrimonial
Configuração Patrimonial - desenho
---PL Inv - Tida 125.000,00 50% ---PL Total do PL 250.000,00 Despesas Receitas Tida ativo Passivo Despesas Receitas Dora ativo Passivo
Equivalência Patrimonial – conceito
• Considerações finais
– A empresa investidora:
• adquire títulos representativos do capital da empresa investida (em quotas ou ações)
• porém passa a fazer jus a uma parte de todo seu patrimônio líquido.
– Conseqüência:
• variando o valor do Patrimônio Líquido da empresa investida
• variará o valor da participação societária na detentora das ações ou quotas representativas do capital.
– O Patrimônio Líquido da empresa investida tende a se alterar no
tempo, principalmente pela geração de resultados (lucros ou
prejuízos)
• a investidora deverá periodicamente efetuar registros de ajustes, de tal forma que o valor contábil de seu investimento seja sempre igual a um percentual do Capital Próprio (patrimônio líquido) da investida.
– Metáfora da “sanfona”.
Investimentos sujeitos ao método da
equivalência patrimonial
• Roteiro
– Definições iniciais
• Controle
– Direto – Indireto• Coligação
• Relevância
– Individual – Coletiva• Influência
– Regra de identificação dos investimentos sujeitos ao
método da EPL
• Para sociedades em geral
Equivalência Patrimonial – Controle
– Palavra chave – “mandar” (controlar é mandar)
• mandar não é o mesmo que possuir - é possível que se controle algo que não se possua por completo (nem na maior porcentagem)
• Pode-se mandar diretamente ou através de terceiros - há controle direto ou indireto.
– Art. 243 da Lei das S/A § 2o:
• § 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
– IN CVM 247, art. 3o:
• Art. 3º - Considera-se controlada, para os fins desta Instrução:
• I - Sociedade na qual a investidora, diretamente ou indiretamente, seja titular de direitos de
sócio que lhe assegurem, de modo permanente:
– a) - preponderância nas deliberações sociais; e
– b) - o poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores.
• II - Filial, agência, sucursal, dependência ou escritório de representação no exterior, sempre
que os respectivos ativos e passivos não estejam incluídos na contabilidade da investidora, por força de normatização específica; e
• III - Sociedade na qual os direitos permanentes de sócio, previstos nas alíneas "a" e "b" do
inciso I deste artigo estejam sob controle comum ou sejam exercidos mediante a existência de acordo de votos, independentemente do seu percentual de participação no capital votante.
– Parágrafo Único - Considera-se, ainda, controlada a subsidiária integral, tendo a
investidora como única acionista.
Equivalência Patrimonial – controle direto
– Assembléia Geral de Acionistas - órgão máximo deliberativo de
uma companhia
• Funciona num misto de democracia e capitalismo, pois:
– (1) as decisões são tomadas pelo voto dos acionistas reunidos, mas
– (2) os votos dos acionistas não têm o mesmo valor, sendo esse valor proporcional à quantidade de ações com direito a voto da titularidade de cada acionista.
– Espécies de ações
• A Lei das S/A define – basicamente – duas espécies importantes:
– ações ordinárias - que têm direito a voto e
– ações preferenciais – que têm preferência no recebimento dos dividendos
– Preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a
maioria dos administradores de modo permanente
– quando a empresa investidora possui o controle acionário,
representado por mais de 50% do capital votante da outra
sociedade (das ações com direito a voto – ordinárias).
Equivalência Patrimonial – controle direto
– A Lei das S/A determina a proporção mínima de ações ordinárias
componentes do capital das companhias em relação ao total de
ações.
• Antes do advento da Lei n° 10.303, de 2001, do total de ações, no mínimo 1/3 devia ser composto por ações ordinárias (com direito a voto), podendo o restante ser composto com ações preferenciais
• art. 15 § 2o, da Lei das S/A
– Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais ….
» § 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto ou sujeitas a restrições no exercício desse direito, não pode ultrapassar 2/3 (dois terços) do total das ações emitidas.
• Após o advento da Lei n° 10.303, de 2001, do total de ações, no mínimo metade deve ser composta por ações ordinárias (com direito a voto), podendo o restante ser composto com ações preferenciais
• art. 15 § 2o, da Lei das S/A
– Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais ….
» § 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas.
Equivalência Patrimonial – controle direto
Tabela com a relação entre ações ordinárias e preferenciais – antes do advento da Lei n° 10.303, de 2001
Tipo de ação de até
ordinária 33,33% 100%
preferencial 66,67% 0%
total 100,00% 100%
Se a empresa investida tivesse seu capital formado em 1/3 por ações ordinárias (limite mínimo previsto pela Lei das S/A) e, conseqüentemente, em 2/3 por ações preferenciais
-um investidor que tivesse metade das ações ordinárias, mais uma, teria o controle acionário.
-Exemplificando, considere um capital formado por 1.000 ações, sendo 334 ações ordinárias e 666 ações preferenciais.
-Nesse caso, o investidor com 50% das ordinárias, mais uma, ou seja, com 168 ações, tem o controle acionário, no entanto possui menos do que 17% do capital total.
Equivalência Patrimonial – Controle direto
Tabela com a relação entre ações ordinárias e preferenciais – após o advento da Lei n° 10.303, de 2001
Tipo de ação de até
ordinária 50,00% 100%
preferencial 50,00% 0%
total 100,00% 100%
Se a empresa investida tivesse seu capital formado em 50% por ações ordinárias (limite mínimo previsto pela Lei das S/A) e, conseqüentemente, em 50% por ações preferenciais, um investidor que tivesse metade das ações ordinárias, mais uma, teria o controle acionário.
-Exemplificando, considere um capital formado por 1.000 ações, sendo 500 ações ordinárias e 500 ações preferenciais.
-Nesse caso, o investidor com 50% das ordinárias, mais uma, ou seja, com 251 ações, tem o controle acionário, no entanto possui menos do que 26% do capital total.
Equivalência Patrimonial – controle IN-CVM
• Instrução CVM n° 247, de 1996, para companhias abertas,
trata outras três situações como situações que ensejam
controle, são elas:
– (1) filial no exterior que não esteja incluída na contabilidade da
investidora,
– (2) controle comum – mediante um acordo de acionistas e
– (3) subsidiária integral.
• Entendemos que essas três situações são apenas casos
específicos que cabem na definição de controle já
apresentada, segundo a qual a investidora deverá ser “titular
de direitos de sócio
” que lhes assegurem “preponderância
nas deliberações sociais
” e “poder de eleger a maioria dos
1 - Subsidiária integral
100% do capital
2 - Titularidade da maioria das ações com direito a voto mais do que 50% do capital votante
3 - controle comum
Sócio Sócio Sócio
mais do que 50% do capital votante Controle comum
Exemplos de controle direto
Investida Controlada direta Acordo de acionistas Investida Investidora Investida subsidiária integral Investidora
Equivalência Patrimonial – Controle indireto
• Controle exercido de forma indireta:
– Art. 243, a Lei das S/A - “diretamente ou através de
outras controladas”
– Instrução CVM 247, de 1996 - “diretamente ou
indiretamente”
• A seguir serão apresentados exemplos de controle
indireto.
Controle indireto – exemplo 1
Suponha que a empresa A titular de 100% das ações de emissão da empresa B (ou seja, B é subsidiária integral de A). Assim, B é controlada direta de A.
Suponha, ainda, que a empresa B tenha um investimento numa empresa C correspondente a 90% de seu capital votante.
Nessa situação, C é controlada indireta de A e controlada direta de B. A seguir, encontra-se figura ilustrativa do exemplo acima descrito.
100% do capital votante controle indireto 90% do capital votante controle direto Empresa A Empresa B Empresa C
Controle indireto – exemplo 2
A empresa A é titular de 70% do capital votante da empresa B; logo B é controlada direta de A.
A empresa A é, também, titular de 20% do capital votante da empresa C. Adicionalmente, a empresa B é titular de 40% do capital votante da empresa C.
Nessa situação, verifica-se que a empresa A tem poder direto sobre 20% dos votos na Assembléia de Acionistas da empresa C e também sobre 40%, indiretamente, através da empresa B.
Logo, conclui-se que a empresa C é controlada indiretamente por A. A seguir, encontra-se figura ilustrativa do exemplo acima descrita
70% 20% 40%
40%
A Terceiros
Equivalência Patrimonial - coligação
• O conceito de coligação é o de “possuir muito sem,
contudo, mandar”.
– Art. 243 da Lei das S/A, § 1
o– Coligação: uma sociedade
participa, com 10% ou mais, do capital da outra, sem controlá-la:
• § 1º São coligadas as sociedades quando uma participa, com 10% (dez porcento) ou mais, do capital da outra, sem controlá-la.
– Instrução CVM 247/96, art. 2
o, caput – coligação:
• Art. 2º - Consideram-se coligadas as sociedades quando uma participa com
10% (dez por cento) ou mais do capital social da outra, sem controlá-la.
– A legislação não faz qualquer referência ao tipo de ação de que se
constitui a participação.
– A menção da lei é genérica em termos da participação, abrangendo
as sociedades como um todo, podendo, portanto, ser Sociedades
por Ações ou Limitadas.
Equivalência Patrimonial - coligação
– A Lei das S/A não faz menção sobre participações indiretas, concluindo-se que as empresas são coligadas somente por participações diretas.
– Para companhias de capital aberto, a Instrução CVM cria a figura da “equiparação à coligação”, no parágrafo único do art. 2oda Instrução CVM n° 247, de 1996:
Parágrafo Único - Equiparam-se às coligadas, para os fins desta Instrução:
a) - as sociedades quando uma participa indiretamente com 10% (dez por cento) ou mais do capital votante da outra, sem controlá-la;
b) - as sociedades quando uma participa diretamente com 10% (dez por cento) ou mais do capital votante da outra, sem controlá-la, independentemente do percentual da participação no capital total.
– Assim, quando houver participação em 10% ou mais do capital votante da outra (seja essa participação direta ou indireta), duas sociedades – que não são coligadas – têm tratamento como se coligadas fossem, para fins de aplicação do método da equivalência patrimonial.
– A participação indireta se dá através de outras empresas e é apurada através da multiplicação do percentual de participação da empresa investidora em sociedade intermediária pelo percentual de participação da sociedade intermediária na empresa investida.
Equivalência Patrimonial - Relevância
• Relevância - idéia de “importância”.
– Um mesmo valor, que pode ser relevante (“importante”) para uma
pessoa, pode ser irrelevante para outra.
• É relevante um investimento cujo valor seja significativo,
em comparação com o patrimônio da empresa investidora.
• parágrafo único do artigo 247 da Lei das S/A:
– individualmente relevante o investimento em cada sociedade
coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a
dez por cento do valor do patrimônio líquido da companhia ou
– coletivamente o investimento no conjunto de sociedades coligadas
e controladas, se o valor contábil é igual ou superior a quinze por
cento do valor do patrimônio líquido da companhia
Equivalência Patrimonial - Relevância
– parágrafo único do artigo 247 da Lei das S/A
Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento:
a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia; b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual
ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia.
– Mesmo sentido, Instrução CVM 247/96 art. 4
o:
Art. 4º - Considera-se relevante o investimento:
I - Quando o valor contábil do investimento em cada coligada for igual ou superior a 10% (dez por cento) do patrimônio líquido da investidora; ou II - Quando o valor contábil dos investimentos em controladas e coligadas,
considerados em seu conjunto, for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimônio líquido da investidora.
§ 1º - O valor contábil do investimento em coligada e controlada abrange o custo de aquisição mais a equivalência patrimonial e o ágio não amortizado, deduzido do deságio não amortizado e da provisão para perdas.
§ 2º - Para determinação dos percentuais referidos nos incisos I e II deste artigo, ao valor contábil do investimento deverá ser adicionado o montante dos créditos da investidora contra suas coligadas e controladas.
Equivalência Patrimonial - Relevância
• Avaliação da relevância:
– devem ser somados ao valor do investimento o ágio ou
deságio, a provisão para perda em investimentos e os
créditos da investidora junto à investida, tais como:
• mútuos;
• adiantamentos para futuro aumento de Capital;
• valores a receber provenientes da venda de bens e direitos
integrantes do Ativo Permanente, etc.
• A seguir apresentamos um exemplo que ilustra o
conceito acima.
Equivalência Patrimonial – Relevância
individual - exemplo
A empresa investidora Dora S/A, cujo Patrimônio líquido, na data do Balanço, é de R$ 100.000,00, registra no seu Ativo uma participação societária na coligada Tida S/A, com as seguintes características:
- custo do investimento
21.000,00
- provisão para perda correspondente
6.000,00
- empréstimo
3.000,00
Equivalência Patrimonial – Relevância
individual - exemplo
Para verificar a relevância do seu investimento da empresa Dora S/A no capital da empresa Tida S/A, são necessários os seguintes cálculos:
custo 21.000,00
(-) provisão para perdas (6.000,00) (=) valor contábil 15.000,00 empréstimo 3.000,00 (+) duplicatas a receber - (*) (=) total de créditos 3.000,00 valor contábil 15.000,00 (+) total de créditos 3.000,00 (=) investimento total 18.000,00 a) valor contábil
b) créditos junto à investida
c) valor do investimento
(*) duplicatas a receber não são computadas por serem de natureza operacional
Equivalência patrimonial – relevância
individual - exemplo
Assim, no caso acima o investimento é relevante, porque ultrapassa o percentual de 10% do valor do patrimônio líquido da empresa investidora:
PL da investidora 100.000,00
(*) 10% 10%
(=) Valor de comparação 10.000,00 Valor do investimento 18.000,00 conclusão: o investimento é relevante
Equivalência patrimonial – relevância
coletiva
• Em uma empresa detentora de várias participações
societárias, a análise da relevância dar-se-á em duas
etapas:
– na primeira será verificado se, individualmente, o
investimento atinge o limite de 10%,
– na segunda, tomando o conjunto dos investimentos em
coligadas e controladas, será verificado o limite de 15%.
• Frise-se que apenas os investimentos em coligadas e
controladas são incluídos no valor do conjunto de
investimentos para fins de relevância coletiva.
Equivalência patrimonial – relevância
coletiva - exemplo
Seja a empresa investidora Dora S/A, cujo Patrimônio Líquido total é de R$ 1.000.000,00 e que possui os seguintes investimentos, em coligadas e controladas:
Empresa investida Valor contábil do investimento Tida 1 S/A 120.000,00 Tida 2 S/A 30.000,00 Tida 3 S/A 20.000,00 Tida 4 S/A 100.000,00 Total 270.000,00
Equivalência patrimonial –
relevância coletiva - exemplo
Abaixo encontra-se tabela comparativa do valor de cada investimento com o valor do patrimônio líquido da investidora:
Patrimônio líquido da empresa investidora
1.000.000,00
Empresa investida Valor contábil do investimento % em relação ao PL da investidora relevância individual relevância coletiva
Tida 1 S/A 120.000,00 12,00% sim
Tida 2 S/A 30.000,00 3,00% não
Tida 3 S/A 20.000,00 2,00% não
Tida 4 S/A 100.000,00 10,00% sim
Total 270.000,00 27,00% sim
Apenas os investimentos em Tida 1 S/A e Tida 4 S/A são relevantes, individualmente. Entretanto, analisados em conjunto, todos os investimentos em coligadas e controladas da Dora S/A são relevantes.
Uma vez constatada a relevância do conjunto de investimentos, todas as coligadas e controladas serão relevantes para fins de avaliação pela equivalência patrimonial
Equivalência Patrimonial - influência
• Capacidade, da investidora, de “se meter” na administração
da empresa investida
– Geralmente ocorre por dependência financeira, tecnológica ou
mercadológica.
• Dependência financeira - empresa investidora vende a prazo ou entrega valores, a título de empréstimos, à empresa investida, de forma a viabilizar suas operações.
• Dependência tecnológica - empresa investidora é detentora de uma patente explorada pela empresa investida.
• Dependência mercadológica - empresa investidora é a principal cliente ou fornecedora da empresa investida.
– A influência se manifesta através de diferentes formas:
• (1) a possibilidade de designação de administradores da empresa investida, pela investidora;
• (2) a participação, por parte da investidora, no Conselho de Administração e / ou Diretoria da empresa investida;
• (3) a participação nos processos de planejamento e formulação de diretrizes; e etc.
Equivalência Patrimonial - influência
– Lei das S/A:
• não define as situações em que fica caracterizada a influência, limitando-se a referir-se ao conceito para definir quais investimentos estão sujeitos ao método da equivalência patrimonial.
– IN CVM 247, de 1996:
• no parágrafo único do artigo 5º apresenta uma relação (exemplificativa) de fatos que caracterizam a existência de influência na administração da coligada.
Parágrafo Único - Serão considerados exemplos de evidências de influência na administração da coligada:
a) - participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a existência de administradores comuns;
b) - poder de eleger ou destituir um ou mais de seus administradores;
c) - volume relevante de transações, inclusive com o fornecimento de assistência técnica ou informações técnicas essenciais para as atividades da investidora; d) - significativa dependência tecnológica e/ou econômico-financeira;
e) - recebimento permanente de informações contábeis detalhadas, bem como de planos de investimento; ou
f) - uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos.
Investimentos sujeitos ao MEP – Lei das S/A
• Para companhias em geral
– Regra, prevista no caput do art. 248 da Lei das S/A
– Consiste em sujeitar ao método da equivalência patrimonial os
investimentos relevantes que sejam realizados em:
• (1) controladas ou em
• (2) coligadas, sendo que, no caso de coligadas, somente com a presença de influência ou em percentual igual ou superior a 20%, conforme a seguir:
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos relevantes (artigo 247, parágrafo único) em sociedades coligadas sobre cuja administração tenha influência, ou de que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital social, e em sociedades controladas, serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido, de acordo com as seguintes normas:
Investimentos sujeitos ao MEP – Lei das S/A
Obstáculo 1 Obstáculo 2 Obstáculo 3
vala comum - método do custo
Investimento Relevante Controlada Coligada Influência Participação >= 20% EPL
Investimentos sujeitos ao MEP – IN CVM
• Nas companhias abertas, segundo a IN CVM 247/96,
deverão ser avaliados pelo método da equivalência
patrimonial:
– (1) o investimento em cada controlada; e
– (2) o investimento RELEVANTE em cada coligada e/ou em sua
equiparada, quando a investidora tenha influência na administração
ou quando o percentual de participação, direta ou indireta da
investidora representar 20% ou mais do capital social da coligada.
Art. 5º - Deverão ser avaliados pelo método da equivalência
patrimonial:
I - O investimento em cada controlada; e
II - O investimento relevante em cada coligada e/ou em sua equiparada, quando a investidora tenha influência na administração ou quando a porcentagem de participação, direta ou indireta da investidora, representar 20% (vinte por cento) ou mais do capital social da coligada.
Investimentos sujeitos ao MEP – IN CVM
Obstáculo 1 Obstáculo 2 Obstáculo 3
vala comum - método do custo
Investimento Influência Participação >= 20% EPL Controlada Relevante Coligada/ equiparada
Aplicação do MEP
• Roteiro – apresentação da aplicação do método da
equivalência patrimonial nas seguintes situações
– (1) na aquisição do investimento (inclusive com a apuração de
eventual ágio ou deságio);
– (2) no balanço patrimonial (em situações comuns e em situações
especiais, como PL negativo na investida e resultados não
realizados);
– (3) no recebimento de dividendos e
– (4) na reavaliação de ativos pela investida.
• Obs. Em cada um dos itens, iremos:
– (1) utilizar a metáfora da “sanfona”, para aplicação do método e
– (2) a cada situação tratada, apresentar exemplos e desenhar as
Aplicação do MEP - aquisição do investimento
– ágio / deságio
• Aquisição da participação societária com intenção de
permanência – identificação do método de avaliação a que
estará sujeito o investimento
– método custo: o valor contábil do investimento é o valor por ele
pago, sem registro de qualquer ágio ou deságio
– método da equivalência patrimonial: o valor do investimento será
definido pela primeira avaliação (com base no PL da investida),
com registro de ágio ou deságio (dependendo do valor pago)
• operação precedida do levantamento do balanço (por parte da investida) – máximo de defasagem de 60 dias
• a investidora deverá comparar o valor efetivamente despendido na operação de aquisição da participação com o valor patrimonial das ações ou quotas, tomando como base o valor do Patrimônio Líquido da investida constante desse Balanço Patrimonial
• Este procedimento evidenciará a existência de ágio ou deságio na aquisição
MEP – Ágio / Deságio
– Ágio
• ocorre quando o valor pago pelo investimento excede ao valor patrimonial do investimento
• é registrado como um ativo – não é uma perda (uma despesa)
• o ágio é um valor pago, pela empresa investidora, superior ao valor
patrimonial do investimento adquirido, para que ela tenha direito a algo,
e que o direito a esse “algo”, pelo qual a empresa investidora pagou, é denominado “fundamento” do ágio
– Deságio
• ocorre quando o valor pago pelo investimento é menor que o valor patrimonial do investimento
• é registrado como uma conta retificadora do ativo – não é um ganho (uma receita)
• o deságio é um valor pago a menor, porque a empresa investidora – por adquirir o investimento – deverá suportar um ônus que pesa sobre o investimento adquirido, e que essa obrigação de suportar o ônus é denominada “fundamento” do deságio
– Contas de ágio/deságio - abaixo da conta do investimento
• o ágio apresentado com sinal positivo e o deságio, com sinal negativoMEP – Ágio/Deságio – fundamentação
• A investidora deve fundamentar economicamente o ágio ou
deságio - os fundamentos podem ser:
– valor de mercado de bens do ativo da coligada ou controlada
superior ou inferior ao custo registrado na sua contabilidade;
– valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base em
previsão dos resultados nos exercícios futuros (A CVM inclui
também, no item “b”, uma situação especial de rentabilidade
futura, trata-se do ágio relativo à aquisição de participação
societária em empresa que tenha direito de exploração, concessão
ou permissão, delegados pelo Poder Público);
– fundo de comércio, intagíveis e outras razões econômicas
• (tanto a doutrina contábil, quanto a IN CVM 247, de 1996, criticam a classificação deste terceiro tipo de ágio/deságio, sob o argumento de que todas as razões podem ser resumidas nas duas situações acima e que, assim, teríamos um ágio sem razão).
– Nos casos dos dois primeiros fundamentos, é necessário um demonstrativo arquivado como comprovante da escrituração.
Ágio/Deságio – base normativa
– IN CVM 247, de 1996, arts. 13 a 15:
• Art. 13 - Para efeito de contabilização, o custo de aquisição de
investimento em coligada e controlada deverá ser desdobrado e
os valores resultantes desse desdobramento contabilizados em
sub-contas separadas:
– I - Equivalência patrimonial baseada em demonstrações contábeis
elaboradas nos termos do art. 10; e
– II - Ágio ou deságio na aquisição ou na subscrição, representado pela
diferença para mais ou para menos, respectivamente, entre o custo de aquisição do investimento e a equivalência patrimonial.
Ágio/Deságio – base normativa
• Art. 14 - O ágio ou deságio computado na ocasião da aquisição ou
subscrição do investimento deverá ser contabilizado com indicação do fundamento econômico que o determinou.
– § 1º - O ágio ou deságio decorrente da diferença entre o valor de mercado de parte ou de todos os bens do ativo da coligada e controlada e o respectivo valor contábil, deverá ser amortizado na proporção em que o ativo for sendo realizado na coligada e controlada, por depreciação, amortização, exaustão ou baixa em decorrência de alienação ou perecimento desses bens ou do investimento.
– § 2º - O ágio ou o deságio decorrente da diferença entre o valor pago na aquisição do investimento e o valor de mercado dos ativos e passivos da coligada ou controlada, referido no parágrafo anterior, deverá ser amortizado da seguinte forma. (NR)*
» a) - o ágio ou o deságio decorrente de expectativa de resultado futuro no prazo, extensão e proporção dos resultados projetados, ou pela baixa por alienação ou perecimento do investimento, devendo os resultados projetados serem objeto de verificação anual, a fim de que sejam revisados os critérios utilizados para amortização ou registrada a baixa integral do ágio; e
» b) - o ágio decorrente da aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo Poder Público no prazo estimado ou contratado de utilização, de vigência ou de perda de substância econômica, ou pela baixa por alienação ou perecimento do investimento.
Ágio/Deságio – Base normativa
• Art. 14 - O ágio ou deságio computado na ocasião da aquisição ou
subscrição do investimento deverá ser contabilizado com indicação do fundamento econômico que o determinou.
– ...
– § 3º - O prazo máximo para amortização do ágio previsto na letra "a" do parágrafo anterior não poderá exceder a dez anos;(NR)*
– § 4º - Quando houver deságio não justificado pelos fundamentos econômicos previstos nos parágrafos 1º e 2º, a sua amortização somente poderá ser contabilizada em caso de baixa por alienação ou perecimento do investimento. – § 5º - O ágio não justificado pelos fundamentos econômicos, previstos nos
parágrafos 1º e 2º, deve ser reconhecido imediatamente como perda, no resultado do exercício, esclarecendo-se em nota explicativa as razões da sua existência.
• Art. 15 - Na elaboração do balanço patrimonial da investidora, o saldo não
amortizado do ágio ou deságio deve ser apresentado no ativo permanente, adicionado ou reduzido, respectivamente, à equivalência patrimonial do investimento a que se referir.
Ágio/Deságio – Base normativa
• Decreto 3.000, de 1999, art. 385
Art. 385. O contribuinte que avaliar investimento em sociedade coligada ou controlada pelo valor de patrimônio líquido deverá, por ocasião da aquisição da participação, desdobrar o custo de aquisição em (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 20):
I - valor de patrimônio líquido na época da aquisição, determinado de acordo com o disposto no artigo seguinte; e
II - ágio ou deságio na aquisição, que será a diferença entre o custo de aquisição do investimento e o valor de que trata o inciso anterior.
§ 1º O valor de patrimônio líquido e o ágio ou deságio serão registrados em subcontas distintas do custo de aquisição do investimento (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 20, § 1º).
§ 2º O lançamento do ágio ou deságio deverá indicar, dentre os seguintes, seu fundamento econômico (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 20, § 2º):
I - valor de mercado de bens do ativo da coligada ou controlada superior ou inferior ao custo registrado na sua contabilidade;
II - valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base em previsão dos resultados nos exercícios futuros;
III - fundo de comércio, intangíveis e outras razões econômicas.
§ 3º O lançamento com os fundamentos de que tratam os incisos I e II do parágrafo anterior deverá ser baseado em demonstração que o contribuinte arquivará como comprovante da escrituração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, artigo 20, § 3º).
Ágio/Deságio - Realização
• Os valores correspondentes ao ágio ou deságio
serão
– registrados em contas próprias, distintas do
investimento
– amortizados, transformando-se em
• despesas (no caso de compra de investimento com ágio) ou
• receitas (no caso de deságio), à medida que os fundamentos
econômicos se realizam.
Aquisição investimento-ágio/deságio-exemplos
• aquisição de investimento sem ágio nem deságio
• aquisição de investimento com ágio fundamentado em diferença entre
valor de mercado e contábil em ativo da investida
• aquisição de investimento com deságio fundamentado em diferença
entre valor de mercado e contábil em ativo da investida
• aquisição de investimento com ágio fundamentado em rentabilidade
futura
• aquisição de investimento com deságio fundamentado em
rentabilidade futura
• aquisição de investimento com ágio fundamentado em fundo de
comércio ou outras razões econômicas
• aquisição de investimento com deságio fundamentado em fundo de
comércio ou outras razões econômicas
aquisição de investimento sem ágio nem deságio
Seja a seguinte situação inicial: (1) a empresa Dora S/A, com R$ 500.000,00 em caixa e não possuindo participações societárias; (2) a empresa Tida S/A, com patrimônio líquido de R$ 1.000.000,00.A figura a seguir ilustra a situação inicial proposta:
Caixa 500.000,00 ---PL Inv - Tida -100% 0% Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Total do PL 1.000.000,00 Despesas Receitas Dora ativo Passivo Tida ativo Passivo Atuais sócios
Dora S/A adquire 50% das ações representativas do capital de Tida S/A. Pelo método da equivalência patrimonial, o investimento será avaliado por R$ 500.000,00
PL de Tida S/A 1.000.000,00
(*) percentual de participação adquirida 50% (=) valor esperado para o investimento 500.000,00
Se o valor pago for também R$ 500.000,00, ocorrerá conforme figura abaixo
Caixa 500.000,00 (500.000,00) ---PL Inv - Tida 500.000,00 50% 50% Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Total do PL 1.000.000,00 Despesas Receitas Dora ativo Passivo Tida ativo Passivo Demais sócios
Não há lançamento a ser registrado na contabilidade de Tida S/A. O valor pago foi igual ao valor esperado - não há ágio nem deságio. Situação patrimonial imediatamente após a aquisição do investimento.
D = Investimentos - Tida S/A
C = a Caixa 500.000,00
Lançamento, na contabilidade de Dora S/A.
Caixa ---PL Inv - Tida 500.000,00 50% 50% Obrigações Bens (+) Direitos ---PL Total do PL 1.000.000,00 Tida ativo Passivo Despesas Receitas Dora
Ágio fundamentado em diferença entre valor de
mercado e contábil em ativo da investida
• ágio por conta de um “ativo oculto”
• investidora paga um valor superior ao valor esperado para a
participação societária
• efetivo valor do ativo da empresa investida é superior àquele
registrado em sua contabilidade
• Exemplo
– Seja a seguinte situação inicial: (1) a empresa Dora S/A, com R$ 500.000,00 em caixa e não possuindo participações societárias; (2) a empresa Tida S/A, com patrimônio líquido de R$ 800.000,00; (3) e que, no patrimônio da empresa Tida S/A haja um imóvel registrado pelo valor de R$ 100.000,00, mas que e empresa Dora S/A entende que seu efetivo valor de mercado seria de R$ 300.000,00 (ou seja, há um “ativo oculto” de R$ 200.000,00).
– A seguir, representação patrimonial da situação descrita
Caixa 500.000,00 ---PL Inv - Tida -100% 0% Bens (+) Obrigações Direitos ---PL
obs: entre os bens e direitos
encontra-se o seguinte Total do PL 800.000,00
imóvel 100.000,00 Despesas Receitas Dora ativo Passivo Tida ativo Passivo Atuais sócios Valor de mercado 300.000,00 (-) valor contábil (100.000,00) (=) ativo oculto 200.000,00
Dora S/A adquire 50% das ações representativas do capital de Tida S/A, dos atuais sócios. Essa participação adquirida é avaliada pelo método da equivalência patrimonial
o investimento deverá ser avaliado pelo valor de R$ 400.000,00
PL de Tida S/A 800.000,00
(*) percentual de participação adquirida 50% (=) valor esperado para o investimento 400.000,00
o valor pago pelo investimento será de R$ 500.000,00, conforme a seguir.
Caixa 500.000,00 (500.000,00) ---PL Inv - Tida 400.000,00 (+) ágio 100.000,00 50% 50% Bens (+) Obrigações Direitos ---PL
obs: entre os bens e direitos
encontra-se o seguinte Total do PL 800.000,00
imóvel 100.000,00
(*) Repare que 50% do ativo oculto é igual a R$ 200.000,00 (*) 50% = R$ 100.000,00, que é exatamente o valor do ágio Isso vem a confirmar a idéia de que o ágio é um direito a um ativo oculto (e portanto deve ser registrado no ativo).
Despesas Receitas Dora ativo Passivo Tida ativo Passivo Demais sócios Valor de mercado 300.000,00 (-) valor contábil (100.000,00) (=) ativo oculto 200.000,00 (*)
Lançamento, na contabilidade de Dora S/A D = diversos
C = a Caixa 500.000,00
D = Investimento Tida 400.000,00
D = ágio 100.000,00
O valor pago foi superior ao valor esperado, portanto há ágio na aquisição de
investimentos, que deve ser registrado no ativo porque representa o valor pago para ter direito a 50% do ativo oculto.
Caixa ---PL Inv - Tida 400.000,00 (+) ágio 100.000,00 50% 50% Bens (+) Obrigações Direitos ---PL
obs: entre os bens e direitos
encontra-se o seguinte Total do PL 800.000,00 imóvel 100.000,00 Despesas Receitas Dora ativo Passivo Tida ativo Passivo Demais sócios
Uma última observação.
Se a empresa investida (Tida S/A) tivesse realizado a reavaliação desse
imóvel (atualizando seu valor contábil de R$ 100.000,00 para R$
300.000,00):
- teria sido constituída uma reserva de reavaliação no valor de R$
200.000,00 e
- o patrimônio líquido não seria de R$ 800.000,00, mas de R$
1.000.000,00.
Nessa situação, 50% do patrimônio líquido da empresa investida (Tida
S/A) seria exatamente igual a R$ 500.000,00 e inexistiria ágio ou deságio
na aquisição do investimento (por parte de Dora S/A).
Isso vem a confirmar a idéia de que o ágio fundamentado na diferença
entre o valor de mercado e o valor contábil do ativo da investida é – na
verdade – um direito a uma parte de um “ativo oculto”.
Deságio fundamentado em diferença entre valor de
mercado e contábil em ativo da investida
• deságio por conta de um “ativo inexistente”
• investidora paga valor inferior ao esperado para a participação
• razão - efetivo valor do ativo da empresa investida é inferior àquele
registrado em sua contabilidade
• Passa a ter o ônus de suportar um “ativo inexistente”.
• Exemplo
– Seja a seguinte situação inicial: (1) a empresa Dora S/A, com R$ 400.000,00 em caixa e não possuindo participações societárias; (2) a empresa Tida S/A, com patrimônio líquido de R$ 1.000.000,00; (3) e que, no patrimônio da empresa Tida S/A haja um imóvel registrado pelo valor de R$ 300.000,00, mas que e empresa Dora S/A entende que seu efetivo valor de mercado seria de R$ 100.000,00 (ou seja, há um “ativo inexistente” no valor de R$ 200.000,00).