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(1)

Manual formação pme

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 2/116

Índice:

1. FUNDAMENTOS DA PRODUTIVIDADE 6 INTRODUÇÃO 6 2. 7 OIMPERATIVO DA COMPETITIVIDADE 9 FACTORES DE COMPETITIVIDADE 9 SIGNIFICADO DA PRODUTIVIDADE 11 3. GESTÃO DA PRODUTIVIDADE 14 INTRODUÇÃO 14

MEDIDA DE PRODUTIVIDADE DA ORGANIZAÇÃO 15

PRODUTIVIDADE ENERGÉTICA 18

PRODUTIVIDADE EM SERVIÇOS 21

OUTROS INDICADORES DE PRODUTIVIDADE 21

INDICADOR DE PRODUTIVIDADE REAL 22

ÍNDICES DE VARIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE 22

4. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO 24

TECNOLOGIADEPRODUÇÃOEMMASSA 24

TECNOLOGIADEPRODUÇÃOEMLOTES 24

TECNOLOGIADEPRODUÇÃOUNITÁRIA 25

PRINCIPAIS TIPOS DE FLUXO DE PRODUÇÃO 25

FLUXO DE PRODUÇÃO EM LINHA 25

FLUXO DE PRODUÇÃO EM LOTES 26

FLUXO DE PRODUÇÃO EM CÉLULAS DE FABRICO 28

CONCEPÇÃO DAS CÉLULAS 28

TIPOS DE ACTIVIDADES 29

OPERAÇÕES 29

CONTROLO OU INSPECÇÃO 30

TRANSPORTES 31

ARMAZENAGEM TEMPORÁRIA OU ESPERA 31

(3)

Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 3/116 5. FACTORES DE PRODUTIVIDADE 33 RECURSOS HUMANOS 33 PLANEAMENTO 33 RECRUTAMENTO 34 ANÁLISE DE FUNÇÕES 35 FORMAÇÃO 36 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 37

REGISTO E MANUTENÇÃO DE INFORMAÇÕES 39

ROTAÇÃO DE PESSOAL 39

ERGONOMIA E ORGANIZAÇÃO DO PT 41

O TRABALHO E ERGONOMIA 41

POSTO DE TRABALHO 41

PRINCÍPIOS DE ECONOMIA DE MOVIMENTOS 42

1-USO DE MÚSCULOS ADEQUADOS 42 2.- MÃOS E BRAÇOS 43 3-MOVIMENTOS CURVOS 44 4.LANÇAMENTOS 44 5.RITMO 44 6.ZONAS DE TRABALHO 46

7.ALTURA DO POSTO DE TRABALHO 47

8.UM LUGAR PARA CADA COISA 47

9.OBJECTOS EM ORDEM 48 10.USO DA FORÇA DA GRAVIDADE 48 11.FERRAMENTAS 49 12.FERRAMENTAS COMBINADAS 49 13.ACESSÓRIOS INTELIGENTES 50 FACTORES AMBIENTAIS 50

TRABALHO EM TEMPERATURAS ELEVADAS 50

TRABALHO EM BAIXAS TEMPERATURAS 51

AMBIENTEACÚSTICO 52

DEFINIÇÕES 52

ORUÍDO 53

AINFLUÊNCIA DO RUÍDO NA SAÚDE E NO DESEMPENHO DO TRABALHADOR 55

FORMAS DE REDUZIR O RUÍDO NOS LOCAIS DE TRABALHO 56

ILUMINAÇÃO AMBIENTE 58

PRINCIPAIS GRANDEZAS DA ILUMINAÇÃO AMBIENTE 58

LUZ AMBIENTE 59

(4)

Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 4/116 QUALIDADEDOAR 63 CONTAMINANTES ATMOSFÉRICOS 63 HIGIENE E SEGURANÇA 66 DEFINIÇÕES 66 ACIDENTES DE TRABALHO 67

FACTORES QUE AFECTAM A HIGIENE E SEGURANÇA 70

FACTORES QUE AFECTAM A HIGIENE E SEGURANÇA 70

AS PERDAS DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE 71

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 73

TRABALHO DO HOMEM 76

SIMPLIFICAÇÃO DE TAREFAS 77

MÉTODO DE TRABALHO 78

ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO 81

EQUILÍBRIO DA CAPACIDADE E DO FLUXO 81

TAXA DE UTILIZAÇÃO DE UM POSTO DE NÃO ESTRANGULAMENTO 81

TAXA DE UTILIZAÇÃO DOS POSTOS DE ESTRANGULAMENTO E FUNCIONAMENTO DO SISTEMA PRODUTIVO 82

REGRAS IMPORTANTES A SEGUIR 83

ANÁLISE DE LAYOUT (ARRANJO FÍSICO) 83

PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DE LAYOUT 87

FATORESASEREMESTUDADOSNAELABORAÇÃODOARRANJOFÍSICO 90

6. PRODUTIVIDADE E PERDAS DE PRODUÇÃO 95

DESPERDÍCIOS 95

REFUGO 96

REPROCESSO 97

GESTÃO DE UTILIDADES 98

CONCLUSÕES SOBRE AS PERDAS 98

7. INOVAÇÃO 99

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 99

INOVAÇÃO NA GESTÃO DA PRODUÇÃO 100

PRODUÇÃO ÁGIL (AGILE MANUFACTURING ) 101

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS NA AGILE MANUFACTURING 102

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS NA AGILE MANUFACTURING 104

KAIZEN 106

INTRODUÇÃO 106

AS REGRAS DE OURO DO GEMBA 106

5S -O BOM FUNCIONAMENTO DA EMPRESA 108

(5)

Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 5/116

O PAPEL DOS SUPERVISORES 110

CONTROLE DA QUALIDADE TOTAL -TQC 111

CONCEITO DO TQC 112

DIMENSÕES DA QUALIDADE 112

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 6/116

1. FUNDAMENTOS DA PRODUTIVIDADE

INTRODUÇÃO

A função produção, entendida como o conjunto de actividades que levam à transformação de um bem em outro com maior utilidade, acompanha o homem desde sua origem. Quando polia a pedra a fim de a transformar em utensílio mais eficaz, o homem pré-histórico executava uma actividade de produção.

Nos milhares de anos que se seguiram , o homem evoluiu e as suas actividades e necessidades tornaram-se cada vem mais vastas e complexas , auxiliadas pelo desenvolvimento de ferramentas e métodos de produzir cada vez mais sofisticados .

No inicio do século XX , Henry Ford cria a linha de montagem em série, revolucionando os métodos e processos produtivos

até então existentes. Surge então o conceito de produção em massa, caracterizada por grandes volumes de produtos. Esta metodologia de fabrico trouxe consigo princípios inovadores relacionados com a melhoria da produtividade por meio de novos conceitos e técnicas de gestão das actividades , como :

• linha de montagem; • posto de trabalho; • stoks intermédios; • arranjo físico ou Layout; • balanceamento de linha; • produtos em curso de fabrico;

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 7/116

• controlo de tempos de fabrico ; • manutenção preventiva;

Neste contexto , é dada grande importância ao conceito de produtividade, explicado como :

2.

a procura incessante por melhores métodos de trabalho e processos de fabrico, com o objectivo de se obter a melhor e maior produção com o menor custo possível.

Esta procura ainda hoje é o tema central em todas as empresas, mudando-se apenas as técnicas utilizadas.

A análise da relação entre o que é produzido (carros , sapatos , livros , transportes , receitas , etc) e o que é consumido (matérias-primas, mão-de-obra, energia, capital, instalações, etc), corresponde á medida que permite quantificar a produtividade, que sempre foi o grande indicador do sucesso ou fracasso das empresas.

Consumo

odução

e

odutividad

Pr

Pr

=

A produção em série é responsável pelo grande aumento da produtividade e posteriormente da qualidade com a obtenção de produtos mais uniformes, devido á padronização e aplicação de técnicas de controle da qualidade.

O conceito de produção em massa e as técnicas produtivas dele decorrentes predominaram nas fábricas até meados da década de 60, quando surgiram novas técnicas produtivas , destinadas a aumentar a eficiência dos processos de fabrico e a sua flexibilidade , promovendo entre outros , os seguintes conceitos:

(8)

Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 8/116 • just-in-time • células de produção; • robotização • qualidade total • certificação

Ao longo desse processo de modernização da produção, cresce em importância a figura do consumidor, em nome do qual tudo se tem feito.

Pode-se dizer que a procura da satisfação do consumidor é que tem levado as empresas a se actualizar em com novas técnicas de produção, cada vez mais eficazes, eficientes e de alta produtividade.

É tão grande a atenção dispensada ao consumidor , que este, em muitos casos, já especifica em detalhes o "seu" produto, sem que isso atrapalhe os processos de produção do fornecedor, que para tal tem de melhorar a sua flexibilidade. Assim, estamos de novo a caminhar para a produção personalizada , que, sob certos aspectos, constitui um "retomo ao artesanato" sem a figura do artesão, que passa a ser substituído por fábricas e serviços sofisticados .

Actualmente é o sector de serviços que emprega mais pessoas e gera maior parcela do produto interno bruto na maioria das nações do mundo. Desta forma, passou-se a dar ao fornecimento de serviços uma abordagem semelhante à dada à fabricação industrial.

Uma empresa moderna e inserida na actual economia global , é a que está voltada para o cliente, sem perder a característica de empresa eficiente, com indicadores de produtividade que a colocam no topo entre seus concorrentes, em termos mundiais, objectivo só atingido com a procura incessante de melhorias.

(9)

Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 9/116

O IMPERATIVO DA COMPETITIVIDADE

O que significa para uma empresa ser competitiva? A resposta a essa pergunta tem sido objecto dos mais variados estudos, e muito ainda será dito e escrito sobre o tema . Contudo poderemos dizer que :

ser competitivo é ter condições de concorrer com um ou mais fabricantes e/ou fornecedores de um produto/serviço num determinado mercado

Essa capacidade de competir normalmente varia ao longo do tempo e não são raros os exemplos de empresas que perdem tal capacidade e são expulsas do mercado.

À medida que crescem as vantagens competitivas de uma empresa, aumenta sua parcela do mercado. Assim, em uma situação normal de mercado aberto, uma empresa só sobrevive enquanto mantém alguma vantagem competitiva sobre seus concorrentes, e um dos factores que mais influencia a competitividade é a produtividade , que constitui por si só , um dos principais factores que determinam o sucesso das empresas e dos países .

FACTORES DE COMPETITIVIDADE

O sucesso da actividade de uma empresa é moldado por um conjunto de factores que importa dominar para a boa gestão dos seus recursos e consequente melhoria da sua competitividade.

• Custos. A produção de um bem e/ou serviço ao menor custo possível é um objectivo permanente de toda e qualquer organização. A dimensão custo, que pode traduzir-se no menor preço de venda, é o grande factor

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 10/116

decisório do consumidor. Não há dúvida que uma estratégia de redução de custos terá enorme impacto na vantagem competitiva.

• Qualidade. A melhoria contínua da qualidade foi o grande trunfo das empresas japonesas na conquista de mercados cada vez maiores e mais sofisticados. A dedicação de esforços na área da qualidade dos produtos/serviços tem um duplo efeito no aumento da vantagem competitiva, pois está demonstrado que a melhoria da qualidade, ao contrário do que sempre se imaginou, resulta muitas vezes na redução de custos de produção.

• Prazos de entrega, Quanto menor o prazo de entrega de um produto/serviço, tanto mais satisfeito ficará o consumidor. Além disso, quanto menor o prazo de entrega, tanto menores serão os Stocks intermédios , os espaços necessários e os seus custos relativos.

• Flexibilidade. É a capacidade que a empresa deve ter para rapidamente se adaptar às mudanças do mercado devendo ser ágil na adaptação dos seus produtos às novas exigências do consumidor. Quanto mais flexível e rápida for, mais cedo chega ao mercado com uma solução ou inovação tirando partido de ser o primeiro no mercado .

• Inovação. É a capacidade da empresa se antecipar às necessidades dos consumidores. A empresa americana 3M tem por característica sua capacidade inovadora, o que tem lhe dado grande vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.

• Produtividade. É uma dimensão que deve estar presente em todas as acções da empresa, sob pena de perder competitividade e é resultado da combinação dos factores anteriores .

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 11/116

A produtividade de uma Empresa , é assim obtida a partir da sua capacidade de inovar, da sua flexibilidade, da qualidade obtida e da redução dos seus custos .

Em resumo a Produtividade é a resultado da melhor ou pior gestão dos recursos de uma qualquer actividade , pelo que a optimização dos mesmos deve ser uma prioridade de qualquer forma de gestão .

SIGNIFICADO DA PRODUTIVIDADE

A produtividade é tema importante para gerentes e supervisores, em qualquer nível da organização. Como se referiu antes o aumento da produtividade fornece os meios para a redução dos preços, aumento dos lucros, segurança do trabalho e maiores salários.

Na maior parte dos casos o aumento de produtividade requer mudanças na tecnologia, na qualidade ou na forma de organização do trabalho, ou em todos estes factores no seu conjunto.

Entre outros podem ser citados alguns factores que determinam ou influenciam a produtividade:

Relação capital-trabalho, ou seja, o nível de investimentos em

relação à mão-de-obra empregada. A tendência cada vez maior é o de emprego de linhas automatizadas.

Escassez de alguns recursos, como por exemplo energia

eléctrica: ocasiona o aumento deste custo de produção.

Mudanças na mão-de-obra, decorrentes de alterações de

processos produtivos, onde é necessário pessoal com maior grau de formação e adaptabilidade .

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 12/116

Inovação e Tecnologia, são os grandes responsáveis pelo

aumento da produtividade .

Restrições Legais, têm imposto limitações a certas empresas,

forçando-as a implantarem equipamentos de protecção ambiental, com impactos na produtividade.

Factores de Gestão, relacionados com a capacidade dos

administradores em se empenharem em programas de melhoria de produtividade das suas empresas.

O termo produtividade é hoje exaustivamente usado não só nas publicações especializadas como também no dia-a-dia da empresa. O termo produtividade, foi utilizado pela primeira vez, num artigo do economista francês Quesnay, em 1766. Decorrido mais de um século, em 1883, outro economista francês, Littre, usou o termo com o sentido de “capacidade de produzir”. Entretanto, somente no começo deste século o termo assumiu o significado da relação entre o produzido (output) e os recursos empregues para o produzir (input).

Em 1950 a Comunidade Económica Europeia apresentou uma definição formal de produtividade como sendo

o quociente produzido pela divisão do produzido (output) por um dos factores de produção

Dessa forma, pode-se falar da produtividade do capital, das matérias-primas, da mão-de-obra etc.

Dependendo de quem defina produtividade ( economista, gerente, político, líder sindical, engenheiro de produção etc ) esta pode ter diferentes definições.

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 13/116

Contudo uma análise cuidadosa leva a duas definições básicas:

Assim, a produtividade da mão-de-obra é uma medida de produtividade parcial. O mesmo é válido para a produtividade do capital

Deste modo o significado de produtividade reflecte o impacto conjunto de todos os factores na produção do output (Produto ou serviço final)

Determinar a PRODUTIVIDADE PARCIAL da mão-de-obra de uma empresa que facturou 73 milhões de Euros em certo ano fiscal no qual os 372 colaboradores trabalharam em média 180 horas/mês.

Horas totais de trabalho = 372 funcionários x 180 horas = 66960 horas Produtividade = 73 000 000 € / 66960 = 1090 € / hora de trabalho

Determinar a PRODUTIVIDADE TOTAL da empresa do exemplo anterior sabendo-se que incorreu em custos de 71 milhões de Euros , referentes a todos os recursos utilizados na sua actividade.

Produtividade = 73 000 000 € / 71 000 000€ = 1,028

Produtividade parcial: é a relação entre o produzido, medido de

alguma forma, e o meio de produção utilizado.

Produtividade total: é a relação entre o output total e a soma de

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 14/116

3. GESTÃO DA PRODUTIVIDADE

INTRODUÇÃO

O estudo sistemático da produtividade já faz parte dos processos de gestão de várias empresa , como forma de medirem os seus desempenhos , detalhando por vezes esta medida, para as áreas de Serviços , Financeira e Produção.

Avaliar a produtividade e compará-la com a de outras empresas (benchmarking), concorrentes ou não, tornou-se um igualmente um acto de gestão importante para os gerentes preocupados com o futuro da empresa e a sua posição no mercado .

A qualquer instante uma empresa envolvida num programa de melhoria da produtividade estará num dos quatro estágios ou fases:

1. medida 2. avaliação 3. planeamento 4. melhoria

A produtividade deve ser medida através da definição de métodos adequados, utilizando dados já existentes ou recolhendo dados novos para o efeito . Estes dados devem reproduzir e representar fielmente os factores de actividade da Empresa como :

Horas de trabalho , remunerações , Custos de materiais e matérias primas , valores facturados , valores recebidos , quantidades produzidas e vendidas etc Estes valores devem estar associados a um mesmo período de avaliação (Semana , mês , Ano)

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 15/116

Com os dados recolhidos e tratados , podem-se calcular os valores da produtividade (parciais ou totais) , de acordo com a realidade da empresa .

A partir dos níveis identificados, e das comparações realizadas, podem-se planear níveis a serem atingidos, tanto a curto quanto a longo prazo.Esta planificação tem subjacente um trabalho de análise de processos menos produtivos , para elaboração de medidas de melhoria da produtividade .

Redução de encargos financeiros , redução de tempos mortos , redefinição dos fluxos de produção , adjudicação externa de serviços não essenciais , etc

Elaborado o planeamento com a devida fixação de objectivos de melhoria , resta passar à acção, introduzindo as melhorias propostas, fazendo as verificações necessárias e realizando novas medições da produtividade para a sua monitorização.

MEDIDA DE PRODUTIVIDADE DA ORGANIZAÇÃO

Quando falamos em produtividade, há que distinguir os diferentes termos em que pode ser expressa , como no caso da produtividade do

trabalho(número de unidades produzidas por hora de trabalho) ou produtividade do capital(o capital inclui capital ,máquinas, terras, edifício e

A gestão da produtividade é um processo formal de gestão, envolvendo todos os níveis da administração e colaboradores, com o objectivo último de reduzir custos de manufactura, distribuição e venda de um produto ou serviço, através da integração das quatro fases do Ciclo da Produtividade, ou seja

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 16/116

em que a produtividade se mede pelo aumento da produção com o mesmo capital).

Em qualquer destes casos, estamos a referir a produtividade parcial em que se considera apenas um factor como input. Quando referimos todos os inputs(produtividade do trabalho e a de capital) temos a produtividade total dos factores.

Saídas ou Outputs

Constituem os resultados obtidos e podem ser aferidos pelas seguintes medidas:

Quantidade de produção

número de produtos produzidos por uma empresa ou o número de serviços prestados

Valor da produção

valor das vendas do produto ou serviço prestado, durante um dado período

Valor adicionado

traduz o resultado das vendas de uma empresa menos os valores pagos a fornecedores e/ou terceiros

Consumos ou Inputs

Recursos necessários para produzir mercadorias ou serviços. Podem ser:

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 17/116

Quantidade de trabalho

reflecte o número de horas de trabalho ou o número de empregados número de

Quantidade de capital

reflecte o valor de utilização das máquinas e instalações ou aquilo que se gasta para produzir

Aumentar a produtividade NÃO SIGNIFICA que os trabalhadores tenham de trabalhar mais horas; uma alta produtividade passa por uma eficiente organização dos processos de produção e de trabalho e uma constante formação profissional dos trabalhadores

Os processo de medida da produtividade mais indicados utilizam indicadores que permitem avaliar as variações, ao longo do tempo, de uma grandeza não susceptível de medida directa.

Assim a produtividade na empresa pode ser avaliada através dos indicadores:

Produtividade total (PT): é a relação entre a medida do output

gerado entre dois instantes i e j, a preços do instante inicial, e a medida do input consumido entre os dois instantes i e j, a preços do instante inicial.1

I I

C

O

PT

=

em que C = total de bens consumidos

O = Total dos bens produzidos

1 Os preços devem ter a mesma base de referência, podendo ser tanto o instante i como j (ou qualquer outro). , reportando-se á totalidade dos recursos usados na actividade .

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 18/116

A produtividade é, pois, uma avaliação efectuada entre dois instantes no tempo , fazendo sentido falar em produtividade no dia, no mês, no ano. Por outro lado , a variação da produtividade é avaliada entre dois períodos, consecutivos ou não.

Produtividade parcial do trabalho (Pm) (ou da mão-de-obra):

é a relação entre o output total no período, a preços constantes, e o input de mão-de-obra no mesmo período, a preços constantes.

I I

M

O

Pm

=

em que M = total de Mão de obra usada (Horas ou trabalhadores) O = Total dos bens produzidos

Há duas variantes da medida que relaciona produto com o factor de produção trabalho. A primeira divide o produto (ou um índice de produção) pelo número de trabalhadores envolvidos na produção (ou pelo índice a ele relacionado). O inconveniente de tal medida é que ela não considera o tempo de trabalho despendido por cada um dos trabalhadores.

Assim, um mesmo número de trabalhadores trabalhando por mais tempo seria interpretado como um aumento da produtividade ao invés de um aumento no uso do trabalho.

Para se evitar esse problema, procura-se utilizar a segunda variante: a razão entre o produto e o número de horas trabalhadas (homens-hora).

H Y

=

Pr onde,

Y é a quantidade produzida do bem e

H é o número de horas trabalhadas ou horas pagas.

Produtividade energética

Uma segunda medida de produtividade também de fácil construção é a produtividade do factor energia, ou seja, a relação entre o produto e o

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 19/116

consumo de energia. Dado que a energia é a principal força motriz nos processos de produção, este índice mede o desempenho técnico destes processos.

CE Y

= Pr

Y é a quantidade produzida do bem e CE – Consumo de Energia (Kwh)

No caso de actividades que utilizem outros tipos de energia (Gás , Fúel ,etc) de maneira predominante, deve-se substituir o consumo de energia eléctrica da equação pelo consumo da fonte de energia utilizada. Utilizando-se uma medida comum de energia, a tonelada equivalente de petróleo – tep, por exemplo, é possível se combinar o consumo energético de fontes diferentes. A esta medida poderemos igualmente chamar consumo especifico de energia

A Produtividade energética (Consumo especifico) , constitui

uma das melhores medidas do desempenho de uma actividade , valor que pode ser comparado com os índices de regulamentados para a actividade em causa 2 .

Taxa de Produção em quilogramas por hora:

Representa o peso médio (em Kg) produzido no intervalo de uma hora. O cálculo é feito dividindo-se o peso obtido em cada máquina pela diferença entre o horário final e o horário inicial de produção .

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 20/116

No mês de janeiro de 1996 a empresa ABC produziu 1.330 unidades do produto Z, com a utilização de 818homens/hora. No mês de fevereiro, devido ao menor número de dias úteis, produziu 1.180 unidades, com a utilização de 780 homens/hora. Determinar a produtividade total nos meses

de janeiro e fevereiro e sua variação.

Pm Janeiro = 1330 peças / 880 homens = 1,511 peças / Hm Pm Fevereiro = 1180 peças / 780 homens = 1,513 peças / Hm

Variação da Produtividade = PmFev – PmJan = 1,513 – 1,511 =

0,003un/Hm

Uma indústria de cartão ondulado produziu, em 1989, 240000 de toneladas com o emprego de 1570 empregados. Em 1994 produziu 290000 ton com o emprego de 1390. Determinar as produtividades em 1989 e 1994

Pm 1989 = 240000 ton /1570 homens = 153 ton / Hm Pm 1994 = 290000 ton / 1390 homens = 208 ton / Hm Variação da Produtividade = 208 – 153 =55 ton/ hm

Produtividade parcial do capital(Pc) : é a relação entre o output

total no período, a preços constantes, e o input de capital no mesmo período, a uma taxa de retorno constante

Produtividade parcial dos materiais (Pi): é a relação entre o

output total no período, a preços constantes, e o input dos materiais intermediários comprados no período, a preços constantes

Uma industria utiliza água no seu processo industrial, e o consumo histórico tem sido de 0,88 litro por 1.000 unidades produzidas. Uma melhoria no processo industrial reduziu o consumo para 0,84 litro por 1.000 unidades. Determinar a produtividade antes e depois da alteração e sua variação

Pi 1 = 1000 un / 0,88 L = 1136 un / L Pi 2 = 1000 un / 0,84 L = 1190 un / L

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 21/116

Produtividade em Serviços

Exemplos de medida de produtividade para serviços , podem ser dados por :

Produtividade diária por doca (em Kg/doca.dia):

Representa a taxa diária de carregamento numa doca, ou seja, quantos quilogramas foram movimentados em cada doca num dia. O cálculo é feito dividindo-se o total carregado num dia (em Kg) pelo número de docas em operação nesse dia.

Produtividade dos empilhadores (kg/hora.empilhadores):

Representa o peso (em Kg) movimentado por cada empilhador no intervalo de uma hora. É calculado dividindo-se o total diário carregado (em Kg) pelo produto entre o número de empilhadores e o total de horas de utilização por dia

Outros Indicadores de Produtividade

PTF = produtividade total de uma firma = output total da firma input total da firma

TTi = produtividade total do produto i = output total do produto i

input total do produto i

Txi = produtividade parcial do produto i com relação ao input do

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 22/116

Tx = Output do Produto Input do Produto

Indicador de produtividade real

Para ambos os casos citados anteriormente, é possível construir um indicador que leve em consideração as unidades perdidas no processo produtivo, assim como o retrabalho. Assim sendo, esse indicador forneceria uma medida mais adequada da produtividade dos factores de produção.

CM

Y

r

P

P

P

P

PRT

*

*

1

1

)

2

1

1

/(

)

!

1

(

+

+

+

+

=

onde,

p1 é a fracção de produto que necessita de retrabalho; p2 é a fracção de produto que não pode ser aproveitada;

r é a taxa de consumo de materiais para um produto que necessita

de retrabalho;

Y é a quantidade de bem produzida; e CM é o montante de MATERIAL utilizado.

Índices de variação da Produtividade

A par da medida da absoluta da Produtividade , podem-se compara valores e a sua variação , a partir de índices de variação da produtividade .Define-se o índice de variação da produtividade total da firma, no período t, como:

(IPTF)t = PTFt

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 23/116

Similarmente, o índice de variação da produtividade total do produto i, no período t (entre os momentos a e b), (ITx)it, é dado por:

(ITx)it = Txb

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 24/116

4. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO

Antes de abordarmos com maior detalhe os factores de influencia da produtividade , será útil apresentar as formas e características mais importantes dos tipos de organização das actividades de fabrico , para a melhor identificação do relacionamento entre os diferentes meios de produção necessários á obtenção de um artigo ou serviço .

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO EM MASSA

É caracterizada por elevado volume de produção durante longos períodos, com poucas mudanças tecnológicas ou de especificações . Podemos considerar processos contínuos e discretos:

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO EM LOTES

O mesmo equipamento é utilizado para produzir vários produtos sendo a produção programada de forma cíclica. Podemos considerar três tipos de produção em lotes:

9 Produção em longos lotes com montagem diferenciada.

Processos contínuos envolvem matéria-prima, alimentada

contínua e regularmente , embora com características variáveis dentro de um dado limite; Nos processos contínuos o produto flui continuamente; trata-se do processo tecnológico mais eficiente, mas pouco flexível.(Petróleo , Cimento , Papel , Químicos, etc)

Processos discretos envolvem a produção de unidades

individuais de produto, tais como frigoríficos , sapatos ou componentes electrónicos..

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 25/116

9 Produção em longos lotes com pouca variedade na montagem. 9 Produção em pequenos lotes.

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO

UNITÁRIA

Caracterizada pela produção de reduzida quantidade de produtos e muito diversificados. Podemos considerar três tipos de produção unitária:

Produção de equipamento especial.

Montagens tecnicamente complexas.

Produção de equipamento pesado

PRINCIPAIS TIPOS DE FLUXO DE PRODUÇÃO

Podemos identificar em sistemas de produção, diferentes formas para estruturação do fluxo de produção:

1. Fluxo de produção em linhas do tipo mão-de-obra intensiva. 2. Fluxo de produção em grandes lotes

3. Fluxo de produção em pequenos lotes.

4. Fluxo de produção em células do tipo tecnológico.

5. Fluxo de produção em células do tipo mão-de-obra intensiva.

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 26/116

Fluxo de produção em Linhas é utilizada em unidades industriais com elevado volume de produção durante longos períodos e com poucas mudanças tecnológicas.

O layout de produção é orientado por produto, sendo caracterizado por

elevada velocidade de produção. Utiliza equipamento dedicado à produção específica de um conjunto particular de produtos. Diferentes postos de trabalho são agrupados na linha de produção, tipicamente um posto de cada

tipo, excepto onde postos semelhantes são necessários para balancear o fluxo de produção. O investimento em equipamento e ferramentas especiais pode ser elevado; frequentemente os tempos de ciclo de fabrico são inferiores a 10 minutos, incluindo tarefas com relativo baixo conteúdo.

Os componentes são concebidos para fluir por uma sequência de operações, através de equipamento de movimentação como transportadores de corrente, rolos ou tela. Os componentes deslocam-se pelos diversos postos de trabalho, componente a componente ou peça-a-peça.

Um dos factores de maior importância para a boa gestão deste tipo de fluxo produtivo , é o Balanceamento da Linha . Uma linha balanceada significa que o tempo das operações realizadas nos diferentes postos de trabalho, é sensivelmente o mesmo, de forma a reduzir o seu tempo de inactividade.

Trata-se de um sistema de fabricação normalmente pouco flexível, no respeitante à variedade e ao volume de produção.

FLUXO DE PRODUÇÃO EM LOTES

No fluxo de produção por lotes, o mesmo equipamento tecnológico é utilizado por variados produtos sendo cada produto programado de forma

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 27/116

cíclica. A característica que diferencia este sistema de fabricação, é a sua capacidade para produzir uma

larga variedade de produtos, em lotes de grande, média ou reduzida dimensão (mesmo unitária).

Unidades de produção em lotes são frequentemente concebidas para responder a encomendas especiais dos clientes; muitas indústrias de fabricação por lotes

fabricam para stocks de produtos acabados.

Os operadores/as necessitam de elevada capacidade técnica para realizarem uma diversidade de tarefas. Verificam-se dificuldades em obter, neste tipo de fabricação, elevados níveis de produtividade. Valores como 10% de tempo útil de produção, num total de 8 horas de trabalho, são considerados correntes neste tipo de fabricação.

Na fabricação por lotes

as máquinas ferramentas

encontram-se funcionalmente agrupadas, de acordo com o processo de

fabricação: todos os equipamentos duma mesma família agrupados na mesma área funcional. A vantagem deste layout reside na sua capacidade para fabricar uma larga diversidade de produtos.

Cada componente, possuindo a sua própria sequência de operações, pode ser programada através dos diferentes departamentos funcionais, na sequência adequada. São concebidas Folhas de Acompanhamento para controlar o movimento dos materiais. Em geral empilhadores e transportadores são utilizados para transportar os produtos de um posto de trabalho para o seguinte.

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 28/116 POSTO 1 POSTO 2 POSTO 3 POSTO 4 POSTO 8 POSTO 7 POSTO 6 POSTO 5 2 min 5 min 3 min 4 min 2 min 1 min 10 min 6 min

m ateriais prod. acabado

Quando o volume de produção aumenta, o sistema de produção em lotes pode-se tornar bastante complexo de gerir, resultando em longos prazos de processamento e elevados produtos em curso de fabricação. Lotes típicos de dimensão média envolvem 50 a 200 unidades.

FLUXO DE PRODUÇÃO EM CÉLULAS DE FABRICO

Trata-se de uma estrutura semelhante às linhas de produção, contudo concebida para flexibilidade. A célula é frequentemente configurada na forma de U, permitindo aos operadores/as deslocarem-se rapidamente entre máquinas.

As máquinas na célula são normalmente automáticas de ciclo único, ou semiautomáticas, desligando-se automaticamente no final do ciclo. As células

podem incluir todas as operações necessárias à produção de um componente ou subconjunto.

CONCEPÇÃO DAS CÉLULAS

• As máquinas são organizadas na sequência de fabricação.

• As células são normalmente concebidas na forma de U ou de C. SE RE TO FU TO FR SE RE TO RE TO FU TO FR TO FR FU FU TO RE FU RE FU FR

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 29/116

• O processamento na célula pode ser peça-a-peça ou em pequenos lotes.

• Os operadores/as são treinados de forma a realizarem diversas operações.

• O tempo de ciclo na célula, pode ser regulado de acordo com as necessidades dos clientes.

• Os operadores/as operam frequentemente na posição de pé.

TIPOS DE ACTIVIDADES

Existem 5 tipos principais de actividades industriais que afectam o resultado final da Produtividade :

1 - Operação

2 - Controlo ou inspecção 3 - Transporte

4 - Armazenagem temporária ou Espera 5 - Armazenagem permanente

OPERAÇÕES

As operações são as fases principais de um processo ou método. Em geral, a peça, a matéria, ou o produto em causa, são modificados ou alterados durante a operação. Uma operação pode ser igualmente um trabalho de preparação para uma actividade que contribui para o acabamento do produto. Existem dois tipos de operações:

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 30/116

1. Operações que acrescentam valor ao produto

Normalmente transformam o material, mudando a forma ou qualidade. Transformam componentes ou produtos e aumentam o seu valor através de actividades como

• Montagem

• Preparação de matéria-prima • Estampagem de chapas de aço • Soldadura, pintura

2. Operações que não acrescentam valor ao produto

Tratam-se de operações como manutenção de equipamento, reparações de defeitos, preparação de equipamento e mudança de ferramentas, que fundamentalmente reduzem a eficiência e a produtividade da unidade.

A observação dos postos de trabalho indica que a percentagem da actividade que acrescenta valor ao produto, é inferior ao normalmente esperado. Isto significa, que os colaboradores devem transformar os movimentos em operações de valor acrescentado; mover rápido e eficientemente, pode não conduzir a valor acrescentado para o produto.

Controlo ou inspecção

Indica o controlo de qualidade, verificação de quantidade ou leitura de painéis de controlo. O controlo não contribui directamente para produzir o produto. Visa simplesmente

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 31/116

verificar se uma dada operação foi executada correctamente, do ponto de vista qualitativo ou quantitativo.

Transportes

Representa a deslocação de colaboradores, matérias-primas ou materiais acabados, de um local para outro. Existe transporte quando um objecto é mudado de um lugar, salvo se a deslocação faz parte de

uma operação ou é efectuado por um colaborador no seu posto de trabalho durante uma operação ou controlo.

Transporte significa que o material é deslocado por um

empilhador, por um empregado, por transportador de rolos ou por uma ponte rolante.

Armazenagem temporária ou espera

Designa um atraso ocorrido no decorrer de uma série de acontecimentos, como por exemplo:

• Espera de trabalho entre duas operações; espera de um elevador. • Colocação de objecto de lado à espera de ser deslocado.

• Caixotes à espera de serem abertos.

• Peças soltas colocadas nos cacifos de armazenagem à espera de serem controladas.

Armazenagem permanente

Designa uma armazenagem controlada na qual é requerida uma autorização para que o material possa entrar ou sair do armazém. Existe armazenagem permanente quando um objecto é conservado e protegido contra qualquer

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 32/116

deslocação não justificada. A diferença entre armazenagem permanente e temporária reside no seguinte facto:

• Armazenagem Permanente: Geralmente é preciso apresentar uma requisição ou outra justificação para fazer sair um artigo do armazém

• Armazenagem temporária: Não é preciso requisição ou autorização para deslocar o material

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5. FACTORES DE PRODUTIVIDADE

Nesta secção , iremos abordar os factores e parâmetros relacionados com os recursos produtivos que interferem com a produtividade no âmbito da actividade de uma empresa , explicitando sempre que possível os aspectos de potencial melhoria em cada caso .

RECURSOS HUMANOS

Os Recursos Humanos são a chave vital numa organização. São as pessoas que fazem as organizações e que produzem pelo que a adequação e o entrosamento desses recursos é determinante para o sucesso da organização.

A gestão de recursos humanos engloba vários pontos fulcrais comuns a á maioria das empresas , como sejam :

9 Planeamento de recursos humanos 9 Recrutamento e selecção 9 Gestão documental 9 Processamento de salários 9 Definição de funções 9 Formação 9 Avaliação de desempenho.

9 Registo e manutenção de informações

Planeamento

O recrutamento de recursos humanos exige que se saiba previamente quem se vai recrutar, quantos se vão recrutar e porque é que se vai recrutar. Ora isto

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 34/116

só é possível se existir uma acção de planeamento que determine as necessidades da organização.

O planeamento consiste em fazer uma previsão das futuras necessidades, ter conhecimento das mudanças que irão ter lugar, analisar a mão-de-obra existente, e analisar as ofertas interna e externa de mão-de-obra. Para se poder efectuar um bom planeamento deve-se ter conhecimento absoluto dos objectivos da empresa, e conhecer também o mercado de trabalho.

A previsão das futuras necessidades só é possível se :

9 Houver um perfeito conhecimento dos objectivos da empresa e das mudanças que se irão verificar;

9 Existir um perfeito acompanhamento das movimentações de pessoal no interior da empresa (e. transferências, baixas e aposentações, promoções, etc.);

Recrutamento

O recrutamento consiste num conjunto de técnicas e métodos para atrair candidatos. Uma organização recorre ao recrutamento sempre que se verifique um défice de pessoal para desempenhar determinadas tarefas.

O recrutamento poderá fazer-se no interior da organização, ou no exterior. Nalguns casos poderá recorrer-se a outras técnicas para fazer face ao défice de pessoal, procedendo a uma reorganização de determinadas áreas da empresa onde se poderá reduzir o pessoal e transferi-lo para os locais deficitários em recursos humanos.

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O recrutamento interno apresenta uma economia para a empresa e um aproveitamento do investimento feito na formação, assim como possibilita uma maior rapidez no preenchimento da vaga. A probabilidade de escolher um candidato adequado é maior, uma vez que já se conhece o seu perfil.

O recrutamento externo permite importar novos conhecimentos e experiências para a organização. A formação não é necessária na maioria dos casos, pois escolhem-se candidatos que já possuam a formação adequada. É mais fácil incutir nos novos funcionários o que se

espera deles, já que não possuem certos hábitos existentes na organização (menor

produtividade inicia compensada com maior flexibilidade).

Após o recrutamento , o candidato deverá ser sujeito a um período experimental nas funções que lhe forem atribuídas , durante o qual o mesmo deverá ser acompanhado por monitor ou superior hierárquico , para a mais rápida integração e consequente aumento de produção .

É muito importante que o candidato seja bem acompanhado nesta fase , para aumentar a taxa de sucesso de incorporação de novos funcionários (e redução da rotatividade) , pois em geral é perdido todo o investimento capital , tempo e materiais consumidos durante a sua formação inicial .

Análise de funções

Para evitar perdas de produtividade por inadaptação do colaborador , é muito importante o bom conhecimento dos quesitos de cada função a desempenhar . Só depois deste passo , é que se deve proceder ao recrutamento do melhor elemento para o lugar.

A análise de uma função é efectuada através de uma investigação sistemática das tarefas e responsabilidades dessa função, assim como dos conhecimentos

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Manual de Formação: Produtividade e Inovação – Programa Formação PME 36/116

e capacidades necessárias à função Obtemos assim um conjunto de tarefas e responsabilidades que descrevem cada função e a distinguem das outras.

É necessário igualmente estabelecer o alcance de cada função a sua posição hierárquica , as suas limitações, os recursos a atribuir e as actividades mais significativas. Também se devem definir as condições de execução da função, tais como ambiente, ruído, trabalho nocturno, deslocações, esforço físico, etc.

Os resultados esperados mais importantes também devem ser descritos. A definição da função só estará concluída após terem sido efectuadas revisões, correcções e ajustes, e finalmente a aprovação superior.

Formação

A integração pressupõe um período de adaptação e de aprendizagem. A adaptação deve ser proporcionada por uma acção de acolhimento que consiste na apresentação da estrutura da organização, das condições básicas de trabalho, dos regulamentos e acordos em vigor, e das pessoas

com que se vai trabalhar, superiores, colegas e equipas de trabalho.

A aprendizagem pode tomar duas formas: treino e formação.

O treino serve para preparar o trabalhador a executar as suas tarefas.

Trata-se de uma forma de formação muito específica e determinada, que normalmente é efectuada no próprio local de trabalho.

Devem-se implementar programas de treino a longo prazo , pois Operadores/as em novas tecnologias requerem formação permanente para manter um elevado desempenho

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A formação profissional pode e deve ser fomentada pela própria

organização, ou pode ser adquirida pelo próprio trabalhador no seu interesse. A formação profissional difere do treino pelo seu conteúdo mais geral e de acordo com os objectivos da organização.

A formação assume hoje um papel fundamental na melhoria da produtividade , pois existem frequentemente défices de competências técnicas ou funcionais no desempenho das actividades de manufactura.

A formação para novas funções , deve ser programada com antecedência , para evitar situações em que o colaborador ocupa o lugar sem a devida preparação , aumentando defeitos e perdas de produtividade .

Avaliação de desempenho

A avaliação de desempenho consiste na apreciação do comportamento dos colaboradores na função que ocupam , através de uma análise objectiva dos seus dados de produção e comportamento (Peças produzidas , nº de defeitos horas trabalhadas , absentismo , funções desempenhadas etc) e posterior comunicação do resultado da avaliação.

Pretende-se que os resultados forneçam uma ideia do nível de desempenho e que sirvam para motivar o aumento de qualidade e da produtividade , mecanismo por vezes associado á atribuição de remunerações adicionais (prémios de mérito ou produção) . Os resultados da avaliação podem ser igualmente utilizados para fundamentar promoções , despedimentos ou mudança de funções .

Neste sentido é preferível que o método de avaliação seja apoiado predominantemente em factores objectivos (peças produzidas , absentismo , flexibilidade etc) contra factores subjectivos (avaliação da chefia) , para

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aumento da transparência dos resultados e assim funcionar como factor real de motivação dos colaboradores .

Exemplo de parâmetros de avaliação

1 - DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE REALIZADA

TAREFA / OPERAÇÃO INICIO - FIM PRODUÇÃO OBTIDA (PC/H) OBJECTIVO (PÇ/H) 2 - ABSENTISMO MÊS HORAS POTENCIAIS HORAS DE FALTA JUSTIFICADAS HORAS DE FALTA TOTAIS % ABSENTISMO TOTAIS 3 - AVALIAÇÃO DO FUNCIONÁRIO

PRODUTIVIDADE: Comparação entre a quantidade de trabalho apresentada e aquela que é esperada para a

função. Implica a consulta dos registos de produção.

… 1 - Não atinge valores relevantes de Produção. … 2 - Produção inferior a 50% do valor médio.

… 3 - Produção superior a 50% e inferior a 80% do valor médio. … 4 - Atinge a produção média (100%) definida para a função

… 5 - Ultrapassa com frequência a produção média (100%) definida para a função.

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Registo e manutenção de informações

O departamento ou responsável de RH , deve manter , tratar e actualizar todas as informações relativas aos colaboradores da empresa , providenciando igualmente informações em tempo útil aos colaboradores , de forma a evitar perdas de tempo em deslocações dos funcionários ao departamento .

A organização da gestão dos RH , deve ter em conta que deve ser evitado a todo o custo a saída do funcionário do seu posto de trabalho para resolução de problemas administrativos pois ela resulta muitas vezes em :

9 perda de produção 9 perda de tempo

9 atraso de outras tarefas 9 perda de ritmo

9 aumento de defeitos

Estes factores enunciados , determinam uma inevitável perda de produtividade do trabalhador e possivelmente do seu sector .

Rotação de pessoal

Uma organização é composta por pessoas, e à semelhança de qualquer sistema de pessoas, existem migrações tanto no interior da organização, como no seu exterior. À migração exterior, ou seja, à movimentação de pessoas para dentro e para fora da organização, chama-se rotação. A gestão da rotação torna-se essencial pois uma rotação elevada gera custos também elevados , pois exige um esforço considerável de tempo e materiais para a sua formação.

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pode ser positiva dado se admitirem pessoas sem vícios de função e mais abertas a novos desafios e possibilidades , os custos da rotação das pessoas podem assumir um valor significativo , uma vez que ocorrem diversas consequências :

custos com recrutamento e selecção, custos com treino e formação,

aumento do risco de acidentes por falta de rotina e experiência, baixa produção no período de treino

falta de entrosamento entre funcionários

As vantagens da rotação das pessoas podem ser identificadas por aspectos como os seguintes:

✓ substituição dos profissionais menos eficientes torna-se mais fácil, ✓ permite a importação de novas ideias,

✓ novos talentos, ✓ novos estilos, ✓ novas tecnologias,

✓ garante o recrutamento de profissionais mais jovens.

A rotação pode, e deve ser controlado de forma a mantê-lo dentro de valores aceitáveis, tendo em conta a necessidade de rejuvenescimento da organização e as capacidades financeiras para fazer face a estes custos.

A rotatividade do pessoal , pode ser um meio de aumentar a flexibilidade da organização , mas geralmente á custa da produtividade , a menos que as funções a desempenhar sejam de muito fácil aprendizagem .

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ERGONOMIA E ORGANIZAÇÃO DO PT

O trabalho e Ergonomia

Como se verificam os problemas ergonômicos no posto de trabalho?

Diversos critérios podem ser adoptados para se diagnosticarem os problemas ergonómicos de um posto de trabalho. Entre eles se incluem-se:

o tempo gasto na operação

o índice de erros e acidentes na execução das tarefas

Contudo, o melhor critério do ponto de vista ergonómico, é a postura e o esforço físico exigido aos trabalhadores pois desta forma, determinam-se os principais pontos de concentração de tensões, que tendem a provocar dores nos músculos e tendões.

Por este motivo, o factor mais importante na análise ergonómica de um posto de trabalho são as posturas assumidas na execução das tarefas, visto que uma má postura pode provocar não só problemas operacionais, como também problemas de coluna e outros, colaterais, provocados por estes.

Posto de trabalho

É o local definido e delimitado para a realização de uma actividade qualquer. Esse local deve ter tudo que é necessário para o trabalho: máquinas, mesas, material, ferramentas, instalações etc.

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A organização do espaço do posto de trabalho é de grande importância para se obter produtividade, ou seja, para se produzir mais, com menos esforço, tempo e custo, sem perda da qualidade.

Para essa organização, é valiosa a técnica baseada nos princípios de

economia de movimentos

Princípios de economia de movimentos

Esses princípios orientam procedimentos que visam reduzir os movimentos do profissional e assim diminuir o seu esforço e aumentar a produtividade.

A ideia base desses princípios é a de que não se deve fazer nada que seja desnecessário. Normalmente, esses princípios são empregues em trabalhos contínuos, manuais e em pequenas montagens. De acordo com tais princípios, o trabalho deve ser organizado a partir das seguintes regras :

1- Uso de músculos adequados

Deve haver concordância entre o esforço a ser feito e os músculos a serem utilizados num trabalho físico. Pela ordem, devemos usar os músculos dos dedos. Se estes não forem suficientes para o esforço despendido, vamos acrescentando a força de outros músculos: do punho, do antebraço, do braço e dos ombros. Essa quantidade de músculos deve ser usada de acordo com a necessidade:

Nem demais, o que seria desperdício de energia;

Nem de menos, porque a sobrecarga de um só músculo pode causar problemas sérios ao trabalhador.

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Quando um pintor usa um pincel médio para pintar uma porta numa determinada altura, ele deve usar os músculos dos dedos mais os músculos dos punhos.

Se utilizar também o antebraço, estará a realizar esforço desnecessário.

2.- Mãos e braços

As mãos e os braços devem trabalhar juntos. Sempre que possível, deve-se organizar o trabalho de modo que ele possa ser realizado com as duas mãos ou os dois braços num mesmo momento e em actividades iguais.

Se, por exemplo, temos de colocar uma porca num parafuso, dar meia-volta na porca e colocar a peça numa caixa de embalagem, devemos fazer esse trabalho com as duas mãos e os dois braços.

Numa empresa, esse tipo de trabalho pode ser feito de modo rápido e eficiente pelo trabalhador, desde que se façam as adaptações necessárias no posto de trabalho e que o trabalhador passe por um treino adequado.

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3 - Movimentos curvos

Os movimentos dos braços e das mãos devem ser feitos em curvas contínuas, isto é, sem paragens e, se possível, de forma combinada.

Um exemplo de movimento em curvas é o de encerar que, em vez de vaivém, deve ser feito em círculos contínuos.

Um exemplo de movimento combinado é o que fazemos quando pegamos num parafuso com as

mãos e o seguramos de modo que sua posição fique adequada para o encaixar num furo.

4. Lançamentos

Quando necessitamos transportar coisas, poderemos lançá-las em vez de as carregar, se a distância assim o permitir. Esse lançamento deve seguir uma trajectória curva com um

alcance adequado .

É o que fazem os operários da Construção Civil , ao usarem pás para lançarem areia de um local para outro , ou para a

movimentação de materiais de construção .

5. Ritmo

O trabalho deve ser feito com ritmo, ou seja, cadência. Quando percorremos uma longa distância, devemos manter um ritmo constante, de modo a que não

zona máxima

zona optima zona normal ÁREA DE TRABALHO

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nos cansemos tanto andando muito rápido, ou demoremos demasiado andando muito devagar.

É contudo importante referir que cada pessoa tem um ritmo próprio. Assim, o trabalhador deve seguir o seu próprio ritmo e mantê-lo constantemente.

O aumento do ritmo de trabalho é uma excelente forma de aumentar a Produtividade , mas deve ser obtida á custa do treino do operador na

função que desempenha , sem que tal ponha em causa as suas condições de

segurança .

A melhoria do ritmo deverá ser um objectivo do treino e da formação do operador , mas deverá igualmente ser obtida através a melhoria e simplificação das máquinas e das ferramentas que são usadas . Ao serrar uma barra de aço de bitola fina, por exemplo, com uma serra manual, o movimento de vaivém deve ter um ritmo normal.

Um movimento excessivamente rápido, além de cansar quem serra, pode resultar num corte imperfeito, ou sem a qualidade pretendida.

Em alguns casos , poderá causar a redução da produção pois o trabalhador, após esse esforço, vê-se obrigado a parar por cansaço excessivo.

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6. Zonas de trabalho

É preciso demarcar bem a zona de trabalho, que é a área da extensão das mãos do trabalhador quando ele movimenta os braços, sem precisar movimentar o corpo.

No plano horizontal, temos a chamada zona óptima, adequada para a realização de tarefas mais precisas, em que são

movimentados os dedos e os punhos.

Quando usamos dedos, punho e antebraço na execução de um trabalho, estamos a usar a zona normal, conforme ilustra a figura .

A zona de alcance máximo dos braços corresponde à área denominada zona máxima.

Além desse limite, não é recomendável a realização de nenhuma tarefa. Todas as ferramentas, materiais, botões de comando e pontos de operação devem estar sempre colocados nessas áreas, seguindo, se possível, a sequência:

zona optima

zona normal

zona maxima

ZONA ÓPTIMA - ZONA NORMAL - ZONA MÁXIMA.

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7. Altura do posto de trabalho

A altura do posto de trabalho é um dos aspectos importantes para manter o conforto do trabalhador e evitar cansaço.

Sempre que possível, a pessoa deve ter liberdade para trabalhar em pé ou sentada, mudando essas duas posições de acordo com sua disposição física.

Portanto, as máquinas e mesas de trabalho devem ter altura adequada à altura do trabalhador para ele trabalhar em pé.

Sempre que necessário e para seu conforto, deve haver um assento regulável á sua estatura e fisionomia , que lhe possibilite trabalhar sentado sem esforço da coluna . Existem trabalhos que só podem ser feitos com o trabalhador sentado, como é o caso dos motoristas, ou trabalhadoras da confecção e trabalhos que só podem ser feitos em pé, como é o caso dos cozinheiros à frente de um fogão.

Se o posto de trabalho exigir que o operador esteja sentado numa cadeira alta, o trabalhador precisa de ter um apoio para os pés, de modo que haja facilidade de circulação do sangue pelas coxas, pernas e pelos pés.

8. Um lugar para cada coisa

Deve haver sempre um lugar para cada coisa e cada coisa deve estar sempre num lugar próprio .

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Pondo isso em prática, evitam-se fadiga, perda de tempo e irritação por não se encontrar o que se necessita e quando se necessita .

Nas operações de manufactura como as confecções , é muito importante que a posição dos artigos de produção e das ferramentas , estejam em posições adequadas e pré definidas , para que o operador crie o hábito de proceder sempre do mesmo modo (mecanização) sem perder tempo há procura dos itens de produção . Caso isso não aconteça , perde-se muito tempo com operações não produtivas .

Um exemplo desse princípio de ordem e organização é o dos quadros de oficinas mecânicas, que apresentam contornos das ferramentas a fim de que cada uma volte sempre ao seu local especifico , permitindo que os operadores fixem ao fim de algum tempo , a posição da ferramenta no quadro de ferramentas .

9. Objectos em ordem

Objectos em ordem facilitam o trabalho. Se, numa sequência de operações, se usa uma ferramentas ou outros objectos, deve-se procurar colocá-los na mesma ordem da sequência de utilização e na zona em que vai trabalhar.

Os objectos de uso mais frequente devem ser os que ficam mais próximo do utilizador.

10. Uso da força da gravidade

A força da gravidade faz com que os corpos sejam atraídos para o centro da Terra. Deve ser

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uso de materiais. Se a banca de trabalho por exemplo, poder ter uma calha para receber peças de outro posto de trabalho , evita-se o deslocamento do operador .

11. Ferramentas

As ferramentas devem ser adequadas ao trabalho, tanto no tipo quanto no tamanho.

Por exemplo, para pregar pregos pequenos, devemos usar martelos pequenos e para pregos grandes, martelos grandes.

Devemos apertar uma porca com chave de boca com tamanho e tipo apropriados. Seria incorrecto usar por exemplo um alicate para realizar essa operação ..

Quando para a operação a realizar não existem ferramentas adequadas , é necessário adaptar ou criar ferramentas próprias para que a tarefa produtiva possa ser mais rápida ou segura . Esta vertente da produção fabrico de ferramentas próprias), corresponde a um dos aspectos que mais influencia o saber fazer da Empresa e o que a pode distinguir dos seus concorrentes .

12. Ferramentas combinadas

Podemos utilizar combinações de ferramentas, desde que não criem risco de acidentes.

É o caso do canivete, que tem lâmina de corte, abridor de latas, de garrafas etc. É o caso, também, da chave

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13. Acessórios inteligentes

Alguns acessórios úteis são inventados para aumentar o rendimento das máquinas e para proporcionar maior segurança para quem trabalha.

Exemplos disso são os encostos, gabaritos, suportes, guias. São acessórios conhecidos como inteligentes porque permitem de forma passiva , realizar tarefas que de outro modo exigiriam um operador adicional ou mais operações de controle .

FACTORES AMBIENTAIS

Outros factores, como iluminação, ruído, temperatura , poluentes , etc., devem ser considerados quando se estuda a produtividade ( ou a falta dela)

Para aumentar a produtividade deve-se assegurar que estes factores estão controlados ou optimizados, pois eles afectam a saúde , o poder de concentração e o nível de conforto do trabalhador , enquanto este desempenha a sua tarefa.

Nestes casos , a perda de produtividade é indirecta e dificilmente mensurável .

Trabalho em temperaturas elevadas

Durante o trabalho físico no calor, constata-se que a capacidade muscular se reduz, o rendimento decai e a actividade mental altera-se , apresentando perturbação da coordenação motora e perda gradual de concentração.

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A frequência de erros e acidentes tende a aumentar pois o nível de vigilância diminui, principalmente a partir de 30° C. Ocorrem igualmente outros problemas ligados à saúde, quando o indivíduo trabalha em locais com temperaturas elevadas:

Internação ou insolação; Prostração térmica; Catarata e conjuntivites; Dermatites.

Algumas recomendações para o trabalho em locais quentes

Isolamento das fontes de calor;

Roupas e óculos adequados no caso de calor por radiação;

Pausas para repouso;

Reposição hídrica adequada - beber pequenas quantidades de líquido (0,25 l/vez), frequentemente.

Ventilação natural. Sempre que as condições de conforto térmico não forem atendidas pela ventilação natural, recomenda-se a utilização de ventilação artificial.

Trabalho em baixas temperaturas

Os danos à saúde, nestes casos, apresentam uma relação directa entre o tempo de exposição e as condições de protecção corporal. Destacam-se, ainda, os cuidados necessários à prevenção dos denominados choques térmicos, que podem ocorrer quando o organismo é exposto a uma variação brusca de temperatura.

Os efeitos sobre a saúde do trabalhador frente a um ambiente de trabalho com baixas temperaturas são, entre outros:

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ƒ enregelamento dos membros devido a má circulação do sangue; ƒ ulcerações decorrentes da necrose dos tecidos expostos;

ƒ redução das habilidades motoras como a destreza e a força, assim como da capacidade de pensar e julgar;

ƒ tremores, alucinações e a inconsciência.

Como se compreende facilmente , o trabalho sob stress térmico , origina desgaste físico prematuro ao colaborador , ou perda parcial das suas faculdades . Nestas condições o seu desempenho é perturbado na concentração e capacidade de realizar esforços contínuos , pelo que naturalmente ocorrerão :

Mais defeitos de produção

Perdas de tempo em paragem para descanso

Dificuldade de reagir prontamente

Incapacidade física em realizar algumas tarefas mais pesadas

AMBIENTE ACÚSTICO

Definições

O SOM caracteriza-se por flutuações de pressão num meio compressível (ar) .

Não são todas as flutuações de pressão que produzem a sensação de audição quando atingem o ouvido humano pois a sensação de som só

ocorrerá quando a amplitude destas flutuações e a frequência com que elas se repetem estiverem dentro de determinadas faixas de valores.

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Estas flutuações têm as seguintes características:

a) Frequência (f) : é definida como o n° de repetições das flutuações de pressão ou ciclos/segundo ou n° de ciclos/segundo (1 ciclo/segundo = 1 Hz). De 20 - 20000 Hz as ondas sonoras podem ser audíveis.

b) Amplitude : é o deslocamento máximo da posição de equilíbrio

c) Comprimento de onda (λ) : é a distância entre dois picos sucessivos de ondas com amplitudes similares.

O RUÍDO

Definição subjectiva: som desagradável e indesejável

Definição operacional: é um estímulo que não contém informações úteis à

tarefa em execução

Exemplo: o bip intencional de uma máquina, ao final de um ciclo de operação, pode ser considerado útil ao operador (aviso), mas para um colega pode ser considerado um ruído, se estiver concentrado noutra tarefa.

Nível de pressão sonora - escala decíbel (dB)

O ouvido humano responde a uma larga faixa de intensidade acústica, desde o limiar da audição até o limiar da dor. Por exemplo, a 1000 Hz a intensidade acústica que é capaz de causar a sensação de dor é 104 vezes a intensidade acústica que é capaz de causar a sensação de audição

Intensidade sonora Exemplos

100.000.000.000.000 10.000.000.000.000 . limiar da dor avião a jato .

Referências

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