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ANÁLISE DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO

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Academic year: 2021

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ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO

( ) CULTURA

(X ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO

( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE

( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA

ANÁLISE DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO

Fernanda Gonçalves Kossatz

RESUMO

O presente trabalho se enquadra na linha temática do “Direitos Humanos e Justiça”. É o resultado das discussões realizadas a partir da participação no projeto de extensão do ECA: conheça, usufrua seus direitos e exercite seus deveres, Subprojeto NEDIJ (Núcleo de Estudos e Defesa de Direitos da Infância e da Juventude). Desenvolvido na Universidade Estadual de Ponta Grossa por acadêmicos do Curso de Direito coordenado pela Professora Rosângela Penteado Brandão. O objetivo do projeto é levar as escolas públicas de Ponta Grossa que aderiram a parceria, palestras com a temática do Estatuto da Criança e do Adolescente aos alunos com idade entre 11 e 14 anos. A inquietação em torno da legislação e das políticas e medidas socioeducativas aos adolescentes infratores. A presente pesquisa sobre a medida de internação, de cunho bibliográfico, subsidiará a organização das palestras como suporte teórico para apresentação do tema. As medidas figuram como uma espécie de medida de proteção e são aplicadas para jovens a partir de seus doze anos de idade. A medida de internação esta indicada no artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Será utilizada como última razão do sistema como meio de resgate e ressocialização do adolescente infrator, respeitando os princípios da brevidade, excepcionalidade e condição peculiar da pessoa em desenvolvimento. A caracterização do ato infracional será mediante todos os elementos objetivos, subjetivos e normativos, circunstâncias e requisitos do fato delituoso. A prática de ressocialização indicada no Estatuto prevê a possibilidade de oportunidades e condições de aprendizagem, preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

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Introdução

O presente trabalho é o resultado das discussões realizadas a partir da participação no projeto de extensão do ECA: conheça, usufrua seus direitos e exercite seus deveres, Subprojeto NEDIJ( Núcleo de Estudos e Defesa de Direitos da Infância e da Juventude). Desenvolvido na Universidade Estadual de Ponta Grossa por acadêmicos do Curso de Direito coordenado pela Professora Rosângela Brandão. O objetivo do projeto e levar as escolas públicas de Ponta Grossa que aderiram a parceria ,palestras com a temática do Estatuto da Criança e do Adolescente aos alunos com idade entre 11 e 14 anos. A inquietação em torno da legislação e das políticas e medidas socioeducativas aos jovens infratores. A pesquisa sobre a medida socieducativa de internação, de cunho bibliográfico, subsidiará a organização das palestras como suporte teórico para apresentação do tema. As medidas socioeducativas figuram como uma espécie de medida de proteção e são aplicadas para adolescentes à partir de seus doze anos de idade. A medida de internação esta indicada no artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Será utilizada como última razão do sistema como meio de resgate e ressocialização do adolescente infrator, respeitando os princípios da brevidade, excepcionalidade e condição peculiar da pessoa em desenvolvimento.

A caracterização do ato infracional será mediante todos os elementos objetivos, subjetivos e normativos, circunstâncias e requisitos do fato delituoso.

A prática de ressocialização indicada no Estatuto prevê a possibilidade de oportunidades e condições de aprendizagem, preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Para que exista essa pratica de ressocialização são assegurados alguns direitos para o adolescente internado como direito de ser entrevistado pessoalmente com Representante do Ministério Publico; direito de peticionar diretamente a qualquer autoridade; ser informado de sua situação processual; ser tratado com respeito e dignidade; entre outros elencados no Art 124 do Estatuto. Encontra-se nesse artigo a diferença entre a medida de internação e a internação provisória que é chamada de atendimento acautelatório para adolescentes em conflito com a lei. Finalizando com as criticas de alguns autores como Goffman, Frasseto e Meneses.

Objetivos

Objetivo Geral do Projeto de extensão do ECA: conheça, usufrua seus direitos e exercite dos deveres é informar acerca dos direitos e deveres contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente, às crianças e adolescentes pertencentes a rede de ensino fundamental e médio de Ponta Grossa. O projeto tem como objetivos específicos: capacitar e treinar os discentes envolvidos no projeto sobre o Estatuto da Criança e do adolescente, promover palestras e seminários, realizar oficinas temáticas acerca do Estatuto da Criança e do Adolescente, levantar dados acerca do “quê” as crianças e adolescentes conhecem sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, buscar junto aos professores das escolas, quais informações relevantes, contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente que eles gostariam que se dê ênfase nas palestras, realizar estudos e pesquisas sobre os direitos da criança e do adolescente, divulgar em eventos os resultados obtidos com o projeto.

Objetivos da presente pesquisa são: pesquisar sobre o que é medida socioeducativa de internação, conhecer os direitos do adolescente internado, refletir sobre aplicabilidade e eficácia da medida.

Metodologia

O Projeto de extensão utiliza como metodologia para suas pesquisas: a capacitação dos acadêmicos que irão atuar no projeto; reuniões com a equipe executora do projeto; visita às escolas para expor o projeto, aos diretores e professores; oficinas, palestras e seminários; estudos, pesquisas e debates acerca do tema para divulgação em eventos científicos. A presente pesquisa utilizou-se de Fontes Bibliográficas como a doutrina, Estatuto da Criança e do Adolescente.

Resultados

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As medidas sócias educativas figuram como uma espécie de medidas de proteção. Porem são aplicadas para adolescentes a partir de 12 anos de idade. Flávio Américo Frasseto1 define medidas sócio-educativas como “resposta estatal dotada de coercitividade dirigida em face de um jovem autor de ato infracional. Elas possuem natureza sancionatória e têm como objetivo a prevenção especial, compreendida como inibição da reincidência”. O bem jurídico a ser tutelado não é a parte que foi lesada e sim a proteção do menor infrator.

A internação é uma das varias medidas socioeducativas indicada no Art 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Esta priva o adolescente de sua liberdade, devendo ser aplicada somente diante dos casos tipificados no Art 122 do Estatuto da criança e do adolescente: a medida de internação só poderá ser aplicada quando tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa; por reiteração no cometimento de outras infrações graves, por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. É importante ressaltar que para sua efetiva aplicação deve-se observar o principio do devido processo legal.

A medida de internação será utilizada como ultima ratio do sistema, tendo como objetivo o resgate e a ressocialização do adolescente infrator por meios sócio-educativos. Tentando assegurar aos adolescentes infratores cuidados especiais como: proteção, educação, formação profissional, esporte, lazer, para que quando aptos à reinserção social possam exercer papel de cidadãos dentro da sociedade.

A prática da internação está orientada pelos princípios elencados no Art.121 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Os princípios são brevidade, excepcionalidade e respeito a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

Conforme Jacqueline de Paula Silvia Cardoso2, explica que “através do principio da brevidade é o reconhecimento de que a subtração de um ser humano do convívio social não é a melhor maneira de educá-lo para esse convívio”, Art 121 parágrafo terceiro dispõe sobre a duração máxima da pena de internação, o prazo limite é de três anos. Isso significa, que completado três anos o adolescente deve ser obrigatoriamente colocado em liberdade, na medida de semi-liberdade ou liberdade assistida de acordo com o parágrafo quarto do Art 121 do ECA. Esse é um direito do adolescente que deriva do fato de que o manter mais tempo internado não surtirá resultados positivos, ao contrario, pode prejudicar seu desenvolvimento sadio.O adolescente submetido a esta medida receberá um acompanhamento da equipe técnica do estabelecimento em que está internado. As unidades de internação normalmente contam com uma equipe composta por psicólogos e assistentes sociais que acompanham e orientam os menores internados. Esses profissionais têm responsabilidade de enviar relatórios periódicos, ao poder judiciário informando a situação do processo sócio-educativo do jovem. Os relatórios permitem que o juiz então decida se é preciso que ele continue internado ou se a medida já pode ser substituída por outra, eventualmente em meio aberto.

Segundo Jacqueline Cardoso3,

principio da excepcionalidade encontra-se disposto no parágrafo segundo do Art 122 do ECA, posto que a internação é medida de privação de liberdade e dever ser utilizada apenas como recurso extremo para o alcance do sentido de reprimenda estatal

”,

ao ser imposta deve ser justificada a necessidade de sua aplicação, de forma a ilidir a presunção de adequação de regime mais brando. O STJ também entende dessa maneira como exemplo temos o HC 8836 - a medida de internação somente deve ser determinada em casos excepcionais e por períodos curtos, visto que o adolescente não dever ser privado do convívio familiar; HC 8443 – o sistema de internação, previsto no Estatuto da Criança e do adolescente, foi instituído como medida excepcional, somente aplicável nas extremas hipóteses descritas na lei, trata-se de medida extrema que somente se justifica quando a infração é grave e outra medida, mais branda, não se mostra eficaz para a recuperação do menor. Segundo Emilio Garcia Mendez4 “o caráter breve e excepcional da medida surge, também do reconhecimento dos provados efeitos negativos da privação da liberdade, principalmente no caso da pessoa humana em condição peculiar de desenvolvimento”.

Oprincipio do respeito à condição peculiar da pessoa em desenvolvimento alem de estar no Art121 do Estatuto da Criança e do Adolescente, está previsto no Art 227 da Constituição Federal. Ensina Martha Machado5 “por se acharem na peculiar condição de pessoa em desenvolvimento

1

FRASSETO, Flávio Américo. Pela necessidade de uma doutrina do processo de execução de medidas sócio-educativas. Acervo Operacional dos Direitos da Criança e Adolescente, Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e da Juventude (ABMP). Disponível em: <http://www.abmp.org.br/acervo.php>

2

Disponível em http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/Juridica/article/viewArticle/493 3 loc. cit

4

apud MENESES, Elcio Resmini, 2008, p.95- Medidas socioeducativas uma reflexão jurídico pedagógica 5 .(2003, p. 108-109)

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crianças e adolescente encontram-se em situação essencial de maior vulnerabilidade, ensejadora da outorga do regime especial de salvaguardas, que lhe permitem construir suas potencialidades humanas em sua plenitude”. Jacqueline6 “defende que quando a lei fala de respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, a lei esta se referindo à importância de considerar, ao punir o adolescente, o estagio de evolução em que ele se encontra, sua capacidade de compreensão, absorção e resposta as limitações impostas pela internação.”

Tipos de atos infracionais em que podem ser aplicados a medida sócioeducativa de internação

O Eca no seu art. 103 considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. Em Del-Campo7 e Oliveira indicam alguns partidários da doutrina finalista que o crime é um fato típico e antijurídico, sendo a culpabilidade um mero pressuposto de aplicação da pena. Percebe-se que o estatuto se baseia no princípio da reserva legal assegurado pelo artigo 5º da Constituição Federal em que preceitua que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal.

Para que ocorra a caracterização de ato infracional é preciso que se verifique a ocorrência concreta do crime contendo todos os elementos objetivos, subjetivos e normativos, bem como todas as circunstancias e requisitos do fato delituoso.

O Estatuto da Criança e do Adolescente no artigo 122 indica que a medida de internação poderá ser aplicada quando: inciso I trata-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa, exemplificando-se no homicídio doloso, estupro, latrocínio. Inciso II por reiteração no cometimento de outras infrações graves e nesse caso o estatuto não definiu um parâmetro para considerar os crimes como graves. Para Eduardo Roberto Alcantara Del-Campo e Thales Cezar de Oliveira8, “a interpretação do inciso deve ser mais permissiva. Há casos, como o envolvimento no crime organizado, em que a internação torna-se necessária até para a proteção do próprio infrator caso ele não tenha família adequada. A reiteração não se confunde com reincidência penal, não exigindo assim medida socioeducativa anterior com o transito em julgado, também não precisa haver repetição da mesma infração, bastando a demonstração de que o jovem possui antecedentes infracionais. Outra possibilidade citada por Del- Campo e Oliveira9 em seu livro é a existência de múltipla reiteração em infrações de menor gravidade. Seja, por exemplo, no caso de um adolescente que, pela pratica de inúmeros furtos, recebe consecutivamente, todas as medidas em meio aberto preconizadas pelo ECA, da advertência à liberdade assistida, sem que nenhuma delas surta efeito ressocializador desejado. Como ultima tentativa, sob pena de desmoralização total da justiça menorista, não resta ao julgador outra solução que não a de promover a internação do renitente infrator. O inciso III por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. Portanto, como consequência do não cumprimento da medida anterior aplicada levará aos institutos competentes a aplicação da penalidade de internação.

Direito do adolescente interno

O artigo 124 do Estatuto da Criança e do Adolescente faz a previsão legal dos direitos do adolescente internado, como o direito de ser entrevistado pessoalmente com Representante do Ministério Publica sempre que precisar de esclarecimentos sobre sua situação pessoal. Também, poderá fazer reclamações relacionadas à entidade. Essa entrevista pode ser feita a qualquer momento à pedido do internado ou durante as visitas de inspeção do membro do Ministério Publico.

Sendo, garantido aos adolescentes internos na instituição de ressocialização o direito de peticionar diretamente a qualquer autoridade é assegurado pelo Art 5º, XXXIV da Constituição Federal, assegura evitar abusos e omissões; o internado tem direito de avistar-se reservadamente, isso é desdobramento do principio da ampla defesa; ser informado de sua situação processual; ser tratado com respeito e dignidade.

Ainda no mesmo artigo 124 no inciso VI lhe é dada a garantia de ser internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicilio de seus pais ou responsáveis no inciso VII receber

6 Disponível em http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/Juridica/article/viewArticle/493 7 (DEL-CAMPO, OLIVEIRA, 2007, p.167) 8 loc.cit 9 loc. cit

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visitas semanalmente, de acordo com o parágrafo 2º do mesmo artigo esse direito poderá ser suspenso temporariamente desde que fundamentado por autoridade judiciária se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. Inciso VII corresponder-se com seus familiares e amigos, este direito visa fortalecer os vínculos familiares e sociais para que o processo de ressocialização torne-se mais curto. No inciso IX ter acesso aos objetos necessários para higiene e asseio pessoal. O inciso X habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade. Inciso XI receber escolarização e profissionalização; no inciso XII prevê a realização de atividades culturais, esportivas e de lazer; inciso XIII ter acesso aos meios de comunicação social. Inciso XIV receber assistência religiosa, segundo sua crença, e desde que assim deseje; inciso XV manter a posse dos objetos pessoais e dispor de lugar seguro para guardá-los, recebendo um comprovante daqueles por ventura depositados em poder da entidade. Ao receber a autorização para sua desinternação deve a instituição providenciar a restituição dos documentos do jovem indispensáveis a vida em sociedade.

Internação provisória

De acordo com Estatuto da Criança e do Adolescente no artigo 108 a internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo Maximo de 45 dias. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se nos indícios suficientes de Eduardo e Thales10 a internação provisória também chamada como atendimento acautelatório para adolescentes em conflito com a lei, corresponde a custódia processual de natureza cautelar que só pode ser decretada pela autoridade judiciária em decisão fundamentada. Segundo do artigo 108 do Estatuto o prazo de 45 dias foi estabelecido em harmonia com o disposto no artigo 183 do Estatuto, já que é igual ao máximo previsto para a conclusão do procedimento para apuração do ato infracional. Sendo que a aplicação da internação provisória poderá admitida para atos infracionais de menor gravidade, mas cometidos por adolescentes em situação de risco. O fundamento nesses casos passa ser a necessidade de proteção imediata ao próprio adolescente e só será admissível se inadequado o encaminhamento ao regime de abrigo.

Criticas a medida socioeducativa de internação

Goffman11 compara a internação do adolescente infrator à medida de institucionalização total, descrita como local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos, com situação semelhante são separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levando uma vida fechada e formalmente administrada.

Os adolescentes então vivem internamente uma experiência de solidão, esvaziamento e dissociação interna, sem que encontrem no contexto institucional e nas relações estabelecidas, as possibilidades integradoras de sua cultura e ambiente de convivência.

Meneses12 reconhece que a sociedade propõe uma falsa premissa de que através da medida der internação, privação da liberdade, haverá redução da violência, da delinquência juvenil, porém não é isso que ocorre. Flavio Américo Frasseto13 defende que “ao reservar para casos excepcionais a aplicação desta medida, em verdade, o legislador estava partindo da idéia de a institucionalização total, com a segregação do infrator do meio social, é instrumento totalmente fracassado de controle da chamada delinqüência juvenil. Pior: além de ineficaz tal sistema tem se mostrado reprodutor e reforçador desta mesma delinqüência.”

Ainda Elcio14 ressalta que tal fato ocorre porque a internação não apresenta a qualificação de medida socioeducativa que o Estatuto da Criança e o Adolescente propõe, pois não respeitam as condições indicadas para ressocializar o adolescente. Os locais de internação estão superlotados, o adolescente esta privado do contato com a sociedade, a qual lhe proporciona a construção de valores como sujeito cidadão.

Na sociedade o menor infrator tem seus direitos fundamentais previstos na Constituição Federal garantidos. Destacando-se o lazer, o esporte que se vinculam ao principio da dignidade e respeito.

10 loc. cit 11 Disponível em http://www.indecon.adv.br/marianasecorum.pdf 12 (2008, p.95) 13 ( Frasseto, 2006,p. 27) 14 (2008, p.97)

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Resmini15 não sugere o fim da internação pelo mal necessário que ela representa. Mal, porque não existem bondades na punição. Necessário, porque a contenção também se identifique com a paz social. O que estou a refutar é a existência de qualquer propósito educativo na medida, pois em nada constrói o sujeito, nem individual, nem socialmente. Não há pedagogia na medida e, por muito menos, na execução.

A citação indica que os resultados das medidas de internação não tem resolvido os problemas de delinquência do adolescente, mas que podem até resultar em situações mais complexas e difíceis de tratar.

6. Conclusão e Resultados

A partir das leituras realizadas pode-se observar que a medida socioeducativa de internação conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente Art 121 e seguintes, deverá respeitar em primeiro lugar os princípios da brevidade, excepcionalidade e condição peculiar da pessoa em desenvolvimento. A internação deve ser utilizada somente diante dos atos infracionais delimitados no Art 122, alem disso preceitua esse mesmo artigo que em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida mais adequada.

O Eca coloca que qualquer medida socioeducativa levará em conta parâmetros pedagógicos. Segundo Meneses16 na medida de privação de liberdade não existe qualquer propósito educativo, pois em nada constrói o sujeito individual, nem socialmente.

Em 15 de março de 2006 os conselheiros de Psicologia e a Ordem dos advogados do Brasil (OAB)17 promoveram varias visitas simultâneas a centros de internação de quase todo pais, constatando a preponderância de unidades superlotadas, projetos arquitetonicos semelhantes a presídios, presença de celas fortes e castigos corporais, ausência ou precariedade dos projetos socioeducativos, desconhecimento por parte dos adolescentes de sua situação jurídica, procedimentos- vexatórios de revista aos familiares por ocasião das visitas, presença de adolescentes acometidos de sofrimento mental, entre outros problemas. Outra relevante questão constatada, instituições viola o prazo limite de internação daquele permitido em sentença

Diante deste dado constata-se que os centros de internação não respeitam os direitos do internado assegurados pelo Estatuto. O encarceramento nunca promoveu reeducação e muito menos cidadania dos jovens.

Portanto a internação que é encarceramento dos jovens, é experiência que não melhora e tende a piorar as pessoas que passam por ela, pois causa danos psicológicos e dificulta a volta à vida em sociedade.

Referencias

CARDOSO, Jacqueline de Paula Silva. Da ineficácia da internação como medida

Sócio - educativa– Disponível em http://www.indecon.adv.br/marianasecorum.pdf Acesso em 27 de abril de 2011

DEL- CAMPO , Eduardo Roberto Alcântara e OLIVEIRA, Thales Cezar de. Estatuto da Criança e do Adolescente. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2007

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Brasil lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990. VADE MECUM: obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Livia Céspedes. 11. Ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

FRASSETO, Flávio Américo. Primeiro não fazer o mal: pauta para um programa de internação – Disponível em http://www.movimentodeemaus.org/pdf/publicacoes/livros/direitos_humanos_e_mse.pdf Acesso em 15 de abril de 20011

15 loc cit 16 (2008, p. 97) 17

Um retrato das unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei. Brasília: OAB; CFP, 2006. Disponível em: HTTP://www.pol.org.br/publicações/pdf/relatoriocaravanas.pdf.

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GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 1974 – Disponível em http://www.indecon.adv.br/marianasecorum.pdf Acesso em 03 de maio de 2011

MACHADO, Martha. A Proteção constitucional de crianças e adolescentes e os Direitos Humanos. Barueri, SP: Manoli, 2003.

MENESES, Elcio Resmini. Medidas socioeducativas: uma reflexão jurídico- pedagógica. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora: Porto Alegre, 2008

Um retrato das unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei. Brasilia: OAB; CFP, 2006. Disponível em: HTTP://www.pol.org.br/publicações/pdf/relatoriocaravanas.pdf - Acesso em 03 de maio de 2011

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