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CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA THIAGO DIAS HERRMANN

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Academic year: 2021

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THIAGO DIAS HERRMANN

TREINAMENTO FUNCIONAL PARA IDOSOS: OS EFEITOS NA MELHORA DA SAÚDE NA TERCEIRA IDADE

Ijuí- RS 2021

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THIAGO DIAS HERRMANN

TREINAMENTO FUNCIONAL PARA IDOSOS: OS EFEITOS NA MELHORA DA SAÚDE NA TERCEIRA IDADE

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do curso de Educação Física - Campus Ijuí, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Educação Física.

Orientado por: Prof.ª Ms. Eloísa de Souza Borkenhagen Bohrer.

Ijuí – RS 2021

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THIAGO DIAS HERRMANN

TREINAMENTO FUNCIONAL PARA IDOSOS: OS EFEITOS NA MELHORA DA SAÚDE NA TERCEIRA IDADE

Banca Examinadora

_________________________________________________ Profª. Ms. Eloísa de Souza Borkenhagen Bohrer

(Orientadora)

________________________________________________ Prof. Ms. Mauro Bertollo

(Examinador)

Ijuí-RS 2021

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TREINAMENTO FUNCIONAL PARA IDOSOS: OS EFEITOS NA MELHORA DA SAÚDE NA TERCEIRA IDADE

Acadêmico: Thiago Dias Herrmann

Orientadora: Profª. Ms. Eloísa de Souza Borkenhagen Bohrer

RESUMO

De acordo com o canal de conteúdo do Banco BMG, Estado de Minas, dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a população nacional – de idosos (acima de 60 anos) – triplicou nos últimos cinquenta (50) anos, ou seja, a população idosa passou de 5,8% (dados da década de 1970), para 18,8% no ano de 2020, isso nos faz constatar um crescimento de forma gradativa e contínua nessa faixa etária. Conforme o significativo crescimento desses indivíduos passa-se a ter uma maior preocupação com as problemáticas relacionadas à saúde e a qualidade de vida que cercam o envelhecimento. Dois fatores corroboram para as preocupações acerca dessa problemática em nossa atualidade: a) o primeiro deles é o surgimento do Coronavírus (SARS-CoV-2) em fins de 2019 e, b) o aumento do sedentarismo que vem em decorrência do primeiro. Em contrapartida, foi exatamente a necessidade de manter-se ativo, mesmo diante das medidas que levaram ao afastamento social e o fechamento dos espaços comumente usados para esta finalidade (academias, clubes, grupos de convivência) que fez com que a prática de exercícios adaptados em casa, a calistenia e o atendimento online se colocassem como alternativas viáveis. Desta forma, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão bibliográfica da obra Guia Completo de Treinamento Funcional (2016), de autoria de Luciano D’Elia, como forma de aprofundar a compreensão metodológica desta modalidade aplicada ao treinamento de idosos. Para isso, pretende-se discutir o papel do profissional de Educação Física no que tange à prescrição e orientação de exercícios físicos para idosos; além de, descrever como se dá o processo de envelhecimento do ser humano e o quanto o sedentarismo é prejudicial a ele; e por fim, apresentar alguns exercícios, segundo a metodologia do treinamento funcional que corroboram para a melhoria das funções motoras (força, equilíbrio e flexibilidade) do idoso e que contribuem para uma maior autonomia e qualidade de vida destes. Esse trabalho se configura como uma pesquisa qualitativa, do tipo revisão bibliográfica.

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Lista de Quadros

Quadro 1:Afundo com halteres ... 34

Quadro 2: Afundo lateral ... 35

Quadro 3: Afundo cruzado ... 35

Quadro 4: Afundo unilateral ... 35

Quadro 5: Agachamento búlgaro ... 36

Quadro 6: Sprints contra a parede ... 37

Quadro 7: Elevação frontal unilateral: Função isolada ... 38

Quadro 8: Push press unilateral: Função integrada ... 38

Quadro 9: Abdominal supra: Função isolada ... 39

Quadro 10: Extensão de tornozelo: Função isolada ... 40

Quadro 11: Elevação de perna: Função isolada ... 41

Quadro 12: Step up: Função integrada ... 41

Quadro 13: Arremesso com pés paralelos e rotação lateral ... 42

Quadro 14: Arremesso unilateral com base anteroposterior ... 43

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Lista de Figuras

Figura 1: Afundo com halteres ... 34

Figura 2: Afundo lateral ... 35

Figura 3: Afundo cruzado ... 35

Figura 4: Afundo unilateral ... 36

Figura 5: Agachamento búlgaro ... 37

Figura 6: Sprints contra a parede ... 38

Figura 7: Elevação frontal unilateral: Função isolada ... 38

Figura 8: Push press unilateral: Função integral ... 39

Figura 9: Abdominal supra: Função isolada ... 39

Figura 10: Extensão de tornozelo: Função isolada ... 40

Figura 11: Elevação de perna: Função isolada ... 41

Figura 12: Step up: Função integrada ... 41

Figura 13: Aremesso com pés paralelos e rotação lateral ... 42

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8 2 REFERENCIAL TEÓRICO ...

2.1 TREINAMENTO FUNCIONAL ...

2.1.1 O surgimento de uma nova modalidade de exercício físico ... 2.1.2 Finalidades do treinamento funcional ...

2.1.2.1 Capacidades Físicas ... 2.1.2.2 Força Muscular ... 2.1.2.3 Equilíbrio ... 2.1.2.4 Flexibilidade ... 2.2 BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL PARA O IDOSO ... 2.3 O QUE É ENVELHECIMENTO? ...

2.3.1 Alterações fisiológicas advindas do envelhecimento ...

2.4 COVID-19 E O AGRAVAMENTO DO SEDENTARISMO ...

11 11 13 15 16 16 17 19 20 22 23 25 3 METODOLOGIA ...

3.1 ABORDAGEM E TIPO DE PESQUISA ... 3.2 SUJEITOS DA PESQUISA ... 3.3 CONTEXTO DA PESQUISA ... 3.4 INSTRUMENTO DA PESQUISA ... 3.5 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA ...

29 29 30 30 30 31 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ...

4.1 APRESENTANDO À OBRA: GUIA COMPLETO DO TREINAMENTO FUNCIONAL DE LUCIANO D’ELIA ... 4.2 O TREINAMENTO FUNCIONAL NA PRÁTICA: ORIENTAÇÕES DE EXERCÍCIOS PARA IDOSOS ...

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33 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 47 REFERENCIAL ... 49

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1. INTRODUÇÃO

Este estudo busca tematizar sobre a prática do treinamento funcional pelo idoso no geral e em especial, durante a pandemia da COVID-19. O interesse pelo tema surgiu no decorrer dos meus estudos como aluno no curso de bacharelado em Educação Física, assim como, durante minha atuação profissional em academias na cidade de Ijuí/RS. Tendo isso em vista, procuro abordar esse tema primeiramente com um enfoque conceitual, colocando a história do Treinamento Funcional como método de atividade esportiva, além de objetivar as aplicabilidades e os benefícios dessa prática para a boa saúde do idoso e em especial, sua indicação/utilização durante a pandemia da COVID-19, como alternativa de prática, considerando à necessidade do afastamento social.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define “a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade” (Constituição da Organização Mundial da Saúde - OMS/ WHO - 1946). Em vista disso, verifica-se a importância da promoção à saúde1 que deve ser realizada mediante um processo de capacitação da comunidade, visando à atuação na melhoria da qualidade de vida de cada indivíduo. A prática de exercícios físicos traz benefícios à saúde física, mental e social dos indivíduos, além de ser um dos pilares para sustentar uma política de promoção da saúde.

Vale salientar a responsabilidade dos indivíduos e das políticas públicas acerca da construção deste completo bem-estar. Dentro da exercitação, estariam implicadas ambas as disposições: um hábito de vida do próprio indivíduo (da sociedade), como também, condições de infraestrutura, segurança, orientação, entre outros fatores, que são exemplos de ordem do poder público.

Com base nisso, o treinamento funcional apesar de ser um método de treino recente, vem conquistando cada vez mais seu espaço dentro de academias e em ambientes que se façam a prática de atividades físicas. Este método refere-se às práticas de exercícios, os quais reproduzem a maneira como o indivíduo se move em sua vida cotidiana em suas atividades diárias.

Diante disso, verifica-se que o treinamento funcional pode ser realizado por qualquer pessoa, pois desenvolve o corpo de forma eficiente, trabalhando e movimentando todo o sistema motor de forma integrada. Através desse método, é possível obter uma melhora da

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saúde, da estética e do desempenho esportivo do praticante. Conforme viso, esse método pode ser usado em conjunto à prática em programa de prevenção e/ou tratamentos de lesões. Verifica-se diante disso, que obtemos a redução de dores musculares, melhoramento do equilíbrio, e aumento da potência muscular, como retrata D’Elia (2016) em seu exemplar de Guia completo de treinamento funcional.

Por meio desse método de exercitação, segundo D´Elia (2016), o indivíduo consegue obter uma melhora na postura, no equilíbrio, além de melhorar a agilidade, flexibilidade, força muscular e coordenação motora. Vale salientar que o indivíduo obtém por meio do treinamento funcional, o alívio das dores, uma melhora do sistema cardiorrespiratório, além de, tonificar os músculos, como também, exige durante a prática um grande gasto calórico, que consequentemente vem a contribuir para um emagrecimento saudável.

Segundo Monteiro e Carneiro (2010), o treinamento funcional tem por objetivo, preparar o organismo de maneira íntegra, segura e eficiente por meio do centro corporal, denominado ‘core’. A definição ‘core’ tem como significado “núcleo”, que se compreende por grupo muscular dos transversos espinhais (rotadores2, interespinhais3, intertransversais4, semiespinhais5 e multífido6), os quais abrangem a coluna lombar. Similarmente, na região do abdômen, onde se encontra localizado o reto-abdominal (oblíquo externo, oblíquo interno e o transverso do abdômen). Ainda neste quadrante, temos na região do quadril, os glúteos (máximo e médio, iliopsoas7 e isquiotibiais8) (MONTEIRO; EVANGELISTA, 2010).

Segundo Monteiro e Carneiro (2010), alguns objetivos desse método referem-se à volta da utilização dos padrões básicos do processo de movimentar-se do ser humano, tais como: empurrar, puxar, agachar, girar, lançar, dentre outros. Esse processo do se-movimentar humano envolve a integração de todo o corpo, ou seja, o indivíduo passa a realizar um movimento do qual, o sistema motor apresenta um gesto específico em diferentes planos de movimento.

2 Rotadores - É um grupo de pequenos músculos localizados lateralmente ao longo da coluna vertebral.

3 Interespinhais - São pares de músculos curtos que pertencem à camada mais profunda dos músculos dorsais intrínsecos.

4 Intertransversais - São pequenos músculos dorsais encontrados entre os processos transversos contíguos das vértebras cervicais, lombares e algumas vértebras torácicas.

5 Semiespinhais - São músculos do dorso que, juntamente com os rotadores e o multífido foram o grupo espinotransverso dos músculos profundos do dorso.

6 Multífidos - São músculos pequenos e triangulares que, juntamente com os semiespinhais e os rotadores, formam o grupo transversoespinhal dos músculos profundos do dorso.

7 Iliopsoas - É constituído por dois músculos distintos: o músculo ilíaco e o músculo psoas maior, pertence aos músculos internos do quadril.

8 Isquiotibiais - É um grupo de músculos localizado na parte posterior da coxa com papel fundamental para a realização do deslocamento para frente e para trás.

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Segundo alguns autores, tais como Bossi (2011) e Coutinho (2011), o termo Treinamento Funcional surge por meio do reconhecimento das contribuições que foram dadas aos trabalhos da especificidade na reabilitação de soldados durante a Segunda Guerra Mundial, como também, aos atletas olímpicos nos anos cinquenta (1950). Percebe-se aí, segundo esses autores, que ocorreu a necessidade de trabalhos específicos e diferenciados que pudessem auxiliar na modalidade esportiva, como também, na mobilidade motora.

Por não ser uma metodologia recente, segundo Dias (2011), o treinamento funcional como o concebemos hoje, teve sua origem por meio dos profissionais de fisioterapia. Esses profissionais foram os pioneiros no uso de exercícios que simulavam o movimentar-se humano do dia a dia, ao decorrer da terapia. Através dessa prática, obtinham-se como resultado, que os pacientes retornavam à sua vida normal, ou seja, o paciente passa a obter suas funções habituais, após lesões ou cirurgia. Ou seja, o indivíduo apresentava uma melhora na agilidade, na força e na coordenação por intermédio de exercícios multiarticulados9.

Diante disso, tem-se por objetivo desse estudo, realizar uma revisão bibliográfica da obra ‘Guia Completo de Treinamento Funcional’ (2016), de autoria de Luciano D’Elia, como forma de aprofundar a compreensão metodológica desta modalidade aplicada ao treinamento de idosos. Os objetivos específicos pretenderam tratar de: discutir o papel do profissional de Educação Física no que tange à prescrição e orientação de exercícios físicos para idosos; descrever como se dá o processo de envelhecimento do ser humano e o quanto o sedentarismo10 é prejudicial a ele; e por fim, apresentar alguns exercícios, segundo a metodologia do treinamento funcional que corroboram para a melhoria das funções motoras (força, equilíbrio e flexibilidade) do idoso e que contribuem para uma maior autonomia e qualidade de vida destes.

Esse trabalho se configura como uma pesquisa qualitativa, do tipo revisão bibliográfica. A escrita se encontra divida em capítulos que vão abordar desde conceitos, retratos históricos, além de evidenciar as melhorias psico-cognitivo, neuro-muscular e orgânico-energético, possibilitados aos indivíduos da terceira idade diante o TF. Mostra-se ainda a metodologia utilizada para a pesquisa e análise de dados. Por fim, foram selecionados alguns exercícios que podem ser realizados em casa com os idosos, sendo que esses foram exemplificados e explicados no decorrer do trabalho.

9 É todo e qualquer exercício que envolva mais de uma articulação e grupo muscular.

10 O sedentarismo está relacionado à falta de atividade física do indivíduo, ou seja, a pessoa passa a ter um gasto calórico reduzido. As pessoas que estão no quadro de sedentarismo são aquelas que gastam menos de 2.200 calorias por semana.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo temos o objetivo de discutir conceitos fundamentais para nosso estudo, entre eles o treinamento funcional, o envelhecimento e a relação de benefícios passível de serem reconhecidos cientificamente sobre eles. Para isso, desenvolve-se nesse estudo científico uma escrita baseada em diferentes autores que, em suas investigações, evidenciam estes assuntos.

2.1 TREINAMENTO FUNCIONAL

Ao longo da história humana, a prática do exercício físico foi uma constante, tanto de forma espontânea (Idade Antiga) quanto de forma sistematizada (Idade Moderna). Na atualidade em que vivemos, fica evidenciada a procura por programas de exercício físico, sendo estes disponibilizados em academias e/ou centros esportivos. Um fator que acabou dificultando isso foram as regras de isolamento social que foram impostas devido o surgimento do vírus Covid-19.

Contudo, nessa busca, os indivíduos são submetidos a inúmeras metodologias e técnicas que venham a proporcionar estímulos e inovações para que se mantenha a prática de exercícios físicos. É correto considerar que não existem metodologias e técnicas perfeitas, nem que uma seja melhor que a outra, pois se tem uma variedade de fatores da própria individualidade biológica de cada indivíduo que deve se levar em conta, ou seja, muitas vezes, determinadas metodologias ou técnicas não são adaptadas às necessidades e limitações de cada indivíduo.

Tendo em vista isso, o público alvo escolhido para realizar essa análise são as pessoas que se encontram na terceira idade, ou seja, pessoas que se encontram na faixa etária acima dos 60 anos. Este público foi escolhido tendo em vista que são indivíduos que necessitam de exercícios que visem à melhora de seu condicionamento físico, que estimule a capacidade de desempenho esportivo, tais como: habilidade técnica, capacidades coordenativas, velocidade, força, flexibilidade, resistência, entre outros. Além de auxiliar no desenvolvimento psico-cognitivo, neuromuscular, orgânico-energético e constitucionais, sendo o foco desse estudo, os benefícios que o treinamento funcional trás para esse público alvo na melhora de sua saúde.

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O Treinamento Funcional (TF)11 é considerado por alguns autores, tais como D’Elia (2016), como um método de treinamento que visa a reabilitação de indivíduos em relação a alguma lesão ou trauma crônico. De acordo com o autor, é considerado um método prescrito por educadores funcionais, como por exemplo, os fisioterapeutas, que geram adaptações positivas no desempenho das atividades laborais, do cotidiano de quem os pratica, ou até mesmo, utilizado como uma atividade esportiva de forma generalizada.

Segundo Monteiro e Evangelista (2012), o TF é definido como um método de treinamento novo, especializado na questão da força que é utilizada pelo próprio corpo do indivíduo, ou seja, ele se torna o próprio instrumento de treino, com o auxílio de outros recursos como bolas suíças, elásticos, cordas, cones entre outros equipamentos que venham a causar instabilidade e desequilíbrio. Em vista disso, o praticante desta modalidade, obtém força, flexibilidade, resistência muscular, coordenação motora, equilíbrio e condicionamento cardiovascular.

Segundo Santana (2000), o TF é uma ‘aplicação’ de atividades que condicionam o corpo de forma consistente com a integração dos seus movimentos e/ou utilizações de cada indivíduo. Santana (2000) ainda fomenta sua ideia em um guia – Obra: ‘Functional Training’(treinamento funcional em inglês) - para que o Educador Físico direcione de forma adequada a um determinado público alvo, para a obtenção da melhora em sua saúde e bem estar (físico e mental).

Ainda nesse sentido, para D´Elia (2016), o TF está amparado em uma proposta de melhoria dos aspectos neurológicos, os quais conduzem a capacidade funcional do corpo humano. Ao empregar exercícios que estimulem os diferentes componentes do sistema nervoso, acaba gerando, desta forma, sua adaptação. Por meio desses movimentos funcionais, o indivíduo praticante desse método, adquire estabilidade e produção de força, ou seja, os exercícios que têm por base essa metodologia, realizam movimentos que empregam diversas ações musculares (excêntrica12, concêntrica13 e isométrica14).

Em outras palavras, o treinamento funcional trabalha com movimentos e não só com músculos de forma isolada. Esse método consegue envolver todas as capacidades físicas (equilíbrio, força, velocidade, coordenação, flexibilidade e resistência), de forma integrada

11 A partir deste momento, o termo TREINAMENTO FUNCIONAL será representado pela sigla TF. 12 É o tipo de contração muscular no qual os músculos encurtam durante a geração de força.

13 É quando o músculo alonga enquanto está sobtensão, devido a uma força externa maior que a força gerada pelo músculo. Ou seja, o músculo age desacelerando o movimento de forma controlada.

14 É quando o músculo gera força sem alterar o comprimento muscular, mas com uma tensão maior do que o tônus muscular.

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por meio de movimentos multiarticulares15 e multiplanares16, sendo que ainda, envolve o sistema proprioceptivo, que está relacionado com a sensação de movimento (sinestesia) e posição articular. Vale salientar que, dentre as principais funções desse sistema, estão à manutenção do equilíbrio, da orientação do corpo e a prevenção de lesões.

Segundo D´Elia (2016), as estratégias do treinamento funcional são organizadas da seguinte forma: treinamento de força: foco na força, potência e resistência musculares; treinamento aeróbio: foco na capacidade aeróbia - seja de moderada à alta intensidade; treinamento sensório-motor: focando sempre na flexibilidade, equilíbrio, agilidade, “propriocepção” e coordenação motora.

Por essa razão, reforça-se a ideia de que o treinamento funcional tem relação direta com o equilíbrio, a flexibilidade e a coordenação motora dos praticantes. Salienta-se que para as pessoas da terceira idade, os membros inferiores são os que mais sofrem com os declínios fisiológicos do envelhecimento. Diante disso, percebe-se que por meio de um planejamento adequado a cada indivíduo, se tem o auxílio para o desenvolvimento da força e da potência nesta região. Consequentemente, evitamos a perda da funcionalidade dos membros inferiores nessa população, evitando ainda, as quedas que estão associadas à diminuição da expectativa de vida.

Com base nesse entendimento que se tem acerca do método TF, verifica-se a importância de retratar o surgimento dessa prática que é considerada nos dias de hoje, como uma nova modalidade de atividade física. Além disso, verifica-se que é fundamental trazer em voga, as finalidades, como também, os benefícios advindos dessa prática para a vida dos idosos.

2.1.1 O surgimento de uma nova modalidade de exercício físico17

Quando falamos acerca de novas modalidades de exercício físico, o método de TF é uma lembrança recorrente, contudo, essa técnica não pode ser considerada nova, pois sua origem se fundamenta na própria origem do ser humano. Desde sua origem, o ser humano priorizou a questão da sobrevivência associada à funcionalidade de seu corpo e isso foi evoluindo até adquirir um estatuto conceitual: o de práticas de exercícios físicos.

15 É aquele que envolve mais de uma articulação e grupo muscular. 16 Que envolvem movimentos das articulações nos três planos.

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Ao seguir a linha histórica, no período que se estende a mitologia grega18 (seu desenvolvimento se deu por volta 700 a. C.), observa-se a importância de uma funcionalidade plena do corpo humano para a obtenção de sucesso nos desafios que eram propostos, um exemplo que se tem é ‘Os doze trabalhos de Hércules’19. Ainda em relação à Grécia antiga, se faz importante ressaltar a questão dos Jogos Olímpicos, onde para a melhoria da performance dos atletas gregos foram desenvolvidos equipamentos e métodos de treinamento específicos com a finalidade de superação de resultados.

Essa técnica corroborou para a aplicação na Roma Antiga (sua fundação foi em 753 a. C. e sua dissolução em 476 d. C.), entre os gladiadores, onde tinham de enfrentar desafios em arenas. Na atualidade, utiliza-se a metodologia do TF para o benefício da saúde do ser humano. Mantendo a essência do treinamento físico, contudo, em premissas básicas na melhoria da aptidão física que está relacionada diretamente à saúde física e a performance do indivíduo.

Segundo Monteiro e Evangelista (2010), tem-se como característica principal a realização da convergência das habilidades biomotoras20 fundamentais do ser humano, na produção de movimentos que tragam benefícios ao cotidiano do indivíduo. Uma das vantagens desse método, é que com ele, consegue atender indivíduos mais condicionados como também, os menos condicionados. Por volta dos anos 1950, o TF estava relacionado com a fisioterapia.

Já no Brasil, o TF pode ser considerado um método mais recente e sofre uma divergência em sua metodologia, pois ainda existe uma discussão acerca do que é e não funcional. Hoje, os métodos e os meios usados no TF são semelhantes na forma de treinar, contudo, possuem origens diferentes e, por esse motivo, ocorre uma confusão de informações e sentidos. Diante de tamanha confusão de informações e sentidos no que se refere ao TF,

18 É um conjunto de mitos (histórias e lendas), sobre vários deuses, heróis, titãs, ninfas e centauros. Surgiu da curiosidade que os gregos tinham de explicar a origem da vida e os problemas da existência.

19 Os doze trabalhos de Hércules – É uma série de episódios arcaicos que estão ligados entre si por meio de uma narrativa contínua. Segundo consta, Hércules havia recebido uma penitência que deveria ser cumprida. Os gregos atribuíram um ciclo desses doze trabalhos por meio de um poema épico (Heracleia) escrito por Peisândro de Rodes, sendo que sua origem foi por volta de 600 a. C. Não se tem mais registro deste documento no todo, mas sim, suas partes são encontradas a partir de diferentes fontes. Não há uma forma específica de interpretar esses trabalhos de Hércules, contudo, alguns historiadores dizem que seis deles se passam no Peloponeso e correspondem a rededicação de Olímpia, já os outros seis, levam o herói para terras longínquas em lugares que estão relacionados à deusa Hera e a deus Hades. A missão de Hércules era subjugar ou buscar uma planta ou animal mágico para Euristeu, sendo que, depois de finalizados esses doze trabalhos, Hércules seria imortal, mas como contam os escritos, Hércules acaba morto. Os doze trabalhos de Hércules são: 1. O Leão da Nemeia; 2. A Hidra de Lerna; 3. A Corça de Cerineia; 4. O Javali de Erimanto; 5. Os Pássaros do Lago Estínfalo; 6. As cavalariças do Rei Aúgias; 7. O Touro de Creta; 8. As Éguas de Diomedes; 9. O Cinto da Rainha Hipólita; 10. Os Bois de Gérion; 11. As Maçãs de Ouro das Hespérides e 12. O Cão Cérbero.

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verifica-se a importância de trazer em análise, as finalidades que são decorrentes dessa prática.

2.1.2 Finalidades do treinamento funcional

Como visto anteriormente, o intuito do TF é voltar o olhar para os padrões fundamentais do movimento humano. Segundo Monteiro e Carneiro (2010), o movimento humano está orquestrado nos atos de empurrar, puxar, agarrar, girar e lançar, ações estas que envolvem a integração do corpo como um todo no gesto de criar um movimento motor específico, levando em conta os diferentes planos de movimento.

Com isso, verifica-se que por meio do TF o corpo sofre um estímulo de maneira a adaptá-lo para atividades cotidianas da vida do indivíduo. É essencial validar que o TF explora por meio dos exercícios a estimulação, a propriocepção, a força, a resistência muscular, a flexibilidade, a coordenação motora, o equilíbrio, assim como o condicionamento físico do praticante.

Esse modelo de treino, quando aplicado de forma correta pelo preparador físico, se torna muito útil na melhora e/ou resgate da capacidade funcional do corpo humano, estimulando por meio de ações que a adaptação ao movimento seja alcançada de acordo com as exigências de cada indivíduo em seu cotidiano. Por meio da execução de movimentos ‘mais eficientes’ consegue-se prevenir lesões, ocorridas devido à melhora na propriocepção adquirida.

D’Elia (2016) afirma que é possível realizar um TF, com a obtenção de bons resultados, usando apenas o peso do próprio corpo e da gravidade. Contudo, ao utilizar alguns acessórios e/ou equipamentos, isso corrobora para um treinamento onde as características básicas sejam para a fácil adaptação desse indivíduo.

O enfoque deste trabalho é apontar a melhoria que a prática do treinamento funcional tem nas pessoas da terceira idade, tais como: Autonomia e bem-estar; aumento da massa óssea e muscular; redução adiposa; estímulo do metabolismo; combate do processo inflamatório; melhora das capacidades funcionais. Além disso, vale ressaltar a questão do bem-estar físico e psicológico e o estimulo aos aspectos físicos e cognitivos (atenção, memória e percepção); além da redução de doenças, entre outros fatores.

Como visto no parágrafo anterior, a prática de exercícios físicos se mostra de extrema importância na faixa etária das pessoas da terceira idade. É notável que se haja a manutenção dos sistemas corpóreos para que ocorra assim, uma qualidade de vida e de bem-estar do

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indivíduo idoso. Essa manutenção do sistema corpóreo acaba contribuindo na amenização dos efeitos mais severos que advém dessa fase da vida.

O treinamento funcional além de auxiliar nas atividades rotineiras dos idosos, colabora com sua saúde, agindo sobre o envelhecimento, evitando consequentemente, muitas de suas limitações funcionais. Por isso se torna imprescindível à conscientização desses indivíduos, como também, de seus familiares e profissionais da área da Educação Física (Educador físico), aqui tomados como os responsáveis diretos por uma prescrição e orientação adequadas a fim de que, a prática desta modalidade atenda aos objetivos que carrega em si.

Como forma de ampliar o entendimento sobre a funcionalidade do treinamento funcional, faz-se necessário uma breve contextualização acerca de alguma das capacidades físicas do ser humano. Além disso, se torna imprescindível abordar a questão da força muscular, do equilíbrio e da flexibilidade, cujo aprimoramento é entendido como fundamental para a saúde geral dos indivíduos e, em especial, os idosos.

2.1.2.1 Capacidades Físicas

Segundo Rauchbach (2001), entende-se por capacidades físicas todas as qualidades passíveis de treinamento, que são à base do movimento homogêneo e eficiente que exige um planejamento do sistema nervoso. Isso ocorre com a utilização dos músculos corretamente, no tempo e intensidades corretas, sem que ocorra gasto energético.

Rauchbach (2001) reporta que as capacidades físicas são em suma classificadas como: Resistência, Força, Velocidade, Agilidade, Equilíbrio, Flexibilidade e Coordenação Motora. Para uma melhor compreensão sobre essas capacidades em relação à prática do TF para o idoso, estudam-se, a seguir, as questões da força muscular, equilíbrio e flexibilidade desses indivíduos.

2.1.2.2 Força Muscular

Campos e Coraucci Neto (2004) nos dizem que a força é a capacidade física fundamental e indispensável para que ocorra a manutenção e/ou aprimoramento das capacidades funcionais do corpo humano. Isso está relacionado diretamente com a resistência muscular, a velocidade, o equilíbrio, a coordenação motora e a flexibilidade.

Estudos realizados por esses autores comprovam que a força muscular é constante até os quarenta anos, depois disso, ocorrem declínios, nas pessoas da terceira idade isso fica bem

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evidente, com uma perda que pode ser até 30% em homens e 50% em mulheres. Esse declínio na força muscular, e consequentemente, na massa muscular, está diretamente associado ao envelhecimento, com isso, tem-se uma contribuição na redução da performance muscular, no surgimento de fragilidade e perda de independência.

Conforme Campos e Coraucci Neto (2004) evidenciam que o envelhecimento do músculo esquelético ocorre tanto nos seres humanos como nos animais, sendo denominado sarcopenia. A sarcopenia é um termo utilizado de forma genérica para descrever a perda progressiva da quantidade e qualidade muscular. A sarcopenia se caracteriza pela perda generalizada e progressiva da força e da massa muscular esquelética, com envelhecimento do corpo o indivíduo passa a ter fraqueza muscular, o que intervêm de forma significativa na manutenção da postura, locomoção e na realização das atividades diárias. Isso pode ocasionar um aumento no número de quedas e perda da autonomia funcional.

Essa perda de força muscular varia de indivíduo para indivíduo, isso ocorre independente do sexo, de fatores individuais, além disso, podem ter origem em diferentes fatores, tais como: genéticos, doenças, nutrição e inatividade física. Diante disso, verifica-se que com o declínio da força muscular, os idosos tendem ficar impossibilitados de executar várias tarefas cotidianas como, por exemplo, ir às compras, subir e descer escadas, levantar de uma cadeira, sair do carro, entre outros, tornando esses indivíduos dependentes e limitados em seu cotidiano. (CAMPOS; CORAUCCI NETO, 2004).

Com o uso de aparelhos, pesos livres, o próprio peso corporal e outros equipamentos, o TF auxilia na melhoria das capacidades físicas. O preparador físico na elaboração de um programa adequado para cada praticante, utilizando uma variação de carga, volume, intensidade, consegue trabalhar a massa muscular e a forma de contração muscular, em intervalos de recuperação, entre as séries ou sessões.

Todos esses fatores corroboram para um cumulativo de benefícios em relação à saúde do idoso, pois com esse método, promovem-se na saúde do idoso melhorias, tais como: no aspecto cardiovascular, percebe-se um aumento da massa muscular, ocorre a prevenção de doenças ortopédicas, além de, melhora da força, potência e resistência muscular, o que resulta em uma maior capacidade no desempenho das atividades cotidianas. (CAMPOS; CORAUCCI NETO, 2004).

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Por equilíbrio corporal pode-se entender a capacidade de se manter a base corporal sustentada, sendo essa capacidade subdividida em dois eixos. Primeiramente tem-se o equilíbrio estático – que é quando a pessoa se encontra parada em um local (ponto), controlando as oscilações posturais, ainda tem-se ainda o equilíbrio dinâmico – que é quando ocorre mudança corporal, onde a partir disso, é preciso realizar ajustes para a manutenção do centro corporal em relação à gravidade. (CARVALHO; SOARES, 2004).

Com isso, nota-se que o equilíbrio é fator essencial e determinante para a funcionalidade (rotina) e saúde do idoso. Conforme Carvalho e Soares (2004) afirmam que o equilíbrio possui relação direta com a força dos membros inferiores, portanto, a estabilidade desse equilíbrio, seja ele estático ou dinâmico, possui diferentes fatores, que podem ser: sistema visual, informação proprioceptiva, consciência corporal e alinhamento biomecânico apropriado.

Segundo Campos e Coraucci Neto (2004) o desequilíbrio se torna um dos principais fatores, para as pessoas da terceira idade, ao realizarem suas atividades funcionais de maneira correta. As pessoas acima de sessenta (60) anos apresentam alterações sensoriais por volta de 30%, sendo que essa porcentagem aponta para pelo menos, uma vez ao ano a ocorrência de quedas nesses indivíduos, sendo que quanto maior a idade, maior a probabilidade do risco. (Ibdem21).

É nítido que alguns fatores auxiliam na diminuição do equilíbrio corporal desses indivíduos, por exemplo, a deterioração postural, o aumento da fraqueza muscular e a amplitude articular limitada. Ao passar dos tempos, os idosos tendem a ter uma reação mais prolongada na questão do controle motor menor e do sistema sensorial, ou seja, ao se ter dificuldade em um que seja desses fatores, acaba por reduzir a capacidade do equilíbrio. (CAMPOS; CORAUCCI NETO, 2004).

Isso pode ser percebido em simples atividades rotineiras, tais como: abrir e fechar portas, caminhar, descer ou subir escadas, tocar a campainha, mudar objetos de lugares, no agachar, segurar algum objeto, entre outros. Com a diminuição do equilíbrio, essas ações tomam proporções maiores, ou seja, se tornam um desafio às pessoas da terceira idade. Conforme Campos e Coraucci Neto (2004), a constância do equilíbrio postural requer uma observação do movimento corporal, além de uma integração de informações sensório-motora que advém do Sistema Nervoso Central, com a execução de respostas músculo esqueléticas de maneira apropriada.

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Com um bom planejamento por meio do TF, podem-se ser executados exercícios que auxiliem nas variações posturais mantendo-se em equilíbrio. Reforçando que, a perda da estabilidade dos indivíduos da terceira idade propicia o desequilíbrio estrutural do corpo como um todo, ou seja, o idoso acaba perdendo parte ou por completo, dependendo do grau de desequilíbrio, a funcionalidade das atividades rotineiras. Isso restringe o indivíduo no ato de ser cidadão em sociedade.

2.1.2.4 Flexibilidade

Segundo Dantas e Soares (2002, p. 57) se tem por flexibilidade a “qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão”. De acordo com este conceito, pode-se dizer que a flexibilidade se torna influenciada por vários fatores, sendo um deles a idade.

Conforme afirma Farinatti (2008) a flexibilidade é uma das qualidades físicas do corpo humano em que ocorre um declínio de forma mais rápida conforme o passar da idade. A partir dos cinquenta e cinco (55) anos, o indivíduo mostra de forma mais evidente a perda da flexibilidade, isso é perceptível na dificuldade de locomoção, no aparecimento de problemas na coluna vertebral, assim como na realização de diferentes tarefas do cotidiano. (Ibem).

Outros fatores contribuem para um decréscimo de forma significativa da função neuromuscular e da flexibilidade, estando diretamente relacionada aos mecanismos degenerativos do músculo esquelético, tais como: osteoporose, arteriosclerose e artrite. Segundo Farinatti (2008), o fator vetorial idade em conjunto com a falta de atividades físicas, se torna igualmente relevante na redução dos níveis da flexibilidade, pois, afeta de forma direta as articulações por não serem ‘movimentadas’ na realização de atividades do cotidiano. Farinatti (2008) afirma que é fundamental que os indivíduos possuam níveis mínimos de flexibilidade para se ter uma saúde considerada boa e reforça que isso é um aspecto de qualidade para a vida do idoso. Se a pessoa trabalha a flexibilidade do nível superior, como do inferior, os declínios são amenizados durante o envelhecimento, ou seja, o indivíduo passa a ter um envelhecimento saudável e com qualidade de vida.

Monteiro (2010) aponta que por meio de um programa de treino elaborado, de forma que se trabalhe a flexibilidade, o indivíduo que se encontra na terceira idade tende a obter uma melhor destreza na execução das atividades rotineiras. Citando algumas dessas atividade

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tem-se: o pegar e o soltar objetos, levantar e descer os braços e pernas (ao alcançar um objeto e/ou descer e subir escadas), melhorando até mesmo os níveis de força, conforme a programação das atividades físicas.

Vale reforçar a questão do pré-treino e pós-treino, onde os indivíduos devem realizar exercícios de alongamento. Diante desses apontamentos sobre as funcionalidades do corpo humano e as finalidades do TF, se torna necessário falar sobre os benefícios desse método para as pessoas idosas, para tanto, segue a partir de agora esta discussão.

2.2 BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL PARA O IDOSO

A busca pela melhora na qualidade de vida é um fator predominante nos dias de hoje e a adoção de um estilo de vida ativo, associado à boa alimentação e rotina regular de práticas de atividade física vem se constituindo num dos principais argumentos nas campanhas de promoção à saúde. Segundo D’Elia (2016), vários são os benefícios advindos das práticas de exercícios e/ou atividade física, tais como: a melhora da circulação sanguínea, o fortalecimento do sistema imunológico, ajuda no processo de emagrecimento, além disso, consegue-se ter um aumento no metabolismo, diminuição do risco de doenças cardíacas, fortalecimento dos ossos, melhora na coordenação motora e equilíbrio, melhora o humor e, além disso, podem ser percebidas uma melhora da própria imagem corporal e da autoestima do indivíduo, ou seja, ele se vê e se sente melhor.

Segundo D’Elia (2016), é possível afirmar que o TF é uma das intervenções mais eficientes que se tem na melhora da qualidade de vida dos idosos, pois auxilia no controle das mudanças que ocorrem no decorrer da vida. Com relação ao público da terceira idade (acima de 60 anos), observa-se que com o passar do tempo, esses indivíduos perdem massa muscular, ficam com dificuldade de movimentação/locomoção e tem mais risco de quedas. Por meio do TF, esse público que geralmente fica em casa, passa a ter ações voltadas para o contato social, além de realizar práticas para uma melhora em sua condição de vida, sendo que isso se reflete diretamente no psicológico de cada praticante, isso ocorre pelo fato de que o indivíduo precisa frequentar um espaço que realize essa orientação22.

Conforme Gambetta (2007), o TF engloba um conjunto de métodos e aplicações que ajudam na transferência do treino para a competição, visto isso, verifica-se que a função deve ser vista como uma abordagem integrada que envolva o movimento de partes múltiplas do

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corpo, sendo aplicado ainda, em múltiplos planos. Gambetta (2007) ainda reforça a questão de que o educador físico deve sempre se aprimorar neste modelo de atividade física, e com isso, fazer o uso correto desse método.

Aqui não se incorpora a questão das competições, mas sim, das funções corporais que auxiliam na melhora da condição do se movimentar do idoso. Segundo Gambett (2007), por usar partes múltiplas do corpo durante a execução do planejamento das atividades, além de ser exposta há múltiplos planos de ações, o indivíduo trabalha o corpo como um todo, não suas partes em separado.

É evidente que com um acompanhamento do educador físico, que se baseia na anamnese para a elaboração de um programa de atividades adequadas, esse público alvo passa a ter um melhor desenvolvimento psico-cognitivo, neuro-muscular, orgânico-energético e constitucionais (Conforme o que se determina pela Organização Mundial da Saúde - OMS) e na Política Nacional do Idoso - instituída pela lei federal 8.842, de 1994, e no Estatuto do Idoso - lei 10.741, de 2003. - Brasil).

Além desses autores já citados, vale salientar o estudo feito na obra ‘Guia completo de treinamento funcional’ de Luciano D’Elia (2016). Essa obra foi uma das primeiras a abordar o modelo de Treinamento Funcional, com uma abordagem metodológica, ou seja, nesta obra encontra-se além do cunho teórico (conceitos, historicidade, modelos de aplicação, entre outros), também contém modelos de exercícios, sugestões estas que o educador físico pode se basear, para conforme a Anamnese de cada indivíduo, montar um plano de exercícios.

D’Elia (2016) aborda a definição do conceito de treino que atenda praticantes nas diferentes faixas etárias e níveis de condicionamento físico, servindo como um guia para o educador físico. Além disso, traz em seu teor, fórmulas aplicadas ao desenvolvimento, métodos de prescrição, modelos de exercícios físicos com base no treinamento funcional, materiais a serem usados na prática esportiva, além de propostas práticas.

As práticas de exercícios físicos realizados regularmente são recomendadas para a população idosa, pelos benefícios metabólicos, neuromusculares e comportamentais produzidos, além de melhorar a condição física e cognitiva, favorecendo a melhoria da qualidade de vida e aumentando a longevidade com independência funcional. Ao se falar do idoso, a palavra que vem à mente é envelhecimento, mas não é um termo condizente somente com as pessoas idosas23.

23 Segundo o Estatuto do Idoso, conforme a lei 10.741, de 2003, idoso é toda e qualquer pessoa com idade igual

ou superior a 60 (sessenta) anos. O Envelhecimento, nos seres humanos, é o processo de desgaste do corpo (ou das células), depois de atingida a idade adulta. Esse processo se torna mais visível em pessoas da terceira idade.

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Por isso, é preciso ampliar o entendimento sobre o conceito de envelhecimento, e como isso está relacionado à vida dos indivíduos que se encontram na faixa da terceira idade, pois esse envelhecimento do corpo, a que se refere nesta análise, vale salientar, ocorre desde o nascimento de todo e qualquer ser humano. Além disso, há outro fator que acomete à saúde do idoso: o sedentarismo, fator este que ficou ainda mais evidente a partir do ano de 2020, com o surgimento do novo Coronavírus (SARS-CoV-2). Diante disso, abordam-se a seguir esses dois tópicos.

2.3 O QUE É ENVELHECIMENTO?

Tentar definir o termo ‘envelhecimento’ não é uma tarefa fácil e/ou simples. Pode-se elencar esse termo a diferentes definições, contudo, quando se relaciona o termo em relação à condição humana de cada indivíduo, isso se torna de certa forma mais pontual. Costumeiramente utilizamos a definição de velhice, ou terceira idade para definir pessoas que se encontram na faixa etária acima dos sessenta (60) anos. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais, assim como, temos o mesmo entendimento presente na Política Nacional do Idoso (instituída pela lei federal 8.842), de 1994, e no Estatuto do Idoso (lei 10.741), de 2003 (no Brasil).

Simone de Beauvoir (1990, p. 40) define que “não reconhecemos a velhice em nós, nem sequer paramos para observá-la, somente a vemos nos outros, mesmo que estes possuam a mesma idade que nós.”. Entretanto, fazemos uma definição errônea de envelhecimento, pois isso como se pode notar, não está relacionado diretamente às pessoas da terceira idade, mas sim, ao próprio corpo humano em seu processo de desenvolvimento.

Pelo termo envelhecimento se entende um processo natural da vida, condição do corpo humano, que traz consigo as alterações sofridas no organismo de cada ser humano. Assim sendo, pode-se relacionar esse envelhecimento, como processo corpóreo que ocorre no decorrer da vida humana, atingindo sua maior visibilidade, em pessoas que se encontram na faixa etária acima dos sessenta (60) anos. Logo, podemos dizer que envelhecemos desde nosso nascimento, como cita Messy (1999, p. 18), “se envelhece conforme se vive”.

Diante disso, conforme Simone de Beauvoir (1990), podemos entender o termo envelhecimento, como já dito anteriormente como alterações fisiológicas que ocorrem no corpo humano ao longo do tempo, ou seja, essas alterações ocorrem nas moléculas e células que corroboram para o funcionamento de órgãos e do organismo em geral. Levando em

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consideração a genética humana, podemos considerar o estilo de vida e o ambiente em que se vive para correlacionar com o processo de envelhecimento.

Tais considerações remetem-nos ao envelhecimento fisiológico, contudo, isso não impede de o ser humano ser social e intelectualmente ativo. Diante disso, verifica-se que a saúde intelectual, assim como a saúde física é de grande valia, ou seja, o ser humano deve por meio de atividades sociais e de lazer – principalmente na fase de envelhecimento – se sentir incluso na sociedade, exercendo suas funções.

Segundo Clark e Siebens (2002), no decorrer do envelhecimento do corpo humano, ocorre uma redução da eficácia de alguns processos fisiológicos, tais como o decréscimo do sistema neuromuscular e consequentemente a perda da massa muscular. Diante disso, os autores evidenciam que se faz necessário uma melhora na expectativa de vida e para que isso ocorra, as ações preventivas, restauradoras e reabilitadoras se fazem necessário, pois desencadeiam alterações em funções orgânicas que são vitais para essa população da terceira idade. (Ibdem).

Após a compreensão do termo envelhecimento, verifica-se a necessidade de apresentar pelo viés do contexto de práticas de exercícios físicos o auxílio (a melhora que ocorre) na condição de vida dos indivíduos que se encontram na faixa etária acima de sessenta (60) anos, denominados como pessoas da terceira idade. A seguir, então, falar-se-á acerca das alterações fisiológicas que advêm do envelhecimento, como também, sobre o sedentarismo, levando em conta o agravamento dessa inatividade física, devido ao surgimento da Covid-19.

2.3.1 Alterações fisiológicas advindas do envelhecimento

Segundo Wilmore, Costill e Kenney (2010), uma das mudanças que ocorre na morfologia do corpo humano é a redução da estatura. Em geral, essa redução se dá por volta dos 35 a 40 anos de idade, fato relevante é que essa mudança varia de um indivíduo para outro. Isso ocorre em consequência à compressão dos discos intervertebrais, como também, à má postura variando de uma pessoa para outra – no início do processo de envelhecimento -mais perceptível, por assim dizer. (Ibdem).

Zimerman (2000) aponta que a diminuição da estrutura decorrentes devido aos desgastes no decorrer das vértebras, o que consequentemente causa modificações na coluna vertebral. O germe desta degeneração está associado à perda das vértebras, assim como dos discos vertebrais, além disso, na acentuação das curvaturas da coluna vertebral. Esse processo está ligado diretamente à redução do ângulo colodiafisário do fêmur, como também, está

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ligado à limitação da flexibilidade, o que corrobora para a diminuição da elasticidade do sistema ligamentar, o que consequentemente atinge a coluna. (Ibdem).

Conforme Gallahue e Ozmun (2001), as fraturas ocorridas pela compressão das vértebras torácicas, ocasionam a perda da estatura e a cifose torácica progressiva. Além disso, o ‘curvamento’ da coluna, devido ao mau alinhamento da mesma, resulta em uma redução na capacidade de absorção de choques dos discos vertebrais.

Com relação à massa corporal total, McArdle, Katch e Katch (2008) afirmam que mesmo com o respectivo aumento da gordura corporal, as pessoas que se encontram na faixa etária acima dos sessenta (60) anos, acabam apresentando uma diminuição da massa corporal total, ou seja, ocorre uma compensação entre a perda de massa livre de gordura com o ganho de massa gorda. Consequentemente o indivíduo vai obter um aumento do percentual de gordura, sendo que a massa corporal total permanecerá estável.

Esses autores acima citados reforçam que o ganho de massa corporal dos indivíduos começa na fase adulta, sendo que isso ocorre por diversos fatores, tais como: diminuição dos níveis de atividade física, além de, a exagerada ingestão de calorias. Isso corrobora para o aumento do tecido adiposo, que em decorrência do envelhecimento, ocorre uma alteração na sensibilidade do tecido para hormônios lipolíticos.

Segundo McArdle, Katch e Katch (2008), a perda da massa corporal nos indivíduos se deve a perda de apetite, ou seja, eles não repõem todas as calorias e nutrientes para que se mantenha o peso corporal, aliado muitas vezes à má alimentação e a inatividade física, que acentuam a perda de massa corporal, aumentando ainda, o ganho de massa gorda.

Devido à capacidade do metabolismo do idoso em mobilizar as reservas de gordura, o percentual de gordura desses indivíduos em comparação com indivíduos mais jovens se torna maior, fator esse que acompanha o envelhecimento. Na fase adulta, começa a diminuição de forma progressiva da massa livre de gordura, sendo esta, formada pelos órgãos e tecidos. Em consequência se observa a redução da massa muscular e óssea, ou seja, ocorre a sarcopenia (perda de massa muscular) e a osteopenia (perda de massa óssea24).

A osteopenia é uma doença que tem como característica a perda de massa óssea, seguida de uma deterioração da microarquitetura dos ossos, sabe-se que é uma doença silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas visíveis. Esta doença é uma das grandes responsáveis pelo aumento do risco de fraturas em pessoas da terceira idade, onde ocorrem

24A massa óssea é um dos elementos que compõem a massa magra e deve ser calculada com precisão para que o

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lesões nos ossos do quadril, antebraço (punho) e coluna vertebral. Diante disso, Silva (2012), nos diz que:

O osso é um tecido bastante ativo e sensível a mudanças na força que o atinge, o estresse contínuo provocado pelo exercício físico resulta em adaptações morfológicas; regiões específicas do esqueleto sofrem deformações causadas pelas forças mecânicas desencadeadas pelo exercício. A remodelagem é função da fadiga e do esforço; a hipertrofia do osso em função do exercício segue o modelo da hipertrofia muscular: o stress físico produziria micro-lesões; os osteoclastos removeriam as estruturas lesadas; os osteoblastos reporiam matriz calcificada na área, em maior quantidade do que a removida. Essa hipertrofia óssea pode reverter ou inibir a osteoporose já instalada, a remodelação do osso, assim sendo é o meio pelo qual a integridade mecânica do esqueleto é preservada. (SILVA, 2012, p.1)

Vale citar outros fatores que influenciam nesse processo, tais como: menopausa, raça (caucasianos e asiáticos), estrutura óssea e peso corporal, histórico familiar, maus hábitos alimentares e de exercícios inadequados ao longo da vila25. Como visto até o momento, a morfologia do corpo humano sofre mudanças, que geralmente são agravadas diante de alguns fatores, atingindo de forma mais severa as pessoas da terceira idade. Diante disso, vale apresentar uma análise sobre o agravamento do sedentarismo, levando em consideração a pandemia da Covid-19.

2.4 COVID-19 E O AGRAVAMENTO DO SEDENTARISMO

Ao falar-se de envelhecimento, logo vem à mente a questão da fisiologia do ser humano e suas alterações. Não é de hoje que se tem o entendimento de que pessoas idosas são indivíduos que não atendem as expectativas de produções no contexto social, ou seja, se tem como entendimento de que esses indivíduos já cumpriram com seu papel social. Kuwano e Silveira (2002 p. 99), afirmam que:

Envelhecimento é um processo biopsicossocial, que tem seu início nas células e passa por todos os tecidos e órgãos do corpo. Esse procedimento interfere diretamente no funcionamento orgânico dos indivíduos, influenciando as atividades humanas. Isso reflete no desempenho motor, na qualidade de vida e na capacidade para cuidar de si mesmo.

Podemos concluir, segundo a palavra dos autores, que o envelhecimento é um processo natural, sendo que isso ocorre desde nossa concepção. Diante disso, verifica-se que as mudanças associadas aos fatores de estilo de vida e ao ambiente em que vivemos, acarretam alterações neuromusculares, no sistema cardiorrespiratório, na composição

25 Alterações fisiológicas que sofrem interferência de forma direta e/ou indireta das ações do indivíduo no decorrer dos anos.

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corporal, entre outros (MATSUDO, MATSUDO 2000). A esses fatores, deve-se levar em consideração a inclusão da dieta, das possíveis lesões, dos exercícios e do estilo de vida sedentário.

Diante da realidade em que estamos situados, com o surgimento do novo Coronavírus (SARS-CoV-2) no final do ano de 2019, mais especificamente no mês de dezembro, isso veio a agravar a questão da inatividade física geral da população, pois se tornou inevitável o distanciamento social, o que por consequência, gerou mudanças na rotina de cada indivíduo. Apesar dessa problemática vivida massivamente, verificou-se a necessidade de reinventar as estratégias para a manutenção da prática regular de atividades físicas e é aí que a prática do treinamento funcional ganhou visibilidade.

O sedentarismo, quando combinado a outros fatores, acaba corroborando para a ocorrência do surgimento de doenças crônicas, tais como: diabetes, osteoporose, câncer (de cólon, de pulmão e de próstata), além disso, vale ressaltar as doenças cardiovasculares. Essa situação se agrava com o surgimento da Covid-19, pois as pessoas de terceira idade, por serem consideradas pessoas de risco, se afastam das atividades físicas, o que induz ao sedentarismo e com isso, o surgimento de agravantes na saúde desses indivíduos26.

Fato é que as complicações advindas do vírus Covid-19 atingem qualquer ser humano, seja ele criança, adolescente, adulto e ou idoso. Entretanto, como já vem sendo falado – pela mídia – o indivíduo idoso, que se encontra classificado como grupo de risco, têm uma propensão ‘maior’ de ficar assintomático, devido às deficiências que o organismo vem apresentando, justamente pelo fator da idade.

Como falado anteriormente, as pessoas que se encontram na faixa etária da terceira idade, tendem a apresentar condições de saúde subjacentes, seja pela questão das alterações imunológicas observadas no processo natural do envelhecimento, apresentando assim, um maior risco para doenças graves como o Covid-19. Diante disso, é preciso observar alguns fatores aos quais esses indivíduos inspiram cuidados no tratamento e acompanhamento de qualquer infecção, visando diminuir ou sanar as complicações e a mortalidade.

Dentre as problemáticas advindas com o vírus Covid-19, algumas são mais perceptivas e requerem uma atenção maior, nesse quadro se encontram: Pneumonia refratária, nesse caso, se classificam os indivíduos que não apresentam melhora nos sintomas respiratórios, tais como tosse, desconforto torácico e dispneia, além disso, em edema

26 Diante o surgimento do vírus Covid-19, a regra de isolamento social foi implementada, na busca de ‘diminuir’ a propagação do vírus, com isso, as pessoas pararam de frequentar locais habituais, tais como: bancos, supermercados, academias, entre outros.

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pulmonar e derrame pleural; Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), que representa os indivíduos que apresentam um quadro de insuficiência respiratória devido a rápida inflamação pulmonar, induzindo à danos alveolares difusos direto27.

Outras problemáticas que devem ser observadas são as complicações cardíacas que consequentemente nos remetem a insuficiência cardíaca (seja agravada ou não), além de arritmia e infarto do miocárdio. Para, além disso, deve-se citar a questão da coagulação intravascular disseminada a qual, contribui diretamente para a indução de fatores pró-coagulantes, além de as alterações hemodinâmicas que pré-dispõem a isquemias e tromboses.

Mesmo sabendo da importância do isolamento social, é visto que esses indivíduos que se encontram na terceira idade, já vivem em contextos, ao qual, lhes impedem de realizar as ações sociais adequadas para que se ocorra à manutenção da saúde mental. Ou seja, devido à pandemia da Covid-19, ocorreu o agravamento da solidão e do estresse provocados pelo isolamento social dos idosos28.

Durante a pandemia da Covid-19, com o isolamento social, ocorre o afastamento dos idosos de pessoas de seu convívio, como, por exemplo, seus familiares e amigos. Além disso, deve-se levar em conta a questão da impossibilidade que esses indivíduos tiveram, assim como as demais pessoas, de frequentar locais de convivência cotidianas, tais como praças, bares, academias, entre outros. Diante disso, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), nos fala que:

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) destaca a importância dos cuidados com a saúde do idoso relacionados ao coronavírus, cujos agentes infecciosos provocam sintomas similares a outras doenças, como o influenza, comum na população idosa. Segundo a presidente da Comissão de Imunização da SBGG, Drª Maísa Kairalla, pesquisas têm demonstrado maior vulnerabilidade entre idosos quanto à incidência da nova epidemia. “Existe a imunosenescência, que é o envelhecimento natural do organismo e pode deixar a pessoa idosa mais suscetível a infecções em geral”. (SBGG, 2020, p.1).

Visto isso, atividades como leitura, costurar, cozinhar, realizar atividades físicas, ou seja, as práticas de hobbies se tornam ferramentas essenciais para manter o indivíduo ativo e com a mente em funcionamento. Além disso, é visto que a prática de exercícios físicos se mostra de extrema importância nessa faixa etária, pois é notável que se haja a manutenção dos

27 O dano alveolar difuso é um diagnóstico patológico, e a biópsia pulmonar a céu aberto (a técnica mais comum para obtenção de tecido pulmonar) tem efeitos colaterais graves, sendo necessário que se desenvolvam biomarcadores substitutos para o dano alveolar difuso.

28 O indivíduo passou há ficar mais tempos em casa, principalmente no ano de 2020, sem ter quase nenhum acesso a amigos e familiares, a não ser, por meio de ligações e/ou muito raras às vezes, em chamadas de vídeo.

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sistemas corpóreos para que ocorra assim, uma qualidade de vida e de bem-estar do indivíduo idoso, contribuindo na amenização dos efeitos mais severos que advém dessa fase da vida. O treinamento funcional além de auxiliar nas atividades rotineiras dos idosos, colabora com sua saúde, agindo sobre o envelhecimento, evitando consequentemente, muitas de suas limitações funcionais. Nesse quesito, o TF vem a corroborar na saúde do idoso, pois são exercícios que podem ser feitos em casa, salientando sempre, que essa prática deve ser feita com a orientação e quando possível com o acompanhamento de um profissional de Educação Física. Por isso se torna imprescindível à conscientização desses indivíduos, como também, de seus familiares e profissionais da área da Educação Física (Educador físico).

Diante disso, por meio de uma abordagem diferenciada, o TF é considerado um excelente modelo que vem de auxílio para a melhora da condição de vida das pessoas da terceira idade. A seguir, falar-se-á sobre a metodologia deste estudo, assim como, será apresentado uma breve descrição da obra Guia de Treinamento Funcional de Luciano D’Elia (2016), trazendo ainda, modelos de exercícios que podem ser realizados nos lares dos praticantes da terceira idade.

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3 METODOLOGIA

O enfoque deste trabalho é apontar a melhoria que a prática do treinamento funcional tem nas pessoas da terceira idade, tais como: autonomia e bem-estar; aumento da massa óssea e muscular; redução adiposa; estímulo do metabolismo; combate do processo inflamatório; melhora das capacidades funcionais; bem-estar físico e psicológicos; estimula os aspectos físicos e cognitivos (atenção, memória e percepção); além da redução de doenças, entre outros fatores.

A partir desse momento, serão apresentadas a abordagem e o tipo de pesquisa realizado para a produção dessa escrita, além de, apresentar-se-á o sujeito dessa pesquisa, o contexto em que foi embasado esse estudo, como também, os instrumentos utilizados, assim como a análise dos dados obtidos por meio da pesquisa.

3.1 ABORDAGEM E TIPO DE PESQUISA

Este estudo se qualifica como abordagem qualitativa, de tipo revisão bibliográfica e descritiva. Este modelo de abordagem, procura investiga a base linguística textual, ou seja, é um método de investigação científico por onde se estuda as particularidades e experiências individuais, neste caso, leva-se em consideração o estudo da obra ‘Guia Completo de Treinamento Funcional’ de Luciano D’Elia (2016).

Na abordagem qualitativa, tem-se o propósito de se compreender o comportamento de um grupo, ou seja, o que o método de Treinamento Funcional vem a proporcional à população idosa. Esse tipo de pesquisa não se preocupa com a representatividade numérica, mas sim com a compreensão aprofundada deste um grupo social. (GOLDENBERG, 1997, p. 34)

Segundo Brasileiro (2013, p. 47) "As pesquisas de revisão bibliográfica (ou revisão de literatura) são aquelas que se valem de publicações científicas em periódicos, livros, anais de congressos etc., não se dedicando à coleta de dados in natura, porém não configurando em uma simples transcrição de ideias. Para realizá-la, o pesquisador pode optar pelas revisões de narrativas convencionais ou pelas revisões mais rigorosas".

Segundo Gil (2002, p. 42) “As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.”. Ainda segundo Perovano (2016), o processo descritivo tenciona a identificação, registro e análise das características, fatores ou variáveis, os quais se encontrem relacionado com o fenômeno ou processo estudado.

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Este estudo se classifica, portanto, como uma abordagem descritiva, pois além de se apresentar a parte conceitual, histórica e aplicabilidade do Treinamento Funcional, descreve sua funcionalidade, benefícios, além de demostrar práticas de exercícios a serem executadas. Além disso, a revisão bibliográfica aqui consiste na pesquisa científica da obra de Luciano D’Elia, tendo como intuito de aprofundar os estudos sobre o tema Treinamento Funcional, sendo possível assim, estabelecer um debate sobre as ideias do autor.

3.2 SUJEITOS DA PESQUISA

Apesar de se tratar de um estudo qualitativo, de cunho descritivo, com base no modelo de revisão bibliográfico, foi preciso focar em um grupo social para se elaborar a mecânica conceitual, histórica e de aplicabilidade do Treinamento Funcional. Para isso, o público escolhido em questão é o da terceira idade, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com sessenta (60) anos ou mais.

3.3 CONTEXTO DA PESQUISA

Para a realização deste estudo, buscou-se uma base teórica trazendo conceitos e a historicidade do Treinamento Funcional. Para isso, levou-se em consideração o estudo da obra ‘Guia Completo de Treinamento Funcional’ de Luciano D’Elia (2016). Além dessa obra, podem-se destacar outros autores, tais como: Beauvoir (1990), Bossi (2011), Campos; Coraucci Neto (2004), Carvalho; Soares (2004), Coutinho (2011), Gil (2002), Matsudo (2001 e 2000), Monteiro; Carneiro (2010), Monteiro; Evangelista (2010), entre outros.

3.4 INSTRUMENTO DA PESQUISA

Para realizar este estudo foram utilizadas algumas obras de autores que abordam questões como o envelhecimento, a pessoa idosa, a promoção à saúde, a velhice, a reabilitação, a flexibilidade, entre outros tópicos abordados. Em especial, teve-se como base a obra ‘Guia Completo de Treinamento Funcional’ de Luciano D’Elia (2016), onde se pode apurar o TF de forma conceitual, como também, por ser um guia para o educador físico preparar os planejamentos de exercícios conforme seu público alvo. A obra em questão foi escolhida por ser uma das pioneiras a serem disponibilizadas e trabalhadas no Brasil.

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3.5 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA

Com base no estudo feito da obra ‘Guia Completo de Treinamento Funcional’ de Luciano D’Elia (2016), será feito uma breve apresentação da mesma, como também, uma orientação de exercícios (selecionados por mim mediante a meu estudo), que podem ser direcionados às pessoas da terceira idade. Além disso, para corroborar nessa orientação, serão postas também imagens representativas.

Referências

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