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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-65-86753-31-8

EIXO TEMÁTICO:

( ) Cidades inteligentes e sustentáveis ( ) Conforto Ambiental e Ambiência Urbana

( X ) Engenharia de tráfego, acessibilidade e mobilidade urbana ( ) Habitação: questões fundiárias, imobiliárias e sociais ( ) Patrimônio histórico, arquitetônico e paisagístico ( ) Projetos e intervenções na cidade contemporânea ( ) Saneamento básico na cidade contemporânea ( ) Tecnologia e Sustentabilidade na Construção Civil

Projeto de acessibilidade em vias e espaços públicos: proposição

de metodologia

Design of accessibility conditions on streets and public spaces: a

methodological proposition

Proyecto de accesibilidad en carreteras y espacios públicos: metodología propuesta

Ariane Roberti Plotze

Arquiteta, FAAC, UNESP, Bauru arianeplotze@gmail.com

Simone Andrea Furegatti

Professora Doutora, FE, UNESP, Bauru simone.furegatti@unesp.br

Luttgardes de Oliveira Neto

Professor Doutor, FE, UNESP, Bauru luttgardes.oliveira-neto@unesp.br

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RESUMO

Dada a importância da construção de espaços acessíveis para a maior integração da população local, foi realizado um estudo da legislação vigente sobre acessibilidade, a fim de obter uma avaliação clara dos aspectos físicos de uma região urbana, a partir do levantamento dos pontos positivos e negativos de vias e de espaços públicos. Alguns documentos e estudos adicionais encontrados na literatura foram consultados, de forma a complementar as informações. A partir desse estudo, propõe-se uma sistematização das atividades para favorecer intervenções projetuais de acordo com as Normas Técnicas da ABNT. A metodologia proposta é composta de levantamento e registro das condições de acessibilidade existentes, como subsídios para avaliação pós-ocupação da região e posterior análise e elaboração de projetos arquitetônico-paisagístico-urbanístico de adequação do espaço. Visam-se a eliminação das barreiras arquitetônicas e promoção da segurança, de circulação sem interferências e a otimização de uso e ocupação do espaço analisado.

PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade, Espaços Públicos, Metodologia de investigação

ABSTRACT

A study of the current accessibility legislation was carried out in order to obtain a clear assessment of the physical aspects of an urban region, given the importance of accessible spaces for integration of the general people, based on the survey of the positive and negative points of roads and public spaces. From these studies, a systematization of activities was proposed to favor design interventions and corrections in accordance with the ABNT Technical Standards. The methodology is composed by identification e register files of the accessibility conditions, the analysis of post-occupation assessment carried out, postposed by the elaboration of an architectural-landscape-urban project. The main objective of eliminating architectural barriers, promoting safety and movement without interferences, in addition to optimizing of urban space use is completed.

KEYWORDS: Accessibility, Urban spaces, Methodology of research. RESUMEN

Dada la importancia de la construcción de espacios accesibles para una mayor integración de la población local, se realizó un estudio de la legislación vigente en materia de accesibilidad con el fin de obtener una evaluación clara de los aspectos físicos de una comarca urbana, a partir de la encuesta de los puntos positivos y negativos de carreteras y espacios públicos. Se consultaron algunos documentos y estudios adicionales encontrados en la literatura para complementar la información. A partir de este estudio, se propone una sistematización de actividades para favorecer intervenciones proyectivas de acuerdo con las Normas Técnicas de ABNT. La metodología propuesta se compone de encuestas y registro de las condiciones de accesibilidad existentes, tales como subvenciones para la evaluación post-ocupación de la región y el posterior análisis y elaboración de proyectos arquitectónico-paisajístico-urbanos de adecuación del espacio. El objetivo es eliminar barreras arquitectónicas y promover la seguridad, la circulación sin interferencias y la optimización del uso y ocupación del espacio analizado.

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1. INTRODUÇÃO

Milhões de brasileiros não saem de casa porque não podem circular sem a ajuda de algum parente ou amigo. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), para os países em estágio de desenvolvimento, cerca de 10% da população são portadoras de algum tipo de deficiência física.

A conquista de espaços plenamente acessíveis pressupõe um desenho urbano que atenda às necessidades de todos os cidadãos. Para os portadores de necessidades especiais, evidentemente, mas também para qualquer cidadão que tenha sua mobilidade reduzida, seja ela temporária, como gestantes, ou carrinhos de bebê, ou permanente, como idosos, pessoas que fazem uso de equipamentos auxiliares como bengalas, muletas, andadores, cadeira de rodas ou até mesmo com ajuda de cães treinados, no caso de deficientes visuais.

O deslocamento a pé é o modo mais primitivo e talvez o mais utilizado pela sociedade. Deslocar-se a pé no espaço público, porém, exigem condições de acessibilidade, para se alcançar os diversos espaços da cidade. A acessibilidade, portanto, é um direito do cidadão.

Com base nessa premissa, este trabalho propõe uma metodologia de identificação, análise e documentação, visando à solução dos problemas de acessibilidade em vias e espaços públicos, a partir da análise das vias carroçáveis, calçamentos e áreas públicas, em relação aos seus aspectos físicos atuais (qualidade, barreiras e aparelhos instalados nos calçamentos, passagens de pedestres em vias carroçáveis, sinalizações, arborização, etc).

Para apresentar a metodologia desenvolvida, faz-se uma breve abordagem da temática, como acessibilidade e barreiras arquitetônicas, realizada na pesquisa em publicações e normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), sítios eletrônicos, leis e decretos, de modo a apresentar uma organização desses assuntos.

2. ACESSIBILIDADE

Nos últimos quinze anos, o Brasil passou por profundas mudanças relacionadas às políticas públicas voltadas a pessoas com necessidades especiais. Foram regulamentadas leis Federais no dia 02 de dezembro de 2004 pelo Decreto nº 5.296/2004, as quais estabelecem oportunidades e condições para o desenvolvimento de uma política nacional de acessibilidade.

A Lei nº 3.919/2006, art.2º define acessibilidade como “o conjunto de alternativas de acesso que possibilitem a utilização, com segurança e autonomia, das edificações; dos espaços, equipamentos e mobiliários urbanos; dos transportes; e dos sistemas e meios de comunicação por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida”.

Segundo o art.3º, pessoa com mobilidade reduzida é

[...] aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa com deficiência, tenha, por qualquer motivo, temporário ou permanente, dificuldade de movimentação, tendo reduzidas, efetivamente, a mobilidade, a flexibilidade, a coordenação motora e a percepção; enquadrando-se nesta situação pessoas idosas, crianças, gestantes, lactantes, pessoas obesas e pessoas com crianças de colo, entre outras.

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Para que houvesse uma maior propagação dessas informações a SeMob - Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana elaborou em 2004 o Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana – Brasil Acessível. O programa teve o intuito de apoiar os governos municipais e estaduais e orientar todos os segmentos da sociedade para uma política de mobilidade urbana que promova a inclusão social e o respeito aos direitos fundamentais de pessoas com necessidades especiais e idosas (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004).

Para que fosse implementado esse programa de acessibilidade nos municípios brasileiros, foram estabelecidos ações e instrumentos definidos pelo programa, indicando para diversas ações previstas, instrumentos necessários para sua implementação (Quadro 1).

Quadro 1 – Ações e Instrumentos definidos pelo Programa Brasil Acessível

Item Ações Previstas Instrumentos para sua Implementação

1

Capacitação de Pessoal; Publicação de material informativo e de capacitação;

2

Adequação dos sistemas de transportes; Realização de Cursos e Seminários nacionais e internacionais;

3

Eliminação de barreiras; Edição de normas e diretrizes;

4

Difusão do conceito de desenho universal no planejamento de sistemas de transportes e equipamentos públicos;

Realização e fomento de pesquisas;

5

Estímulo à integração das ações de Governo; Implantação de banco de dados; 6

Sensibilização da sociedade; Fomento à implementação de Programas Municipais de Mobilidade;

7

Estímulo à organização das PcD´s; Criação de novas fontes de financiamento; 8

Estímulo ao desenvolvimento tecnológico; Divulgação das Boas Políticas; Fonte: Ministério das Cidades, 2004

Para dar suporte à implementação das ações previstas no programa, a SeMob elaborou um material técnico com conteúdos temáticos diferenciados que abrange toda a questão que envolve a acessibilidade. Esse material é composto por seis Cadernos que estão disponíveis no sítio do Ministério das Cidades (www.cidades.gov.br). O objetivo de cada caderno é apresentado resumidamente no Quadro 2.

Quadro 2 – Quadro-resumo com os principais conteúdos abordados em cada caderno do Programa Brasil Acessível Caderno 1 Atendimento adequado às pessoas com deficiência e restrição de mobilidade

Caderno 2 Construindo a cidade acessível Caderno 3 Implementação do decreto n 5.296/04

Caderno 4 Implantação de políticas municipais de acessibilidade Caderno 5 Implantação de sistemas de transporte acessíveis Caderno 6 Boas práticas

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O caderno 2 traz em seu conteúdo as ações que se referem às atribuições de profissionais das áreas de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil. Basicamente, o conteúdo é

[...] destinado aos profissionais da área de elaboração de projetos urbanísticos, mobiliário urbano e implementação de projetos e obras nos espaços públicos, bem como nos edifícios de uso coletivos, públicos ou privados. Enfoque nas áreas públicas de circulação e às necessidades dos pedestres com ênfase nas pessoas com deficiência e idosos. Apresenta, através de exemplos, como não construir novas barreiras nos espaços urbanos e sugestões de projetos e intervenções corretas, em conformidade ao decreto 5.296/04 e à Norma NBR 9050:2004.

Segundo a Norma NBR 9050 (ABNT, 2004), um espaço acessível é aquele cujo mobiliário, elemento ou equipamento urbano esteja ao alcance e possa ser vivenciado por quaisquer pessoas, principalmente aquelas com mobilidade reduzida.

3. DESENHO UNIVERSAL

Foi criado em 1963, por uma comissão em Washington – EUA, o “Desenho Livre de Barreiras”, cujo objetivo foi discutir a eliminação de barreiras nos projetos de área urbana, equipamentos e edifícios. Esse conceito se ampliou e passou a ser chamado de Desenho Universal, propondo-se a democratizar a vida das pessoas em diversos e amplos aspectos.

Somente em 1980 iniciou-se o debate sobre o tema no Brasil, com o intuito de conscientizar os profissionais da área de construção, como arquitetos, urbanistas e engenheiros. Em 1985, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT criou a primeira norma técnica relativa à acessibilidade, hoje denominada, após duas revisões, NBR 9050: “Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos à pessoa portadora de deficiência” (ABNT, 1985, 1994; CARDOSO, 1996) e em 2004 a publicação do Decreto Federal 5.296 deu ao Desenho Universal a força de lei (ALVES ET AL., 2005).

O Decreto define o “Desenho Universal” como: “Concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade”.

Conforme a Norma NBR 9050/2004 da ABNT Desenho Universal é “aquele que visa atender à maior gama de variações possíveis das características antropométricas e sensoriais da população” (ABNT, 2004).

Por falta de divulgação dos conceitos do Desenho Universal e, principalmente, pela ausência de conhecimento sobre direitos sociais e normas existentes, a dificuldade de normalizar acessos e de garantir soluções de acessibilidade torna-se evidente. Portanto, em projetos de áreas públicas é imprescindível a aplicação do Desenho Universal, que significa o planejamento e elaboração de espaços livres de barreiras, que promovam o respeito aos interesses coletivos, as diversas necessidades humanas e a relação funcional entre todos os elementos que integram o meio urbano, sem a necessidade de adaptação ou elaboração de projeto específico para pessoas com necessidades especiais.

A fim de padronizar a aplicação do Desenho Universal, o qual é mundialmente adotado em qualquer programa de plena acessibilidade, na década de 90, o americano Ron Mace, quem criou a terminologia Universal Design, estabeleceu diretrizes para esse

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importante conceito. As diretrizes foram compiladas no Manual de Desenho Universal do Governo de São Paulo1 e um resumo do manual é apresentado no Quadro 3.

Quadro 3 – Quadro-resumo com conceitos e descrição das diretrizes constantes do Manual de Desenho Universal do Governo de São Paulo.

Diretrizes Ações

Uso equitativo Propor espaços, objetos e produtos que possam ser utilizados por usuários com diferentes capacidades e para todos os usuários;

Uso flexível

Criar ambientes ou sistemas construtivos que permitam atender às necessidades de usuários com diferentes habilidades e preferências diversificadas, admitindo adaptabilidade, adequações e transformações;

Uso simples e intuitivo

Permitir fácil compreensão e apreensão do espaço, independentemente da experiência do usuário, de seu grau de conhecimento, habilidade de linguagem ou nível de concentração; Informação de fácil

percepção

Disponibilizar formas e objetos de comunicação contendo com clareza as informações essenciais, tornando fácil o uso do espaço ou do equipamento;

Tolerância ao erro (segurança)

Considerar a segurança na concepção de ambientes e na escolha dos materiais visando minimizar os riscos de acidentes;

Esforço físico mínimo Dimensionar elementos e equipamentos para que sejam utilizados de maneira eficiente, segura, confortável e com o mínimo de esforço ou fadiga;

Dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente

Permitir acesso para todos usuários, possibilitando alcance visual dos ambientes e produtos a todos os usuários, sentados ou em pé e uso confortável para variações ergonômicas;

Fonte: Governo de São Paulo, 2009

O Manual busca abranger todos os parâmetros envolvidos nos processos de criação arquitetônica e de construção visando permitir qualidade de acesso, segurança e conforto às pessoas que habitam um ambiente. A consideração desses conceitos e diretrizes por parte do arquiteto, do urbanista e do engenheiro civil no planejamento e na execução de seus projetos resultará em uma obra completa em suas funções primordiais, sem custo adicional primário ou de adequação posterior.

No que se refere às vias e espaços públicos, para a elaboração de projetos urbanos universais, em princípio deve-se dar preferência ao sistema de circulação hierarquizado que privilegie o pedestre, considerar a localização e dimensão das edificações, dos equipamentos públicos e do mobiliário urbano, de forma a oferecer facilidade em seu acesso e sua utilização, proporcionando uma circulação livre e desimpedida para as pessoas.

Bairros residenciais e centros comerciais, com alta circulação de pessoas a pé entre as residências ou estabelecimentos comerciais, são as regiões urbanas de maior necessidade de planejamento considerando os aspectos citados, pois percorrem pequenas e médias distâncias sem necessidade de transporte por veículos.

1Este manual não está mais disponível no endereço referenciado, foram eliminados os

programas sobre mobilidade urbana pelo Governo Estadual de São Paulo; porém, os autores mantêm a citação e a referência pela importância do material e pelo fato de ter sido utilizado na pesquisa realizada.

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Toda e qualquer dificuldade de acesso, relacionada às construções urbanas ou às edificações, que impeça o exercício básico do direito de ir e vir do cidadão é classificada como Barreira Arquitetônica. Esse impedimento no acesso não se restringe apenas aos usuários de cadeira de rodas, mas também àquelas pessoas com limitações temporárias ou permanentes como idosos, gestantes, deficientes visuais ou auditivos.

Barreiras de acessibilidade são consideradas como sendo o maior problema para as pessoas com dificuldades motoras, que acentuam suas limitações e impedem a expressão de suas habilidades, bem como o acesso a todos os meios de sua vida (FREGOLENTE, 2008).

Segundo a Norma NBR 9050/2004 da ABNT, barreira arquitetônica, urbanística ou ambiental é “Qualquer elemento natural, instalado ou edificado que impeça a aproximação, transferência ou circulação no espaço, mobiliário ou equipamento urbano”.

A Lei n ° 10.098, de 19 de dezembro de 2000, define ‘barreiras’ como qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso à liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas, e as classificam em quatro modalidades de barreiras, conforme mostra o Quadro 4 (ALVES ET AL., 2005).

Quadro 4 – Barreiras Arquitetônicas

Classificação Espaços

Barreiras arquitetônicas urbanísticas as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público; Barreiras arquitetônicas na edificação as existentes no interior dos edifícios públicos e privados; Barreiras arquitetônicas nos transportes as existentes nos meios de transportes;

Barreiras nas comunicações

qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa;

Fonte: ABNT, 2004

As ‘barreiras arquitetônicas urbanísticas’ constituem-se em: travessias sem sinalização; guias de meio-fio sem rebaixamento; ruas, calçadas e passeios com pavimentação ou calçamento irregular; desnível de piso sem acesso a rampas, rampas com declividade incorreta, ausência de rampas de acesso em espaços públicos e privados; existência de escadas, que tornam impossível a locomoção para algumas pessoas, ou degraus, que impossibilitam a locomoção ou provocam quedas; vagas para estacionamento inadequado; caixas de correio e orelhões mal posicionados, postes, bancos, propagandas, cestos de lixo, vasos, jardineiras, bancas de jornal, placas de trânsito e hidrômetros mal posicionados; pisos escorregadios, com buracos ou mesmo intercalados com grama; caminhos muito estreitos; guias muito altas e sem rampas de acesso; banheiros públicos sem adaptação; vegetação avançando sobre o passeio; rampas de acesso à garagem que adentram as calçadas formando degraus intransponíveis a cadeira de rodas; etc. (ALVES ET AL., 2003).

A existência de barreiras físicas é geralmente advinda do descaso e da falta de fiscalização na aplicação das leis vigentes recorrentes por parte do poder público em todos os níveis.

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As vias urbanas e espaços públicos constroem as cidades e abrigam uma multiplicidade de atividades da sociedade, desde um simples caminhar a manifestações coletivas artísticas ou políticas. Exatamente por serem públicos, esses espaços devem ser concebidos tendo em vista o Desenho Universal, de forma a garantir os princípios de projeto e implantação das políticas de mobilidade no desenho urbano.

Essas políticas urbanas convalidam intervenções associadas às políticas de desenvolvimento e planejamento, com o apoio de soluções técnicas e de infraestrutura, soluções institucionais, econômicas e sociais; para assim estabelecer um uso democrático e sustentável das cidades, o que remete ao tratamento das vias públicas, possibilitando condições de acessibilidade e circulação com segurança e autonomia a todo cidadão, independentemente de sua condição física, social e econômica. Deve principalmente contribuir para dar menor prioridade ao automóvel, fortalecer o direito de ir e vir do pedestre e priorizar o transporte público de massa (BITTENCOURT ET AL., 2004).

A garantia da mobilidade e da acessibilidade, tal como determina a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a legislação municipal, depende da eliminação completa das barreiras arquitetônicas presentes no desenho urbano. Nas vias públicas, esses obstáculos ocorrem principalmente na área de circulação e nas travessias sinalizadas, na instalação e no desenho do mobiliário. O projeto urbano ou paisagístico deve tratar adequadamente cada um desses elementos, por meio de sua integração em um sistema que englobe o subsolo e os sistemas de drenagem, as guias, a faixa livre de circulação e travessia, as áreas de locação de equipamentos, o mobiliário urbano, de iluminação e de sinalização, a vegetação e os acessos às edificações; são as orientações da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de São Paulo (SEHAB) (CPA-SEHAB, 2003).

Para que haja uma integração das propostas, planos, bens e cidadãos que compõem a via e o espaço público, o desenho urbano, qualificado pelo conceito de acessibilidade e desenho universal, mostra-se como um forte instrumento de eficácia para a construção da cidade de forma ordenada, coesa e principalmente acessível a todos seus usuários e bens (SILVA, 2004, BARROS, 2006).

O espaço público de sucesso deve promover a diversidade de uso, ou seja, ser projetado facilitando a integração aos diversos modos de transporte e mobilidade urbana para gerar espaços coesos.

Sobre a urbanização de áreas públicas de uso comum do povo, foi instituída a Lei 3.919/2006, art. 28, a fim garantir o livre trânsito a todos, inclusive a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (ALVES ET AL., 2008).

6. ROTA ACESSÍVEL

Conforme a Norma NBR 9050 (ABNT, 2004, 2015), “ ’rota acessível’ é o trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os ambientes, externos ou internos de espaços e edificações, e que possa ser utilizado de forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência”. A rota acessível externa pode incorporar elementos componentes, que podem se agrupar em três categorias ou funções, a citar, faixa livre, faixas ou meios de acesso e faixa de serviço ou de mobiliário urbano, definidos no

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Caderno 5 da Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana (MINISTÉRIO DA CIDADES, 2004).

7. ELEMENTOS COMPONENTES 7.1 Faixa Livre

Faixa livre é a faixa da calçada destinada exclusivamente à livre circulação de pedestres, desobstruída de mobiliário e equipamentos urbanos e demais obstáculos permanentes ou temporários. Deve atender a alguns atributos: superfície regular, firme e antiderrapante, largura adequada, qualidade espacial e de visibilidade, segurança, continuidade, espaço de sociabilização, desenho da paisagem.

De acordo com a definição do CPA-SEHAB (2003), o conjunto dos elementos componentes é denominado simplesmente de calçada, sendo a parte integrante principal do sistema da via pública e constituir uma rota acessível aos pedestres, juntamente com o leito carroçável. Destina-se à circulação de pessoas, bem como à implantação de mobiliário urbano, vegetação, sinalização e outros fins e faixas de acesso, propiciando um ambiente seguro para a mobilidade. A calçada está em nível diferente do da faixa de tráfego, deve garantir o deslocamento de qualquer pessoa, independentemente de idade, estatura, limitação de mobilidade ou percepção, com autonomia e segurança. Não podem, em nenhuma hipótese, ter rampas e degraus de imóveis sobre eles, nem possuir interferências que impeçam os cidadãos de se locomover. (CPA-SEHAB, 2003).

No intuito de garantir a plena acessibilidade e segurança nas calçadas, o material intitulado “Mobilidade acessível em vias públicas” considera os seguintes aspectos: pisos e texturas; área de circulação livre – passeio; área de implantação de equipamentos e mobiliários urbanos; guias rebaixadas para pedestre; guias rebaixadas para veículos; sinalização e comunicação (PREFEITURA DE GUARULHOS, 2009).

7.2 Faixa de Acesso

Faixa de acesso é destinada ao acesso a todos outros espaços existentes ao longo da via pública, as edificações e os estabelecimentos, os equipamentos, as áreas diversas e as faixas de travessia, dando livre passagem a quem segue pela faixa livre. Só será permitida nas calçadas largas, observando-se a reserva da faixa livre e da faixa de serviço ou mobiliário urbano. Essa faixa é utilizada como espaço de curta permanência, para usos diversos tais como: interação entre o pedestre e uma vitrine, local para aguardar resposta em um interfone ou campainha e acesso às edificações. A faixa de acesso apresenta dimensão variável, sem especificação de largura máxima ou mínima.

Elementos auxiliares podem ser representativos de elemento de acesso, como rampas de rebaixo de calçadas, faixa de pedestres, em nível da calçada ou em nível do leito carroçável, rampas de acesso a edificações, dentre outros.

O rebaixamento de calçada junto às faixas de travessia de pedestres é um recurso que melhora as condições de acessibilidade da via segundo as situações necessárias de travessia. Traz benefícios a todos: visibilidade aos motoristas e segurança aos pedestres em geral, portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida e cidadãos que portam carrinhos de mão ou grandes volumes de carga (CPA-SEHAB, 2003).

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Já a definição da Norma NBR 9050/2004 da ABNT para “Calçada Rebaixada”: Rampa construída ou implantada na calçada ou passeio destinada a promover a concordância de nível entre estes e o leito carroçável. A faixa elevada, ao nível da calçada, é destinada a travessias com prioridade de passagem dos pedestres.

Lombadas e valetas devem ser colocadas próximas às escolas e quando for preciso reduzir a velocidade do tráfego; não devem ser utilizadas como faixa de travessia. Devem possuir faixas diagonais pintadas em amarelo, de maneira a contrastar com o restante da pavimentação e das faixas de travessia.

Os desníveis que, por uma falha de projeto, podem transformar-se numa barreira arquitetônica e é caracterizado por qualquer diferença de altura entre dois planos horizontais, que pode resultar em degraus, rampas e sarjetas (SANDRINI, 2009).

7.3 Faixa de Travessia

O local da travessia deve ser entendível por todos e acessível para todos, de forma tal que seja plenamente visível a todos e livre de barreiras e obstáculos, contendo a faixa de travessia e a faixa de retenção (pare).

De acordo com a norma NBR 9050 (ABNT, 2004), “Faixa de travessia de pedestres”: Sinalização transversal às pistas de rolamento de veículos, destinada a ordenar e indicar os deslocamentos dos pedestres para a travessia da via conforme Código de Trânsito Brasileiro.

É a marcação transversal ao eixo da via que indica aos pedestres o local que deverão utilizar para realizar a operação de travessia e adverte os motoristas que dela se aproximam da existência desse movimento (CPA-SEHAB, 2003).

Para um fluxo de pedestres superior a 500 pedestres/ hora e o fluxo de veículos inferior a 100 veículos/hora, esse dispositivo é instalado em leito carroçável para promover prioridade aos pedestres, composto de área plana elevada (plataforma) com faixa de segurança de travessia de pedestres e rampa de transposição para veículos, a promover a concordância entre os níveis das calçadas em ambos os lados da via (CPA-SEHAB, 2003).

7.4 Faixa de serviço ou mobiliário urbano

Faixa destinada à implantação do mobiliário urbano e demais elementos autorizados pelo poder público. Compõem esses elementos jardineiras, lixeiras, telefones públicos, bancas de jornal, abrigos de ônibus, caixas de correio, sinais de trânsito, caixas de inspeção das concessionárias de serviços, postes de iluminação, etc. Destaca-se que mobiliários com maiores dimensões, como telefones públicos e bancas de jornal devem ser instalados somente em calçadas amplas, para que não interfiram na faixa livre.

A implantação do mobiliário urbano deve estar atenta a informações como materiais, design, funcionalidade, porém, a localização de sua instalação pode facilitar ou impedir a boa utilização do elemento ou até se transformar em uma situação perigosa no deslocamento de pessoas (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2007).

Segundo a norma NBR 9050/2004 da ABNT, “Mobiliário urbano”: todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não, implantados mediante autorização do poder público em espaços públicos e privados. Fazem parte do mobiliário urbano telefones públicos, semáforos, pontos de embarque e desembarque de passageiros, caixas de correio, lixeiras, bancas de jornal, elementos de iluminação, placas de sinalização de trânsito, etc.

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7.5 Vegetação

Preservar, projetar e requalificar espaços arborizados resulta no aumento da permeabilidade do solo e contribui para a qualidade do ar, todavia o plantio de árvores em calçadas deve localizar-se na faixa do mobiliário na forma de canteiros, faixa ou piso drenante, assegurando a permeabilidade do solo.

Há também um tipo de ajardinamento cujo nome é “calçada verde”, são canteiros implantados próximo à guia, juntamente com canteiros na faixa de acesso à edificação; contudo, esse ajardinamento não deve inferir na circulação da faixa livre.

A faixa de serviço com destinação a vegetação, rasteira e de médio porte, tanto junto à fachada da edificação quanto ao longo da beira da calçada, deve garantir a largura suficiente de passagem na faixa livre e visibilidade ampla, para pedestres e condutores de veículos.

8. METODOLOGIA PROPOSTA

A metodologia aqui proposta foi desenvolvida para avaliar as condições da região urbana analisada e adotou-se como base a metodologia de avaliação pós-ocupação introduzida por Ornstein (1992) em que é elaborado um modelo de sistematização de avaliação de acessibilidade em ambientes construídos dando ênfase às necessidades de indivíduos com mobilidade reduzida e dificuldade de comunicação. A obra de Ornstein (1992) indica ferramentas de pesquisa, de coleta de dados e de avaliação.

No processo de avaliação propõem-se quatro etapas básicas de atividades, a citar,

investigação, identificação e avaliação, documentação e elaboração de projeto. i. investigação

Na etapa de investigação deve ser feito o reconhecimento preliminar da região, de forma a conhecer as características físicas, geográficas, topográficas e sócio-econômicas.

Com as características físicas devem-se buscar as identificações: das delimitações da região cadastradas na prefeitura; da manutenção ou degradação do habitat natural; da impermeabilização do solo; da localização de cursos d’água, de acidentes geográficos e topográficos; do tipo de solo preponderante; e do grau de interferências de vizinhança com regiões de entorno.

Do ponto de vista sócio-econômico, é importante conhecer as formas e dimensões de ocupação, os graus de ocupação, localização de quadras de concentração de equipamentos públicos (como posto de saúde, escola, creche, praças) e de estabelecimentos comerciais (como mercados e oficinas em geral, bancos, farmácias, posto de correio), os pontos de maior tráfego da região, tanto as vias de maior fluxo de veículos quanto às áreas de maior fluxo de pedestres, dimensões de vias e calçadas, qualidade de pavimentos e pisos, barreiras e obstáculos presentes, dentre outros detalhes específicos.

Essas informações são importantes para a classificação da região do ponto de vista estratégico de plano diretor do município e a necessidade de, baseando-se nesses aspectos, uma possível divisão em sub-regiões específicas e as prioridades de intervenção.

Posteriormente, deve-se realizar uma investigação in loco em diversos pontos de observação de interesse, com a permanência do avaliador em períodos distintos ao longo do

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dia, observando a circulação geral, identificando horários de pico e em horários de menor movimento, a fim de identificar as dificuldades de trânsito de veículos, leves ou pesados (caminhões e ônibus), e de deslocamento de pedestres, em calçamentos ou nas travessias de vias. Outras informações podem ser obtidas no setor de trânsito do município.

Faz-se a escolha de locais identificados como precários ou críticos, procurando classificá-los por itens, como de maior incidência de eventos problemáticos, como de locais de geometria e topografia complexas, ou com organização/concentração intrincada de tráfego.

A permanência nos locais de estudo deve possibilitar a identificação fotográfica e de períodos de ocorrência, o dimensionamento dos espaços e o testemunho das situações críticas ou de risco com o trânsito de veículo e de transeuntes. O período de investigação poderá ser definido conforme a quantidade de locais e as variações de eventos, no entanto deverá permitir a coleta dos dados e documentação suficiente para elaboração do projeto final de proposições e adequações.

ii. identificação e avaliação

Na etapa de investigação, a identificação dos pontos precários ou críticos e de suas características proporcionará a sequência para a etapa de avaliação dos locais individualmente e das influências ou interferências nos locais adjacentes, considerando as interligações por vias ou acidentes geográficos.

A avaliação profissional a ser realizada com a identificação dos pontos críticos deverá ainda subsidiar a elaboração de um questionário simples e objetivo, para coletar as opiniões de três grupos de personagens: a) população da região, entre moradores, comerciantes de estabelecimentos locais e representantes de bairro; b) motoristas de ônibus urbano; e c) os transeuntes, locais e de outra região. Nas respostas das pessoas moradoras da região ou bairro deverão ser buscadas informações de suas dificuldades e necessidades cotidianas. Já as respostas das pessoas que transitam pela região proporcionarão as comparações das características locais com as de seus locais de convívio.

Com a aplicação dos questionários, visa-se obter uma análise qualitativa, sem a busca de um resultado estatisticamente seguro, procurando diversificar e identificar as características pessoais em idades, escolaridade e ocupações. Deve-se realizar uma classificação de representação e de interesse das pessoas e uma relação do público consultado com os espaços e as passagens.

As questões devem abordar aspectos de circulação pela região (veículos e pedestres), de percepção quanto à ambientação e conforto (natureza, lazer e poluição) e de utilidades (equipamentos públicos e comerciais). Mais especificamente, questões relacionadas à acessibilidade e à circulação de pessoas com dificuldades locomotoras e portadoras de deficiências por estas áreas e ambientes.

iii. documentação

A documentação deve ser realizada concomitantemente à etapa de investigação e deve ser composta por mapas e documentos oficiais, assim como classificação da região e de proposições do plano diretor do município, de fotos dos pontos precários ou críticos de

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acessibilidade e dos problemas que foram encontrados nesses locais, incluindo-se praças e terrenos, além dos questionários respondidos pelos personagens locais.

Outra questão relevante quanto ao aspecto de acessibilidade e locomoção, em especial nas vias, é o estado de conservação e o modo como as calçadas foram individualmente projetadas, os desníveis e obstáculos que prejudicam ou impedem completamente o acesso de pessoas portadoras de deficiências, idosos e até mesmo pedestres com mobilidade temporariamente reduzida.

Duas possibilidades de testemunho são necessárias nesse quesito: a) acompanhamento de pessoas em seus trajetos usuais, procurando diversificar suas características: idosos, mães com carros de criança ou crianças pequenas ou de colo, grupo de estudantes, veículos grandes e pequenos; b) acompanhamento de trajetos (walkthrough), especificados pela equipe da pesquisa ou indicados pelo público consultado, de pessoas com alguma dificuldade em mobilidade.

Após essa sistematização de coleta de dados, a documentação do material, tanto fotográfico quanto consultado ou vivenciado, subsidiará a elaboração das proposições de melhorias e de adequações para cada espaço. A documentação deve ser feita digitalmente por aplicativos que permitam visualização tridimensional e realista.

iv. elaboração de projeto

O projeto de adequação das vias e espaços públicos da área avaliada deverá seguir os itens apresentados nos quesitos Barreiras Arquitetônicas Urbanísticas e Barreiras Arquitetônicas em Edificações, de acordo com as versões de Norma NBR 9050, 2004 e 2015, conforme rege legislação vigente e conforme orientam as diversas publicações citadas nos itens de contextualização e fundamentação. Deve-se igualmente haver a concordância com políticas e programas governamentais, federais, estaduais e municipais.

Projetos complementares, como projetos urbanísticos e paisagísticos de revitalização de espaços públicos, podem ser incorporados ao projeto de acessibilidade. Deve-se buscar toda informação existente referente a projetos e trabalhos anteriormente realizado que possam ser incorporados. Visa-se preferencialmente à ressocialização da população local, promovendo lazer, esporte e convivência, com demarcação de espaços diferenciados por função e por idades de usuários, devidamente identificados. Os espaços devem prever facilidades e procedimentos contínuos de segurança, manutenção e limpeza dos espaços, edificações e equipamentos.

Dessa forma, o projeto final conterá documentos e componentes que contenham inicialmente os resultados de pesquisa documental e de campo, obtidos das etapas de investigação e de identificação. Os estudos das possibilidades de adequação ou correção dos problemas identificados nos locais de estudo, com registro em relatório técnico contendo referências normativas e de manuais, são destinados em outro volume. Deve-se incluir um relatório em que devem constar as justificativas e custo de implementação para cada opção levantada, tanto do ponto de vista econômico e de execução quanto do ponto de vista final arquitetônico e de aceitação do publico.

O Quadro 5 mostra de forma condensada as etapas de trabalho e as ações correspondentes da metodologia proposta.

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Quadro 5 – Etapas de Projeto e Ações Correspondentes

Etapas Ações Previstas Instrumentos e documentação

i. investigação

capacitação de pessoal coleta de dados de instituições municipais

pesquisa ‘in loco’ de locais e situações

Equipe técnica

Literatura e pesquisa bibliográfica Documentação governamental Documentação de pesquisa de campo ii.

identificação e avaliação

Estudos e identificação de pontos críticos

Avaliação técnica

Coleta de opiniões de usuários

Estudos técnicos e medições Avaliação segundo norma e manuais Questionários

Relatórios de acompanhamento de trajetos iii.

documentação

Catalogação de documentação, mapas de dados e relatórios técnicos

Aplicativos e softwares de manipulação de dados e de imagens Arquivos documentais iv. elaboração de projeto Propostas de adequação de acessibilidade dos locais de estudo e de adequação complementar

Projeto geométrico dos locais de estudo com posicionamento de equipamentos

Projeto de detalhamento com dimensões e sinalizações Memorial descritivo das adequações propostas Relatório de justificativas e custos de implementação Fonte: autores

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A obrigatoriedade de eliminação de barreiras arquitetônicas em edificações, espaços urbanos e vias traz a necessidade de adequação por meio de projetos arquitetônicos correspondentes, a fim de promover espaços mais acessíveis. O processo de análise e proposição projetual requer uma sistematização para que trabalho profissional seja realizado corretamente.

As orientações técnicas contidas nas versões consecutivas da norma NBR 9050 foram se alterando, de forma que várias informações foram eliminadas, cabendo a manuais e guias elaborados pelo setor público para a manutenção dos registros e figuras ilustrativas. Mesmo esses documentos são perdidos, conforme os órgãos governamentais - federais, estaduais e municipais - se alternam.

Esse trabalho visa reunir e registrar algumas informações encontradas em trabalhos dispersos para a avaliação e proposição de adequações de equipamentos, mobiliários e espaços públicos e vias, com uma proposta sistematizada de pesquisa de campo e de projeto final, baseada em uma metodologia de avaliação específica e diferenciada.

A partir desse estudo, propõe-se uma sistematização das atividades para favorecer intervenções projetuais de acordo com as Normas Técnicas da ABNT. A metodologia proposta é composta de levantamento e registro das condições de acessibilidade existentes, como subsídios para avaliação pós-ocupação da região e posterior análise e elaboração de projetos arquitetônico-paisagístico-urbanístico de adequação do espaço. Visam-se a eliminação das barreiras arquitetônicas e promoção da segurança, de circulação sem interferências e a otimização de uso e ocupação do espaço analisado.

O presente trabalho tem como princípio contribuir para ampliar a bibliografia existente como referência específica sobre os temas acessibilidade e barreiras arquitetônicas de espaços públicos.

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Agradecimentos

Os autores agradecem à FAPESP pelo auxílio recebido para realização da pesquisa

10. BIBLIOGRAFIA

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Referências

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