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COLÉGIO OFÉLIA FONSECA

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COLÉGIO OFÉLIA FONSECA

QUAIS OS FATORES QUE LEVAM ROGER FEDERER A SER CONSIDERADO O MELHOR TENISTA DA HISTÓRIA?

FELIPE WORCMAN GLUCKSTERN

SÃO PAULO 2014

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“Roger Federer certamente é a minha escolha para ser o melhor de todos os tempos caso exista algo do tipo” – Rod Laver

“Se alguém diz que eu sou melhor do que Roger, eu acho que essa pessoa não sabe nada sobre tênis” – Rafael Nadal

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RESUMO

Neste trabalho irei citar e apresentar argumentos que tentam provar que Roger Federer pode ser considerado o melhor tenista da história. Desde as suas primeiras raquetadas até seu título mais recente, em Basel 2014, o suíço vem sempre adicionando uma nova página aos livros de história, e mesmo com tamanha glória e capacidade de vencer, ainda há os que contestam sua posição como o “melhor dos melhores”. Graças a isso, eu, como fã assíduo não só de Federer, mas também do esporte, buscarei comprovar que sim, ele merece tal classificação, pois alguém que tem mais de 990 vitórias e 82 títulos de simples no circuito não pode ser chamado de outra coisa que não seja “o melhor de todos os tempos”.

ABSTRACT

In this work, I will cite and present arguments that try to prove that Roger Federer can be considered the best tennis player in history. Since his first drills until his most recent title, in Basel 2014, the Swiss is always adding a new page to the history books, and even with such glory and capacity of winning, still there are the ones who contest his position as the “best of the bests”. Thanks to this, me, as a assiduous fan not only from Federer, but also of the sport, will try to prove that yes, he deserves such classification, because someone who has more than 990 victories and 82 singles titles cannot be called anything other than “the best of all time”.

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SUMÁRIO

1. TÊNIS

1.1 Quais as origens do tênis?

1.2 Como é composto o calendário anual?

2. ROGER FEDERER EM NÚMEROS 2.1 Início de carreira 2.2 Primeiros títulos 2.3 Ascensão no ranking 2.4 “Era Federer” 2.5 A decadência 2.6 Hoje em dia

3. O RAIO-X DE ROGER FEDERER 3.1 O forehand

3.2 O backhand 3.3 O slice 3.4 O saque 3.5 O voleio

4. POR QUE ROGER FEDERER É O MELHOR? 4.1 Citações

4.2 O lado humanitário 4.3 Considerações finais

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1. TÊNIS

Criado no fim do século XIX, mais especificamente entre 1859 e 1865, em Birmingham, Inglaterra, o tênis é um esporte geralmente disputado em ambientes ao ar livre e que se divide em 3 superfícies de jogo diferentes: cimento, saibro (composto por pó de telha), ou grama. Cada uma dessas possui uma data específica onde são disputados torneios no circuito profissional: de janeiro até março, joga-se nas quadras de cimento; de abril até junho, saibro; em julho, grama; e por fim, de agosto até novembro, novamento no cimento (o circuito profissional de tênis não possui torneios oficiais em dezembro, sendo este o mês das “férias” dos tenistas).

Assim como existe a FIFA no futebol, o tênis também possui uma associação para si: a ATP (associação dos tenistas profissionais). Criada em 1972 por Donald Dell, Jack Kramer e Cliff Drysdale, a ATP tem como função organizar o circuito tenístico anual ao redor do mundo, ouvindo as reclamações dos tenistas e fazendo o que pode para melhorar a situação destes, e controlar o ranking mundial, que consiste nos resultados do tenista em um ano, ou seja, a posição de qualquer jogador no ranking mundial irá depender dos resultados que ele obteve nas últimas 53 semanas. Além da ATP, também vale citar a existência da ITF, que diferente da ATP, controla os maiores (Grand Slams) e menores (Futures) torneios do calendário, ou seja, sua participação é tão importante quanto a da outra.

O tênis, diferentemente do futebol, basquete e vôlei, é um esporte disputado ou individualmente ou em duplas, gerando mais responsabilidade para o jogador, pois depende apenas de si ou de seu parceiro o sucesso na modalidade.

Esse tal sucesso no tênis pode ser definido por um fator principal: títulos de Grand Slam conquistados. Divididos em 4 países diferentes, os torneios de Grand Slam são os mais importantes disputados do calendário tenístico profissional ou juvenil, não só em termos de prestígio, mas também em questão de pontuação no ranking mundial e na premiação financeira. Jogados na Austrália (Australian Open), França (Roland Garros), Inglaterra (Wimbledon) e Estados Unidos (US Open), cada um desses 4 torneios se caracteriza por ter uma superfície de jogo diferente: o primeiro, jogado em Melbourne, utiliza quadras sintéticas; o segundo, em Paris, usa o saibro; o terceiro, em Londres, é adepto à grama; e o último, em Nova York, tem as quadras de cimento como palco da competição.

Tendo sido criado em 1877, Wimbledon é o mais antigo Grand Slam e um dos torneios que existem há mais tempo na história, tendo sempre sido jogado na grama. Posteriores ao torneio inglês, surgiram os outros Grand Slams: US Open em 1881, Roland Garros em 1891, e Australian Open, em 1905. Fazendo uma conta rápida, chega-se à conclusão de que já foram jogados até hoje mais de 400 Grand Slams, estes divididos entre os 4 países citados anteriormente. Destes 400

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Grand Slams, 17 foram conquistados por Roger Federer, até hoje o maior vencedor de torneios deste porte e apenas um dos 7 homens na história a vencer os 4 campeonatos em simples, realizando este feito no ano de 2009, em Roland Garros, local que é considerada a “casa” de Rafael Nadal, seu arquirrival que acumula apenas uma derrota em tal torneio desde o ano de 2005, sendo este revés justamente em 2009, na 4ª rodada do torneio, para o sueco Robin Soderling.

Além dos Grand Slams, que distribuem 2000 pontos para o campeão (mais do que qualquer outro torneio), existem outras 6 divisões de torneios no tênis: Masters 1000, ATP 500, ATP 250, Challengers, Futures, e o ATP Finals.

Os Masters 1000 são o segundo maior tipo de torneio tenístico que há no calendário, e são jogados 9 desses ao longo do ano. Disputados entre 7 países diferentes (Estados Unidos, Mônaco, Itália, Espanha, Canadá, China e França), valem 1000 pontos no ranking para o campeão, além de cerca de U$ 3.000.000 (3 milhões de dólares) para o mesmo.

Os ATP 500, categoria de torneios inferiores aos Masters 1000, possuem 11 campeonatos ao redor do mundo, e assim como seu nome diz, distribuem 500 pontos para o campeão de cada uma das 11 disputas, além de cerca de U$ 1.500.000 (1 milhão e 500 mil dólares) para o vencedor.

Abaixo dos ATP 500 estão os ATP 250, que possuem 40 campeonatos ao longo do ano e oferecem 250 pontos para quem vencer uma de suas disputas, além de cerca de U$ 700.000 (setecentos mil dólares). Vale destacar como curiosidade o Brasil Open, torneio deste nível que é disputado desde 2012 em São Paulo, sendo jogado no Ginásio do Ibirapuera.

Os Challengers são a segunda categoria mais fraca, por assim dizer, que existe no circuito profissional. Divididos em 178 torneios ao longo do ano, oferecem por volta de U$ 100.000 (100 mil dólares) para o campeão, com a pontuação no ranking variando entre 80 e 125 pontos para o vencedor.

A categoria mais fraca do tênis profissional que existe são a dos Futures. Disputados em 534 torneios espalhados pelo mundo todo, são geralmente usados por novatos que estão iniciando sua carreira profissional e buscando por pontos para ascender no ranking, e dinheiro para custear suas viagens ao longo do ano. Diferentemente dos outros torneios citados anteriormente, os Futures são administrados pela ITF, e não pela ATP.

Por último, o ATP Finals, anteriormente chamado de Masters Cup, é uma categoria diferente do calendário tenístico. Sendo disputado em Londres, no mês de novembro, o Finals reúne os 8 melhores tenistas do ano. Ao se classificarem para tal torneio, estes 8 são posteriormente divididos em dois grupos de 4, onde todos jogam contra todos, e avançam os dois melhores de cada grupo, que se enfrentarão em semifinais, e o vencedor de cada um destas, vai para a final. Quem for campeão deste torneio leva para casa U$ 4.500.000 (4 milhões e 500 mil dólares), além de 1500 pontos para o ranking.

Além de todos torneios citados acima, existem aqueles que são especiais, caso da Copa Davis e das Olimpíadas. O primeiro consiste em uma disputa entre

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todas as nações globais, uma contra a outra, numa série de confrontos decidida em uma melhor de 5 partidas. É disputado desde 1900 e tem como maior vencedor os Estados Unidos, com 32 títulos.

Já o segundo dispensa apresentações. O tênis olímpico é disputado da mesma forma que todos os outros torneios do calendário, porém, além do fato óbvio de ser jogado de 4 em 4 anos, possui a disputa do 3º lugar, coisa que não acontece em nenhum outro evento tenístico. Vale citar também que cada tenista defende sua própria nação, seja em simples, duplas, ou duplas mistas (um homem e uma mesma mulher jogando juntos), tendo como premiação para os 3 primeiros as medalhas de ouro, prata, ou bronze.

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2. ROGER FEDERER EM NÚMEROS

Nascido no dia oito de agosto de 1981 em Basel, Suíça, Roger Federer apenas viria a dar seus primeiros passos no Tênis aos seis anos de idade. Porém, esse amor do suíço pelo esporte começou cedo, mais exatamente aos quatro anos de idade, quando o filho de Robert e Lynette viu seu primeiro jogo na TV, na qual figurava seu quando criança, o alemão Boris Becker. Foi a partir daí que Federer tomou gosto pelo Tênis e passou a acompanhar os eventos televisivos sempre que podia.

Aos seis anos de idade, Roger começou a praticar o esporte nos arredores de Basel e rapidamente se tornou o melhor de sua faixa etária, praticando cerca de três vezes por semana.

Dos seis aos dez anos, Federer manteve o treinamento descrito acima até que foi convidado para ser treinando individualmente por Adolf Kacovsky, um dos treinadores do clube onde o suíço frequentava, chamado de “The Old Boys Tennis Club”.

Após quatro anos sendo dirigido por Kacovsky, Federer recebeu um convite para treinar no Centro de Tênis Nacional da Suíça, localizado em Écublens. Um ano depois, em 1996, ele se juntou ao ITF junior tennis circuit, que nada mais é do que o circuito juvenil mundial, com torneios sendo jogados em diversos países ao longo do ano.

Graças ao relativo sucesso em sua carreira como um juvenil, com direito à conquista do torneio de Wimbledon em 1998 (em simples e duplas), Federer recebeu um convite para a disputa de seu primeiro torneio como profissional, que viria a ser jogado em Julho de 1998, em Gstaad, Suíça. Lá, o suíço perdeu em sets diretos para o argentino Lucas Arnold Ker, marcando assim a primeira derrota de Federer como um profissional.

Em seu terceiro torneio no circuito mundial, Roger finalmente obteve sua primeira vitória, em Toulouse, França, jogando contra Guillaume Raoux (parciais de 6-2, 6-2). Apesar disso, o suíço é eliminado logo em seguida do torneio e, consequentemente, não vem a ter grande sucesso em seu primeiro ano como profissional, acumulando duas vitórias e quatro derrotas.

No ano seguinte, 1999, Federer é convocado pela primeira vez por seu país para defendê-lo na Copa Davis, contra a Itália, obtendo uma vitória e uma derrota no confronto. A despeito disto, o suíço novamente não obtém um ano muito expressivo no circuito mundial, conquistando 13 vitórias e 17 derrotas apesar de ter conquistado um título de Challenger em Brest, na França, derrotando o bielorusso Max Mirnyi na final.

Entre 2000 e 2002, ocorreu a consolidação de Federer no circuito da ATP, totalizando quatro títulos e seis vice-campeonatos neste período, além de sua vitória contra Pete Sampras nas oitavas de final de Wimbledon 2001. Esta partida foi o divisor de água entre o Federer juvenil e o Federer profissional. Nela, o suíço e o norte-americano batalharam por quase quatro horas até que

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Roger saiu vitorioso com um placar de 7-5 no quinto set. Este foi o único confronto entre ambos, que são considerados dois dos maiores tenistas da história. Além disso, Federer chegou às semifinais das Olimpíadas de Sidney de 2000, comprovando mais uma vez que o jovem tinha um futuro brilhante à frente. Como curiosidade, vale citar o fato de que foi neste torneio que o suíço viria a conhecer sua futura esposa e mãe de seus 4 filhos, a eslovaca Miroslava Vavrinec.

Um ano depois, em 2003, iniciou-se o que muitos especialistas chamam de a “Era Federer”. Neste ano, o suíço venceu o primeiro de seus 17 títulos de Grand Slam ao bater o australiano Mark Philippoussis na final de Wimbledon em sets diretos. Na campanha do torneio, Federer perdeu apenas 1 set de 22 jogados rumo ao título, o que mostra a sua superioridade em relação à seus adversários neste campeonato em questão. Além de Wimbledon, ele também obteve outros seis títulos, dentre os quais a Masters Cup, torneio de fim de ano que reúne os oito melhores jogadores da temporada.

Nas temporada seguinte, 2004, Federer conquistou três dos quatro torneios mais importantes do circuito, os chamados Grand Slams: Australian Open, Wimbledon e US Open. Além disso, logo no início deste ano, o suíço tornou-se número 1 do mundo, fazendo jus ao seu talento e a sua incrível habilidade física e mental de suportar partidas duras e sair vencedor no final.

Em 2005, Federer viria a conquistar mais dois Grand Slams (Wimbledon e US Open), além de acumular outros nove troféus, terminando o ano com um aproveitamento de 95% de vitórias conquistadas.

Veio então 2006, o melhor ano da carreira de Federer. O que o suíço fez nesta temporada em questão beira o inimaginável, o absurdo: de 17 torneios que ele jogou, foram 16 finais e 12 títulos, sendo 3 destes Grand Slams. Um aproveitamento de 92 vitórias e 5 derrotas, das quais quatro destas foram para Rafael Nadal, seu maior rival. Além disso, Roger ganhou apenas de premiação pelos resultados obtidos mais de U$ 8.300.000 (8 milhões e 300 mil dólares), uma das maiores conquistas financeiras obtidas por um tenista até hoje.

No ano seguinte, 2007, Federer repetiu a dose de 2004 e 2006 e venceu três Grand Slams na mesma temporada, novamente o Australian Open, Wimbledon e o US Open, conquistando mais cinco títulos além destes e terminando como número 1 do mundo pelo quarto ano consecutivo. Vale ressaltar a campanha do suíço no Australian Open, em que ele venceu o torneio sem ceder nenhum set ao longo de sua campanha, tendo vencido vinte e um dos vinte e um jogados. Veio então 2008, um ano abaixo do “padrão Federer”. Nesta temporada, o suíço alcançou oito finais, conquistando a magra quantia de apenas quatro títulos (entre os quais estava o US Open, tendo Roger vencido este torneio pelo quinto ano seguido), o que lhe garantiu a perda da liderança do ranking pela primeira vez desde 2004. Vale destacar como jogo marcante deste ano a final de Wimbledon entre o próprio Federer e o espanhol Rafael Nadal, considerada por muitos especialistas como a melhor partida de todos os tempos que, infelizmente, terminou com a derrota do suíço.

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Em 2009, o ressurgimento: Federer conquista Roland Garros (o único Grand Slam que faltava em sua coleção) e vence Wimbledon pela sexta vez, totalizando assim quinze Grand Slams. Era o que muitos especialistas aguardavam para nomear Roger como o melhor de todos os tempos. Em adição à isso, ele voltou à liderança do ranking, desbancando Rafael Nadal da posição. A temporada de 2010 viu o suíço aumentar para oito o número de temporadas em que ele conquistou ao menos um Grand Slam, com a vitória no Australian Open, logo em janeiro. Tirando isso, a temporada de Federer foi mediana, obtendo cinco títulos em nove finais jogadas.

Em 2011, sinais da decadência: pela primeira vez em oito anos o suíço termina a temporada sem vencer nenhum título de Grand Slam, tendo chegado mais perto de conquistar Roland Garros, porém perdendo novamente para Nadal na final. À isso soma-se a ascensão do sérvio Novak Djokovic, e Federer termina uma temporada pela primeira vez sem ser número um ou dois desde o longínquo ano de 2003, mesmo tendo obtido quatro títulos nesta temporada.

Um ano depois, em 2012, o décimo sétimo título de Grand Slam: Federer bate Andy Murray na final de Wimbledon e conquista tal torneio pela sétima vez, além de encerrar um incômodo jejum de um ano e meio sem vencer nenhum dos quatro torneios mais importantes do calendário. Com seis títulos no fim do ano, esta é a melhor marca do suíço desde 2007, o que faz com que ele retorne à liderança do ranking e assim bata o recorde que pertencia a Pete Sampras de semanas como número um do mundo: Roger chega à incrível marca de 302 semanas liderando o tênis masculino mundial, um número que nunca sequer foi aproximado por nenhum outro homem.

Porém, vêm 2013, e junto a isso, os problemas físicos. Devido a uma série de exibições realizadas na América no Sul no final de 2012, Federer não obtém o descanso necessário para seu corpo e sofre com constantes dores na região lombar, o que faz com que sua temporada seja pífia, acumulando apenas um título em três finais disputadas, o que corresponde a pior marca do suíço desde 2001, quando ele ainda não passava de uma promessa. Graças a isso, ele termina a temporada como sexto do mundo.

No ano seguinte, 2014, vê-se um ressurgimento do suíço: dez finais alcançadas e cinco títulos conquistados fazem com que Roger “escale” de volta no ranking, chegando a ocupar a segunda posição. Este sucesso do suíço deve-se principalmente a dois fatores determinantes: primeiramente, ele decide contratar como seu treinador o sueco Stefan Edberg, ex-número 1 do mundo e vencedor de vários Grand Slams. Edberg faz mudanças necessárias ao jogo de Federer, fazendo com que este jogue indo mais à rede para poupar-lhe físico pois, atualmente com 33 anos, Roger não possui mais o condicionamento de um jovem, o que lhe atrapalha em partidas mais longas que exigem mais do corpo. A outra mudança realizada pelo número três do mundo é trocar a raquete: tendo jogado com uma raquete de 90 polegadas a carreira inteira, o suíço decide mudar desta para uma de 97, proporcionando-o maior potência nos golpes, fator absolutamente necessário para um tenista como ele que, graças à idade, não pode

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ficar trocando bolas constantemente, tendo de ter mais rapidez para definir os pontos de modo que seu físico não seja prejudicado.

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3. O RAIO-X DE ROGER FEDERER

Um jogador completo: é assim que pode ser definido Roger Federer. Seja jogando com sua direita ou com sua esquerda, com seu saque ou seu voleio, o suíço está sempre em busca do winner, o que certamente o ajuda a poupar físico, já que ele evita as trocas de bola mais longas. Mas como ele toma controle dos pontos? Como ele é tão bom sacador com “apenas” 1,85 metros? Como ele consegue estar entre os 2 melhores do mundo em simples apesar de seus 33 anos? É o que veremos a seguir:

- O forehand (direita)

O forehand de Roger Federer sempre foi considerado um dos melhores do mundo, quando não, o melhor. Com esse golpe, o suíço consegue aliar potência, aceleração e precisão, e assim dominar o ponto colocando o adversário para correr ou finalizando o ponto diretamente com um winner.

Em seus jogos, Federer sempre busca jogar com o forehand, mas fazer isso não é fácil; é preciso ter muito preparo físico para fugir do backhand e jogar com a sua direita. Porém, o suíço não foge da esquerda à toa. Quando vê uma chance de pressionar o adversário, ele dá passos rápidos para a esquerda e se posiciona para atacar com a direita, num golpe conhecido como inside out forehand. Em sua tática convencional, Federer costuma trocar muitas bolas de meio de quadra com os oponentes. Isso pode parecer besteira, mas, na verdade, dessa forma ele evita dar ângulo para os rivais. Assim, quando recebe uma bola mais curta ou mais lenta, o suíço acelera o golpe e desfere um forehand letal que quando não finaliza o ponto com um winner, o coloca em posição confortável para fazê-lo na próxima bola com um voleio ou outro forehand.

Além disso, vale destacar que Federer utiliza o grip ‘eastern’ em seu forehand, ou seja, por ser mais conservador do que outros tenistas, o suíço comete menos erros e é capaz de manter a bola em quadra com mais facilidade.

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- O backhand (esquerda)

O backhand de uma mão é um golpe admirado e atualmente está em extinção no circuito. Realizá-lo com maestria não é uma tarefa fácil e costuma ser um ponto fraco de muitos jogadores. Porém, quando bem feito e bem construído, é fatal.

Até pouco tempo atrás, havia diversos tenistas top que desferiam seus backhands com uma mão, como Gustavo ‘Guga’ Kuerten, Pete Sampras, Patrick Rafter, Stefan Edberg, etc. com o tempo, a esquerda de uma mão foi caindo em desuso e a esquerda com duas mãos foi tomando conta do circuito.

Com Federer, a técnica de bater o revés com uma mão voltou à tona, e isso fez com que vários jovens se inspirassem no suíço para realizar o mesmo.

Sem entrar no mérito das vantagens e desvantagens em comparação à esquerda de duas mãos, esse golpe é extremamente eclético e requer firmeza de punho e uma técnica quase perfeita.

- O slice

O slice é um golpe defensivo? O slice de devolução é ainda mais defensivo? Engana-se quem pensa isso... Veja o que Federer é capaz de fazer com seu slice de devolução e entenda que esse golpe é uma arma tática.

O suíço responde os saques adversários com um slice ofensivo que, quando bem executado, passa rasante sobre a rede e fica baixo na quadra, obrigando o rival a colocar efeito na bola ou responder a jogada com outro slice. Ou seja, ele (o rival) geralmente não consegue atacar na segunda bola, jogar confortavelmente e dominar o ponto.

O slice na devolução pode ser considerado uma opção “ofensiva-defensiva”, pois minimiza o efeito do saque do adversário no backhand de Federer, dando a chance deste retomar a quadra.

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A melhor maneira de executar este golpe é da forma como o suíço faz, entrando em quadra e pegando a bola na frente, na diagonal. Ele também pode ser usado no chip-and-charge, estratégia que Federer frequentemente usa e que consiste em dar o slice e seguir em direção à rede para finalizar o ponto.

- O saque

Roger Federer não é o jogador mais alto e mais forte do circuito. Ainda assim, seu saque é um dos melhores. O suíço sempre termina as temporadas entre os melhores no quesito, liderando ou sempre perto de liderar diversas estatísticas de saque.

Até o momento em 2014, por exemplo, ele é nono tenista no geral em número de aces anotados, com 611, e figura na terceira posição em número de games de serviço confirmados, tendo ganho 91% destes. Mais do que isso, ele é o primeiro em pontos vencidos no segundo saque, com 58%. Por fim, é o terceiro entre os que mais salvou break points, com a porcentagem de 70%. Isso tudo só mostra o quão efetivo o saque de Federer é.

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- O voleio

Em um jogo tão rápido quanto o Tênis se tornou atualmente, são poucos os jogadores que se arriscam a ir à rede. Com as bolas pesadas, não é fácil dominar os pontos e conseguir definir a jogada perto da rede, sacar e volear como nos áureos tempos, menos ainda.

Porém, ainda há tenistas que se aventuram em uma área da quadra que a maioria sequer passa perto quando está atuando. O suíço é um deles. Ele joga sempre vindo para a frente, sempre tentando diminuir os espaços e não tem medo de tentar seus voleios habilidosos.

Hoje, grande parte dos jogadores só vem para a rede nas bolas de definição, quando o ponto está quase que 100% ganho. Federer não. Ele pressiona o adversário ao vir para a frente em bolas menos prováveis e joga dentro da quadra, pegando a bola na subida. Dessa forma, ele precisa estar pronto para algumas boas respostas dos rivais e precisa dominar a técnica do voleio perfeitamente. Contudo, um dos segredos do suíço é não ter medo de improvisar.

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4. POR QUE ROGER FEDERER É O MELHOR?

Após citados todos os números e estatísticas das páginas anteriores, chegamos à uma conclusão: Roger Federer é o melhor tenista da história. Os argumentos favoráveis a esta afirmação são simples: nenhum tenista passou tantas semanas no posto de número 1 do mundo, e nem conquistou tantos Grand Slams como o suíço. É o que outro ex-número 1 do mundo (o norte americano Andy Roddick) disse: "Os Grand Slams são o que definem nosso esporte. Simplificando: Roger é o melhor jogador".

Mas não é apenas Roddick que afirma que Federer é o melhor. Outras lendas do esporte, como por exemplo a norte americana Serena Williams, vão mais longe. Para ela, Federer "é o melhor atleta masculino de todos os tempos", comprovando que o sucesso de Roger não se restringe apenas às quadras de Tênis.

Este brilhantismo do suíço faz com que ele seja posto no mesmo nível das maiores estrelas da história do esporte, como Pelé, Ayrton Senna, Michael Jordan e Tiger Woods (sendo estes dois últimos amigos pessoais de Federer). Toda esta importância comercial do "Maestro Suíço" (apelido dado a ele pelos fãs) faz com que ele seja o sétimo atleta mais bem pago do mundo, recebendo cerca de U$ 52.000.000 (52 milhões de dólares) anuais de seus patrocinadores, entre eles a Wilson (raquetes), Rolex (relógios), Lindt (chocolate), Mercedes-Benz (automóveis), e Nike (roupas), com esta última tendo criado uma linha exclusiva de roupas para seu patrocinado, fazendo com que ele utilize a mesma em seus torneios ao longo do ano.

Citados os parceiros comerciais e valores financeiros que Federer ganha, vale destacar o uso benéfico que ele faz deste dinheiro: criada em 2004, a "Roger Federer Foundation" é uma instituição de caridade gerenciada por Roger e sua família que tem como objetivo combater a pobreza extrema que afeta crianças na África, em países como a África do Sul, a Zâmbia e, principalmente, o Zimbábue. O total de jovens beneficiados pela fundação beira os 140 mil, e entre as atividades realizadas por estes, destacam-se os estudos e a prática de esportes, além de receberem alimentação e infra estrutura para que possam ter uma vida normal. Ademais à criação de sua fundação, vale destacar os esforços feitos por Federer para arrecadar fundos para o Haiti após o terremoto em 2010, ocasião na qual o suíço organizou uma série de exibições em solo australiano em que todo o dinheiro advindo da venda de ingressos para o público foi doado ao país da América Central. Isso tudo apenas mostra o quão forte é o lado humanitário do suíço, qualidade que fez com que ele fosse eleito a segunda pessoa mais respeitada do mundo em 2011, atrás apenas de Nelson Mandela, líder sul africano que Federer tanto admirava.

Voltando à questão dos resultados dentro de quadra, outro fator que deve ser ressaltado é a longevidade do suíço no topo do esporte: desde outubro de 2002 que ele não sai da lista dos 8 melhores do mundo, devendo permanecer por essa

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posição por pelo menos mais um ou dois anos. Hoje em dia, apesar de seus 33 anos (idade considerada avançada para o Tênis), Federer é o segundo melhor tenista do mundo, atrás apenas de Novak Djokovic, fato que comprova o quão preparado fisica, mental, e tecnicamente é o suíço.

Com seus 17 títulos de Grand Slam em 25 finais disputadas, Roger ainda está 3 campeonatos à frente de seu rival Rafael Nadal, o segundo dessa lista. Como disse anteriormente Andy Roddick, são os títulos de Grand Slam que definem o melhor desse esporte, e se dependermos deste quesito, não há dúvida alguma de que o suíço merece a classificação como o melhor da história deste esporte chamado Tênis.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

“A Biografia de Roger Federer” – René Stauffer – Editora Évora Revista Tênis – Edição 69 – Ano 06 – Editora Inner

Revista Tênis – Edição 106 – Ano 09 – Editora Inner

http://www.rogerfederer.com/en.html (acessado em 6/11/2014) http://tennis.si.com/2013/09/27/pete-sampras-roger-federer-rafael-nadal/ (acessado em 5/11/2014) http://www.foxsports.com.au/tennis/roger-federer-is-greatest-player-of-all-time-says-australian-tennis-legend-rod-laver/story-e6frf4mu-1226418545853 (acessado em 5/11/2014) http://tt.tennis-warehouse.com/showthread.php?t=330475 (acessado em 5/11/2014) http://www.atpworldtour.com/Tennis/Players/Top-Players/Roger-Federer.aspx (acessado em 4/11/2014) http://www.atpworldtour.com/Tennis/Players/Top-Players/Roger-Federer.aspx?t=pa&y=1998&m=s&e=0# (acessado em 4/11/2014) http://www.atpworldtour.com/Players/Head-To-Head.aspx?pId=F324&oId=S402 (acessado em 4/11/2014) http://www.atpworldtour.com/Rankings/MatchFacts.aspx (acessado em 4/11/2014) http://en.wikipedia.org/wiki/Roger_Federer_junior_years (acessado em 3/11/2014) http://en.wikipedia.org/wiki/Roger_Federer%27s_early_career (acessado em 3/11/2014) http://en.wikipedia.org/wiki/2003_Roger_Federer_tennis_season (acessado em 3/11/2014) http://en.wikipedia.org/wiki/2006_Roger_Federer_tennis_season (acessado em 3/11/2014) http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_ATP_number_1_ranked_singles_players (acessado em 3/11/2014) http://en.wikipedia.org/wiki/Roger_Federer_career_statistics (acessado em 3/11/2014) http://en.wikipedia.org/wiki/Grand_Slam_(tennis) (acessado em 3/11/2014) http://en.wikipedia.org/wiki/Tennis (acessado em 3/11/2014) “Roger Federer Encyclopedia” – Ashutosh Soman

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