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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

A JORNADA DA HEROÍNA:

UMA ANÁLISE DO DISCURSO DE FÁTIMA BEZERRA (RN) NO TWITTER DURANTE AS ELEIÇÕES DE 2018

Naiara Bezerra da Silva

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NAIARA BEZERRA DA SILVA

A JORNADA DA HEROÍNA:

UMA ANÁLISE DO DISCURSO DE FÁTIMA BEZERRA (RN) NO TWITTER DURANTE AS ELEIÇÕES DE 2018

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, como exigência parcial para a obtenção do diploma de graduação em Comunicação Social (curso de Jornalismo). Orientador: Prof. Dr. Adriano Medeiros Costa

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA

Elaborado por Heverton Thiago Luiz da Silva - CRB-15/710 Silva, Naiara Bezerra da.

A jornada da heroína: uma análise do discurso de Fátima Bezerra (RN) no Twitter durante as eleições de 2018 / Naiara Bezerra da Silva. - Natal, 2021.

55f.: il. color.

Monografia (graduação em Jornalismo) - Centro de Ciências Humanas Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021.

Orientador: Prof. Dr. Adriano Medeiros Costa.

1. Comunicação - Monografia. 2. Política - Monografia. 3. Redes Sociais - Monografia. 4. Twitter - Monografia. 5. Herói - Monografia. I. Costa, Adriano Medeiros. II. Título.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

A JORNADA DA HEROÍNA:

UMA ANÁLISE DO DISCURSO DE FÁTIMA BEZERRA (RN) NO TWITTER DURANTE AS ELEIÇÕES DE 2018

Naiara Bezerra da Silva

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, como exigência parcial para a obtenção do diploma de graduação em Jornalismo.

Data da Aprovação: 10/09/2021

BANCA EXAMINADORA:

Professor Dr. Adriano Medeiros Costa (Orientador) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Professora Dr.ª Livia Cirne de Azevedo Pereira (Membro) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Me. Kalianny Bezerra de Medeiros (Membro) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

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DEDICATÓRIA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e a Nossa Senhora de Fátima por ter chegado até aqui. Sei que sem eles e a fé que tenho, nada disso seria possível.

À minha família de nascimento, meus pais, Francisco Cavalcante da

Silva e Maria Erineide Bezerra da Silva, um soldador e uma assistente de

serviços gerais e dona de casa, assim como minha irmã Niumara Bezerra da

Silva que, mesmo em meio a toda dificuldade e escassez que vivemos, sempre

me mostraram que o estudo é a única coisa que poderia de fato mudar nossa realidade e me levar a alcançar coisas que nunca puderam me proporcionar, e estavam certos. Com muito orgulho, sou a primeira da família a ter graduação e uma das poucas netas dos meus avós a conquistar esse feitio. Minha eterna gratidão e admiração por vocês.

Ao meu esposo, Pablo Rudah, que me apoia e divide a vida comigo, sendo meu companheiro em todos os momentos seja de alegrias ou tristeza, cansaço e incerteza, se tornando meu alicerce. Se cheguei até aqui, foi com certeza porque você sempre esteve ao meu lado.

À família do meu marido os Pinheiro e Ribeiro, que se tornaram minha também e me acolheram tão carinhosamente, com certeza vocês são parte de mais esta conquista.

Aos meus amigos e amigas dos estágios e das organizações que trabalhei, todos com certeza foram muito importantes para que eu chegasse até aqui e me tornasse a profissional que sou. Vocês viram em mim coisas que eu nunca consegui enxergar. Obrigada por sempre me mostrarem que eu sou capaz de realizar meus sonhos.

À nova família e amigos de trabalho que me acolheram tão bem na cidade de Sorocaba/SP e me abraçaram com todo amor e carinho, me apoiando nos momentos finais da construção deste projeto e vibrando a cada passo dado. Gratidão ao universo por ter cruzado nossos caminhos.

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A todos os professores e colegas que fiz na UFRN, instituição que tem o poder de mudar a realidade de muitos, assim como a minha. Obrigada por abrirem as portas para aqueles que mais precisam. Entrei pelo sistema de cotas e sei o quanto esse método é importante para garantir a inclusão social de todos. Que continuemos sendo resistência e persistindo, mesmo em tempos sombrios.

Agradeço, em especial, ao meu orientador Adriano Medeiros, que abriu meus olhos e foi um verdadeiro mentor durante minha graduação e na conclusão deste trabalho, me tirando do limbo e mostrando a quão forte e capacitada sou, quando eu mesma desacreditava de mim. O senhor é um ser humano de luz e um mestre guia que fez todo esse processo ser mais fácil e leve. Desejo as melhores coisas desta vida e minha eterna gratidão.

Por fim, agradeço a mim mesma, por não desistir, por não me deixar abater durante as diversas dificuldades que apareceram durante toda a jornada que trilhei na graduação enfrentando meus medos, ansiedade, déficit de atenção e o cansaço da vida. Enquanto tudo parecia caminhar para o fim, conseguia forças para continuar. Esse projeto é um marco em minha vida e significa que eu posso fazer tudo o que quiser, basta querer.

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EPÍGRAFE

“Ler é saber que o sentido pode ser outro.”

Eni Orlandi

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RESUMO

A presente pesquisa apresenta uma análise acerca dos discursos feitos pela candidata Fátima Bezerra (PT) ao governo do estado do Rio Grande do Norte na rede social Twitter, durante a campanha para as eleições de 2018, a fim de identificar o uso da narrativa do político enquanto herói e se essa estratégia foi positiva e bem aproveitada em sua campanha política. A abordagem metodológica é ancorada no Estudo de Caso e optamos, enquanto método, utilizar a Análise do Discurso (AD) de linha francesa, baseado no contexto ideológico e histórico-social ao qual se apresentam as discursivas, uma vez que existe uma estratégia eleitoral de persuasão. O período de análise do corpus foi de agosto a outubro de 2018, usando como critério para escolha o uso de conceitos como sua história de origem, a profissão, experiência enquanto parlamentar e questões ligadas ao gênero feminino. Desta forma, conclui-se que os aspectos heroico femininos foram utilizados de forma sutil pela candidata e sua equipe, mas que isso não necessariamente teve influência em sua vitória eleitoral.

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ABSTRACT

This research presents an analysis of the speeches made by candidate Fátima Bezerra (PT) to the government of the state of Rio Grande do Norte in the social network Twitter during the campaign for the 2018 elections, in order to identify the use of the narrative of the politician as a hero and if this strategy was positive and well used in her political campaign. The methodological approach is anchored in the Case Study and we chose, as a method, to use the Discourse Analysis (AD) of French line, based on the ideological and historical-social context to which the discursives are presented, since there is an electoral strategy of persuasion. The period of analysis of the corpus was from August to October 2018, using as criteria for choice the use of concepts such as her origin story, profession, experience as a parliamentarian and issues linked to the female gender. Thus, it is concluded that the heroic feminine aspects were used in a subtle way by the candidate and her team, but that this did not necessarily have an influence on her electoral victory.

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SUMÁRIO

1) INTRODUÇÃO ... 12

2) REDES SOCIAIS DIGITAIS ... 15

2.1 Uso de redes sociais por políticos ... 19

3) OS ASPECTOS DA JORNADA DO HERÓI ... 22

3.1 Jornada do herói na política ... 24

4) METODOLOGIA ... 27

4.1 Sobre o objeto empírico ... 29

4.1.1 O Twitter ... 29

4.1.2 Governadora Fátima Bezerra ... 31

4.2 Movimentos da pesquisa e coleta de dados ... 32

5) ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 34

5.1 Os discursos no Twitter ... 34

6) CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 52

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12 1) INTRODUÇÃO

No ano de 2018 o Brasil assistia a mais uma campanha eleitoral. Candidatos disputavam para os cargos de presidente, governadores, deputados e senadores em todo o país com os mais diversos discursos populares na tentativa de conquistarem um cargo a nível estadual ou federal. Com a popularização das redes sociais digitais, muitos desses candidatos precisaram voltar sua atenção para um público específico que está cada vez mais imerso nos meios de comunicação digital e encontrar assim uma estratégia de discurso para terem suas campanhas ativas nesses meios.

Algumas figuras políticas no Brasil já vem utilizando redes sociais digitais como o Twitter para levantar discussões sobre pautas emergentes, como o Presidente Jair Bolsonaro que se intitulou como mito, por retratar seu histórico de vida como militar e parlamentar com objetivo de fortalecer uma cadeia adormecida de cidadãos que se identificam com discursos conservadores. Fatos esses que foram importantes para elevar sua imagem de quase anonimato e o torná-lo uma figura de destaque mundial por seus discursos rasos e por vezes sem embasamentos sólidos sobre os assuntos retratados.

Assim, surge então a pergunta problema desta pesquisa: Por que muitas dessas figuras políticas utilizam de narrativas heroicas de vida para atrair eleitorado? Essa técnica tem sido relevante para esse tipo de disputa? Esses são os questionamentos levantados diante desse cenário.

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Para tanto, procuramos entender se os discursos utilizados pelos candidatos em redes sociais digitais como o Twitter, durante as eleições, têm a capacidade de atrair o eleitorado com baseado nos aspectos da jornada do herói (Campbell, 1997) transformando suas trajetórias de vida pública ou papéis que tenham desenvolvido em causas sociais por exemplo em características plausíveis o suficiente para se fazer acreditar que essas vivências podem levar um homem a desenvolver um trabalho efetivo enquanto parlamentar, garantindo que os anseios populares sejam ouvidos e atendidos.

No Rio Grande do Norte, oito candidatos de diferentes partidos disputaram entre si para assumir o cargo como governador, entre eles, Fátima Bezerra, pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A candidata traz um contexto histórico no meio político do estado por sua atuação como parlamentar ocupando, anteriormente, cargos como deputada estadual, federal e senadora. A candidata e sua equipe utilizaram redes sociais digitais durante sua campanha como no caso do Twitter, local onde ela já obtinha um perfil ativo.

Diante da insatisfação apresntada pela população do Rio Grande do Norte com a gestão de Robinson Faria (PSD) nas pesquisas (TRIBUNA DO NORTE, 2018) Fátima Bezerra surge com seu histórico político e sua experiência em gestão pública como estratégia de campanha para, mais uma vez, tentar o cargo de governadora do RN.

Assim a pesquisa é justificada ao enxergarmos a situação do então atual governo do RN tendo Fátima Bezerra como um nome forte diante de sua experiência em cargos representativos como parlamentar ao longo de sua trajetória política, sendo ela a única mulher a ocupar o cargo de governadora de um estado em todo Brasil.

Para isso, a análise tem como base o Estudo de Caso por ser um método de abordagem baseado na investigação de um fenômeno contemporâneo que se adequa a proposta deste projeto. Enquanto método trazemos a Análise do Discurso de linha francesa, pelo fato do sujeito que desenvolve a narrativa ter conceitos históricos sociais como no caso de Fátima Bezerra e sua trajetória política que já traz aspectos e características direcionais e propositais.

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usuários trazendo o conceito de comunidades virtuais e as diferentes formas como são estrategicamente definidas e utilizadas por seus membros, mantendo sempre ativa com a postagem de pautas que são de interesse mútuo. Apresentamos também as principais redes sociais digitais existentes atualmente no mundo, fazendo um breve resumo de como são estruturadas para garantir sua usabilidade, com a finalidade de promover e levar essas redes ao alcance de novos usuários, apontando como os políticos fazem uso dessas plataformas para atrair apoiadores e a mídia tradicional.

No segundo capítulo deste estudo, trazemos como são definidos os conceitos da jornada do herói de Campbell (1997), apresentando cada etapa e as formas do homem comum conquistar o objetivo que o fez sair do seu lugar comum e se tornar de fato um herói. Após essa abordagem inicial, entramos no aspecto da figura política enquanto herói e como muitos fazem uso dessa narrativa para levar ao imaginário do eleitorado que pode ele, com sua possível experiência de vida ou na trajetória política, ser a solução esperada por muitos para a resposta de problemas sociais frequentes.

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15 2) REDES SOCIAIS DIGITAIS

Com a facilitação do acesso a internet no final dos anos 90 e início dos anos 2000 foram surgindo aos poucos as redes sociais digitais que, posteriormente, vieram a desenvolver comunidades virtuais. Essas possibilitariam a comunicação entre usuários, experimentando os então benefícios de emergir em diversos grupos que dispensam formalidades e os possíveis constrangimentos que certos assuntos poderiam gerar caso fossem discutidos presencialmente. Quando as pautas enfraquecem e se tornam entediantes, essas comunidades poderiam muito bem serem dissolvidas sem qualquer tipo de consequências posteriores, fazendo surgir então, os ciberespaços (SANTAELLA, 2013).

Constituiu-se, desde então, o que passou a ser chamado de ciberespaço, uma extensão do espaço público, ou melhor, um espaço público complementar. Assim como nas praças e nas ruas, as pessoas identificam-se, apropriam-se e usam esses espaços complementares para expressar-se e conviver (SANTAELLA, 2013, p. 25).

Além disso, as comunidades virtuais dão a liberdade de escolha de seus usuários para integrarem aqueles grupos aos quais mais se identificam, surgindo o sentimento amplo de pertencimento, potencializada pela identificação com outros membros. Essas comunidades se mantêm ativas com a chegada de novos membros e a manutenção dos assuntos debatidos.

As redes sociais digitais possibilitam os mais diversos tipos de interações virtuais entre usuários, por meio de um sistema que permite a criação de perfis, opções de debates e discussões com métodos públicos de comentários, interações e visibilidade. Essas relações são mediadas pelo uso de tecnologias como smartphones, tablets, notebooks e computadores. Segundo Recuero (2009) as redes sociais digitais podem ser classificados em dois tipos: os propriamente ditos e os apropriados.

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Para utilizar a plataforma, é necessário, por exemplo, criar uma conta, construir um perfil e alimentar com informações básicas como nome, sobrenome e data de nascimento. Só a partir dessa construção, é possível fazer conexões com outras pessoas ou grupos sociais. No caso dos apropriados, há uma diferenciação com os propriamente ditos, pois não foram desenvolvidos para serem uma rede social inicialmente, mas que, posteriormente, os próprios usuários a levam para este caminho. “São sistemas onde não há espaços específicos para perfil e para publicização de conexões. Esses perfis são construídos através de espaços pessoais ou perfis pela apropriação dos atores” (RECUERO, 2009, p. 104).

Uma das redes sociais mais populares no Brasil foi o Orkut, fundado em 2004. Inicialmente, a plataforma só permitia a entrada de novos usuários através de convite feito por outra pessoa que já estivesse cadastrada, o que permitiu a rápida valorização do sistema e sua popularização na Internet. O Orkut funcionava por meio da criação de perfis através de informações básicas do usuário como nome completo, data de nascimento, orientação sexual, etnia, entre outros. Um ponto importante a ser observado é que a rede social limitava o número de amigos - termo usado pela plataforma - a mil pessoas. Era considerado como bem avaliado o usuário que possuísse o maior número de amigos conectados. Uma das funcionalidades mais populares do Orkut foi a possibilidade de criação das comunidades virtuais pelos próprios usuários, onde eram gerados os fóruns de discussões com tópicos de discussões de diversos temas dos mais sérios aos humorísticos. Com a chegada de novas redes sociais digitais como o Facebook, o Orkut foi perdendo cada vez sua popularidade e consequentemente o interesse de novos usuários aderirem à plataforma. Por isso, em 2014, a rede social teve suas atividades encerradas com cerca de seis milhões de usuários ativos (O GLOBO, 2014).

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qualquer usuário que tenha uma conta criada na plataforma. O compartilhamento de informações na linha do tempo permite que os usuários estejam sempre informados com conteúdo pessoais, advindo de suas conexões, assim como aquelas de interesse público, através de páginas informativas.

A plataforma Instagram surgiu em 2010 com o propósito de ser uma rede social voltada para a publicação de imagens e vídeos. Com o passar do tempo, a personalidade de seus usuários foi se modernizando, exigindo que a plataforma oferecesse recursos cada vez mais atrativos nas formas de criar conteúdo. Hoje, a rede social conta com mais de 1.2 bilhão de usuários e pertence ao grupo Facebook permitindo, além da integração com outras plataformas, uma interatividade em tempo real com o próprio Facebook, após a opção de junção das contas chegar aos usuários que utilizam ambas as plataformas. Além da publicação de fotos e vídeos, também com a opção de curtidas, comentários públicos e compartilhamentos, a rede social tem a opção de inserir story com vídeos de 15 segundos com 24h de duração, atreladas diretamente ao perfil principal do usuário. Também existe a opção de seguir outros perfis e acompanhar os conteúdos postados, sendo essa uma iniciativa opcional.

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diante de qualquer assunto que esteja sendo discutido e que os envolve diretamente ou não.

São através das redes sociais que certos debates entre grupos sociais, distintos ou não, ocorrem e diversos assuntos antes irrelevantes ganham notoriedade. As pessoas criam perfis para interagir nos meios digitais com as mais diversas finalidades. Conforme pontuado por Santaella (2013), as redes sociais abrem espaços para a convivência instantâneas com outras pessoas, instaurando uma cultura participativa e integrativa onde cada um que está inserido é parte principal de um todo, gerando a colaboração mútua e tem sua importância. Isso gera conexões com outros indivíduos, onde a mesma linha de opinião sobre algo passe a ter significado, por mais irrelevante que seja o assunto discutido. As culturas de participações são geradas por uma série de práticas, conforme definidas por Santaella (2013):

Culturas de participações incluem: (a) Afiliações, formais e informais, em comunidades online, centradas em diversas formas de mídia; (b) Uso que, potencialmente, produzem mudanças na plataforma; (c) Uso baseados em valores de afinidade, confiança e afetividade; (d) Solução colaborativa de problemas pelo trabalho conjunto de equipes para realizar tarefas e desenvolver novos conhecimentos; (e) Circulações que determinam o tipo de fluxo entre as mídias. (SANTAELLA, 2013, p. 29)

Outro fator importante a ser observado é que as redes sociais digitais não são totalmente independentes entre si. Normalmente um usuário do Facebook, por exemplo, pode ter uma conta no Twitter assim como em outras redes, com finalidades diferentes. O Facebook, por sua vez, pode ser utilizado como forma de manter grupos sociais mais próximos, mas que estão longe geograficamente. Já o Twitter pode ser utilizado pelo mesmo usuário do Facebook, mas desta vez para se informar das tendências mundiais e saber quais os assuntos mais comentados através dos trending topics que surgem da quantidade de tweets feitos em um curto espaço de tempo, a partir da quantidade de palavras-chave.

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máxima de hoje que são as curtidas, comentários e engajamento como um todo. Isso faz com que os próprios usuários exerçam cada vez mais a sua criatividade, alimentando a plataforma de forma orgânica e por vezes genericamente.

Com a modernização da ferramentas de usabilidade das redes, os usuários se adaptam à chegada de novas formas de interações que são e necessitam de circulação constante. Isso possibilita que essas interações mantenha uma certa estrutura social de engajamento acontecendo de forma constante.

2.1 Uso de redes sociais por políticos

Com a possibilidade de desenvolver grupos e comunidades virtuais, as redes sociais começaram a exercer mais força entre alguns usuários que encontram identificações e assuntos que expressam suas opiniões nesses meios. Por isso, a classe política vem observando nisso cada vez mais como uma oportunidade de dialogar diretamente com a população e assim gerar a sensação de proximidade e de fácil acesso do público aos líderes. O uso da tecnologia vem para ser um aliado no monitoramento direto de propostas, propagar grandes iniciativas, responder às críticas e se posicionar referente aos possíveis boatos difundidos.

Uma vez que a Internet está se tornando um meio essencial de comunicação e organização em todas as esferas de atividade, é óbvio que também os movimentos sociais e o processo político a usam, e o farão cada vez mais, como um instrumento privilegiado para atuar, informar, recrutar, organizar, dominar e contradominar (CASTELLS, 2003, p. 142).

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social nos conteúdos, gerando proximidade com o público. Esses métodos podem vir a ser uma tendência ainda futuramente.

Uma característica importante a ser observada é que as redes sociais servem como um canal direto de informação dos políticos com seus seguidores, dispensando a necessidade de mediação, como é feito através dos veículos jornalísticos. Isso auxilia na disseminação do conteúdo pelos apoiadores e simpatizantes, fazendo com que os discursos mais polêmicos cheguem a ser manchetes nos veículos de comunicação tradicionais que ainda se ajustam à forma padrão de comunicação de um para muitos, conforme definido por Castells (2003) e que ainda são de maior interesse da classe política.

Por isso, estar presente nas redes sociais hoje é primordial para a classe política, uma vez que “as redes sociais são vistas como espaço estratégico de comunicação com o eleitor” (BITENCOURT, 2010, p. 53). Com a ajuda de uma equipe profissional e investimentos financeiros, é possível traçar o perfil do eleitorado, mobilizar comunidades virtuais a favor das pautas emergentes, construir propostas e programas públicos a partir dos debates emergentes do universo on-line.

O na época deputado Jair Bolsonaro (PSL) foi uma das figuras políticas que mais aproveitaram essa nova onda de participação do público na política através das discussões geradas nas redes sociais como o Twitter, traçando estratégias bem direcionadas, com investimentos e profissionalização dessa técnica. Ele fez o uso da rede a seu favor por onde se apresentou ao público como alguém de personalidade forte e autenticidade, acompanhando sempre de perto os debates do momento para mostrar um opinião formada e polêmica que gera identificação e ainda mais discussões que envolvem seu nome, fazendo com que ganhasse destaque nacional e até mundial. Tudo isso o levou a se candidatar para presidente do país, onde conseguiu ser eleito no segundo turno nas eleições de 2018.

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22 3) OS ASPECTOS DA JORNADA DO HERÓI

Para definir a jornada do herói e sua concepção, optamos por utilizar a obra do antropólogo norte-americano Joseph Campbell que desenvolveu o conceito de monomito, popularmente conhecido como “jornada do herói”. Em seu livro “O herói de mil faces” (1995), ele define e apresenta como se dá todo o ciclo que um homem comum atravessa para se tornar um herói. No processo de construção do conceito de monomito, Campbell optou por utilizar teóricos como Carl Jung e seus paradigmas, Freud e suas forças a partir da consciência e o rito de passagem definidas por Arnold Van Gennep. Ainda em suas exemplificações, Campbell apresenta as histórias de vida de Buddha, Jesus Cristo e o profeta Moisés. Esse estudo é comumente utilizado atualmente para o desenvolvimento de roteiros de cinema e livros, se tornando referência do conceito no que se refere à jornada que um ser necessita atravessar para alcançar o mérito de então ser denominado como herói.

Um herói vindo do mundo cotidiano se aventura numa região de prodígios sobrenaturais; ali encontra fabulosas forças e obtém uma vitória decisiva; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes (CAMPBELL, 1997, p. 20).

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A etapa seguinte é denominada pelo autor como a Iniciação. Neste, o personagem já obtém o conhecimento do problema que será necessário encarar para finalizá-lo, onde pode optar por seguir ou não ao chamado à aventura. Campbell (1997) aponta que, na maioria das vezes, o herói tende a recusar a oferta, demonstrando certa resistência que se torna marco importante para a história. Quando, por fim, ele decide aceitar ao chamado, existe o esperado e definido pelo autor como “encontro com o mentor”. Essa seria a figura do sábio que guia e argumenta com o futuro herói sobre a importância de aceitar e não resistir ao chamado proposto.

Após aceitar o destino que o aguarda, o homem parte rumo à aventura, cruzando um limiar onde se compromete com a mudança que há de vir, parte importante dentro da jornada. Segundo Campbell (1997) essa configura a melhor parte do mito-aventura, pois assim podemos vivenciar todo o processo de transformação do personagem. Nessa fase, o homem começa a experienciar a primeira mudança interior, se preparando para passar por outras ainda maiores. Aqui o personagem pode ou não perceber que existe uma força benigna olhando por ele a todo momento, onde os obstáculos que vão surgindo ficam cada vez mais difíceis. Por vezes, é utilizada a representação de uma caverna escura para demonstrar o principal ponto de aprofundamento e escuridão no qual o personagem está no decorrer da jornada de autoconhecimento, preparando-o para a grande mudança que está por vir. O herói é colocado à prova quando a tentativa de uma grande mudança é falha inicialmente. Ao resistir a essa tentação, que por vezes pode ser o encontro com uma mulher ou a prova de um amor, o herói recebe uma recompensa por absorver as consequências geradas a partir dessa tentativa que podem tanto ser melhorias, como retrocessos. Nessa parte, é finalizada a etapa de Iniciação por entender que o herói já atravessou por diversas fases e está apto para retornar e receber a prova final.

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dessa jornada é marcado pelos grandes feitos obtidos ao longo da trajetória percorrida que ajudam o herói a dominar o problema enfrentado e assim retornar ao seu mundo com o elixir ou a fórmula capaz de resolver seu problema inicial. Através de sua narrativa, Campbell (1997) nos mostra como é possível que um determinado personagem ou figura pública possa, a partir de sua jornada, se tornar ou já ser um herói.

Figura 1 – As fases da jornada do herói de Campbell (1997)

3.1 Jornada do herói na política

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25 Nos diferentes olhares que se colocam sobre o herói, o que aparece como recorrência é o fato de ser ele uma fonte perene de identificações imaginárias e de identidade coletiva, desde as antigas epopeias, quando se estabelece sua ligação estreita com o mito nacional, até a contemporaneidade, quando ele assume aspectos peculiares em representações culturais fortemente mediadas pelos discursos midiáticos, com sua propensão à espetacularização. (GRIGOLLETO, NARDI, 2015, p. 120)

O sujeito se movimenta a partir de identificações quando há uma tomada de posição nos discursos proferidos, já que por muitas vezes ele não pode ser expressado em qualquer local (GRIGOLLETO, NARDI, 2015). Esse processo comporta espaços de resistência, onde as autoras (2015) apontam que devem ser pensados os processos discursivos, já que as relações entre força e poder são colocadas à prova, o que caracteriza a forma de reprodução e circulação desses discursos. A figura do herói é então constituída a partir de seus discursos, com a chance tanto de transmitir força e resistência, como também de haver rejeição a essa posição, dispensando a imagem heroica que deve ser observada, a partir dos espaços midiáticos em que estão sendo proferidas essas narrativas.

Algumas figuras políticas se apropriam das narrativas heroicas para seus simpatizantes se apresentando como uma figura ideal para enfrentar e vencer os desafios que venha a enfrentar enquanto líder parlamentar de um povo. Esse discurso não atravessa o sujeito de qualquer forma, levando em consideração apenas os aspectos ideológicos, mas também as formas de negociação com esses públicos, se mostrando como porta-voz das manifestações do que venha representada pelo poder e esperança ali expressados.

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26 Nesse mundo em que é preciso escolher entre estar do lado do bem ou do lado do mal, o herói aparece como a única figura possível com que se identificar, já que em suas mãos está a justiça e em suas palavras a verdade. (GRIGOLLETO, NARDI, 2015, p. 128)

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27 4) METODOLOGIA

A proposta desta pesquisa tem como objetivo fazer uma análise do político enquanto herói, observando a utilização do site de rede social Twitter durante a campanha de Fátima Bezerra (PT) ao governo do Rio Grande do Norte, nas eleições de 2018. A partir disso, definimos as questões a serem analisadas a partir dos seguintes objetivos específicos: apresentar a narrativa da jornada do herói e suas fases, utilizada nos discursos proferidos por Fátima e sua equipe na rede social citada; analisar a forma de comunicação aplicada nos discursos e debater sobre o uso de redes sociais digitais na construção de campanhas políticas como estratégia de alcance do público com a intenção de gerar proximidade dos políticos com os eleitorado.

Para construirmos o entendimento e a estrutura teórica necessária e assim gerar a compreensão da problemática retratada, apresentamos, no primeiro capítulo, como são constituídos as redes sociais digitais na contemporaneidade e o surgimento das comunidades virtuais, definidas através da interação social no processo de identificação dos usuários com os conteúdos disponíveis. Esses mesmos usuários se unem virtualmente pelos mesmos propósitos e anseios, formando grupos de inúmeros usuários com vínculos ativos. Isso contribui para a manutenção constante das redes sociais digitais e os grupos aos quais estão inseridos. Esses aspectos são primordiais para manter a cadência e a funcionalidade dessas comunidades conforme apresentado por Recuero (2009).

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Para isso, nossa abordagem é ancorada no Estudo de Caso e optamos utilizar enquanto método a Análise do Discurso (AD) de linha francesa. O Estudo de Caso é definido por Yin (2001, apud DUARTE, 2015) como uma inquirição empírica que tem como propósito a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro do contexto de vida real, sendo mais utilizada quando se pretende responder questões de “como” e “porque” esses tipos de eventos acontecem, ideal quando se necessita realizar um levantamento e análise mais profunda das informações estudadas. Essa abordagem considera a unidade social como um todo, que pode ser definida por uma pessoa, uma família, grupos sociais ou questões culturais. O autor destaca, ainda, que esse método de pesquisa “é a sequência lógica que conecta os dados empíricos às questões de pesquisa iniciais do estudo e, em última análise, às suas conclusões” (YIN 2001, p. 41 apud DUARTE, 2015, p. 223).

Na Análise do Discurso, são consideradas as noções do sujeito que interpela o discurso, por entender que não existe neutralidade no uso da linguagem, por mais simples e rotineiro que se estabeleça. A partir disso, é possível compreender as questões ideológicas presentes, determinadas pelo contexto político-social ao qual o autor está inserido. Segundo Manhães (2010), a discursividade implica diretamente na compreensão, ou seja, naquilo que está no interior da fala de um determinado sujeito. Desta forma, a Análise do Discurso detém duas principais correntes: a análise inglesa e a francesa.

A análise inglesa, conforme Manhães (2010), tem sua ênfase no papel ativo do sujeito, ou seja, relacionada diretamente à pragmática das palavras para fazer coisas. Por isso, a discursividade conduz o sujeito por uma razão com fins específicos em situações pontuais, datadas e determinadas. “Para consecução desses fins, apropria-se conscientemente da linguagem, de suas regras e procedimentos e emite atos de fala” (MANHAES, 2010, p. 306).

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Em nosso estudo, optamos pela análise francesa conforme descrevemos, por se adequar a proposta presente nesta pesquisa, tratando-se da linguagem e os discursos que partem do pressuposto ideológico de um membro da política brasileira e que tem em seu histórico características enraizadas na forma empregada de construir e proferir seus discursos. Entendemos que o conceito escolhido trará a lucidez necessária para alcançar os objetivos estabelecidos neste trabalho.

4.1 Sobre o objeto empírico 4.1.1 O Twitter

As informações que baseiam este estudo foram retiradas de uma das redes sociais digitais mais famosas: o Twitter. Fundado em 2006, a plataforma consiste em um microblog onde é possível fazer postagens de textos com até 280 caracteres, fotos, vídeos ou links e acompanhar os assuntos mais comentados no momento ao redor do mundo.

Para fazer uso do Twitter, é necessário criar uma conta e preencher informações que ficarão dispostas no perfil. A rede social também potencializa o surgimento de comunidades virtuais, uma vez que um usuário precisa seguir outro para receber em sua “linha do tempo” os tweets feitos pelo novo perfil seguido. O processo de seguir outros perfis não classifica como afinidade ou concordância, mas serve como forma de obter outras opiniões, servindo como espaço de troca de informações. Essa forma de comunicação é feita através dos replies, onde um usuário cita o destinatário da informação através da inserção do símbolo @ e o nome do perfil. Também é possível fazer retweets de outros usuários, por gerar identificação com o conteúdo.

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palavras-chave ou hashtags. As discussões vão de assuntos locais e geograficamente próximos, como também de informações que estão circulando pelo mundo.

Através dessas facilidades que o site de rede social Twitter disponibiliza para seus usuários, é possível notar que essa plataforma possui grande forma de interação no espaço virtual, com características que comprovam, com números reais, essas interações, com números de hashtags, tweets, retweets, comentários e curtidas. Atualmente são mais de 300 milhões de usuários em todo o mundo, sendo quase metade desses formados por brasileiros.

A escolha de uma rede social digital como o Twitter foi primordial para a análise deste estudo uma vez que a difusão das informações nesses espaços é rápida e interativa, sendo livre para os usuários expressem suas opiniões sem a interferência direta de outros veículos de comunicação tradicionais. Conforme Recuero (2009) aponta, essas capacidades - características das redes sociais digitais - desenvolveu novos canais e expandiu a pluralidade de novas informações que circulam nos grupos sociais e seu capital social.

Além disso, a rede social Twitter se mostrou ser uma das mais utilizadas pelos políticos atualmente. Rossetto (2012) explica que quando utilizado de ferramenta de campanha eleitoral, sites como este vêm sendo aproveitados pela classe política e governos dos mais diversos países para ampliar as formas tradicionais de comunicação com a sociedade.

O uso crescente do Twitter por políticos, jornalistas, estrategistas políticos e cidadãos o tornou parte importante de uma esfera em rede na qual questões políticas são negociadas publicamente [...]. A utilização do Twitter tem três objetivos que se destacam na vida política daqueles que seguem líderes ou atores políticos: 1) trata-se de uma forma rápida e sem filtros de obter informação política; 2) preenche o anseio dos usuários que desejam ser parte do processo político e não apenas recebedores de informação; e 3) é uma ferramenta de negócio para quem trabalha com política ou faz a cobertura de notícias políticas (PARMELEE, BICHARD, 2012 apud ROSETTO, 2012, p. 102).

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que faz a narrativa, mas também pela interação que venha a ser gerada a partir dela.

4.1.2 Governadora Fátima Bezerra

Para analisarmos o discurso da comunicação política feita por Fátima Bezerra no Twitter em 2018, é preciso conhecer a política e figura pública representativa da governadora do Rio Grande do Norte. Nascida na cidade de Nova Palmeira, interior da Paraíba, no dia 19 de maio de 1955, Maria de Fátima Bezerra é filha de Severino Bezerra de Medeiros e Luzia Mercês do Amaral. Formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ela filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 1981, dando início a sua trajetória na política. Em 1994, ela disputou pela primeira vez como candidata a deputada estadual, conseguindo ser eleita em seu primeiro mandato, sendo reeleita em 1998. Nas eleições de 2002, foi eleita deputada federal, sendo também reeleita em 2006 e, posteriormente, em 2010. No ano de 2014, a petista lançou sua candidatura ao senado federal, onde conseguiu ser eleita pelos potiguares com pouco mais de 800 mil votos válidos.

Nas eleições de 2018, Fátima Bezerra foi destaque ao vencer a disputa pelo governo do RN no segundo turno, batendo recorde de votos recebidos por um candidato que concorreu a esse cargo em toda a história do estado, ultrapassando seu principal concorrente, Carlos Eduardo Alves (PSDB). A candidata conquistou mais de um milhão de votos válidos e se tornou a única mulher eleita governadora em 2018 no Brasil. A petista é a terceira mulher a ocupar esse cargo no RN, tendo como antecessoras Wilma de Faria (PSDB) eleita em 2002, seguida por Rosalba Ciarlini (PP) em 2010. Com três governadoras mulheres eleitas, o Rio Grande do Norte se tornou o estado que mais elegeu governadoras na história do país (PANKE, BERNARDI, CUNHA, 2019, p. 8).

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reúne cerca de 188 mil usuários, seguido de sua página oficial do Facebook com 144 mil curtidas e no Twitter tem sua conta seguida por mais de 144 mil usuários. A política tem uma relação consolidada com seus seguidores, mantendo conteúdos diários com informações institucionais, projetos e iniciativas parlamentares de interesse público.

Desde que a rede social Twitter se popularizou no Brasil, a governadora Fátima Bezerra possui um perfil oficial em junho de 2009. Desde então, a política e sua equipe somam mais de 68 mil tweets registrados. Durante o período de campanha eleitoral, de agosto a outubro de 2018, para o governo do estado do Rio Grande do Norte, a petista e sua equipe publicaram cerca de 377 tweets com informações sobre sua trajetória política, imagens com apoiadores, trechos de entrevistas, vídeos de outras figuras políticas da região que demonstravam seu apoio público à candidata. Na ocasião, a rede também foi utilizada para alertar a população quanto à disseminação de notícias falsas, demonstrando apoio público a outros candidatos de sua mesma filiação partidária. Foram usados recortes de falas em entrevistas nos veículos de mídia tradicional e inserido na rede pela equipe oficial para gerar o engajamento constante e ampliar o acesso de todos às ideias e propostas da então candidata.

4.2 Movimentos da pesquisa e coleta de dados

Para chegarmos aos objetivos do nosso estudo e delimitar o corpus da nossa pesquisa, foi utilizada a ferramenta de busca avançada, disponibilizada e existente na própria plataforma do Twitter.

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34 5) ANÁLISE DOS RESULTADOS

Conforme apresentamos no capítulo três desta monografia, o estudo que faremos visa analisar as estratégias de comunicação política adotadas por Fátima Bezerra e sua equipe na rede social Twitter durante a campanha para o governo do Estado em 2018 e se foram utilizadas algumas das características presentes na jornada do herói definidas por Campbell (1997).

É comum ver cada vez mais atores políticos utilizando a rede social Twitter, especialmente em períodos eleitorais, para alcançar e se aproximarem dos eleitores, mantendo as relações sociais pelo potencial de discussões públicas sobre política, uma vez que no período de campanhas há um forte interesse da população em analisar como os candidatos se comportam nessas redes (BERNARDES, 2020). Por isso, separamos nossa análise por objeto empírico, no caso o Twitter, assim como os meses da campanha eleitoral: agosto, setembro e outubro. Ressaltamos, também, que os tweets analisados e apresentados a seguir foram retirados diretamente do perfil da candidata, sem qualquer alteração ou modificação do seu conteúdo.

5.1 Os discursos no Twitter

A governadora Fátima Bezerra e sua equipe utilizaram de estratégias de comunicações diretas e acessíveis para a rede social escolhida, conforme analisaremos a seguir.

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Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1031625051169280001, 2018.

A figura 2 traz dois dos primeiros tweets feitos pela equipe da então

candidata sobre sua gestão, caso fosse eleita governadora do RN. Identificadas com a #EquipeFB esses discursos eram retirados por vezes de reuniões estratégicas com apoiadores ou comícios públicos. Nesses recortes é possível identificar recursos linguísticos de conceitos ideológicos, quando traz a perspectiva de gestões públicas falhas até então sem aspectos que comprovem esse sentido. Logo em seguida ela tenta segurar o público com a tática dizer ser ela a solução para esses problemas e que saberia como resolvê-los por meio de uma gestão participativa e profissional como ela afirma.

Figura 3 – Fátima Bezerra reafirma o fator da origem popular

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1034921494340685825, 2018.

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Na figura 3, podemos observar que há o uso do contexto sociopolítico no discurso, uma vez que ela ressalta o que intitula de “luta” e que estaria então preparada, por suas experiências anteriores, para enfrentar mais um desafio em sua carreira política. Ela também afirma ser a primeira governadora de origem popular pelo início humilde de sua vida no interior da Paraíba, demonstrando gratidão e honraria pelos possíveis votos recebidos pelo estado em que foi eleita anteriormente, neste caso o RN. Ao final, ela usa uma das hashtags de sua campanha o #FatimaGovernadora.

Nesses tweets, também identificamos aspectos da jornada da heroína de Campbell (1997) uma vez que ela afirma estar em uma jornada e que vai conseguir vencer a disputa e assim se tornar governadora, que nas afirmações do autor (1997) seria como encontrar o elixir, a solução para os problemas da população. Colocar a “jornada” como estratégia de campanha é um recurso comum pois isso gera certa identificação do público com a figura que pode saciar dores e anseios existentes na população. A figura política sabendo disso, aproveita para fazer sua candidatura.

Figura 4 – A candidata fala sobre sua campanha política

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1034922966126145536, 2018.

Na figura 4, a candidata discursa sobre sua campanha utilizando de

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apenas o seu plano político fosse o certo, dando a entender que existam planos errados, mas sem comprovar isso. Essa tática de desmerecer a campanha de adversários e desacreditá-los é muito frequente no meio político, pois os candidatos estão imersos em uma verdadeira disputa por poder e liderança.

Figura 5 – Fátima Bezerra relata como agirá em seu possível governo

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1035218516826316801, 2018.

Aqui, Fátima Bezerra se coloca como uma pessoa ideal para governar o estado por segundo ela conseguir debater abertamente sobre fatores que interferem no dia a dia das pessoas e, em particular, das mulheres. Ela traz o contexto da sua profissão enquanto educadora como estratégia para gerar empatia e maior identificação na tentativa de atingir o público feminino, uma vez que se intitula como alguém que entende da precariedade existente em torno do ensino público, principalmente para o público infantil.

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que o ouvinte entenda. Essa formulação já está sendo adotada no meio político em discursos e pronunciamentos que também é praticada nos meios digitais. Com a campanha já em andamento nos meses de setembro e outubro, podemos observar uma movimentação maior de Fátima Bezerra e sua equipe nas estratégias adotadas para a rede social Twitter, pois, uma vez iniciada a campanha eleitoral, mais insumos são gerados para serem discutidos e usados estrategicamente, já que a população começa a expressar suas dores e dificuldades, na busca por serem ouvidos pelos candidatos e futuros representantes. É levado em consideração também os discursos proferidos pelos adversários que por vezes são realizados em forma de ataques ao principal concorrente, ou seja, aquele que está em disputa direta nas pesquisas de intenção de voto.

Figura 6 – Fátima Bezerra fala sobre sua equipe técnica

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1035218516826316801, 2018.

Na figura 6, a candidata inicia seu discurso manifestando apoio e confiança no sistema democrático de votação para levar ao público a mensagem de que acredita na forma de votação, aproveitando o momento em que candidatos de outras instâncias usaram de discursos conservadores para aproximar simpatizantes desse regimento1. Usando dessa temática, ela

1 Disponível em:

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aproveita para demonstrar aos eleitores um pouco do seu plano governamental sobre a futura gestão de suas secretarias, afirmando que optaria por uma equipe técnica, fazendo uma crítica intrínseca aos antigos governadores do estado que eram alvo de divergências por parte de integrantes de suas equipes causados por escândalos e falhas na gestão.

Mais uma vez, vemos o uso da hashtag #EquipeFB por ser uma postagem feita por um membro de sua equipe. Observamos também que o texto é iniciado com aspas por ter sido retirado de algum comício ou discurso público junto a apoiadores da candidatura.

Figura 7 – Discurso junto a apoiadores evangélicos

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1045463066190761984, 2018.

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Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1045467619451645953, 2018.

Nas figuras 7 e 8, observamos o uso de texto e imagem para apresentar à comunidade virtual o número de pessoas que estiveram presentes para ouvir a mensagem da então candidata, o que pode levar o receptor do discurso a crer que cada vez mais a população está disposta a ouvir as propostas e seu plano de governo. Outro ponto importante a ser observado é o uso da religiosidade, uma vez que ela faz reunião com apoiadores evangélicos que supostamente estariam predispostos a abraçar esse plano de governo, sendo Fátima Bezerra uma pessoa adaptável a todos os públicos, já que ambos teriam o mesmo interesse em “levar paz e dignidade ao povo necessitado do RN”. Essa estratégia é adotada pelo número significativo de evangélicos no Brasil que representa 31% da população e só no Nordeste chegam a 59%2. O

2 Disponível em:

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uso do contexto histórico social mais uma vez é apresentado no discurso, assim como a carga ideológica que é empregada, formando a imagem do político que consegue dialogar com diferentes povos e crenças.

Assim como visto anteriormente, Fátima Bezerra usa como estratégia a imagem de mulher forte e guerreira que seria capaz de enfrentar qualquer desafio para governar o RN. É possível observar o uso de características da jornada da heroína de Campbell (1997) neste contexto, por sempre dizer que está apta por ter passado por provas e ter obtido êxito em sua trajetória anterior, estando assim pronta para enfrentar novas jornadas. Ao usar essa tática de forma sistêmica e um tanto quanto consciente, a candidata e sua equipe buscam ampliar a visão de liderança junto ao público, tentando sempre provar sua capacidade em exercer diferentes funções, em qualquer que seja a posição.

Na figura 9 a seguir, novamente a candidata usar imagens de discursos com apoiadores para levar ao seu público virtual os comícios em tempo real assim como usar do recurso visual para demonstrar o volume de pessoas e possíveis apoiadores que param para ouvir suas propostas.

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Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1045854401573851136, 2018.

Nesta parte observamos que a intenção é nitidamente mostrar a força e a posição de liderança perante o público. Essa estratégia também é direcionada aos adversários na tentativa de gerar desconforto ao ver o número de pessoas que estariam juntas em sua campanha, mostrando também para outros eleitores como seu plano de governo é possivelmente apoiado por diferentes regiões fora da capital, como neste caso, na cidade de Canguaretama, interior do Rio Grande do Norte.

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Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1045856550898868224, 2018.

Já na figura 10, Fátima Bezerra faz uma volta à infância humilde que a levou a sair do interior da Paraíba para concluir os estudos no RN lugar que, segundo ela traduz, a transformou no que é hoje, por ter percorrido inúmeros caminhos em busca de melhorias contínuas tanto para si quando para o povo potiguar. Neste trecho, ela também uso alguns aspectos de sua jornada de quando saiu do cargo de professora até alcançar uma cadeira no senado federal e utilizando deste argumento, ela reafirma que há uma confiança e um apelo do povo para que, com sua experiência como parlamentar, venha a governar o RN. O conceito histórico, político e social é sempre presente em suas falas, já que, como define Orlandi (1988) tomar a palavra é também um ato social com todas as implicações que essa venha a ter como conflitos, relações de poder, reconhecimentos, identidades e suas construções, entre outros.

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Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1045856550898868224, 2018.

Como naquele ano de campanha o estado do Rio Grande do Norte estava passando por uma forte crise econômica que era uma das pautas centrais da população para os candidatos ao governo do estado, a candidata fazia questão de demostrar conhecimento dos problemas ao qual a população estava enfrentando, sempre se mostrando disposta a combater e melhorar o cenário atual que, além de tudo, esbarrava em problemas sociais como segurança, saúde e educação.

Com a chegada do mês de outubro e das eleições, os resultados das pesquisas – que apontavam um possível segundo turno com seu principal adversário – fez com que ela e sua equipe aproveitassem os momentos mais intensos de euforias e expectativas para reafirmar seu perfil enquanto política e do possível compromisso que assumiria com a população, ressaltando sempre a sua possível capacidade em administrar o governo do estado pelos quatro anos seguintes.

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Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1055265681489453058, 2018.

Ao discursar para um grupo de apoiadores, ela reforça qual o seu papel enquanto parlamentar, dando ênfase a diferença de poderes existente entre estado e município, uma vez que seu principal concorrendo era o então prefeito da capital do Rio Grande do Norte, Natal. Outra vez e sempre usado como uma tática de fixar sua história e a trajetória de sucesso que obteve nos mais diversos papéis de liderança que exerceu durante sua vida tanto como educadora, como ativista, feminista, sindicalista e política.

Usando sempre uma dialética prática com linguagem acessível como estratégia ao público, Fátima Bezerra recorre seu histórico de vida para transmitir sua mensagem com diferentes seguimentos se apresentando ao público virtual como alguém que é perfeitamente capaz de dialogar com todas as classes e povos para construir as melhores práticas em sua gestão, que atenda assim as mais diversas necessidades.

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Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1055123071093366790, 2018.

Figuras 14 – Tentativa de aproximação com a população

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1055211993433542657, 2018.

Figuras 15 – Utilização de políticas públicas como tática discursiva

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A jornada de vida da candidata foi usada de forma predominante na maior parte das discursivas empregadas nas figuras 13, 14 e 15 conforme podemos observar. Ao usar essa estratégia junto ao seu eleitorado, ela remete mais uma vez os conceitos da jornada do herói de Campbell (1997), uma vez que teria atravessado por uma jornada baseada em diversas experiências para assim se tornar a pessoa ideal a governar o Rio Grande do Norte, contando com sua origem carente de recursos, até chegar a fazer uma graduação e, posteriormente, exercer papéis considerados importantes no regime democrático como deputada e senadora, representando o estado e os interesses da população em uma posição onde pouco se podia observar a participação de mulheres na política (POLITIZE!, 2018).

Entre todas essas estratégias adotadas foi possível perceber também o uso de discursos de figuras influentes, assim como de representantes das classes artísticas e sindicais para dar apoio público à sua campanha, conforme podemos observar na figura 16 a seguir.

Figura 16 – Discursos de apoiadores usados como estratégia

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1055177587310424070, 2018.

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Figura 17 – Discursos de apoiadores usados como estratégia

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1055239939212886016, 2018

Figura 18 – Depoimento de ex-aluno

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1055535976477548545, 2018.

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o fato dela ser professora não necessariamente a torna apta para governar um estado, o uso desse tipo de personagem é colocado como avalista da pessoa, ou neste caso, da então candidata.

Dentro de todo esses aspectos, a candidata ainda recorreu ao fato de, caso fosse eleita, seria a única governadora feminina do país.

Na figura 19 a seguir ela traz ainda o conceito histórico do estado do RN com a história da jornalista feminista e escritora, Nísia Floresta e do primeiro voto feminino feito por Celina Guimarães em 1928 na cidade de Mossoró (CNN Brasil, 2021). Aqui o discurso feminino e de estar no estado que tem mulheres representativas em sua história remete ao fato de, mesmo em meio a tantas lutas, as mulheres nordestinas conseguiriam pioneirismo em diversas áreas que ainda predominava o cunho machista e preconceituoso, motivo de orgulho e de empoderamento para Fátima Bezerra.

Figura 19 – Utilização de recursos discursivos sobre aspectos femininos e histórico-sociais

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1056685651159060480, 2018.

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da sua vida trará a lucidez esperada para governar o estado, sendo confirmada como a única mulher governadora do Nordeste e do país.

Figura 20 – Utilização de recursos discursivos sobre aspectos femininos e histórico-sociais para justificar o êxito político

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1056685651159060480, 2018.

Figura 21 – Discurso sobre ter sido eleita governadora

Fonte: https://twitter.com/fatimabezerra/status/1056686142689603589, 2018.

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52 6) CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa, tivemos a oportunidade de analisar os discursos registrados na rede social Twitter da candidata Fátima Bezerra (PT) ao governo do estado do Rio Grande do Norte, durante os meses de agosto, setembro e outubro de 2018. Procuramos, desta forma, identificar o uso dos aspectos presentes na jornada do herói de Campbell (1997) como recurso de campanha, usando como base metodológica o Estudo de Caso e a Análise do Discurso de linha francesa, observando as estratégias por trás das discursivas analisadas.

Durante toda a nossa pesquisa foi possível observar que a candidata não se distanciou de alguns termos comumente utilizados no meio político, voltando seus discursos para temáticas que abordam gênero, religiosidade, experiências e contextos históricos, abrangendo também aspectos de problemas habitualmente presentes na sociedade como saúde, educação, qualidade de vida, entre outros. Os diferentes acontecimentos que se apresentaram ao logo da campanha também contribuíram para a forma com que Fátima e sua equipe utilizaram o microblog. O fato de poder fazer uso da rede social como propagadora dos discursos proferidos em comícios e encontros com apoiadores faz com que ela e sua equipe registrem pequenas falas e frases que tenham algum impacto tanto para eleitores quanto para adversários que acompanham as campanhas através das redes sociais digitais.

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Por esse entendimento, a então candidata Fátima Bezerra (PT) recorreu à sua experiência de vida como parlamentar, atuando como deputada estadual, federal e senadora usando dessa estratégia para transmitir a mensagem de que uma vez tendo a população potiguar concedido a ela confiança de representar o estado em instâncias maiores no passado e que, segundo ela, a teria feito com êxito, seriam essas condições suficientes para que essa mesma população a colocasse novamente na posição de representante deles, agora a nível estadual.

Outro fator importante é que a maior parte dos tweets postados durante os meses de agosto, setembro e outubro de 2018 eram provenientes de repostagens feitas através de outras redes sociais com conteúdos em fotos e vídeos, uma vez que o princípio do Twitter são a formulação de textos de até 280 caracteres, o que dificultou o levantamento do corpus para que fosse realizada a análise dentro do objetivo proposto.

Conforme a problemática apresentada sobre o por quê das figuras políticas usarem a narrativa heróica em suas discursivas e se essa estratégia seria então positiva, a partir da análise é possível perceber que o uso disso se dá justamente pela capacidade de viralização e gerar discussões que as redes sociais digitais possuem, assim como vem sendo adotada por outros líderes políticos a exemplo de Jair Bolsonaro (PSL). Apesar de não fazer uso de forma tão incisiva dessa estratégia, Fátima Bezerra e sua equipe utilizaram sim dessa narrativa, mas de uma forma mais leve, sendo essa uma estratégia positiva para sua imagem, mas que não necessariamente refletiu no resultado das eleições onde a mesma venceu, uma vez ainda há muito ainda que se explicar em futuros estudos quando se refere a real influência das redes sociais digitais no resultado percebido nas urnas ao final de uma eleição.

Sendo assim, conseguimos encontrar respostas para a problemática apresentada, apesar de ser perceptível que Fátima Bezerra e sua equipe precisariam desenvolver estratégias mais específica para a rede social em questão, conseguindo assim gerar uma maior interação dos usuários da plataforma com os tweets postados.

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55 REFERÊNCIAS

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Referências

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